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A VIABILIDADE DE CUSTO DE CAPITAL PRÓPRIO E SEU USO NAS

PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS EM MOÇAMBIQUE

THE VIABILITY OF COST OF EQUITY AND ITS USE IN SMALL AND


MEDIUM ENTERPRISES IN MOZAMBIQUE

Inácio Augusto Belo


inacioaugustobelo@gmail.com
Moisés José Simão
moisessimao1@gmail.com
Tarzan Joaquim Mandunde
tarzanmandundemz@gmail.com

Universidade Católica de Moçambique (Beira)


Faculdade de Economia e Gestão

Resumo
Este artigo apresenta os resultados de um estudo sobre a Viabilidade de Custo de Capital Próprio e
Seu Uso nas Pequenas e Médias Empresas em Moçambique. O custo de capital tem importância
fundamental na tomada de decisões, tanto no âmbito do aspectos de financiamento, bem como de
investimento. O principal objectivo do estudo foi analisar a viabilidade do custo de capital próprio e
seu uso nas Pequenas e Médias Empresas. O mesmo teve os seguintes objectivos específicos:
descrever através do quadro teórico, os principais conceitos relacionados com o custo de capital;
estudar a viabilidade e uso do custo de capital próprio nas Pequenas e Médias Empresas; apresentar
benefícios e problemas no uso de custo de capital próprio nas Pequenas e Médias Empresas. O estudo
buscou perceber: até que ponto o custo de capital próprio como financiamento, pode tornar-se viável
para Pequenas e Médias Empresas? No que respeita a metodologia, o estudo em questão baseou-se
na pesquisa exploratória quanto aos objectivos e bibliográfica quanto aos procedimentos técnicos. Os
resultados do estudo revelaram que o custo de capital é uma variável de fundamental importância
para a determinação de óptima estrutura de capital. Verificou-se ainda que não é viável fazer uso do
capital próprio para começar um negócio, devido aos motivos como: perda de autonomia; conflitos
de interesses; distribuição ou partilha de lucros, e que é mais viável fazer uso do capital de terceiros
porque permite um crescimento rápido e estrutural da empresa.

Palavras-chave: Custo de Capital, Custo de Capital Próprio, Custo de Capital de Terceiros, PME’s.

Abstract
This article presents the results of a study on the Feasibility of Cost of Equity and Its Use in Small and
Medium Enterprises in Mozambique. The cost of capital is of fundamental importance in decision-
making, both in the context of financing and investment. The main objective of the study was to
analyze the viability of the cost of equity and its use in Small and Medium-sized Enterprises. It had the

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following specific objectives: to describe through the theoretical framework the main concepts related
to the cost of capital; study the feasibility and use of the cost of equity in Small and Medium-sized
Enterprises; have benefits and problems in the use of equity costs in Small and Medium Enterprises.
The study sought to understand: to what extent can the cost of equity as financing become viable for
Small and Medium-sized Enterprises? Regarding the methodology, the study in question was based
on exploratory research on the objectives and bibliographic on technical procedures. The results of
the study revealed that the cost of capital is a variable of fundamental importance for the
determination of optimal capital structure. It was also found that it is not feasible to use equity to
start a business, due to reasons such as: loss of autonomy; conflicts of interest; distribution or sharing
of profits, and that it is more feasible to make use of third-party capital because it allows a rapid and
structural growth of the company.

Keywords: Cost of Capital, Cost of Equity, Cost of Third Party Capital, SMEs.

Introdução
O custo de capital tem importância fundamental na tomada de decisões, tanto no âmbito do aspectos
de financiamento, bem como de investimento. Também é importante no processo de determinação
do valor acrescentado, ou seja, verificação da criação ou destruição de valor por parte das empresas
e na determinação do valor da empresa, uma vez que é determinada pelas devoluções esperadas
descontadas a uma determinada taxa, esta taxa é determinada pelo custo do capital.

O capital é um factor de produção necessário e, como qualquer outro factor, tem um custo. É por isso
que, o capital, tanto o próprio como o de terceiros, não é a custo zero, uma vez que estes fundos não
forem usados dentro da empresa, certos custos associados à empréstimo podem ser evitados e o
capital liberado pode ser usado em outra alternativa mais rentável. O custo do capital é uma das
principais e mais importantes variáveis do estudo na estrutura de capital.

No que diz respeito às decisões de investimento, o custo do capital estabelece limite inferior ou
mínimo, contra o qual todos os investimentos devem ser comparados. Em decisões de financiamento,
o custo do capital está relacionado com a composição da estrutura de capital, isto é, para qualquer
montante total de capital necessário, existe um certo equilíbrio entre capitais próprios e de terceiros
que minimizarão o custo do capital global, maximizando o valor da empresa, consequentemente, a
riqueza de acionistas ou proprietários. Vários fatores afectam o custo de capital da empresa. Alguns
estão fora de controlo da empresa, mas outros são influenciados por políticas de financiamento e
investimento corporativos.

De acordo com Camargo (2016), uma empresa que cresce com os próprios lucros demora mais a
crescer, é preciso esperar os meses passarem, gerar lucro, expandir, esperar novamente e expandir
mais um pouco. Neste caso, o capital adicional pode funcionar como uma alavanca e acelerar o
processo de crescimento do negócio.

Por sua vez, Camargo afirma que, além do capital para crescer, é preciso capital também para começar
a empresa, como por exemplo, para criar o estoque inicial, comprar equipamentos mínimos e pagar
despesas fixas (salários, água, luz, etc). O empreendedor também precisa colocar na ponta do lápis os

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recursos que precisa ter para sobreviver por um período. Enfim, é preciso pensar na necessidade de
capital de giro.

Perguntas de Estudo
Neste diapasão, dada a importância que o tema do estudo assume, no contexto empresarial ou
individual, coloca-se a seguinte questão de investigação: até que ponto o custo de capital próprio
como financiamento, pode torna-se viável para Pequenas e Médias Empresas?

Objectivo Geral
O principal objectivo deste estudo foi analisar a viabilidade do custo de capital próprio e seu uso nas
Pequenas e Médias Empresas.

Objetivos Específicos
Seguem-se os seguintes objectivos específicos do estudo:
• Descrever através do quadro teórico, os principais conceitos relacionados com o custo de
capital;
• Estudar a viabilidade e uso do custo de capital próprio nas Pequenas e Médias Empresas;
• Apresentar benefícios e problemas no uso de custo de capital próprio Pequenas e Médias
Empresas.

Revisão da Literatura
Para iniciar um negócio ou criar uma empresa, seja pequena, média ou grande, é necessário que exista
um apoio de capital que tenha sido financiado pelos seus proprietários ou através de dívidas, o que
vale dizer que é sempre necessário aplicar um capital. O capital dos proprietários é conhecido como
Capital próprio ou como Patrimônio Líquido da empresa.

Custo de Capital
O capital na Economia é considerado como um activo capaz de gerar um fluxo de rendimento ao longo
do tempo através da sua aplicação na produção. Esse conceito inclui não só o dinheiro em si, mas
também os investimentos financeiros, acções e activos que podem ser aplicados para gerar riqueza,
entre outros. Em contabilidade, o capital é o montante disponibilizado à empresa para utilização nas
actividades que desenvolve, gerando assim as suas receitas e lucros, (recuperado em
https://www.dicionariofinanceiro.com/capital/).

Numa organização corporativa, o capital é considerado recursos capazes de gerar riqueza quando
investidos na produção. Na maioria dos casos, as organizações têm na sua estrutura o capital inicial
ou social, que é o investimento feito para pôr em funcionamento qualquer atividade, incluindo
pequenas empresas da economia informal.

Para além do capital inicial, as organizações têm também nas suas estruturas outros tipos de capital,
nomeadamente o capital de giro, que corresponde aos recursos necessários para que uma empresa
mantenha a sua actividade, como dinheiro e outros activos de alta liquidez, que podem ser utilizados
para pagar a tempo fornecedores, salários e contas de consumo e capital humano, que é o
conhecimento , capacidades, experiência e motivação dos colaboradores de uma organização, são os

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activos intangíveis relacionados com a formação da sua força de trabalho. Na maioria dos casos, a sua
criação e operação ocorre graças à aplicação de Capitais Próprios ou Capitais de Terceiros, noutras
vezes através da aplicação dos dois tipos de Capital acima mencionados.

De acordo com Camargo (2016), o capital próprio tem a ver com o patrimônio líquido (PL), e está na
sua própria actividade económica e pode ser avaliado pelos lucros, por exemplo, são os recursos
provenientes dos proprietários (ou sócios e acionistas), enquanto o capital de terceiros está
relacionado com as responsabilidades ou passivos reais exigidos (obrigações da empresa com
terceiros) e representa, também, todos os investimentos realizados através de recursos de entidades
externas. , tais como o financiamento e os empréstimos, a curto, médio ou longo prazo, neste caso o
fluxo de caixa é contratual, representado pela obrigação de pagar encargos contratuais.

As fontes e formas de financiamento tipicamente mais utilizadas variam com o crescimento da


empresa e ao longo do tempo. Para a criação de empresas, na fase de idealização normalmente o
capital é proveniente de amigos e familiares, na fase do arranque (start-up) o financiamento é feito
através de Microcrédito, leasing, empréstimos bancários e na fase do crescimento surge o
autofinanciamento, bolsa de valores, fundos provenientes da própria actividade e empréstimos
bancários, (Taveres, F. O. & Pacheco, L. at al, 2015).

Embora o capital seja dos acionistas (ou próprio), a semelhança do capital que é obtido através do
financiamento, ambos têm custos, ou seja, a aplicação de qualquer que seja o capital que tenha custos
associados. Assim, o custo de capital corresponde à taxa de retorno que uma organização deve
alcançar nos projectos em que investe para manter o valor de mercado da sua empresa, é o custo da
empresa manter os recursos dentro dela, que podem ser próprios ou terceiros, (Prates, 2016).

O Custo do Capital é entendido como o retorno mínimo que os sócios ou acionistas exigem como
remuneração, traduz-se no valor de dividendos ou parte da distribuição dos lucros aos acionistas ou
sócios. O Custo de Capital de Terceiros está relacionado com financiamento e empréstimos de longo
prazo, entende-se como a remuneração desses recursos, ou seja, os juros pagos pela organização em
empréstimos e financiamento.

Importância de Custo de Capital


Segundo Reis (2018), o custo de capital para novos empreendimentos, bem como para empresas já
consolidadas no mercado que decidem expandir as suas actividades ou investir num novo projecto
exige uma injecção de dinheiro para a materialização do mesmo. Para obter esse financiamento, as
organizações podem utilizar as seguintes formas:
• Utilização de reservas de lucros empresariais;
• Contrair um empréstimo;
• Fazer contratos de locação financeira (leasing); ou
• Atrair novos investidores, o que pode ser feito oferecendo novas acções ou com novas
injeções de capital.

Por isso, cada investimento também exige um custo, quer com aqueles que optam por distribuir
acções, quer com a possibilidade de pagar juros, por empréstimos, também a possibilidade de perder
reservas financeiras para aqueles que utilizam os lucros que foram poupados.

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A viabilidade do Custo de Capital próprio e a seu uso nas Pequenas e Médias Empresas.
O custo do capital tem uma importância fundamental na tomada de decisões, tanto nos aspetos do
financiamento como do investimento. A sua importância é também destacada no processo de
determinação do valor acrescentado ou agregado, ou seja, na verificação da criação ou destruição de
valor por parte das empresas e na determinação do valor da empresa, uma vez que é determinada
pelas declarações esperadas descontadas a uma determinada taxa, taxa esta que é determinada pelo
custo de capital.

Para Machado (2006), o custo do capital é uma das principais e mais importantes variáveis do estudo
na estrutura de capital. No que diz respeito às decisões de investimento, o custo do capital estabelece
um limite inferior ou mínimo, contra o qual todos os investimentos devem ser comparados. Nas
decisões de financiamento, o custo do capital está relacionado com a composição da estrutura de
capital, ou seja, por qualquer montante total de capital necessário, existe um certo equilíbrio entre
capitais próprios e terceiros que minimizará o custo do capital global, maximizando o valor da
sociedade, consequentemente, a riqueza de acionistas ou proprietários.

Vários factores afectam o custo de capital da empresa. Alguns estão fora do controlo da empresa, mas
outros são influenciados por políticas de financiamento e investimento corporativo.

Os dois factores mais importantes que estão fora do controlo directo da empresa são o nível das taxas
de juro e dos impostos. Se as taxas de juro da economia subirem, o custo do capital de terceiros
aumenta, porque as empresas terão de pagar uma taxa de juro mais elevada aos obrigacionistas ou
proprietários de títulos para obterem capital de terceiros. No que diz respeito aos impostos, as
empresas também não têm qualquer controlo ao abrigo desta variável, porque diz respeito à política
fiscal (tributária) do governo, e é difícil para a empresa prever variações nas taxas de imposto. Por
outro lado, uma empresa pode controlar o seu custo de capital através da sua política de estrutura de
capital, da sua política de dividendos e da sua política de investimento.

O custo de capital da empresa corresponde ao custo de cada tipo específico de capital (próprio e de
terceiros) ponderado por sua proporção na estrutura de capital da empresa.

A literatura financeira que trata do custo de capital próprio é ampla e completa, no entanto, voltada
para as empresas constituídas sob a forma de sociedade anônima de capital aberto. Por outro lado, o
mesmo não ocorre com as empresas constituídas sob a forma de sociedade anônima de capital
fechado, muito menos com aquelas constituídas sob a forma de sociedade limitada.

No universo das pequenas e médias empresas, ainda que tenham uma actividade financeira menos
intensa que numa de grande dimensão, o conhecimento do custo de capital próprio também se faz
necessário, visto que são empresas que tomam decisões sobre investimento e, assim, precisam
estimar o custo da alocação de seu capital em seus empreendimentos. O custo de capital próprio
representa o segmento de estudo mais complexo das finanças corporativas, assumindo diversas
hipóteses e abstrações teóricas em seus cálculos (ASSAF NETO, 2003).

Para Van Horne (1979), o custo do capital próprio é a determinação mais difícil. Em termos teóricos,
pode ser definido pela taxa mínima de retorno a obter pela empresa na parte financiada através de
capital próprio, num dado projecto, para manter constante o preço de mercado da acção. Esta taxa
mínima está relacionada com o custo da melhor oportunidade acessível perdida pelos acionistas,
porque, para investir numa empresa, o acionista está a abdicar de aplicar o seu dinheiro no mercado

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financeiro e, por isso, quer ter, pelo menos, a expectativa de conseguir este retorno das ações da
empresa (SANVICENTE e MINARD, 1999).

A medição do custo do capital próprio é a que apresenta as maiores dificuldades, basicamente por
dois factores: a dificuldade em prever lucros futuros que se traduzem em dividendos e dificuldades na
previsão dos preços das ações.

No que diz respeito as viabilidades do uso do capital próprio para Pequenas e Médias Empresas, far-
se-á uma comparação dos benefícios do uso de capital próprio e de terceiros.

Benefícios de Capital Próprio em comparação com o Capital de Terceiros


Benefícios do Capital Próprio
a) Capital Próprio não precisa ser devolvido: isso significa que todo o dinheiro gerado pelo fluxo de
caixa pode ser utilizado para fazer o negócio crescer.

b) Mais dinheiro no caixa: como não há dívidas a serem pagas, o dinheiro em caixa pode ser utilizado
para fazer o negócio crescer.

c) Menor risco de falência: se o negócio está indo mal, os credores podem forçar a empresa a
decretar falência. Ao contrário, os investidores poderão aguardar uma mudança de cenário, ou,
até mesmo investir mais dinheiro.

d) Relação ganha-ganha: os sócios investidores serão também podem ser parceiros da empresa.
Como todos caminham com o mesmo objectivo de maximizar os resultados ou lucros, os
conhecimentos podem ser trocados e, por conseguinte, a empresa poderá beneficiar-se com
novas visões de mercado e diferentes experiências. Um novo know-how estratégico ou novas
formas de liderança podem ser um gatilho para mudanças ainda maiores e mais rentáveis no
futuro.

Benefícios do Capital de Terceiros


a) Controlo total da empresa: esta é uma das maiores vantagens na opção por capital de
terceiros. O credor, seja quem for, não tem o direito de se envolver no negócio, de geri-lo,
etc.

b) Previsibilidade: ao fazer um empréstimo, a empresa tem total conhecimento da quantia a ser


paga, bem como de que maneira será reembolsada. Essas informações permitem um
orçamento mais preciso. Especialmente para pequenas empresas, saber exactamente quanto
será gasto mensalmente faz toda a diferença.

c) Obrigações simples: a única obrigação que a empresa terá com terceiros é de saldar ou
reembolsar a sua dívida. Feito isso, a relação entre a empresa e o credor termina e não existem
mais vínculos.

Problemas do Capital Próprio em comparação com o Capital de Terceiros


Problemas do Capital Próprio

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a) Perda de autonomia: este é um dos maiores problemas no uso do capital próprio nas
Pequenas e Médias Empresas. Por ter um fluxo de caixa residual e limitado, os acionistas
exercem controlo na administração da empresa. Em tomadas de decisões, por exemplo,
sempre que empresa quiser tomar uma decisão terá que consultar os acionistas ou parceiros.

b) Conflitos: dentro da empresa nem todos pensam da mesma forma, com isso, poderão existir
diferenças de visões tanto em aspectos gerenciais quanto na própria visão do negócio.

c) Distribuição de lucros: o ponto de vista do empreendedor, com o passar do tempo a


distribuição dos lucros pode exceder o que ele gastaria pagando um empréstimo ou
financiamento.

Problemas do Capital de Terceiros


a) Pagar empréstimos com os juros: além de ter que devolver um montante maior do que o
recebido, o valor deve ser devolvido independentemente do quão bem-sucedido o negócio
esteja.

b) Utilizar o dinheiro para pagar devedores: a empresa deve ter em mente que por um período
X um montante Y será utilizado para pagar dívidas, ao invés de ser injetado no próprio negócio.

c) Reputação de alto risco: empresas com grandes dívidas são consideradas de alto risco por
investidores potenciais. No futuro, caso a empresa queira levantar algum capital, será mais
difícil encontrar investidores.

Criação de valor com Capital Próprio e Capital de Terceiros


Um projecto é viável se o valor do fluxo de caixa debitado pelo custo do capital for positivo. Neste
caso, significa que a empresa está a gerar valor para acionista e tem um ROI (Return on Investment)
maior do que o custo de capital. E este valor pode ser determinado por:

Onde:
K = custo de capital; J = juros; d = dividendos; cp = capital próprio; ct = capital de terceiros

Para custo de capital próprio tem-se:

Sendo:
Kp = custo de capital próprio; d = dividendos; cp = capital próprio

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E para custo de capital de terceiros tem-se:

Sendo que:
Kt = custo de capital de terceiros; J = juros; C = capital de terceiros

Metodologia de Estudo
O estudo em questão baseou-se na classificação desenvolvida por Fontelles (2012), quanto aos
objectivos e quanto aos procedimentos técnicos. Quanto aos objectivos, este estudo é exploratório.
Exploratório porque este tipo de pesquisa visa a uma primeira aproximação do pesquisador
com o tema, para torná-lo mais familiarizado com os factos e fenómenos relacionados ao problema a
ser estudado. No estudo, o investigador irá buscar subsídios, não apenas para determinar a relação
existente, mas, sobretudo, para conhecer o tipo de relação. Em suma, é o primeiro contato entre
objecto pesquisado e o pesquisador, o qual está em busca de suporte teórico, sendo o
estudo, geralmente, feito por meio de levantamento bibliográfico, por entrevistas, estudo de caso,
visitas a instituições, a empresas e websites etc.

Quanto aos procedimentos técnicos, este estudo baseou-se na revisão bibliográfica. Revisão
bibliográfica porque sua base é a análise de material já publicado. É utilizada para compor a
fundamentação teórica a partir da avaliação atenta e sistemática de livros, periódicos, documentos,
textos, mapas, fotos, manuscritos e, até mesmo, de material disponibilizado na internet etc. Com isso,
a investigação partiu da descrição através do quadro teórico, os principais conceitos relacionados com
o custo de capital; depois estudar a viabilidade e uso do custo de capital próprio nas Pequenas e
Médias Empresas e finalmente apresentar os benefícios e problemas no uso de custo de capital
próprio Pequenas e Médias Empresas., enquanto a delimitação do tema refere-se à viabilidade de
custo de capital próprio e seu uso nas Pequenas e Médias Empresas em Moçambique.

Apresentação e Discussão de Resultados


Finda a secção anterior, onde foram discorridos estudos de vários autores respeitante ao tema em
investigação neste artigo, o passo subsequente é discutir sobre os resultados encontrados. Durante a
investigação , portanto, foi possível constatar que o custo de capital é uma variável de fundamental
importância para a determinação de óptima estrutura de capital. Este conteúdo foi discutido no
referencial teórico da presente pesquisa. Verificou-se ainda que o custo do capital é importante tanto
para as decisões de investimento, como para as decisões de financiamento, logo, funciona como a
base para a tomada de decisões financeiras. Desta forma, procurou-se perceber o nível de importância
dada ao custo do capital próprio das empresas, bem como sua forma de mensuração.

Durante a pesquisa foi possível perceber que existem vários factores que afectam o custo de capital
da empresa. Dentre os quais, alguns estão fora do controlo da empresa, mas outros são influenciados
por políticas de financiamento e investimento corporativo. Neste âmbito os dois factores mais

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importantes que estão fora do controlo directo da empresa são o nível das taxas de juro e dos
impostos. Se as taxas de juro da economia subirem, o custo do capital de terceiros aumenta, porque
as empresas terão de pagar uma taxa de juro mais elevada aos obrigacionistas ou proprietários de
títulos para obterem capital de terceiros.

No que diz respeito a viabilidade do Custo de Capital próprio e seu uso nas Pequenas e Médias
Empresas, foi possível constatar que não é viável fazer uso do capital próprio para começar um
negócio, devido aos seguintes motivos: perda de autonomia; conflitos de interesses; distribuição ou
partilha de lucros. Isto é, uma empresa que cresce com os próprios lucros demora mais a crescer, é
preciso esperar os meses passarem, gerar lucro, expandir, esperar novamente e expandir mais um
pouco.

Por outro lado, verificou-se que é mais viável fazer o uso do capital dos terceiros devido aos seguintes
motivos ou benefícios: controlo total da empresa; obrigações simples. Isso porque o capital próprio
mostrou-se mais problemático no que diz respeito ao seu uso nas Pequenas e médias Empresas. Com
isso, é mais pragmático e simples usar o capital de terceiros, porque após a devolução da parte que a
empresa deve aos credores, a mesma fica livre, toma decisões sem consultar os seus accionistas
seniores ou directos, não só, o capital de terceiros permite um crescimento rápido da empresa.

Considerações finais
Este estudo teve como objectivo analisar a viabilidade do custo de capital próprio e seu uso nas
Pequenas e Médias Empresas.

Constatou-se que o custo de capital é uma variável de fundamental importância para a determinação
de óptima estrutura de capital. E quanto a viabilidade do custo de capital próprio, constatou-se que
não é viável fazer uso do capital próprio para começar um negócio, devido aos seguintes motivos:
perda de autonomia; conflitos de interesses; distribuição ou partilha de lucros. Isto é, uma empresa
que cresce com os próprios lucros demora mais a crescer, é preciso esperar os meses passarem, gerar
lucro, expandir, esperar novamente e expandir mais um pouco. Por causa disso, não é recomendável
que se inicie uma empresa sólida com base no capital próprio, pois pode retardar o crescimento ou
funcionamento da empresa devido aos motivos apresentados outroramente.

Por outro lado, constatou-se que fazer uso do capital de terceiros é mais viável por permitir um
crescimento rápido e estrutura de capital estável para permitir um funcionamento digno da empresa.
Isso por causa de vários benefícios como autonomia na tomada de decisões, controlo total da empresa
e possuir obrigações simples.

Referências Bibliográficas

ASSAF NETO, A. (2003) Finanças corporativas e valor. São Paulo: Atlas

Camargo, R. F. (2016). Custo de Capital: o guia completo para decidir entre Capital Próprio e Capital
de Terceiros. Recuperado em https://www.treasy.com.br/blog/custo-de-capital-capital-
proprio-x-capital-de-terceiros/.

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Fontelles, M. J. (2012). Bioestatística: Aplicada à Pesquisa Experimental (Vol. 1). São Paulo.

MACHADO, M. (2006). Análise dos métodos de determinação do custo de capital próprio e seu uso
em pequenas e médias empresas industriais da cidade de João Pessoa. João Pessoa, Brasil

Prates, W. R. (2016). O que é custo de capital de uma empresa. Recuperado em


https://cienciaenegocios.com/o-que-e-custo-de-capital-de-uma-empresa/.

Reis, T. (2018). Custo de capital e sua importância para os investidores. Recuperado em


https://www.suno.com.br/artigos/custo-de-capital/.

SANVICENTE, A. & MINARD, A. (1999). Determinação do custo do capital do acionista no Brasil.


Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais.

Taveres, F. O. & Pacheco, L. at al, 2015. Financiamento das pequenas e médias empresas: análise das
empresas do distrito do Porto em Portugal. São Paulo: Revista de Administração.

VAN HORNE, J. (1979). Política e administração financeira. São Paulo: Livros Técnicos e Científicos.

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