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Posicionamento Das Teses e Dissertações em Educação No
Posicionamento Das Teses e Dissertações em Educação No
1 Introdução
O ensino por competência está cada vez mais em voga na educação básica brasileira,
principalmente com a indução provocada pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) a qual
prevê a diluição do conhecimento em competências e habilidades. No entanto, essa tendência
centrada no ensino por competência é problemática na medida em que não se trata de uma proposta
“nova” e que, segundo Silva (2018; 2003), tem fortes influências de um modelo de educação
importada e dos modelos propostos pelo neoliberalismo e as pedagogias focadas no treinamento e
desempenho. A partir dessa contextualização, o presente trabalho apresenta um recorte de uma
pesquisa mais ampla que consistiu na análise de 29 teses e dissertações dos programas de pós-
graduação em educação brasileiros, publicadas no período de 2015-2019, e tem como escopo
compreender como esses trabalhos se posicionam a respeito da educação por competências na
educação básica brasileira e verificar as consequências desse modelo para a educação básica, para
as políticas educacionais e o atual estágio de discussão que essa temática (emprego do conceito) se
encontra. O objetivo geral, consiste em identificar e analisar o posicionamento político-pedagógico
nas teses e dissertações produzidas nos PPGEDU no período de 2015-2019, disponíveis no banco
de teses e dissertações da CAPES, e as possíveis consequência para a educação básica. Tendo como
base esse objetivo, o estudo concentrou-se em construir sua argumentação voltada para responder a
seguinte pergunta: o que dizem a respeito das competências na educação básica as teses e
dissertações dos programas de pós-graduação em educação (PPGEDU) no período de 2015 a 2019?
Trata-se de uma pesquisa de natureza básica: o método empregado é o analítico-hermenêutico;
quanto a abordagem do problema, consiste numa pesquisa qualitativa e quantitativa; quanto aos
objetivos, é uma pesquisa descritiva-analítica; e quanto aos seus procedimentos, caracteriza-se
como uma meta-pesquisa. A coleta de dados deu-se por meio da busca e análise de teses e
dissertações disponíveis no catálogo de teses e dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (CAPES), donde resultou a amostra de 29 trabalhos acadêmicos
distribuídos entre teses e dissertações.
2 Desenvolvimento
Posicionamentos
Não há posicionamento
9
31% 17
59%
Total: 29 trabalhos
Fonte: elaborado pela autora
Esses 17 trabalhos (teses e dissertações) que alinham seus posicionamentos contra a
educação por competências, defendem que da relação educação escolar e pedagogia das
competências nasce uma formação influenciada pelo discurso neoliberal da empregabilidade que
dita uma forma de desenvolver a adaptação e a flexibilidade dos estudantes para se adaptarem ao
século XXI. Também nasce uma formação fragmentada, aligeirada que secundariza o
conhecimento, fato que resulta na retirada do direito dos mais pobres ao acesso do conhecimento
mais elaborado e na transformação da educação em um processo de adestramento (treinamento do
desempenho e comportamento). Expressões como ‘retirar os direitos dos mais pobres quanto ao
acesso ao conhecimento’, ‘negar a formação realmente humana tornando-a instrumento de domínio
da técnica para a empregabilidade’, conformar/adaptar o sujeito dentro dessa lógica naturalizando
as desigualdades sociais, o desemprego e a falta de condições mínimas de sobrevivência’, foram as
mais atribuídas por esses trabalhos para designar seus posicionamentos quanto aos objetivos que a
educação por competências tende a atingir na educação básica. Tais posicionamentos apontam o
alinhamento da noção de competência com o neoliberalismo e condutivismo.
Quanto as teses e dissertações que se alinham a defesa da educação por competências (9),
apresentam trechos que salientam os posicionamentos a favor, nesses trechos há expressões que
definem uma possível promessa da educação por competências para superar a ineficiência escolar.
Portanto, ‘superar a educação tradicional passiva e desenvolver uma educação para a resolução de
problemas em situações profissionais e sociais’, ‘educar paras demandas do século XXI’, ‘capacitar
o aprender a aprender’ e ‘mobilizar pensamento crítico’, são as expressões mais encontradas na
argumentação dessas pesquisas para designar os objetivos que a educação por competências
promete alcançar na educação básica brasileira, os quais representam ideais construtivistas da visão
sobre as competências.
3 Considerações conclusivas/parciais
Referências
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Londrina: Planta, 2004.
PERRNOUD, Fhilipe. De uma metáfora a outra: transferir ou mobilizar conhecimento. In: DOLZ,
Joaquim; OLLAGNIER, Edmée. O enigma da competência em educação. Trad. Cláudia
Schilling. Porto Alegre: Artmed, 2004.
RAMOS, Marise Nogueira. A pedagogia das competências: autonomia ou adaptação? São Paulo:
Cortez, 2006.
SACRISTÁN, J. G. Dez teses sobre a aparente utilidade das competências em educação. In:
SACRISTÁN, J. G, et al. Educar por competências: o que há de novo? Porto Alegre: Artmed,
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em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0102-
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SILVA, Monica Ribeiro da. Competências: a pedagogia do “Novo Ensino Médio”. 2003. 305 f.
Tese (Doutorado em Educação: História, Política e Sociedade) – Pontifícia Universidade Católica
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2020. Disponível em: https://revistas2.uepg.br/index.php/praxiseducativa/article/view/14901/
209209212944. Acesso em: 31 de agosto 2021.
ZABALA, Atoni.; ARNAU, Laia. Como aprender e ensinar competências. Porto Alegre:
Artmed, 2010.