Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A FONTE TRÁGICA
M~. <t>C\a q.ruxá. f3(ov áeávaTov arrEuôE,
Tàv ô' €µnpaKTov ãvTÀEL µaxaváv
(Píndaro, IIP Pltica, v. 109-10)
7
Locw, E. ''Das Lehrgedichr des Parmênides". ln: Rhein. Museum, L929,
78, p. 163, n. l; Berüner philolog. Wochemchrift, 1929, 49, p. 426-9.
8 !?. cão mais notável que vo.;i:v designe origínalmcnte um típo de faro
.sensível. Sobre a evolução dos sentidos de vo{l11, cE Fricz, K. von "Nóos
and voâv in che Homcric Poems". ln~ Clmúcal PhilokJgy, 1943, 38,
p. 79-125; "Noüs, voeiv and rhcir Ocrivatives in Presocraric Philoso-
phy... from chc Beginrungs co Parmênidcs". ln: ClassicaL Phi"lology, 1945,
40, p. 223-42.
9 Met., í, 5, l009bl2 ss., De animn, III, 3, 427a 21-29; Teofrasro, De
18
Assim, a p ropósiro da epiJepsia: De morbo sacro, cap. 7, 14. Cf.
Hüttmeier, F., arr. cit., p. 53, 60. Observe-se que Arisrórelt>s recupera a
oposiç.ão méd ica entre <jlpovEiv e rrapaq,povE1v {que não é um simples
ciUotj>povEí v): cf. acima, p 250. n. 10.
19 !bid., 372. 10-374, 20; 386, 17; 388, 11 Liccre.
20 De fottibu.s, cap. 13-14 (cf. Hüffmeier, p. 61).
21 De 11im1. {ílEpl füatT l\S), cap. 35 (Hüffmcicr, p. 69 ss.).
22 Crárilo, 411e; EN, VI, 5, 1140b 12.
TERCEIRA rARTE 255
2
~ Ariscócdcs, na Eticn Ni~onurqutia, não conhece mais do que o St'.lludo
emim de "jusco mtio em relaÇãoaos praz.ere.!i" (lll, 13, l ll?b 25). Ao
fazer dessa virtude uma das quatro vircudes "cardiút. Platão resrringia
a O'w<l>pO<TÚlll) à regulação da €r.i8uµ(o (Rep.• rv. 430e). embora ainda
se encontre nele o sentido lato de ªcircunspecção" (c;f. Cdrmidr:s, 160bc;
Pedro, 253d. onde cw<!>pocnÍllll é oposra à ií~plç) . I:~u!>poaúv111:ra uma
d:is palavras-chave <la cragédia (cf. Pohlenz, M. Diegriechische Tragõdie,
l, p. 182, 270 e ss.; La libmé grecque, p. 74) e Heráclito fa2.ia da
crwct>povi;lv a ópeT~ µqÍOTTJ (fr. 112 Diels). Sobre a palavra, cf.
Wei.dich, Quae foerit 11ocis owcj>pooúv11 vis ac natura, Diss. Goercingue
U<thrbuch philos. Fa.k. Gõtt., 1922); Kollrnann, M. A. "Sophrosyne".
ln: Wienu Studien, 1941, 59, p. 12-34; Vries, G.]. de "Lúel>pwvv11 en
grec classique'º. ln: Mnemoryne, 1943, ll, p. 81- 101.
24 No domínio político, <Hr.i<j>poo1Ív11 cerminou por designar, espcc1almence
em Tuddides (cf VIII, 64, 5), um governo reputado como "modcradoH,
o governo aríscocr:hico.; cf. Pohlenz, M. La liberté grecqtJt:, p. 45, n. 1.
25 Sobre ess2 noção cm Arisróreles, cf. escudo de R. Smrk, Arisroteles-
Studim, V1 (Die Bcdcurung der alôws- iu der arisrorelischen Edük),
p. 64-86.
:"!6 Exisrcm muitos estudo gerais sobre essa noção: Fra~nkel, M. Hybris,
rese Ucrechr, 1941; Dei Grande, C. Hybrus, Nápole$, 1947.
256 PJE!Ul.r. AVBENQLiE
27 Fr. 42 Diels.
TERCE IRA PA RT E 257
34 Amigona, 725.
37
lbid., 7 19-723.
260 PrFRRE AuREl\Q\,E
38 Amigona, 1334-35.
39 Jbid.. 1347-53.
TERCEIRA PARTE 261
45 Antigona, 1049.
4G Errobeu, lll, l, 172 e ss. Hens; Diels, Vursolmuikc-. 10, fr. 3 (Cle6bulo,
1. 1Oe 13; Sólon, 1; Qullon, 1; Pícaco, 1; Bias, 7). O preceiro sobre a
phronêsis encomra-se em P1r.ico, 13 (&pám:uc cuo(fk1a11, nm5dav.
crw~puO'v11riv. dlpó1111<:nv etc.) e, segundo outra. fonre, em Sólon (fr. 4, 6
D iel$). Wilamowii:z opunha os conselhos jônicos d:i prudência (01111-
Tà tjJpovEiv. yvwfü aavTó11, Kmp(w ôpa etc.) ao ideal dórico do herói,
simbolizado por Hércules (é.iwipides' Htrakles, .Einleirung, 2ª ed., 1909,
p. 42).
264 P rllRRE AU BEN Q UE
57 Cf. Dérenne, E.. Les proces d'impíétt inrmtis aro: philoiophes à Arh~nes
au ve et au W siecles, Llege, 1930. Nesse pomo, a acusação contra Só-
cr:aces havia sido preparada por Aristófanes em As Nuvem.
58 Platão, üir, VII, 821 a; Eplnomis, 988ab. Cf. Jaeger, W Aristoceks,
p. 168; Moreau, J. Líjme dtt monde de Pl.ttton aux stoiciros, p. 112-3;
Festugiêre, Ln révéfntio71 d'Hmnes TrisJnigiste. 11: "Le Dieu cosmique",
p. 206-9.
5'> O fragmenro de Menandw é o primeiro dos Monósticos que lhe são aai-
buídos; cf. também fr. 475 Koerte; Terêncio, Heaurontimoroumenos, n.
Sobre essa filiação, cujos detalhes são coJmoversos, embora pareça se-
gura em suas grandes linhas, cf. Bickel, E. "Menanders Urwort der Hu-
manitãt". ln: Rheinisdus Museum, 1942, 91, p. 186~9 1 ; Domsciff. Fr.
•Nichrs Menschliches in mir fremd". ln: Herm~. l 943, 78, p. 110-1.
268 PIERRE AVB EN QU E
60 Uso que já S(; enconrra ern H omero (ex.: Ka Ká, á y a Oci , KpU77TtÍÔla
<j)p<wEtv). Cf Plembock, G. op. cit., p. 103 e ss., 11 3 e ss. Sobre esse
uso nos hipocráticos, cf. Hiíffmeicr, F., op. cit., p. 60 e 82.
61
Ê assim que, num rexw de juvenrude eirado por Séneca. Arisróteles fula
da raerva (verecundi11) co m i1 qual devemos abord:u as di scussões sobre
a narurezot dos deuses (Da fi!usofi11, fr. 14 R. 14 W ; Sêneca, QuestóeI
nmwair, VII, 30).
62
Cf. rambém Pseudo-lsócrares, A Dbnonicos, § 32, que nos convida 110
mm110 tempo à à0áva•a d>povi;:t" e à G11riTd d>povc::iv (manifescando,
assim, que náo compreendeu o sentido da oposição).
TERCEIRA P.'\RTE 269
* **
a humana ra2áo pretende ser mais forte que Deus" ,As Suplir11nm, 216).
Daí o sentido de soberba que se encomra igualmente em E urípides (fr.
739 Nauclc a soberba, <jipó11rims, de se saber nascido de um pai no·
bre), e Sófocles (Antlgona, 707). Porém, é sobrerudo ct>póV1Jµa que se
especializará nt!Sse sentido.
64 EN, X, 7, I 177b 33.
270 PIERRE AUBENQ.UE
quais fàlo" nunca será senão opinião (ÕÓKô<;) {fr. 34 Diels), ou o médi-
co-filósofo Alcmc:io de Crocona, para quem o saber humano é apenas
"conjecruta" (H Kµa(pwam) (fr. l Diels). Se essa ';prudência" será mais
ranie rcjvindicada pdo agnosticismo dos céticos, ela. está cambém na
origem do método experimental. Cf. Schuhl, P.-M. Essai sur la forma-
rion de la pen.rie grecqite, 2 • ed., especialmente p. 274. As primeiras eta·
pas da filosofia biológica, Revue d'Histoire der sciencer, 1952, p. 113-4;
Adeút. (ver p. 123, n. 48), f'· 87-8.
'8 Apologia, 20d.
69 fbid.• 22b ss.
73 •Av8po lf ovK iiÇlN' µ~ oii CTJn(i:v 1fiv Katf aú1ôv €moníµ riv. Alexan-
d re com preende isso de ourro modo: "é indigno do homem não busc3r
a ciência de que ele é capaz", ou seja. a filosofia. Co mpree11dc-se que
esse concra-semo tenha seduzido Hegel (Vorlesungen ilbe1· Geschíchte der
Philosophie, e. XIV, Berlim, 1833, p. 3 16-7), que esposa ral idéia;
uo homem, visro q ue é Espírito, cem o d ireito e o dever de se conside rar
como digno das coisas mais superiores" (ibid., Einleimng, r. Xlll
p. 6). M:1s Aristóreles não d i7. isso (sobre o sentido rc:striüvo de Ko-ri .
cf. Kpd T TblV ~ K<JT d11(;)pwm w , eirado acima, EN. X, 7. l l 77b 26).
0
11
~ Cf. Le problême de l'êrre..., p. 497 e ss., e o Apêndice da presente obra
(infra, p. 283 e ss.).
278 PIERRE AUBENQUE
87 A idéia de Limite não nos parece cer sido até o momento inferida da
moral de Aristóteles - e, 50mcnte a propósiro da teoria da felicidade -
senãó por L. Ollé-Laprune, em seu Essai mr ia momle d'Aristou (1881).
Ele deplora, aliás, o que considera uma limicaçáo: uquamo mais exami-
no a concepção de Aristóteles sobre a fdicidade, mais me convenço que
seu defeito, de qualquer forma, o único dessa admirável concepção, é o
de ser restrica aos limites da existência acua!" (p. 272) ou, como ele o
diz mais um a vez., de procurar a felicidade "nos limites da exisrênci.a
presence" (p. 184). Não obsta.ore, de parece mais sensível à significa-
ção posiciva dessa idéia, quando resume assim o pensamenm de Arist6-
reles: "sequer se que o homem seja quase wn <leus sem jamais esquecer
que ele não é senão homem, reduzindo-o por todos os !.a.dos aos limites
d:i existência presente. Pretende-se que ele mrontrc ai o seu ciuu (p. 205);
ua sabedoria diviniza. o homem, mm aqui mesmo" (p. 281) (itálico nos-
so). Ollé-Laprune explici ta, assim, sua inrcrprecação: "as condições im-
postas ao homem, sendo o que sãci, a felicidade em sua plenitude é um
ideal; rende-se para ela sem cessar, mas quase não se pode pretendê-la.
Enconcramo-la às vezes, mas as circunstâncias s.fo como podem ser, e
com macérias que não se domina, faz-se o melhor" (p. 170). Adiance,
porém. ele acrcscenr.a: "a vida contemplativa é rara, mas render na sua
díreçáo já é começar a possuí-la" (p. 173). A noção de ideal o conduz a
1.1ma aproximação entre o Etôos de Aristóteles e a Idéia kantiana
(p. 217-8): "para ambos [Arist6celes e Kant], o soberano bem, na con-
280 P IERRE AUBENQUE