LÍNGUA PORTUGUESA

Gramática para o CESPE – Crase – Exercícios

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GRAMÁTICA PARA O CESPE - CRASE - EXERCÍCIOS

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Para que a disseminação pública da cultura fuja a determinações pragmáticas e economi-

cistas, é necessário um espaço público de preservação, de apropriação e de reflexão.
A correção gramatical do texto seria prejudicada caso se empregasse o sinal grave indica-
tivo de crase no “a” em “fuja a determinações” (.22 e 23).

COMENTÁRIO
Neste caso, quem foge, foge a algo, exige-se a preposição “a”, porém “determinações” é
uma palavra feminina no plural, que pode ser acompanhada ou não pelo artigo “as”, mas
não pelo artigo “a”. Logo, pode-se empregar só a preposição “a”, sem acento grave, ou a
preposição + artigo “as”, com acento grave.

2. É essa revolução – exigência fundamental do movimento da educação nova – que Clapa-

rède compara à que Copérnico realizou na astronomia.
A supressão do acento grave, indicativo de crase, no trecho “que Claparède compara à
que Copérnico realizou na astronomia” (l. 5 e 6), prejudicaria a correção gramatical do
texto, dada a impossibilidade de omissão do artigo definido no contexto.

COMENTÁRIO
Claparède compara algo a algo, a preposição “a” é obrigatória. Além disso, precisa-se de
um segundo “a” para retomar “revolução”. Logo, a crase é obrigatória.

3. Atualmente há uma grande preocupação quanto à capacidade dessa ciência.

O emprego do sinal indicativo de crase em “à capacidade dessa ciência” (l. 10 e 11) é
facultativo.
ANOTAÇÕES

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COMENTÁRIO
Primeiro, se há preocupação quanto, é quanto a algo, logo, preposição obrigatória. Utilizando
o teste do sujeito é possível formar a frase “capacidade dessa ciência foi medida”, que não
soa bem, portanto, exige o artigo “a”, obrigatório. Desta forma, o acento grave neste caso é
obrigatório.

4. No trecho “O arquiteto Oscar Niemeyer transformou as ideias em prédios” (. 9 e 10), o

emprego do sinal indicativo de crase em “as ideias” é opcional.
5m

COMENTÁRIO
Quem transforma, transforma algo, neste caso “as ideias”, que é objeto direto, não exige
preposição. Logo, a crase é proibida.

5. A notícia da herança chegou certa noite quase simultaneamente com a da aprovação do

decreto que deu o voto às mulheres.
O sinal indicativo de crase em “às mulheres” (l. 4) é facultativo.

COMENTÁRIO
O pronome “que” é relativo e retoma “o decreto”, tornando-se sujeito da oração a qual ele
inicia. Quem dá, dá algo a alguém, exige-se a preposição “a”. “Mulheres” aceita o artigo
“as”. Utilizando o teste do sujeito é possível formar a frase “mulheres são inteligentes”, que
soa bem sem artigo assim como com o artigo “as”, facultativo. Logo, há a possibilidade de
se deixar somente a preposição, sem acento grave, ou utilizar a preposição + o artigo, com
acento grave obrigatório.

Obs.: sem o artigo a frase torna-se genérica, refere-se a quaisquer mulheres. Com o artigo,
pode ser que se faça referência a mulheres específicas, se houver no texto tal espe-
cificação. Porém, a banca CESPE há muito tempo não cobra esse aspecto semântico
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do acento grave. A presença ou não do acento grave depende do contexto, não só da

expressão.
10m

6. Quando voltasse era o fim da tarde e as crianças vindas do colégio exigiam-na. Assim
chegaria a noite, com sua tranquila vibração.
A introdução do sinal grave indicativo de crase em “a noite” (l.26) manteria a correção gra-
matical do texto, mas prejudicaria seu sentido original.

COMENTÁRIO
Na frase original, “a noite” é sujeito de “chegaria”. Porém, se ocorre crase, a noite deixa de ser
sujeito, o qual seria elíptico (ela). “À noite” passaria a ser uma locução adverbial de tempo.

7. O verdadeiro problema é a dificuldade do setor público de adaptar suas despesas às re-

ceitas em queda por causa da crise.
O emprego do acento grave em “às receitas” (l.27) decorre da regência do verbo “adaptar”
(l.26) e da presença do artigo definido feminino determinando o substantivo “receitas”.
15m

COMENTÁRIO
Quem adapta, adapta algo a algo, exige-se a preposição “a”. Em “às receitas” há o artigo
definido “as” acompanhando o substantivo “receitas”. Logo, o item está correto.

8. Inalterado desde a redemocratização, o sistema político brasileiro está finalmente diante

de uma oportunidade concreta de mudanças, principalmente em relação a aspectos que
dão margem a uma série de deformações e estimulam a corrupção já a partir do período
de campanha eleitoral. Se as restrições históricas às transformações não prevalecerem,
a Câmara dos Deputados deverá dar início ao debate sobre uma série de inovações com
chance de valerem já para as próximas eleições.
Mantém-se a correção gramatical do texto ao se substituir o trecho “a uma série” por “à
uma” série, dado o caráter facultativo do emprego do sinal indicativo de crase nesse caso.
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COMENTÁRIO
Quem dá, dá algo a alguém, exige-se a preposição “a”. Utilizando o teste do sujeito é possível
formar a frase “uma série de deformações foram descobertas”, que soa bem sem o artigo
“a”, que é proibido, pois já há o artigo “uma”. Logo, a crase é proibida.

9. Inalterado desde a redemocratização, o sistema político brasileiro está finalmente diante

de uma oportunidade concreta de mudanças, principalmente em relação a aspectos que
dão margem a uma série de deformações e estimulam a corrupção já a partir do período
de campanha eleitoral. Se as restrições históricas às transformações não prevalecerem,
a Câmara dos Deputados deverá dar início ao debate sobre uma série de inovações com
chance de valerem já para as próximas eleições.
O emprego do sinal indicativo de crase em “às transformações” justifica-se porque o termo
“restrições” exige complemento regido pela preposição a e a palavra “transformações”
está precedida de artigo definido feminino no plural.

COMENTÁRIO
Se são restrições, são restrições a algo, exige-se a preposição “a”. “Transformações” aceita
o artigo “as”, por ser um substantivo feminino plural. Logo, item correto.

10. Exceção a essa regra foi a Inglaterra, onde, já em 1215, o poder do rei passou a ser um
tanto limitado pelos nobres, que o obrigaram a pedir autorização a um conselho constituí-
do por vinte e cinco barões para aumentar os impostos.
No trecho “Exceção a essa regra”, é opcional o emprego do sinal indicativo de crase no “a”.

COMENTÁRIO
Se é uma exceção, é uma exceção a algo. Porém, o pronome demonstrativo “essa” rejeita
a ocorrência do artigo. Logo, não pode haver crase.
20m
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11. Lutadores como ele têm lições para ensinar às outras carreiras. Longe do octógono,
muitos executivos travam batalhas diárias para aprovar projetos, coordenar equipes e
se destacar.
O emprego do acento indicativo de crase em “às” deve-se à presença do verbo “ensinar”,
cujo complemento deve ser introduzido pela preposição a.

COMENTÁRIO
Quem ensina, ensina algo a alguém, exige-se a preposição “a”. “Outras carreiras” aceita o
artigo “as”, é possível dizer “as outras carreiras são melhores”. Logo, item correto.

12. As operadoras de planos de saúde deverão criar1 ouvidorias vinculadas às suas estrutu-
ras organizacionais. A determinação é da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)
em norma que será publicada no Diário Oficial da União.
Na linha 2, o emprego do sinal indicativo de crase em “às suas” justifica-se porque o termo
“vinculadas” exige complemento regido pela preposição a e o pronome possessivo “suas”
vem antecedido por artigo definido feminino plural.

COMENTÁRIO
Observa-se que não são ouvidorias quaisquer, são ouvidorias vinculadas. “Vinculadas” é
adjetivo, pois “ouvidorias” é substantivo. Se elas são vinculadas, elas são vinculadas a algo,
exige-se a preposição “a”. Além disso, “suas estruturas organizacionais” aceita o artigo “as”.

13. É interessante notar que, em 1750, com a assinatura do Tratado de Madri, o Brasil já tinha
uma configuração territorial bastante semelhante à de hoje.
Imediatamente antes do trecho “de hoje”, está implícita a ideia de “configuração territorial”,
pelo que se justifica o emprego do sinal indicativo de crase na linha.

COMENTÁRIO
Se é semelhante, é semelhante a, exige-se a preposição “a”. O segundo “a” pode ser
pronome ou artigo demonstrativo que retoma “configuração territorial”. Logo, item certo.
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14. Além disso, as promoções devem ser mais transparentes e ampliadas a todos os contra-
tantes, estendendo-se aos que já possuem produtos e não usufruem de nenhuma condi-
ção especial.
A sequência “aos que” (R.13) poderia ser substituída, sem prejuízo do sentido e da corre-
ção gramatical do texto, por àqueles que.

COMENTÁRIO
Esse “aos” é uma preposição exigida pelo verbo junto com o artigo “os” (equivalente a
“aqueles” e “contratantes”). Assim, se a substituição for feita, deve-se empregar o acento
grave. O “que” é pronome relativo, que pode ser substituídos por “os quais”.
25m

15. A capacidade instalada de geração da usina é de 14 GW, com vinte unidades geradoras
que fornecem, cada uma, 700 MW. Suas turbinas produzem entre 90 e 94-95 milhões de
MWh, anualmente, uma oferta de energia superior à que vem conseguindo a hidrelétrica
chinesa de Três Gargantas.
Em “superior à que vem conseguindo” (R.18), o elemento “à” está acentuado em razão de
sua subordinação sintática à forma verbal “vem conseguindo”.

COMENTÁRIO
Se é superior, é superior a algo, exige-se a preposição “a”. O segundo “a” retoma “oferta de
energia”. Logo, a preposição é obrigatória. Porém, há um equívoco na afirmação de que a
preposição se subordina sintaticamente à forma verbal “vem conseguindo”, pois na verdade
a subordinação é ao adjetivo “superior”.

GABARITO
1. C
2. C
3. E
4. E
5. E
6. C
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7. C
8. E
9. C
10. E
11. C
12. C
13. C
14. C
15. E

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Elias Santana.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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