1) O documento discute a 1a Revolução Industrial e as mudanças sociais que trouxe, incluindo a urbanização.
2) Compara as atrizes Sarah Bernhardt e Eleonora Duse, com diferentes pontos de vista sobre suas habilidades artísticas.
3) Apresenta trechos da peça A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas Filho, que inspirou a ópera La Traviata.
1) O documento discute a 1a Revolução Industrial e as mudanças sociais que trouxe, incluindo a urbanização.
2) Compara as atrizes Sarah Bernhardt e Eleonora Duse, com diferentes pontos de vista sobre suas habilidades artísticas.
3) Apresenta trechos da peça A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas Filho, que inspirou a ópera La Traviata.
1) O documento discute a 1a Revolução Industrial e as mudanças sociais que trouxe, incluindo a urbanização.
2) Compara as atrizes Sarah Bernhardt e Eleonora Duse, com diferentes pontos de vista sobre suas habilidades artísticas.
3) Apresenta trechos da peça A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas Filho, que inspirou a ópera La Traviata.
A 1º Revolução Industrial apresentou uma nova forma de organização social,
juntamente com o fenômeno do Urbanismo, que transitava famílias que viviam
em zonas rurais para o convívio nas grandes cidades. Tais mudanças e falhas constantemente presentes atraiam os olhares de pensadores que discerniam suas ideias daquelas normalizadas, criando assim um abismo que passava a diferenciar as escolas de seu contexto, transitando do Romantismo para uma forma mais realista de se observar os parâmetros da sociedade. Sarah Bernhardt interpretou a Dama das Camélias em 1880, como Margarida Gauthier, tornando-se um fenômeno, visto o impacto que a peça possuiu em diversas partes do mundo. Seria incorreto dizer que Sarah fez sucesso como Margarida. Ela fora por um longo tempo, a própria Margarida, e durante trinta anos atriz nenhuma, por mais que tentasse, conseguiu alterar esse fato. Duse fora uma grande admiradora de Sarah Bernhardt, consumindo muito de seus trabalhos: “Senti-me liberada, senti que tinha o direito de fazer o que bem quisesse. Fui a todos os espetáculos, para ouvir e chorar. Eis aí uma mulher que enobrece a profissão, que induz a plateia a respeitar o Belo curvar-se diante da Arte.” Entretanto, Sarah Bernhardt não pretendia possuir a mesma opinião: “ é mais atriz do que artista. Trilha os caminhos que outros abriram para ela. Contudo jamais criou uma personagem que possa se identificar com ela... Usa as luvas de outras pessoas, mas calça-as pelo avesso. Eleonora Duse -1858 - Sarah Bernhardt -1844 - 1924 Faz tudo isso com uma graça infinita e um inconsciente 1923 abandono. É uma grande atriz [...], porém não é uma grande artista.” Tchekhov não havia se convencido da genialidade de Sarah Bernhardt, em uma de suas colunas, escreveu: “Se empilhássemos tudo que se escreveu sobre ela e vendêssemos essa pilha a toneladas [...] poderíamos pelo menos dar jantar e ceia aos cavalos...” Em seu último artigo, escrevera: “No entanto não escreverei mais nada sobre ela, mesmo que o editor me pague cinquenta copeques por linha. Esgotei minha capacidade de escrever! Peço demissão!” Anton Tchekhov – 1860 - 1904 A atriz e professora, Uta Hagen já havia também apresentado seu ponto de vista em relação ás duas celebres atrizes, separando a atuação de Sarah Bernhardt em Representacional e a de Eleonora Duse de Presentacional: “A interpretação formalizada, externa (representacional), tem forte tendência de seguir a moda. A interpretação interna (presentacional) rejeita a moda e, por consequência, pode se tornar tão atemporal como a própria experiencia humana.
Uta Hagen 1919 - 2004
Quando a carta fora publicada por Emile Zola, Sarah Bernhardt se solidarizou com a causa, replicando uma carta ao mesmo: "Permita-se falar da emoção inexprimível que senti ao ler seu clamor por justiça. [...] Todavia estou angustiada, assombrada com a situação, e as belas palavras que o senhor escreveu ontem trouxeram imenso alívio a meu grande sofrimento. [...] Sigmund Freud também se tornou um admirador de Sarah Bernhardt. Em 1885 estava em Paris em seus estudos de hipnotismo, e assistiu Bernhardt em Teodora, ele a descreveu como: “Não tenho nada de bom para dizer sobre a peça em si [...], Mas como essa Sarah representa! Depois de ouvir as primeiras palavras de sua voz adorável e vibrante, senti como se a conhecesse há anos. Nada do que ela dissesse me surpreenderia; acreditei de imediato em tudo que falou. [...] Uma criatura curiosa: imagino que não deva ser na vida diferente do que é no palco.” La Traviata foi composta baseada no romance A dama das camélias. A obra foi escrita em 1848 por Alexandre Dumas Filho a partir de uma experiência autobiográfica do autor. Em português, o nome significa “A mulher caída” e se trata de uma ópera dividida em quatro atos. Em síntese, é uma história de amor e tragédia. A Dama das Camélias Alexandre Dumas Filho Filho de Alexandre Dumas pai, Alexandre Dumas filho esteve presente no desenvolvimento deste novo movimento centrado em uma perspectiva naturalista, sendo ele um dramaturgo que persistiu em suas referências românticas grande parte de sua vida. Em contraste á personalidade de seu pai, Dumas filho mostrou-se propenso á melancolia, perpetrando temas cuja veracidade estimava em grande parte, delatar aspectos sobre o amor e a vida suburbana. Havia retirado tais perspectivas em sua imersão no estilo de vida parisiense. A “Dama das Camélias” Dumas filho conhecera a sua inspiração em Paris. Descrevera Marie Duplessis como uma “Leoa” pela sua personalidade e sua elegância, entretanto Marie mesmo provinda de família empobrecida, tinha seu estilo de vida abundante devido a seus amantes abastados, e fora este patamar ao qual Marie não estava pronta para abandonar. Dumas filho era um homem de pouco luxo, e tal contraste a fizeram não prosseguir com seu amor. Casou- se então com grande compositor erudito Franz Liszt. Marie Duplessis morrera aos seus 23 anos de idade, devido a tuberculose. Ato I Cena V Cena X Margarida – Rosas e goivos. Leve essas Margarida - Mas se eu me tratasse, eu morreria, flores´para o seu quarto, Nanine. meu amigo. O que ainda me sustenta é a Varville – Por que? Não gostou? agitação da vida que levo. Me tratar... Isso é Margarida - Como é que me chamam? bom para as moças de sociedade, as que tem Varville – Margarida Gauthier. família e amigos: mas nós, quando não Margarida – Que apelido me deram? servimos mais, nem para o prazer nem para a Varville – A dama das camélias. vaidade de ninguém, somos postas de lado. E Margarida – Por que? às noites sem fim, sucedem os dias sem fim; eu Varville – Porque são as únicas flores sei disso, estive de cama dois meses, depois de que costuma usar. três semanas, ninguém mais vinha me ver. Ato II Cena X Margarida - Porque há momentos que eu não quero interromper o sonho começado, porque há dias em que me sinto fatigada dessa vida que levo; porque no meio de nossa existência ruidosa, a cabeça a vaidade, os sentidos vivem... mas o coração aperta e como não pode se expandir, sufoca. Parece que somos felizes e nos invejam. De fato, temos amantes que se arruínam, não por nossa causa, como dizem, mas por causa de sua vaidade... Pouco se importam com o que fazemos, contanto que frequentem o nosso camarote ou se pavoneiem em nossas carruagens. É assim á nossa volta, vaidade, vergonha, mentira... Estava querendo o impossível; uma frase sua me fez cair em mim... Ato III Cena III Margarida - Sei que acreditam em mim porque é com o coração que me ouvem. Há momentos em que me esqueço do que fui; em que a mulher de outros tempos se destaca de tal forma da mulher Cena IV de hoje... Estranha aos meus próprios Margarida – De fato, com que direito irá olhos, estranha aos olhos dos outros! ocupar no seio da família um lugar reservado á virtude? Que importa se está apaixonada! Que Cena IV homem lhe chamaria esposa, que criança lhe Duval – Não está vendo daqui a sua dupla chamaria mãe? É preciso obedecer [...] o senhor velhice, duplamente deserta, duplamente inútil? dirá á essa moça que só tinha uma esperança, e Que lembrança vai deixar? Que bem terá que hei de renunciar a tudo, e esmagar o coração praticado? Não, Margarida, a vida é feita de com as próprias mãos até morrer. Porque eu vou morrer, e talvez então, Deus me perdoe. necessidades cruéis... Foi feliz durante três meses, não manche uma felicidade que já não pode durar... Ato IV Cena VI Cena VI Armando – Escute Margarida... no estado em que estou Armando – Entregou-se a ele, porque é um homem é capaz de tudo, mesmo de uma infâmia. Por uma mulher sem lealdade e sem coração, um momento o ódio que me repelia – era o amor; o amor porque o seu amor pertence a quem paga invencível, rancoroso, machucado, acrescido do remorso, melhor. Porque, diante do sacrifício que ia do desprezo e da vergonha. Porque, depois do que fazer, faltou-lhe coragem e deixou-se aconteceu tenho vergonha do que sinto. Mas diga uma vencer pelos instintos. [...] porque este única palavra de arrependimento, atire a culpa no acaso, na homem que lhe dedicava a própria vida, fatalidade, na fraqueza, que eu esqueço de tudo. Que me que lhe confiara a própria honra, valia importa esse homem? Só o odeio porque você o ama. Se menos, aos seus olhos, que os cavalos de disser que ainda me ama, eu te perdoo. Fugiremos de sua carruagem, ou as joias de seu colo. Paris e do passado, iremos até o fim do mundo se for preciso, até onde não exista mais ninguém, só nós e o nosso amor. Ato V Cena VI Cena VII Margarida – Diga-lhe que Armando Margarida – Escute, abra essa gaveta e pegue um voltou e que eu quero viver, que eu medalhão... é o meu retrato, no tempo em que eu era preciso viver... Se sua volta não me bonita! Mas se algum dia uma moça bonita se apaixonar salvou, o que irá me salvar? Mais por você... e se ela encontrar esse retrato... diga que é de cedo ou mais tarde aquilo que foi a uma velha amiga que morreu... Mas se ela tiver ciúmes nossa vida acaba nos matando. Eu vivi do passado, como nós mulheres costumamos ter, se te de amor – estou morrendo de amor. pedir o sacrifício desta lembrança, faça-o sem medo e sem remorsos; será muito justo e, desde já, eu te perdoo... Juro que quando a gente é feliz, não é difícil morrer... Sobre o Teatro de Dumas Filho Da sua obra que terá ficado? Justamente aquele drama da mocidade, até hoje representado, e com sucesso, pelo mundo a fora: “A Dama das Camélias”. O resto sumiu. Como o próprio Dumas Filho previra... Era bastante inteligente e viveu bastante para perceber que a sua glória pouco mais havia de durar. Dois novos autores, Becque e Ibsen, subiam no horizonte teatral. O teatro romântico vivera. Surgia o teatro realista. Comentários, Alfredo Mesquita – A Dama das Camélias, Alexandre Dumas Filho. Henry Becque – 1837 - Henrik Ibsen – 1828 - 1906 1889