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TRABALHANDO ÂNGULOS E DIAGONAIS DE POLÍGONOS

REGULARES COM PALITOS DE SORVETE

Amorim, Gisele Lima de, giliam-03@hotmail.com1


Melo, Vanio Fragoso de, vanio@im.ufal.br 2
1
Graduanda em Matemática Licenciatura pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
2
Professor Doutor do Instituto de Matemática - UFAL

Resumo: O trabalho apresentado e realizado numa Escola Pública da Rede Estadual, localizado no Centro
Educacional de Pesquisa Aplicada (CEPA), pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência
(PIBID/IM/UFAL) teve como propósito reforçar o estudo de ângulos e diagonais de polígonos vistos no 8° ano
do ensino fundamental II, via oficina, utilizando palitos de picolé, percevejos e barbante. Com uma metodologia
que foge ao “ensino tradicional” usualmente visto em sala de aula, essa aula lúdica tinha como propósito
mostrar que polígonos equiláteros não possuíam necessariamente ângulos iguais e que através de uma única
informação poderíamos descobrir qual o polígono deveria ser formado. Vimos também a propriedade da
rigidez do triângulo. A aula começava com charadas que envolviam características de determinado polígono,
como a diagonal, por exemplo, e os grupos formados com até cinco alunos usavam fórmulas vista em sala para
descobrir e montar o polígono utilizando os materiais recebidos. Ao término das charadas cada grupo traçava
as diagonais de um polígono utilizando barbante.

Palavras-chave: ângulos, polígonos, diagonais, fórmulas.

INTRODUÇÃO

A oficina utilizada foi adaptada (modificações significativas foram feitas) a partir da atividade sugerida no
livro dos autores Giovanni et al. (2007). Com palitos de picolé de mesmo tamanho e previamente furados com o
auxílio de um percevejo, as fórmulas necessárias para as resoluções das charadas foram colocadas no quadro do
laboratório de matemática, sala a qual os alunos foram levados, onde já continha bancas separadas para cinco
alunos e os palitos e percevejos. O projeto tinha como objetivo reconhecer, nomear de acordo com o número de
lados e identificar os elementos de polígonos; identificar e determinar o número de diagonais, identificar o
polígono dado a partir do número de diagonais e calcular a soma das medidas dos ângulos internos de um
polígono convexo qualquer. Buscamos com essa atividade sair do lugar comum da aula tradicional, para
proporcionar uma aula dinâmica, significativa e com uma maior participação dos alunos.

METODOLOGIA

Iniciamos com uma revisão e explicação de soma de ângulos internos e externos de número de diagonais de
um polígono regular para então começar a trabalhar com o lúdico. A primeira charada foi dita ao mesmo tempo
para que todos pudessem tentar montar o polígono, à medida que os grupos montavam ia levantando as mãos,
um dos responsáveis pela turma conferia se o polígono montado estava correto, se não o grupo tinha a chance de
refazê-lo, se sim o grupo podia avançar para a próxima pergunta. Alguns grupos se interessaram em ser rápidos
enquanto outros preferiram ter calma e não errar. Os alunos procuraram quase o tempo todo a ajuda dos
pibidianos presentes e o interesse parecia aumentar junto ao grau de dificuldade de cada charada. Quando
faltavam 20 min para o fim da aula, cada grupo sorteava um número de um a doze, e ganhava um polígono onde
o número de lados variava de 3 a 14 para que eles pudessem traçar as diagonais presentes no polígono utilizando
o barbante. Para obtenção de dados foi usado como comparativo uma avaliação usual aplicada dois dias antes
com a turma de 8° ano ‘B’ com 27 alunos presentes, como mostrados na tabela 1, e a avaliação do projeto foi
feita a partir da participação dos alunos e resolução de charadas. Foi realizada experimentalmente que o único
polígono com a propriedade de rigidez é o triângulo, isto é, todos os outros se deformam enquanto o triângulo
não. Abaixo apresentamos as CHARADAS utilizadas:

1. Diagonais: a) O polígono não possui diagonal. b) Sabe-se que desse polígono, partem 12 diagonais de
cada vértice. c) O número de diagonais é igual ao quádruplo do número de lados. d) O número de diagonais é
igual ao número de lados.

2. Soma Dos Ângulos Internos: a) A Si é igual a 1800° (Si=soma de ângulos internos). b) Em um polígono
temos que Si + Se=1080° (Se=soma de ângulos externos). c) A Si desse polígono é 2160°. d) Na decomposição
desse polígono cabem 12 triângulos.

3. Ângulos Internos e Externos: a) O ângulo externo desse polígono mede 24°. b) Seu ângulo interno
mede 135°. c) A Si é igual ao quádruplo de Se. d) O ângulo externo desse polígono é igual a 30°.

Tabela 1: Levantamento de notas

Alunos com nota Alunos com Alunos com nota


não satisfatória nota regular satisfatória
Antes do projeto 42,85% 42,85% 14,30%
Depois do projeto 29,62% 22,24% 48,14%

Figura 1 Figura 2

Fonte: Acervo PIBID, 2019.

CONCLUSÕES

Para descobrir o polígono por trás das charadas era necessário utilizar equações de primeiro grau, e muitos
alunos pediram auxílio. Notou-se que ainda há uma dificuldade muito grande com assuntos que deveriam ter
sido aprendidos anteriormente. Contudo, após algumas explicações e revisões sobre tais assuntos, os alunos
conseguiram desenvolver bem as charadas e conseguiram realizar a dinâmica. Pôde ser percebido também que
os alunos que não conseguiam desenvolver as partes de cálculo com mais facilidade tinham uma habilidade
maior para montar os polígonos utilizando os materiais e para traçar as diagonais. Desta forma, pode-se concluir
que mais da metade dos alunos conseguiram assimilar melhor o assunto dado teoricamente quando puderam
manusear o objeto de estudo. O uso da oficina, do lúdico e de material concreto, além do uso do laboratório,
gerou uma maior motivação, participação dos alunos e uma aprendizagem de forma mais dinâmica e divertida.

REFERÊNCIAS

GIOVANNI, J. R.; CASTRUCCI, B.; GIOVANNI JR, J. R. A Conquista da Matemática, 8° Ano. Edição
Renovada. Editora FTD, 2007.

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