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POLUIÇÃO VISUAL E A POSSÍVEL AFRONTA A LEGISLAÇÃO VIGENTE POR

PARTE DAS CONCESSIONÁRIAS DE ENERGIA ELÉTRICA

VISUAL POLLUTION AND THE POSSIBLE AFFECT TO THE CURRENT


LEGISLATION BY ENERGY CONCESSIONAIRE

Izabelly Ribeiro de Araújo¹


Wilderlan Barreto Brito1
Islamara da Costa

Resumo: O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado não se trata apenas do plano
ecológico, visto que, nas ciências jurídicas, o meio ambiente tem função social intrínseca ao
desenvolvimento da sociedade em todas as suas nuances, sobretudo quando se trata de bem-
estar e qualidade de vida. Dentro dessa abordagem, destaca-se uma situação bastante comum
em cidades de todo o globo, especialmente brasileiras, qual seja a poluição visual imposta por
concessionárias de energia elétrica ao expor emaranhados de fios nas redes aéreas de energia.
O presente artigo tem a finalidade de analisar o comportamento das concessionárias de energia
elétrica brasileiras frente aos dispositivos legais que versam sobre poluição visual. De forma
mais específica, se pretende analisar a legislação infraconstitucional vigente que versa sobre
poluição visual; investigar se existe afronta, por parte destas concessionárias, a estas
legislações; e propor as medidas cabíveis para adequação da realidade às normas existentes. A
metodologia utilizada neste trabalho classifica-se como qualitativa, com revisão bibliográfica,
identificada pela análise documental de leis, artigos e doutrinas encontradas em bases de dados
como Web of Science, Google Acadêmico e periódicos científicos pertinentes a temática sobre
poluição visual por redes aéreas de energia, preferencialmente entre os anos de 2015 a 2021.

Palavras-Chave: Direito ambiental. Poluição visual. Rede aérea de energia elétrica.

Abstract: The right to an ecologically balanced environment is not just about the ecological
plan, since, in the legal sciences, the environmental has a social function intrinsic to the
development of society in all its nuances, especially when it comes to well-being and quality of
life. Within this approach, a very common situation is highlighted in cities all over the globe,
especially in Brazil, which is the visual pollution imposed by electricity concessionaires when
exposing bundles of wires in the aerial energy networks. This article aims to analyze the
behavior of brasilian electric utilities in the face of legal devices that deal with visual pollution.
More specifically, whether it intends to analyze existing infraconstitucional legislation dealing
with visual pollution; investigate whether these dealers are infringing these laws; and propose
appropriate measures to bring reality into line with existing standards. The methodology used
in this work is classified as qualitative, with bibliographic review, identified by the
documentary analysis of laws, articles and doctrines found in databases such as Web of Science,
Google Academic and

1
Acadêmico do curso de Direito da Universidade Potiguar (UnP) da rede Ânima de Educação. E-mail:
wilderlan11@hotmail.com; izabellyaraujo10@hotmail.com. Artigo apresentado como requisito parcial para a
conclusão do curso de Graduação em Direito da Universidade Potiguar (UnP) da Rede Ânima de Educação.
2022. Orientadora: Prof. Islamara da Costa, Mestranda em Psicologia, Especialista em Direito Tributário e
docente da Faculdade de Direito (UnP).
2

scientific journals relevant to the topic of visual pollution by aerial energy networks, preferably
between the years 2015 to 2021.

Key-Words: Environmental law. Visual pollution. Overhead electricity grid.

1. INTRODUÇÃO

Deparar-se com postes que fornecem energia elétrica em áreas urbanas, principalmente
de grandes metrópoles, é uma realidade bastante comum, sobretudo quando estes suportam uma
carga exacerbada de fios, e com alinhamento desregulado, sendo possível encontrar facilmente
fiações soltas ou em altura passível de causar acidentes.
Faz-se necessário esclarecer, no entanto, que a situação atual da má organização da
fiação que há nos postes que levam eletricidade até os imóveis não se dá somente em virtude
do trabalho das concessionárias de energia elétrica. Os fornecedores de serviços como internet,
televisão à cabo e telefonia fixa, contribuem significativamente para a desordem que é
encontrada. No entanto, mister ressaltar que o presente trabalho se atém tão somente às
concessionárias de energia elétrica, podendo aplicar assim o princípio da simetria para a
responsabilidade dos demais prestadores de serviço retro citados.
Há em vigência na legislação infraconstitucional brasileira a Lei nº 6.938/1981,
responsável por dispor acerca da Política Nacional do Meio Ambiente, que regulamenta o uso
de diversos modos de atuação das mais variadas vertentes de serviços, inclusive acerca da
poluição visual, dispondo sobre sanções passíveis de serem aplicadas caso haja
descumprimento do regulamentado.
Não obstante apenas a legislação infraconstitucional, é necessário destacar o capítulo
VI da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, o qual trata exclusivamente do
meio ambiente, como também outros artigos do texto constitucional que, embora não façam
parte do capítulo, tratam de matéria ambiental, buscando salvaguardar os recursos naturais e a
qualidade do meio ambiente.
É de conhecimento público que os dispositivos, sobretudo quando se trata de matéria
ambiental, são frequentemente descumpridos e as punições não são postas em prática, o que
leva, consequentemente, a repetição das infrações que vão muito além do desrespeito ao Direito
Ambiental e à legislação supracitada, uma vez que deixam a população exposta a possíveis
acidentes elétricos – não tão raros de acontecer – em virtude da falta de segurança.
Nesse caso, é indispensável uma análise acerca da funcionalidade desta lei e da possível
omissão no tocante às infrações cometidas pelas concessionárias de energia elétrica, bem como
3

pelas demais prestadoras de serviço que fazem uso de fiações externas para que seja possível
entregar o que foi ofertado aos seus clientes.
Nessa esteira, o presente estudo debruçar-se-á sobre a legislação mencionada em supra,
bem como a postura das prestadoras de serviço acerca do tema ambiental, buscando investigar
casos de omissão e o porquê destes. Não sendo o bastante, tratar-se-á sobre os riscos a que
ficam expostos a população e a poluição visual causada pela desorganização no ato da
instalação e a falta de fiscalização posterior, a fim de verificar se há cumprimento das normas
estabelecidas.
Desse modo, trata-se de uma pesquisa qualitativa, tendo em vista seu caráter de
investigação bibliográfica sobre o tema, objetivando chegar a uma resposta para a omissão
presenciada hodiernamente e propor uma solução para que as distribuidoras de energia elétrica
sigam as recomendações para o melhor estado da população no que concerne à possíveis riscos
e ao meio ambiente.
É necessário deixar claro que a presente pesquisa não se propõe ao esgotamento da
temática, muito menos apresentar novas metodologias para implantação de redes aéreas de
energia. O intuito aqui é apresentar situações conflitantes com a legislação ambiental
vivenciadas hodiernamente e que, por vezes, não são percebidas pela sociedade ou são
ignoradas.

2. POLUIÇÃO VISUAL NO MUNDO

2.1 CONCEITO

Inicialmente, vale destacar que o termo “poluição visual” vem sendo construído ao
longo do tempo. A literatura destaca que desde meados do século XIX surgem tipos variados
de poluição, destacando a poluição hídrica e atmosférica, os quais têm efeitos nocivos ao meio
ambiente. A partir da década de 1970 foram surgindo instrumentos normativos em todo o globo
que apresentavam outros tipos de poluição, v.g. poluição luminosa e visual, exigindo-se o seu
cumprimento por parte das autoridades estaduais e municipais. Sobre isso, a Suprema Corte dos
EUA entendeu que a poluição não se restringe apenas à atmosfera e aos recursos hídricos, de
maneira que também pode ofender o campo visual e auditivo (WAKIL, 2019).
Desde então, muito se discute, principalmente nos países desenvolvidos, acerca da
poluição visual e seus impactos na sociedade, sobretudo na saúde e segurança social. Este tipo
de poluição pode ser conceituado nos termos de Choudhary (2016) e Wakil (2019), os quais
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concordam que é o tipo de poluição que agride a visão humana, o espaço urbano, a saúde física
e mental dos indivíduos, além de causar sérios problemas de ordem econômica na sociedade.
Ainda sobre seu conceito, Jana (2015) e Chmielewski et al (2016), em pesquisa acerca
da poluição visual e seus efeitos na comunidade urbana e suburbana de Bengala, na Índia, trata
a poluição visual como a variedade e o acúmulo de materiais das mais variadas formas, cores e
tamanhos, sem qualquer tipo de ordenamento na paisagem urbana, havendo assim completa
desordem visual, o que compromete a qualidade paisagística.
Não obstante aos conceitos apresentados pelos autores acima, mister se faz deixar claro
que o conceito do termo “poluição visual” não se comunica inteiramente com a definição de
desordem em uma determinada localidade. Sobre isso, Marco et al (2015) assevera que em
determinados bairros podem haver quebra de ordem de determinados objetos ou do controle
social, o que pode vir a prejudicar a qualidade de vida, como veículos abandonados, imóveis
deteriorados etc., e mesmo assim não configurar poluição visual. Conforme assevera Portella
(2014), em pesquisa na cidade de Londres, a poluição visual está ligada a ordem e simetria dos
espaços públicos da sociedade.
É inegável que o crescimento populacional traz consigo a necessidade de maior
desenvolvimento no que se refere à urbanização, sobretudo quando considerado também a
imprescindibilidade de resposta para as complexas demandas urbanas no cenário global.
Em alguns países o crescimento urbano está associado a muitos outros fatores, sobretudo
a dinâmica econômica que este vivencia, sendo necessário um plano de prestação de serviços
bem delineado, sob o risco de degradação da paisagem urbana, e.g., redes aéreas de energia,
fios pendurados de telefonia, internet etc. Desta feita, a poluição visual, em contraste com outras
espécies de poluição, vem sendo corriqueiramente negligenciada no desenvolvimento urbano
(WAKIL et al, 2019).

2.2 ESTUDOS DE CASO

Recente pesquisa do Departamento de Planejamento Urbano e Regional, vinculado a


Universidade Nacional de Ciência e Tecnologia do Paquistão, revela que que o emaranhado de
fios presentes nas redes aéreas de energia elétrica é o quarto maior objeto de poluição visual do
país, responsável por 11.1% de sua poluição visual, ficando atrás apenas dos edifícios em
ruínas, 13,8%; propagandas e sinalizações, 20,1%; e a disposição inadequada de resíduos
sólidos, 23,8% (WAKIL et al, 2019).
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Alguns Estados brasileiros já começam a caminhar no sentido de eliminar de forma


gradativa os fios presentes nas redes aéreas de energia. Em Divinópolis (MG) foi editado o
decreto nº 14.920/22 que regulamenta a lei nº 8.493/18, a qual prevê a retirada de fios em desuso
e desordenados existentes na rede aérea de energia elétrica dentro de 180 dias (Divinópolis/MG,
2018). A empresa ou concessionária que não obedecer ao ato normativo poderá ser multada a
cada notificação, chegando ao dobro em caso de reincidente, in verbis:

Art. 1º - Fica a empresa concessionária ou permissionária de energia elétrica, obrigada


a realizar o alinhamento dos fios por ela utilizados e a retirada dos seus fios não
utilizados nos postes existentes no município de Divinópolis.
(...)
Art. 6º - Para quem não cumprir o disposto nesta Lei, será aplicada a seguinte
penalização:
I - à empresa concessionária ou permissionária, multa de 50 (cinquenta) Unidades
Padrão Monetária - UPMs do Município de Divinópolis, para cada notificação não
atendida em até 30 (trinta) dias após o recebimento da mesma; e
II - à empresa que utiliza os postes da concessionária ou permissionária de energia
elétrica para suporte de seus cabeamentos, multa de 40 (quarenta) Unidades Padrão
Monetária - UPMs do Município de Divinópolis, para cada notificação não atendida
em até 30 (trinta) dias após o recebimento da mesma (DIVINÓPOLIS, 2018).

Outro exemplo claro de remediação da poluição visual é a edição da Lei Complementar


Municipal nº 206/2011, do município de Osasco/SP, que trata sobre a ordenação da paisagem
e dá outras providências. Seu artigo 3º apresenta um rol de pontos importantes para sua
aplicabilidade. É bem verdade que o texto da referida lei não trata especificamente sobre a
poluição visual causada por redes aéreas de energia, porém, na ilação de seu texto legal, é
possível interpretar de maneira extensiva, sobretudo quando analisado o texto dos incisos V e
VI, que definem o bem de uso comum e bem de valor cultural, respectivamente (OSASCO,
2011).
Ainda tratando dos exemplos, recente pesquisa sobre a percepção da poluição visual no
centro urbano de Mossoró/RN aponta que 15% dos entrevistados considera como crime
ambiental aquilo que afeta a paisagem do local, enquanto 13,6% alegam que a poluição visual
pode ser considerada crime, uma vez que pode afetar a saúde. Os resultados apontam para uma
desordem da paisagem local com prejuízos sociais e ambientais, visto que se desdobra em
problemas psicológicos e afeta o senso estético. (GOMES, 2019).
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3. PRINCÍPIOS QUE REGEM O DIREITO AMBIENTAL

Outrora, os princípios eram vistos apenas como um norteador para a tomada de decisões
jurídicas, no entanto, após o pós positivismo, foram tomados por uma força legal muito mais
latente, fazendo-se presentes tanto quanto as leis, dotados de força, no ordenamento jurídico
pátrio:

A cada dia reconhece-se mais e mais a importância dos princípios para o mundo do
direito. Se em um dado momento da evolução da ciência jurídica eram eles vistos —
no mesmo patamar dos costumes e da analogia — como mera fonte de integração (ou
seja, mecanismos para suprir as lacunas da lei), hoje não mais se nega sua força
normativa.
Em outras palavras, os princípios, especialmente com o advento do chamado pós-
positivismo, são hoje reconhecidos como verdadeiras normas jurídicas, capazes de
criar direitos, obrigações, etc., nas mais variadas situações concretas, ainda que não
seja constatada qualquer lacuna (RODRIGUES, 2021, p. 160).

Na mesma esteira, Ingo Wolfgang Sarlet e Tiago Fensterseifer (2021) asseveram que:

Em razão de sua natureza jurídico-normativa, os princípios são fundamentais na


aplicação e desenvolvimento do Direito Ambiental. Na condição de parâmetros
materiais eles permitem ao intérprete e aplicador do Direito Ambiental (em especial,
Juízes e Tribunais) alcançar o verdadeiro sentido e “estado da arte” do ordenamento
jurídico ambiental, inclusive para o efeito de suprir deficiências e lacunas muitas
vezes existentes e verificadas diante de novas questões ecológicas que emergem
continuamente. O mesmo se pode dizer com relação ao papel dos princípios jurídicos
ambientais nos casos de conflito entre a proteção ambiental e a proteção e promoção
de outros bens jurídicos de hierarquia constitucional, notadamente quando em causa
direitos e garantias fundamentais (SARLET e FENSTERSEIFER, 2021, p. 493-494).

E completam com o seguinte entendimento:

Os princípios especiais ou princípios do Direito Ambiental em sentido estrito seriam


então aqueles que por sua finalidade e âmbito de aplicação dizem respeito
essencialmente à proteção do meio ambiente. Aqui poderiam ser enquadrados o
princípio do poluidor-pagador, o princípio da melhoria da qualidade ambiental, o
princípio da reparação in natura, o princípio da integridade ecológica, o princípio da
dignidade do animal não humano e da natureza e o da proibição de retrocesso
ambiental, entre outros. De todo modo, não se trata de uma distinção rígida, pois o
Direito Ambiental e as questões vinculadas à proteção ecológica, ainda mais quando
se adota uma noção ampliada de ambiente, se articulam com diversas outras áreas da
vida e do Direito (SARLET e FENSTERSEIFER, 2021, p. 502).

Apesar da importância dos princípios, conforme mencionado em supra, há concordância


quanto à necessidade principiológica para melhor entendimento e aplicação das leis brasileiras,
todavia, abre um espaço para explicar que em determinados ramos, como o Direito Ambiental,
aplicar princípios torna-se uma tarefa um tanto quanto difícil e desnecessária, sugerindo que só
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deva ser acessada em último caso, visto que há inúmeras divergências, inclusive no que tange
ao entendimento doutrinário sobre os mais variados temas ambientais.

3.1 PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

Em que pese o Direito Ambiental voltar-se para a preservação do meio ambiente, como
fica evidente no próprio nome, há também uma preocupação para com o ser humano, uma vez
que todos os impactos ambientais gerados, sejam eles positivos ou negativos, repercutem na
sociedade como um todo, gerando maior ou menor qualidade de vida. Dessa forma, vejamos o
que assevera Antunes (2019):

O ser humano, conforme estabelecido em nossa Constituição e na Declaração do Rio


– embora esta não tenha força obrigatória –, é o centro das preocupações do Direito
Ambiental, que existe em função do ser humano e para que ele possa viver melhor na
Terra. A relação com os demais animais deve ser vista de uma forma caridosa e
tolerante, sem que se admitam a crueldade, o sofrimento desnecessário e a exploração
interesseira de animais e plantas. Mas, evidentemente, não se pode perder de vista o
fato de que o homem se encontra em posição superior aos demais animais, haja vista
a sua capacidade de raciocínio, transformação consciente da natureza etc. Como
afirmado por Sófocles: “Há muitas maravilhas neste mundo, mas a maior de todas é
o homem” (ANTUNES, 2019, p. 23).

Deste modo, fica evidente que apesar de a fauna e a flora serem de relevância
imensurável no estudo do Direito Ambiental – pois sem essa preocupação, sequer faria sentido
-, a maior preocupação é o bem-estar humano para esta e para as próximas gerações:

Atualmente, os valores ecológicos tomaram assento definitivo no conteúdo normativo


do princípio da dignidade da pessoa humana. No contexto constitucional
contemporâneo, consolida-se a formatação de uma dimensão ecológica da dignidade
humana, que abrange a ideia em torno de um bem-estar ambiental (assim como de um
bem-estar individual e social) indispensável a uma vida digna, saudável e segura.
Dessa compreensão pode-se conceber a indispensabilidade de um patamar mínimo de
qualidade (e segurança) ambiental para a concretização da vida humana em níveis
dignos. Aquém de tal padrão ecológico, a vida e a dignidade humana estariam sendo
violadas no seu núcleo essencial (SARLET e FENSTERSEIFER, 2021, p. 510).

Há, também, entendimento jurisprudencial consolidado sobre o assunto:

JURISPRUDÊNCIA DO STJ. Dimensão ecológica do princípio da dignidade da


pessoa humana. “Direito ambiental. Agravo em recurso especial. Responsabilidade
civil. (...) Princípio da insignificância. Inaplicável em sede de responsabilidade civil
ambiental.
Derramamento de óleo. Poluição. Degradação ambiental. (...) 3.O bem ambiental é
imensurável, não tem valor patrimonial, trata-se de um bem difuso, essencial à
coletividade. Dessa forma, a violação da norma ambiental e do equilíbrio sistêmico
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não comporta a ideia de inexpressividade da conduta para aplicação do princípio da


insignificância, pois o interesse protegido envolve toda a sociedade e, em nome do
bem-estar desta, é que deve ser aplicada. 4. Em qualquer quantidade que seja
derramamento de óleo é poluição, seja por inobservância dos padrões ambientais
(inteligência do art. 3o, III, ‘e’, da Lei n. 6.938/1981, c/c o art. 17 da Lei n.
9.966/2000), seja por conclusão lógica dos princípios da solidariedade, dimensão
ecológica da dignidade humana, prevenção, educação ambiental e preservação das
gerações futuras. (...) 6. “Recurso especial provido para reconhecer a inaplicabilidade
do princípio da insignificância em matéria de responsabilidade civil ambiental” (STJ,
AREsp 667.867/SP, 2a Turma, Rel. Min. Og Fernandes, j. 17.10.2018).

3.2 PRINCÍPIO DO DIREITO HUMANO FUNDAMENTAL AO MEIO AMBIENTE SADIO

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em seu capítulo VI, tratou


exclusivamente do meio ambiente, reconhecendo-o como bem essencial à qualidade de vida,
atribuindo assim sua tutela jurídica. Tem-se, em seu art. 225, o nascimento do princípio do
direito humano fundamental ao meio ambiente sadio, a fim de proteger o meio, garantindo
assim a utilização dos recursos naturais de forma equânime e igualitária, tanto pelas gerações
presentes quanto pelas gerações futuras. Assim leciona o referido dispositivo constitucional:

Art. 225 – Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações (BRASIL, 1988).

Com isso, é perceptível a preocupação do legislador em tutelar a qualidade de vida da


sociedade, protegendo-a de qualquer forma de poluição ou forma de prejuízo, frente a qualquer
situação que se mostre contra a preservação ambiental, v.g., a poluição visual.
Necessário deixar claro que este é um dos mais importantes princípios do Direito
Ambiental, tanto a nível nacional quanto a nível internacional, visto sua natureza mista, isto é,
atribui a qualidade de vida social à harmonia com a natureza.

3.3 PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO E PRECAUÇÃO

Conforme Trennepohl (2020), seguindo o princípio da prevenção é possível constatar


com antecedência significativa uma possível dificuldade que possa vir a surgir, bem como um
dano que possa ser irreparável, do ponto de vista ambiental:

A razão maior desse princípio é a necessidade da cessação imediata de algumas


atividades potencialmente poluidoras, em razão dos resultados danosos para o meio
ambiente. Essa possibilidade do resultado é o que caracteriza o princípio da
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prevenção. Assim, procura-se evitar o risco de uma atividade sabidamente danosa e


evitar efeitos nocivos ao meio ambiente (TRENNEPOHL, 2020, p. 53).

Neste prumo, o princípio da precaução trata-se de “profetizar” um perigo iminente, mas


ainda incerto, em abstrato, não sendo possível prever se ocorrerá ou não, contudo, considera-se
perigoso. “Dessa forma, o princípio da precaução consiste em evitar que medidas de proteção
sejam adiadas em razão da incerteza que circunda os eventuais danos ambientais”
(TRENNEPOHL, 2020).
Constata-se, portanto, que aquele princípio é mais abrangente que este, por representar
um meio para a concretização de uma medida mais tangível. Há, ainda, confusão na
diferenciação entre um princípio e outro, causando controvérsias doutrinárias sobre este ponto
em específico, tornando necessária uma explicação acerca do tema:

O princípio da precaução em assuntos ambientais é plenamente aplicável, sendo que


o aspecto determinante da precaução é o fato de que os impactos sobre o meio
ambiente são reduzidos antes mesmo que o risco esperado seja atingido” (TRF 4a
Região, Ap. Cív. 200170100021019/PR, Relator Desembargador Federal José Paulo
Baltazar Junior, j. 6-3-2006).

Sobre o tema, o notável doutrinador Trennepohl (2020) aduz o seguinte:

Pode-se considerar, portanto, que a prevenção atua no sentido de inibir o risco de dano
em potencial (atividades sabidamente perigosas), enquanto a precaução atua para
inibir o risco de perigo potencial (ou seja, o dano em abstrato). Quando se fala em
processos e procedimentos preventivos das políticas públicas, na tomada de decisões
referentes ao meio ambiente, mostra-se clara a presença do princípio da precaução,
pois sua adoção se impõe por meio de medidas de fomento, ainda que o evento não
seja provável nem previsível, bastando para tanto que haja incerteza quanto à
verificação do risco, não precisando que seja conhecido, sequer cognoscível. O
princípio da precaução apresenta um resultado mais evidente do que o da prevenção,
haja vista a aplicação daquele ocorrer em momento anterior ao conhecimento das
consequências do dano ambiental, enquanto este somente se dá em uma fase posterior,
quando o risco se converte em dano. No princípio da prevenção já existem elementos
seguros para afirmar se a atividade é efetivamente perigosa, não se podendo mais
falar, nesta fase, de um perigo em abstrato, visto que deixou de ser potencial para ser
real e atual (TRENNEPOHL, 2020, p. 55).

Há, nesse sentido, manifestação jurisprudencial buscando esclarecer a diferenciação


entre os dois princípios:

A tutela constitucional, que impõe ao Poder Público e a toda coletividade o dever de


defender e preservar, para as presentes e futuras gerações, o meio ambiente
ecologicamente equilibrado, essencial à sadia qualidade de vida, como direito difuso
e fundamental, feito bem de uso comum do povo (CF, art. 225, caput), já
instrumentaliza, em seus comandos normativos, o princípio da prevenção (pois uma
vez que se possa prever que uma certa atividade possa ser danosa, ela deve ser evitada)
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e a consequente precaução (quando houver dúvida sobre o potencial deletério de uma


determinada ação sobre o ambiente, toma-se a decisão mais conservadora, evitando-
se a ação), exigindo-se, assim, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo
prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade (CF, art. 225, § 1 o, IV)” (TRF
1a Região, AgI 200301000096950/DF, Relator Desembargador Federal Antônio de
Souza Prudente, j. 6-12-2004).

3.4 PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL E AMBIENTAL DA PROPRIEDADE

Ainda que reste claro que o homem é o centro da discussão sobre o Direito Ambiental,
é essencial tratar da sua relação para com este, de modo a não dar robustos direitos ao ser
humano em detrimento do meio ambiente.
Conforme ensinam Ingo Wolfgang Sarlet e Tiago Fensterseifer (2021), o princípio da
função ambiental (ou ecológica) da propriedade é classificada como um princípio geral do
Direito Ambiental, tornando-se indispensável a sua aplicação no que tange aos deveres dos
cidadãos para com o meio ecológico:

A tutela do meio ambiente, conforme lição já conhecida de Stefano Rodotá, aparece


como um dos marcos mais importantes na caracterização dos interesses coletivos e
difusos que sedimentam um conteúdo “não dominial” no seio do direito de
propriedade. A propriedade revela-se como um direito-dever fundamental (art. 5º,
XXIII, da CF/1988), visto que, associados ou conexos ao direito de propriedade,
conjugam-se diversos deveres que incidem sobre a conduta do seu titular, limitando o
seu exercício em termos sociais e ecológicos (por exemplo, dever de exploração
racional da terra, dever de manutenção do equilíbrio ecológico, dever de recuperação
de área degradada, dever de não exploração dos trabalhadores etc.) (SARLET e
FENSTERSEIFER, 2021, p. 575).

Na mesma esteira, os autores expõem que:

Conforme dispõe o texto constitucional, no que tange à propriedade rural (mas tais
diretrizes normativas também se aplicam em certo sentido à propriedade urbana), a
sua função social é cumprida quando atendidos aos seguintes requisitos, conforme
disposição expressa do art. 186 da CF/1988:
I – aproveitamento racional e adequado;
II – utilização adequada dos recursos naturais
disponíveis e preservação do meio ambiente;
III – observância das disposições que regulam as relações
de trabalho; e
IV – exploração que favoreça o bem-estar dos
proprietários e dos trabalhadores (SARLET e FENSTERSEIFER, 2021, p. 576).

O Código Civil de 2002 reconhece expressamente a função ambiental ou ecológica da


propriedade no seu art. 1.228, § 1º, ao assinalar que:
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O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades


econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o
estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio
ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e
das águas (BRASIL, 2002).

4. A PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Como dito anteriormente, a Constituição de 1988 apresenta um capítulo que trata


exclusivamente sobre o meio ambiente. Não obstante a este capítulo, é possível se deparar com
vários outros artigos que tratam da obrigatoriedade de defesa ao meio ambiente por parte da
sociedade e do Estado, o que a difere das Constituições anteriores. Sobre isso, Antunes (2019)
leciona o seguinte:

(...) as constituições que antecederam à atual Carta, deram ao tema meio ambiente um
tratamento esparso e com enfoque voltado para a infraestrutura da atividade
econômica, e a sua regulamentação legislativa teve por escopo priorizar a atividade
produtiva, independentemente da conservação dos recursos naturais. A Constituição
de 1988 não desconsiderou o meio ambiente como elemento indispensável e que
servira de base para o desenvolvimento da atividade de infraestrutura econômica. Ao
contrário, houve um aprofundamento das relações entre meio ambiente e a
infraestrutura econômica, pois, nos termos da Constituição de 1988, é reconhecido
pelo constituinte originário que se faz necessária a proteção ambiental de forma que
se possa assegurar uma adequada fruição dos recursos ambientais e um nível elevado
de qualidade de vida às populações (ANTUNES, 2019, p. 33).

Sobre isto, resta claro que anteriormente, a matéria ambiental não dispunha de
relevância social, visto que o contexto histórico e cultural de cada Constituição anterior não
demandava a necessidade de proteção ambiental, ou pelo menos era essa a visão social
vivenciada até então. Sobre isto, Farias (2021) apresenta a gradativa evolução do Direito
Ambiental na atual Constituição de 1988 em fases: a primeira fase é marcada pela falta de
normas e dispositivos de tutela ambiental, marcando a falta de preocupação com o meio
ambiente até meados da década de 1930; a segunda fase é marcada pelo surgimento de
imposições normativas que controlam as atividades de extração de recursos naturais; e a terceira
fase é marcada pela promulgação da atual Constituição de 1988, a qual compreende o meio
ambiente como um todo e com suas partes interdependentes, por isso o desiderato de defesa
ambiental.
Dessa forma, tem-se que a Constituição de 1988 foi a primeira a tratar da matéria
ambiental de forma protetiva por entender que o meio ambiente necessita da tutela jurídica, e
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não mais por mera necessidade econômica. Nessa linha, se apresenta o entendimento de Farias
(2021), o qual aduz que:

A primeira Constituição brasileira a fazer uso da expressão meio ambiente e a tratar


efetivamente do tema foi a Constituição de 1988, que inclusive dedicou um capítulo
inteiro ao tema. Trata-se do art. 225, o qual está inserido no título dos direitos sociais
e possui sete parágrafos e se incisos, sendo, portanto, caracterizado pelo grau de
detalhamento e pelo acentuado caráter protetivo (FARIAS, 2021, p.40).

Ainda sobre o tema, o art. 24 da Constituição Federal aduz sobre a competência de


atuação legislativa dos entes federados, tendo sua literalidade disposta da seguinte forma:

Art. 24 - Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar


concorrentemente sobre:
(...)
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos
recursos naturais, proteção ao meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
(...)
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a
estabelecer normas gerais (BRASIL, 1988).

Se percebe que diante da leitura do artigo supracitado, o legislador teria definido a


legislação concorrente e suplementar apenas à União, aos Estados e ao Distrito Federal. No
entanto, o constituinte de 1988 se preocupou também com os impactos ambientais locais dos
municípios, atribuindo a estes, de acordo com o art. 30 da CF/88, competências para legislar
sobre assuntos de interesse local, tal como a proteção do meio ambiente, o ordenamento do
território, o planejamento e o uso do solo, entre outros. Sobre isso, o art. 30 da CF/88 traz o
seguinte:

Art. 30 - Compete aos Municípios:


I - legislar sobre assuntos de interesse local;
(...)
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os
serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte, que tem caráter
essencial;
(...)
VIII - Promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante
planejamento do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano (BRASIL, 1988).

Restou claro que o legislador permitiu que os municípios legislassem sobre suas
temáticas locais, sobretudo no que diz respeito à organização dos serviços de interesse local, a
exemplo da distribuição de energia elétrica. Logo, o município tem total autonomia para definir
13

a forma como as redes de energia são instaladas, principalmente de modo a evitar a poluição
visual.
Com isso, se pode entender que muito embora se fale em proteção dos recursos naturais,
a atual Constituição tutela a qualidade de vida, que por vezes está atrelada ao conforto visual
ofertado pelas paisagens do ambiente urbano que vem sendo colocado em risco em razão da má
organização dos fios das redes elétricas e afins.

5. A POLUIÇÃO VISUAL E A POLÍTICA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE

A Lei Federal n° 6.938/81 dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA),
seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Como se pode
notar, a PNMA foi editada bem antes da promulgação da Carta Magna de 1988, o que implica
dizer que a referida lei foi recepcionada pela Constituição vigente e, portanto, integralmente
constitucional (BRASIL, 1981).
A Lei retro citada representa um verdadeiro divisor de águas no que se refere ao Direito
Ambiental brasileiro, uma vez que apresenta delineamentos e dispositivos gerais que versam
sobre a proteção jurídica ambiental. Sobre isto, SARLET (2021) aduz o seguinte:

As inovações legislativas (por exemplo, os instrumentos da PNMA) trazidas pela Lei


6.938/81, muito embora tenham sido aprimoradas em alguns aspectos por legislações
mais recentes, ainda hoje se configuram como pilares centrais da Política Nacional do
Meio Ambiente, bem como do Direito Ambiental brasileiro de modo geral. Até hoje,
a Lei 6.938/81 possui papel normativo fundamental na nossa ordem jurídico-
ambiental. A título de exemplo, destacam-se a consagração da responsabilidade
objetiva (independentemente de culpa) do poluidor por danos causados ao meio
ambiente e a exigência de estudo prévio de impacto ambiental para a instalação de
obra ou atividade lesiva ou potencialmente lesiva ao ambiente (SARLET, 2021, p.
329).

Sobre tema em análise, não se poderia seguir sem antes apresentar o conceito de
poluição posto no art. 3º, inciso III da PNMA, qual seja:

Art. 3º - Para fins previstos nesta Lei, entende-se por:


(...)
III – Poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta
ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais
estabelecidos (BRASIL, 1981).
14

Com isto, é necessário verificar se as redes aéreas de energia, com seus fios e seu
desordenamento estético, vai de encontro ao posto na Lei Federal. Sendo assim, destaca-se que
as redes aéreas de energia: é capaz de prejudicar a segurança e o bem-estar da população, uma
vez que imóveis com crescimento vertical se depararem com fios próximos a varandas e janelas,
o que aumenta o risco de acidentes, sobretudo em dias chuvosos; não criam condições adversas
às atividades sociais e econômicas, visto que é necessário se ter rede de energia, inclusive para
desenvolver atividades econômicas; não afetam desfavoravelmente a biota; e não lançam
energia ou matéria em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.
Mesmo não se enquadrando em várias alíneas do art. 3º da referida Lei, não se pode
deixar passar o enquadramento nas alíneas a e d, uma vez que de forma exposta, os fios e a rede
elétrica aérea colocam em risco a segurança e a saúde pública, visto a grandes chances de
acidentes em razão da proximidade das pessoas com os postes e fiação.
Ainda sobre o rol elencado pelo art. 3º, III, não resta qualquer dúvida o enquadramento
da referida atividade das concessionárias na alínea d, uma vez que os prejuízos estéticos se
constituem a partir do desordenamento da rede e o emaranhado de fios que ficam expostos,
danificando a paisagem estética dos ambientes públicos. Contudo, não se pode deixar de anotar
a percepção de Pereira Júnior (2002), o qual assevera que prejuízos estéticos é uma questão
subjetiva, e que em muito depende de perspectivas culturais, o que dificulta sua definição em
alguma norma legal.
Não obstante ao seu pensamento, de certo modo, negativo acerca da edição de norma
legal que defina a poluição visual por determinadas atividades, o mesmo autor afirma que não
resta dúvida sobre a competência exclusiva do município de legislar sobre a ocupação do solo
urbano de forma geral, atendo-se este último apenas a observância das normas gerais da União,
cujo dever é proteger o meio ambiente de lato sensu.

6. A POLUIÇÃO VISUAL NO BRASIL

A poluição visual no Brasil acontece hodiernamente, muitas vezes desconsiderada pelo


simples fato da habitualidade, isto é, se tornou comum aos olhos da sociedade. Recente pesquisa
em Aracaju, Brasil, mostra que o uso excessivo de informações e de anúncios nas ruas da cidade
são agentes que potencializam uma paisagem sem ordem e confusa, dificultando assim a
identificação dos espaços urbanos (SANTOS, 2021).
15

Sobre isto, a cidade de São Paulo também sofre com a excessiva publicidade e
propaganda das lojas em geral, ocasionando problemas na harmonia paisagística e colocando
em dúvida a qualidade visual dos espaços públicos urbanos. Este tipo de poluição vem afetando
de forma gradual a sociedade, se espalhando de forma lenta, mas que vem ganhando
notoriedade a cada dia, visto com mais ênfase nas grandes cidades, mas com bastante ocorrência
em pequenos municípios (BARROS, 2019).
As grandes metrópoles começam a enxergar essa desordem paisagística como algo
negativo para a sociedade, o que de fato é, e alguns entes federados já trabalham no sentido de
instituir em seu arcabouço jurídico normas que disciplinam a matéria. A exemplo disto, com o
intuito de coibir a prática, a Câmara Municipal de São Paulo instituiu a Lei nº 14.223/06 que
versa sobre a ordenação dos elementos que compõem a paisagem urbana da cidade, a qual já
foi regulamentada e detalha com mais cuidado a ordenação de vários elementos (BARROS,
2019). Sobre os objetivos da referida Lei Municipal do município de São Paulo, temos o
seguinte artigo:

Art. 3º - Constituem objetivos da ordenação da paisagem do Município de São Paulo


o atendimento ao interesse público em consonância com os direitos fundamentais da
pessoa humana e as necessidades de conforto ambiental, com a melhoria da qualidade
de vida urbana, assegurando, dentre outros, os seguintes:
I - o bem-estar estético, cultural e ambiental da população;
II - a segurança das edificações e da população;
III - a valorização do ambiente natural e construído;
IV - a segurança, a fluidez e o conforto nos deslocamentos de veículos e pedestres;
V - a percepção e a compreensão dos elementos referenciais da paisagem;
VI - a preservação da memória cultural;
VII - a preservação e a visualização das características peculiares dos logradouros e
das fachadas;
VIII - a preservação e a visualização dos elementos naturais tomados em seu conjunto
e em suas peculiaridades ambientais nativas;
IX - o fácil acesso e utilização das funções e serviços de interesse coletivo nas vias e
logradouros;
X - o fácil e rápido acesso aos serviços de emergência, tais como bombeiros,
ambulâncias e polícia;
XI - o equilíbrio de interesses dos diversos agentes atuantes na cidade para a promoção
da melhoria da paisagem do Município. Art. 4º. Constituem diretrizes a serem
observadas na colocação dos elementos que compõem a paisagem urbana:
I - o livre acesso de pessoas e bens à infraestrutura urbana;
II - a priorização da sinalização de interesse público com vistas a não confundir
motoristas na condução de veículos e garantir a livre e segura locomoção de pedestres;
III - o combate à poluição visual, bem como à degradação ambiental;
IV - a proteção, preservação e recuperação do patrimônio cultural, histórico, artístico,
paisagístico, de consagração popular, bem como do meio ambiente natural ou
construído da cidade;
V - a compatibilização das modalidades de anúncios com os locais onde possam ser
veiculados, nos termos desta lei;
VI - a implantação de sistema de fiscalização efetivo, ágil, moderno, planejado e
permanente (SÃO PAULO, 2006).
16

Não obstante apenas a poluição visual causada por excesso de anúncios, banners e
outros meios de propaganda, os objetivos da Lei citada no parágrafo anterior, deixam claro o
objetivo de proteger os valores estéticos, culturais e ambientais da população, não podendo se
falar apenas em poluição por parte de propagandas, mas todo e qualquer tipo de poluição visual.
Sobre isso, Santos (2021) assevera que a cidade não pode ser apenas um ambiente para
negócios tal qual um mercado, onde sua paisagem seja sacrificada em detrimento de interesses
econômicos, se fazendo necessário tutelar a qualidade ambiental paisagística e o conforto visual
que esta proporciona para a sociedade.
No Sul do Brasil, mais especificamente na cidade de Chapecó, Estado de Santa Catarina,
também é bastante comum a poluição visual por cartazes, anúncios e outros meios de
divulgação ou propaganda, colocando em risco as edificações históricas e comprometendo suas
características originais (PAIM, 2021).
Em Brasília, Brasil, os problemas quanto a poluição visual são quase os mesmos:
outdoors, cartazes, ambulantes amontoados em um mesmo local, placas e faixas sem qualquer
tipo de ordenamento e propagandas visuais sem qualquer tipo de sistematização (AMARAL,
2006).
Com base nos exemplos citados, se pode perceber que uma grande parte da sociedade
relaciona a poluição visual apenas com a forma desordenada de propagandas, letreiros de
grande porte, faixas, cartazes e outros artifícios visuais de propaganda, deixando passar
despercebido outros tantos agentes desta espécie de poluição, como é o caso das redes aéreas
de energia elétricas e seus fios desordenados e emaranhados.

7. POLUIÇÃO VISUAL POR PARTE DAS CONCESSIONÁRIAS DE ENERGIA


ELÉTRICA

Muito embora não existam muitas pesquisas científicas que apontem a poluição visual
por parte das redes aéreas de energia, é fácil de encontrar debates sobre a paisagem urbana e os
excessos de fios na rede aérea de distribuição. Sobre isto, Trevisan (2020), assevera que as
agências reguladoras, através de normas técnicas, estabelecem um limite de pontos de fixação,
mas, na prática, esse limite não é respeitado, e os postes são os mais afetados, com emaranhados
de fios de rede elétrica, telefonia internet, etc.
Ibidem, o debate sobre a temática é necessário, visto que a longo prazo, as
concessionárias e operadoras de telefonia podem, de forma gradual, transformar as redes aéreas
17

em redes subterrâneas, assegurando uma infraestrutura de qualidade e proporcionando um


ambiente paisagístico de qualidade à sociedade.
No Estado do Rio de Janeiro, a Prefeitura de Búzios convocou os representantes da Enel
Brasil, e empresas de internet e telefonia para tratar de soluções para acabar com o excesso de
fios e cabos nos postes de energia elétrica da cidade, que, segundo o prefeito do município, o
emaranhado causa um efeito negativo visual e coloca os munícipes em risco (BÚZIOS, 2021).
Outra matéria veiculada em jornal local aponta que na cidade de Teutônia, no Rio
Grande do Sul, Brasil, existe uma quantidade considerável de cabos de energia, televisão,
telefonia e internet disputando espaço nos postes locais. O site Folha Popular destaca que “são
tantas ligações e conexões que é difícil concluir onde começam e onde terminam.”
(POSSENATTO, 2021).

8. LEGISLAÇÃO SOBRE REDES SUBTERRÂNEAS DE ENERGIA NO BRASIL

As exigências de redes subterrâneas de energia elétrica têm se mostrado, no decorrer da


pesquisa, realidade muito distante do ordenamento jurídico brasileiro, havendo apenas
propostas sobre o tema, mas que estão longe de se concretizarem. Sobre isto, se pode citar o
Projeto de Lei 88/21, de autoria do deputado Paulo Ramos, que fixa o prazo de dez anos para
que as concessionárias de energia elétrica e empresas de telefonia, observando a manifestação
dos municípios, transformem as rédeas aéreas em redes subterrâneas. Em tempo, o projeto prevê
que as despesas da mudança sejam de exclusividade das empresas. A proposta aduz que sua
não observância acarreta cassação da concessão sem indenização (VALADARES, 2021).
Sobre o tema, a Prefeitura Municipal de São Paulo tem vigente a Lei n° 14023/05, que,
conforme expresso em seu art. 1º, obrigada as concessionárias, empresas estatais e prestadores
de serviço que operam com cabeamento na cidade de São Paulo, a tornar o cabeamento ora
existente subterrâneo, aplicando-se a rede elétrica, telefônica, de TV a cabo e afins (SÃO
PAULO, 2005).
De igual teor se pode verificar a existência de outros tantos Projetos de Lei de iniciativa
do legislativo dos mais variados entes federados do Brasil. Isso se dá, por óbvio, pela
preocupação com a qualidade de vida, com o meio ambiente e a qualidade urbana da sociedade.
No entanto, é perceptível que muitos destes projetos sofrem com a morosidade ou com a
conivência do executivo que, no caso acima que se refere a Lei do município de São Paulo,
vetou o prazo de cinco anos, contados da data de sua publicação, para ter a as redes aéreas
substituídas pelas redes subterrâneas de energia.
18

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O foco deste trabalho consistiu em pesquisar acerca de uma possível responsabilidade


objetiva, por parte das concessionárias de energia elétrica, em razão da poluição visual causada
pelo emaranhado de fios das redes aéreas de energia. Em específico, tratamos sobre os
princípios ambientais, a Constituição Federal de 1988 e a Lei Federal 6.938/81 e sua relação
com a poluição visual, a fim de consubstanciar o fato à norma.
É notório o fato de que a falta de políticas públicas sólidas que versem sobre o tema
muitas vezes fomenta a ação poluidora por parte das concessionárias. Neste viés, conforme foi
dito por Wakil et al (2019), muito embora a poluição visual seja espécie do gênero poluição, a
administração pública encontra complexidades para regular a temática, visto que não existe um
método ordenado para verificar seu grau de intensidade e os impactos ocasionados.
É visto que os dispositivos constitucionais que versam sobre a poluição, sobretudo
aqueles em que a ilação de seu texto aponta para uma possível responsabilidade objetiva das
concessionárias de energia elétrica, são de eficácia limitada, necessitando de lei
infraconstitucional regulamentar para o exercício pleno do direito.
É perceptível a inércia de uma grande maioria de municípios brasileiros no que se refere
a sua autonomia de estabelecer normas que coíbem a poluição visual em todos os seus aspectos,
visto que os exemplos de normas brasileiras apresentadas tratam tão somente da
regulamentação sobre artifícios visuais de propagandas, apesar de se haver subsídio legal,
constitucional e infraconstitucional, para expandir este rol e tratar a poluição visual em aspectos
macro.
Ainda neste caminho, tomando por base a autonomia legislativa e administrativa dos
Estados e Municípios enquanto entes federados, pode-se dizer que em se tratando da ausência
de norma regulamentadora de nível estadual e municipal que venham a complementar o
disposto na Constituição da República de 1988 e na Lei Federal nº 9.638/1981, não há que se
falar em responsabilidade administrativa das concessionárias, uma vez que o ente federado não
tenha exercido sua função suplementar em se tratando da edição de normas que versem sobre a
poluição visual por parte das redes aéreas de energia elétrica.
Não obstante aos preceitos ambientais presentes na CF/88 e na Lei Federal nº 9.638/81,
é necessário ressaltar a presença dos mais variados princípios do direito ambiental que são
capazes, de forma genérica, de subsidiar a edição de legislação específica, suplementar, que
valorize a forma estética dos espaços urbanos, sobretudo proporcionar serviços de distribuição
19

de energia, imagem e telefonia de forma modernizada a população, sem que haja necessidade
de submissão da sociedade a poluição visual.
De outra sorte, percebe-se que é cabível a intervenção do Ministério Público Estadual,
este enquanto responsável pela defesa da ordem jurídica no Estado e dos interesses da
sociedade, bem como pela fiel observância da Constituição da República de 1988, a proposição
de ações judiciais que coíbam este tipo de poluição, seja por ação cautelar inominada, ação
popular ou qualquer outro remédio constitucional nos termos do art. 5º, art. 216 e art. 225 da
CF/88, de forma a tutelar os direitos difusos e transindividuais.
Ainda sobre a intervenção do parquet, parece razoável que sua atuação se inicie com a
citação das concessionárias de energia elétrica e quaisquer outras empresas que se utilizem da
rede de fiação aérea para proporcionar seus serviços, buscando solucionar o mais breve possível
o transtorno causado pelas instalações elétricas aéreas, envolvendo, se necessário, a oitiva, por
meio de audiência pública, da própria população prejudicada.
Por fim, resta claro a necessidade de os entes federados editarem suas normas
regulamentadoras, sobretudo quando se trata de matéria ambiental, a fim de salvaguardar sua
qualidade e assegurar os desideratos constitucionais.

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