Você está na página 1de 160

Mini Curso REURB

Material Apresentado Resumido


Sumário
1. Análise Documental;
2. Levantamento Planialtimétrico Georefenciado;
3. Projeto de Regularização Fundiária;
4. Estudo Técnico Ambiental e de Risco;
5. Protocolo e Análise – Prefeitura;
6. Exemplos Práticos e Cuidados na Análise;
7. Registro de Imóveis;
1. Análise Documental
Paloma Severino – Diretora do Setor de Análise Documental;
Bacharel em Direito.
TREINAMENTO EM REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA - LEI FEDERAL
13.465/2017
PODER PÚBLICO MUNICIPAL

Documental
· Apresentação Geral;

· Legitimados ao procedimento de REURB;

· Documentos necessários para instauração da REURB;

· Análise dos documentos e enquadramento social para instauração da REURB ;


APRESENTAÇÃO GERAL
Da Regularização Fundiária Urbana

Art. 9º Ficam instituídas no território nacional normas gerais e procedimentos


aplicáveis à Regularização Fundiária Urbana (Reurb), a qual abrange medidas
jurídicas, urbanísticas, ambientais e sociais destinadas à incorporação dos núcleos
urbanos informais ao ordenamento territorial urbano e à titulação de seus ocupantes.
§ 1º Os poderes públicos formularão e desenvolverão no espaço urbano as
Lei Federal políticas de suas competências de acordo com os princípios de sustentabilidade
nº 13.465/2017 econômica, social e ambiental e ordenação territorial, buscando a ocupação do solo
de maneira eficiente, combinando seu uso de forma funcional.
§ 2º A Reurb promovida mediante legitimação fundiária somente poderá ser
aplicada para os núcleos urbanos informais comprovadamente existentes, na forma
desta Lei, até 22 de dezembro de 2016.
Regularização Fundiária Urbana II - núcleo urbano informal: aquele clandestino, irregular ou
no qual não foi possível realizar, por qualquer modo, a
LEI Nº 13.465, DE 11 DE JULHO DE 2017 titulação de seus ocupantes, ainda que atendida a legislação
vigente à época de sua implantação ou regularização;
TÍTULO II
DA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA URBANA III - núcleo urbano informal consolidado: aquele de difícil
reversão, considerados o tempo da ocupação, a natureza
das edificações, a localização das vias de circulação e a
CAPÍTULO I
presença de equipamentos públicos, entre outras
DISPOSIÇÕES GERAIS circunstâncias a serem avaliadas pelo Município;

Seção I (...)
Da Regularização Fundiária Urbana
§ 2º Constatada a existência de núcleo urbano informal
situado, total ou parcialmente, em área de preservação
Art. 11. Para fins desta Lei, consideram-se:
permanente ou em área de unidade de conservação de uso
I - núcleo urbano: assentamento humano, com uso e sustentável ou de proteção de mananciais definidas pela
características urbanas, constituído por unidades imobiliárias de
União, Estados ou Municípios, a Reurb observará, também,
área inferior à fração mínima de parcelamento prevista na Lei nº
o disposto nos arts. 64 e 65 da Lei nº 12.651, de 25 de maio
5.868, de 12 de dezembro de 1972 , independentemente da
de 2012 , hipótese na qual se torna obrigatória a elaboração
propriedade do solo, ainda que situado em área qualificada ou de estudos técnicos, no âmbito da Reurb, que justifiquem as
inscrita como rural;
melhorias ambientais em relação à situação de ocupação
informal anterior, inclusive por meio de compensações
ambientais, quando for o caso.
QUEM SÃO OS LEGITIMADOS
PARA REQUER A REURB?
De acordo com artigo 14 da Lei nº 13.465/2017, os legitimados para requerer a
REURB são:

I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, diretamente ou por meio


de entidades da administração pública indireta;
II - os seus beneficiários, individual ou coletivamente, diretamente ou por meio de
cooperativas habitacionais, associações de moradores, fundações, organizações
sociais, organizações da sociedade civil de interesse público ou outras associações
civis que tenham por finalidade atividades nas áreas de desenvolvimento urbano ou
regularização fundiária urbana;
III - os proprietários de imóveis ou de terrenos, loteadores ou incorporadores;
IV - a Defensoria Pública, em nome dos beneficiários hipossuficientes; e
V - o Ministério Público.
QUAIS OS DOCUMENTOS
NECESSÁRIOS?
A documentação necessária para o processo de Reurb consiste em:

• Documentos pessoais de todos integrantes da casa;


• Comprovante de estado civil;
• Comprovante de renda de todos os integrantes da casa;
• Comprovante de residência;
• Comprovante de posse;
• Histórico da posse;
• Eventuais documentos requeridos por norma municipal (que serão
identificados em uma Análise preliminar);

Toda a documentação deve ser apresentada em arquivo digital legível, e deverá


ser coletada documentação de todos os integrantes do núcleo familiar.
DOCUMENTOS PESSOAIS

• CPF;

• RG (Carteira de identidade); ou

• CNH (Carteira Nacional de Habilitação).


COMPROVANTE ESTADO CIVIL

• Se for solteiro (a): Certidão de nascimento;

• Se conviver em união estável / morar junto: Declaração de união estável;

• Se for casado (a): Certidão de casamento;

• Se for divorciado (a) ou separado (a): Certidão de casamento com averbação de


divórcio;

• Se for viúvo (a): Certidão de casamento e certidão de óbito.


COMPROVANTE DE RENDA

• Se for celetista (empregado): Folha de pagamento;

• Se for autônomo (a): Declaração de renda descrevendo a profissão e o valor


que ganha por MÊS;

• Se for aposentado (a): Histórico do benefício;

• Se for do lar: Declaração do lar;

• Se for estudante: Declaração de estudante;

• Se for desempregado: Declaração de desempregado.


COMPROVANTE DE
RESIDÊNCIA
RESIDÊNCIA – O comprovante de residência é de onde moram

• Comprovante em nome do beneficiário: Conta de água ou luz, em nome da


pessoa que quer regularizar o terreno;

• Comprovante em nome de terceiro: Conta de água ou luz em nome de outra


pessoa.

Comprovante em nome de terceiros, deve ser fornecido ao cliente uma


declaração de residência assinada pelo titular da conta apresentada;
COMPROVANTE DE POSSE
• Contrato de compra e venda: Contrato de compra e venda do terreno, onde
conste como comprador, a pessoa que quer regularizar o terreno;

• Conta de luz ou água: Conta de energia ou água;


• IPTU: Carnê de IPTU;
PROCURAÇÃO

Documento devidamente assinado pelo requerente, passando os poderes para que seu
representante legal, possa lhe representar no procedimento de REURB.
REQUERIMENTO INICIAL
Documento devidamente assinado pelo advogado representante, destinado ao setor
indicado por possível Lei Municipal.
ANÁLISE SOCIAL

Refere-se à análise de todos os documentos juntados ao processo, seguindo de


uma entrevista com os requerentes para o enquadramento ou a definição de
modalidade social.
Para um possível auxílio nesse enquadramento, a assistente social poderá valer-
se de cadastros anteriores, programas de auxilio socioeconômico já realizados,
nformações trazidas pelo IBGE, uma vez que a Lei federal não fixa o critério
de interesse social na renda das famílias.
Contudo, o Decreto nº 9.310/2018, art. 6º, parágrafo único, estabelece que a
renda familiar para Reurb-S não poderá ultrapassar o valor de cinco vezes o
salário mínimo vigente
MODALIDADES DA REURB

Art. 13. A Reurb compreende duas modalidades:

I - Reurb de Interesse Social (Reurb-S) - regularização fundiária aplicável aos


núcleos urbanos informais ocupados predominantemente por população de baixa
renda, assim declarados em ato do Poder Executivo municipal; e

II - Reurb de Interesse Específico (Reurb-E) - regularização fundiária aplicável aos


núcleos urbanos informais ocupados por população não qualificada na hipótese de
que trata o inciso I deste artigo.
REURB SOCIAL X REURB
ESPECÍFICO
REURB ESPECÍFICO:
REURB SOCIAL:
Conforme artigo 13 da Lei
Conforme artigo 13 da Lei
13.465
13.465
É a modalidade de
É a modalidade de
interesse específico
interesse social que se
aplicável aos núcleos
aplica aos núcleos
urbanos informais quando
urbanos informais
a população residente não
ocupados de forma
for de baixa renda,
predominante por
devendo ser custeada
população de baixa renda § 4º Na Reurb, os Municípios e o
Distrito Federal poderão admitir o uso pelos seus beneficiários
misto de atividades como forma de
promover a integração social e a
geração de emprego e renda no
núcleo urbano informal regularizado.

§ 5º A classificação do interesse visa exclusivamente à identificação dos


responsáveis pela implantação ou adequação das obras de infraestrutura
essencial e ao reconhecimento do direito à gratuidade das custas e
emolumentos notariais e registrais em favor daqueles a quem for atribuído o
domínio das unidades imobiliárias regularizadas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A regularização fundiária urbana quanto os seus procedimentos têm como
elementos estruturantes a garantia dos direitos subjetivos dos ocupantes
das áreas informais, sobretudo quando em questão a população
caracterizada como de interesse social.
2. Levantamento Planialtimétrico
Georeferenciado
Adangelo Krambeck – Diretor Técnico;
Eng. Sanitarista
Apresentação Geral

A etapa de levantamento planialtimétrico e cadastral (LEPAC) é regulamentada pela Lei da Reurb e


seu respectivo Decreto.

Lei Federal Decreto Federal


nº 13.465/2017 nº 9.310/2018

Dispõe sobre a regularização fundiária rural e Institui as normas gerais e os procedimentos


urbana [...] aplicáveis à Regularização Fundiária Urbana [...]
Regularização Fundiária Urbana
LEI Nº 13.465, DE 11 DE JULHO DE 2017

TÍTULO II
DA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA URBANA

CAPÍTULO III
DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

Seção II
Do Projeto de Regularização Fundiária

Art. 35. O projeto de regularização fundiária conterá, no mínimo:


I - levantamento planialtimétrico e cadastral, com georreferenciamento, subscrito por profissional competente,
acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) ou Registro de Responsabilidade Técnica
(RRT), que demonstrará as unidades, as construções, o sistema viário, as áreas públicas, os acidentes
geográficos e os demais elementos caracterizadores do núcleo a ser regularizado; [...]
Regularização Fundiária Urbana
DECRETO Nº 9.310, DE 15 DE MARÇO DE 2018

TÍTULO I
DA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA URBANA

CAPÍTULO III
DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

Seção II
Do levantamento topográfico georreferenciado

Art. 28. Para fins do disposto neste Decreto, considera-se levantamento topográfico georreferenciado o
conjunto de:
I - levantamento planialtimétrico e cadastral, com georreferenciamento, de que trata o inciso I do caput do art. 35
da Lei nº 13.465, de 2017 ;
II - outros levantamentos georreferenciados necessários para a elaboração do projeto de regularização fundiária;
III - planta do perímetro;
IV - memorial descritivo;
V - descrições técnicas das unidades imobiliárias; e
VI - outros documentos em que se registrem os vértices definidores de limites, com o uso de métodos e
tecnologias que estiverem à disposição e que se adequarem melhor às necessidades, segundo a economicidade
e a eficiência em sua utilização.
Regularização Fundiária Urbana
DECRETO Nº 9.310, DE 15 DE MARÇO DE 2018

Art. 29. Os levantamentos topográficos georreferenciados serão realizados conforme as normas técnicas para
serviços topográficos da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, o disposto no Decreto nº 89.817, de
20 de junho de 1984, as normas técnicas da Diretoria do Serviço Geográfico do Exército Brasileiro e serão
acompanhados de ART ou de RRT.
§ 1º Os limites das unidades imobiliárias serão definidos por vértices georreferenciados ao Sistema Geodésico
Brasileiro.
§ 2º O vértice definidor do limite terá natureza tridimensional e será definido por suas coordenadas de latitude,
longitude e altitude geodésicas.
§ 3º O erro posicional esférico do vértice definidor de limite deverá ser igual ou menor a oito centímetros de raio.
§ 4º O erro posicional de que trata o § 3º terá menor magnitude conforme a avaliação do impacto da propagação
dos erros, considerados o desenvolvimento de projetos urbanísticos e de infraestruturas, o registro de
propriedade, a prevenção de riscos e os demais projetos de arquitetura e engenharia. [...]
Instruções Reguladoras das
Normas Técnicas da Cartografia
Nacional
Estabelecido pelo Decreto nº 89.817, de 20 de junho de 1984;
Estabelece procedimentos e padrões a serem obedecidos na elaboração e
apresentação de normas da Cartografia Nacional, bem como padrões mínimos a
serem adotados no desenvolvimento das atividades cartográficas.

Elementos obrigatórios de uma carta:


• Legenda com símbolos e convenções cartográficas;
• Escala numérica, bem como a escala gráfica da carta acompanhadas de
indicação da equidistância entre as curvas-de-nível e escala de declividade;
• Indicação dos referenciais planimétrico e altimétrico do sistema de projeção;
• O relevo deve ser apresentado por curvas-de-nível, ou hachuras, ou pontos-
cotados;
• Grade de coordenadas;
• Data de edição;
• Unidades de medida conforme Sistema Internacional de Unidades – SI.
Georreferenciamento
• Georreferenciar um imóvel é definir a sua forma, dimensão e localização, através
de métodos de levantamento topográfico que vai tornar as coordenadas
geográficas do imóvel conhecidas em um dado sistema de referência;
• O Georreferenciamento foi criado para se eliminar as falhas de levantamentos
topográficos antigos, o que por vezes gerava áreas sobrepostas e grandes
discussões jurídicas.
Georreferenciamento
• As matrículas mais antigas não apresentam coordenadas, apenas valor da
área, identificação dos vértices, medida dos lados e confrontantes;
• Os marcos utilizados eram arbitrários, geralmente fazendo referência a
elementos da paisagem: rios, árvores, estradas, morros, etc.

Árvore
a
rad

el
Est

óv
Im

Rio
Georreferenciamento
• Antigamente era comum o uso de marcos do terreno;
• Peça moldada na forma retangular com uma altura padronizada em 60cm, é
fabricado a partir da matéria-prima de concreto, o que proporciona a
durabilidade e resistência em diversas condições climáticas;
• O georreferenciamento dispensa a utilização de marcos na definição dos
vértices do imóvel (estacas, marcações, etc.).
V0 V1
Erro Admissível

el
óv
Im
V3
8 cm
V2 RAIO
Manipulação dos
Dados

Gratuito!
Arquivos Brutos do
Levantamento
Tratamento dos Arquivos em
Ferramenta de Geoprocessamento
Exemplo de Planta do Perímetro
Núcleo Urbano Informal
Consolidado
Critérios de enquadramento:
• Assentamento humano com uso e características urbanas;
• Com deficiência na titulação dos ocupantes;
• Tempo de ocupação (marco temporal 22/12/2016);
• De difícil reversão (características das edificações, vias, disponibilidade de infraestrutura).
Avaliação da Consolidação do Núcleo quanto ao
Marco Temporal – 22/12/2016

07/2005
Avaliação da Consolidação do Núcleo quanto ao
Marco Temporal – 22/12/2016

04/2016
Avaliação da Consolidação do Núcleo quanto ao
Marco Temporal – 22/12/2016

04/2020
Após a delimitação, o núcleo
Regularização recebe nomeação para
parcial do núcleo é identificação: observado o nome
prevista pela do bairro, localidade, ou outro
legislação! nome característico da região,
ruas, etc.
Após delimitação
Perímetro do Núcleo
Urbano
• Com a Delimitação do Perímetro do Núcleo Urbano Informal inicia-se a etapa de elaboração do
Projeto de Regularização Fundiária.
3. Projeto de Regularização
Fundiária
Adangelo Krambeck – Diretor Técnico
Eng. Sanitarista
TREINAMENTO EM REGULARIZAÇÃO
FUNDIÁRIA - LEI FEDERAL 13.465/2017
PODER PÚBLICO MUNICIPAL

Projeto de Regularização Fundiária - PRF

· Apresentação Geral;

· Componentes do Projeto de Regularização Fundiária;


APRESENTAÇÃO GERAL
O Projeto de Regularização Fundiária é fase e elemento fundamental para o procedimento de
regularização fundiária.

Art. 28. A Reurb obedecerá às seguintes fases:


I - requerimento dos legitimados;
II - processamento administrativo do requerimento, no qual será conferido prazo para
manifestação dos titulares de direitos reais sobre o imóvel e dos confrontantes;
III - elaboração do projeto de regularização fundiária;
Lei Federal IV - saneamento do processo administrativo;
nº 13.465/2017 V - decisão da autoridade competente, mediante ato formal, ao qual se dará publicidade;
VI - expedição da CRF pelo Município; e
VII - registro da CRF e do projeto de regularização fundiária aprovado perante o oficial do cartório
de registro de imóveis em que se situe a unidade imobiliária com destinação urbana regularizada.
Parágrafo único. Não impedirá a Reurb, na forma estabelecida nesta Lei, a inexistência de lei
municipal específica que trate de medidas ou posturas de interesse local aplicáveis a projetos de
regularização fundiária urbana.
Delimitação do núcleo urbano informal
um projeto por núcleo

Análise e aprovação documental

Levantamento Planialtimétrico Selado


O que é o PRF?
De acordo com Lei nº 13.465/2017 art. 35, e Decreto nº 9.310/2018 art.30, os elementos do PRF
são:

I - Levantamento planialtimétrico e cadastral;

II - Planta do perímetro do núcleo urbano informal;

III - Estudo preliminar das desconformidades e da situação jurídica, urbanística e ambiental;

IV - Projeto Urbanístico;

V - Memoriais descritivos;

VI Proposta de soluções para questões ambientais, urbanísticas e de reassentamento dos


ocupantes;
VII - Estudo técnico para situação de risco

VIII - Estudo técnico ambiental

IX - Cronograma físico de serviços e implantação de obras de infraestrutura essencial,


compensações urbanísticas, ambientais e outras
X - Termo de compromisso
Exceções a elaboração do PRF
Como exceções a elaboração do PRF tem-se:

• REURB Inominada – Regularização de núcleos urbanos consolidados anterior a vigência


da Lei 6766/1979 (art. 69, Lei nº 13.465/2017)
• Regularização por meio da utilização de instrumentos de regularização que apresentam
normativas própria (§ 2º, art. 21, Decreto 9310/18 ), como:
• usucapião (Constituição Federal art. 183 e Lei nº 10.257/2001art.10, § 2º,);
• concessão de uso especial para fins de moradia (Medida Provisória nº 2.220/2001, art.
1º e art. 6º, § 4º e §6º);
Item 1 - Levantamento
planialtimétrico e cadastral
Art. 35. (...)
I - levantamento planialtimétrico e cadastral, com georreferenciamento, subscrito por profissional
competente, acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) ou Registro de
Responsabilidade Técnica (RRT), que demonstrará as unidades, as construções, o sistema viário, as áreas
públicas, os acidentes geográficos e os demais elementos caracterizadores do núcleo a ser regularizado;

Este objetiva apresentar as características físicas do núcleo, como as unidades imobiliárias,


sistema viário, equipamentos públicos, edificações, relevo, elementos ambientais.

Bem como identificar o beneficiário do processo e a matrícula mãe da área.

A planta da unidade imobiliária individual e memorial deve ter assinatura do responsável


técnico pelo levantamento, e deve ter registro de anuência do requerente beneficiário.

Pode ser elaborada uma planta coletiva.


Item 2 - Planta do perímetro do
núcleo urbano informal
Art. 35. O projeto de regularização fundiária conterá, no mínimo:
(...)
II - planta do perímetro do núcleo urbano informal com demonstração das matrículas ou transcrições
atingidas, quando for possível;

A planta do perímetro fixa o núcleo urbano à ser regularizado. Normalmente a delimitação do


núcleo ocorre no momento do recebimento do LEPAC e obtenção das matrículas, que
abrangem as unidades e sistema viário em processo de regularização.

A planta do perímetro deve apresentar as informações básicas contidas no LEPAC, bem


como a identificação da titularidade da área onde encontra-se o núcleo, por meio da
delimitação das áreas em matrículas ou transcrições.

Junto a planta deve ser encaminhada a documentação das matrículas ou transcrições


atualizadas, quando possível.
Item 3 - estudo preliminar das desconformidades e
da situação jurídica, urbanística e ambiental

Consiste no levantamento dos fatores que implicam na informalidade no NUI considerando a


situação urbanística, jurídica e ambiental. Deve considerar aspectos:
• Sociais – Reurb-S ou Reurb-E;
• Urbanístico – avaliação das desconformidades em relação a infraestrutura essencial
delimitada pela Lei Federal e município, existência de faixas de domínio ou não
edificantes;
• Ambientais - Existência de elementos ambientalmente sensíveis, APP, represas, bacia de
abastecimento de água, unidade de conservação;
• Jurídico – verificação de possíveis processos na área, e identificação do modo de
ocupação da área: invasão, desmembramentos sucessivos sem devido registro,
implantação de loteamento irregular;
Item 4 - Projeto urbanístico
O projeto urbanístico compõe a representação gráfica e descritiva do núcleo em sua
totalidade. Conforme Decreto nº 9.310/2018, art. 31, e Lei nº 13.465/2017 art. 36:
Art. 31. O projeto urbanístico de regularização fundiária indicará, no mínimo:
I - as áreas ocupadas, do sistema viário e das unidades imobiliárias, existentes ou projetadas;
II - as unidades imobiliárias a serem regularizadas, suas características, área, confrontações,
localização, nome do logradouro e número de sua designação cadastral, se houver;
III - quando for o caso, das quadras e suas subdivisões em lotes ou as frações ideais
vinculadas à unidade regularizada;
IV - dos logradouros, espaços livres, áreas destinadas a edifícios públicos e outros
equipamentos urbanos, quando houver;
V - de eventuais áreas já usucapidas;
VI - das medidas de adequação para correção das desconformidades, quando necessárias;
VII - das medidas de adequação da mobilidade, acessibilidade, infraestrutura e relocação de
edificações, quando necessárias;
VIII - das obras de infraestrutura essencial, quando necessárias;
IX - de outros requisitos que sejam definidos pelo Município.
Item 4 - Projeto urbanístico
Em relação ao projeto urbanístico, o município poderá estabelecer definir os elementos
mínimos para a elaboração do projeto de regularização como desenhos, memoriais
descritivos, entre outros (Lei nº 13.465/2017, art. 36, §4º). Porém a ausência de norma
relativa não impede o andamento da Reurb (Decreto nº 9.310/2018, art. 31, § 6º).

Desta forma é composto por 3 elementos:


Planta do Projeto Urbanístico - Detalhamento do parcelamento do solo que será
regularizado – unidades imobiliárias, vias, servidões, lotes públicos, áreas ambientalmente
protegidas, áreas de risco;
Projeto Urbanístico Descritivo – Detalhamento descritivo dos elementos do núcleo bem
como ações para a resolução das desconformidades como apontadas no item 3.
Memorial descritivo – apresenta o memorial descritivo do núcleo, sistema viário em
regularização, APP, áreas de risco, e indicação dos memoriais unitários.
Item 5 - Memoriais descritivos
O item consiste na composição de memoriais dos diversos itens que compõem o NUI, como:

Delimitação do NUI – área, perímetro, pontos georreferenciados, distância entre os pontos,


confrontantes, projeção utilizada, e matrículas abrangidas;
Via a regularizar - área, perímetro, pontos georreferenciados, distância entre os pontos,
projeção utilizada, fonte das informações do mapeamento;
APP – área, perímetro, pontos georreferenciados, distância entre os pontos, e projeção
utilizada;
Área/Setor de Risco – área, perímetro, pontos georreferenciados, distância entre os pontos,
projeção utilizada, fonte das informações do mapeamento;
Item 6 - Proposta de soluções para
questões ambientais, urbanísticas e de
reassentamento dos ocupantes
Item indica as ações a serem desenvolvidas para a correção das desconformidades, ou o
outro item onde estas se encontrem.

Principal importância é a indicação de possíveis reassentamentos por questões urbanísticas,


pois se o reassentamento for decorrente de questões ambientais será disposto no item 8 e se
por questões de risco, disposto no item 7.
Item 7 - Estudo técnico para
situação de risco
Art. 36. Para que seja aprovada a Reurb de área de núcleos urbanos informais, ou de
parcela dela, situados em áreas de riscos geotécnicos, de inundações ou de outros
riscos especificados em lei, será elaborado o estudo técnico para situação de risco a que
se refere o inciso VII do caput do art. 30, a fim de examinar a possibilidade de eliminação,
de correção ou de administração de riscos na parcela afetada.
Item 8 - Estudo técnico
ambiental
O estudo técnico ambiental deve ser realizado quanto o NUI apresenta intersecção com
áreas ambientalmente protegidas, como:
- Áreas de preservação permanente – Código Florestal Lei nº 12651/2012
- Unidades de Conservação de uso sustentável – Lei nº 9985/2000 (Inapto para UC de
Proteção Integral)
- I - Área de Proteção Ambiental;
- II - Área de Relevante Interesse Ecológico;
- III - Floresta Nacional;
- IV - Reserva Extrativista;
- V - Reserva de Fauna;
- VI – Reserva de Desenvolvimento Sustentável; e
- VII - Reserva Particular do Patrimônio Natural.
Item 8 - Estudo técnico
ambiental
Áreas de proteção de mananciais
Zoneamento ou determinação de uma área como bacia de captação de água potável para
abastecimento humano, ou definida como para este fim no futuro.

Área ecologicamente relevantes


Áreas ecologicamente relevantes estabelecidas em ato normativo próprio.
Item 9 - Cronograma físico de serviços e
implantação de obras de infraestrutura essencial,
compensações urbanísticas, ambientais e outras

De acordo com a Lei 13465/2017, art. 36, § 3º, as ações de intervenção das obras de
infraestrutura essencial e de melhoria habitacional podem ser realizadas, durante, antes ou
após a emissão dos títulos de propriedades advindos da Reurb.
Os itens de melhoria ambiental podem ser incluídos nos cronograma, que podem ser
executadas após a emissão dos títulos, desde que com anuência do órgão ambiental.
As intervenções indicadas pelo estudo técnico de redução de riscos deve ser empregada em
caráter de urgência.

Estas obras e ações a serem desenvolvidas de ordem ambiental e urbanística deverão


constar na Certidão de Regularização Fundiária.
Item 9 - Cronograma físico de serviços e
implantação de obras de infraestrutura essencial,
compensações urbanísticas, ambientais e outras

Desta forma o cronograma indicará as ações a serem desenvolvidas para a melhoria da


salubridade urbana e ambiental do núcleo, bem como os responsáveis pelas ações.

Para Reurb-E o responsável pela implantação pode ser o beneficiário ou o loteador, sendo
este determinável pelo poder público municipal. Quando em área pública pode ser
inicialmente custeado pelo poder público, com a devida cobrança dos processos Reurb-E.

Decreto 9310/2018
“Art. 7º § 2º Nas hipóteses de parcelamento do solo, de conjunto habitacional ou de condomínio informal,
empreendidos por particular, a conclusão da Reurb confere direito de regresso àqueles que suportarem os
seus custos e as suas obrigações contra os responsáveis pela implantação dos núcleos urbanos
informais.”

Para os processos enquadrados como Reurb-S o poder público municipal é responsável pela
aplicação as melhorias;
Item 10 - Termo de
compromisso
O termo de compromisso consiste na tomada do compromisso pelo responsável identificado
em projeto e aceito pela prefeitura. O projeto prevê a elaboração de minutas de termo a
serem firmados.

Decreto nº 9.310/2018
Art. 21
§ 1º O termo de compromisso será assinado, também, por duas testemunhas, de modo a formar título executivo
extrajudicial na forma estabelecida no inciso III do caput do art. 784 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 -
Código de Processo Civil.
Art. 30,
§ 1º, Na regularização de núcleo urbano informal que já possua a infraestrutura essencial implantada e para o
qual não haja compensações urbanísticas ou ambientais ou outras obras e serviços a serem executados, fica
dispensada a apresentação do cronograma físico e do termo de compromisso previstos nos incisos IX e X do
caput.
Conclusão
O PRF consiste em um documento complexo de
participação de vários profissionais, e varias instituições,
contudo essencialmente entre o elaborador e a prefeitura
municipal que consiste no meio que todo o processo
administrativo irá tramitar. Para tanto é necessária boa
comunicação afim de promover a Reurb de acordo com a
realidade e com as normativas que incidem em meio urbano
de ordem municipal, estadual e federal.
4. Estudo Técnico de Ambiental
e de Risco
Guilherme Censi – Analista de Projetos
Eng. Sanitarista e Mestre em Recursos Hídricos.
Estudo Técnico Ambiental
Estudo Técnico Ambiental
O Estudo Técnico Ambiental é obrigatório no seguintes casos (Art. 4º, § 4º, Decreto
9.310/2018):
- Áreas de preservação permanente;
- Unidades de conservação de uso sustentável;
- Áreas de proteção de mananciais.
Áreas de Preservação Permanente
LEGISLAÇÃO: Lei Federal 12.651/2012 – Código Florestal.
Área de Preservação Permanente – APP é definida como (Art. 3º, inciso II, Lei 12.651/2012): área
protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos
hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e
flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.
De início, a delimitação da
APP é realizada segundo
o que está definido no
Código Florestal.
Unidades de Conservação
LEGISLAÇÃO: Lei Federal 9.985/2000 – Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza – SNUC.
Unidade de conservação é definida como (Art. 2º, inciso I, Lei 9.985/2000): espaço territorial e seus
recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes,
legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob
regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.
Área de Proteção de Manancial
LEGISLAÇÃO: Legislação Estadual e Municipal.
As bacias de abastecimento de água consistem em bacias hidrográficas que tem parte de sua vazão
utilizada para o abastecimento de água potável da população.
É necessário fazer o levantamento dos instrumentos legais de gestão do território: leis, decretos,
plano diretor etc.
Área de Proteção de Manancial
LEGISLAÇÃO: Legislação Estadual e
Municipal.
Exemplo: Área de Proteção e
Recuperação dos Mananciais da Bacia
Hidrográfica do Guarapiranga - APRM-G,
definida pela Lei Estadual nº 12.233, de
16 de janeiro de 2006.
Elementos do Estudo Técnico Ambiental

Há duas modalidades de REURB REURB-S


(Art. 13, Lei 13.465/2017):
- Reurb de Interesse Social (Reurb- Art. 64 do Código Florestal
S), núcleos urbanos ocupados (Lei 12.651/2012)
predominantemente por população
de baixa renda;
- Reurb de Interesse Específico REURB-E
(Reurb-E), núcleos urbanos não Art. 65 do Código Florestal
ocupados predominantemente por (Lei 12.651/2012)
população de baixa renda.
Elementos do Estudo Técnico Ambiental -
REURB-S
No caso de Reurb-S, o Estudo Ambiental deve conter no mínimo (Art. 64, § 2º, Lei
12.651/2012):
I - caracterização da situação ambiental da área a ser regularizada;
II - especificação dos sistemas de saneamento básico;
III - proposição de intervenções para a prevenção e o controle de riscos geotécnicos e de
inundações;
IV - recuperação de áreas degradadas e daquelas não passíveis de regularização;
V - comprovação da melhoria das condições de sustentabilidade urbano-ambiental,
considerados o uso adequado dos recursos hídricos, a não ocupação das áreas de risco e
a proteção das unidades de conservação, quando for o caso;
VI - comprovação da melhoria da habitabilidade dos moradores propiciada pela
regularização proposta; e
VII - garantia de acesso público às praias e aos corpos d'água.
Elementos do Estudo Técnico Ambiental -
REURB-E
No caso de Reurb-E, o Estudo Ambiental deve conter no mínimo (Art. 65, § 1º, Lei 12.651/2012):
I - a caracterização físico-ambiental, social, cultural e econômica da área;
II - a identificação dos recursos ambientais, dos passivos e fragilidades ambientais e das restrições e potencialidades da área;
III - a especificação e a avaliação dos sistemas de infraestrutura urbana e de saneamento básico implantados, outros serviços e
equipamentos públicos;
IV - a identificação das unidades de conservação e das áreas de proteção de mananciais na área de influência direta da ocupação,
sejam elas águas superficiais ou subterrâneas;
V - a especificação da ocupação consolidada existente na área;
VI - a identificação das áreas consideradas de risco de inundações e de movimentos de massa rochosa, tais como deslizamento,
queda e rolamento de blocos, corrida de lama e outras definidas como de risco geotécnico;
VII - a indicação das faixas ou áreas em que devem ser resguardadas as características típicas da Área de Preservação
Permanente com a devida proposta de recuperação de áreas degradadas e daquelas não passíveis de regularização;
VIII - a avaliação dos riscos ambientais;
IX - a comprovação da melhoria das condições de sustentabilidade urbano-ambiental e de habitabilidade dos moradores a partir da
regularização; e
X - a demonstração de garantia de acesso livre e gratuito pela população às praias e aos corpos d’água, quando couber.
Preservação
A preservação consiste basicamente em APP Intacta
manter a integridade e a perenidade da
vegetação nativa presente nas Áreas de
Preservação Permanente, garantindo que
não ocorra nenhum tipo de intervenção no
local que não permitida em Lei.
Recuperação
A recuperação consiste no restabelecimento de vegetação na área degradada por meio do
plantio de espécies vegetais nativas.
Essa ação também deverá ser pautada por um Plano de Recuperação de Área Degrada
(PRAD), seguindo as normas aplicáveis, e realizado por profissional habilitado registrado
junto ao respectivo conselho profissional.
Recuperação
APP APP
Degradada Recuperada

Termo de
Compromisso
PRAD
Compensação
A Resolução CONAMA 369/2006 estabelece as regras e critérios para intervenções em
Áreas de Preservação Permanente.
Segundo a resolução, cabe ao órgão ambiental estabelecer as medidas ecológicas, de
caráter mitigador e compensatório para os casos de intervenções em APP.
Compensação
Compensação em Outra Fator de Proporção varia:
APP Degradada Área Degradada
MINAS GERAIS
Decreto Estadual 47.749/2019: a área
destinada como medida compensatória
florestal deverá ser no mínimo
equivalente à extensão da área de
Termo de
Compromisso vegetação nativa suprimida.
PRAD
SANTA CATARINA
APP Degradada = 100 m² Portaria IMA 43/2021: método de
cálculo baseado em índices ecológicos.
Uso para fins de Área a ser Compensada =
subsistência familiar, Fator de Proporção x Área
domiciliar e/ou acesso à Degradada
moradia
Compensação
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
Apesar da regularização fundiária permitir a permanência das edificações
em área de proteção, a APP não deixa de existir. Dessa forma, a
construção não pode ser ampliada, permite-se apenas fazer a sua
manutenção.
Estudo Técnico de Risco
Estudo Técnico para Situação de Risco
O estudo técnico para situação de risco visa diagnosticar os riscos identificados e
mapeados, e elencar ações para eliminação, correção ou de administração de riscos (Art.
39, Lei 13.465/2017).
É condição indispensável à aprovação da Reurb a implantação das medidas indicadas nos
estudos técnicos realizados.
Tipos de risco: inundações e de movimentos de massa rochosa, tais como deslizamento,
queda e rolamento de blocos, corrida de lama e outras definidas como de risco geotécnico.
Conceito de Risco
Risco pode ser definido como a probabilidade de consequências
danosas resultante da interação entre o perigo (de origem natural ou
antrópica) e vulnerabilidade (UNDP, 2004).

Perigo RISCO Vulnerabilidade


Se refere ao próprio Envolve as condições sociais,
evento que causa o econômicas, demográficas,
dano. geográficas, entre outras, que afetam
a capacidade da sociedade absorver o
impacto do perigo.

United Nations Development Programme (UNDP). 2004. Reducing disaster risk: A challenge for development. A Global Report New
York: UNDP—Bureau for Crisis Prevention and Recovery (BRCP).
Mapeamento de Risco
LEGISLAÇÃO: Lei Federal União

12.608/2012 – Política Nacional de


Proteção e Defesa Civil –
PNPDEC.
Compete aos Municípios, Estados
e União identificar e mapear as Mapeamento
de Risco
áreas de risco de desastres (Art.
6º, Art. 7º, Art. 8º, Lei Municípi
12.608/2012). Estados
os
https://www.correiobrazil
iense.com.br/brasil/2022
/05/5011789-brasil-tem-
mais-de-27-mil-areas-de-
risco-de-desastres.html

https://www.otempo.co
m.br/brasil/brasil-tem-
14-mil-pontos-de-risco-
de-desabamento-de-
encostas-diz-defesa-
civil-1.2817609
Mapeamento de Risco
O Brasil precisa avançar bastante em mapeamento de áreas de risco.
Dificuldades: falta de investimento, falta de quadro técnico capacitado
para elaborar esse tipo de estudo, mudanças climáticas.
Identificação de Risco Mapeamento de Risco

Delimitação pontual da área de risco Delimitação da área de risco


Mapeamento de Risco – CPRM
Após sucessivos desastres naturais ocorridos no Brasil, o Serviço
Geológico do Brasil (CPRM) passou a integrar o Plano Nacional
de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais, operando
em ações de mapeamento de áreas de risco geológico com
abrangência nacional.
Conteúdo do Estudo de Risco
Diferentemente do Estudo Técnico Ambiental, a legislação de
REURB não deixa claro qual o conteúdo mínimo do Estudo
Técnico para situação de Risco.
Recomenda-se que o conteúdo seja definido de acordo com o
tipo de risco identificado e as informações necessárias para
fazer o seu diagnóstico e embasar as medidas para eliminação,
correção ou de administração de riscos, se possível.
Histórico de Desastres do Município
Sistema Integrado de Informações sobre Desastres – S2iD, e o
histórico de decretações de situação de anormalidade pelo município.
6
5

3 3

Estiagem Inundação Enxurrada Tempestade


Tipos e grupos de
Local/Convectiva -
desastres ocorridos em
Granizo
Witmarsum entre 1981 e
CLIMATOLÓGICO HIDROLÓGICO METEOROLÓGICO 2013
Histórico de Desastres do Município

FONTE: Sistema Integrado de Informações sobre Desastres – S2iD - https://s2id.mi.gov.br/


Mapeamentos de Risco Existentes
Exemplo: CPRM,
abrangência
nacional.
Mapeamentos de Risco Existentes
Sistema de Informações
Municipais
Georreferenciadas -
SIMGeo. Núcleo de
Geoprocessamento
Prefeitura Municipal de
Joinville.

FONTE:
https://simgeo.joinville.sc.go
v.br/
Estudo de Chuvas
Exemplo: gráfico de
anomalias mensais
de chuva e seca em
Witmarsum/SC.
Estudo de Chuvas
O estudo das
relações
Intensidade-
Duração-
Frequência (IDF)
das
precipitações
extremas pode
ser aplicado na
estimativa de
vazões.
Estudo de Vazão
Exemplo de
estimativa de
vazão para
diferentes
períodos de
retorno.
Identificação das ações para eliminação,
correção ou de administração de riscos
Fazer o levantamento das ações de
proteção e defesa civil que já estão
em andamento no
município/estado.
Identificação das ações para eliminação,
correção ou de administração de riscos
Rio Itajaí do Sul Rio Itajaí do Oeste Exemplo de
Rio do
Sul/SC.

Rio Itajaí-
açu
Identificação das ações para eliminação,
correção ou de administração de riscos

Rio do Sul

Bacia Hidrográfica do Rio


Itajaí
Identificação das ações para eliminação,
correção ou de administração de riscos
Exemplo de Rio do
Sul/SC: em 2011 cerca de
90% da área urbana
sofreu com inundação.
Identificação das ações para eliminação,
correção ou de administração de riscos
Medida estrutural:
barragens para
regularização da
vazão dos rios.

Barragem Itajaí do
Oeste: 1973
Barragem Itajaí do
Sul: 1975
Identificação das ações para eliminação,
correção ou de administração de riscos
Medida não
estrutural:
monitoramento da
chuva e da cota do
rio e alerta de
inundação.

Exemplo: Defesa Civil de Rio do Sul/SC -


https://defesacivil.riodosul.sc.gov.br/index.php
Identificação das ações para eliminação,
correção ou de administração de riscos

Exemplo: Defesa Civil de Rio do Sul/SC -


https://defesacivil.riodosul.sc.gov.br/index.php
Proposta de medidas para eliminação,
correção ou de administração de riscos

O lema do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil:


“Defesa Civil somos todos nós”!

MEDIDAS GERAIS MEDIDAS ESPECÍFICAS


Município Núcleo Urbano
RISCO NÃO MITIGÁVEL
Em alguns casos o estudo de
risco pode chegar à conclusão
de que não é possível eliminar,
corrigir ou administrar o risco,
seja por inviabilidade técnica
ou econômica.
RISCO NÃO MITIGÁVEL
REURB-S
O Poder Público deve providenciar a realocação dos ocupantes (Art. 39, § 2º, Lei
13.465/2017). Se o risco se der em área privada, o Poder Público poderá ser
ressarcido destes custos pelos responsáveis pela implantação do núcleo.

REURB-E
A realocação dos ocupantes do núcleo será providenciada pelo titular de domínio,
pelos responsáveis pela implantação do núcleo urbano informal, pelos beneficiários
ou pelo legitimado promotor da REURB.
5. Protocolo e Análise –
Prefeitura;

Jeizer André Poffo – Sócio Minha Casa Legal


Sumario
• Principais Pontos;
• Fases da REURB;
• Processamento Administrativo do Requerimento;
• - Definição da modalidade;
• - Notificação de interessados;
• Projeto de Regularização Fundiária;
• Saneamento do Processo;
• Decisão De Autoridade Competente;
• Certidão de Regularização Fundiária;
• Andamento interno na prefeitura;
• Duvidas Frequentes;
Principais Pontos
O que é necessário ter em mente como Poder Publico:
• REURB é uma ferramenta do município, não um problema;
• Não precisa ter infraestrutura no local e não precisa implantar antes da CRF;
• Não precisa seguir o Plano Diretor municipal;
• Não necessita uma equipe exclusiva para analise ou um setor exclusivo;
• A visão da gestão municipal deve se alinhar com o processo de analise;
Fases de análise da REURB
Art. 28. A Reurb obedecerá às seguintes fases:

I - requerimento dos legitimados;

II - processamento administrativo do requerimento, no qual será conferido prazo


para manifestação dos titulares de direitos reais sobre o imóvel e dos confrontantes;
(empresa ou prefeitura);

III - elaboração do projeto de regularização fundiária; (empresa ou prefeitura);

IV - saneamento do processo administrativo; (apenas prefeitura);


Fases de análise da REURB
Art. 28. A Reurb obedecerá às seguintes fases:

V - decisão da autoridade competente, mediante ato formal, ao qual se dará


publicidade; (apenas prefeitura);

VI - expedição da CRF pelo Município; e (apenas prefeitura);

VII - registro da CRF e do projeto de regularização fundiária aprovado perante o


oficial do cartório de registro de imóveis em que se situe a unidade imobiliária com
destinação urbana regularizada. (Registro de imóveis);

Parágrafo único. Não impedirá a Reurb, na forma estabelecida nesta Lei, a


inexistência de lei municipal específica que trate de medidas ou posturas de
interesse local aplicáveis a projetos de regularização fundiária urbana.
Fases de análise da REURB
O fluxo processo administrativo é medida inicial cuja responsabilidade é do
município, que deve, através do seu órgão competente.
O fluxo se constituirá dos atos formalizados, e servirá de base para abrigar toda
a relação de despachos, estudos, diagnósticos, projetos, relatórios, informações,
certidões e demais documentos exigidos em lei para a conclusão da regularização
fundiária.
II - processamento administrativo do
requerimento - Definição da modalidade
A classificação da regularização fundiária, como interesse social ou específico,
visa exclusivamente a identificar os responsáveis pela implantação ou adequação
das obras de infraestrutura essencial, bem como reconhecer se os titulares de direito
terão, ou não, direito à gratuidade das custas e emolumentos, perante os cartórios
de registro.
II - processamento administrativo do
requerimento - Definição da modalidade
Art. 13. A Reurb compreende duas modalidades:

I - Reurb de Interesse Social (Reurb-S) - regularização fundiária aplicável aos


núcleos urbanos informais ocupados predominantemente por população de baixa
renda, assim declarados em ato do Poder Executivo municipal; e

II - Reurb de Interesse Específico (Reurb-E) - regularização fundiária aplicável aos


núcleos urbanos informais ocupados por população não qualificada na hipótese de
que trata o inciso I deste artigo.
II - processamento administrativo do requerimento
- Definição da modalidade
§ 1º Serão isentos de custas e emolumentos, entre outros, os seguintes atos
registrais relacionados à Reurb-S:
I - o primeiro registro da Reurb-S, o qual confere direitos reais aos seus
beneficiários;
II - o registro da legitimação fundiária;
III - o registro do título de legitimação de posse e a sua conversão em título de
propriedade;
IV - o registro da CRF e do projeto de regularização fundiária, com abertura de
matrícula para cada unidade imobiliária urbana regularizada;
V - a primeira averbação de construção residencial, desde que respeitado o limite de
até setenta metros quadrados;
VI - a aquisição do primeiro direito real sobre unidade imobiliária derivada da Reurb-
S;
VII - o primeiro registro do direito real de laje no âmbito da Reurb-S; e
VIII - o fornecimento de certidões de registro para os atos previstos neste artigo.
II - processamento administrativo do requerimento
- Definição da modalidade
Art. 6 º Para a classificação da Reurb na modalidade Reurb-S, a composição ou a
faixa da renda familiar para definição de população de baixa renda poderá ser
estabelecida em ato do Poder Público municipal ou distrital, consideradas as
peculiaridades locais e regionais de cada ente federativo.

Parágrafo único. A renda familiar prevista no caput não poderá ser superior ao
quíntuplo do salário mínimo vigente no País.
II - processamento administrativo do requerimento
- Definição da modalidade
Art. 23. [...]
§ 1º Apenas na Reurb-S, a legitimação fundiária será concedida ao beneficiário,
desde que atendidas as seguintes condições:

I - o beneficiário não seja concessionário, foreiro ou proprietário de imóvel urbano ou


rural;
II - o beneficiário não tenha sido contemplado com legitimação de posse ou fundiária
de imóvel urbano com a mesma finalidade, ainda que situado em núcleo urbano
distinto; e
III - em caso de imóvel urbano com finalidade não residencial, seja reconhecido pelo
poder público o interesse público de sua ocupação.
II - processamento administrativo do requerimento
- Notificação de interessados
Identificada a titularidade de domínio da área objeto de REURB o município
deverá proceder às notificações, tanto dos proprietários, quanto dos confinantes e
terceiros interessados na REURB.
Os notificados terão até 30 dias para apresentarem impugnação ao
procedimento iniciado pelo município Caso seja apresentada impugnação, o
procedimento a ser seguido está descrito tanto na Lei nº 13.465/2017 (art. 31,§3º),
quanto no Decreto nº 9.310/2018 (art. Art. 24, §1º ao § 12).
II - processamento administrativo do requerimento
- Notificação de interessados
Lei 13.465/2017, Art. 31.

§ 1º Tratando-se de imóveis públicos ou privados, caberá aos Municípios


notificar os titulares de domínio, os responsáveis pela implantação do núcleo urbano
informal, os confinantes e os terceiros eventualmente interessados, para, querendo,
apresentar impugnação no prazo de trinta dias, contado da data de recebimento da
notificação.
II - processamento administrativo do requerimento
- Notificação de interessados
Decreto nº 9.310/2018, Art. 24:

§1º Caberá ao Poder Público municipal ou distrital notificar os titulares de


domínio, os responsáveis pela implantação do núcleo urbano informal, os
confinantes e os terceiros eventualmente interessados, para que apresentem
impugnação no prazo de trinta dias, contado da data da notificação.

§ 4º A notificação do proprietário e dos confinantes será feita por via postal com
aviso de recebimento, no endereço que constar da matrícula ou da transcrição do
imóvel e será considerada efetuada quando comprovada a entrega nesse endereço.
II - processamento administrativo do requerimento
- Notificação de interessados
Decreto nº 9.310/2018, Art. 24:

§ 5º A notificação da REURB também será feita por meio de publicação de


edital, com prazo de trinta dias, do qual deverá constar, de forma resumida, a
descrição da área a ser regularizada, nos seguintes casos:
I - do proprietário e dos confinantes não encontrados; e
II - de recusa da notificação por qualquer motivo.

§ 6º A ausência de manifestação dos titulares de domínio, dos responsáveis


pela implantação do núcleo urbano informal, dos confinantes e dos terceiros
eventualmente interessados será interpretada como concordância com a Reurb.
II - processamento administrativo do requerimento
- Notificação de interessados
Decreto nº 9.310/2018, Art. 24:

§ 9º Apresentada a impugnação apenas em relação a parte da área objeto da


Reurb, é facultado ao Poder Público municipal ou distrital prosseguir com a REURB
em relação à parcela não impugnada.

§ 10. O Poder Público municipal ou distrital poderá rejeitar a impugnação


infundada, por meio de ato fundamentado do qual constem as razões pelas quais
assim a considerou, e dar seguimento à REURB se o impugnante não apresentar
recurso no prazo de quinze dias, contado da data da notificação da decisão de
rejeição.
II - processamento administrativo do requerimento
- Notificação de interessados
Decreto nº 9.310/2018, Art. 24:

§ 11. Indeferido o recurso, o impugnante apresentará as suas razões ao


Município e, caso não haja consenso, o Poder Público municipal ou distrital poderá
iniciar o procedimento extrajudicial de composição de conflitos.

§ 12. Considera-se infundada a impugnação que:


I - não indicar, de forma plausível, onde e de que forma a Reurb avança na
propriedade do impugnante;
II - não apresentar motivação, ainda que sumária; ou
III - versar sobre matéria estranha ao procedimento da Reurb em andamento.
III – Projeto de Regularização Fundiária
A elaboração do projeto de regularização fundiária é prevista na Lei federal nº
13.465/2017 como uma fase do procedimento de regularização e engloba um
conjunto de documentos estruturantes para a conclusão da REURB até a fase final
de registro.
IV – Saneamento Do Processo

O poder público fará a organização de todo o processo, a verificação de todos


os atos, documentos e decisões, efetuando-se a correção de eventuais defeitos e
suprindo-se a falta de algum documento restante.
O saneamento do processo administrativo é uma fase da Reurb (art. 28, IV, da
Lei nº 13.465/2017 e art. 21, IV, do Decreto nº 9.310/2018), em que documentos que
integram o projeto de regularização fundiária poderão ser revistos e retificados, caso
constatados erros sanáveis, em prol do interesse público que é inerente ao
procedimento de Reurb.
V – Decisão De Autoridade Competente

O município deverá exarar decisão, que deve ser publicada para dar publicidade
e transparência ao procedimento de regularização fundiária.
Segundo consta no art. 40 da Lei 13.465/2017, o pronunciamento da autoridade
competente que decidir o processamento administrativo da REURB deverá:

I - indicar as intervenções a serem executadas, se for o caso, conforme o projeto de


regularização fundiária aprovado;
II - aprovar o projeto de regularização fundiária resultante do processo de regularização
fundiária; e
III - identificar e declarar os ocupantes de cada unidade imobiliária com destinação urbana
regularizada, e os respectivos direitos reais.
V – Certidão De Regularização Fundiária

A Lei nº 13.465/2017 indica a CRF como um documento expedido pelo


município, ao final do procedimento da REURB, constituído do projeto de
regularização fundiária aprovado, do termo de compromisso relativo a sua execução
e, no caso da legitimação fundiária e da legitimação de posse, da listagem dos
ocupantes do núcleo urbano informal regularizado, da devida qualificação destes e
dos direitos reais que lhes foram conferidos (art. 11, V).
De acordo com a Lei nº 13.465/2017, emitir a CRF é competência exclusiva do
município no qual esteja situado o núcleo urbano informal (art.30, III).
V – Certidão De Regularização Fundiária

A CRF é o ato administrativo de aprovação da regularização que deverá


acompanhar o projeto aprovado e conter, no mínimo (Art.41, Lei Nº 13.465):
I - o nome do núcleo urbano regularizado;
II - a localização;
III - a modalidade da regularização;
IV - as responsabilidades das obras e serviços constantes do cronograma;
V - a indicação numérica de cada unidade regularizada, quando houver;
VI - a listagem com nomes dos ocupantes que houverem adquirido a respectiva
unidade, por título de legitimação fundiária ou mediante ato único de registro, bem
como o estado civil, a profissão, o número de inscrição no cadastro das pessoas
físicas do Ministério da Fazenda e do registro geral da cédula de identidade e a
filiação.
V – Certidão De Regularização Fundiária

Emitida a CRF e aprovado o projeto de regularização fundiária, a autoridade


competente encaminhará a documentação ao cartório de registro de imóveis
solicitando o registro.
A CRF será dispensada na hipótese do art. 69 da Lei nº 13.465/2017, que trata
das glebas parceladas para fins urbanos anteriormente a Lei nº 6.766, conforme
estabelece o parágrafo segundo deste artigo – REURB I.
Andamento interno na
prefeitura
Andamento interno na prefeitura:

• Procedimento de instauração da REURB – Aprovação da REURB;


• Análise da Assistência Social – Definição da modalidade;
• Notificação de confrontantes;
• Análise de Planejamento, Meio Ambiente e Defesa Civil;
• Jurídico;
• CRF;
• Ofício de Registro de Imóveis;
Andamento interno na
prefeitura
Andamento interno na prefeitura:

• Procedimento de instauração da REURB – Decreto de aprovação;


• Análise da Assistência Social – Parecer social;
• Notificação de confrontantes – Edital de notificação e comprovantes de
notificação;
• Análise de Planejamento, Meio Ambiente e Defesa Civil – Parecer
planejamento, meio ambiente e defesa civil e termo de compromisso;
• Jurídico – Análise documental e despacho de saneamento;
• Município – Publicização e CRF;
• Ofício de Registro de Imóveis - Matrícula;
5. Exemplos Práticos e
Cuidados na Análise;
Danusa Petters Ferrari – Analista Jurídica;
Bacharel em Direito.
Objetivos da REURB que devem ser
observados pelos entes públicos da
federação
· identificar os núcleos urbanos informais que devam ser regularizados, organizá-los e
assegurar a prestação de serviços públicos aos seus ocupantes, de modo a melhorar
as condições urbanísticas e ambientais em relação à situação de ocupação informal
anterior;
· criar unidades imobiliárias compatíveis com o ordenamento territorial urbano e
constituir sobre elas direitos reais em favor dos seus ocupantes; (poder de conferir
direito real de propriedade – legitimação de posse)
· priorizar a permanência dos ocupantes nos próprios núcleos urbanos informais
regularizados
· estimular a resolução extrajudicial de conflitos;
· garantir a efetivação da função social da propriedade (exploração efetiva do bem);
· prevenir e desestimular a formação de novos núcleos urbanos informais;
· franquear participação dos interessados nas etapas do processo de regularização
fundiária. (Princípio da eficiência)
Dispensa de aplicação da Lei n. 6.766/79 e Lei
Municipais e Estaduais que disciplinam sobre o
parcelamento do Solo Urbano

Art. 11. § 1º Para fins da Reurb, os Municípios poderão dispensar as exigências


Lei Federal relativas ao percentual e às dimensões de áreas destinadas ao uso público ou ao
nº 13.465/2017 tamanho dos lotes regularizados, assim como a outros parâmetros urbanísticos e
edilícios.

Art. 28. Parágrafo único. Não impedirá a Reurb, na forma estabelecida nesta Lei,
a inexistência de lei municipal específica que trate de medidas ou posturas de
interesse local aplicáveis a projetos de regularização fundiária urbana.
Classificação da modalidade e seus reflexos

Conforme art. 30, I, da Lei n. 13.465/2017, compete aos Municípios classificar em qual
modalidade o núcleo urbano informal se enquadra (Reurb S ou E), cujos reflexos são:

• Identificação dos responsáveis pela implantação ou adequação das obras de


infraestrutura essencial; (Município de S e ocupantes se E, proporcional se misto)

• direito à gratuidade das custas e emolumentos notariais e registrais;

• Na Reurb-E, sobre bem público, ficará condicionada ao pagamento do justo valor da


unidade imobiliária regularizada, excluído o valor das acessões e benfeitorias
realizadas do ocupante e a valorização decorrente da implantação dessas acessões
e benfeitorias.

OBS: A classificação da modalidade da Reurb de unidades imobiliárias residenciais ou


não residenciais integrantes de núcleos urbanos informais poderá ser feita, de forma
integral, por partes ou de forma isolada por unidade imobiliária.
Competência dos Municípios
Art. 30. Compete aos Municípios nos quais estejam situados os núcleos urbanos
informais a serem regularizados:

I - classificar, caso a caso, as modalidades da Reurb;

II - processar, analisar e aprovar os projetos de regularização fundiária; e

III - emitir a CRF.

Prazo de 180 para classificar – A inércia do Município implica a automática fixação da


modalidade de classificação da Reurb indicada pelo legitimado. RESSALVA - futura revisão
pelo Município, mediante estudo técnico que a justifique.
DILIGÊNCIAS QUE RECAEM SOBRE O MUNICÍPIO

• Realizar buscas para determinar a titularidade do domínio dos imóveis


onde está situado o núcleo urbano informal a ser regularizado;

• Notificação dos titulares de domínio, os responsáveis pela implantação


do núcleo urbano informal, os confinantes e os terceiros
eventualmente interessados (edital), para, querendo, apresentar
impugnação no prazo de trinta dias, contado da data de recebimento
da notificação;

• Se houver impugnação, deverá providenciar a composição de


conflitos;
DAS NOTIFICAÇÕES
• A notificação do proprietário e dos confinantes será feita por via postal, com aviso
de recebimento, no endereço que constar da matrícula ou da transcrição,
considerando-se efetuada quando comprovada a entrega nesse endereço;

• A notificação da Reurb também será feita por meio de publicação de edital, com
prazo de trinta dias, do qual deverá constar, de forma resumida, a descrição da
área a ser regularizada, nos seguintes casos:

I - quando o proprietário e os confinantes não forem encontrados; e

II - quando houver recusa da notificação por qualquer motivo.


• A ausência de manifestação dos titulares,
confrontantes e eventuais interessados, será
interpretada como concordância com a Reurb
.
Definição de confrontante pelo Código de Normas do Estado de Santa
Catarina: “Art. 764-H. Considera-se confrontante o proprietário ou o
ocupante, a qualquer título, da área lindeira demarcada”.
6. Registro de Imóveis
Walterly Rodrigues De Sousa, Registrador de Imóveis;
PROTOCOLIZAÇÃO
• PROTOCOLIZAÇÃO DA CERTIDÃO DE REGULARIZAÇÃO
FUNDIÁRIA
ü Protocolar a Certidão de Regularização Fundiária,
acompanhada dos trabalhos técnicos (não precisa de
requerimento).

ü Prazo para analisar a CRF é de quinze (15) dias úteis


(contados da data da prenotação).
LANÇA NO SISTEMA
CONTRADITÓRIO

Os nomes dos ocupantes e os números dos registros, ou


seja: matrículas e transcrições, em obediência ao artigo 186 da Lei
Federal n. 6.015/73.
PESQUISAS

ü O Oficial procederá às buscas complementares (nos indicadores


real e pessoal) para confirmar se não existem outras matrículas
ou transcrições atingidas pela regularização, além das
relacionadas na CRF, bem como fará buscas em nome dos
beneficiários e dos confrontantes do núcleo.
ORDEM DOS DOCUMENTOS

A organização dos documentos


acelera a qualificação da CRF.
CRF
ORDEM DOS DOCUMENTOS

ü - Certidão de Regularização Fundiária - CRF;


ü - Instrumento particular “Qualificação dos Ocupantes”
ü - Projeto de regularização fundiária, conforme artigo 35 da Lei
Federal n. 13.465/2017;
ü - Planta do perímetro do núcleo;
ü - Planta de sobreposição, se for o caso;
ü - Levantamento planialtimétrico e cadastral, com
georreferenciamento;
QUALIFICAÇÃO DOS PROJETOS

ü - Os padrões dos memoriais descritivos, das plantas e das demais


representações gráficas, inclusive escalas adotadas e outros detalhes
técnicos, seguirão as diretrizes estabelecidas pela autoridade Municipal ou
Distrital competente, as quais serão consideradas atendidas com a emissão
da CRF. (Obrigatório o georreferenciamento).
EMISSÃO DA CRF
A emissão da CRF goza de presunção de legitimidade
PARA FINS DE REGISTRO, BASTARÁ QUE A CRF CONTENHA:
ü Descrição em breve relato dos requisitos do art. 41 e dos demais documentos
mencionados nos arts. 35 e 36, todos da Lei n. 13.465, de 2017;
ü Declaração da consolidação do núcleo urbano informal nos termos do inciso III do
art. 11 da Lei n. 13.465, de 2017, indicando as unidades imobiliárias regularizadas
que se encontram ocupadas;
ü - Nome do núcleo urbano regularizado;

ü - Localização (bairro e Município);

ü - Modalidade da regularização fundiária (Reurb-S ou Reurb-E). Observação se for a


simplificada/Inominada também precisará constar se é social ou especifica;

ü - As responsabilidades das obras e serviços constantes do cronograma;


EMISSÃO DA CRF
A emissão da CRF goza de presunção de legitimidade

ü Declaração se a aprovação Municipal, além da urbanística,


contempla a aprovação ambiental nos termos do art. 12 da Lei n.
13.465, de 2017;
ü Listagem com nomes dos ocupantes que tiverem adquirido a
respectiva unidade por título de legitimação fundiária ou de
posse, bem como o estado civil, a profissão, os números do CPF e
do RG e a filiação, conforme o caso;
ü Endereço Email e/ou telefone dos beneficiários, para informar o sínter;
PROCEDIMENTO DO REGISTRO

ü O procedimento de registro da CRF tramitará em prenotação


única, independentemente de requerimento, e sua apresentação
legitima e autoriza a prática de todos os atos necessários ao
registro da Reurb e da titulação de seus beneficiários.
QUALIFICAÇÃO
● QUALIFICAÇÃO NEGATIVA
Se a qualificação for negativa, será necessário fazer a nota
devolutiva, onde será apontado item a item para que o Município
atenda todas as exigências.

Vide Art. 44 e seguintes da Lei Federal n. 13.465/2017 e Art. 42 e seguintes do Decreto Federal n. 9.310/2018
QUALIFICAÇÃO
AUTUAR O PROCESSO DA REURB
● QUALIFICAÇÃO POSITIVA
Se a qualificação for positiva, fazer a autuação, o
despacho/decisão homologatória e todo procedimento interno.

Vide Art. 44 e seguintes da Lei Federal n. 13.465/2017 e Art. 42 e seguintes do Decreto Federal n. 9.310/2018.
REGISTRO DA CRF
ü - PROCEDIMENTO REGISTRAL DA CRF: Deverá ser
concluído no prazo de 60 (sessenta) dias, prorrogáveis por
até igual período, mediante justificativa fundamentada do
Oficial do Cartório de Registro de Imóveis.
REGISTRO DA CRF
ü - Elaborar tabela dos atos que serão praticados.
ü - Prorrogar a prenotação no sistema (verificar se é Reurb-S
“cessarão decorridos quarenta dias”; e ou Reurb-E “cessarão
decorridos vinte dias”).
REGISTRO DA CRF
A existência de registros ou demandas sobre direitos reais (p.ex.:
constrições judiciais, bloqueios ou indisponibilidades), ainda que
anterior à REURB, não obstará o registro da CRF e a titulação dos
ocupantes por legitimação fundiária ou de posse, ressalvada a
hipótese de decisão judicial específica que impeça a prática
desses atos, devendo tais ônus ser transportados para a matrícula
matriz e matrículas das unidades imobiliárias, conforme art. 74 da Lei 13.465, de
2017.
REGISTRO DA CRF
ü - Identificadas ou não transcrições ou matrículas da área
ocupada pelo núcleo urbano, o Oficial de Registro deverá:
ü - Abrir a matrícula matriz (nova - área maior), constando
“proprietários indicados na matrícula de origem” ou
“proprietários não identificados”, conforme o caso.
ü - Promover as averbações nas transcrições ou nas matrículas
atingidas, total ou parcialmente, independentemente de
retificação de registro, unificação ou apuração de remanescente.
REGISTRO DA CRF
ü - Promover o registro da CRF na matrícula matriz (nova - área
maior).
ü - Abrir as matrículas individualizadas para as unidades
imobiliárias, transportando os dados constantes da matrícula
matriz (nova - mãe - área maior) referentes ao “registro anterior”
e “proprietário”.
ü - Registrar os direitos reais indicados na CRF (legitimação
fundiária e legitimação de posse).
ü - As matrículas relativas a unidades não adquiridas nos termos
indicados na listagem, permanecerão em nome do titular
constante na matrícula matriz.
REGISTRO DA CRF
ü - As matrículas de unidades imobiliárias incorporadas ao projeto
urbanístico (p.ex.: usucapião) em que haja correlação de descrição
poderão ser mantidas, averbando-se a nova identificação (lote e
quadra).
ü - A descrição da unidade imobiliária poderá ser alterada para que
haja harmonização com a descrição constante do projeto,
mediante requerimento do titular de domínio, independentemente
de procedimento específico de retificação.
ü - As matrículas dos bens públicos serão abertas mediante
requerimento do Poder Público.
REGISTRO DA CRF CONSTRUÇÕES

ü - No caso da Reurb-S, a averbação das edificações poderá ser


efetivada a partir de mera notícia na própria CRF (até 70m2).
ü - No caso da Reurb-E, deverá constar na CRF ou apresentar o
documento oficial expedido pelo Município relatando a existência
da construção no lote, bem como deverá constar da CRF uma
solicitação autorizando o Oficial a proceder a referida averbação de
construção na nova unidade imobiliária (indicar o padrão de acabamento, o valor estimado
da obra e a quantidade de quartos - esses elementos servirão de base para cobrança de emolumentos do cartório);
EMOLUMENTOS
Reurb-S (não cobrar emolumentos) - Exceção no artigo 56 do Decreto
Federal n. 9.310/2018: 1 (um) ano, contado da data de emissão do
título; e

Reurb-E (cobrar emolumentos)

ü - parcelamento do solo (tabela de loteamento);


ü - condomínio edilício, condomínio de lotes, condomínio urbanos
simples e lajes (tabela de incorporação/condomínio); e
ü - conjunto habitacional (tabela de loteamento ou de
incorporação/condomínio).
Obrigado Pela Presença!
Equipe - Minha Casa Legal
Contatos CRF – Minha Casa Legal
crf.org.br minhacasalegal.com

cursos@crf.org.br comercial@minhacasalegal.com

Você também pode gostar