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LUBRIFICAÇÃO À GRAXA DE MANCAIS DE ROLAMENTO POR


CONDIÇÃO UTILIZANDO-SE DE MONITORAMENTO POR ULTRASSOM
A lubrificação à graxa de mancais de rolamento é realizada, em geral, baseada no
conceito de intervalo de relubrificação que pode ser em horas, dias, semanas ou
meses sendo a periodicidade em horas a recomendação mais comum dos OEMs.

Figuras 1/2 – Mancais de rolamento lubrificados à graxa

Em adição à periodicidade de relubrificação os OEMs recomendam a quantidade de


graxa a ser aplicada durante os procedimentos programados de manutenção
preventiva sendo, geralmente, a quantidade de graxa para reposição do alojamento
do mancal de rolamento estimada utilizando-se a seguinte metodologia:

Figuras 3/4 – Mancais de rolamento: lubrificação pela lateral


e lubrificação por furo de lubrificação

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Gp = 0,005 x D x B ( relubrificação pela lateral )
Gp = 0,002 x D x B ( relubrificação por entalhes anulares ou furos de lubrificação
nos anéis interno e externo )

Gp – quantidade de graxa a ser adicionada quando da relubrificação ( g )


D - diâmetro externo do mancal de rolamento ( mm )
B - largura total do mancal de rolamento ( mm ) para mancais radiais ( para
mancais axiais utilizar H – altura em lugar de B )

O problema deste método de trabalho é ser a relubrificação à graxa dos mancais de


rolamento realizada independentemente da necessidade. Outra dificuldade é,
havendo necessidade de relubrificação à graxa, ser difícil de se determinar a
quantidade de graxa a ser utilizada. Agregar graxa ao mancal de rolamento mais
que o necessário provocará a sobre-lubrificação do elemento de máquina e uma série
de consequências indesejáveis. Fato é o seguinte: é bastante difícil estabelecer uma
relubrificação adequada com este tipo de procedimento.

Figura 5 – Falha em mancal de rolamento de motor elétrico por excesso de graxa

O conceito de relubrificação por periodicidade baseia-se na premissa de não se


deixar falta graxa no mancal de rolamento. É um conceito preventivo e se situa na
tênue linha entre a falta de graxa e a sobre-lubrificação, sendo a excessiva
quantidade de graxa causa tão comum de avaria catastrófica tão comum quanto a
falta de graxa.

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Porém, como se determinar quando se deve ou não relubrificar com graxa mancais
de rolamento ? Isto pode ser conseguido adotando-se uma estratégica de
relubrificação por condição. Analisando-se a condição do mancal de rolamento é
que determinaremos, com mais precisão, quando relubrificá-lo. Se o mancal de
rolamento está em condições normais de operação e não demonstra nenhuma
anormalidade porque relubrificá-lo ? Por que não aguardar até que haja mudanças
nas condições de operação tais como a diminuição da quantidade de graxa,
deterioração de suas características físico-químicas, elevação do atrito interno,
elevação da temperatura de operação para, então, relubrificá-lo?

Figuras 6/7 – Falha em mancal de rolamento por deficiência em lubrificação

O monitoramento da quantidade de graxa a ser introduzida no mancal de rolamento


quando da relubrificação também é de fundamental importância devendo a
operação ser interrompida quando se atingir a quantidade ideal de graxa.

A lubrificação à graxa utilizando-se da inspeção por ultrassom é uma técnica


baseada na condição do mancal de rolamento. Com a inspeção ultrassônica será
possível aos mecânicos lubrificadores saber quais os mancais de rolamento
necessitam ser relubrificados e qual a quantidade ideal de graxa a ser aplicada.

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A tecnologia por ultrassom se baseia nos sons de alta frequência ( 20 KHz – 100
KHz ) já que a audição humana capta, apenas, sons na faixa de 20 Hz a 20 KHz.
Para se utilizar a tecnologia ultrassônica acoplam-se transdutores ultrassônicos à
pistola graxeira para que se possa ler os sinais de ultrassom no display do
instrumento em decibéis ( dB ) ou com dispositivos auriculares.

Figuras 8/9 – Relubrificação à graxa utilizando tecnologia de ultrassom

Em condições normais de operação a pista de rolamento e os elementos rolantes do


mancal de rolamento sofrem uma deformação elástica suave de forma elíptica.
Havendo a formação de película lubrificante adequada, as rugosidades aleatórias da
superfície serão cobertas por graxa e a energia acústica produzida ( ultrassons ) será
baixa. Não havendo película de graxa suficiente as rugosidades normais da superfície
farão contato e a energia acústica ( ultrassons ) aumentará. O desgaste adesivo
provocará o surgimento de pequenas fissuras iniciando-se o processo da “pré-falha”
sendo determinante para a redução deste mecanismo de desgaste a espessura da
película de graxa lubrificante adequada à aplicação.

Figura 10 – Desenvolvimento de falha catastrófica em pista de mancal de rolamento

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A sobre-lubrificação eleva a temperatura de operação do mancal de rolamento,
causando deformação e estresse das pistas de rolamento e dos elementos rolantes,
podendo haver, também, fuga de graxa e entrada de abrasivos por retentores
avariados e a consequente falha catastrófica do mancal de rolamento.

Figura 11 – Falha catastrófica em mancal de rolamento

O excesso de graxa lubrificante poderá provocar empuxo excessivo e desgaste


prematuro do mancal de rolamento. Se houver falta de graxa lubrificante haverá
contato entre as superfícies rugosas, atrito e, também, desgaste prematuro. A
utilização da relubrificação à graxa utilizando-se de pistolas graxeiras equipadas
com transdutores ultrassônicos será útil na eliminação deste dilema.

Figuras 12/13 – Pistola graxeira equipada com transdutor ultrassônico

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Os instrumentos ultrassônicos detectam mudanças relacionadas ao atrito. Um
mancal de rolamento bem lubrificado terá reduzidos atrito e desgaste por contato
entre superfícies metálicas. O som ultrassônico produzido nesta condição é chamado
“ruído branco” e quando ouvido através de transdutor ultrassônico é semelhante ao
de uma cascata ou de ar saindo de um pneu através do bico de enchimento. Havendo
falha na película lubrificante, o atrito e o desgaste por contato das superfícies
metálicas provocará aumento nas ondas de alta frequência e isto poderá ser
evidenciado através de dispositivos auriculares ou pelo display do instrumento
ultrassônico.

Figuras 14/15 – Lubrificação por condição utilizando tecnologia ultrassônica

Três maneiras podem ser utilizadas para se estabelecer uma linha base com vistas a
se verificar se o mancal de rolamento está operando sem defeitos observáveis e com
lubrificação adequada.

- Por comparação. A se comparar mancais de rolamento operando sob as mesmas


condições ( rpm, tipo, carga etc. ) pode-se estabelecer uma linha base em níveis de
decibéis ou qualidade de som ( ex. < 8 dB ) para cada mancal de rolamento
utilizando-se transdutor ultrassônico portátil.

- Estabelecer a linha base enquanto se relubrifica aguardando-se até que o ruído caia
ao nível mais baixo e comece a subir. Neste ponto não se deve adicionar mais graxa
lubrificante ao mancal de rolamento e deve-se utilizar este nível de dB como linha
base.

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- Por histórico. Efetua-se uma inspeção inicial com ultrassom , 30 dias depois
efetua-se nova medição e se comparam os níveis de dB. Se a variação for
baixa ( ex. < 8 dB ) utiliza-se esta medição como linha base para futuras
comparações.

Figura 16/17 – A tecnologia ultrassônica representou grande melhoria em termos


de confiabilidade na relubrificação à graxa em mancais de rolamento

A seleção dos mancais de rolamento a serem inspecionados por condição através da


técnica de ultrassom e a frequência das inspeções dependerá das consequências
produtivas em caso de falha catastrófica. Após o estabelecimento das linhas bases
recomenda-se inspeção mensal. Porém, se a criticidade do mancal de rolamento for
elevada, se o nível de ruído ultrassônico ( dB ) estiver elevado ou a freqüência das
relubrificações estiver elevada recomenda-se que a freqüência de inspeção seja
realizada a intervalos menores com vistas a verificar-se alterações na condição. A
relubrificação à graxa tende a mascarar a iminência de falha catastrófica mas, ainda
assim, haverá aumento do nível de ruído ultrassônico em dB podendo a avaria
catastrófica ocorrer em horas ou dias.

Figuras 18/19 – A tecnologia ultrassônica é de extrema confiabilidade

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Se o monitoramento do mancal de rolamento por ultrassom exceder os 8 dB da linha
base pode-se concluir que há necessidade de relubrificação. Porém, como se pode
evitar a sobre-lubrificação do mancal de rolamento ? Há 02 maneiras em que se
pode conseguir isto:

- lubrificar lentamente o mancal de rolamento monitorando-se a condição com o


aparelho de ultrassom, acoplado ou não à pistola graxeira, até que o nível de ruído
ultrassônico em dB caia abaixo da linha base. Cuidado deve ser tomado visto que
leva algum tempo para que a graxa lubrificante cubra completamente as pistas de
rolamento e os elementos rolantes e haja diminuição do atrito e do nível de ruído
ultrassônico.

- se não for possível utilizar-se como guia o nível de ruído ultrassônico em dB deve-se
bombear graxa até que o nível de ruído ultrassônico caia e volte a subir. Neste exato
momento o mecânico lubrificador deve interromper a aplicação de graxa
lubrificante.

Figuras 20/21 – A tecnologia de relubrificação à graxa com auxílio da inspeção por


ultrassom torna possível uma dosagem muito mais precisa da quantidade de graxa

Se as leituras do nível de ruído ultrassônico em dB não regressarem aos níveis


originais e se mantiverem altos após a relubrificação considere que este mancal de
rolamento está em modo de falha e deve ser monitorado com freqüência ou, se
conveniente, substituído.

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Em sistemas automatizados de lubrificação à graxa pode-se utilizar sensor
ultrassônico para acionar ou paralisar um lubrificador automático em vez de tê-lo
operando de forma contínua. Caso o nível de ruído ultrassônico no mancal de
rolamento exceda a linha base de 8 dB, haverá relubrificação imediata e se esta
condição não ocorrer, não haverá liberação de graxa lubrificante. Este método é
extremamente eficaz na detecção de mudanças na condição do atrito interno e da
lubrificação do mancal de rolamento.

Figuras 22/23 – A tecnologia de inspeção por ultrassom está cada vez mais acessível

A tecnologia da relubrificação à graxa por condição utilizando-se das técnicas de


ultrassom são muito efetivas em se monitorar a condição dos mancais de rolamento.
Estabelecendo-se nível de alarme de 8 dB acima da linha base os mecânicos
lubrificadores poderão efetuar os serviços de relubrificação com segurança evitando-
se a sobre-lubrificação, a falta de lubrificação e aplicando, somente, a quantidade
necessária de graxa para que o nível de ruído ultrassônico caia, novamente, para a
linha base ou haja uma diminuição na intensidade do som quando não houver
leitura em dB disponível.

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