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IND NEWS 93 19.05.2019


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CAUSAS DE FORMAÇÃO DE ESPUMA EM ÓLEOS


LUBRIFICANTES E POSSÍVEIS SOLUÇÕES
A formação de espuma é um problema relativamente comum em sistemas
lubrificados a óleo. Por ser um tanto quanto difícil a solução do problema é essencial
a realização de ensaios precisos para se determinar a causa-raiz da formação de
espuma.

Figuras 1/2 – Formação de espuma em sistemas lubrificados a óleo

A espuma é um conjunto de pequenas bolhas de ar que se acumulam na superfície


do fluido ou próximo a ela. Em casos severos, a espuma pode vazar para fora da
máquina através dos respiradouros, visores e varetas de nível. A espuma é um
eficiente isolante térmico, de forma que o controle de temperatura do óleo
lubrificante pode tornar-se bastante difícil onde houver a sua excessiva formação. A
presença de ar em óleo lubrificante pode levar à rápida oxidação do óleo
lubrificante, cavitação, redução das propriedades lubrificantes e falhas catastróficas
em sistemas hidráulicos, redutores de velocidade, turbinas a vapor, hidráulicas ou
movidas a gás natural etc.

Figura 3 – Amostra de óleo lubrificante com espuma

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LUBRIFICANTES E POSSÍVEIS SOLUÇÕES
As causas da formação de espuma em óleos lubrificantes são várias:

Figuras 4/5 – Formação de espuma em reservatório de óleo lubrificante

1. Contaminação por água.

2. Contaminação por material particulado sólido.

3. Retirada do aditivo antiespumante aderido a material particulado sólido


( possivelmente pela prática de filtração ultra-fina ou tecnologias de separação
eletrostática ).

4. Problemas mecânicos que provocam aeração do fluido.

5. Sobre-enchimento do reservatório de óleo lubrificante em sistemas de lubrificação


por banho de óleo ou salpico.

6. Contaminação cruzada do óleo lubrificante com outros tipos de óleos lubrificantes.

7. Contaminação do óleo lubrificante com graxa.

8. Excessiva aditivação antiespumante em face de formulação incorreta ou por


readitivação utilizando pacote de aditivos inadequado.

Para se tentar determinar a causa-raiz da formação de espuma em óleos lubrificantes


pode-se tentar, primeiramente, quantificar-se o volume de água presente e efetuar-se
uma contagem de partículas porque a formação de bolhas de ar é, bastante auxiliada
pelos citados contaminantes que provêem um ponto de nucleação para as bolhas de ar.

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LUBRIFICANTES E POSSÍVEIS SOLUÇÕES

É importante que técnicas de desagaseificação sejam utilizadas na preparação da


amostra antes do ensaio de contagem de partículas pois, se houver formação de
espuma no óleo lubrificante, as bolhas de ar no fluido poderão ocasionar uma
contagem de partículas anormalmente alta que, por sua vez, poderia levar a
tentativas incorretas de solução do problema.

Se o ensaio de Contagem de Partículas ( ISO 4406:1999 ou NAS 1638 ) não revelar


qualquer contaminação significativa, pode- se tentar um ensaio de filtração em
membrana utilizando-se elemento filtrante de tamanho de poro bastante pequeno
( 1 micron ou menor ) e examiná-la, minuciosamente, sob elevada ampliação. Pode-se
tentar, ainda, o ensaio de Insolúveis em Pentano ( ASTM D4055-E ) para se
quantificar a contaminação por material particulado sólido extremamente fino que
poderia servir de nucleação para as bolhas de ar.

Figura 6 – ASTM D892: tendência à formação de espuma e estabilidade da espuma


Pode-se solicitar ao laboratório de análise de óleos lubrificantes em uso que efetue os
ensaios de tendência à formação de espuma e estabilidade da espuma. Estes ensaios
são descritos na norma ASTM D982 e são efetuados conjuntamente. A tendência à
espuma descreve a quantidade de espuma gerada imediatamente após o fluido ser
agitado e aerado, sendo a estabilidade da espuma o volume de espuma remanescente
após 10 minutos da interrupção da aeração do óleo lubrificante. Este ensaio permite
a “Opção A” que existe para garantir que o antiespumante esteja bem disperso no
óleo lubrificante antes do início do ensaio. Esta opção deve ser solicitada quando se
ensaiar óleos lubrificantes utilizados na lubrificação de engrenagens devido à
natureza do aditivo antiespumante comumente utilizado nestes produtos. A
comparação da tendência à formação da espuma e estabilidade da espuma pode
indicar se a causa da espuma é um problema de origem mecânica, se o problema é
devido à contaminação do óleo lubrificante ou é referente à aditivação.

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LUBRIFICANTES E POSSÍVEIS SOLUÇÕES
A contaminação cruzada do óleo lubrificante com outro tipo de óleo lubrificante,
geralmente, contribui para a formação de espuma e outros tipos de problemas visto
que aditivos diversos dos existentes no óleo lubrificante original podem concorrer
com o antiespumante e impedir a sua adequada ação. Com vistas a verificar se está
ocorrendo contaminação cruzada, analise uma amostra de óleo lubrificante novo
retirada do tambor, balde ou tanque de armazenamento em granel referente aos
elementos originais constituintes e compare com amostra de óleo lubrificante em uso.
Os elementos que constituem o óleo lubrificante em uso devem ser similares aos do
óleo lubrificante novo ainda que, pequenas diferenças possam ocorrer em função da
depleção de aditivos. É bom atentar para elementos ( cálcio, magnésio, boro,
molibdênio, fósforo, enxofre etc ) que se encontram presentes na aditivação do óleo
lubrificante em uso mas que não se evidenciam no óleo lubrificante novo. É
interessante verificar-se, também, a presença de elementos que possam indicar
contaminação com graxa, se houver esta possibilidade.

Figuras 7/8 – Antes de se tentar readitivação com antiespumante verificar


se o problema é de origem mecânica ( ex. entrada de ar; nível de óleo )

Analisar amostras de óleo lubrificante novo oriundo do tambor, balde ou tanque de


armazenamento em granel e do óleo lubrificante em uso permitirá que se saiba se
houve reposição do óleo lubrificante existente no maquinário com produto
inadequado ou se o problema é oriundo da planta formuladora de óleos lubrificantes
( problemas na formulação do produto, problemas no envasamento etc. ). O uso de
espectroscopia utilizando-se FTIR ( Infravermelho por Transformadas de Fourier )
é bastante útil nestas considerações.

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LUBRIFICANTES E POSSÍVEIS SOLUÇÕES
Em grande parte das situações de formação de espuma em óleos lubrificantes será
necessário a substituição completa da carga de óleo lubrificante ou drenagem parcial
e posterior reposição. Porém, se houver contaminação da carga de óleo lubrificante
por outro tipo de produto, provavelmente, será necessária a realização de flushing,
operação de custo elevado, principalmente, se envolver equipamentos que
comportem grandes volumes de óleo lubrificante. Nestes casos pode-se tentar um
recondicionamento da aditivação antiespumante da carga de óleo lubrificante,
procedimento que, nem sempre, tem garantia de sucesso. É importante frisar-se que
se o problema da formação de espuma for de origem mecânica a readitivação da
carga de óleo lubrificante com aditivo anti-espumante não será bem sucedida. Por
isto, é de fundamental importância que, antes de se efetuar esta operação, seja
investigada com bastante propriedade a causa-raiz da formação de espuma na carga
de óleo lubrificante com vistas a evitar-se esforços e gastos desncessários.

Figuras 9/10 – A readitivação com antiespumante não será procedimento


bem sucedido se a causa-raiz da formação de espuma for mecânica

Antes de iniciar o procedimento de drenagem e flushing do sistema é importante que


se tenha tratado a causa-raiz do problema da formação de espuma. Se houve
contaminação por água ou material particulado sólido é fundamental controlar-se o
ingresso de contaminantes antes de se iniciar o processo de filtração com
elementos filtrantes de porosidade ( micragem ) bastante fechada visto que ainda
que o aditivo antiespumante esteja dissolvido no óleo lubrificante e comumente não
seja retido por sistema de filtração multi-passagem pode ocorrer, particularmente
em óleos lubrificantes de engrenagens, que a remoção de contaminantes sólidos
possa remover, também, a aditivação antiespumante que possa estar aderida a estes
materiais ou ao elemento filtrante.

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LUBRIFICANTES E POSSÍVEIS SOLUÇÕES
Se o problema da formação de espuma da carga de óleo lubrificante foi devido à
contaminação cruzada com outro tipo de óleo lubrificante, isto pode ser corrigido
com identificação dos fluidos lubrificantes com código de cores e treinamento do
staff de manutenção. Se o problema deveu-se à contaminação por graxa, é
importante que se dimensione a quantidade de graxa a ser aplicada na
relubrificação, a sua periodicidade e verificar se os procedimentos corretos de
relubrificação estão sendo aplicados. O projeto do tanque de armazenamento de óleo
lubrificante em granel, o traçado da linha de retorno de óleo lubrificante para o
tanque de armazenamento e entrada de ar na linha de sucção da bomba de óleo
lubrificante são problemas mecânicos muito comuns que levam à formação de
espuma.

Figuras 11/12 – A formação de espuma pode ser devido à depleção da


aditivação antiespumante ou a problemas de origem mecânica

Regra simples e prática pode nos auxiliar na avaliação em campo de problema


referente à formação de espuma:

1. A ocorrência de bolhas grandes que não se desfazem após cerca de 30 minutos de


desligamento do maquinário podem indicar a depleção do aditivo e pode-se tentar
corrigir esta situação com readitivação do antiespumante.

2. A ocorrência de bolhas diminutas que se desfazem, quase completamente, após


cerca de 30 minutos de desligamento do maquinário podem indicar problema de
origem mecânica que não será corrigido com readitivação de antiespumante

Descobrir-se a causa-raiz da formação de espuma em óleos lubrificantes pode ser um


desafio. Porém, através de processos de eliminação de motivos é possível chegar-se à
real origem do problema e corrigi-la.

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