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As Colunas de Gian Lorenzo Bernini

03/06/2023

Um estilo do Barroco – séc. XVI a XVIII de colunas, que considero dos


mais belos da história, não foi criado pelo fabuloso arquitecto italiano Gian
Lorenzo Bernini ou simplesmente Bernini (Nápoles, 7 de Dezembro de
1598 – Roma, 28 de Novembro de 1680), que ornou a actual Basílica de
São Pedro (1506 a 1626), entretanto, imortalizou-as, e a si mesmo,
através das “Colunas Salomónicas” ou “Colunas Torsas”, majestosamente
espiraladas, presentes no Baldaquino da Basílica de São Pedro, no
Vaticano, de quase 30 metros de altura e em bronze, construída foi entre
1624 a 1633, no papado de Urbano VIII. Coluna salomónica ou coluna
torsa, é uma coluna em forma helicoidal, característica da arquitectura
barroca. Bernini a decorou com abelhas e folhas de louro, os símbolos
heráldicos da família Barberini, à qual pertencia o papa Urbano VIII.

Esta coluna não foi um estilo de construção empregado na Antiguidade,


mas o seu nome procede da dominação dada pelos arquitectos barrocos
a partir da descrição feita, na Bíblia, das colunas do templo de Jerusalém,
destruído em 587 a.C. Este templo teria duas colunas principais, com
fuste retorcido, flanqueando o átrio, que simbolizavam, respectivamente,
a força e a estabilidade. Este estilo peculiar de fuste pode ter evoluído
desde o estilo manifestado na coluna de Trajano da Roma Antiga, erguida
em homenagem ao imperador Trajano (r. 98–117 d.C.), embora também
pareçam ter sido usadas na arquitectura e decoração bizantinas [1].

Uma coluna salomónica começa numa base e termina num capitel, como
a coluna clássica, mas com o fuste retorcido de forma helicoidal que
produz um efeito de movimento e dramatismo. A introdução da coluna
salomónica no barroco manifesta a condição de movimento. Em muitas
ocasiões o fuste é coberto com decoração de folhas de acanto. Os
capitéis podem ser de diversas ordens, predominando a compósita e a
coríntia. É corrente que o seu uso seja mais ornamental que tectónico,
pelo que é muito mais comum ela ser usada em retábulos ou adossada a
outros adornos.
Surpreendentemente, caso nos deparemos um dia, com colunas
salomónicas em átrios que antecedem templos maçónicos, ou mesmo
nos seus interiores, não estranhemos estarem estas colunas com os seus
adornos presentes, em virtude da sua magnânima beleza bizantina, muito
embora não sejam, rigorosamente, adstritas ao estilo arquitectónico
preconizado ou comumente aplicado à Arte Real.
Auto-retrato de Gian Lorenzo Bernini, 1623
Coluna de açúcar de cevada do Baldacchino, com folhas de louro e putti perseguindo as abelhas, 1633
(bronze)

Alexandre Fortes, 33º – CIM 285969 – ARLS Cícero Veloso n° 4543 –


GOB-PI

Referências
[1] – Wikipedia:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Coluna_salom%C3%B4nica
JANSON, Horst W. História Geral da Arte: Renascimento e Barroco.
São Paulo: Ed. Martins Fontes. 2001.
https://www.meisterdrucke.pt/impressoes-artisticas-
sofisticadas/Gian-Lorenzo-Bernini/286747/Coluna-de-
a%C3%A7%C3%BAcar-de-cevada-do-Baldacchino-com-folhas-de-
louro-e-putti-perseguindo-as-abelhas,-1633-(bronze).html

Estar entre Colunas – O que isto significa?


A circunvolução em Loja
Regulamento Especial de Justiça Maçónica do Grande Oriente
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