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«PARTE I»
Até cerca de 200 anos d.C., não existiam igrejas no sentido em que hoje as
compreendemos. Um dos motivos que inibiu a construção de igrejas foi o fato do cristianismo ter
nascido e se desenvolvido num mundo em que a religião, o império e o patriotismo eram muito
ligados. Desenvolveu-se no âmago do paganismo imperial, da religião estatal e da expressiva
lealdade ao imperador.
O cristão era cercado de muitas restrições e ficava
praticamente excluído da vida pública dessa época. Numa
cidade como Roma, por exemplo, o Capitólio dominava o
Fórum, que por sua vez era circundado por templos
oferecido a deuses e por todo lado erguiam-se estátuas de
imperadores e deuses. O estado controlava o teatro, os
jogos e cada funcionário imperial de certa forma era um
sacerdote. Se já era difícil ser cristão, quanto mais construir
igrejas.
Segundo o Direito Canônico, "uma igreja é um
edifício sagrado dedicado ao culto divino, principalmente
para que possa ser usado por todos os fiéis para o exercício
público do culto". A palavra "igreja", em inglês "Church" e
em alemão "Kirche", origina-se do termo grego
"Kyriakon", que significa "casa do Senhor". Já a palavra
latina "ecclesia" deriva-se do grego "ekklesia", que quer
dizer "reunião"ou "assembléia". É nesse sentido que a «Igreja de SANTA SABINA, Roma. Basílica do séc.
palavra "igreja" é usada. Não se refere a uma construção ou V. As colunas coríntias foram de um templo
pagão»
edifício, mas a uma reunião de cristãos para o culto divino.
Portanto a igreja (grande ou pequena), tem como objetivo
básico abrigar os participantes do culto e proteger os
objetos que ali são usados. Paralelamente a isso, sempre
houve por parte do homem cristão a necessidade de possuir
um lugar próprio para orar onde a presença de Deus
pudesse ser mais sentida.
Inicialmente, as comunidades cristãs eram
compostas de pessoas comuns, comerciantes sírios e
judeus, e vizinhos pagãos atraídos pela nova religião.
Depois e muito lentamente, surgiram conversões
entre as classes ricas e intelectuais. Dessa forma, os
primeiros cristãos não tinham igrejas, não havia meios
suficientes para pagar as construções. Eram impedidos
inicialmente por carência, e depois por prudência, de
construir igrejas, que nunca poderiam se assemelhar aos
templos. Quando se reuniam, usavam qualquer edifício que
estivesse disponível, normalmente casas comuns,
«SANTA MARIA MAGGIORE, data do
renascimento clássico sob Sixtus III. As colunas
jônicas mostram estilo parecido com a igreja do
lado»
ESTUDO BÍBLICO
emprestadas ou doadas por um converso rico. Algumas alterações eram feitas e derrubavam-se
paredes para dar lugar a cômodos maiores, mas não mexiam na decoração romana ou helenística
das casas.
Em torno do Mediterrâneo, nos países onde a influência romana se fazia sentir, havia três
tipos de residências: a domus, ou casa particular, a villa, ou casa de campo e a insula, ou casa de
cômodos com muitos apartamentos. A domus combinava características de residência romana
antiga com elementos gregos. Uma espécie de "hall" de entrada ou pátio descoberto, chamado
"átrio", formava a parte mais pública da casa. Os aposentos mais íntimos agrupavam-se ao redor
de um pátio interno chamado "peristilo". Entre o átrio e o peristilo havia uma espécie de
vestíbulo, o "tablínio", que era usado como santuário de família, adornado com estátuas e pintura
dos "deuses Lares" e retratos dos antepassados. Os estudiosos acreditam que a disposição do
santuário das primitivas basílicas cristãs se originasse diretamente do átrio e do tablínio.
Afirmam que a pedra do altar foi adotada para o culto, com o bispo ou presbítero de pé atrás ou
sentado na cadeira, ficando os fiéis de pé no átrio.
A villa era uma espécie de casa de campo, sua construção seguia os padrões da casa
urbana romana e tanto podia ser pequena como um chalé, como um imenso palácio. Com muitos
apartamentos, na insula, que atingia até 5 andares, moravam muitas famílias e nas salas apertadas
devem ter-se reunidos muitos cristãos.
Foi somente em 313 da nossa era, 10 anos depois
que Deocleciano comandou a destruição de todos os
lugares de culto cristão, que os católicos do Império
Romano tiveram direito à liberdade de religião.
Mesmo com toda destruição, escavações
arqueológicas descobriram muitas ruínas dessas "igrejas
domésticas": nas ruínas de Dura Europos, cidade que se
localizava depois do Eufrates superior e que foi destruída
em 256, acharam uma casa que foi ocupada por uma
próspera família cristã. Num quarto dos fundos foi
encontrado uma espécie de batistério com sua pia bastimal
e seu pálio. Uma sala grande com uma plataforma
encostada em uma das paredes era usada como local de «"O", Nova CATACUMBA DA VIA LATINA,
culto. Nas escavações de Aquiléia, uma antiga cidade Roma - meados do séc. IV. Pinturas mostram
romana perto de Veneza, foi achado um exemplo mais pássaros e símbolos geométricos em volta de cenas
dos Evangelhos»
aperfeiçoado desse
tipo de igreja.
Provavelmente construída no século III, a casa no estilo
"domus" foi alterada, sendo erguido um salão maior nos
fundos e posteriormente, em torno de 314, foi construído
outro salão, ambos de madeira com naves laterais. Outra
"igreja" parecida existiu em Nicodêmia, na Ásia Menor,
tendo sido destruída pela Guarda Persa de Diocleciano.
Em Óstia, o antigo porto de Roma na foz do Tibre,
ainda existem as ruínas de uma dessas primitivas igrejas
domésticas, datando provavelmente da época de
Constantino. Estão lá um peristilo que leva a uma capela
oriunda do tablínio e ainda outra capela que se abre para
um amplo pátio com colunas que a separam do peristilo.
Também as capelas mortuárias dos cemitérios eram usadas
«Igreja de STA. MARIA DELLE GRAZIE, Grado
- Itália, do séc. V mostrando o trono do Bispo na
Abside.»
ESTUDO BÍBLICO
para o culto dos cristãos, principalmente nas épocas de perseguição, aproveitando-se da lei
romana que considerava sagrados os cemitérios. As famosas Catacumbas romanas, cemitérios
subterrâneos existentes em torno de Roma, ainda mostram em suas paredes os afrescos de
pinturas religiosa, murais que são considerados os mais antigos exemplos da arte cristã.
Só na metade do século III, é que edifícios foram especialmente projetados e construídos
para servirem de igrejas, no início ainda de forma tímida. O Edito de Milão não só devolveu as
propriedades cristãs que tinham sido confiscadas, como isentou o clero de tributação e das taxas
dos serviços públicos obrigatórios. O Papa Milcíades recebeu como presente de Constantino o
Palácio de Latrão, cujo tribunal foi transformado em salão de culto. O palácio passou a se
chamar Igreja São João de Latrão, a catedral do Salvador, da diocese de Roma.
FONTE: Texto de Jean Lassus, professor de Sorbonne, Paris e Peter F. Anson - The New Library of Catholic Knowledge e Deptº de Teologia da
PUC - RJ.
«PARTE II»
Existem vários tipos de igrejas católicas, elas são nomeadas de acordo com a posição,
caráter, dignidade ou pela finalidade para que são usadas. Basílica Maior é o título dado às
quatro igrejas mais importantes de Roma: São João de Latrão, São Pedro (Vaticano), São Paulo-
fora-dos-Muros e Santa Maria Maior. Às vezes a igreja de São Lourenço-fora-dos- Muros
também é incluída nessa classe. É chamada de Catedral a igreja de uma diocese que possui o
trono do bispo (cathedra, em latim). Essa classe de igreja pode ser dividida em patriarcais,
primaciais, metropolitanas e episcopais. Pró-Catedral é uma igreja temporariamente usada como
catedral até a construção da titular.
Semicatedral é a igreja sede de um abade "nullius" ou de um prelado "nullius", abades ou
sacerdotes que possuem alguns dos poderes dos bispos. Igreja Abacial é o principal local de
culto num mosteiro dirigido por um abade. Paroquial ou Matriz é a igreja servida por sacerdote
nomeado pelo bispo que atende uma determinada área, a paróquia. O termo originou-se da
palavra grega paroikia que significa "vizinhança". Conventuais, Regulares ou Religiosas são
locais de culto servidos por qualquer ordem religiosa. Finalmente, a Basílica Menor é um título
conferido a uma igreja por sua importância histórica, fama ou beleza.
Independente de sua posição na classificação dos tipos de igrejas, o termo "basílica"
também indica um estilo de construção muito usado entre os anos 313 a 800 da Era Cristã. O
Imperador Constantino mandou construir diversas igrejas, inclusive na Palestina, e essas igrejas
foram planejadas exatamente da mesma forma que um típico tribunal de justiça romano
(Basílica). Se nas cidades romanas a basílica era usada
como prefeitura e tribunal, como igreja eram grandes
salões destinados a acomodar grandes congregações.
Assim, a partir do século IV, por todo o Império
Romano o modelo de igreja usado era o do tribunal de
justiça romano. Em alguns lugares os banhos públicos
foram adaptados como locais de culto. A primitiva basílica
cristã típica possui uma nave central com longas fileiras de
colunas, grande parte delas aproveitadas da demolição de
templos pagãos, para economizar. Possui também naves «SÃO PAULO-FORA-DOS-MUROS,
primitiva que mantém sua forma original»
igreja
FONTE: Texto de Peter F. Anson - The New Library of Catholic Knowledge e Jean Lassus, professor de Sorbonne, Paris e Deptº de Teologia da
PUC - RJ.
«PARTE III»
A maioria das igrejas do século IV localizava-se nas periferias das cidades, pois nas
pequenas urbes da África e em outras partes, era praticamente impossível erigir uma grande
basílica em meio à massa concentrada de construções urbanas. Até mesmo em Roma, os
monumentos aos apóstolos e as "martyria" de outras cidades, foram construídas sempre em
cemitérios onde os santos eram sepultados, quase sempre fora dos muros da cidade. Muitas
igrejas também.
No Oriente, onde as igrejas estavam destinadas a
expressar seu próprio triunfo, os templos eram construídos
preferencialmente dentro das cidades. Em Constantinopla, a
igreja dos Santos Apóstolos, a igreja da Sabedoria Divina
(Hagia Sophia) e a igreja da Divina Paz (Hagia Irene) foram
construídas dentro da nova cidade, o que não foi difícil pois
elas foram incluídas nas plantas originais. Em Antioquia ou
«A magnífica basílica HAGIA SOPHIA entre Jerusalém, seriam necessárias grandes demolições. Na capital
os minaretes turcos. Desenhada por Antêmio de
Trale e Isidoro de Mileto, é vista mostrando as da Síria encontraram um terreno ideal próximo ao palácio
meias-cúpulas dos dois lados da cúpula central» imperial reconstruído por Diocleciano, na ilha que formava
parte do centro da cidade.
Em Jerusalém o sepulcro de Cristo foi descoberto sob
templos pagãos, no centro da Aelia Capitolina, a cidade que Adriano construíra no lugar de
Jerusalém depois de sua destruição. A grande dificuldade era o nivelamento do solo, necessário
para a construção da igreja. O sepulcro era do tipo subterrâneo, como era comum na época e foi
transformado em edícula, em torno da qual seria construído o santuário.
Trabalhosas escavações rebaixaram o nível do solo em quatro metros.A rocha do
Calvário, com a parte onde foi fixada a cruz, incluída no espaço do santuário se encontrava a
cerca de cem metros do sepulcro.
Em Belém as modificações foram bem menores porque a Gruta da Natividade estava
intacta. Um orifício aberto no teto de rocha, tipo uma janela, ocupava o centro do octógono
comemorativo e servia para os peregrinos olharem para baixo e vissem a cripta natural onde se
deu a Encarnação.
Quinze anos depois do Edito de Milão, que concedeu a liberdade de culto aos cristãos, a
sede do governo do império foi transferida para Bizâncio, que tornou conhecida como "Nova
Roma". A capital foi rebatizada como Constantinopla em homenagem ao imperador. Em seus
arredores a pedra de construção era de baixa qualidade e nas construções das novas igrejas foram
usados os materiais disponíveis, como a argila para tijolo e cascalho para o concreto. O
ESTUDO BÍBLICO
mármore, que precisava ser importado, saia muito caro e só era usado na decoração dos
interiores.
Após o século IV, a cúpula, de formas variadas, tornou-se característica de todas as
igrejas erguidas na parte oriental do império. Havia sempre uma cúpula central e muitas vezes
outras cúpulas menores agrupadas ao seu redor. Em vez de possuírem grandes salões, as igrejas
se transformaram em quadrangulares compactos. O detalhe que diferenciou muito a igreja
bizantina em relação aos modelos da basílica, foi a separação entre o clero e a assembléia.
Quando construiu a igreja da Santa Sabedoria (Sancta Sophia), entre os anos de 532 e 537, o
imperador Justiniano mandou erguer um anteparo de doze colunas colunas altas (em memória
aos doze apóstolos), criando uma barreira que atravessava a igreja. Nas colunas, escudos com
retratos dos santos. Logo todas as igrejas adotaram um anteparo similar que se tornou um traço
marcante em todas as igrejas gregas e orientais, completamente diferente das basílicas romanas.
Depois que a Itália foi invadida pelos vândalos, gôdos e hunos, e o Império Romano
deixou de existir, por volta de 476, todas as igrejas construídas depois na Itália tiveram
influência do estilo bizantino.
Constantinopla tinha uma localização tão estratégica na rota comercial para o oriente, que
logo se tornou a capital da cultura. Novos construtores provenientes da Ásia Menor e de outros
países do Oriente, tinham tradições de construção diferentes e logo a igreja as adotou. A
arquitetura bizantina tem como principal característica a forma quadrada ou multilateral das
igrejas e pela cobertura com cúpulas. Mas o caráter diferente em relação às igrejas européias foi
mesmo a separação entre o clero e a assembléia.
FONTE: Texto de Peter F. Anson - The New Library of Catholic Knowledge e Jean
Lassus, professor de Sorbonne, Paris e Deptº de Teologia da PUC - RJ.
«PARTE IV»
Na Gália, uma província do Império Romano, foram construídas pequenas igrejas do tipo
basílica durante o século IV. Embora existam descrições, nenhuma das grandes igrejas
sobreviveu. Havia uma em Tours, em 475, que tinha cento
e vinte colunas e 48 metros de comprimento e uma outra
em Clermont-Ferrand com naves laterais e transeptos. Em
Silchester, na Inglaterra, escavações mostraram as ruínas
de uma basílica romana do século IV. Mas é em Kent que
são encontradas as mais antigas igrejas cristãs da
Inglaterra, todas elas de uma época posterior à de Santo
Agostinho, vindo de Roma em 597. Em Greenstead existe
uma que foi construída com as paredes de troncos de
carvalho cortados ao comprido. A mais completa igreja
saxônia na Inglaterra é a de São Lourenço, em Bradford- «ORATÓRIO DE GALLERUS - Irlanda, mostra o
antigo estilo "colmeia" de construção»
on-Avon. Ela possui uma nave e coro com um grande
pórtico nos lados norte e sul. As arcadas de pedra sugerem
que a remota inspiração provém de algumas igrejas do século VI em Ravena. Um pouco maior é
a igreja saxônica de Brixworth, que data do fim do século VII, projetada com tijolos romanos.
Outras igrejas do norte da Inglaterra, de Hexham, Nortúmbria, Monkwearmouth e Jarrow,
fundadas em 674 e 685, foram destruídas quando os daneses invadiram o país. A Irlanda teve
poucas igrejas cristãs construídas entre o século VI e a conquista inglesa em 1169-72. Mas a
exemplo do que aconteceu na Inglaterra, a maioria foi destruída pelo fogo. As pequenas igrejas
de pedra que sobreviveram, são pequenas e parecem oratórios.
ESTUDO BÍBLICO
«PARTE V»
Sobre o túmulo do apóstolo São Pedro, começou a se erguer em Roma, no século XVI, a
maior e mais suntuosa igreja do mundo. Os melhores arquitetos e os artistas mais famosos da
Itália trabalharam durante 120 anos para concluírem a Catedral de São Pedro do Vaticano. Os
trabalhos começaram em 1452 por ordem do Papa Nicolau, que encomendou o projeto a
Bernardo Rosselino. Com a morte do Papa, três anos depois, os trabalhos foram interrompidos e
durante cinqüenta nada se construiu.
Na época de Júlio II, uma estátua de David, colocada em frente ao Palazzo Vecchio de
Florença, causou muita sensação. O jovem escultor chamava-se Michelangelo e foi chamado por
Júlio II para construir-lhe um túmulo, em local a ser escolhido. Michelangelo propôs erguer a
capela funerária sobre os muros do templo inacabado e com isso o Papa recordou-se dos planos
de construção da igreja e decidiu recomeçar as obras. Entre vários projetos, escolheu o de
Bramante e os trabalhos começaram em 18 de abril de 1506.
O projeto de Bramante previa uma igreja em forma de cruz grega, de braços iguais. Sobre
o centro deveria erguer-se uma cúpula principal gigantesca e para os quatro braços da cruz
estavam previstas cúpulas menores. Mas o arquiteto morreu em 1514 e seus sucessores, Rafael,
Fra Giocondo de Verona e Giuliano de Sangallo, modificaram o projeto original. Com a morte
de Bramante, Rafael assumiu a direção das obras, continuadas mais tarde por Antonio de
Sangallo o Jovem, até 1546.
Michelangelo, a quem o Papa Paulo III entregou o comando das obras, regressou à forma
de cruz grega e deu uma contribuição importante ao projeto: a luminosa cúpula que parece
flutuar no ar sobre o altar-mor.
Em 1606 o Papa Paulo V determinou que se voltasse à forma de cruz latina. Foi quando
Carlos Maderna construiu a nave mais comprida da catedral e a fachada barroca, acrescentando
três capelas de cada lado. Bernini, o mais genial arquiteto do barroco, sucedeu Maderna e, depois
da consagração do templo, em 18 de novembro de 1626, terminou a construção do edifício e de
tudo o que o rodeia. Foi de Bernini o projeto do tabernáculo de 29 metros de altura sobre o altar-
mor, assim como as magníficas colunatas.
A superfície do maior templo do mundo é de 15.160 metros quadrados. A cúpula mede
153 metros até o alto da cruz, sendo suportada por quatro pilares de 71 metros de diâmetro cada.
"Para o espectador imparcial, a impressão de conjunto dada por todas as naves, com suas
proporções equilibradas, seus efeitos de perspectiva, as cores e suas ondas de luz, é fascinante".
ESTUDO BÍBLICO
De qualquer forma, uma catedral como a de São Pedro, com suas proporções colossais e
decoração maravilhosa, não pode ser descrita assim tão facilmente.
A suprema coroação de São Pedro é a maravilhosa cúpula no estilo de Michelangelo,
visível de todas as partes da cidade. Ela apóia-se sobre um tambor ritmado de janelas
atravessadas por elegantes frontões alternados entre arqueados e triangulares, separados por
colunas geminadas. Pode-se chegar até a cúpula, de onde se aprecia uma extraordinária vista de
Roma - subindo 537 degraus, ou usando o elevador.
São cinco as portas que dão acesso à Basílica: a última a direita é a Porta Santa, que se
abre somente nas festas do Ano Santo; maravilhosa é a porta mediana e quatrocentista, chamada
Porta do Filarete; a última à esquerda é a recentíssima Porta da Morte (1964) realizada por
Giacomo Manzù para o papa João XXIII.
Interior da Basílica
MUSEUS DO VATICANO
Os Palácios Vaticanos, um imenso bloco de construções com mais de 1400 ambientes,
hospedam os Museus do Vaticano. É um conjunto de galerias, monumentos e museus pontifícios
de grande importância para a humanidade, não só pela preciosidade e qualidade das obras, como
pelo cenário que foram criados para preservá-las.
A história dos edifícios que abrigam os museus e que
incluem aposentos e capelas decorados, é muito complicada,
pois desde o século XV até os dias de hoje, as atividades de
construção nunca cessaram. O imenso conjunto nasceu com a
reconstrução da Basílica de São Pedro¹, pois até então as
acomodações do Vaticano eram insignificantes. Coube ao
papa Nicolau V a primeira reorganização dos palácios e
galerias.
Enquanto o Museu Pio Clementino e o Museu
Chiaromonti conservam uma coleção de antiguidades
considerada a mais notável do mundo, as 18 salas da
Pinacoteca Vaticana guardam as grandes obras-primas da
pintura italiana e européia. Como se ainda não bastasse,
existem outros museus, como o Gregoriano-Etrusco, os
«Ânfora com Figuras Negras representando
Aquiles e Ajax Jogando Dados (Museu
Gregoriano - Etrusco)»
ESTUDO BÍBLICO
aposentos dos Borgias, as Stanze de Rafael e a Magnífica Capela Sistina². Uma semana seria o
mínimo necessário para se conhecer (quase) tudo.
Os Museus do Vaticano se originaram das coleções
particulares do Cardeal Giuliano della Rovere, que as
trouxe para o Palácio Apostólico quando foi eleito papa
(1503-1513) e tomou o nome de Júlio II. Ele exibiu as
peças no Jardim Belvedere, construído por Inocêncio VIII
(1482-1492).
Típico do humanismo, este acervo foi enriquecido
pela disposição e generosidade dos papas Leão X (1513-
1521), Clemente VII (1523-1534) e Paulo III (1534-1550).
No Jardim das Estátuas, como também ficou conhecido o
museu de Júlio II, destacavam-se esculturas maravilhosas
da Antiguidade como O Apolo do Belvedere, o Torso,
representação talvez de Hércules (séc. I a.C.); o Laocoonte,
que representa o sacerdote troiano com os filhos atacado
pelas serpentes porque havia desconfiado dos troianos que
queriam receber o cavalo de madeira; e o Tibre e o Nilo.
«Cenas das VIDAS DE SANTO ESTEVÃO E SÃO
Mas foi o papa Sisto IV (1471-1484), quem construiu o LOURENÇO - Detalhe de Santo Estevão pregando.
primeiro museu da Europa, na Colina Capitolina, em Afresco; 2,69 x 2,00m. e acima à dir. Exéquias»
Roma. A Idade Média conseguiu transmitir a herança
espiritual, política e jurídica do mundo clássico ocidental,
anterior à vinda de Cristo. A igreja teve o mérito de reconhecer o eterno valor desta preciosa
herança escrita, à qual os papas do Renascimento acrescentaram o valor das artes figurativas,
criando museus ao lado de bibliotecas.
Foi somente no século XVIII, influenciado por Winckelmann na arqueologia e por Lanzi
na história da arte, que o papa Bento XIV (1740-1758) concluiu o projeto de Clemente XI (1700-
1721), fundando o Museu Sacro da Biblioteca do Vaticano, onde são preservados objetos de arte
menor medieval, mas de inestimável valor artístico e histórico. Entre as preciosidades, o
Relicário da Verdadeira Cruz (séc. X), da Sancta Sanctorum de Latrão; um ícone do século XI
representando São João Crisóstomo; relicários de esmalte de Limoges, que datam do século XIII
ao século XVI e o Díptico de Rambona do século IX.
Clemente XIII (1758-1769), sucessor de Bento XIV,
acrescentou à Biblioteca do Vaticano o Museu Profano, que é
destinado às artes menores da Antiguidade, mas que também
«O CASAMENTO ALDOBRANDINI, afresco
guardam relíquias da pintura clássica romana, tais como os
da 1ª metade so séc. I a.C. - arte Ática tardia do afrescos que ilustram episódios da Odisséia de Homero e a
período Júlio-Claudiano. Alt. 91,5cm; Comp.
242 cm'» pintura do chamado Casamento Aldobrandini, ambos da
época de Augusto (séc. I d.C.). Mais recentemente
transformaram em museu o Salone Sistino, construído por
Sisto V (1585-1590) para servir de novo salão de leituras da
biblioteca, onde ficam expostos seus mais valiosos tesouros como o Rolo de Josué, pintura
miniaturista bizantina (sécs. VII / VIII); dois Códices de Virgílio (sécs. IV e V), entre outros
manuscritos preciosos.
Segundo o Superintendente dos Museus do Vaticano, o conjunto dos museus tornou-se
realmente magnífico com a criação do Museu Pio-Clementino para abrigar várias obras famosas,
entre elas a Ariadne Adormecida (séc. II a.C.), o original do Laocoonte, restaurado por F. Magi,
que identificou o trabalho como sendo do século II a.C.; a Vênus de Cnido e a Vênus Banhando-
ESTUDO BÍBLICO
se, cópia de uma escultura de Doidalses, do século II a.C. O papa Gregório XVI (1831-1846)
criou o Museu Gregoriano-Etrusco, onde estão preservados verdadeiros tesouros, como a ânfora
de Exéquias, obra prima de um dos melhores pintores atenienses de vasos do século II a.C.,
representando Aquiles e Ájax Jogando Dados; o grande broche oriental do século VII a.C. e o
Acroterion do século V a.C.
A Pinacoteca Vaticana foi criada por Pio VI (1775-1799), quando os franceses,
obedecendo ao Tratado de Tolentino, devolveram as obras
de arte que haviam levado para Paris. Na pinacoteca o
visitante pode percorrer a arte italiana, século por século, a
começar pelo Políptico Stefaneschi, realizado por Giotto
em 1300, até o magnífico Anjo Músico de Melozzo de
Forli. A pintura mais antiga e rara está na primeira sala:
representa o Juízo Final e é assinada pelos artistas
Johannes e Nicolaus, que viveram no final do século XI e
início do XII. Na pinacoteca não faltam obras
maravilhosas, como o medalhão da Virgem com o Menino, «Rafael - A ESCOLA DE ATENAS - Stanza della
de Pinturicchio e o São Benedito, de Perugino (1459); a Segnatura. Afresco em luneta; 7,70 cm na base»
Madona e o Menino, de Vitale de Bologna; a dramática
Crucificação de Niccolò Alunno; Santa Catarina e a
Madona e o Menino no Trono de São Domingos, ambos de Fra Angélico; a Madona no Trono
com Santos, de Pietro Perugino, etc. No salão inteiramente destinado a Rafael, podem ser
apreciados a Coroação da Virgem, a Madona de Foligno (1512) e a Transfiguração, entre outros
trabalhos do artista. Outros tesouros do Vaticano são o São Jerônimo, de Leonardo da Vinci; a
Deposição de Cristo, obra-prima de Caravaggio (1604); uma Pietá de João Bellini e obras de
Van Dyck, Poussin, Pedro de Cortona, Ticiano, etc.
As Salas (Stanze) de Rafael foram encomendadas ao
artista pelo papa Júlio II, que quis completar a decoração dos
seus apartamentos, interrompida há muito por Signorelli e
Pietro della Francesca. Entregou o trabalho ao jovem pintor,
que iria então se colocar ao lado dos grandes Leonardo e
Miguel Ângelo. A mais bela das quatro salas pintadas com
frescos por Rafael é com certeza a Sala das Assinaturas, onde
ele compôs altas reflexões e alegorias teológico-filosóficas e
políticas. Nasceu antão a Disputa do Sacramento, grande
afresco de simbologia religiosa; O Parnaso, pintura com
Apolo que toca entre as Musas e uma multidão de poetas
entre os quais Alceu, Petrarca e Ênio, e mais afastada Safo,
além de um grupo onde estavam Dante, Homero e Virgílio.
«Johannes e Nicolaus, Roma, séc. XI - Juízo
Talvez o mais famoso fresco de Rafael seja o chamado A
Final, tela sobre madeira, 2,90 x 2,41m. Pintura Escola de Atenas, grande alegoria da filosofia antiga que
mais antiga e rara da Pinacoteca Vaticana»
antecipa e prepara o Cristianismo. A seguir vem a Sala do
Incêndio de Borgo, assim chamada por causa da pintura que
representa o papa Leão VI apagando milagrosamente um
incêndio. Por último a Sala de Constantino e a Sala de Heliodoro, onde Rafael realizou um seu
auto-retrato, ao lado da poltrona do papa, no contexto do afresco a Expulsão de Heliodoro do
Templo.
Talvez o mais famoso fresco de Rafael seja o chamado A Escola de Atenas, grande
alegoria da filosofia antiga que antecipa e prepara o Cristianismo. A seguir vem a Sala do
Incêndio de Borgo, assim chamada por causa da pintura que representa o papa Leão VI apagando
ESTUDO BÍBLICO
milagrosamente um incêndio. Por último a Sala de Constantino e a Sala de Heliodoro, onde
Rafael realizou um seu auto-retrato, ao lado da poltrona do papa, no contexto do afresco a
Expulsão de Heliodoro do Templo.
«PARTE VI»
Igrejas da Renascença
FONTE: Texto de Peter F. Anson - The New Library of Catholic Knowledge e Jean
Lassus, professor de Sorbonne, Paris e Deptº de Teologia da PUC - RJ.
PARTE VII
Igrejas Góticas
FONTE: Texto de Peter F. Anson - The New Library of Catholic Knowledge e Jean Lassus,
professor de Sorbonne, Paris e Deptº de Teologia da PUC - RJ.
PARTE VIII
PARTE IX
FONTE: Texto de Peter F. Anson - The New Library of Catholic Knowledge e Jean Lassus,
professor de Sorbonne, Paris e Deptº de Teologia da PUC - RJ.
ESTUDO BÍBLICO
PARTE X
Igrejas Modernas
FONTE: Texto de Peter F. Anson - The New Library of Catholic Knowledge e Jean Lassus,
professor de Sorbonne, Paris e Deptº de Teologia da PUC - RJ.
Extraído de: A RELÍQUIA - Informativo dos Antiquários, Leiloeiros e Colecionadores" -
Rio de Janeiro/São Paulo. Web Site: http://www.areliquia.com.br/