História da Igreja Cristã

Por onde começar?

1. Leia Fontes Primárias:
• Padres da Igreja: Comece lendo os escritos dos Pais da Igreja, como Agostinho de Hipona,
Inácio de Antioquia e Justino Mártir.
• Documentos Históricos: Explore documentos históricos, como os concílios ecumênicos e
as cartas de líderes cristãos.

2. Estude os Primeiros Séculos:

• Período Apostólico: Familiarize-se com o período apostólico e os eventos descritos no
Novo Testamento.
• Expansão do Cristianismo: Estude como o cristianismo se espalhou durante os primeiros
séculos.

3. Conheça os Concílios Ecumênicos:

• Niceia (325 d.C.): Compreenda as decisões do Concílio de Niceia sobre a divindade de
Cristo.
• Calcedônia (451 d.C.): Entenda as definições cristológicas do Concílio de Calcedônia.

4. Explore a Reforma:
• Lutero e Calvino: Estude as figuras chave da Reforma Protestante e suas teologias.

• Concílio de Trento (1545-1563): Compreenda as respostas católicas à Reforma.

5. Analise a Expansão Missionária:

• Missões Medievais: Explore as missões medievais e os esforços missionários.

• Missões Modernas: Estude figuras como William Carey e Hudson Taylor.

6. Compreenda o Papel da Igreja na História Moderna:

• Iluminismo e a Igreja: Analise como a Igreja respondeu ao Iluminismo.

• Igreja no Século XX: Explore o papel da Igreja em eventos como as Guerras Mundiais e a
Guerra Fria.

7. Leia Livros de História da Igreja:

• Livros Específicos: Envolva-se com obras de historiadores respeitáveis que se concentram
em períodos ou temas específicos.
 • Histórias Gerais: Leitura de histórias gerais da igreja também pode fornecer uma
perspectiva abrangente.

8. Assista a Documentários e Palestras:

• Recursos Visuais: Documentários e palestras podem oferecer uma visão mais visual e
dinâmica dos eventos históricos.

9. Participe de Estudos em Grupo:

• Grupos de Estudo: Junte-se a grupos de estudo da história da igreja em sua igreja local ou
online.
• Discuta com Especialistas: Participe de eventos onde você possa discutir com especialistas
no assunto.

10. Mantenha-se Atualizado:

• Literatura Recente: Fique atento à literatura recente sobre a história da igreja para incluir
perspectivas contemporâneas.

11. Visite Locais Históricos:

• Viagens Educacionais: Se possível, visite locais históricos relacionados à igreja para uma
compreensão mais tangível.

12. Pergunte Questões Teológicas:

• Teologia Histórica: Analise as questões teológicas que moldaram a história da igreja e
como elas continuam a ser relevantes hoje.

Introdução à História do Cristianismo

• O cristianismo é a maior religião do mundo, com quase 3 bilhões de seguidores hoje.

• O objetivo do projeto é contar a história do cristianismo de uma maneira criativa e simples.

Influência de Alexandre o Grande e o Império Romano

• Alexandre o Grande propagou o helenismo, unificando a cultura e tornando o grego a língua
principal.
• A língua grega se tornou tão importante que o Antigo Testamento foi traduzido para o
grego.
• O Império Romano trouxe infraestrutura, unidade política e segurança, permitindo a
propagação do evangelho.
 • O Mar Mediterrâneo se tornou seguro para a navegação, facilitando o movimento dos
primeiros cristãos.

A Plenitude dos Tempos e o Surgimento de Jesus Cristo

• O contexto histórico estava preparado para a vinda de Jesus e a propagação do evangelho.

• Jesus Cristo veio ao mundo, realizou milagres, morreu e ressuscitou, e enviou seus
discípulos para pregar o evangelho.

Expansão da Igreja Cristã

• Inicialmente, os apóstolos acreditavam que o evangelho era apenas para os judeus.

• Pedro teve uma visão que o fez compreender que o evangelho era para todos os
povos.
• A conversão de Paulo, um ex-perseguidor de cristãos, foi crucial para a expansão do
evangelho.
• Após sua conversão, Paulo se tornou um dos maiores missionários, levando o
evangelho para os não judeus.

Crescimento da Igreja Primitiva

• A igreja primitiva teve início na cidade de Antioquia, onde Paulo fazia parte, e a partir dali
surgiram os trabalhos missionários que levaram o evangelho a diversas regiões.
• O evangelho cresceu de forma explosiva em todo o mundo, principalmente devido ao
testemunho e à contribuição das pessoas comuns, como comerciantes e pequenos
artesãos.
• Inicialmente, os cristãos enfrentaram desafios e perseguições, como a morte de Estêvão e
Tiago, e a expulsão de cristãos e judeus de Roma pelo imperador Cláudio.

Perseguição sob o Império Romano

• Nero foi o primeiro imperador a iniciar uma perseguição direta aos cristãos, após um grande
incêndio em Roma, culminando em torturas e mortes cruéis.
• A perseguição por Nero foi concentrada em Roma, onde muitos cristãos foram
mortos de forma brutal.
• Domiciano, posteriormente, também promoveu perseguições contra os cristãos, resultando
no exílio do apóstolo João na ilha de Patmos.

Relativa Paz e Novos Desafios

• Com o decreto de Trajano, a igreja viveu uma relativa paz no século II, mas ainda enfrentou
perseguições.
• Alguns líderes cristãos, como Inácio de Antioquia, Policarpo de Esmirna e Justino
Mártir, foram martirizados devido à sua fé.
 • Surgiram mitos e lendas sobre os cristãos, difundidos pelos pagãos, o que gerou novos
desafios para a igreja primitiva.

Surgimento de Heresias e Reação da Igreja

• A igreja enfrentou o surgimento de heresias, como o gnosticismo e o marcionismo, que
desafiavam a fé cristã.
• Gnosticismo afirmava que a salvação vinha do conhecimento e que a matéria era
ruim.
• Marcionismo desprezava o Antigo Testamento e acreditava que Jesus era apenas uma
emanação de Deus.
• A igreja se organizou e reagiu de três maneiras principais: através do cânon, do credo e da
apostolicidade da igreja.

Formação do Cânon
• O Novo Testamento ainda não estava formado, e a Bíblia era composta apenas pelo Antigo
Testamento.
• Surgiu a necessidade de organizar o Novo Testamento devido às heresias que
aceitavam apenas alguns livros específicos.
• A formação do cânon foi um processo lento e gradual, não uma decisão unificada.

Elaboração do Credo
• A igreja estabeleceu a elaboração de um credo como uma maneira de responder às heresias e
estabelecer suas crenças.
• O Credo Apostólico foi elaborado como um resumo teológico das crenças da igreja.

• A igreja se uniu em torno dessas afirmações de fé desde muito cedo.

Apostolicidade da Igreja
• A igreja reagiu às heresias defendendo a mensagem dos apóstolos e a importância da
apostolicidade.
• A igreja buscava se unir sob a liderança apostólica para responder aos falsos ensinos
e heresias.
• Grandes mestres, como Ireneu de Lião e Clemente de Alexandria, foram essenciais
para a resposta da igreja.

Perseguições no Século III

• A igreja enfrentou suas piores perseguições no século III, com os imperadores Decio e
Diocleciano.
 • Os cristãos eram obrigados a adorar deuses romanos e enfrentavam perseguições
sistematizadas em todo o império.
• As perseguições foram intensas, com confisco de propriedades, destruição de
templos e condenação à morte.

Perseguição de Diocleciano
• Diocleciano queria destruir manuscritos cristãos para enfraquecer o evangelho

• Motivação: tentativa de reerguer o império romano a partir de valores consagrados

pela cultura romana
• Organizou o império em quatro partes, uma tetrarquia

• Todos os cristãos do império romano deveriam ser perseguidos

• Igrejas deveriam ser destruídas, livros queimados e pessoas mortas

• Pior momento da igreja até então, cerca de 300 anos após sua origem

• Nunca esteve em paz ou pôde prosperar verdadeiramente

Conversão de Constantino
• Constantino toma o poder de uma região do império romano

• Tem uma visão do deus cristão que o motiva a vencer uma batalha por Roma

• Em 313, assina o Édito de Milão, concedendo liberdade aos cristãos

• Igreja poderia viver em paz, mas ainda não era a religião oficial

• Como a igreja reagirá a essa liberdade e à influência da elite?

• Consequências da conversão de Constantino ainda serão vistas

Introdução
Podemos aprender da história?
Talvez não exista nada que tenha denegrido tanto a glória de Deus como a história do seu povo na
Igreja. Por isso vou tratar desse assunto sobre aprender da história. O famoso dito de hegel faz-nos
lembrar que “O que aprendemos da história é que não aprendemos nada da história” .Ora, no que se
refere ao mundo secular essa é uma verdade plena e indubitável. A história da raça humana mostra
isso claramente. A humanidade, em sua loucura e estupidez, sempre repete os mesmos erros. Não
aprende e se nega a aprender. Mas não aceito isso como sendo o próprio do cristão. O meu ponto de
vista é que o cristão deve aprender da história, que, por ser cristão, é seu dever fazer isso, e deve
animar-se a fazê-lo.
“Isso tudo indica que o cristão deve aprender da história.(...) O meu argumento é que, para nós, é
sempre essencial suplementar a nossa leitura teológica com a leitura da história da igreja.(...) Se
não, corremos o perigo de nos tornarmos abstratos, teórico e acadêmicos em nossa visão da
verdade; e deixando de relacioná-la com os aspectos práticos da vida diária, logo estaremos em
dificuldade.”
Resumidamente, o que Martin Lloydd Jones quer dizer, é que a história da Igreja não começa pela
nossa igreja. E que a nossa vida de devoção e aprendizado, estão intrinsecamente ligados a nossa
história como cristãos no mundo.

O que é a Igreja? (Confissão de Fé 1689 – Cap. 25)

1- A Igreja universal (ou católica), que com respeito a obra interna do Espírito, e da verdade da
graça, pode ser chamada invisível, consiste no número total dos eleitos que já foram, estão sendo,
ou ainda serão chamados em Cristo, o Cabeça de todos.
2- Todas as pessoas ao redor do mundo, que professam fé no evangelho e obediência a Deus,
mediante Cristo, de acordo com o evangelho, e que não destroem o seu testemunho com alguma
doutrina fundamentalmente errada ou conversão profana: esses podem ser chamados de os santos,
de que se compõe a igreja visível; e todas as congregações deviam ser constituídas de pessoas
assim.
3- Mesmo as igrejas mais puras sobre a terra estão sujeitas a erros doutrinários e a
comprometimentos. Algumas se degeneram tanto, que deixaram de ser Igrejas de Cristo, e passaram
a ser sinagogas de Satanás. A despeito disso, porém, Cristo sempre teve e sempre terá um reino
neste mundo, até o fim dos tempos. Esse reino é formado dos que nEle crêem e confessam o Seu
nome.
- Alguns consideram a história da Igreja como “terceiro testamento”. Pois vem logo após o Novo
Testamento.
- O estudo sobre a história da Igreja é seletivo, pois não existem registros que comportem tudo o
que aconteceu e envolveu a Igreja, por isso atentamos a somente aquilo que fora registrado.
- A história da Igreja é marcada por coisas boas e ruins, e dificilmente conseguimos separá-las.
- Estudar a história produz humildade para entendermos que não somos melhores que os irmãos do
passado, e que em todos os nosso erros e falhas ao longo do percurso, Deus sempre intervém
colocando-nos no caminho de volta.
“ Seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente.” Is 40:8

fontes: David B. Calhoun / Historia ilustrada do Cristianismo – edicao vida nova.

Os puritanos diziam que “Aquilo que é bom precisa ser replicado, pois de graça recebestes e de
graça dais”.
 O Crescimento da Igreja
“Estes crsitaos primitivos eram uma pequena minoria, frequentemente situada na periferia da vida
pública, mas eles não consideravam a sua missão como um assunto privado. Era algo que tinha a
ver com a transformação do mundo.”John W. de Gruchy

https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=BJ0dZhHccfU (Video sobre como o cristianismo

de espalhou pelo mundo)

Por que a igreja cresceu?

O poder do Evangelho fez com que a igreja crescesse de forma avassaladora. Naquele tempo
existiam diversos tipos de religião e filosofia. E mesmo em meio a todo esse sincretismo religioso e
político, a Palavra de Deus propagou-se de forma rápida entre aqueles povos. Naquela época, podia-
se crer em qualquer religião, e diziam que todas as religiões eram consideradas pelo povo como
igualmente verdadeiras, pelos filósofos como igualmente falsas e pelas autoridades como
igualmente úteis. Mas o cristianismo sofreu um problema por causa de seu exclusivismo. E assim
passaram a ser perseguidos, não por serem cristãos, mas por serem somente cristãos. Assim como os
judeus que também eram exclusivistas, mas eram isentos de adoração ao imperador, por questões
políticas da época.

O testemunho dos cristãos também influenciaram na propagação do Evangelho.

Por palavras – cada cristão era um missionário, com “um coração cheio de amor, incendiando um
outro coração”. Pois o testemunho de cada um, era levado de cidade em cidade, de feira em feira, e
de posto em posto pelos soldados, mercadores e viajantes convertidos.
Por atos – Não só as palavras e o testemunho marcavam aqueles que ouviam, mas também as
atitudes dos cristãos, pois refletiam aquilo que pregavam em sua vida cotidiana. Pois o amor não era
algo comum, era cada um por si, cuidando dos seus próprios interesses. Por isso eram vistos com
muita estima, por serem diferentes de todos a sua volta. Cuidando dos pobres, das viúvas, dos
encarcerados, dos doentes; ajuntavam as crianças abandonadas na sarjeta, e com isso eles
impressionavam com suas atitudes de nobreza. “O mundo pagão diz: veja como eles se amam. Eles
se amam a ponto de um dar a vida pelo outro”.
Pela morte – Tertuliano: “O sangue dos mártires é a semente da igreja”.

As estradas romanas
As estradas romanas, com sua vasta extensão e eficiente infraestrutura, foram um elemento crucial
para a rápida e ampla difusão do Cristianismo nos primeiros séculos da nossa era. Essa relação
simbiótica entre fé e infraestrutura moldou o panorama religioso do Império Romano e influenciou
profundamente o desenvolvimento do Cristianismo como religião universal.
A Rede de Estradas como Ferramenta de Evangelização:
•Facilidade de Viagem: A vasta rede de estradas romanas,com seus 80 mil quilômetros de
extensão, facilitou o deslocamento de missionários,apóstolos e peregrinos,permitindo que a
mensagem cristã se propagasse por todo o Império.
•Comunicação Eficaz: O sistema de comunicação eficiente,com marcos miliários e postos de troca
de mensagens, possibilitou a rápida difusão de informações, notícias e cartas entre as comunidades
cristãs.
•Interação Cultural: As estradas romanas promoveram o intercâmbio cultural entre diferentes
regiões do Império, expondo o Cristianismo a novos povos e culturas, adaptando-se a diferentes
costumes e línguas.
Exemplos Históricos da Influência das Estradas:
•As Viagens de Paulo: O apóstolo Paulo, um dos maiores propagadores do Cristianismo, utilizou
extensivamente as estradas romanas em suas viagens missionárias, fundando comunidades e
pregando a fé em diversos pontos do Império.
•Peregrinação aos Locais Sagrados: A facilidade de locomoção incentivou a peregrinação aos
locais sagrados do Cristianismo, como Roma, Jerusalém e outros pontos importantes da história da
fé.
•Expansão para o Norte da Europa: As estradas romanas foram essenciais para a expansão do
Cristianismo para o norte da Europa, principalmente através da atuação de missionários e da
conversão de líderes tribais.
Importância Cultural e Religiosa das Estradas:
•Símbolo de Unidade: As estradas romanas simbolizavam a unidade do Império Romano e, por
extensão, a união da comunidade cristã em um único corpo religioso.
•Eficiência e Segurança: A segurança e a eficiência proporcionadas pelas estradas romanas
encorajaram a expansão do Cristianismo, permitindo que missionários e peregrinos se deslocassem
com maior segurança e rapidez
As estradas romanas foram um elemento fundamental para a rápida e ampla difusão do Cristianismo
nos primeiros séculos. A infraestrutura facilitou o deslocamento de missionários, a comunicação
entre comunidades e a peregrinação aos locais sagrados. Essa relação simbiótica entre fé e
infraestrutura moldou o panorama religioso do Império Romano e influenciou profundamente o
desenvolvimento do Cristianismo como religião universal.
 As Perseguições
“Nenhuma criatura viva, exceto o homem, é capaz de assumir um risco, e até mesmo o risco de
morte, por causa da verdade. Milhares de mártires que já viveram são um fenômeno único na
história do nosso sistema solar.” - Aleksandr Men

Perseguição Judaica