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CÓLICA MENSTRUAL -
Sintomas, Causas e
Tratamento
karol

6-8 minutos

A cólica menstrual, chamada em medicina


de dismenorreia, é uma das queixas
ginecológicas mais comuns.

Dividimos as cólicas menstruais em duas


categorias: dismenorreia primária, que é a
cólica menstrual que surge sem que haja
alguma doença ginecológica por trás, e
dismenorreia secundária, que é aquela
causada por doenças ginecológicas, como
endometriose, miomas ou infecções.

Incidência da cólica
menstrual
A cólica menstrual surge tipicamente em
adolescentes, geralmente um ou dois anos
após a menarca (primeira menstruação),
época em que o ciclo hormonal ovulatório
já encontra-se estabelecido.

Até 90% das adolescentes e 1/4 das


mulheres adultas sofrem de cólicas
menstruais. Não existe diferença de
prevalência entre mulheres de diferentes
etnias ou nacionalidades, mas a
dismenorreia tende a melhorar conforme a
mulher envelhece.

A dismenorreia em si não causa grandes


problemas de saúde, porém em algumas
mulheres a cólica é tão intensa que
compromete seus afazeres diários.

Como referido na introdução deste texto,


dividimos as cólicas menstruais em dois
grupos: dismenorreia primária e
dismenorreia secundária. Neste texto
vamos dar ênfase à dismenorreia primária,
aquela que surge sem que haja uma
doença ginecológica por trás. Todavia,
antes de prosseguirmos, vale a pena
perdemos algumas linhas resumindo a
dismenorreia secundária.
Dismenorreia secundária

Ao contrário da dismenorreia primária, que


surge logo após as primeiras
menstruações, a dismenorreia secundária
geralmente surge em mulheres após seus
20-30 anos. Para ser caracterizada como
dismenorreia secundária, a cólica
menstrual precisa ter como causa, ou fator
agravante, alguma condição ginecológica
identificada. As mais comuns são:

Endometriose (leia: ENDOMETRIOSE |


Sintomas e tratamento).
Miomas uterinos (leia: MIOMA UTERINO
| Sintomas, causas e tratamento).
Doença inflamatória pélvica (infecção
dos órgãos reprodutivos femininos,
geralmente causada por uma doença
sexualmente transmissível).
Estenose do canal cervical (abertura do
colo do útero tão pequena que impede a
saída do fluxo menstrual).
Uso de DIU (leia: DIU de Cobre e DIU
Mirena – Anticoncepcional Intrauterino).
Dismenorreia primária

A partir de agora, sempre que falarmos em


cólica menstrual estaremos nos referindo
à dismenorreia primária.

Por muitos anos a cólica menstrual foi um


sintoma que recebeu pouca importância,
sendo a dor frequentemente associada a
condições emocionais e psicológicas das
mulheres. Entretanto, atualmente já
conhecemos o mecanismo fisiopatológico
que leva às cólicas menstruais, não
havendo relação com estado emocional,
personalidade da paciente ou estresse.

Durante o ciclo menstrual a parede do


útero vai se tornando mais grossa e
vascularizada à espera da implantação de
um possível embrião. Se o óvulo liberado
não é fecundado, a queda nos níveis
hormonais faz com esse excesso de
parede do útero desabe, caracterizando a
menstruação (se você quiser ler sobre o
ciclo menstrual: CICLO MENSTRUAL |
PERÍODO FÉRTIL).

Durante o descolamento da parede


uterina, isto é, durante a menstruação, há
a liberação de uma substância chamada
prostaglandina, que causa contrações no
útero. Essas contrações são importantes
para que o útero expulse todo o tecido
uterino descamado. Todavia, em algumas
mulheres as contrações são tão intensas
que até mesmos os vasos sanguíneos que
irrigam o útero ficam comprimidos,
causando uma isquemia temporária do
mesmo (angina do útero). As mulheres que
costumam ter intensas cólicas menstruais
geralmente apresentam níveis elevados de
prostaglandina no fluido menstrual.

Fatores de risco para


cólicas menstruais
O principal fator de risco é a idade; as
cólicas são comuns em mulheres antes
dos 20 anos e vão melhorando conforme a
mulher envelhece. Entretanto, algumas
pacientes podem continuar apresentando
quadros de cólica menstrual muito
incômodos mesmo com o passar com
anos. Entre os fatores de risco para a
dismenorreia, podemos citar:

Menarca (primeira menstruação) antes


dos 12 anos (leia: PRIMEIRA
MENSTRUAÇÃO – MENARCA).
Índice de massa corporal (IMC) menor
que 20 ou maior que 30 (para entender
o IMC. leia: COMO CALCULAR O IMC –
Índice de Massa Corporal).
Menstruação volumosa ou com duração
de vários dias.
Ciclos menstruais irregulares.
Tabagismo (leia: MALEFÍCIOS DO
CIGARRO | Tratamento do tabagismo).
História familiar de dismenorreia.
Nuliparidade (nunca ter tido filhos).

Sintomas da cólica
menstrual
A cólica menstrual é uma dor que
caracteristicamente inicia-se junto, ou
logo antes da menstruação, amenizando
progressivamente nas primeiras 72 horas.
As cólicas são intensas e intermitentes,
tendendo a localizar-se na região inferior
do abdômen. Em algumas mulheres a dor
pode irradiar-se para as costas ou
membros inferiores (para saber mais sobre
outras causas de dor abdominal, leia: DOR
ABDOMINAL – Principais Causas).
Náuseas, suores, diarreia, tonturas, dor de
cabeça e cansaço podem surgir junto com
as cólicas.

Tratamento da cólica
menstrual
O remédio de primeira linha no tratamento
das cólicas menstruais são os anti-
inflamatórios (AINES), que agem
diminuindo a liberação das
prostaglandinas (leia: ANTI-
INFLAMATÓRIOS | Ação e efeitos
colaterais) e apresentam boa resposta em
até 90% dos casos. Atualmente o mais
indicado é o Ácido Mefenâmico
(Ponstan®), mas há dúvidas se ele é
realmente superior aos outros anti-
inflamatórios no controle da cólica.

Outra opção além dos AINES são os


anticoncepcionais orais, que ao controlar
os níveis hormonais fazem com
menstruação e as cólicas sejam menos
intensas. Os anticoncepcionais em injeção
ou adesivo também funcionam.

Mulheres que não respondem aos


tratamento acima devem ser investigadas
para dismenorreia secundária.

Em relação a tratamentos caseiros para as


cólicas menstruais, o uso de bolsas de
água quente são efetivos para aliviar as
dores. Exercícios físicos regulares,
ingestão de líquidos e uma dieta pobre em
gorduras também são indicados e
melhoram as cólicas

A acupuntura é uma opção, mas ainda não


existem evidências inequívocas de que
este procedimento seja superior ao
placebo.

Se você quiser informações mais


detalhadas sobre o tratamento da cólica
menstrual, leia: OPÇÕES DE TRATAMENTO
DA CÓLICA MENSTRUAL.

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