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Nossa Senhora da Encarnação

Padroeira de Leiria
Festa litúrgica 15 de Agosto

Mãos sobre o peito

No Nossa Senhora da Encarnação é a denominação dada a Maria, mãe de Jesus em alusão à


encarnação de Seu Filho. A Bíblia fala da encarnação do Verbo para enfatizar que Deus fez-se
homem (João 1.14; 1Timóteo 3.16), pois Jesus veio em carne (1João 4.1,2).

Erigida no local antigamente designado por Largo das Duas Igrejas, em frente da Igreja do
Loreto, aqui se localizavam as históricas portas da cidade, na muralha fernandina, as portas de
Santa Catarina. A paróquia da Encarnação já existia em 1516, mas com sede na Igreja do Loreto.

Em 1698, D. Elvira de Vilhena, dama da Rainha D. Luísa de Gusmão e de sua filha D. Catarina,
viúva do Conde de Pontével, doou terrenos e bens para a construção de uma igreja em
substituição da primitiva ermida do Alecrim, na qual se instalara a sede da paróquia da
Encarnação, saída da igreja de Nossa Senhora do Loreto, em 1651. Assim, os paroquianos
poderiam celebrar as suas liturgias e sepultar os seus mortos.

1707, destruiu-se a torre sul das portas de Santa Catarina e uma parte da muralha da cidade para
ampliar o espaço destinado à Igreja, que foi inaugurada em 1708.

Muito danificada pelo Terramoto de 1755 e pelo incêndio que se lhe seguiu, foi reconstruída
seguindo o projeto do arquiteto Manuel Caetano de Sousa (1738-1802) e reaberta ao culto em
1784.

FACHADA
Na fachada tardo-barroca, composta por três corpos, destacam-se seis pilastras coríntias que
acentuam a verticalidade do edifício. O portal, também com colunas coríntias, apresenta um
baixo-relevo que representa o “Mistério da Encarnação”. Sobre as portas laterais, rasgam-se
dois nichos que abrigam as pequenas imagens seiscentistas de Santa Catarina e Nossa Senhora
do Loreto, que presidiam, inicialmente, às portas de Santa Catarina.
A coroar este conjunto, pode-se observar um frontão triangular, de meados do século XIX e seis
fogaréus laterais.
No interior, apresenta nave única, com capela-mor profunda e abóbadas de canhão.
Predominantemente revestida a mármore, a igreja possui oito capelas laterais inscritas em arcos
de volta perfeita e dois púlpitos afrontados. Do lado direito, as capelas são dedicadas à Rainha
Santa Isabel, Santa Teresinha do Menino Jesus, São João Paulo II e S. Miguel Arcanjo. Do lado
esquerdo, a Santo António de Lisboa, Nossa Senhora da Salvação, Nossa Senhora de Fátima e
Santíssimo Sacramento / Sagrado Coração de Jesus.
A pintura do teto é da autoria de Pedro Alexandrino (1729-1810), artista do final do barroco, e a
imagem do altar-mor, representando Nossa Senhora da Encarnação, foi esculpida por Machado
de Castro. À entrada, do lado esquerdo, encontra-se a capela batismal, com imagens do Senhor
dos Passos e Nossa Senhora das Dores e, do lado direito, a capela em forma de gruta, dedicada
a Santa Maria Goretti, concebida, em 1954, pelo pintor e arquiteto João Sousa Araújo. De
destacar, ainda, na capela do Santíssimo Sacramento, a grade cinzelada e dourada, de meados
de oitocentos, da autoria de Marçal José Romão.
Na sacristia existe um quadro representando a benemérita D. Elvira de Vilhena, tendo como pano
de fundo a imagem mais antiga que se conhece da frontaria da primitiva Igreja da Encarnação.
Espaço de arte, a igreja é também um lugar de memória. Entre 1948 e 1957, aqui foi pároco o
Padre Abel Varzim (1902-1964), que teve uma importante ação cultural e humanitária no seio da
igreja

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