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A Igreja e Convento de São Francisco foram erguidos entre os séculos

XVII e XVIII e são consideradas uma das mais singulares e ricas


expressões do Barroco brasileiro, classificadas como uma das Sete
Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo, apresentando, em especial
a igreja, uma luxuosa decoração interior.

A fachada é barroca, assim como os painéis de azulejos portugueses, que


reproduzem o nascimento de São Francisco. O interior é formado por
talhas de madeira, moldadas em ouro em pó, com os símbolos do
barroco: folhas, pelicanos, flores, anjinhos.
O forro de madeira apresenta formas geométricas, emoldurando cenas
da vida de Maria.
O teto da nave possui pinturas sobre o ciclo mariano atribuídas por
Augusto Telles ao frei Jerônimo da Graça, realizadas entre 1733 e 1737.
O cadeiral entalhado do coro e a estante para o missal, bem como as
grades entre as capelas secundárias, são obra do frei Luís de Jesus,
conhecido como «irmão Torneiro», e são os elementos decorativos mais
antigos da igreja, datando do século XVII, reaproveitados da primeira
igreja edificada no local. A sacristia propriamente dita possui um grande
arcaz em madeira entalhada, obra do irmão Torneiro, com pinturas
sobre pequenas placas de cobre encaixadas em nichos, mostrando cenas
da vida de São Francisco. Sobre o móvel, junto ao teto, está uma série de
pinturas de Bartolomeu Antunes com a mesma temática, motivo que se
repete nas pinturas do teto, emolduradas por caixotões.

Compõem o interior da igreja imagens policromadas de mestres


santeiros baianos, obras-primas da arte sacra, muito jacarandá esculpido
e duas pias de pedra, doadas por D. João V, rei de Portugal, púlpitos e
teto com várias pinturas sacras, além de imagens de São Pedro de
Alcântara, São Benedito, São José, Coração de Jesus, Santo Antônio e
São Francisco de Assis no altar-mor. No lado esquerdo, destacam-se as
imagens de N. S. da Conceição, N. S. da Glória, N. S. da Piedade, N. S.
Santana, Santa Luzia e São Domingos.

Do lado de fora, o amplo largo com um cruzeiro convida a conhecer o


templo, erguido com recursos do governo português e doações de fiéis.
A fachada tem duas torres relativamente simples e um frontão mais
elaborado. Na capela e no claustro, pinturas em quase 55 mil azulejos
mostram a vida de São Francisco.

Na capela-mor se destaca o importante grupo escultórico do altar-mor,


que ilustra a aparição do Cristo estigmatizado para São Francisco. É
produção moderna, de dimensões acima do natural, inspirada em tela de
Bartolomé Murillo, célebre pintor espanhol. Foi talhado e instalado em
1930 pelo baiano Pedro Ferreira seguindo a estética e as técnicas
barrocas, sob encomenda do conselheiro Francisco da Silva Pedreira.
Antes de ser entronizado, o conjunto foi exposto em uma galeria de
Salvador, atraindo grande público e despertando elogios generalizados,
inclusive de mestres da Escola de Belas Artes.

Por que é 5 estrelas? A quantidade de ouro, a riqueza de detalhes e o


tamanho fazem com que este seja considerado o principal representante
do barroco da Bahia.

Preste atenção: Repare nos 37 painéis de azulejos do claustro que


retratam cenas pagãs e trazem epígrafes do poeta romano Horácio. No
interior, repare nos altares, com entalhes dourados de influências
barroca e rococó.

A melhor foto: Só são permitidas fotos sem flash. A partir do altar-mor


você tem o melhor ângulo para retratar a quantidade de ouro usada na
construção.

Tempo de visita: No mínimo 30 minutos, para captar a exuberância do


lugar. Para os mais interessados em arte e história, a visita pode render
um dia inteiro.

Quando ir: Evite os horários de missa (3ª, às 7h, 8h, 16h e 18h, sábado,
às 7h30, domingo, às 8h), quando a entrada é grátis, mas é proibido
circular pela capela e visitar o claustro.

Serviço: Largo do Cruzeiro de São Francisco (Pelourinho), 3322-6430; 2ª,


das 9h às 17h30, 3ª, das 9h às 16h, 4ª a sábado, das 9h às 17h30,
domingo, das 10h às 15h. R$ 5,00. A visita pode ser feita sem monitoria:
os guias não costumam alcançar a complexidade artística da igreja, e
nem sempre têm informações seguras.

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