Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
º ano
• Manual
zona de cola
• Caderno de Atividades
• Livro do Professor*
• e-Manual Premium
1.1. Resume os acontecimentos que suscitam a reflexão de Fernando Alves. 1.1. Elabora uma breve apresentação fundamentada de duas palavras que, para ti, se
1.3. Comenta, a partir da rubrica radiofónica, a importância que uma palavra/as palavras 1.2. Compara a tua opinião com a dos teus colegas e escrevam conjuntamente um texto
pode(m) ter. que revele as preferências vocabulares da turma.
Almeida Garrett, Antero de Quental, Cesário Verde, Há palavras que nos beijam
Há palavras que nos beijam
Escrita com a literatura
1. Completa, com palavras que consideres adequadas e expressivas, os espaços em branco
no excerto da crónica de Manuel António Pina, em que o autor reflete sobre o tema das
SEA 4
diante do (i) (adjetivo) mundo de todos os dias. E palavras (j) (adjetivo) e (k) (ad-
Aos muros do teu desgosto. jetivo), pelas quais pensámos um dia ser capazes de (l) (verbo) e envelheceram con-
nosco ou julgávamos (m) (adjetivo), assomam-nos ainda às vezes aos lábios vindas do
De repente coloridas
(n) (nome) da (o) (nome) (ou, quem sabe?, do (p) (nome) do coração) como se
10 Entre palavras sem cor,
nos dissessem: “Sou eu, não me ouves chamar?”
Esperadas inesperadas
No papel abandonado) 1. Atenta na primeira estrofe do poema “As Palavras”, de Eugénio de Andrade.
SEA 5
Manuel Cargaleiro, sem título, 1968 5 Outras,
O’NEILL, Alexandre. Op. cit.
orvalho apenas.
3. Comenta a funcionalidade do discurso parentético. 1.1.1. Organiza com os teus colegas um diálogo argumentativo no qual troquem
impressões sobre as diferentes perspetivas apresentadas na resposta à ques-
SEA 6
VIAGEM… DO TEXTO AO CONTEXTO
Viagem à poesia do século XX
114 Viagem… do texto ao contexto A Queda dum Anjo 149 A Queda dum Anjo 151
estridente, cabalístico4, bafagem5 de brisa, balão aerostático6, fogo chinês, vicejante, on-
dulante, estrepitoso e abismador!
Não é tudo assim. Elogio dos deputados
5 Popularizada a literatura, era necessário despojá-la das alfaias7 graves e sinceras da
ciência, trazê-la da profundeza da erudição à superfície das inteligências vulgares, e vesti-
-la do maravilhoso surpreendedor, já que o
lógico verosímil é repelido da biblioteca da
Breyner Andresen, Alexandre O’Neill, Na quarta-feira da semana passada, só 110 dos 230 depu-
tados estiveram presentes na Assembleia da República.
O país melindrou-se. Eu cá gostei. A debandada é a prova
Manuel Alegre
de que a nossa democracia funciona na perfeição. Não
burguesa e do artista. Para captar a bene- esqueço que os deputados são os representantes do
5
10 volência da leitora, precisava-se da história povo português, e eu estou disposto a apostar que
de uns amores trágicos, urgentes, e lamen- aquilo que eles fizeram é exatamente o que o povo
tosos. Para a do artista, cumpria ampliar- português faria se estivesse no lugar deles: assi-
-lhe a órbita do espírito apoucado, osten- nar o livro de ponto à sorrelfa e pirar-se para
tando-lhe no molde do romance a forma 10 umas férias prolongadas. Nós somos assim,
15 real, augusta, e humanitária da arte. O estilo pelo que me parece muito saudável, poli-
devia ser exagerado como o pensamento: ticamente falando, que os nossos repre-
quimérico8, híbrido, e mentiroso como todas sentantes sejam uma cristalização ainda
as teorias, criadas no caos de todas as práticas. mais espertalhona dessa maneira de ser.
Trabalho exclusivamente do coração, artima- 15 Sim, claro: o país não avança e tal. Mas a
gente diverte-se bastante.
20 nha política, método civilizador, era aquele o único João Fazenda
Sempre que calha haver um ano com
adaptado para cabeças sem cultura, sem sistema,
muitos feriados junto de fins de semana,
prenhes de utopias e fumos de socialismo, como
recebo dezenas de e-mails (às vezes ainda em setembro do ano anterior) que dizem:
ele se escreve em jornais e romances. Criou-se, 20 “Amigos, vem aí um ano com muitas pontes! Comecem já a preparar as férias!” […]
pois, uma escola militante. E o povo aplaude Posso garantir que nunca recebi um único e-mail a dizer: “Amigos, vem aí um ano
25 esses estereótipos baratos consagrados ao povo, com muitas pontes! Vamos todos dar as mãos e, em prol do futuro do nosso país,
Luís Afonso, in Sociedade Recreativa
entenda ou não entenda o que lê, possa ou não trabalhemos a dobrar nesses fins de semana prolongados, para que não haja qual-
André Carrilho, Camilo Castelo Branco, in Única,
possa digerir e dirigir o que entende. […] n.º 1798, 14 de abril de 2007
1.1. Relaciona a sua dimensão metafórica com o momento narrativo apresentado no quer decréscimo de produtividade!” […]
CASTELO BRANCO, Camilo, “Introdução a Anátema [1851]”, apud REIS, Carlos, e PIRES,
Maria da Natividade, 1993. História Crítica da Literatura, vol. V. Lisboa: Verbo – Meu amigo, abra os olhos, que não há martirológio3 para as toupeiras. As ideias não
VIAG11 © Porto Editora
1.1. Estabelece uma leitura intertextual entre a crónica e A Queda dum Anjo, apontando
do Professor.
se formam na cabeça do homem; voejam na atmosfera, respiram-se no ar, bebem-se na
1. fraco; 2. que denota pouco juízo; 3. leve, pouco consistente; 4. misterioso, obscuro; 5. sopro brando; 6. que se equilibra no água, coam-se no sangue, entram nas moléculas, e refundem, reformam e renovam a semelhanças ao nível das temáticas exploradas e dos meios colocados ao serviço da
ar; 7. instrumentos; 8. fantástico; 9. ditos zombeteiros, chacotas.
10 compleição do homem. crítica pelos autores.
VIAG11EP_20131316_F08_2PCimg.indd 114 4/17/14 2:04 PM VIAG11EP_20131316_F10_2PCimg.indd 149 4/17/14 2:04 PM VIAG11EP_20131316_F10_2PCimg.indd 151 4/17/14 2:04 PM
98 Viagem ao teatro de Garrett Um Auto de Gil Vicente 99
Paula – El-rei, que vem achar a infanta sua filha com um homem escondido em sua câ- Leitura Compreensão
Dona Beatriz – Ai! (cai sem sentidos.8) Grande Dicionário da Língua Portuguesa, 2010. Porto: Porto Editora
105 Paula (olha para o rio, e volta em desespero) – Já vai seguido o galeão!
5. Aponta dois elementos cénicos que contribuem para intensificar o dilema expresso por
Paula na cena XIII.
Dom Manuel – O último adeus, minha filha, um abraço ainda! (Todos rodeiam a infanta.)
110 Já o galeão vai navegado! Tomou-a o susto. – Filha! (Aparte.) Eu constrangi sua von- Escrita com a literatura
tade. – Meus Deus, se eu matei a minha filha!
1. Transforma as cenas finais de Um Auto de Gil Vicente (cenas XII a XIV) num texto narrativo.
GARRETT, Almeida. Op. cit.
Considera, para além das falas das personagens, as informações fornecidas nas didascá-
1. provação, sofrimento ou infelicidade que testa a resistência ou a coragem; 2. castigo, penitência; 3. alivia da pena, con- lias, e apresenta o relato através de um narrador homo ou autodiegético. Podes integrar
sola; 4. salvou, libertou (do castigo); 5. ciúmes; 6. haste, caule; 7. ceife, corte (do verbo “segar”); 8. "Na nota E ao canto nono momentos de diálogo e breves passagens descritivas.
do poema Camões, se promete ilustrar o ponto destes amores de Bernardim Ribeiro e de sua romanesca vida. Mas não me
atrevo por ora a cumprir tal promessa. Aqui atirei com ele ao mar porque me era preciso; e o público disse que era bem ati- Começa por planificar o teu texto e, depois da textualização, revê cuidadosamente a tua
Leitura Compreensão
Camilo: o autor e a obra 119
1. Interpreta a afirmação: “Tão grande é a nomeada de V. Ex.ª que nem se faz mister o apelido”
Um homem que escreveu tão depressa
sobre a “sátira política” (l. 43) do autor de A Queda dum Anjo. ria é, parafraseando o poeta, um fingimento. A de Camilo é, decerto, também um
6. Regista as informações biográficas de Camilo Castelo Branco apresentadas no texto. fingimento, mas um “fingimento verdadeiro”. […]
“Os Dias da Febre narra as circunstâncias que conduziram ao reencontro de Robert e Elvira,
e o que dele decorreu. O cerne da ação situa-se em 1857, quando Lisboa estava a ser atingida O poema (I) 10 Dissemos, e insistimos, que a vida de Camilo poderá justificar, até certo ponto, a
sua fecundidade literária, porque este homem escreveu tão depressa quanto viveu,
por uma epidemia da febre-amarela que mataria quase 5 mil pessoas. É nesse contexto alar-
sem, todavia, escrever à pressa. Mencionemos, por isso, alguns episódios da vida ca-
mante e febril que a intriga se desenvolve e que o leitor é convidado não só a conviver com as Esclarecendo que o poema
5 figuras da época, mas também a percorrer a cidade em toda a sua diversidade […]. Isto signi- é um duelo agudíssimo
Construção do saber miliana que possam fornecer-nos tal justificação.
Filho de pai solteiro, que perdeu aos (c) anos, então já órfão de mãe, Camilo
fica que não estamos apenas perante um romance sobre uma epidemia, a morte e o amor: quero eu dizer um dedo 1. Faz uma pesquisa sobre a vida e a obra 15 deixa (d) , onde nascera, e vai com a (e) viver para Vila Real, para casa da sua
Os Dias da Febre é também uma viagem pelos sons, os cheiros, as gentes, as casas, os costu- agudíssimo claro de Camilo Castelo Branco que te per- (f) Rita que, conluiada com o amante, defrauda as crianças na herança a que ti-
mes, as cores – numa palavra, pela vida – da Lisboa de meados do século XIX.” 5 apontado ao coração do homem mita, com a informação recolhida, com- nham direito. Aos 16 anos, casa-se, em Ribeira de Pena, com (g) , a Quininha, um
falo pletar os dados biográficos do autor em ano mais nova do que ele. O nascimento da filha (h) perturbou, decerto, Camilo,
1.1. Estabelece pontos de aproximação entre a ação do romance e a de Um Auto de Gil
com uma agulha de sangue falta no texto da página seguinte. que se viu pai aos 18 anos. Estamos em (i) , ano em que decide sair de Vila Real e
Vicente, de Almeida Garrett.
a coser-me todo o corpo Para o efeito, podes consultar, entre 20 vir para o (j) , matriculando-se na Escola Médica, que não chegará a completar,
1.2. Lê o excerto do livro. à garganta outros textos, os verbetes/capítulos dedi- tendo perdido um ano, pelo menos, por faltas. Aos 21 anos […], Camilo inicia uma
cados a Camilo nas obras: José Passos, Escritório de Camilo, sem data regular colaboração jornalística no Nacional e no Periódico dos Pobres, dois jornais
A carruagem percorreu ruidosamente os últimos metros de 10 e a esta terra imóvel ideologicamente antagónicos, o que nos permite antever o profissional da pena que
onde já a minha sombra AA.VV. Biblos – Enciclopédia Verbo das Literaturas de Língua Portuguesa, vol. 1.
calçada estreita e escura e desaguou na luz intensa do Rossio, de- sempre seria.
é um traço de alarme Lisboa: Verbo
tendo-se junto ao Teatro D. Maria II. Carlos desceu vagarosamente 25 Viúvo de Quininha, aos 22 anos, continua Camilo a escrever para viver. Por vezes
[…]. Fixou o seu olhar opaco na mulher e, estendendo a mão, AA. VV. História da Literatura Portuguesa – O Romantismo, vol. 4. Mem Martins: Alfa com dificuldades que não adivinharia, já que alguns dos seus escritos jornalísticos
JORGE, Luiza Neto, in CRUZ, Gastão (seleção e prefácio), 2004.
5 grande como uma pá, ajudou-a a descer. Depois, cumprimentou Quinze Poetas Portugueses do Século XX. Lisboa: Assírio & Alvim BUESCU, Helena Carvalhão (coord.). Dicionário do Romantismo Literário lhe granjearam fortes inimizades. […]
discretamente alguns conhecidos e, com Elvira pelo braço, entrou Português. Lisboa: Caminho Em 1857, temo-lo em Viana do Castelo a chefiar a redação do jornal A Aurora do
no teatro. […] Lima. Parece que a razão fundamental por que terá ido para Viana se prendeu com a
CABRAL, Alexandre. Dicionário de Camilo Castelo Branco. Lisboa: Caminho
Elvira e Carlos estavam a sentar-se nos seus lugares, no cama- 1.1. Interpreta: 30 estadia, nessa cidade, de Ana Plácido […].
rote, quando soaram as pancadas de Molière e a sala começou a COELHO, Jacinto do Prado (dir.). Dicionário de Literatura Portuguesa, vol. 1.
a. a definição metafórica de poema apresentada na primeira estrofe; Ana Plácido entra, então, na vida de Camilo para não mais sair dela. Foi ela a sua
10 escurecer. Elvira ainda teve tempo de reparar que os lugares esta- Porto: Figueirinhas
mulher fatal, que compartilhou com ele a felicidade da casa de São Miguel de Ceide,
vam quase todos ocupados. Por ela, teria gostado de estar mais em b. a imagem utilizada na quadra; FRANÇA, José-Augusto. O Romantismo em Portugal. Lisboa: Livros Horizonte mas também o infortúnio duma cela da Cadeia da (k) , onde ambos estiveram pre-
cima do palco, na primeira fila se possível, mas Carlos achava que os camarotes eram preferí- c. a relação sujeito poético/destinatário descrita ao longo do poema. sos alguns meses por acusação do marido de Ana Plácido, o rico comerciante lis-
LOPES, Óscar, e SARAIVA, António José. História da Literatura Portuguesa. Porto:
veis à plateia, pois preservavam as senhoras do risco e incómodo de se sentarem ao lado de 1.2. Propõe um novo título para o poema, fundamentando a tua escolha com dois argu- boeta (l) , desejoso de vingar o escândalo adulterino de Camilo com a sua mulher.
Porto Editora 35
algum atrevido. mentos decorrentes da leitura do texto. Os sintomas duma (m) irremediável vêm, por fim, juntar-se a esta vida senti-
15 O pano abriu-se devagar, deixando ver um cenário fantástico […]. PAIS, Amélia Pinto. História da Literatura Portuguesa – Uma Perspetiva Didática,
1.3. O poema de Luiza Neto Jorge integra a antologia Quinze Poetas Portugueses do mental e socialmente atribulada. O (n) , em 1890, aos (o) anos, foi, por isso, a
Depois, a peça começava a correr em direção ao seu núcleo central: o amor intenso, mas vol. 2. Porto: Areal
Século XX, organizada por Gastão Cruz, que contempla igualmente textos de Fer- única saída que Camilo encontrou para poder morrer livre, isto é, perdidos os olhos
proibido, de um oficial inglês, o médico do regimento recém-chegado, por uma bela mulher indispensáveis para a sua sobrevivência como escritor, sua profissão de sempre, não
nando Pessoa, Jorge de Sena, Eugénio de Andrade, António Ramos Rosa e Herberto
francesa, casada com um importante cidadão local. A peça tinha algumas passagens franca- REIS, Carlos. Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea. Lisboa: Universidade 40 quis o autor de A Queda dum Anjo suscitar compaixão ou caridade. Escreveu livre-
Helder, entre outros poetas de novecentos.
VIAG11 © Porto Editora
mente ousadas e eróticas, tanto no que os amantes diziam um ao outro, como no que faziam. Aberta
REIS, Carlos, e PIRES, Maria da Natividade. História Crítica da Literatura Portuguesa mente, por isso escolheu morrer livremente.
20 Havia uma cena em que a bela francesa permitia que o médico lhe pegasse no pé descalço. E Se te interessa conhecer a produção poética nacional do século passado, faz a lei-
[O Romantismo], vol. V. Lisboa: Verbo
uma outra onde, já à saída de cena e a caminho dos bastidores, se sugeria um beijo apaixo- tura integral da obra e elabora uma ficha de leitura sobre ela. Arquiva-a, depois, no TRIGO, Salvato, “Introdução”, in CASTELO BRANCO, Camilo, 1999. A Queda dum Anjo. Porto: Civilização (adaptado)
nado, na boca, e se via, projetada no cenário, a sombra dos dois amantes, enlaçados. teu Projeto Individual de Leitura.
Elvira, que fora conquistada desde o primeiro momento, estava perfeitamente imóvel, 2. Caso te cativem as antologias poéticas, podes ainda ler uma das coletâneas abaixo sugeridas.
chegada para a frente, com os cotovelos apoiados no rebordo de marroquim1 do camarote, e
25 seguindo todo o enredo com extremo interesse e atenção. Identificara-se de imediato com a FANHA, José, e LETRIA, José Jorge. Cem Poemas Portugueses no Feminino.
VIAG11EP_20131316_F08.indd 118 4/23/14 2:29 PM VIAG11EP_20131316_F08_2PCimg.indd 119 4/17/14 2:05 PM
vivacidade da francesa, deixara-se encantar pela gentileza do médico e tomara partido por FANHA, José, e LETRIA, José Jorge. Cem Sonetos Portugueses.
VIAG11 © Porto Editora
aquela paixão clandestina. Nunca condenaria uma mulher que seguisse, como a francesa se- FANHA, José, e LETRIA, José Jorge. Cem Poemas Portugueses do Riso e do Maldizer.
guia, os ditames do seu coração. Nunca! Carlos, por seu lado, cedo começara a agitar-se na
MOURA, Vasco Graça. 366 Poemas que Falam de Amor.
cadeira. Sentia-se algo incomodado e perguntava a si próprio como é que certas cenas tinham
• Glossário temático
30 sido autorizadas num espetáculo público e num teatro nacional em Lisboa. PEDROSA, Inês. Poesia de Amor (Antologia de poesia portuguesa).
A poesia de Mário de Sá-Carneiro Os elementos trágicos em Aparição Faz a leitura atenta do excerto de O Doido e a Morte que se segue. Lê com atenção o poema abaixo transcrito.
Em homenagem publicada no n.º 2 da revista Athena
Descrição assente na sensualidade, na sedução carnal e num
(novembro de 1924), escreve Fernando Pessoa: “Morre Sr. Milhões – És uma sombra e bff… (Sopra-lhe e o outro estremece) faço-te desaparecer como
Ser doido-alegre
VIAG11 © Porto Editora
tra como o “mal de viver” cedo se lhe instalou na alma (“tédio”, “náusea”, “dor” são alguns 4. Identifica dois dos recursos estilísticos presentes no texto, realçando a sua expressivi-
Katastrophé Morte física de Cristina e de Sofia. Anulação de Carolino. BRANDÃO, Raul, 2001. O Doido e a Morte. Lisboa: Colibri
dos nomes que dá ao seu cansaço de viver) e como as razões invocadas nas últimas (catástrofe) dade.
cartas (dificuldades financeiras, complicações amorosas) foram apenas o pretexto ime- O destino está omnipresente ao longo da obra mas “Alberto,
diato do seu ato de desespero. Como tem sido sublinhado em diversos estudos críticos, ele próprio, concretiza-se em agente do destino, já que será Responde, de modo completo e cuidado, às perguntas apresentadas.
toda a obra de Sá-Carneiro é uma encenação do suicídio e a ele conduz. […] ele que irá despertar os inconscientes adormecidos e
35
Ananké chamá-los à descoberta, que […] será uma maldição punível, 1. Localiza o excerto na globalidade da obra a que pertence. Grupo III
O poema “Quase” [cf. Caderno de Atividades, pp. 64-65] é, na nossa poesia, uma das mais lúcidas e
(destino) por vezes, com a própria vida. Como elemento “perturbador”,
pungentes formulações da frustração, da impossibilidade de absoluto, do percurso de as- ele vai, inconscientemente, associar-se à força do próprio 2. Aponta dois dos traços de carácter de cada uma das personagens, fundamentando a tua
censão e queda que o autor de “Vislumbre” levou até às últimas consequências. Em inúme- resposta com elementos textuais. Num texto bem estruturado, de cem a duzentas palavras, apresenta as tuas impressões de
destino, precipitando-se e aos que o ouvem para um
ras metáforas, surpreendentes ora pela sua bizarria ora pelo seu dramatismo, Sá-Carneiro desenlace trágico.”2 leitura da peça O Doido e a Morte de Raul Brandão.
3. Interpreta as palavras do Sr. Milhões, no contexto em que ocorrem: “Tu não te podes cha-
VIAG11 © Porto Editora
VIAG11 © Porto Editora
40 glosou essa mágoa de ser “quase”, de não chegar “além”, e n’ “Os Últimos Poemas” (escritos
1. JACINTO, Conceição, e LANÇA, Gabriela, 2001. Aparição – Vergílio Ferreira. Porto: Porto Editora (adaptado e mar Baltazar Moscoso, e ao mesmo tempo existir o céu estrelado.” (ll. 4-5)
entre novembro de 1915 e 1916) deixou-nos uma imagem ora autopiedosa ora impiedosa com supressões); 2. GONÇALVES, Maria da Graça Verschneider, e SANTOS, Teresa Paula, 1998. Introdução ao
estudo de “Aparição”. Coimbra: Almedina (2.ª ed.) 4. Sintetiza a crítica social veiculada pelo diálogo entre os dois interlocutores.
VIAG11_23 VIAG11_18
VIAG11EP_20131316_F23_2PCImg.indd 353 4/23/14 11:07 AM VIAG11EP_20131316_F21_2PCImg.indd 326 4/23/14 11:07 AM VIAG11EP_20131316_F17_2PCImg.indd 272 4/22/14 1:24 PM VIAG11EP_20131316_F18_2PCImg.indd 273 4/22/14 1:24 PM
2 Caderno de Atividades 4 e-Manual Premium
a de • Quadros-síntese e esquemas sobre autores e obras Versão digital do manual com acesso a todos os
s do Programa Recursos do Projeto em contexto.
um) • Fichas de trabalho sobre as sequências de ensino- • Registos áudio e vídeo
o: o autor e a obra 119
-aprendizagem segundo a estrutura de Exame • Registos radiofónicos
Nacional (com sugestões de resolução)
a desper-
• Transcrição de registos áudio e radiofónicos
• Exercícios de expressão escrita
a de títu-
e Camilo
so invul-
autores do Programa)
ponto, a
to viveu,
vida ca-
, Camilo
a da sua
• Glossários globais de termos literários e de recursos
• Outros (Inter)Textos por sequência
a que ti-
nha, um
estilísticos
Camilo,
la Real e
mpletar,
cia uma
Por vezes
alísticos 20 Sequência 6 Viagem à poesia do século XX Ficha de trabalho 15 Sequência 6 – Poesia do século XX 67
de Ceide, As influências
• Caderno de Atividades
pre, não
eu livre- Gosto: ao Simbolismo no domínio Sensações brutais; Onde o branco é a cor que fica onde não há cor
· pelos símbolos · das sinestesias Experimentalismo ao nível E onde a luz é cinza
· pelas imagens brilhantes · da metáfora do significante gráfico das
(adaptado) · da construção sintática palavras e ao nível fónico
· pelas transposições de 5 E eu caminhei nas praias e nos campos
sensações e sinestesias (sobretudo com a
acumulação de O azul do mar e o roxo da distância
Temática do sonho e da onomatopeias) Enrolei-os em redor do meu pescoço
(editáveis)
Os temas
E isso inteiramente me bastava
Autopiedade e ternura
Hipertrofia do eu Porém no hospital eu vi o rosto
Dispersão Que não é pinheiral nem é rochedo
Labirinto E vi a luz como cinza na parede
s
Desdobramento do “eu” em outros
ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner, 1995.
Oposição sonhos altos (sonho de Além)/incapacidade de voo, com consequente queda e frustração – “Ícaro Obra Poética II. Lisboa: Caminho (2.ª ed.)
estatelado”
Perda, queda e frustração
relevantes)
1. Deus.
Paixão pelo abismo e pela morte
Incapacidade de fruir
Evasão (sono, esquecimento, drogas, regresso à infância)
Nostalgia da infância Apresenta, de forma bem estruturada, as tuas respostas ao questionário.
Editora (17.ª ed.); PAIS, Amélia Pinto, 2005. História da Literatura em Portugal – Uma perspetiva didática, vol. 3. Porto: Areal;
“roxo” (v. 6).
ROCHA, Clara, 1995. O essencial sobre Mário de Sá-Carneiro. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda)
tiva
– Soluções, grelhas de correção e cotações das fichas
VIAG11CAEP_20134923_F05_1P.indd 67 3/18/14 5:53 PM
eúdos
formativas do manual
ul Brandão 273
3 Livro do Professor* – Correção das atividades de grupo do manual
(e-Manual Premium)
do soneto.
a expressivi-
E AINDA:
• Caderno de Atividades • Fichas de trabalho por sequência
• Registos áudio e radiofónicos • Materiais editáveis
e-Manual Premium
Simples. Completo. Sempre disponível.
OFERTA AO
PROFESSOR
1 Insira a pen no computador.
2 Clique em “Iniciar”.