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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ – CERES

JUSSARA DANTAS DA SILVA SANTOS

PROVA DE RECUPERAÇÃO

CAICÓ – RN
2023
JUSSARA DANTAS DA SILVA SANTOS

PROVA DE RECUPERAÇÃO

Prova de recuperação apresentado ao curso de


História do Centro de Ensino Superior do
Seridó - Universidade Federal do Rio Grande
do Norte como requisito avaliativo da primeira
unidade da disciplina de Antiguidades Afro-
Asiáticas.

Orientadora: Profᵃ. Drª Airan dos Santos


Borges de Oliveira

CAICÓ – RN
2023
Questões:

1. (Valor: 2,5) Indique e analise a hipótese central e os principais argumentos


defendidos por Katia Pozzer (et ali) no texto Desafios e possibilidades da
pesquisa em Antiguidade Oriental no Brasil (2021).

O artigo "Desafios e Possibilidades da Pesquisa em Antiguidade Oriental no


Brasil" tem como hipótese central a identificação dos desafios enfrentados pelos
pesquisadores que se dedicam ao estudo da Antiguidade Oriental no Brasil, bem como a
apresentação das possibilidades e potencialidades dessa área de estudo em território
nacional. (POZZER, SCOVILLE & BALÉM, 2021, p. 159-175).
Logo no início do resumo, os autores afirmam que o objetivo do artigo é
contribuir para uma visão mais aprofundada sobre "Antiguidade Oriental no Brasil:
pesquisas e perspectivas" com relatos de experiências de pesquisa e ensino nessa área.
A seguir, eles destacam que mais do que uma reflexão crítica, o texto traz resultados de
"vivências pessoais neste percurso", ressaltando aquilo que os anima e o que os desafia.
(POZZER, SCOVILLE & BALÉM, 2021, p. 159).
Assim, a hipótese central é de que a pesquisa em Antiguidade Oriental no Brasil
enfrenta desafios, mas também apresenta possibilidades promissoras. Os autores
buscam, portanto, estimular ainda mais estudantes a empreenderem esse caminho de
pesquisa e ensino, apesar das pedras que possam surgir ao longo do percurso.
(POZZER, SCOVILLE & BALÉM, 2021, p. 159).
Podemos confirmar, a partir da leitura, que os principais argumentos defendidos
por Katia Pozzer et al. (2021) que esses desafios dizem respeito à escassez de recursos
financeiros e materiais, à falta de incentivo e reconhecimento acadêmico, e às
dificuldades de acesso às fontes primárias e aos equipamentos específicos para a área.
Por outro lado, as possibilidades são associadas à riqueza histórica e cultural do Oriente
Antigo, às metodologias inovadoras e às novas abordagens teóricas que vêm surgindo
para o estudo da Antiguidade Oriental. (POZZER, SCOVILLE & BALÉM, 2021, p.
159-175).
Portanto, a hipótese central do artigo é de que a pesquisa em Antiguidade
Oriental no Brasil é um campo de estudos desafiador, mas gratificante, e que deve ser
cada vez mais valorizado e incentivado no país. Pois pôde e poderá trazer
conhecimentos em geral sobre as sociedades do passado e sua vasta cultura de tradições
politicas e sociais com o objetivo de facilitar consequentemente o entendimento das
sociedades contemporâneas.

REFERÊNCIA

POZZER, K. M. P.; SCOVILLE, P.; BALÉM, W. R. Desafios e possibilidades


da pesquisa em Antiguidade Oriental no Brasil. Mythos. Ano V, Número III,
p. 159-175, Imperatriz – MA. Setembro, 2021.

2. (Valor 2,5) Na página 30 do capítulo 1 do livro Antigo Oriente. História,


sociedade e economia (Edusp, 2009), Mario Liverani afirma que:

O elo antigo-oriental não é certamente o "original", porque foi precedido por


outras fases pré e proto-históricas também essenciais no movimento de
desenvolvimento. Ele é apenas um entre tantos outros elementos similares,
inclusive os que não fazem parte do eixo privilegiado definido pela
historiografia ocidental moderna, mas ele deve ser também objeto de uma
atenção especial devido ao lugar histórico crucial, considerado como patamar
ou como ponto de partida de relevantes processos que formaram as
sociedades de estrutura complexa, e devido a um papel privilegiado baseado
em mitos e realidades que fazem parte de nossa cultura, e que devem ser
objeto de esclarecimentos e críticas, e que não devem ser ignorados ou
simplesmente eliminados de nossa memória.

A partir de seus estudos do capítulo, analise a citação acima.

A citação de Mário Liverani presente no livro Antigo Oriente tem um papel


fundamental para entender como a historiografia ocidental moderna enxerga o Antigo
Oriente. Liverani argumenta que o Antigo Oriente não deve ser visto como o "original"
ou linear, pois é apenas um dos muitos elementos pré e proto-históricos no movimento
de desenvolvimento humano. (LIVERANI, 2009, p. 30).
Ele afirma que o Antigo Oriente, apesar de ser visto como um importante
eixo privilegiado pela historiografia ocidental, não deve ser considerado superior às
outras culturas pré e protohistóricas que influenciaram o desenvolvimento humano.
Porém, ele destaca que o Antigo Oriente é objeto de uma atenção especial devido à sua
posição histórica crucial, como ponto de partida para sociedades de estrutura complexa.
(LIVERANI, 2009, p. 30).
Outro aspecto importante mencionado por Liverani é o papel do Antigo
Oriente na formação de mitos e realidades que fazem parte da nossa cultura e que
demandam esclarecimentos e críticas. Isso sugere a importância de olharmos para o
Antigo Oriente não somente como uma sociedade antiga, mas também como um
componente da construção cultural ocidental. (LIVERANI, 2009, p. 30).
Portanto, a citação apresentada salienta a importância de observar o Antigo
Oriente como um ponto fundamental do processo de desenvolvimento humano e
também como uma parte essencial da história e cultura ocidental. Através deste método,
podemos esclarecer a história de sociedades antigas e entender melhor o
desenvolvimento de nossa própria cultura, e diversificar nosso conhecimentos sobre os
povos do antigo oriente, colocando em pauta os problemas surgidos a partir das escolhas
dos nossos antepassados.

REFERÊNCIA

LIVERANI, M. Antigo Oriente: história, sociedade e economia. Ed. 1. SÃO


PAULO, Editora da Universidade de São Paulo, 2009.

3. (Valor: 2,5) Ainda sobre o texto de Liverani, explique como o autor apresenta os
conceitos de Unidade e Variedade para os estudos do Oriente Próximo na
Antiguidade.

No livro "Antigo Oriente: História, sociedade e economia" (Edusp, 2009), Mario


Liverani apresenta os conceitos de Unidade e Variedade para os estudos do Oriente
Próximo na Antiguidade. Ele argumenta que, embora haja uma tendência a pensar no
Oriente Próximo como uma região homogênea e uniforme, na realidade, as sociedades
que a compunham eram diversas e apresentavam uma ampla gama de características e
diferenças culturais, econômicas e políticas. (LIVERANI, 2009, p. 34).
Liverani também destaca que, apesar das diferenças, havia certos elementos
comuns que uniam essas sociedades, como a escrita cuneiforme, as relações comerciais
e a presença de cidades-estados. A Mesopotâmia, tal como, foi uma região marcada por
uma dinâmica cultural complexa em que a unidade e a diversidade se interligavam, a
título de exemplo, a unidade cultural e religiosa entre as cidades-estados mesopotâmicas
permitiu o desenvolvimento de uma escrita comum e o comércio entre as regiões, de
outra forma, a variedade de línguas e culturas na região gerou tensões e conflitos entre
as diferentes comunidades. (LIVERANI, 2009, p. 34).
Resumindo, Liverani apresenta os conceitos de Unidade e Variedade como
ferramentas para entender a complexidade da região do Oriente Próximo na
Antiguidade, reconhecendo tanto as características comuns quanto as diferenças entre as
sociedades que a compunham, nos fazendo ter reflexões necessárias e, muitas das vezes,
precisas. Para pensarmos sobre o ‘inicio’ das civilizações e construções imperialistas.

REFERÊNCIA
LIVERANI, M. Antigo Oriente: história, sociedade e economia. Ed. 1. SÃO
PAULO, Editora da Universidade de São Paulo, 2009.

4. (Valor: 2,5) Em seu texto, Horacio Zapata sugere o uso de um posicionamento


teórico alternativo na condução das pesquisas sobre o Oriente Próximo.
Apresente e analise esse posicionamento teórico.

Horacio Zapata, em seu texto " ¿Tiene sentido estudiar historia antigua del
cercano Oriente hoy? Tres razones y algunas reflexiones ", propõe que para estudar a
história antiga do Oriente Próximo tanto no passado como no presente é necessário
ampliar o campo de visão e distanciar-se dos estereótipos historiográficos que retratam
os estudos de antigas histórias orientais como se fossem uma série de saberes imóveis.
(ZAPATA, 2020, p.194).
Partindo desta perspectiva, Zapata assinala que na atualidade a pesquisa em
história antiga do Oriente Próximo tem sido alvo de questionamentos sobre a sua
relevância no mundo contemporâneo, no entanto, um dos objetivos do seu artigo é
apontar que a história antiga do Oriente Próximo pode ser um campo de estudo
extremamente rico e útil se evitado demarcá-la com base em uma série de
preconceitos ainda existentes no meio acadêmico. (ZAPATA, 2020, p.194).
Partindo desta visão é possível pensar e reconhecer a enorme diversidade de
formas socioculturais em que a experiência humana pode se materializar ao longo da
história. De fato, são numerosos os elementos de ordem material e de ordem simbólica
da nossa atual civilização, cujas raízes remontam aos princípios organizativos das
antigas sociedades. Portanto, estudar a história antiga do Oriente Próximo é
fundamental para entender as origens da cultura ocidental. (ZAPATA, 2020, p.195).
A história antiga ainda tem impacto no presente, visto que, a partir do Oriente
Próximo, o mundo ocidental construiu sua base de conhecimento em diversos campos, a
verdade é que nem o mundo contemporâneo capitalista e globalizado, nem as diversas
realidades latino-americanas existentes hoje nasceram do nada. A realidade é que o
mundo como conhecemos hoje começou a se formar há mais de cinco mil anos, por
conseguinte, se quisermos conhecer o presente na sua totalidade, é necessário e
conveniente que o façamos a partir dos múltiplos passados que construíram o nosso
presente. e a história do Oriente Próximo é precisamente um desses muitos passados que
nos fornecem conhecimento global das primeiras experiências dos homens vivendo em
sociedade. (ZAPATA, 2020, p.198-200).
Contudo, a abordagem tradicional de estudar a história antiga pode ser
contraproducente e até mesmo anacrônica se nos deixarmos levar por uma visão
etnocêntrica. (ZAPATA, 2020, p.207). Por fim, concluímos que estudar a história das
culturas do antigo Oriente Próximo tem o potencial de nos tornar menos dogmáticos e
mais reflexivos sobre a realidade que nos cerca.

REFERÊNCIA

ZAPATA, H. M. H. ¿Tiene sentido estudiar historia antigua del cercano


oriente hoy? Tres razones y algunas reflexiones. Revista Brasileira de
História. SÃO PAULO, v. 40, n. 84, p. 193-216, 2020.

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