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Introdução
escolas, sindicatos, associações, etc não têm se preocupado com a preservação da memória. Esse é
um problema grave na região, principalmente se levarmos em conta a sua história recente.
Diante do fato de a região mostrar uma despreocupação com a memória histórica, o grupo
também vem desencadeando atividades que visam conscientizar as autoridades públicas, diretores
de escolas, associações e demais órgãos para que procurem organizar a documentação pertinente a
sua instituição em arquivos adequados. Além disso, também estamos nos empenhando para fazer
um levantamento e catalogação de fontes primárias e secundárias para a história da educação da
região com o objetivo de criar condições favoráveis à atividade de pesquisa.
Fazer um levantamento e catalogação dessas fontes é fundamental para preservar a
historicidade da educação regional. História de escolas (instituições de ensino), trajetórias de
professores, projetos pedagógicos, práticas educativas, políticas educacionais, educação rural,
educação indígena, educação especial, educação à distância, pesquisas temáticas, registros
iconográficos e outros são alguns temas que devem ser buscados, catalogados e preservados. O
objetivo é fazer do resgate e da catalogação dessas fontes um instrumento para preservar a história,
bem como abrir caminho para a realização de novas pesquisas, produzindo, assim, novos
conhecimentos.
O presente trabalho é apenas um ensaio inicial, que visa estimular o debate e colaborar nas
discussões sobre as questões das fontes e da pesquisa histórica. O texto procura discutir na primeira
parte vários aspectos concernentes às fontes, abordando questões conceituais e referentes ao
trabalho de análise e interpretação dos documentos. Na segunda parte apresentar-se-á algumas
informações básicas para quem vai se dedicar à prática da pesquisa em história da educação. Por
fim o texto faz algumas considerações sobre a necessidade de preservação da memória histórica.
As fontes estão na origem, constitui o ponto de partida, a base, o ponto de apoio da construção
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As fontes resultam da ação histórica do homem e, mesmo que não tenham sido produzidas com
a intencionalidade de registrar a sua vida e o seu mundo, acabam testemunhando o mundo dos
homens em suas relações com outros homens e com o mundo circundante, a natureza, de forma
que produza e reproduza as condições de existência e de vida. (2004, p. 155).
fontes.
A pesquisa histórica surge de “achados” de novas fontes, de novas conexões entre as
mesmas, de comparações, releituras, ou de inquietações com os acontecimentos ou explicações
existentes, insatisfações que, por sua vez, são provocadas pelo aparecimento de novos pontos de
vista, de novas “teorias”, ou de novas formas de trabalhar com a documentação. (Cf. ARÓSTEGUI,
2006, p. 470).
Segundo Aróstegui, uma pesquisa histórica tem um “tema, mas a problemática de tal tema
não se resolve, evidentemente, na coleta de informações sobre ele”. Para tanto, os historiadores
devem se preocupar com o como articular sua pesquisa, levando em consideração as fontes, a
organização das informações, a tipologia e seu uso, assim como a relação com outras pesquisas da
mesma área, ou similares. Portanto, a “prática da pesquisa histórica tem de ajustar-se à definição
clara de problemas, à formulação de hipóteses, à construção de mecanismos para ‘provar’
comparativamente a adequação de suas explicações”. (Idem, p. 468-9).
Nessa perspectiva, Ragazzini estabelece três níveis de relação entre as fontes. A primeira é
a relação nas quais nasce e se produz o documento; a segunda é a relação que, no âmbito dos
acontecimentos, selecionam, conservam, inventariam e catalogam o documento. Elas podem ser
causais ou intencionais; e a terceira é a relação do leitor intérprete, ou seja, as perguntas/questões
que ele faz aos documentos. (2001, p. 14). Um trabalho consistente com a documentação deve levar
em consideração esses três níveis. Por isso é necessário fazer uma crítica ao documento, refletir
sobre os motivos de sua elaboração, sobre quem foram seus autores, por que foi
conservado/preservado, ou seja, deve-se lê-lo dentro de seu contexto.
Mas mesmo tomando estes cuidados os historiadores devem ter clareza de que a tarefa de
recontar a história é sempre limitada, pois grande parte das fontes já se perderam e as que restam
passaram por uma seleção. Esta seleção foi feita por aqueles que produziram o material, pelos que
conservaram e/ou deixaram que os documentos fossem destruídos (intencionalmente ou não) e pelo
próprio tempo. “Nesse sentido é que a história será sempre um conhecimento mutilado”, pois só
poderemos saber e conhecer a partir do que nos resta dos vestígios humanos. “O passado, nunca é
demais repetir, é uma realidade inapreensível”. (LOPES & GALVÃO, 2001, p. 79).
Ao aceitar que não é possível compreender o passado em plenitude, sempre é bom lembrar
que são as pesquisas e/ou os pesquisadores que selecionam as suas fontes por razões temáticas ou
de métodos. Por isso é importante enfatizar que são as perguntas que o pesquisador faz aos
documentos que lhes conferem sentido e, no limite, respondem a determinados fatos. “Nesse
sentido é que se diz que uma fonte nunca está esgotada e que a história é sempre reescrita, na
medida em que depende do problema proposto a ser enfrentado e, portanto, do tipo de pergunta que
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lhe é formulada”. (Idem, p. 92). Essa idéia é reforçada por Ragazzini, quando afirma que,
é preciso revelar claramente todas as relações que compõem a cadeia que leva do sinal do
passado ao signo, à significação, à interpretação da história. Nesses termos, faz-se necessária
uma discussão sobre os problemas das fontes para uma História da Educação, tanto do ponto de
vista teórico quanto da prática de pesquisa. (2001, p. 16).
Discutir as fontes, fazer uma crítica dos documentos são requisitos fundamentais para
avançar com segurança no campo da investigação histórica.
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De certa forma essa ampliação do uso das fontes acabou provocando, entre os historiadores
uma certa desconfiança e conseqüentemente um abandono das fontes oficiais. Esse abandono tem
levado muitos pesquisadores a entrar num certo modismo da história cultural, que em muitos casos
valoriza demasiadamente as fontes e as relações internas da escola, em relação ao processo mais
geral da sociedade. Trabalhos dessa natureza podem ser importantes do ponto de vista
metodológico, mas não respondem adequadamente para uma compreensão mais ampla da relação
história, sociedade e educação. Ragazzini chama a atenção para a necessidade de se articular melhor
as fontes mais gerais da educação e as fontes específicas do interior da escola. Segundo ele,
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Nesse sentido, deve-se levar em conta os contextos operativos para explicar cada tema.
Muitas vezes, fontes tidas como indiretas/secundárias são mais reveladoras e permitem articular
melhor o singular com o geral. A relação entre o estudo da escola como uma instituição singular e o
processo geral da educação, necessariamente, deve ser feito. Por isso é fundamental graduar
adequadamente o uso das fontes de informação fazendo a comparação entre a história das escolas
singulares com os estudos de história geral da escola e da educação. Dessa forma, é possível ir além
do estudo das fontes singulares, possibilitando a comparação e a seriação das mesmas.
Uma das questões que incomoda muitos pesquisadores nos tempos atuais refere-se à
questão das fontes diretas e indiretas que podem ser definidas também como primárias ou
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Uma fonte classificada de direta era um escrito ou relato de alguma testemunha presencial de
um fato, de um protagonista, de uma documentação, às vezes, que emanava diretamente do ato
em estudo. Uma fonte indireta era uma fonte mediada ou mediatizada, uma informação baseada,
por sua vez, em outras informações não testemunhais. Em suma, tratava-se de um critério
classificador aplicável aos escritos em forma de crônicas, de memória, de reportagem. As fontes
eram de um ou outro tipo segundo a forma como a informação era reunida, segundo a
‘proximidade’ da fonte em relação aos fatos narrados. (2006, p. 494-5).
Mas hoje, segue o mesmo autor, “a categorização direta/indireta, sem abandonar de todo
essa noção referente ao grau de originalidade da informação”, que pode ser de “primeira mão ou
não, deve atender primordialmente à funcionalidade ou idoneidade de uma fonte em relação ao tipo
de estudo que se pretende”. Dessa forma, o que define a natureza da fonte ou informação é o tipo de
pesquisa que se pretende, não mais a sua origem. De acordo com Aróstegui ainda, as “fontes podem
ser diretas para um determinado assunto e indiretas para outro”. Com isso, ganha mais destaque na
classificação das fontes a “pertinência metodológica do que à forma de reunir a informação”. (Idem,
p. 495). Ragazzini vai nesse mesmo sentido, quando afirma, que “uma fonte oficial e uma
testemunha oral não tem o mesmo valor, mas, atenção, o valor de uma ou de outra só pode ser
corretamente determinado em relação ao problema pesquisado”. E complementa:
O historiador precisa ser capaz de desvelar todas as passagens que o conduzem da fonte aos
diversos graus do contexto, de utilizar as fontes e os estudos correspondentes àquelas fontes de
forma graduada. Para isso são necessárias uma metodologia e uma teoria historiográfica
apropriadas. (2001, p. 21 e 23).
Depois de todas estas considerações, não tenho dúvidas em afirmar, que é necessário fazer
uma crítica aos documentos e retornar as fontes em determinadas situações, pois só é possível
definir tipologicamente e estabelecer os níveis de generalizações relativos nos contextos estudados
quando correlacionados com outros contextos históricos, políticos, pedagógicos, legislativos, etc.
Portanto, não se deve descartar previamente as fontes, mas sim problematizá-las, discuti-las,
levando em consideração o contexto em que foram produzidas, para quem se destinam e com quais
objetivos foram produzidas.
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O trabalho com as fontes exige, antes de tudo, paciência. Quantas vezes ficamos horas, dias ou
semanas para encontrar um ou dois documentos que interessam à pesquisa? E quando o(s)
encontramos, quanto tempo também despendemos até darmos significação a uma palavra, uma
figura, um símbolo nele(s) contido, que insistentemente nos incomoda, nos remete a um mundo
que desconhecemos e do qual ainda não nos apropriamos? A ansiedade parece ser uma das
principais inimigas do historiador. (2001, p. 92-3).3
Afirmou-se anteriormente que as fontes são as “testemunhas que possibilitam entender o mundo e a
vida dos homens”, e que são muitos os tipos de fontes que foram produzidas ao longo da história,
na relação dos homens com os próprios homens e com a natureza. Material “lítico, cerâmico,
documentos escritos, testemunhos orais, produções iconográficas, audiovisuais, eletrônicos, etc.”.
(LOMBARDI, p. 156). Todos testemunham as ações dos homens no tempo e, portanto, podem ser
usados na produção do conhecimento. Cabe ao pesquisador selecioná-los e fazer as correlações que
forem necessárias. Mas é preciso ir além. Segundo Bacellar ao iniciar a pesquisa documental,
é preciso conhecer a fundo, ou pelo menos da melhor maneira possível, a história daquela peça
documental que se tem em mãos. Sob quais condições aquele documento foi redigido? Com que
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propósito? Por quem? Essas perguntas são básicas e primárias na pesquisa documental, mas
surpreende que muitos ainda deixem de lado tais preocupações. Contextualizar o documento
que se coleta é fundamental para o ofício do historiador. (2005, p. 63).
A pesquisa empírica é algo central nos dias de hoje, principalmente quando está voltada
aos estudos regionais e em especial se o objeto é a história da educação. Assim, deve-se chamar a
atenção para a necessidade de instrumentalizar os pesquisadores e enfatizar a importância dos
documentos. Cabe ao historiador descobrir os locais onde pode encontrar os papéis que lhe servirão
de fontes para seu objeto. Muitas vezes ele vai se deparar com “obstáculos burocráticos e a falta de
informação organizada, mesmo em se tratando de arquivos públicos”. (Idem, p. 46). Para quem vai
pesquisar a região Oeste do Paraná, certamente as dificuldades serão muitas, pois ela carece de
quase tudo no que concerne à preservação da memória histórica.
Apesar de levar em conta as carências regionais é preciso destacar que se deve conhecer
preliminarmente a estrutura administrativa que será objeto de investigação, ou que guarda os
documentos. Conhecer aquilo que se pode denominar de organograma das instâncias
administrativas e governamentais, com seus desdobramentos no espaço e no tempo, permite
entender, em linhas gerais, quais os cargos, as funções e os papéis da instituição ao longo do tempo.
Em outras palavras, cabe ao pesquisador “conhecer o funcionamento da máquina administrativa
para o período que pretende estudar”. (Idem, p. 44).
Ao chegar ao local de pesquisa, o procedimento usual é dirigir-se aos funcionários em
busca de esclarecimentos. Poucos conseguem ajudar, pois não têm uma formação arquivística
adequada, ou estão ocupando aquela função de forma temporária. Geralmente oferecem os
instrumentos de pesquisa, quando tem, sem oferecer as adequadas orientações sobre os problemas
de organização do acervo. Mas isso não deve desestimular quem inicia um processo de pesquisa.
Uma informação obtida através de um professor, colega, ou de um funcionário mais atencioso,
antigo ou experiente, pode ser o início de um trabalho muito produtivo.
Ao localizar um documento, é fundamental anotar a referência completa. Dados do autor,
destinatário, tipo, data, sem esquecer de sua localização no arquivo. Se for uma fonte básica é
importante transcrever, copiar seu conteúdo, sempre respeitando as condições essenciais para sua
preservação. Nem todo o documento pode ser xerocado, escaneado, mas o uso da maquina digital
geralmente é aceito. Ao tomar todos estes procedimentos, o pesquisador está colaborando para a
preservação do patrimônio histórico e ao mesmo tempo permitindo que outros possam checar a
informação na fonte original.
Já salientei anteriormente que a pesquisa de um determinado tema não pode ser
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empreendida com garantias científicas se não estiver instrumental e conceitualmente bem definida.
É claro que o objeto também vai sendo construído ao longo do processo, mas o avanço seguro
somente acontecerá quando o pesquisador estiver consciente de quais são seus objetivos, seus meios
ou instrumentos. Nesse sentido, Aróstegui afirma que,
por mais sumário que seja, um projeto de pesquisa deve ter uma estrutura clara, mas aberta, e
naturalmente perfectível, onde sejam fixados objetivos e meios, onde se possa ir introduzindo
diversificação e diferenciação cada vez maiores e, ao mesmo tempo maior coerência. (2006, p.
469-70).
a utilização da história oral, muitas vezes considerada simples pelos pesquisadores, propõe, na
verdade, uma série de problemas. Inicialmente, destacam-se, como se viu, a imprevisibilidade e
o não-controle da situação, o que requer do pesquisador a disposição e a habilidade para a
escuta. Em muitos casos, é necessário relativizar as respostas dadas pelos entrevistados. Sabe-se
que a memória é seletiva, que os depoimentos mudam no decorrer do tempo, que muitas vezes
os entrevistados falam o que imaginam que devem falar para aquele interlocutor especifico,
sobre o qual criam certas expectativas e ao qual atribuem determinados valores. (2001, p. 89).
Não há dúvidas de que a subjetividade está presente em todas as fontes históricas, mas na
história oral acredita-se que ela esteja mais explícita. Por isso é importante que o pesquisador
procure perceber o significado dos fatos destacados e/ou omitidos, preocupando-se mais com a
qualidade e não com a quantidade das entrevistas realizadas. Além disso, não deve se limitar o
tempo de duração das entrevistas, respeitando sempre a velocidade e as formas de se expressar de
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cada indivíduo.
No desenvolvimento de um projeto de história oral deve-se ter o cuidado de elaborar fichas
biográficas a partir do currículo dos entrevistados, destacando os aspectos significativos de sua
trajetória. O roteiro deve levar em consideração a origem, formação, influências, marcos
significativos, mas não deve haver rigidez nesta ordem cronológica, pois cada depoente segue
rumos mais ou menos seqüenciais, embora, em algumas ocasiões, fiquem lacunas que têm a
intenção de esconder algum período ou situação embaraçosa em sua vida.
Nunca se deve esquecer que uma entrevista é uma troca de experiência entre duas pessoas,
na qual o entrevistado sempre espera que o pesquisador faça alguma pergunta. Se isso não ocorrer,
o entrevistado ficará perturbado, surpreso e assustado, não sabendo o que fazer. A entrevista
puramente espontânea não existe. Uma regra básica em história oral é que nunca se deve
interromper um depoimento e nunca demonstrar desinteresse pela fala do entrevistado. Uma das
grandes virtudes do pesquisador que trabalha com esta metodologia é saber ouvir. (Cf. FREITAS,
2002).
Com relação ao uso, utilização e escolha das fontes é preciso destacar que cabe ao
historiador eleger, organizar e interpretar em conformidade com suas opções metodológicas e
teóricas. Sobre isso Lombardi afirma o seguinte:
creio que tanto ontem como hoje o privilegiamento de um único tipo de fonte não seja o
caminho metodológico mais adequado no fazer cientifico do historiador. Em outras palavras,
não se deve a princípio excluir nenhum tipo de fonte, pois a diversificação pode revelar aspectos
e características diferenciadas das relações do homem, que seja com outros homens ou com o
meio em que vive. (2004, p. 158).
Quanto maior for a diversidade de fontes, mais rico e mais confiável pode ser o trabalho,
desde que o autor consiga explorá-las adequadamente. Lopes e Galvão lembram que o “cruzamento
e o confronto das fontes poderá também ajudar no controle da subjetividade do pesquisador”. Por
isso, é conveniente, sempre que necessário, voltar às fontes e “problematizar o problema à luz da
literatura que lhe é pertinente, propor questões, buscar fontes, rever a literatura diante dos dados
obtidos, checar as questões e reformulá-las se for o caso”. (2001, p. 93). Sempre é bom reforçar que
os documentos isolados têm seu valor, mas não se devem fazer generalizações das informações para
o restante da sociedade, sem levar em consideração os procedimentos apontados anteriormente.
Um outro aspecto importante na prática de pesquisa refere-se à forma de se organizar para
desenvolver o trabalho. As experientes pesquisadoras Lopes e Galvão dão ótimas dicas, as quais
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É preciso, antes de mais nada, que o pesquisador ‘invente’ um método que melhor funcione para
explorar cada documento e, ao mesmo tempo, o conjunto dos documentos. É preciso que o
pesquisador saiba lidar com a grande dose de imprevisibilidade que sempre acompanha o fazer
histórico. Não há métodos infalíveis e cada historiador tem o seu: há aqueles que preferem a
copia manual dos documentos, os que organizam fichas, os que separam o material por pastas,
os que se utilizam do computador, os que pintam trechos diferentes de cores diversas, os que
elaboram quadros, os que fazem tudo isso ao mesmo tempo. O imprescindível é dar
inteligibilidade ao material de que se dispõe e uma das ferramentas mais importantes para que
isso ocorra é o necessário estabelecimento de categorias. (Idem, p. 94-5).
Rigor, método, seriedade, disciplina e paciência são atributos necessários para quem se
aventura na difícil empreitada de produzir e aprimorar os conhecimentos históricos sobre a
educação brasileira e regional.
Considerações Finais
sejam elas: prefeituras, escolas, associações, sindicatos, cooperativas, etc. Por outro lado, essa nova
cultura arquivística-documentária não poderá se desenvolver sem os instrumentos adequados de
difusão e circulação das informações, tais como: catálogos e coletâneas para a divulgação dos dados
e dos resultados obtidos nas pesquisas históricas.
Preservar a memória histórica é um grande desafio que precisamos enfrentar, pois um povo
sem memória é um povo sem História. E um povo sem História é um povo sem Identidade.
Bibliografia
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BACELLAR, Carlos. “Fontes documentais: uso e mau uso dos arquivos”. In: PINSKI, Carla B.
(Org). Fontes históricas. São Paulo: Contexto, 2005.
FREITAS, Sônia Maria de. História oral: possibilidades e procedimentos. São Paulo: Humanitas,
2002.
LOMBARDI, José Claudinei. “História e historiografia da educação: atentando para as fontes”. In:
LOMBARDI, J. C. e NASCIMENTO, M. I. M. (Org). Fontes, História e Historiografia da
Educação. Campinas: Autores Associados, 2004. p. 141-176.
LOPES, Eliane M. T. e GALVÃO, Ana M. de O. História da educação. Rio de Janeiro: DP&A,
2001. (Coleção: O que você precisa saber sobre).
RAGAZZINI, Dário. “Para quem e o que testemunham as fontes da história da educação?”. In:
Educar em revista. n. 18/2001. Curitiba: Editora UFPR, 2001 p. 13-28.
SAVIANI, Dermeval. “Breves considerações sobre fontes para a história da educação”. In:
LOMBARDI, J. C. e NASCIMENTO, M. I. M. (Org). Fontes, História e Historiografia da
Educação. Campinas: Autores Associados, 2004. p. 3-12.
VIERA, M. do P. de Araújo; PEIXOTO, M. do R. da C. e KHOURY, Y. M. A pesquisa em
história. 3 ed. São Paulo: Ática, 1995.
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Discussão desenvolvida na Disciplina História, Historiografia e Levantamento de Fontes, ministrada no Curso de
Especialização em História da Educação Brasileira, realizado pelo Colegiado de Pedagogia da Unioeste – Campus de
Cascavel, nos anos de 2004 e 2006.
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Professor do Colegiado de Pedagogia da Unioeste – Campus de Cascavel. Membro do grupo de pesquisa
HISTEDOPR – GT local do HISTEDBR, onde desenvolve pesquisa na Linha: História, Sociedade e Educação. É
doutorando em Educação pela UFSCAR. E-mail: acastanha@brturbo.com.br
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Carlos Bacellar Acrescenta: “A paciência é uma arma básica do pesquisador em arquivos: paciência para descobrir os
documentos que deseja, e paciência para passar semanas, quando não meses ou anos, trabalhando na tarefa de cuidadosa
leitura e transcrição das informações encontradas”. (p. 53).