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PARA GRADUAÇÃO
MANUAL DE ORTOPEDIA
PARA GRADUAÇÃO
TERESINA / PI
2020
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
Reitor
José Arimatéia Dantas Lopes
Vice-Reitora
Nadir do Nascimento Nogueira
Equipe Técnica
Capa: Jota Antonio Costa (Jota A)
Diagramação e Arte Final: Daguia Castro
AGRADECIMENTOS
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COLABORADORES
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Cirurgia da Coluna Vertebral, no Centro de Doenças da Coluna
Vertebral (CDCOL), do Instituto Nacional de Traumatologia e Or-
topedia Jamil Haddad (INTO), no Rio de Janeiro, com duração de
dois anos. Membro efetivo da Sociedade brasileira de Coluna, do
North American Spine Society(NASS). Atualmente atua nos esta-
dos do Piauí e Maranhão como médica Cirurgiã de Coluna.
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dicas (FACIME). Residência em ortopedia e traumatologia pela
Associação Beneficente Nossa Senhora do Pari (São Paulo). Espe-
cialização em cirurgia do quadril(R4) na Associação Beneficente
Nossa senha do Pari (São Paulo). Especialização em artroplastia
de joelho na Associação Beneficente Nossa Senhora do Pari. Esta-
giário do grupo de quadril do Instituto Vita de Medicina Esporti-
va. Membro titular da SBOT. Especialista em ortopedia pela AMB.
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Gustavo Sousa Noleto. Médico Neurocirurgião USP. Neuroci-
rurgia Funcional e Dor USP. Doutorando em Neurociências pela
Faculdade de Medicina da USP
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duação em cirurgia do ombro e cotovelo / artroscopia pela Santa
Casa de São Paulo. Pós Graduação em Cirurgia do Joelho e Ar-
troscopia pela Santa Casa de São Paulo.
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Paulo Sérgio da Paz Silva Filho. Biomédico pelo Centro Univer-
sitário UNINASSAU, Pós Graduando em Hematologia Clínica e
Banco de Sangue pelo INCURSOS.
Rafael Levi Louchard Silva Da Cunha. Professor da Universida-
de Federal do Piauí – UFPI. Possui Graduação em Medicina pela
UFPI. Especialista em Trauma do Esporte – Unifesp, em Cirurgia
de Ombro e Cotovelo – Unifesp e em Medicina do Esporte – Uni-
fesp. Mestre em Ciências e Saúde pela UFPI. Membro: da Socieda-
de Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - SBOT, da Sociedade
Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte - SBRATE,
da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo - SB-
COC e da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Es-
porte – SBMEE.
REABILITAÇÃO EM ORTOPEDIA......................................................109
Laiana Sepúlveda de Andrade Mesquita, Vanessa Assunção Dos Santos
Araújo e Thiago Rodrigues Gusmão Ribeiro
ARTROSE DE QUADRIL.........................................................................355
Bruno Soares Freire, Lara Sepúlveda de Andrade Frederico Carlos Jana Neto
ARTROSE DE JOELHO.............................................................................373
Raynério Costa Marques e Iuri Paz Lima
ESCOLIOSE IDIOPÁTICA......................................................................385
Hugo José Sousa Sales da Silva e Frederico Araújo Leite.
LOMBALGIA .............................................................................................397
Charlles de Oliveira Luz, Samuel Machado Martins, Maria Bethânia
Luz Rio Lima e Maria Clara Luz Ferreira.
OSTEOCONDROSES ..............................................................................459
Alciomar Veras Viana.
DISPLASIA DO DENSEVOLVIMENTO DO QUADRIL-....................471
José de Ribamar Bandeira Filho e Denise Sampaio Mendes Freire.
OSTEOGÊNESE IMPERFEITA................................................................503
José de Ribamar Bandeira Filho e Denise Sampaio Mendes Freire.
OSTEOPOROSE .......................................................................................569
Tiago Lobão Lopes, Bruno Soares Freire / Fernando Couto de Oliveira.
MEDICINA ESPORTIVA
ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE NA PERSPECTIVA DA MEDICINA
DO ESPORTE..............................................................................................581
Rafael Levi Locar Silva da Cunha e Thaís Alves Nogueira.
LESÕES MAIS COMUNS NO ESPORTE...............................................591
Daniel Araújo Ximenes.
LESÕES DO OMBRO.................................................................................609
Antonio Portela Barbosa Filho e Sara Fortes Portela Martins.
PSEUDOARTROSE ...................................................................................631
George Mello Neiva Nunes e Justijanio Cacio Leal Teixeira.
INFECÇÕES OSTEOARTICULARES.....................................................643
Jamerson Moreira Lemos Jr e Márcio Macedo Viana.
IMOBILIZAÇÕES EM ORTOPEDIA......................................................655
Gerardo Vasconcelos e Osvaldo Mendes de Oliveira Filho
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e temido TEOT. Em 2014, com a mudança dos quadros de saúde
da UFPI para o Hospital Universitário, a Universidade Estadual
do Piauí (UESPI) foi chamada a criar uma Residência em Ortope-
dia, projeto feito a partir de 2015, capitaneado pelo professor Dr.
Isanio Vasconcelos Mesquita, que buscou o apoio da Secretaria
de Saúde do Estado do Piauí (SESAPI) e da Comissão Estadual
de Residência Médica do Piauí (CEREM-PI). Após supervisões de
Comissões do Ministério da Educação lideradas por Dra Maria do
Patrocínio e após ajustes estruturais e convênios celebrados entre
a Universidade Estadual do Piauí, o HGV, HUT, HSM e HILP,
iniciou-se em 01 de marco de 2018 a primeira turma de Residência
Médica em Ortopedia e Traumatologia da UESPI/HGV, contan-
do com 09 preceptores e uma equipe multiprofissional do Serviço
e oferecendo 02 vagas para cada um dos seus 03 anos, com carga
horária de 60 horas semanais, 84% desenvolvidas como práticas
e 16% como atividades teóricas. Atualmente, os dois Serviços de
Residência supracitados mantêm diversas atividades em conjun-
to, como cursos, aulas, testes e simulados para o exame da Socie-
dade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), de forma
a engrandecer a formação dos novos ortopedistas do Estado do
Piauí.2
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NOÇÕES BÁSICAS DO EXAME
FÍSICO EM ORTOPEDIA
1.0 Introdução
- Inspeção dinâmica;
- Inspeção estática;
- Palpação óssea;
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Quando o paciente despe a camisa, deve-se observar o ritmo
de movimentos de cada região dos membros superiores e, quan-
do despe a calça, observa-se os movimentos das articulações dos
membros inferiores.
Assim, por exemplo, a dificuldade para desabotoar uma rou-
pa pode denotar paralisia de algum músculo da mão que, por sua
vez, pode ser decorrência de lesão do nervo motor responsável
por aquele movimento. Isto demonstra que hipóteses devem ir
sendo levantadas pelo médico, de acordo com o que se pode ir
observando em cada etapa do exame.
No exame dinâmico solicita-se ao paciente que atenda alguns
comandos para avaliação do equilíbrio, da propriocepção e da
amplitude geral dos movimentos, como tocar o nariz com o indi-
cador, tocar o ombro oposto com a mão tanto pela frente do tórax
como por trás da nuca, tocar a nádega oposta, entre outros. 2
Para a avaliação dinâmica dos membros inferiores e da mar-
cha, deve-se ainda pedir ao paciente que deambule em linha reta,
com os olhos abertos e com os olhos fechados, que deambule so-
bre os calcanhares, sobre a ponta dos dedos e ande para trás. O
examinador deve postar-se próximo, estando sempre atento ao
risco de quedas. 3
No exame físico dos membros inferiores, avaliar os pés com
carga e sem carga e observar alguns parâmetros básicos: o eixo da
marcha, o ângulo do passo (ou ângulo de Fick, que corresponde
ao ângulo entre o eixo de movimento da marcha e o eixo do pé,
sendo normalmente em torno de 10º a 15º de rotação externa) e as
medidas do passo, que apresenta um comprimento médio de 40
centímetros e uma largura da base em torno de 5 a 10 centímetros,
largura esta que pode estar aumentada quando se necessita ga-
nhar mais equilíbrio, como em solos lisos, ou também em idosos
e crianças,
A maneira mais eficaz para a determinação de presença de
anormalidades é a comparação bilateral, método fundamental
para um bom exame físico, não só para a inspeção dinâmica, como
para a inspeção estática, a palpação, o grau de mobilidade e o exa-
me neurológico. 1
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e rotação, alterando inclusive a simetria dos espaços tóraco-bra-
quiais, facilmente observados em vista posterior da região.
Ainda nos membros superiores, deve-se observar na região do
cotovelo existem alterações do ângulo de carreamento, que é a an-
gulação lateral (em valgo) formada entre os eixos do braço e do an-
tebraço e mede normalmente cerca de 5º nos homens e entre 10º e 15º
nas mulheres, podendo apresentar-se com aumento deste valgismo,
por exemplo em decorrência de fraturas do epicôndilo lateral (cú-
bito valgo) ou diminuição do ângulo (cúbito varo ou “deformidade
em coronha de rifle), como consequência, por exemplo, de sequelas
de fraturas supracondilianas do úmero. Já a região posterior do co-
tovelo por vezes pode apresentar intumescência por extravasamen-
to líquido da bolsa olecraniana (bursite olecraniana).
Na mão e no punho, a inspeção estática deve observar alte-
rações de tropismo e sudorese da pele, que podem indicar lesões
nervosas, assim como observar as saliências formadas pelas ca-
beças dos metacarpos, sendo a do terceiro raio mais proeminente,
cuja alteração nas relações anatômicas pode denotar sequelas de
fraturas de metacarpos. Observar ainda a presença de abaulamen-
tos ou tumores, sendo o cisto sinovial dorsal o tumor de partes
moles mais frequente do punho.2
Na região do quadril, a inspeção estática deve ser feita com o
paciente desnudo, descalço, em posição ortostática. Observar ci-
catrizes, desvios posturais, contraturas musculares, hipotrofias e
nivelamento das cristas ilíacas. Uma alteração nos níveis das cris-
tas ilíacas resultará em obliquidade pélvica, podendo ser secun-
dária a discrepância no comprimento dos membros inferiores. 2
No joelho, observar se há intumescências localizadas nas
regiões das bursas (bursites), ou mais espalhadas (derrames ar-
ticulares), observar possíveis atrofias musculares (especialmen-
te do músculo quadríceps) ou contraturas musculares, verificar
a presença do valgo fisiológico que ocorre no adulto, lembrando
que crianças até 2 anos de idade apresentam varo fisiológico dos
joelhos. Inspecionar ainda se existem desvios anteriorização (an-
tecurvato) ou de posteriorização (recurvato) dos joelhos. 2
No tornozelo e pé, a inspeção deve analisar a posição rela-
40
C2 e C7 são os mais superficiais e palpar as superfícies articulares
lateralmente aos processos espinhosos.
Nas regiões de coluna torácica e lombo-sacra, é necessário
palpar os processos espinhosos das vértebras, que encontram-se
proeminentes na linha mediana, palpar os arcos costais, as espi-
nhas ilíacas ântero-superior e póstero-superior e as cristas ilíacas,
sempre observando desníveis ou alterações da anatomia normal.
No joelho, os principais pontos ósseos de referência são os
côndilos femorais, a patela e a tuberosidade anterior da tíbia,
onde se insere o tendão patelar. 3
No tornozelo e pé, as relações entre os maléolos lateral e me-
dial são muito importantes, devendo-se palpar ainda áreas de
possíveis complicações de dores pelo apoio inadequado do pé,
como as cabeças metatarsais. 4
42
mesmo em flexão de cerca de 70º, permite a palpação da borda
externa do menisco de cada lado e, se dolorosa, corresponde ao
sinal de Smile positivo.
No tornozelo e pé, palpar posteriormente o tendão calcâneo,
lateralmente os tendões dos fibulares, medialmente a região do
túnel do tarso e suas estruturas (tendões do tibial posterior, flexor
longo dos dedos e flexor longo do hálux) e anteriormente o tendão
tibial anterior. Inferiormente, palpar a fáscia plantar (cuja fascite
plantar pode ser diagnosticada pela dorsiflexão dolorosa do tor-
nozelo e dedos).
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outros autores, escala de Lowett), que classifica a força em seis
graus: 5
Ombro: 2,4
- Jobe (testa tendinite do supraespinhal, fazendo-se abdução
contra resistência)
- Gerber (testa tendinite do subescapular, fazendo-se rotação
interna contra resistência)
- Patte (testa tendinite do infraespinhal, fazendo-se rotação
externa contra resistência)
- Hawkins (testa impacto subacromial, faz-se elevação do
ombro a 90º com rotação interna)
- Neer (testa impacto subacromial, o tendão do supraespinhal
é esmagado na região do impacto, fazendo-se a elevação do om-
bro no plano escapular)
- Yergason (testa estabilidade do bíceps no sulco bicipital)
- Teste da queda do braço (testa rotura de manguito rotador,
braço elevado cai ao toque com presssão feito pelo examinador)
- Teste da apreensão para deslocamento do ombro (testa lu-
xação do ombro)
- Adson e Wright (extensão e abdução do membro superior,
rosto para mesmo lado no Adson e lado oposto no Wright, testam
a síndrome do desfiladeiro torácico, positivos se houver diminui-
ção do pulso e da sensibilidade distal)
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- Roos (faz-se a hiperabdução bilateral, testa se existe desfila-
deiro bilateral bilateral, positivo se houver diminuição do pulso e
da sensibilidade distal)
Cotovelo: 2,6,7
- Teste de instabilidades em valgo/varo
- Pivot Shift: testa subluxação rotatória
- Cozen: testa tendinites dos extensores fazendo-se extensão do
punho contra resistência (ou supinação, segundo alguns autores )
- Mill: testa tendinites dos flexores fazendo-se flexão do pu-
nho contra resistência
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Na posição ventral, flexiona-se joelho até calcanhar tocar
nádega. Aparecimento de dor na região lombar, nádega ou coxa
pode indicar compressão de L2-L3
Na posição lateral, paciente apoiado sobre membro não afe-
tado que é levemente flexionado no quadril e joelho. Quadril
mantido em extensão de 15o e joelho é fletido gradualmente.
- Teste de Brudzinski
DDH, paciente realiza flexão ativa da coluna cervical. Con-
siderado + quando desencadeia aparecimento de sintomas e pa-
ciente realiza flexão dos quadris e joelhos para alivia-los!!!
- Teste de Kernig
Posição supina quadril e joelhos fletidos realiza-se então ex-
tensão do joelho. Teste + quando sintomas aparecem durante ex-
tensão do joelho e alivia com flexão do joelho.
Quadril: 2
- Teste de Ely: testa contraturas do músculo reto femoral
- Teste de Ober: testa contraturas do trato iliotibial
- Teste de contratura dos músculos posteriores: pode ser fei-
to com paciente em DDH, tentando sentar-se na mesa de exame,
ou elevando-se passivamente o membro pelo tornozelo
- Teste de Trendelenburg/Sinal de Trendelenburg: corres-
ponde à queda da bacia no lado oposto ao que está em oscilação,
e significa fraqueza do músculo glúteo médio
- Teste de Thomas: Avalia o grau de contratura em flexo do
quadril pelo ângulo membro/mesa
- Teste da Síndrome do Piriforme: rotação interna do quadril
provoca dor
- Teste de Patrick: avalia a sacro-ilíaca, posição de FABERE
(flexão, abdução e rotação externa, fazendo um “4” deitado)
- Teste de Gaenslen : Também para sacro-ilíaca. Flete-se qua-
dril e joelho de um lado, com o outro membro pendente na mesa
de exame
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da angulação em que o paciente refira dor. A manobra é repetida
com rotação da perna oposta e realizada novamente aplicando
força de distração ao invés de compressão. Lesões meniscais são
caracterizadas pela presença de dor ou estalido durante a fase de
compressão para o menisco medial em rotação externa e menisco
lateral rotação interna. A contra prova da positividade do teste
faz-se quando se repete a manobra aplicando força de distração,
quando a dor desaparece ou diminui de intensidade.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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TUMORES ÓSSEOS
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osso fez contra o tumor? (reação periosteal) Tem alguma lesão ca-
racterística? (sinal da folha caída? Dentre outros). Memorizando
essas quatro perguntas facilita a descrição radiográfica, diagnós-
tico e prognóstico.
RADIOGRAFIA SIMPLES: o mais comum, útil, mesmo
com o aperfeiçoamento dos demais métodos este sempre terá seu
papel no estudo dos tumores ósseos. Mostraremos agora várias
imagens mostrando as principais características destes tumores.
LEMBRAR QUE O “TREINO DO OLHO” É FUNDAMENTAL
para graduandos. Atualmente com a riqueza de imagens na inter-
net só não treina quem não quiser! Chamo atenção para este pon-
to pois o DIAGNÓSTICO PRECOCE EM RADIOGRAFIAS pode
mudar consideravelmente o prognóstico destes pacientes.
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Figura 4. Radiografia do ombro em incidência anteroposterior de um indivíduo
imaturo esqueleticamente mostrando imagem no meta-diafisária no úmero proxi-
mal, com reação periosteal TIPO EM CASCA DE CEBOLA e PRESERVAÇÃO DA
EPÍFISE. Caso do ambulatório de Oncologia Ortopédica do Hospital São Marcos
/Associação Piauiense de Combate ao Câncer Alcenor Barbosa de Almeida.
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Figura 8. Tomografia reconstrução 3D de paciente com pseudoaneurisma de ar-
téria poplítea simulando neoplasia de partes moles. Caso do ambulatório de On-
cologia Ortopédica do Hospital São Marcos /Associação Piauiense de Combate
ao Câncer Alcenor Barbosa de Almeida.
Figura 10. Foto e imagem de ressonância magnética de paciente com grande tu-
moração em partes moles na face anterior do joelho. Notar incisão de bióspsia
transversa realizada em outro serviço. Caso do ambulatório de Oncologia Orto-
pédica do Hospital São Marcos /Associação Piauiense de Combate ao Câncer
Alcenor Barbosa de Almeida.
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CINTILOGRAFIA ÓSSEA: usada para o diagnóstico e es-
tadiamento dos tumores ósseos. Sendo o MDP – metilenodisfos-
fonato marcado com Tecnécio 99 o radionuclídeo mais utilizado.
Além do estudo as metástases ósseas, ajuda bastante do diagnos-
tico diferencial de doenças benignas.
Figura 12. Imagem de cintilografia óssea TC99 em pacientes com doença de PA-
GET OSSEA e doença de OLLIER (respectivamente esquerda e direita na leitu-
ra). Casos do ambulatório de Oncologia Ortopédica do Hospital São Marcos /
Associação Piauiense de Combate ao Câncer Alcenor Barbosa de Almeida
Figura 16. Mesa cirúrgica para biópsia óssea usada no Serviço de Oncologia Or-
topédica do Hospital São Marcos /Associação Piauiense de Combate ao Câncer
Alcenor Barbosa de Almeida.
62
.
Figura 17. Membro do paciente preparado para biópsia óssea com linha de fu-
tura incisão cirúrgica desenhada. Serviço de Oncologia Ortopédica do Hospital
São Marcos /Associação Piauiense de Combate ao Câncer Alcenor Barbosa de
Almeida.
Figura 18. Lâminas após preparo habitual. Retirado de Dissertação USP. ht-
tps://bdpi.usp.br/bitstream/handle/BDPI/9839/art_RIBEIRO_Estudo_histo-
patologico_do_trajeto_de_biopsia_de_2009.pdf?sequence=1&isAllowed=y
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Figura 20. Radiografia do braço em incidência anteroposterior de um indivíduo
imaturo esqueleticamente mostrando imagem lítica diafisária no úmero um pou-
co insulflativa com fratura e desvio em varo. Trata-se de um caso de Cisto ósseo
unicameral ou Cisto ósseo simples fraturado. Caso do ambulatório de Ortopedia
do Hospital Infantil Lucídio Portela.
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Figura 24. Radiografia em incidência ântero posterior e perfil de joelho mostran-
do imagem blástica, de limites irregulares na região metafisária do fêmur. Diag-
nósticos possíveis: ENCONDROMA, CONDROSSARCOMA DE BAIXO GRAU
e INFARTO ÓSSEO. Caso do ambulatório de Oncologia Ortopédica do Hospital
Universitário da UFPI.
68
Figura 29. Reconstrução 3D e foto da face posterior do ombro de criança com
grande tumoração. Trata-se de um caso de OSTEOCONDROMA PEDICULA-
DO. Caso do ambulatório de Ortopedia do Hospital Infantil Lucídio Portela.
70
Figura 34. Radiografia da perna de criança mostrando imagem lítica no terço
proximal da tíbia com reação periosteal em CASCA DE CEBOLA. Prováveis
diagnósticos: OSTEOMIELITE HEMATOGÊNICA AGUDA, HISTIOCITOSE
DAS CÉLULAS DE LANGERHANS OU SARCOMA DE EWING. Este paciente
após três biópsias confirmado diagnóstico de OSTEOMIELITE. Caso do ambula-
tório de Ortopedia do Hospital Infantil Lucídio Portela.
72
brasileiro de tratamento do osteossarcoma. Rev. bras. ortop 31
(11), 871-8
76
Profilaxia de fraturas; Prevenir complicações; Promover a recupe-
ração funcional; Promover a integridade cutânea⁴.
Quanto aos princípios gerais, deve-se permitir a imobilização
completa, perfeita e ininterrupta dos fragmentos reduzidos, dei-
xando que as articulações livres possam ser totalmente movimen-
tadas ativamente; o membro ou segmento deve ser imobilizado
em posição funcional. Em relação às articulações, deve-se imobili-
zar articulação em posição funcional, incluindo a articulação pro-
ximal e a distal à lesão. Se lesões articulares, devem ser contidos
os dois segmentos do membro adjacentes à lesão².
Importante seguir os cuidados com a confecção dos apare-
lhos Gessados: Avaliação das condições locais; Moldagem em três
pontos; Proteção das eminências ósseas; Proteção da circulação;
Moldagem do membro; Controle de redução. A fim de se evitar
complicações¹.
Os tipos de imobilizações mais utilizadas são: Enfaixamento
Simples; Talas ou Goteiras Gessadas; Aparelhos Gessados Circu-
lares e Associações;
O enfaixamento simples permite movimentos na região trau-
matizada e tem a vantagem da compressão, que auxilia no com-
bate ao edema. É possível a sua retirada para higiene, eventual
hidroterapia (gelo, calor ou banho de contraste) ou outros recur-
sos fisioterápicos, e por ser elástico não apresenta tendência em
desenvolver compressão vascular.
É utilizado em lesões de menor intensidade provocadas por traumas
como entorse, hematoma, contusão; ou seja, lesões leves de partes
moles ou imobilizações provisórias. Material utilizado: Malha tubular;
Algodão ortopédico; Atadura de crepe; Esparadrapo¹.
fig 03 fig 04
Fig 05 fig 06
78
Fig 07 Fig 08
Fig 09
80
DOENÇAS REUMATOLOGICAS
DE INTERESSE ORTOPÉDICO
ARTRITE REUMATOIDE
Introdução
A artrite reumatoide (AR) é uma doença inflamatória crônica
autoimune sistêmica que compromete amplamente articulações e
tendões, levando a destruição óssea e cartilaginosa, além do com-
prometimento de outros órgãos e sistemas.
Manifestações clínicas
O acometimento articular da artrite reumatoide é classica-
mente descrito como uma poliartrite crônica simétrica e aditiva
de grandes e pequenas articulações. A instalação é insidiosa e pro-
gressiva ao longo de semanas a meses e ocorre predomínio em
punhos, mãos e pés [metacarpofalângicas (MCF), interfalângicas
proximais (IFP) e metatarsofalângicas (MTF)], geralmente asso-
ciada com rigidez matinal com duração superior a uma hora.
Em formas mais agressivas de difícil controle ou nos casos
em que o tratamento não é realizado prontamente ou adequada-
mente, a AR pode evoluir para danos articulares permanentes, ge-
rando deformidades que são características, porém não patogno-
mônicas, da doença. As principais são descritas no acometimento
das mãos e destaca-se: Mão reumatoide: desvio ulnar dos dedos
(MCF) e desvio radial do punho, com aumento de volume e sublu-
xação das articulações afetadas e atrofia dos músculos interósseos.
. Dedo em pescoço de cisne: hiperextensão da IFP associada
à flexão da IFD
. Dedo em botoeira: flexão da IFP associado a hiperextensão
da IFD
. Polegares em Z: flexão da MCF e hiperextensão da IF
. Estiloide em tecla de piano: lesão do ligamento colateral ul-
nar, levando à proeminência da cabeça ulnar e do seu proces-
so estiloide
. Mãos em dorso de camelo: aumento de volume do punho e
das articulações metacarpofalângicas com atrofia interóssea
Além disso, o acometimento das mãos ainda encontra-se re-
82
lacionado com compressão de nervos periféricos em decor-
rência da tenossinovite dos tendões do punho como a sín-
drome do túnel do carpo (compressão do nervo mediano) e
a síndrome do canal de Guyon (compressão do nervo ulnar).
Tenossinovite ocasionando dedo em gatilho e rupturas tendí-
neas também podem ser encontradas.
Diagnóstico
O diagnóstico de artrite reumatoide é realizado por meio de
anamnese, exame físico, exames laboratoriais e exames de ima-
gem.
• Autoanticorpos
Dentre os autoanticorpos, ganha importante destaque o Fator
Reumatoide (FR) e diversos anticorpos antiproteínas e peptídeos
citrulinados (ACPA - do inglês, anti-citrullinated protein/peptide an-
tibodies), incluindo os anti-CCP. Os autoanticorpos também fazem
parte dos critérios classificatórios de AR.
• Fator reumatoide
É um anticorpo direcionado contra a fração Fc de uma imunoglobulina
G (IgG) humana. Possui sensibilidade de 70% e especificidade de 80%1.
Altos títulos associam-se à doença agressiva, presença de nódulos
reumatoides e manifestações extra-articulares, configurando fator
84
de mau prognóstico. Não existe recomendação de seu emprego
para avaliar atividade de doença. É importante destacar que o FR
pode estar positivo em inúmeras outras doenças ou até mesmo
em pessoas saudáveis e que a negatividade do exame não exclui
o diagnóstico e, por estas razões, deve ser interpretado dentro do
contexto clínico.
• Anticorpos antiproteínas e peptídeos citrulinados (ACPAs)
Dentre estes destaca-se o Anti-CCP (antipeptídeo cíclico ci-
trulinado). Possui sensibilidade semelhante ao FR, porém maior
especificidade (90%)1, sendo útil para diagnóstico diferencial de
poliartrites e em casos com FR negativo. Outros ACPAs também
já são amplamente estudados e validados, mas esses anticorpos
têm, em geral, boa especificidade, mas sensibilidade inferior ao
anti-CCP para o diagnóstico da AR.
Dentre os exames de imagem, destaca-se o papel da radiografia
(RX) simples, a ultrassonografia (USG) articular e a ressonância nuclear
magnética.
Radiografia simples: acessível e de baixo custo, configura o
método mais utilizado na avaliação de dano estrutural articular
na AR. É útil para diagnóstico, monitorização de progressão de
doença e resposta terapêutica. Espera-se encontrar aumento de
partes moles e osteopenia periarticular nas fases iniciais e erosões
marginais e redução do espaço articular conforme evolução da
doença, além das deformidades nas fases mais tardias.
• USG articular: é importante para diagnóstico precoce, uma
vez que identifica sinovites subclínicas e erosões em fases iniciais.
Outra grande utilidade do método é como instrumento de avalia-
ção de atividade inflamatória, utilizando o recurso do power do-
ppler, que agrega dados sobre a circulação intra-articular. A USG
possui maior sensibilidade para identificar sinovites do que exa-
me físico e RX convencional.
• Ressonância magnética (RM): método muito sensível para
detectar tenossinovite, erosões, dano da cartilagem e edema ós-
seo, esse último como um preditor de evolução para erosão óssea.
Por ser um método caro, pouco disponível e sem padronização
adequada, não possui utilização corriqueira na prática clínica.
Tratamento
O tratamento envolve medidas não farmacológicas (educa-
ção do paciente, cessação de tabagismo), terapias físicas (fisiotera-
pia, reabilitação), controle de comorbidades (risco cardiovascular
e infeccioso), terapia medicamentosa, e procedimentos cirúrgicos
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ortopédicos de correção de deformidades3. O tratamento medi-
camentoso da AR inclui drogas antiinflamatórias não esteroidais
(AINEs) e glicocorticoides (GCs) em baixa dosagem ou intra-arti-
cular, drogas antirreumáticas modificadoras do curso da doença
(DMARDs) e agentes imunobiológicos, cuja escolha é sempre feita
com base no balanço entre eficácia e segurança.
Já se encontram bem estabelecidos os benefícios decor-
rentes da implementação precoce do tratamento efetivo para
a AR, com importante influência no prognóstico do pacien-
te. Assim, casos de poliartrite que surjam em consultórios de
ortopedia devem ser prontamente reconhecidos e encami-
nhados para avaliação pormenorizada por reumatologista.
GOTA
Introdução
A gota é uma doença sistêmica crônica relacionada ao de-
pósito de cristais de monourato de sódio (MUS) nos tecidos. É
a artropatia inflamatória mais comum. A hiperuricemia é ponto-
-chave no surgimento da gota. Deve-se esclarecer, entretanto, que
a hiperuricemia isoladamente, a presença de tofos ou a litíase por
urato não configuram o diagnóstico de gota, uma vez que este
requer a presença de artrite.
Epidemiologia
Gota é a mais comum doença articular inflamatória e sua
incidência tem aumentado gradualmente nas últimas décadas4.
Atribui-se este fato à mudança nos hábitos alimentares, aumento
da longevidade e da incidência de obesidade e de síndrome meta-
bólica. Atualmente, a incidência anual de gota é de 2,68 por 1000
pessoas e sua prevalência varia de 1 a 4% da população em geral5.
Apresenta grande predomínio no sexo masculino, em pro-
porção de 7-9:1, que diminui com o avançar a idade, chegando a
3:1 após os 65 anos4. Este padrão é atribuído ao efeito uricosúrico
do estrógeno, que se perde após o climatério.
A maior incidência ocorre dos 30 aos 60 anos4. No sexo femi-
Manifestações clínicas
O quadro clínico da gota pode ser dividido em uma fase pré-
-clínica de hiperuricemia assintomática, os quadros de crise agu-
da de gota e de gota tofácea crônica.
Hiperuricemia assintomática: é um estágio preliminar. Os
pacientes não possuem sinais ou sintomas, porém apresentam ní-
veis aumentados de ácido úrico sérico (>7mg/dl). Muitos pacien-
tes hiperuricêmicos nunca desenvolverão manifestações de gota,
porém há evidências de que pacientes com hiperuricemia persis-
tente apresentam maior risco de hipertensão arterial, insuficiência
renal e doenças cardiovasculares (associações mais comumente
encontradas em valores acima de 9 ou 10 mg/dl).
Crise aguda de gota (CAG): classicamente se apresenta como
monoartrite aguda, alcançando pico de intensa inflamação arti-
cular em horas e apresentando sinais flogísticos de forma exube-
rante. Nas grandes articulações, os sinais cutâneos podem não ser
vistos, porém dor e edema costumam ser intensos.
Há predominância em membros inferiores, principalmente
as articulações dos pés, com destaque para a artrite da primeira
MTF, também conhecida como podagra. Esta costuma ser a pri-
meira articulação envolvida em mais da metade dos casos. Outras
articulações também podem ser acometidas como tarsais, MTFs,
tornozelos, joelhos, punhos, MCF e IFP das mãos. O acometimen-
to de quadril, ombros e coluna vertebral é mais raro. Pode-en-
contrar ainda lesão em partes moles, como bursite olecraniana e
tendinite de Aquiles.
Sintomas constitucionais durante a crise como febre, cefaleia
e queda do estado geral podem estar presentes.
88
Ingestão de álcool, dieta com excesso de purinas, hemorra-
gias, drogas, trauma, cirurgias ou infecções são fatores relaciona-
dos ao desencadeamento de crises de gota. As crises geralmente
duram alguns dias, alguns casos com resolução espontânea, ge-
ralmente seguidas de períodos assintomáticos ou intercríticos que
podem durar meses ou anos.
Gota tofácea crônica: nas situações em que as crises não fo-
rem adequadamente tratadas, elas se tornam mais frequentes e
mais prolongadas, resultando em um quadro crônico e progres-
sivo, com sequelas e deformidades. Nesta fase surgem os tofos,
massas palpáveis formadas por grandes depósitos de cristais de
ácido úrico. A localização preferencial dos tofos é em mãos, coto-
velos e pés. São geralmente indolores, porém podem inflamar e,
quando graves, levar a limitação da amplitude de movimento ar-
ticular e erosões ósseas. Nos tofos, pode ainda surgir soluções de
continuidade com a saída de conteúdo branco calcário semelhante
a creme dental.
Diagnóstico
O diagnóstico clínico de gota é fortemente sugerido por histó-
ria de alternância de CAG, geralmente iniciada por podagra, com
períodos intercríticos, que se tornam cada vez mais curtos. Além
disso, deve-se lançar mão de exames laboratoriais e de imagem.
Durante a CAG, são encontradas alterações inespecíficas
como leucocitose e aumento dos reagentes de fase aguda (VHS
e PCR). A medição da uricemia durante a crise possui valor li-
mitado, pois pode estar aumentada, normal ou até baixa (devido
à migração do ácido úrico da corrente sanguínea para o espaço
articular).
O recurso diagnóstico padrão-ouro é dado pelo exame a fres-
co do líquido sinovial. Cristais com birrefringência negativa em
forma de agulha, observados em luz polarizada, sobretudo se fa-
gocitados, são considerados patognomônicos de gota. A contagem
de leucócitos do líquido sinovial pode exceder 50.000 células/µL.
A análise bioquímica do líquido sinovial revela níveis normais de
glicose, ao contrário da artrite séptica, na qual as bactérias conso-
Tratamento
O passo inicial do tratamento envolve educação do paciente,
orientando medidas comportamentais como alteração de dieta,
com restrição ao consumo de purinas e bebidas alcóolicas, realiza-
ção de atividade física e controle de comorbidades principalmente
90
da síndrome metabólica. A definição destas comorbidades é de
grande importância pois influencia na decisão terapêutica de inú-
meras medicações no contexto da gota, devendo-se pesquisar de
forma mais importante a disfunção renal, doença gastrointestinal,
diabetes melito e uso de medicações concomitantes.
O tratamento da CAG envolve uso de AINEs (que devem ser
prescritos em associação com inibidores de bomba de prótons) ou
GCs sistêmicos ou intra-articular, além do uso da colchicina du-
rante a crise. A escolha deverá ser guiada pelo perfil do paciente e
pelo número de articulações acometidas. Em pacientes com crises
frequentes e contraindicação às medicações acima descritas, po-
dem ser considerados bloqueadores de interleucina 1 (anakinra
e rilonacept). Medicações que alteram nível sérico de ácido úrico,
com destaque para o alopurinol, não devem ser iniciadas ou sus-
pensas durante a CAG, uma vez que podem prolongar, piorar ou
deflagrar nova crise.
O tratamento da gota crônica envolve terapia redutora de
urato e está indicada em todos os pacientes com surtos recorren-
tes, tofos, artropatia de urato e/ou cálculos renais. O tratamento
de primeira linha geralmente envolve fármacos uricoredutores
como o alopurinol, podendo ser substituído por febuxostate em
caso de intolerância ou combinado com uricosúrico (benzobro-
marona), se ausência de resposta. O manejo clínico da doença
deve ser precoce, com objetivo de evitar novas crises e surgimento
de deformidades. Assim, desde a primeira crise de gota, muitas
vezes atendidas em pronto socorro ortopédico, o paciente deve
ser encaminhado para ambulatório de reumatologia para acom-
panhamento clínico.
Introdução
O pirofosfato de cálcio (PFC) é um sal que pode se depositar
em tecidos, produzindo um espectro clínico que varia desde es-
tado assintomático até síndromes clinicamente manifestas. Ante-
riormente denominada pseudogota, atualmente este é o nome de
Epidemiologia
A prevalência de DPFC parece ser de 4-7% da população
adulta e possui distribuição global6. Surge, geralmente, por volta
dos 70 anos, sendo rara abaixo dos 60 anos. Quanto ao sexo, a
artrite aguda é mais comum em homens, enquanto a osteoartrite
associdada à DPFC é mais comum em mulheres.
Manifestações clínicas
O espectro clínico da doença por DPFC foi classificado pelo
EULAR e destacaremos as quatro principais formas:
Doença por DPFC assintomática: achado radiográfico de cal-
cificação da cartilagem hialina e/ou fibrocartilagem (condrocalci-
nose), sem manifestações clínicas.
Artrite aguda por DPFC (pseudogota): corresponde a mais
de 25% dos casos de DPFC e é a causa mais comum de monoartri-
te em mulheres idosas. O quadro pode ser mono, oligo ou poliarti-
cular (esta última forma é rara) com acometimento preferencial de
joelho, seguido de punho, ombro, tornozelo e cotovelo. As crises
evoluem com pico de sinais flogísticos em 6 a 24 h após o início
e a duração é mais prolongada que a da gota, em média de 1 a 3
semanas, podendo alcançar até meses.
Osteoartrite (OA) com DPFC: está é a forma mais comum
(50%). Em pacientes que mantêm processo inflamatório crônico,
pôde-se encontrar evolução semelhante à OA, com alterações es-
truturais, como degradação da cartilagem com redução do espaço
articular, esclerose do osso subcondral, osteofitose e cistos. A di-
ferenciação da OA pode ser feita pelos seguintes pontos: localiza-
ção (acometimento de punhos, cotovelos, tornozelos; nos joelhos,
preferência pelo compartimento medial), ausência de histórico de
trauma ou sobrecarga articular, componente inflamatório mais
proeminente e sobreposição de ataques agudos.
Artrite inflamatória crônica por DPFC (pseudoartrite reuma-
92
toide): ocorre em apenas 5% dos casos, com quadro clínico muito
semelhante ao da AR. Exames complementares são importantes
para esta diferenciação.
Diagnóstico
O diagnóstico de doença por DPFC é baseado na história clí-
nica, análise do líquido sinovial e exames de imagem.
A análise do líquido sinovial à microscopia de luz polarizada
deve ser realizada sempre que possível. Revela cristais de PFC
de formato romboide ou retangular. Podem apresentar birrefrin-
gência fraca e coloração azul ou amarela. O achado de cristais
de pirofosfato de cálcio fagocitados aumenta a especificidade do
diagnóstico, pois o achado concomitante de cristais de monourato
de sódio não é infrequente. A biópsia sinovial também detecta a
presença dos cristais no tecido sinovial, quando este é fixado pelo
vermelho de alizarina.
Dentre os exames de imagem, destaca-se a radiografia, pois
esta identifica a calcificação da cartilagem articular (condrocalci-
nose). O aspecto é de radiodensidades pontuais ou lineares nas
cartilagens hialinas ou fibrocartilagem, geralmente paralelas ao
osso subcondral. Localiza-se geralmente nos joelhos, sínfise pú-
bica e punhos. Outros achados comuns são de alterações degene-
rativas articulares (redução do espaço articular, esclerose do osso
subcondral, osteofitose e cistos), sendo importante o diagnóstico
diferencial com OA primária (Figura 1).
Tratamento
O tratamento da doença por depósito de pirofosfato de cálcio
está resumido na Tabela 1 abaixo.
94
ESPONDILOARTRITES
Introdução
96
Epidemiologia
Manifestações clínicas
98
Figura 2. Paciente com psoríase cutânea e AP apresentando dactilite em todos
os dedos da mão direita e no terceiro ao quinto dedos da mão esquerda.
Por sua vez, a artrite traduz-se por dor, edema, calor, rubor,
rigidez matinal superior a 30 minutos e limitação da amplitude
de movimento das articulações, que se agravam ao frio e ao re-
pouso prolongado, tendendo à melhora com a atividade física. O
padrão de acometimento oligoarticular (mais de uma e menos
que 4 articulações afetadas) assimétrico de membros inferiores é o
mais comum nas EpA, porém também podem ocorrer os padrões
poliarticular (5 ou mais articulações, na AE e AP), distal (articula-
ções interfalângicas distais, na AP ) e mutilante de dedos (na AP).
Os danos sequelares são sinais de doença avançada que, uma
vez estabelecidos, reduzem a mobilidade e geram um padrão de
dor crônica de ritmo mecânico independente da dor relacionada à
atividade inflamatória da doença. O processo de fusão óssea leva
a redução da expansibilidade torácica e às alterações conforma-
cionais da coluna (retificação da lordose lombar, acentuação da
cifose torácica e retificação da lordose cervical com projeção da ca-
beça para a frente), podendo resultar na “postura do esquiador”,
quando adicionalmente ocorre flexão compensatória dos joelhos
pela alteração do eixo gravitacional do corpo. Com relação às arti-
culações periféricas, podem ocorrer subluxações, anquilose e, nas
formas mutilantes de AP, ampla destruição óssea com deforma-
ção acentuada e encurtamento de dedos (“dedo em telescópio”).
100
Os critérios CASPAR (2006) são aplicáveis a pacientes com
doença inflamatória articular periférica, axial ou entesítica, clas-
sificando-os como AP se preencherem 3 ou mais pontos com
base nas categorias a seguir: psoríase atual (2 pontos) ou história
pessoal de psoríase (1 ponto) ou história familiar de psoríase ( 1
ponto); distrofia ungueal psoriásica (1 ponto); fator reumatoide
negativo (1 ponto); dactilite atual ou prévia (1 ponto); neoforma-
ção óssea justa-articular sugestiva de AP na radiografia de mãos
ou pés (1 ponto)12. Para evitar subdiagnóstico, as lesões cutâneas
devem ser pesquisadas mesmo em áreas menos expostas, como
nádegas, região retroauricular, couro cabeludo, região umbilical,
períneo e áreas de dobras.
Faz-se o diagnóstico de ARe quando a manifestação muscu-
loesquelética sugestiva de EpA inicia-se em até 4 semanas após
gastroenterite ou uretrite infecciosas, evidenciadas por história
pregressa compatível ou, preferencialmente, por evidências labo-
ratoriais (culturas, reação em cadeia de polimerase, bacteriosco-
pia, sorologias) de exposição ao patógeno causador (comumente
Chlamydia trachomatis, Shigella spp, Salmonella spp, Yersinia spp e
Campylobacter jejuni). É importante salientar que o quadro arti-
cular inflamatório é estéril, reacional, devendo ser descartada artrite
séptica nos casos em que esse diagnóstico diferencial for levado em
conta (principalmente monoartrites).
Síndrome de Reiter foi, no passado, um termo empregado
como sinônimo de ARe e atualmente encontra-se em desuso. Des-
creve um subgrupo de ARe que apresenta a tríade de uretrite não
gonocócica, conjuntivite e artrite.
A AE é diagnosticada pela presença de acometimento infla-
matório periférico e/ou axial sugestivo de EpA em associação
com a doença de Crohn ou com retocolite ulcerativa. A EI, por sua
vez, representa um grupo heterogêneo de pacientes com manifes-
tações de EpA, mas que não preenchem critérios para uma doença
específica.
O exame físico auxilia na detecção do acometimento perifé-
rico e do acometimento extra-articular, bem como na mensuração
do grau de limitação da mobilidade do esqueleto axial. Duas ma-
102
A radiografia simples compartilha com a TC a capacidade
de detectar apenas as lesões estruturais tardias. A RM tem a van-
tagem de também evidenciar as lesões inflamatórias agudas, que
antecedem as alterações radiográficas e estão correlacionadas com
atividade de doença. É um exame especialmente útil para a de-
tecção de sacroiliíte nas EpA-ax-nr e nos casos com radiografia
duvidosa. Na RM de SI, o edema da medula óssea (EMO), carac-
terizado por área de hipersinal subcondral nas sequências sensí-
veis a líquido (STIR e T2 Fat Sat), é o achado que define sacroiliíte
ativa. Outras alterações inflamatórias (sinovite, capsulite e ente-
site) e as alterações estruturais crônicas (esclerose óssea subcon-
dral, erosões, metaplasia gordurosa e anquilose) também podem
ser encontradas no exame. É importante destacar que EMO e as
alterações crônicas são achados que podem ser encontrados em
outras doenças (como osteoartrite de SI, fratura sacral, tumores
e infecções), em indivíduos saudáveis assintomáticos (8 a 10%),
atletas (20 a 40 %) ou naqueles com lombalgia crônica inespecífica
(20 a 25 %). Correlação com aspectos específicos da RM de SI, da-
dos clínicos, laboratoriais e demográficos (principalmente idade)
devem ser analisados em conjunto para o diagnóstico de EpA.
Tratamento
Introdução
Epidemiologia
Manifestações clínicas
104
zação é múltipla, mal definida e migratória. A intensidade costu-
ma ser forte ou moderada e influenciada pelo estado emocional,
pelo esforço físico e pelo horário do dia (piora à noite e ao acordar
pela manhã). Recebe descrições variadas, como contusão, quei-
mação, peso, dor profunda ou dor “cansada”. Frequentemente a
dor encontra-se associada a sensação subjetiva de edema (princi-
palmente articular e sem constatação ao exame físico) e à diseste-
sias e parestesias, sem correlação com dermátomos e agravadas
por estresse emocional ou frio.
O fenótipo típico de fibromialgia é o de um paciente poliquei-
xoso, não apenas pela dor, como também pelas suas outras mani-
festações. Fazem parte do espectro da fibromialgia sintomas como
fadiga (física e psíquica), sono não reparador, alterações cogni-
tivas (como dificuldade de memorização e concentração), altera-
ções do humor (como ansiedade e depressão), cefaléia e uma mi-
ríade de manifestações-satélites e síndromes orgânicas funcionais,
como síndrome do intestino irritável, gastropatias funcionais, dor
pélvica crônica e tontura.
Diagnóstico
Tratamento
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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108
REABILITAÇÃO EM ORTOPEDIA
Considerações
Avaliação postural
110
por meio da imagem fotográfica tem sido bastante utilizada, po-
dendo detectar e registrar a presença de assimetrias de maneira
mais objetiva, pois possibilita a medição de distâncias e ângulos
corporais. Entre os softwares disponíveis para fotogrametria, des-
tacamos o Software de Avaliação Postural (SAPO), programa de
uso gratuito e simples 4,7.
Na avaliação é importante realizar a observação qualitativa
das curvaturas da coluna vertebral, além de verificar assimetrias
de segmentos corporais nos planos frontal anterior, posterior e no
plano sagital 8. No plano frontal anterior deve ser observada a si-
metria dos olhos, da comissura labial, dos ombros, da clavícula,
do triângulo de Talles, das espinhas ilíacas ântero-superiores e
dos joelhos (normal, valgo ou varo). No plano frontal posterior
devemos avaliar a simetria dos ombros, o triângulo de Talles, do
ângulo inferior da escápula, das espinhas ilíacas póstero-superio-
res, da linha poplítea e da inclinação dos pés (normal, valgo ou
varo). Já no plano sagital, devemos observar a posição da cabe-
ça (normal ou protrusa), lordose da curvatura cervical e lombar
(normal, hiperlordose ou retificada), cifose da curvatura torácica
(normal, hipercifose ou retificada), posição da pelve (normal, re-
trovertida ou antevertida) e posição do joelho (normal, recurva-
tum ou hiperflexão) 8,9,10,11.
É importante enfatizar que o corpo deve ser analisado de maneira
global, pois em muitas situações a etiologia da sintomatologia álgica
pode estar localizada na estrutura com alteração postural local, ou pode
ser consequência compensatória de uma região distante do sintoma.
Muito comum a hiperlordose cervical ser consequência de uma alteração
iniciada pelo posicionamento inadequado da cabeça, porém não se
pode descartar que alterações nos segmentos inferiores podem gerar
compensações de outros segmentos, podendo ser provenientes das
regiões torácica ou da lombar, ou de compensações mais distantes que se
iniciaram por alterações dos pés 12. Dessa forma, o objetivo principal
de uma avaliação é descobrir o fator causal da alteração, e não
somente a consequência provocada por ela.
112
tensos), melhorar a sinergia entre músculos agonista e antagonis-
ta, avaliar respostas de ativação muscular e a eficácia de alguns
tratamentos. Assim, os fisioterapeutas podem utilizar a avaliação
eletromiográfica para auxiliar na reabilitação de diversos compro-
metimentos ortopédicos, recomendando os melhores exercícios,
angulações e cargas para trabalhar alguns grupos musculares e
estabelecer o ponto de fadiga 19, 20, 21.
A EMG pode ser utilizada no estudo da dor, caracterizan-
do a função muscular e fatores que podem estar relacionados aos
sintomas álgicos, como a alteração da força, presença de fadiga e
sequência de contração entre diferentes músculos. Algumas pes-
quisas evidenciaram mudanças na atividade eletromiográfica dos
músculos paravertebrais em pacientes com lombalgia 20,22.
• MÉTODOS DE REABILITAÇÃO
Recursos Eletrotermofototerapêuticos:
Eletroanalgesia
Eletroestimulação
114
frequência, não há diferença entre elas em relação à eficiência da
estimulação 30. Atribui-se às correntes de média frequência maior
conforto sensorial à estimulação, pois esse tipo de corrente, em
função da alta frequência, minimizaria o desconforto sensorial na
pele, permitindo que a estimulação seja mais intensa e profunda,
o que resultaria em maior indução de força de contração muscular
quando comparadas a de baixa frequência 31.
Laser
Ultrassom
• CINESIOTERAPIA
Exercícios Passivos
Exercícios Ativos
116
articulação e consequente “encurtamento das fibras contráteis”.
Já na contração excêntrica, o músculo tende a aumentar o seu
comprimento e ocorrerá um aumento do ângulo articular durante a
sua execução. Esses exercícios promovem, de maneira adequada,
o controle de variáveis de movimentos, tais como: intensidade,
volume, velocidade de execução, postura e amplitude articular.
Dessa forma, conferem vantagens no que diz respeito a melhoria
da aptidão física e qualidade de vida 43. Em decorrência de suas
adaptações neurais, o treinamento resistido pode promover um
aumento da força muscular mesmo em curtos períodos 44. Além
disso, alguns de seus benefícios estão relacionados ao desenvol-
vimento de “resistência cardiovascular e muscular”, “potência”,
“ganho de massa magra”, “coordenação motora”, “flexibilidade”,
além de possibilitar um retardo no processo de envelhecimento 45.
118
Osteopatia
120
A reeducação postural global, através do alongamento e for-
talecimento de maneira isométrica dos músculos estáticos, busca
reduzir a tensão muscular, atenuando a sobrecarga em determi-
nadas estruturas e restaurando a amplitude de movimento fisio-
lógico do segmento. A adoção de uma postura antálgica após uma
crise de dor lombar, por exemplo, gera encurtamentos que des-
compensam o equilíbrio de forças entre as cadeias posturais. Esse
método tem sido cada vez mais empregado no controle da lom-
balgia crônica, sendo possível encontrar na literatura pesquisas
com desfechos favoráveis que evidenciam a redução da sintoma-
tologia dolorosa 75,76.
Enquanto a osteopatia trabalha restaurando a mobilidade
de regiões ou estruturas que se apresentam restritas ou sem mo-
bilidade (seja músculo, articulações, vísceras, vasos ou nervos),
o RPG enfatiza o fortalecimento e alongamento, principalmente
de músculos estáticos, reequilibrando os desvios e compensações
posturais. Deve ser indicado à pacientes com sintomatologia do-
lorosa, principalmente se apresentarem alterações posturais, não
só na coluna vertebral, mas também disfunções em quadril, joe-
lho, pé, ombros, cotovelos e mãos.
Importante enfatizar que essa técnica deve ser cuidadosa-
mente indicada em casos de comprometimentos agudos, pois
pode gerar aumento inicial da sintomatologia álgica. Dessa forma,
é importante iniciar com técnicas manuais de osteopatia e libera-
ção fascial manual que estimulem a melhora da mobilidade de
regiões restritas, para posteriormente iniciar o RPG.
Mulligan
Método McKenzie
122
com foco no mecanismo de lesão da coluna vertebral até seus res-
pectivos segmentos. Em seguida, após a avaliação, é identificada
qual restrição mecânica está presente, sendo essa possível causa de:
desarranjo estrutural, disfunção mecânica ou de causa postural.
Após estudo e classificação da forma de apresentação da
lesão mecânica, são iniciados exercícios corretivos direcionados
e progressivos, dependendo exclusivamente da boa evolução e
aprendizado da técnica perante o paciente. Com o bom prognósti-
co, é iniciada a última fase do tratamento, a manutenção, na qual
o paciente deve ter maior consciência sobre a sua lesão e deve rea-
lizar um padrão de exercícios diários, com a finalidade de alívio
ou prevenção dos sintomas 84,85.
A base da técnica é buscar um diagnóstico mecânico determi-
nante para a elaboração de um tratamento específico e adequado
para cada paciente. Estudos recentes demonstram a efetividade
da técnica principalmente nas lombalgias crônicas, evidenciando
a melhora da capacidade funcional após a realização do procedi-
mento. Isso contribui para a escolha do método como modalidade
terapêutica eficaz no tratamento de lesões da coluna vertebral e
seus seguimentos 84,86,87.
124
indiretamente sobre a fáscia, tecido conjuntivo rico em colágeno
que exerce participação direta na transmissão de forças 99, 100.
• MOMENTO OPORTUNO E USOS DOS MÉTODOS DE
REABILITAÇÃO:
Fase inicial
126
45° de abdução e 60° de flexão, prevenindo ou minimizando o
cisalhamento na glenoumeral e estimulando atividade muscular
de baixo nível no manguito rotador e deltoide. Também devem
ser enfatizados exercícios aeróbios, metabólicos e de flexibilidade
para todas as partes da cadeia fora da área lesionada 1,2.
O tratamento fisioterapêutico nessa fase é bem variado, pois
depende dos sintomas clínicos, lesões teciduais e tratamentos ini-
ciais realizados. Os critérios gerais para a progressão a partir da
fase de proteção são: tecido cicatrizado ou estabilizado para a rea-
lização de exercícios ativos; ter restaurado até 75% da amplitude
de movimento passivo, sensibilidade ou dor mínima (nível 2); a
força de 4+ a 5 em articulações não patológicas (escala de Oxford);
controle neuromuscular das regiões periarticulares e continuação
do funcionamento da cadeia cinética 1,2.
Fase intermediária
128
Fase final ou funcional
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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tica fechada para indivíduos com dor femoropatelar. ConScien-
tiae Saúde. 2017;16(4):393–401
Introdução
Classificação de Gustilo-Anderson
144
(causadas por trauma externo de baixa energia que expõe o osso,
produzindo ferimento limitado) e tipo III (mais graves, onde há
extensa exposição, contaminação e/ou desvitalização). Assim,
essa classificação se baseia no grau de lesão das partes moles, grau
de contaminação e a configuração da fratura¹.
Em 1984, Gustilo propôs uma subdivisão do terceiro grupo,
considerando a possibilidade ou não de cobertura óssea pelas par-
tes moles e pela presença de lesão vascular.
Tratamento
O tratamento das fraturas expostas têm como objetivo conso-
lidar a fratura, preservar ou restaurar a função dentro do possível,
além de evitar a infecção. Entretanto, esses objetivos são dificulta-
dos pelo favorecimento das infecções, pela falta de cobertura por
partes moles e pela instabilidade do foco da fratura. Assim, para
garantir o sucesso do tratamento, uma boa conduta inicial é de
extrema relevância.
Inicialmente a abordagem do paciente deve seguir as reco-
mendações do ATLS (Advanced Trauma Life Suport) conhecida
como o ABCDE do Trauma¹. A assistência começa no local do
trauma, com isolamento precoce da ferida para com o meio conta-
minante e a imobilização provisória para evitar maiores traumas
às partes moles. Deve-se atentar para que a avaliação e o manejo
da ferida ocorra em no centro cirúrgico, vez que a emergência é
um local muito contaminado com germes hospitalares.
Muitas vezes, devido à situação do paciente (instáveis ou
com risco de morte), é impossibilitada a avaliação radiológica an-
tes do centro cirúrgico, o que culmina em dificuldade de obter ra-
diografias adequadas, bem como o exame ortopédico que ocorre
com avaliação das partes moles, de pulsos periféricos e a perfusão
de extremidades, e a avaliação neurológica³.
A conduta de tratamento envolve então a limpeza imediata,
debridamento, estabilização da fratura, cobertura da lesão, e a an-
tibioticoprofilaxia.
• Tratamento:
146
mento é potencialmente contaminada! Fazer documentação
visual se possível. Radiografias. Antibiótico + profilaxia
antitetânica.
Figura 3. Paciente com fratura exposta da tíbia devido arma branca encaminhado
de cidade do interior do Piauí para o Hospital de Urgências de Teresina Prof. Ze-
non Rocha. Note que a faca corretamente não fora retirada no local do acidente.
Uso de antibióticos
148
tes recomendam que a antibioticoterapia não ultrapasse 24 a 48h
para evitar seleção de germes resistentes³.
Além disso, não se deve esquecer da profilaxia do tétano (seja
por soro ou vacina) nestes pacientes².
150
sua localização e as lesões presentes nas partes moles, além do jul-
gamento do cirurgião. Pode-se utilizar fixadores externos, placas
e hastes intramedulares4.
O fechamento da ferida dependerá da classificação de fra-
turas de Gustilo-Anderson, onde, normalmente, as fraturas de
tipo I pode-se optar por fechamento primário, as de tipo II variam,
ficando a critério do cirurgião e as de tipo III não devem ser fecha-
das primariamente, para uma avaliação posterior da infecção8.
RESUMO TRATAMENTO
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
152
2- Giglio P. N.; Cristante, A. F.; Pécora, J. R.; Helito, C. P.; Lima,
A. L. L. M.; Silva, J. S. Avanços no tratamento das fraturas ex-
postas. Revista Brasileira de Ortopedia. 2015, [acesso em 15 maio
2020] 125–130. https://www.scielo.br/pdf/rbort/v50n2/pt_
0102-3616-rbrt-50-02-00125.pdf
154
TRAUMA RAQUIMEDULAR
RESUMO
CLASSIFICAÇÃO DE FRANKEL
PRINCIPAIS DERMÁTOMOS
• C2 – protuberância occipital.
• C3 – fossa supraclavicular.
• C4 – saliência da articulação acromioclavicular.
• C5 – borda lateral da fossa antecubital.
• C6 – polegar.
• C7 – dedo médio.
• C8 – dedo mínimo.
• T1 – borda medial da fossa antecubital.
• T2 – ápice da axila.
• T3 – terceiro espaço intercostal
• T4 – linha do mamilo.
• T5 – quinto espaço intercostal.
• T6 – nível do processo xifóide.
• T7 – sétimo espaço intercostal.
• T8 – rebordo costal.
• T10 – cicatriz umbilical.
• T12 – ponto médio do ligamento inguinal
• L2 – porção ântero-medial da coxa.
• L3 – côndilo medial do fêmur.
156
• L4 – maléolo medial.
• L5 – porção proximal do hálux.
• S1 – superfície externa do calcanhar.
• S2 – linha média da fossa poplítea.
• S3 – tuberosidade isquiática.
• S4/5 – área perianal.
•
•
•
SINDROMES MEDULARES
TRATAMENTO
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
158
FRATURAS DA COLUNA VERTEBRAL
160
American Spinal Injury Association (ASIA), e uma avaliação do
estado mental fazem parte desse exame. O diagnóstico por ima-
gem de um paciente está ligado ao exame neurológico. Até que
se prove o contrário, todo paciente politraumatizado é potencial-
mente portador de lesão em coluna cervical.
As indicações para imagens da coluna cervical incluem dor
localizada no pescoço, deformidade, edema, estado mental alte-
rado, traumatismo craniano ou déficit neurológico. A avaliação
inicial da coluna vertebral de paciente politraumatizado tem por
objetivo determinar se o paciente tem uma lesão da medula espi-
nhal. Se uma lesão for encontrada, as imagens de TC iniciais, in-
cluindo a da coluna vertebral, são concluídas o mais rapidamente
possível, e o tratamento iniciado. Se um paciente não tiver uma le-
são da medula espinhal, deve ser determinado se ele preenche os
critérios para ser considerado assintomático em relação à coluna
cervical, e em seguida, a coluna cervical pode ser liberada clinica-
mente, sem a necessidade de uma radiografia. Há cinco critérios
específicos descritos no National Emergency X-Radiography Uti-
lization Study (NEXUS) que devem ser cumpridos para classificar
um paciente como assintomático. Este estudo com nível I de evi-
dência, auxilia o médico a identificar lesões da coluna, reduzindo
o número de exames radiográficos em pacientes vítimas de trau-
ma, sem perder lesões significativas. Os cinco critérios específicos
são observados na Tabela 13.
O quadro neurológico (motor e sensitivo) deve ser devida-
mente pesquisado e documentado. O questionário ASIA foi de-
senvolvido para avaliar o quadro neurológico em pacientes com
deficits, sendo estes documentados a cada 4 ou 6 h, durante as
primeiras 24 horas após a chegada, variando de paciente para pa-
ciente, a depender da gravidade do caso. Em alguns pacientes, a
redução imediata de fraturas ou luxações pode ser mais apropria-
da, enquanto outros pacientes podem se beneficiar de RM antes
de prosseguir com o tratamento.
A tomografia computadorizada é o exame mais utilizado no
trauma agudo da coluna vertebral, pois é mais sensível à detecção
de lesão óssea da coluna cervical quando comparada às radiogra-
Morfologia da fratura
• Sem anormalidade - 0
• Compressão do platô superior ou fratura vertebral - 1
• Explosão- 2
• Distração - 3
• Rotação ou translação - 4
Complexo Discoligamentar
• Intacto - 0
• Indeterminado - 1
• Rompido- 2
162
Neurológico
• Intacto - 0
• Lesão de raiz - 1
• Lesão medular completa - 2
• Lesão medular incompleta - 3
164
ção radiológica que sugere que a relação entre a distância entre o
básion e C1, dividido pela distância entre opistion e C2, superior
a 1 mm, teremos sinais de que há uma luxação atlanto-occipital
(Figura 3).
INSTABILIDADE C1-C2
166
normalmente ocorrem em flexão e translação anterior de C1, le-
vando à compressão da medula pelo arco posterior de C1 e odon-
tóide. A subluxação rotatória C1-C2 também é comumente en-
contrada em crianças, podendo ocorrer secundárias à traumas de
baixa energia ou mesmo espontaneamente após algum processo
infeccioso de vias aéreas superiores. O quadro clínico se apresenta
com dor cervical, associada ou não a parestesias em membros su-
periores, ou mesmo similar a um quadro de torcicolo espasmódico.
Em exames de imagem, a radiografia em AP transoral, suge-
re sinais de instabilidade da articulação atlanto-axial, através do
afastamento das massas laterais de C1, em relação ao dente de C2
(figura 3). A tomografia é fundamental para quantificar a deformi-
dade rotatória e é ainda melhor quando feita de forma dinâmica,
com rotação de 15° para ambos os lados (figura 4). A ressonância
magnética é útil na identificação de lesões ligamentares associadas.
A mensuração do intervalo atlanto-odontóide (IAO) é impor-
tante para a determinação da integridade do ligamento transverso
nas radiografias em perfil. Nos adultos não deve exceder 3 mm e
na criança 5mm.
168
Figura 4. Classificação das luxações atlantoaxiais
FRATURA DO ATLAS
FRATURAS DO ODONTÓIDE
170
ESPONDILOLISTESE TRAUMÁTICA DO AXIS
172
articulares. As massas laterais são anguladas 45º com a horizon-
tal. As massas laterais são ainda local de colocação de parafuso
para instrumentação vertebral. Os pedículos vertebrais cervicais
e a lâmina vertebral são estruturas que eventualmente podem ser
usadas como ponto de instrumentação vertebral. O pedículo da
sétima vertebra cervical guarda relações anatômicas semelhantes
com os pedículos das vértebras torácicas, sendo ponto comum de
instrumentação. As raízes nervosas emergem no forame acima do
nível ósseo adjacente, ou seja, a raiz de C3 emerge acima da vérte-
bra C3 sendo que a única exceção é a raiz de C8 que emerge abaixo
da vértebra C7.
Existem diversas técnicas de colocação destes parafusos e
dentre as mais importantes estão Magerl e Roy Camille. O seg-
mento de maior mobilidade na coluna cervical é o segmento de
C5-C6. Durante o movimento de flexão da coluna cervical, dis-
creta anterolistese de 1,5 a 2mm pode ocorrer, sendo que 80% da
carga axial é distribuida a nível de corpo vertebral e 20% é trans-
mitida através das facetas articulares.
Diversas classificações foram propostas ao longo dos anos
com o objetivo de descrever cada tipo de lesão e guiar o tratamento.
Ao longo das últimas décadas, as duas classificações mais
usadas para lesões da coluna vertebral com objetivo de identificar
situações de instabilidade e indicar a necessidade de tratamento
cirúrgico, foram os conceito de Dennis e a classificação AO13,14.
O conceito de Denis estuda a estabilidade da coluna verte-
bral, dividindo a vértebra em três partes (Tabela 2).
174
das estruturas capsuloligamentares ou capsuloligamentares ós-
seas posteriores, juntamente com uma lesão vertebral no corpo,
disco e / ou faceta) e B3 (ruptura física ou separação das estrutu-
ras anteriores que são osso ou disco, com envolvimento dos ele-
mentos posteriores). Fraturas do tipo C (lesão translacional em
qualquer deslocamento de eixo ou translação de um corpo verte-
bral em relação a outro em qualquer direção).
Acrescenta, além dos critérios morfológicos, o comprometimen-
to facetário classificando em tipos BL (acometimento facetário bila-
teral), F1 (fratura não deslocada ou com deslocamento menor que 1
cm ou menor que 40% da massa lateral), F2 (fratura de faceta com
potencial para instabilidade com fragmento deslocado mais que 1
cm ou maior que 40% de acometimento da massa lateral, fratura com
grande potencial para instabilidade), F3 (fratura com massa lateral
flutuante) e F4 (subluxação patológica ou faceta deslocada).
O modificador neurológico é classificado em N0 (neurológico
normal), N1(déficit neurológico transitório), N2 (radiculopatia),
N3 (lesão medular incompleta), N4 (lesão medular completa) e
NX (avaliação neurológica prejudicada).
Modificadores específicos são classificados em M1 (lesão
complexa capsuloligamentar posterior sem interrupção comple-
ta), M2 ( herniação de disco), M3 (endurecimento ou doenças os-
teometabólicas como DISH, AS, OPLL) e M4 ( anomalia da artéria
vertebral).
Dessa forma, o tratamento do paciente com lesão da coluna
cervical demanda compreensão do mecanismo de trauma, iden-
tificação da lesão através da propedêutica clínica e radiológica,
além da melhor abordagem, seja ela cirúrgica ou não cirúrgica,
com base na literatura de referência.
TOMOGRAFIA
• Fraturas ocultas ao Rx
• Estreitamento do canal medular
• Presença de fragmentos no interior do canal
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
CLASSIFICAÇÃO DE DENIS
• Coluna anterior
• Coluna média
• Coluna posterior
Insuficiência de 1 coluna ⇒ Lesão estável
Insuficiência de 2 ou + colunas ⇒ Lesão instável
TRATAMENTO
• Fratura do tipo A
176
Maioria são estáveis ⇒ Uso de órteses (Jewett) de 6 a 12 se-
manas
• Indicação de cirurgia:
Lesão neurológica progressiva
Cifose > de 20 graus com lesão neurológica
⇓ da altura do C.V. > que 50%
T.C. demonstrando fragmento ósseo dentro do C.M.
• Fratura do tipo B
Cirúrgico com exceção das fraturas B21
• Fraturas do tipo C
Necessidade de fixação cirúrgica de todo o segmento aco-
metido mais artrodese
Zona I - Alar
Zona II - Foraminal
Zona III ---- Central
178
Diante dessa panacéia de sistemas de classificação e de di-
versas opções de tratamento houve um da necessidade crescente
de padronização, com intuito de facilitar a comunicação e guiar o
tratamento.
O sistema de classificação desenvolvido pela AO Spine agru-
pa as fraturas sacrais em 3 grupos de acordo com as característica
morfológicas das mesmas: A (fraturas sacro-coccigenas baixas), B
( fraturas pélvicas posteriores) e C (fraturas espino-pelvicas).Cada
grupo é subdividido em 3 ou 4 subtipos de acordo com o grau de
gravidade da lesão.
As fraturas tipo A agrupam as lesões de padrão mais estável
e corresponde as fraturas da porção sacro-coccigena baixa,com
traço de fratura horizontal, sendo divididas em A1,A2 e A3.
180
2.5 Tipo B3:
182
Muitas dessas fraturas têm seu diagnóstico retardado, seja
pela associação com lesões potencialmente mais graves, como por
exemplo, as lesões abdominais, do anel pélvico e de segmentos
mais craniais da própria coluna vertebral.
A radiografia simples em antero-posterior (AP) e perfil pode
não mostrar adequadamente essas fraturas por uma série de ra-
zões:presença de gases nas alças intestinais,sobreposição da pró-
pria pelve etc.A utilização da radiografia com incidência cefálica
de 50 graus em AP, permite melhor visualização do sacra e pode
ajudar a potencializar o diagnóstico.
A tomografia computadorizada é o exame gold-stand na ava-
liação e diagnostico dessas fraturas especialmente, nas fraturas
das zonas II e III. A ressonância magnética é fundamental nos ca-
sos de edema ósseo sutil, ou quando se necessita avaliar de forma
pormenorizada a relação da fratura com os elementos neurais, as
raízes nervosas.
A apresentação clínica dessas fraturas também é variada, po-
dendo os pacientes queixarem-se única e exclusivamente de dor
na região sacral relacionada a um episódio de trauma ou quadros
com hematomas e edema local, deformidade, incapacidade fun-
cional e/ou instabilidade hemodinâmica.
O diagnóstico se impõe através da história clínica, exame físi-
co e dos exames de imagem, em especial as radiografias, tomogra-
fia computadorizada e ressonância magnética.
O sistema de classificação além de permitir uma uniformi-
zação e mais fácil comunicação entre os profissionais médicos,
possibilita também norteamento quanto ao tratamento da lesão,
podendo este ser conservador ou cirúrgico, a depender da pre-
sença de instabilidade espino-pélvica e/ou lesão neurológica. A
grande maioria das lesões sacrais são de tratamento clínico, com
repouso no leito, sintomáticos e mobilização precoce a depender
do nível de dor. Quando indicado tratamento cirúrgico este pode
está associada apenas a estabilização da fratura do anel pélvico ou
a redução direta ou indireta dos fragmentos da fatura com estabi-
lização interna através de placas e/ou parafusos.
FRATURAS DO COCCIX:
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
184
Girotto D, Ledić D, Strenja-Linić I, Peharec S, Grubesić A. Clin-
ical and medicolegal characteristics of neck injuries. Coll Antro-
pol. 2011 Sep; 35 Suppl 2:187-90.
ANATOMIA
A articulação esternoclavicular contém um disco fibrocarti-
laginoso intra-articular e tem a menor estabilidade óssea de qual-
quer articulação principal porque menos da metade da extremida-
de medial da clavícula se articula com o esterno. É notavelmente
estável, devido aos fortes ligamentos circundantes.1,2 Como resul-
tado a maioria das lesões são simples entorses, enquanto luxações
e fraturas são incomuns.3,4,5
A epífise medial da clavícula é o último centro de ossificação
do corpo a aparecer radiograficamente (18 anos) e a última a so-
frer fusão (idade entre 22 e 25 anos). Devido a isso, uma aparente
luxação esternoclavicular em crianças e adultos jovens pode, na
verdade, se tratar de fratura tipo I ou II de Salter-Harris, com des-
locamento anterior ou posterior da metáfise clavicular que requer
consulta ortopédica e acompanhamento, com maior possibilidade
de cura e remodelação.1,3,4,5
AVALIAÇÃO CLÍNICA
188
Na luxação posterior o ombro pode parecer encurtado e pro-
traído. Em luxações posteriores, a extremidade da clavícula me-
dial é menos visível e muitas vezes não palpável, podendo o pa-
ciente ter sinais e sintomas de compressão mediastinal superior,
como estriador, disfagia e falta de ar.4,5,6
No exame da luxação anterior, o paciente apresenta-se com
a extremidade da clavícula medial proeminente, que é visível e
palpável anteriormente ao esterno, embora o edema e a hipersen-
sibilidade focais possam dificultar o diagnóstico.4,5,6
Em pacientes sem história trauma, a dor na articulação es-
ternoclavicular deve levantar suspeita de artrite séptica, especial-
mente em usuários de drogas injetáveis.4,5
INVESTIGAÇÕES
TRATAMENTO
190
CONDUTA EM SERVIÇO NÃO ESPECIALIZADO
FRATURAS DA CLAVÍCULA
ANATOMIA
A clavícula constitui o único pilar ósseo que conecta o esque-
leto axial ao apendicular na cintura escapular, fornecendo suporte,
mobilidade e estabilidade ao membro superior e a suas funções,
ao tempo em que mantém a posição lateralizada do ombro permi-
tindo que o mesmo otimize suas forças por permitir a transmissão
adequada da energia cinética.1,4,11,12
Acresce que apresenta função de proteção ao plexo braquial, à
veia e artéria subclávias e a porção superior do pulmão adjacente.
Apresenta formato da letra S, com sua extremidade proxi-
mal sendo convexa anteriormente e a distal côncava anteriormen-
te. Articula-se proximalmente com o esterno e distalmente com o
acrômio.2
Com exceção de seu terço médio, é sítio de importantes ori-
gens e inserções musculares e ligamentares. Devido às peculiari-
dades anatômicas e biomecânicas de cada porção da clavícula, o
mecanismo pelo qual as fraturas ocorrem em cada terço é distinto.
AVALIAÇÃO CLÍNICA
192
• TERÇO MÉDIO: frequentemente o fragmento proximal
tende a deslocar-se superiormente por ação muscular (es-
ternocleidomastóideo) e o distal, devido ao peso do braço,
inferiormente;
• TERÇO DISTAL: apresentação e grau de desvio depen-
dem da integridade dos ligamentos coracoclaviculares
(conoide e trapezoide) no fragmento proximal. Caso o
fragmento medial não apresente inserção ligamentar co-
racoclavicular, é esperado desvio mais acentuado entre os
fragmentos por ação muscular no fragmento proximal, as-
cendendo-o (Figura 3);
• TERÇO PROXIMAL: especialmente no terço proximal,
devido a sua correlação com acidentes de maior energia e
proximidade a estruturas mais nobres, o exame neurovas-
cular cuidadoso se faz necessário. O paciente, principal-
mente caso seja politraumatizado e/ou esteja inconsciente,
deve ser investigado quanto ao desconforto ou esforço res-
piratórios, que podem resultar do trauma na parede torá-
cica ou de pneumotórax ispilateral como lesão associada.
INVESTIGAÇÕES
TRATAMENTO
• TERÇO MÉDIO:
• Apesar de as fraturas do terço médio serem geralmente
194
tratadas de forma não cirúrgica, a fixação pode resultar
em desfechos com melhor função e menores taxas de
transtornos da consolidação.13,14,15
• Indicações relativas visam reduzir os riscos de complica-
ções futuras, e são: encurtamento ou desvio entre os frag-
mentos maior que 2 cm, fraturas cominutivas e traumas
de alta energia.
• Indicações mais precisas são fraturas expostas, compro-
metimento neurovascular, endentamento da pele / sub-
cutâneo com iminência de exposição óssea.
• As técnicas de osteossíntese do terço médio da clavícula
podem ser intramedulares (fios de Kirschner ou hastes de
Ten intramedulares) ou extramedulares (placas e parafu-
sos - Figura 5).16
• TERÇO DISTAL:
• TERÇO PROXIMAL:
196
serção dos implantes nesse local devido a proximidade ao
mediastino, bem como à migração dos componentes nesta
região. Devido a tais fatores a maioria opta pelo tratamen-
to não cirúrgico inicial, com ressecção da porção proximal
somente caso os sintomas persistam.6
ANATOMIA
EPIDEMIOLOGIA
AVALIAÇÃO CLÍNICA
198
A depender da gravidade da lesão, da energia e do mecanis-
mo do trauma, a apresentação clínica pode apresentar particulari-
dades que são melhor definidos e avaliados após a lesão ter sido
devidamente classificada com auxílio dos exames de imagem.
INVESTIGAÇÕES
200
Manual de Ortopedia para Graduação 201
202
Manual de Ortopedia para Graduação 203
204
Tipos de luxação acromioclavicular. AC: acromioclavicula-
res. CC: coracoclaviculares. Traduzido e modificado de: Bjoernsen
L, Ebinger A. Shoulder and Humerus Injuries. In: Tintinalli JE,
Ma OJ, Yealy DM, Meckler GD, Stapczynski JS, Cline DM, et al.,
editors. Tintinalli’s Emergency Guide: A Comprehensive Study
Guide. 9th ed. New York: McGraw-Hill; 2020. p. 1825-1826.
As decisões de tratamento baseiam-se em fatores como ida-
de, ocupação e nível de atividade.
Pacientes sem contraindicações clínicas que apresentem le-
são tipo III com indicação cirúrgica ou tipos de IV a VI podem ser
submetidos a fixação transarticular com fios de Kirschner (proce-
dimento de Phemister modificado) ou placas gancho; estabilização
vertical com âncoras, endobutton ou parafuso coracoclavicular (pa-
rafuso de Bosworth); ressecção da porção lateral da clavícula (pro-
cedimento de Munford); reparo ou reconstrução ligamentar (pro-
cedimento de Mazzocca); transferências ligamentar (procedimento
de Weaver-Dunn) ou muscular (procedimento de Dewar-Barring-
ton). Tais procedimentos podem ser realizados de forma isolada ou
combinada (mais de 150 técnicas são descritas na literatura).6
206
FRATURAS DA ESCÁPULA
ANATOMIA
EPIDEMIOLOGIA
AVALIAÇÃO CLÍNICA
208
Figura 9. Mecanismo de fratura da escápula por trauma indireto por transmis-
são de forças. Traduzido de: Goss TP, Walcott ME. Fractures of the Scapula. In:
Rockwood Jr CA, Matsen III FA, Wirth MA, Lippit SB, Fehringer E v, Sperling
JW, editors. Rockwood and Matsen’s The Shoulder. 5th ed. Philadelphia, PA:
Elsevier; 2017. p. 256.
INVESTIGAÇÕES
TRATAMENTO
210
LUXAÇÃO DA ARTICULAÇÃO GLENOUMERAL
ANATOMIA
EPIDEMIOLOGIA
AVALIAÇÃO CLÍNICA
HISTÓRIA
A história deve definir o mecanismo de lesão, incluindo a
posição do membro, a quantidade de força aplicada e a topogra-
EXAME FÍSICO
212
Figura 11. Apresentação do paciente com luxação glenoumeral anterior. Traduz-
ido de: Thompson JC. Shoulder. In: Netter’s Concise Orthopaedic Anatomy. 2nd
ed. Philadelphia, PA: Elsevier; 2010. p. 90
INVESTIGAÇÕES
214
COMPLICAÇÕES DA LUXAÇÃO GLENOUMERAL
TÉCNICAS DE REDUÇÃO
216
na emergência esteja familiarizado com ao menos duas ou três
técnicas em caso de uma primeira tentativa fracassada. Conside-
rações na seleção de uma técnica incluem facilidade de desempe-
nho, eficácia, exigência de sedação, número de auxiliares, duração
e potencial de complicações. As técnicas mais comuns são descri-
tas abaixo:
Figura 13. Técnica de tração e contra-tração de Matsen. Fonte: Barnes LF, Par-
sons BO, Lippitt SB, Flatow EL, Matsen III FA. Glenohumeral Instability. In:
Rockwood Jr CA, Matsen III FA, Wirth MA, Lippit SB, Fehringer E v, Sperling
JW, editors. Rockwood and Matsen’s The Shoulder. 5th ed. Philadelphia, PA:
Elsevier; 2017. p. 594.
Técnica de Stimson
218
Figura 14. Técnica de Stimson para redução da luxação glenoumeral anterior.
Fonte: Nandi S, St Clair SF, editors. Emergency Room Consultations. In: The
Bone Book: An Orthopedic Pocket Manual. New York: Springer; 2020. p.157.
Figura 16. Técnica da rotação externa. Fonte: Malik S, Pirotte A. Shoulder. In:
Sherman SC, editor. Simon’s Emergency Orthopedics. 7th ed. New York: Mc-
Graw-Hill; 2015. p. 362.
Técnica de Kocher
220
SP, Gray AJ, editors. Shoulder Girdle. In: McRae’s Orthopaedic Trauma
and Emergency Fracture Management. 3rd ed. Edinburgh: Elsevier;
2016. p. 149.). A partir deste ponto aduz o membro ao tempo em
que realiza leve flexão, levando o cotovelo em direção ao abdome
até que a cabeça umeral esteja reduzida e o paciente relate o alí-
vio imediato da dor e seja sentido um ressalto. Após a redução o
membro deve ser repousado, com o examinador posicionando o
membro em flexão do cotovelo e rotação interna do ombro, com a
mão tocando o ombro não lesionado.37
Apesar das descrições evidenciarem bons índices de redução
mesmo sem sedação ou anestesia (entre 80 e 100%), está associada
a dor, complicações neurovasculares e até fraturas proximais do
úmero, provavelmente devido a tração associada ou a movimen-
tos intempestivos.4,25,36,37
Figura 17. Técnica de Kocher. Fonte: White TO, Mackenzie SP, Gray AJ, edi-
tors. Shoulder Girdle. In: McRae’s Orthopaedic Trauma and Emergency Fracture
Management. 3rd ed. Edinburgh: Elsevier; 2016. p. 149.
Técnica de Milch
Figura 18. Técnica de Milch. Fonte: White TO, Mackenzie SP, Gray AJ, editors.
Shoulder Girdle. In: McRae’s Orthopaedic Trauma and Emergency Fracture
Management. 3rd ed. Edinburgh: Elsevier; 2016. p. 150.
Técnica FARES
222
Figura 19. Técnica FARES. Fonte: Bjoernsen L, Ebinger A. Shoulder and Hu-
merus Injuries. In: Tintinalli JE, Ma OJ, Yealy DM, Meckler GD, Stapczynski JS,
Cline DM, et al., editors. Tintinalli’s Emergency Guide: A Comprehensive Study
Guide. 9th ed. New York: McGraw-Hill; 2020. p. 1831.
Técnica da cadeira
224
Figura 21. Manobra para redução de luxação glenoumeral posterior. Traduzido
de: White TO, Mackenzie SP, Gray AJ, editors. Shoulder Girdle. In: McRae’s Or-
thopaedic Trauma and Emergency Fracture Management. 3rd ed. Edinburgh:
Elsevier; 2016. p. 154.
226
FRATURAS PROXIMAIS DO ÚMERO
ANATOMIA
EPIDEMIOLOGIA
Nos pacientes jovens essa lesão pode ocorrer por trauma di-
reto ou indireto por acidente alta energia, por exemplo motoci-
clístico ou automobilístico. Nos idosos ocorre com maior frequên-
cia por trauma indireto decorrente da queda da própria altura
sobre a mão espalmada em indivíduos osteoporóticos.44
AVALIAÇÃO CLÍNICA
228
nervo axilar, o mais comumente acometido, especialmente quan-
do da luxação anterior associada (sensibilidade ao toque sobre a
face lateral do ombro e contratilidade do deltoide).
Exame vascular: embora infrequentes, podem ocorrer até
mesmo com trauma trivial em pacientes idosos ateroscleróticos. A
lesão vascular mais comum é na artéria axilar e pode ser sugerida
por pulsos distais fracos em comparação com o lado ileso, pares-
tesias, palidez, pulsação ou hematoma em expansão.
INVESTIGAÇÕES
TRATAMENTO
230
Considera-se como desvio o deslocamento superior a 1 cm
ou angulação superior a 45º. Exceção a essa regra é a tuberosidade
maior quando da translação superior, em que o desvio aceitável é
de até 0,5 cm. Assim sendo, a fratura de “uma parte” é aquela em
que, independente da quantidade de traços fraturários, não ocor-
re desvio maior que tais parâmetros entre os fragmentos (Figura
25).40,45
232
na urgência porque são mais freqüentemente associadas
a complicações, podendo ser necessárias redução fechada,
tratamento cirúrgico ou ambos.4
ANATOMIA
EPIDEMIOLOGIA
Trauma indireto:
234
Sem trauma: local comum de fraturas patológicas, especial-
mente do câncer de mama metastático. 4
O quadro abaixo elucida os padrões de fraturas que mais co-
mumente ocorrem de acordo com o tipo de força aplicada (Qua-
dro 3).
AVALIAÇÃO CLÍNICA
TRATAMENTO
Figura 27. A ação dos músculos inseridos no úmero determina o desvio e a an-
gulação de seus fragmentos. A: angulação dos fragmentos com o traço de fratura
imediatamente distal à inserção do manguito rotador. B: angulação dos frag-
mentos com o traço de fratura distal à inserção do peitoral maior. C: angulação
dos fragmentos com o traço de fratura distal à inserção do bíceps. Traduzido
de: Bjoernsen L, Ebinger A. Shoulder and Humerus Injuries. In: Tintinalli JE,
Ma OJ, Yealy DM, Meckler GD, Stapczynski JS, Cline DM, et al., editors. Tin-
tinalli’s Emergency Guide: A Comprehensive Study Guide. 9th ed. New York:
McGraw-Hill; 2020. p. 1834.
236
riem e tenha havido aumento nas indicações de osteossíntese.49
Fraturas com menos de 20º de angulação no plano sagital,
menos de 30º de angulação em varo, e encurtadas em até 3 cm
podem ser manejadas de forma não cirúrgica.50,51
O tratamento de fraturas não desviadas ou com desvio aceitá-
vel inclui analgesia e imobilização4, conforme evidencia a Figura 28:
Figura 28. A imobilização da fratura diafisária do úmero pode ser realizado por
(A) imobilização toracobraquial de Velpeau, (B) “pinça de confeiteiro”, (C) gesso
pendente e (D) bracing funcional. Fonte: Garnavos C. Humeral Shaft Fractures.
In: Tornetta III P, Ricci WM, Ostrum RF, McQueen MM, McKee MD, Court-
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242
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40. Bohsali KI, Bois AJ, Wirth MA. Fractures of the Proximal Hu-
merus. In: Rockwood Jr CA, Matsen III FA, Wirth MA, Lippit SB,
Fehringer E v, Sperling JW, editors. Rockwood and Matsen’s The
Shoulder. 5th ed. Philadelphia, PA: Elsevier; 2017. p. 183–242.
44. Egol KA, Koval KJ, Zuckerman JD, editors. Proximal Humerus
Fractures. In: Handbook of Fractures. 6th ed. Philadelphia, PA:
Wolters Kluwer; 2020. p. 212–20.
45. White TO, Mackenzie SP, Gray AJ, editors. Humerus. In:
McRae’s Orthopaedic Trauma and Emergency Fracture Manage-
ment. 3rd ed. Edinburgh: Elsevier; 2016. p. 159–80.
48. Egol KA, Koval KJ, Zuckerman JD, editors. Humeral Shaft
Fractures. In: Handbook of Fractures. 6th ed. Philadelphia, PA:
Wolters Kluwer; 2020. p. 221–30.
244
FRATURAS DO COTOVELO
Eduardo Régis de Alencar Bona Miranda
Fonte: Traduzido de: Egol KA, Koval KJ, Zuckerman JD. Distal humer-
us. In: Handbook of Fractures. 6th ed. Philadelphia, PA: Wolters Kluwer;
2020. p. 231.
246
fraturas do tipo B são fraturas intra-articulares parciais envolven-
do apenas uma coluna (lateral ou medial). Fraturas tipo C intra-
-articulares envolvendo a coluna lateral e medial (4).
O principal objetivo da estratégia de tratamento é restabele-
cer a congruência articular, conseguir alinhamento metadiafisário
aceitável suficiente para permitir mobilidade ativa e precoce do
cotovelo e sem dor. Geralmente isso é conseguido apenas com re-
dução aberta e fixação interna com uso de implantes adequados
para cada padrão de fratura e qualidade óssea. Em alguns casos
mais graves a hemiartroplastia ou artroplastia total do cotovelo
pode ser optado (3).
O tratamento não cirúrgico é indicado para fraturas estáveis
e não desviadas e em pacientes com comorbidades graves que a
impeçam de submeter-se a cirurgia (3).
Fonte: Traduzido de: Berner A, Nerlich ML, Stöckle U, Gühring MAE. Distal hu-
merus fractures. Biberthaler P, Siebenlist S, Waddell JP in: Acute elbow trauma:
fractures and dislocation injuries.Swiszerland, 2019, p 26.
248
Figura 32 - Fraturas do capítulo tipo I (Hahn – Steinthal) e fratura tipo II (Kocher
– Lorenz).
Fonte: Traduzido: Egol KA, Koval KJ, Zuckerman JD. Distal humerus.
In: Handbook of Fractures. 6th ed. Philadelphia, PA: Wolters Kluwer;
2020. p. 242
250
É necessária uma história detalhada do trauma: mecanismo,
localização da dor, tratamento até o momento e presença de lesões
prévias no cotovelo. O exame exige uma revisão completa de toda
a extremidade superior - deformidade, status de partes moles,
exame neurovascular. A palpação das proeminências ósseas
do cotovelo é examinada metodicamente em busca de dor ou
creptações. Estruturas laterais, incluindo a crista supracondilana,
epicôndilo, capítulo, tuberosidade do rádio, colo e cabeça do
rádio são palpadas. Também são examinadas estruturas mediais
correspondentes, incluindo a crista supracondilar, epicôndilo,
olécrano, ulna proximal e tubérculo sublime. A palpação ao longo
da membrana interóssea e um exame minucioso da articulação
rádio ulnar distal são realizados para descartar lesões associadas
no antebraço e punho. A mobilidade deve ser avaliada com
atenção particular à presença de bloqueio mecânico à rotação do
antebraço o que é uma indicação para o tratamento cirúrgico (9).
Se o exame da amplitude de movimento for limitado devido à dor,
o hematoma articular pode ser drenado com ou sem a infiltração
de anestésico local intra-articular (10). Avaliação da estabilidade
do cotovelo em busca de lesões ligamentares associadas, porém
isso pode ser desafiador no quadro agudo, pois a dor geralmente
impede um exame confiável do cotovelo (9)
Exames de imagem são necessários para o diagnóstico ade-
quado. Radiografias nas incidências anteroposterior, lateral e
greenspan, radiografias do punho para avaliar a lesão da articula-
ção rádio ulnar distal também podem ser indicadas dor no punho.
Tomografia computadorizada podem ser usadas para melhor es-
tudo do padrão de fratura e lesões associadas (9).
A classificação de Mason é sem dúvida a mais utilizada. Fra-
tura sem desvio ou com desvio mínimo (<2 mm) é classificada
como tipo I; o tipo II é desvio maior de 2 mm, o tipo III são fraturas
articulares completas cominutas. Johnston em 1962 modificou a
classificação acrescetando o tipo IV que inclui fratura associada a
uma luxação do cotovelo (11).
252
Figura 35 - Radiografias do cotovelo pós - operatório. Osteosíntese com parafu-
sos (A) e Artroplastia cabeça do rádio (B)
FRATURAS DO OLÉCRANO
254
Figura 37 - Radiografia em incidência ântero posterior e perfil evidenciando
fratura do olécrano tipo IIA
Fonte: Kloen P, Ring D. Proximal forearm[internet]. AO Surgery Ref-
erence.2020[cited 2020 April 5]. Disponível em: https://surgeryreferen-
ce.aofoundation.org/orthopedic-trauma/adult-trauma/proximal-fo-
rearm/ulna-articular-olecranon/tension-band-wiring
LUXAÇÃO DO COTOVELO
256
O LCM é um complexo de estruturas ligamentares que juntas
servem como estabilizadores primários em valgo e rotação inter-
na do cotovelo. É composto por três partes: uma banda anterior
(oblíquo anterior), banda posterior (ligamento de Bardinet) e um
ligamento transverso (ligamento de Cooper) (24,25). Destas três
partes, a banda anterior é considerada o componente mais consis-
tentemente identificada em estudos cadavéricos enquanto a ban-
da posterior e o ligamento transversal são ocasionalmente ausente
ou indistinguível da cápsula articular (26). A banda anterior se
origina epicôndilo medial anteroinferior e insere imediatamente
adjacente à superfície articular da ulna, no tubérculo sublime. (fi-
gura 39)
O LCL contribui para a estabilidade em varo e póstero late-
ral, consiste em 3 partes: ligamento colateral ulnar lateral (LCUL)
o mais importante, ligamento colateral radial (LCR) e ligamento
anular veja a figura 1.5. Também descrito existe o ligamento aces-
sório que funciona como estabilizar o ligamento anular durante
estresse em varo (23)
258
Figura 41 - Classificação dos tipos de luxação do cotovelo de acordo com a direção.
260
Três técnicas diferentes foram descritas para reduzir uma luxação
posterior.a primeira descrita por Pavin pode ser realizado com o
paciente deitado em decúbito ventral com o braço e o antebraço
pendurados livremente sobre o lado da mesa. O médico aplica
para baixo tração no antebraço com uma mão, enquanto a outra
mão puxa o úmero para cima e lateralmente. O polegar da mão
que está no braço é usado para empurrar o olécrano distalmente
para dentro da sua fossa (Figura 43) (35). Na segunda técnica, o
paciente fica deitado em decúbito dorsal o cotovelo flexionado em
30 ° e o antebraço supinado. A tração é então aplicada ao ante-
braço enquanto a contra-tração é aplicada ao braço. Em seguida,
o deslocamento medial ou lateral do olécrano é corrigido. Final-
mente, o olécrano é empurrado distalmente para envolver a fossa
do olecrano do úmero (29, 27, 36,37). Uma terceira técnica (figura
45) o paciente em decúbito dorsal com o braço no peito, o cotovelo
caiu para 90 ° e o antebraço totalmente supinado. É aplicada uma
tração no antebraço com uma mão, enquanto a outra puxa o braço
na direção oposta. O cotovelo é levemente flexionado e o polegar
manipula o olécrano na posição (38).
Fonte: Bedeir YH, Carpenter SH, Murthi AM. Treatment of simple elbow
dislocation. Tashjian RZ in: The Unstable Elbow. Switzerland 2017, p 43
262
(29). A pronação completa permite que as estruturas mediais
intactas previnam uma instabilidade rotatória póstero-lateral. Se
a estabilidade em valgo for demonstrada em pronação completa,
significa com as estruturas medias estão intactas (37). A pronação
completa torna o cotovelo mais estável em uma lesão isolada do
LCL (37,40). Por outro lado, em dados danos isolados do LCM, o
cotovelo é geralmente mais estável em supinação. A estabilidade
do cotovelo não é afetada pela rotação do antebraço se o LCL e o
LCM estiverem lesados (27).
Uma vez cotovelo estável ao longo de todo um arco de movi-
mento, uma imobilização gessada é colocada em 90° de flexão do
cotovelo e o antebraço na rotação em que o cotovelo estiver mais
estável. A imobilização não deve permanecer por mais de 2 sema-
nas e nova avaliação médica deve ser feita (30).
As indicações para tratamento cirúrgico incluem instabilida-
de residual em mais de 45 ° de flexão, incongruência articular nas
radiografias pós-redução ou luxação exposta (30).
Fonte: Bedeir YH, Carpenter SH, Murthi AM. Treatment of simple elbow
dislocation. Tashjian RZ in: The Unstable Elbow. Switzerland 2017, p 49
Fonte: Bedeir YH, Carpenter SH, Murthi AM. Treatment of simple elbow
dislocation. Tashjian RZ in: The Unstable Elbow. Switzerland 2017, p 50
264
Figura 48 Radiografias do cotovelo em incidências ântero posterior e perfil evi-
denciando tríade terrível.
266
Em geral, recomenda-se a fixação do coronóide sempre que
possível para otimizar a estabilidade da articulação. Antes de rea-
lizar a fixação da cabeça do rádio, o coronóide pode ser visualiza-
do através da rotação externa do antebraço, particularmente no
caso da cabeça do rádio multifragmentada (49).
268
como fratura do cassetete, pode ocorrer em qualquer local ao lon-
go do comprimento da ulna (52).
Os desvios das fraturas do antebraço são devidos a alta
energia do trauma e tração dos fragmentos de fratura pe-
los músculos do antebraço. Os sinais e sintomas são dor, de-
formidade e perda de função do antebraço. Nas fraturas
com cassetete, a palpação ao longo da borda subcutânea da
ulna geralmente provoca sensibilidade ao nível da fratura.
O exame físico deve incluir avaliação neurológica e vascular es-
pecialmente nas fraturas expostas, avaliar presença de síndrome
compartimental. Lesões associadas dos tecidos moles, particular-
mente os ligamentos do cotovelo e do punho, são frequentemente
observadas. Existem três lesões associadas a fraturas no antebraço:
as lesões de Monteggia, Galeazzi e Essex-Lopresti. O reconheci-
mento imediato dessas lesões é importante, pois o tratamento cor-
reto deve consistir na estabilização adequada das fraturas e na res-
tauração precisa da articulação normal do punho e cotovelo. (52)
Figura 53 Representação fratura dos ossos do antebraço fixada com placa a para-
fusos com redução anatômica dos fragmentos.
270
Figura 54 Fratura de Galeazzi evidenciada em radiografias do antebraço em in-
cidências ântero posterior (A) e Peril (B)
Fonte: Egol KA, Koval KJ, Zuckerman JD. Radius and Ulna Shaft Frac-
tures. In: Handbook of Fractures. 6th ed. Philadelphia, PA: Wolters Klu-
wer;
É fundamental a redução anatômica da ulna nas lesões de Monteggia
e, a partir desta, ocorre redução da cabeça do rádio. Se isso não acontecer,
torna-se imperativa a abordagem do cotovelo (50)
A fratura luxação Essex – Lopresti é caracterizada por fratura
do rádio poximal ou da cabeça do rádio com dissociação radio
ulnar longitudinal. A migração proximal do rádio rompe a mem-
brana interóssea e causa ruptura da radio ulnar distal. A falha em
obordar a instabilidade radio ulnar pode resultar na migração
axial persistente do rádio trazendo sequelas irreperáveis (53)
272
Figura 56 Radiografiado cotovelo em perfil (A) evidenciando fratura cabeça do
rádio, B – Radiografia do punho em perfil com luxação radio ulnar distal com-
provando fratura Essex – Lopresti, C- redução da radio ulnar distal fixada com
fios de kirschner.
Fonte: Egol KA, Koval KJ, Zuckerman JD. Radius Head. In: Handbook of
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278
FRATURAS COTOVELO EM CRIANÇAS
Fratura Supracondileana
Introdução
Apresentação Clínica
Radiologia
Classificação
Gartland
Tipo I: Fratura sem desvio.
Tipo II: Fratura com desvio, cortical posterior íntegra.
Tipo III: Fratura com desvio, cortical posterior desviada(pos-
tero medial ou póstero lateral).
Tratamento
Conservador
Indicação: Fraturas Gartland I.
Tala gessada ou gesso por 03 semanas, realizando raio x de
controle no intervalo de 1 semana.
280
Cirúrgico
Indicação: Gartland II e III, fraturas em flexão, fraturas com
colapso da coluna medial.
A urgência no tratamento das fraturas supracondileanas é
polêmica. Diversos estudos concluíram que um atraso no pro-
cedimento cirúrgico de até 24 horas não possuem efeitos deleté-
rios3,4,5, no entanto isso ainda não é um consenso na literatura.
Complicações
• Migração dos fios.
• Infecção.
• Cubito valgo.
• Cubito varo.
• Recurvatum.
• Lesões neurológicas/vasculares.
• Contratura de Volkmann/Sd. Compartimental.
Fraturas Condileanas
Côndilo Medial
Introdução
As fraturas do côndilo medial consistem no terceiro tipo mais
comum visto em crianças. Correspondem a 20% das fraturas de
cotovelo em crianças e adolescentes. 75% ocorrem em meninos
entre os 9-14 anos.6,7.
Apresentação clínica
Dor a palpação do cotovelo medial. Ao exame físico, instabi-
lidade em valgo, equimose, disfunções do n. ulnar e edemas.
Radiologia
Raio x em AP, Perfil e Oblíqua Interna para avaliar desloca-
mentos.
Tratamento
Conservador
Imobilização por 1-3 semanas com tala gessada ou gesso cir-
cular com cotovelo fletido em 90 graus. Indicação: Desvios < 5mm
Cirúrgico
Redução aberta e fixação interna
Indicação absoluta: Fraturas desviadas com interposição arti-
cular, fraturas expostas
Prognóstico
Bom a excelentes resultados com tratamento conservador ou
cirúrgico
Côndilo Lateral
Introdução
Correspondem a 17% das fraturas de úmero distal na popu-
lação pediátrica, sendo a segunda mais frequente depois das su-
pracondileanas.9
282
Ocorrem geralmente em crianças ao redor de 6 anos. Locali-
zação mais comum é o tipo Salter-Harris IV do côndilo lateral.10
Os mecanismos de lesão consistem na teoria do pull-off que
consiste na fratura/avulsão do côndilo lateral por tração da mus-
culatura extensora ou na teoria do push-off que ocorre quando a
criança cai com a mão estendida e a cabeça radial causa impacto
no côndilo lateral ocasionando a fratura.
Classificação de Milch
Radiologia
Raio x em AP, Perfil e Oblíquas geralmente são necessárias
para o diagnóstico. Na dúvida pode radiografar o lado contrala-
teral para comparar. Tomografia Computadorizada e ressonância
raramente são solicitadas.
Cirúrgico
Indicação: desvios acima de 2-4mm, pode ser feito:
Redução fechada e pinagem percutânea
Redução aberta e fixação interna
Complicações
Rigidez(+ comum).
Pseudoartrose.
Consolidação retardada.
Cubito Valgo.
Necrose Avascular.
Bibliografia
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10(2):142–152
INTRODUÇÃO
História
Deve ser rápida com perguntas objetivas sobre o ocorrido e devem
incluir
1. Qual o tempo decorrido entre a fratura e o atendimento?
2. Quais as condições de higiene local?
3. Sucintamente, como ocorreu o evento?
4. Foi aplicado algum tratamento imediato?
5. É o paciente portador de comorbidades?
Exame físico
O exame físico deve levantar suspeitas sobre qual estrutura
Anatomia
A superfície articular do rádio funciona como um planalto
no qual se articulam os ossos do carpo. Apresenta uma inclinação
no sentido dorsopalmar (sagital) de cerca de 11 graus e para o
lado ulnar (coronal) de 22 graus. Esta superfície articular apre-
senta três concavidades relacionadas (de lateral para medial) com
o escafóide, semilunar e a incisura ulnar formando a articulação
radioulnar distal. A forma achatada no sentido ântero-posterior
do rádio distal, revestido por osso esponjoso e rodeado por uma
fina camada de osso cortical tornam esta região particularmente
suscetível a fraturas.
Deve ser lembrada ainda a estreita relação do punho com as
288
artérias radial e ulnar, os nervos mediano, ulnar e o ramo sensiti-
vo do nervo radial. Tal proximidade torna o risco de lesão destas
estruturas possível quando da ocorrência de fraturas.
Figura 1 Medidas radiográficas normais do rádio (A) comprimento radial. (B) in-
clinação radial palmar no plano sagital. (C) angulo da superfície artricular do rádio
Mecanismos de fratura
Quadro clínico
Exame radiológico
290
Na classificação Ao as fraturas são classificadas em 03 grupos
(A, B e C).
As fraturas do tipo A (extra-articulares e estáveis) são trata-
das com redução incruenta, com o paciente sob anestesia troncu-
lar e aplicação de gesso axilopalmar por quatro semanas e, poste-
riormente, gesso antebraquiopalmar por mais duas semanas, com
exceção das fraturas tipo A3, que apresentam cominuição dorsal,
e dos pacientes idosos, que se comportam como instáveis, os quais
são tratados cirurgicamente com placa e parafusos.
As fraturas do tipo B (intra-.articulares marginais), predomi-
nantes em indivíduos jovens, são tratadas com redução aberta e
osteossíntese com placa e/ou parafuso. Após a cirurgia, o pacien-
te é mantido com tala gessada antebraquiopalmar por três a qua-
tro semanas, quando é utilizada imobilização removível e iniciada
terapia ocupacional por mais duas semanas, ao fim das quais são
reavaliados e retirada a imobilização, Exceção deve ser feita às
fraturas do tipo B 1, nas quais a fratura da apófise estilóide não
compromete a superfície articular, sendo tratadas com gesso ante-
braquiopalmar por quatro semanas.
As fraturas do tipo C são intra-articulares extremamente ins-
táveis; nas fraturas do tipo C 1, em que a congruência articular é
mantida, procede-se à redução aberta e osteossíntese com placa
e parafuso; o paciente é mantido em tala gessada por três a qua-
tro semanas, quando é retirada a imobilização removível para os
exercícios; na quinta semana, os pacientes são reavaliados e reti-
rada a imobilização.Classificação de Frykman para as fraturas de
Colles
É baseada na localização da fratura. É dividida em 08 tipos
(tipos de I a VIII).
Os tipos I e II são extra articulares. Os tipos III e IV são intra
articulares envolvendo a articulação rádio-cárpica. Os tipos V e VI
são intra-articulares envolvendoa articulação rádio-ulnar distal.
Os tipos VII e VIII são intra-articulares comprometendo tanto a
articulação rádio-cárpica quanto a rádio-ulnar distal.
Epônimos
FRATURA DE COLLES
- a descrição original era de uma fratura extra-articular. O ter-
mo presente refere-se a fraturas tanto intra quanto extra-articula-
res do rádio distal apresentando combinações variadas de angula-
ção ou desvio dorsal, desvio radial e encurtamento radial.
- clinicamente tem sido descrita como deformidade “em garfo”
- mais de 90% das fraturas do rádio distal tem este padrão
- o mecanismo de fratura é queda com o punho em hiperexten-
são, com desvio radial e com o antebraço em pronação
- fraturas intra-articulares são geralmente vistas em indiví-
duos jovens envolvidos em traumas de alta energia; lesões conco-
mitantes (neurológicas, carpo e ulna distal) são mais frequentes,
bem como lesões tanto da articulação radio-cárpica quanto rádio-
-ulnar distal.
292
Fig 4 Classificação eponímica de 05 tipos básicos de fraturas do rádio distal.
FRATURA DE SMITH
FRATURA DE BARTON
294
- escafóide 68.2 %
- piramidal 18,3%
- trapézio 4,3%
- semilunar 3,9%
- capitato 1,9%
- hamato 1,7%
- psiforme 1,3 %
- trapezoide 0,4 %
Fraturas do escafóide
Complicações
• Necrose do segmento proximal ocorre por uma fratu-
ra situada proximalmente à entrada da última artéria nutridora com
prejuízo à circulação do segmento proximal.
• Consolidação viciosa a deformação da anatomia local leva
a artrose rádio-cárpica
• Pseudoartrose ocorre geralmente por falha no diagnósti-
co da fratura, pouco tempo de imobilização ou tratamento inicial
tardio. Neste caso o tratamento cirúrgico se impõe consistindo em
redução da pseudoartrose com fixação dos fragmentos geralmen-
te com interposição de enxerto ósseo.
Fraturas do semilunar
É o quarto osso do carpo mais fraturado (depois do escafóide,
piramidal e trapézio).
É conhecido como “pedra fundamental” do carpo porque ele repousa
sobre uma bem protegida concavidade no rádio distal e ainda é
ancorado por ligamentos muito fortes ao escafóide e piramidal.
Distalmente é congruente com a cabeça convexa do capitato.
Seu suprimento vascular é derivado de arcos carpais proxi-
mais volares e dorsais.
O mecanismo de fratura é geralmente uma queda com o pu-
nho em hiperextensão.
A lesão se manifesta clinicamente com hipersensibilidade á
palpação sobre a região dorsal do punho, bem como dor à movi-
mentação.
Exames de imagem
296
ção com os outros ossos. Incidências oblíquas pode ser úteis mas
imagens de tomografia computadorizada demonstram melhor as
características da fratura. Imagens por ressonância nuclear mag-
nética (RNM) tem sido utilizadas com frequência crescente e é o
exame de imagem de escolha para necrose avascular (doença de
Kenböck).
Tratamento
Complicações
Fraturas do piramidal
Fraturas do psiforme
Avaliação radiográfica
Fraturas do trapézio
Constituem cerca de 3 a 5% das fraturas do carpo.
As fraturas do corpo do trapézio quase sempre envolvem
298
uma de suas quatro facetas articulares levando a subluxação do
polegar.
Cerca de 60% dos casos relatados tem resultados insatisfatórios
O mecanismo de lesão é uma compressão axial com o polegar
abduzido de modo a produzir um choque entre a base do primei-
ro metacarpiano sobre a superfície do trapézio.
As manifestações clínicas incluem dor à palpação do lado ra-
dial do punho associada a limitação da mobilidade da primeira
articulação carpo-metacarpal.
A avaliação radiográfica inclui incidências em PA padrão,
perfil e a incidência de Robert (visão em PA verdadeira da ar-
ticulação primeiro metacarpiano-trapézio obtida com a mão em
máxima pronação). Uma tomografia computadorizada pode ser
útil na revelação de fraturas ocultas do trapézio.
Tratamento
Fraturas do trapezoide
Tratamento
Complicações
Fraturas do capitato
300
Tratamento
Fraturas do hamato
Manifestações clínicas
Avaliação radiográfica
Tratamento
Complicações
302
incorrendo em prejuízo funcional para a mão (desvios maiores são
tratados cirurgicamente). O segundo e terceiro metacarpianos, sendo
menos móveis, aceitam graus menores de deformidades (10 a 15º) acima
dos quais o tratamento cirúrgico com redução e fixação da fratura se
impõe.
304
Fraturas das falanges
Falange distal
São na sua maioria estáveis necessitando somente de imobili-
zação por 02 semanas. Eventualmente pode haver necessidade de
estabilização cirúrgica em casos mais graves ou com envolvimen-
to do aparelho flexor ou extensor.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
306
FRATURAS DO MEMBRO INFERIOR E ACETÁBULO
LEMBRAR!
1 - SEMPRE ATLS SE POLITRAUMATISMO!
2 – VERIFICAR SE A FRATURA É EXPOSTA X FECHADA?
3 - AVALIAÇÃO RADIOGRAFICA PROXIMAL E DISTAL!
4 - TRATAMENTO INICIAL PROVISÓRIO
5 – LEMBRAR DAS DIFERENÇAS NO TRATAMENTO DE
ADULTO JOVEM, IDOSO e CRIANÇA.
REVISÃO DE ANATOMIA
308
WARD NO FÊMUR E CALCÂNEO??
310
Figura 4. Radiografia em posição antero-posterior da bacia. Retirado de NET-
TER, F. H. Atlas de Anatomia Humana. 4 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
312
VEL NO SERVIÇO É NA ATUALIDADE O PADRÃO OURO
PARA O ESTUDO E PLANEJAMENTO CIRÚRGICO AS FRA-
TURAS DO ACETÁBULO.
PACIENTES COM DOR NO QUADRIL E RADIOGRA-
FIA “NORMAL” NUNCA DEVE SER LIBERADO SEM ES-
TUDO DETALHADO COM RADIOGRAFIAS ESPECÍFICAS,
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA OU RESSONÂNCIA
MAGNÉTICA.
314
sua associação frequente com injúria ligamentar, que pode passar
despercebida ante um exame clínico incompleto.
As fraturas da extremidade distal do fêmur e as fraturas
do planalto tibial são relacionadas com trauma de alta energia
em jovens e de baixa energia em idosos, tendo como requisito na
maioria dos casos a restauração anatômica das superfícies articu-
lares e funcional do eixo anatômico para melhor recuperação de
função. Traumas de maior energia podem estar associados a lesão
neurológica ou vascular regional, exigindo exame físico comple-
to da extremidade, incluindo avaliação de sensibilidade, pulsos
e perfusão distais. A presença de lesões como da artéria poplí-
tea exigem intervenção imediata para estabilização do membro
(usualmente por fixação externa) e reparo da mesma para restabe-
lecimento de fluxo sanguíneo.
Há ainda fraturas-avulsões ligamentares e as fraturas de pa-
tela, estas podendo estar relacionadas a trauma direto ou a flexão
súbita de joelho estendido, e com potencial para evolução com
perda de força extensora do joelho se não devidamente tratadas.
316
Figura 12. Fratura exposta da diáfise de tíbia. Tratamento com fixador externo e
posteriormente conversão para haste intramedular. Retirado de http://rbo.org.
br/detalhes/1563/pt-BR/fratura-exposta-da-diafise-da-tibia---tratamento-com-
-osteossintese-intramedular-apos-estabilizacao-provisoria-com-fixador-externo-
-nao-transfixante
FRATURA DO TORNOZELO
FRATURAS DO PÉ
318
ou calcâneo, dependendo da intensidade do impacto e posição no
pé no momento dele; o paciente acometido apresenta dor, edema
local e limitação importante de deambulação; incidências radio-
gráficas específicas ou tomografia computadorizada são impor-
tantes na detecção de lesões.
Tanto fraturas do retropé como do mediopé exigem restaura-
ção do alinhamento e congruência articular do segmento para me-
lhor recuperação funcional, além de reabilitação precoce; ainda
assim pode persistir quadro doloroso crônico residual, devendo
ser descartada distrofia neurológica como causa associada.
SOLICITAR APÓS ATLS -RADIOGRAFIA DO PE AP,
PERFIL E OBLÍQUO (NÃO ESQUEÇAM DE SOLICITAR AS
INCIDÊNCIAS ESPECIAIS DE CANALE PARA INVESTIGA-
ÇÃO DO TÁLUS E BRODEM PARA INVESTIGAÇÃO DO
CALCÂNEO)
CURIOSIDADE !
“A articulação de Lisfranc, que representa a articulação entre
o mediopé e o antepé, é composta pelas cinco articulações tarso-
metatarsais (TMT). Jacques Lisfranc de Saint-Martin (1790-1847),
320
5 - KFURI JR, M; FOGAGNOLO, F, BITTAR, RC; FREITAS, RL,
SALIM, R; PACCOLA, Fraturas do planalto tibial. Rev. bras. or-
top. vol.44 no.6 São Paulo 2009
INTRODUÇÃO
Figura 1: Arcos de transferência do peso, nas posições ereta (A) e sentada (B)
324
Figura 2: Ossos da pelve, seus respectivos acidentes anatômicos e aparecimento
dos núcleos de ossificação
326
QUADRO CLÍNICO
328
A instabilidade pélvica pode ser examinada através de com-
pressão direta e manipulação, tais testes devem ser realizados
apenas uma vez, pois além de serem extremamente desconfortá-
veis ao paciente por conta da dor, a manipulação excessiva pode
deslocar coágulos e promover aumento do sangramento.
O exame neurológico distal a lesão é crucial em um primeiro
atendimento, devido a proximidade do plexo lombossacro com
a pelve, de difícil análise quando o paciente está inconsciente ou
entubado. Teste motor, sensitivo bilateral e comparativo deve ser
realizado nos membros inferiores, assim como os reflexos dos
membros inferiores e bulbo cavernoso (em caso de trauma raqui-
medular associado).
330
Incidência inlet ou entrada da pelve
CLASSIFICAÇÃO
332
tratamento a ser realizado e prognóstico de acordo com a mesma.
As classificações mais utilizadas atualmente são a de Tile e a clas-
sificação de Young e Burgess. A classificação de Tile fundamenta-se
em analisar se o anel pélvico está estável ou não, e caso não esteja,
que tipo de instabilidade ocorre, sendo descrita no quadro 1 abaixo:
Figura 14: Lesão segundo Tile tipo B1 (“livro aberto”) e tipo C1 (cisalhamento
vertical unilateral).
Figura 15: Imagens exemplificando compressão antero posterior tipo II, com-
pressão lateral tipo II e cisalhamento vertical segundo classificação de Young e
Burgess
334
TRATAMENTO
Figura 19: Exemplo de fixação do anél pélvico anterior com placas e pa-
rafusos
336
As fraturas instáveis verticalmente e rotacionalmente (tipo
C de Tile) requerem tratamento cirúrgico devido ao alto grau de
instabilidade e potencial risco de desvio em caso de tratamento
conservador assim como dor, encurtamento do membro e defor-
midade rotacional.
Os sinais radiográficos de instabilidade das fraturas de anel
pelvico são:
• Fraturas múltiplas;
• Abertura > 2,5 cm da sínfise púbica;
• Deslocamento de > 5 mm do complexo sacroilíaco poste-
rior;
• Presença de desvio de fratura sacral;
• Fraturas por avulsão (espinha isquiática, tuberosidade is-
quiática, sacro, processo transversal da 5ª vértebra lom-
bar).
COMPLICAÇÕES
338
Linha 4
340
Figura 22: Classificação de Denis para fraturas de sacro
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
342
4.Denis F., Davis S., Comfot T. Sacral fractures: an important
problem: retrospective analysis of 236 cases. Clin Orthop Relat
Res 227:67–81, 1988.
7.Freitas CD, Garotti JER, Nieto J, Guimarães RP, Ono NK, Honda
E et al. Houve mudanças na incidência e na epidemiologia das
fraturas do anel pélvico nas últimas décadas? Rev Bras Ortop.
2013;48(6):475-81.
9.Pereira GJC, Damasceno ER, Dinhane DI, Bueno FM, Leite JBR,
Ancheschi BC. Estudo epidemiológico das fraturas e lesões do
anel pélvico. Rev Bras Ortop. 2017;52(3):260-9.
344
DOENÇA DEGENERATIVA ARTICULAR
ARTROSE
Introdução
A osteoartrose é a forma mais comum de artrite e ocorre quando
a cartilagem de proteção nas extremidades de seus ossos se desgasta
com o tempo, mas que também pode danificar outros componentes
articulares, como os ligamentos, a membrana e o líquido sinovial.
A cartilagem articular tem como função promover o desliza-
mento sem atrito entre duas extremidades ósseas durante o movi-
mento articular (Figuras 1 e 2). É de caráter progressivo e envolve
especialmente as articulações dos membros inferiores e segui-
mentos vertebrais submetidas às cargas do peso corporal durante
o processo da marcha e manutenção do posicionamento estático.
A osteoartrose pode ser poliarticular, no entanto ocorre prin-
cipalmente nas articulações de carga. Vários fatores podem estar
associados a essa patologia como traumas e idade. Segundo a clas-
sificação, a mesma poderá ser primária ou secundária, de acordo
com fator causal. Os termos primária ou idiopática são utilizados
quando não se pode definir uma causa específica. Também pode
ser classificada em hipertrófica e atrófica, a depender do aspecto
radiológico, especialmente no que diz respeito a osteófito. A pio-
ra, tanto clínica como radiológica é progressiva e não existe cura,
Etiopatogenia
É uma doença relacionada à idade, mas não é simplesmente uma
consequência desse processo de envelhecimento. Diversos fatores
genéticos, anatômicos e metabólicos podem levar ao mesmo resultado
final de degeneração da cartilagem, dor, deformidade e limitação
funcional da articulação.
Vários são os fatores de risco relacionados à osteoartrose,
entre eles principalmente a idade, sendo antes dos 50 anos mais
comum em homens e após essa fase maior em mulheres, predis-
posição genética, alterações hormonais, obesidade, alteração da
biomecânica articular com deformidades secundárias à mesma,
hipermobilidade que implica em maior estresse articular e como
consequência, maior desgaste da cartilagem e o trauma.
Sabe-se que as sobrecargas repetitivas ou macro traumas na
articulação podem causar um desequilíbrio na malha de fibras co-
lágenas e com isso romper as cadeias de Proteoglicanos que com-
põem a cartilagem diminuindo dessa forma o efeito principal da
mesma que é o amortecimento do choque articular.
Diagnóstico
Tratamento
O Tratamento pode se dar de forma conservadora ou cirúr-
346
gica dependendo do quadro clínico do paciente. Os objetivos são
o controle da dor e a melhora da função articular permitindo com
que o paciente tenha uma melhora da qualidade de vida. É impor-
tante uma mudança no estilo de vida adotado pelo paciente como
emagrecimento, atividades que não sobrecarreguem a articulação
acometida e fisioterapia realizada por um profissional habilitado,
tanto para analgesia como para reforço muscular.
As medicações podem ser utilizadas de forma tópica ou sis-
têmica, sendo a capsaisicina e o diclofenaco os mais usados de
forma tópica e os Anti-inflamatórios Não Esteroidais (AINES) de
forma sistêmica, sendo atualmente os mais utilizados os inibido-
res da Cicloxigenase 2 (Cox-2) devido aos menores efeitos colate-
rais. Há ainda as medicações de uso a longo prazo, os condropro-
tetores, como a glicosamina, condroitina e a unidade de colágeno
tipo II. Sabe-se que a glicosamina e a condroitina são precursores
dos Proteoglicanos que formam a base do no nosso tecido car-
tilaginoso. O UCII contém proteínas que compõem os fluidos e
participam de nossa cartilagem e articulações. Mais de 90% do
colágeno do nosso corpo do corpo humano são dos tipos I e III,
sendo apenas 10% do tipo II. Ao longo dos anos os níveis de co-
lágeno no corpo humano começam a diminuir, sendo que depois
dos 60 anos essa diminuição é em torno de 50%, sendo necessário
a suplementação.
Mais recentemente o Metilsulfonilmetano (MSM), um com-
posto derivado do enxofre, vem sendo utilizado com bons resulta-
dos para tratar osteoartrite nas fases iniciais. O enxofre é o terceiro
mineral mais importante do corpo humano, presente nos múscu-
los esqueléticos e cartilagens, porém sua absorção diminui com
a idade, tornando-se necessária a reposição adequada. O MSM
parti cipa da síntese do colágeno e aminoácidos, contribuindo na
manutenção de cartilagem e de músculos, além de possuir ações
anti-inflamatória e anti-oxidante.
A boswellia serrata também vem sendo utilizado como coad-
juvante no tratamento da osteoartrose. Trata-se de uma planta
originária da Índia e da Arábia Saudita. É bastante utilizada por
suas atividades anti-flamatórias, sem no entanto causar os efei-
tos colaterais típicos dos mesmos como úlcera e gastrite.
ANEXOS
348
Figura 3 - Incidência em AP de punho: Artrose de punho.
Fonte: Orthoinfo.
350
Figura 9: Radiografia de joelho em ântero-posterior de osteotomia valgi-
zante de joelho (pré e pós operatório).
5.Bozic KJ, Kurtz SM, Lau E, Orig K, Vail TP, Berry DJ. The epi-
demiology of revision total hip arthriplasty in the United States. J
Bone Joint Surg Am. 2009; 91:128-133
352
10.eOrthopod. Osteotomia femoral valgizante. [image on the In-
ternet]. [place unknown]: [publisher unknown]. [cited 2020 Jun
16]; Available from: https://eorthopod.com/developmental-dys-
plasia-of-the-hip-in-children/
354
ARTROSE DE QUADRIL
INTRODUÇÃO
EPIDEMIOLOGIA
ETIOPATOGENIA
QUADRO CLÍNICO
CLASSIFICAÇÃO
356
• Reação biológica;
• Amplitude de movimento.
I. Etiologia
TRATAMENTO
358
são bem toleradas, assim como pilates e posições de yoga que não
imponham flexão exagerada dos quadris.
Fisioterapia é uma opção válida para controle de dor, corre-
ção postural e mesmo fortalecimento muscular em pacientes que
não possam fazer musculação. O uso de dispositivos de apoio à
marcha, como bengala e andador, é útil em especial em pacientes
mais idosos com risco de queda, apesar de culturalmente não se-
rem bem aceitos.
As crises de dor podem ser tratadas com analgésicos como
dipirona e anti-inflamatórios. Devido aos riscos renais e gastroin-
testinais, estes últimos devem ser usados com parcimônia em in-
divíduos com mais de 50 anos. O uso de opióides como tramadol é
indicado em crises severas de dor, sempre sob supervisão médica.
O uso de condroprotetores é controverso na literatura médi-
ca. Um dos mais populares no nosso meio, a combinação de gluco-
samina de condroitina, em alguns países como Estados Unidos é
comercializado como suplemento alimentar, e em estudos rando-
mizados duplo-cegos tem mostrado pouca ou nenhuma diferença
em relação ao paracetamol no controle da dor. O colágeno hidro-
lisado UC-II parece ter ação mais efetiva no controle da dor. O ex-
trato seco de cúrcuma longa, em tese agiria como um antagonista
de metaloproteases e interleucinas envolvidas na degradação da
cartilagem articular, mas sua efetividade ainda carece de estudos
robustos. Injeções articulares de ácido hialurônico, principalmen-
te quando associados a corticoides de depósito podem promover
o alívio da dor por até seis meses em casos selecionados, mas sua
indicação deve ser criteriosa pois o custo do procedimento é ele-
vado e deve ser realizado por médico especialista.
Tratamento cirúrgico
• Osteotomia;
• Artrodese;
• Artroscopia;
• Artroplastia.
360
Na osteotomia pélvica reconstrutiva (Figuras 4, 4.1, 5 e 6) é
necessário como critério radiológico que exista uma displasia ace-
tabular, ainda sem sinais de artrose estabelecida com preservação
de espaço articular permitindo dessa forma a realização de radio-
grafias dinâmicas (Pemberton, Salter, Sutherland, Steel, Wagner e
Ganz). É indicada no paciente com dor no quadril, mas com mo-
bilidade normal.
A osteotomia pélvica de salvação (Figuras 7 e 8), também co-
nhecida como osteotomia de interposição capsular, é chamada des-
sa forma por não se valer da cartilagem hialina para restauração
funcional da articulação (Chiari e Staheli). Estão indicadas em pa-
cientes jovens, geralmente antes do amadurecimento esquelético.
II. Artrodese
III. Artroscopia
362
plástico conhecido como polietileno, ou seja, uma haste metálica
de aço, fixada no fêmur com cimento, com uma cabeça metálica
articulando com taça em forma de soquete de polietileno no ace-
tábulo, por sua vez fixada também com cimento.
A primeira evolução foi o uso de titânio (Figura 13) e o revesti-
mento de hidroxiapatita das hastes e para revestimento da taça ace-
tabular. Isso permitiu o advento das próteses não cimentadas. As
cabeças das próteses, por terem que ser lisas e polidas para dimi-
nuir o atrito com a taça de polietileno, passaram a ser fabricadas em
uma liga de cromo e cobalto. Algumas evoluções, no entanto não se
revelaram muito acertadas, como foi o caso das próteses totalmente
metálicas, que apresentaram índices de complicações inaceitáveis
sendo retiradas aos poucos do mercado. Atualmente, próteses de
liga de titânio revestidas de hidroxiapatita com cabeças de cerâ-
mica articuladas com uma interface de cerâmica no acetábulo ou
de polietileno de alto peso molecular. Mas a despeito de toda essa
evolução a seleção correta do paciente e o correto posicionamento
do implante são cruciais para a durabilidade do implante.
Ressalte-se que é primordial que o paciente entenda o proce-
dimento e que fique atento aos cuidados para que a prótese tem
uma durabilidade alta. Evitando após a cirurgia, exercícios de
impacto e movimentos bruscos em adução e rotação externa do
quadril operado que podem luxar a prótese.
Apesar de ser um procedimento de grande sucesso entre mé-
dicos e pacientes a artroplastia de quadril é um procedimento de
grande porte e deve ser realizada em uma instituição apta para
cirurgias de alta complexidade e por uma equipe médica especia-
lizada. Diversos cuidados devem ser tomados para a profilaxia
de trombose venosa profunda, infecção e problemas ligados ao
imobilismo.
Fonte: e Orthopod.
Figura 3 - Osteotomia femoral valgizante
Fonte: eOrthopod.
364
Figura 3.1 - Osteotomia de fêmur proximal para correção de pseudoar-
trose de fêmur
Fonte: eOrthopod.
Figura 4.1 - Osteotomia pélvica de Salter.
Fonte: eOrthopod.
366
Figura 8 - Osteotomia pélvica de salvação tipo Staheli.
Fonte: eOrthopod.
Fonte: eOrthopod.
368
Figura 13 – Radiografia e representação gráfica de prótese de quadril em
Titânio com cabeça de cerâmica e inserto acetabular também de cerâmica.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
5.Bozic KJ, Kurtz SM, Lau E, Orig K, Vail TP, Berry DJ. The epi-
demiology of revision total hip arthriplasty in the United States. J
Bone Joint Surg Am. 2009; 91:128-133
370
14.Gomes LSM, Schuroff AA, Honda EK, Cabral FJSP, Suzuki I,
Penedo JLM, et al, editors. O quadril. São Paulo: Atheneu; 2010.
372
ARTROSE DO JOELHO
Introdução
A artrose ou osteoartrite (OA) do joelho é uma doença dege-
nerativa metabólica crônica, progressiva de evolução lenta e gra-
dual que atinge pessoas de meia idade 1. A artrose é a principal
causa de incapacidade musculoesquelética no mundo. A incidên-
cia e a prevalência aumentam com o envelhecimento. As mulhe-
res são mais acometidas que os homens. Nos Estados Unidos es-
tima-se que 85% da população com 75 anos ou mais de idade seja
atingida2 .
A artrose pode ser primária , também chamada idiopática, ou
secundária. A forma primária é a mais frequente e a secundária
ocorre em decorrência de alguma doença de base, podemos citar:
doenças metabólicas (gota, pseudogota), doenças reumatológicas
(artrite reumatóide, espondilites soronegativas), congênitas (dis-
plasias epifisárias), infecções ou traumas.
Fatores de risco:
Obesidade, sexo feminino, envelhecimento, sedentarismo,
esportes de alta demanda, desvio de eixo 3,4.
Quadro clínico:
A dor é o sintoma mais encontrado, frequentemente associa-
Alterações radiológicas
374
Quadro 1: Classificação de Ahlbäck e modificado por Keyes et al 7,8
Tratamento
376
tina, um inibidor da recaptação de serotonina e noradrenalina tem
efeito sobre a diminuição da dor 25 e pode fazer parte do leque de
drogas sistêmicas no tratamento da gonartrose.
No nosso meio, além das drogas citadas anteriormente, é
muito comum a suplementação oral de elementos que compõem
a cartilagem, e os mais usados são a glucosamina e condroitina. A
glucosamina é um precursor de glicosaminoglicanos sendo um
importante agente para a produção de componentes da matriz ex-
tracelular da cartilagem, além de efeito condroprotetor inibindo
enzimas de degradação de proteoglicanos. O sulfato de condroi-
tina é um componente da matriz extracelular e tem vários meca-
nismos de ação na cartilagem, atuando sobre os níveis de colage-
nases que degradam a colágeno tipo II, apoptose de condrócitos,
síntese de ácido hialurônico e proteoglicanos 26. Mais recentemen-
te a suplementação de colágeno hidrolisado foi introduzida no
mercado, pois estudos mostraram seu efeito benéfico sobre a car-
tilagem em mapeamento por ressonância 27 e diminuição da dor
articular em atletas 28. A suplementação destes elementos citados
ainda é alvo de discussão, pois nem todos os estudos mostraram
sua eficácia clínica.
Cirúrgico
378
tipo 41, certamente estes números se devam a maior expectativa de
vida da população e os já conhecidos bons resultados desta cirur-
gia com uma taxa de sobrevida em 10 anos de 96,63% 42. (figura 2)
Figuras 1 e 2
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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384
ESCOLIOSE IDIOPÁTICA
Introdução
Figura 1
386
no entanto, a escoliose progride e pode ser necessário tratamento
complexo em longo prazo. Mehta descreveu o ângulo costover-
tebral (ACV), que é o ângulo entre o corpo vertebral e a costela
medido bilateralmente no ápice da curva. Em seu estudo de 138
pacientes, Mehta observou melhora espontânea da deformidade
em 80% dos pacientes cuja diferença de RVA (RVAD) foi menor
que 20 ° e progressão em 80% dos pacientes com RVAD maior que
20 °.4
Cerca de 70% das escolioses juvenis não têm resolução es-
pontânea e tendem a progredir. Curvas juvenis maiores que 30º
e as que surgem antes dos 6 anos geralmente irão progredir. Por
outro lado se espera resolução espontânea para curvas com diag-
nóstico mais tardio e com menos que 25º de magnitude.4
A escoliose do adolescente segue um curso geralmente
benigno. Muitos fatores são considerados na avaliação de seu
prognóstico, como maturidade esquelética, magnitude da curva
e localização da curva; e o principal fator é o potencial de cresci-
mento. O pico da velocidade de crescimento ocorre 6-12 meses
antes da menarca e em meninos coincide com o fechamento da
cartilagem trirradiada vista em radiografias simples de bacia.4
A probabilidade de progressão entre adolescentes com ângulo
de Cobb menor ou igual a 20 ° está na faixa de 10% a 20%. Em
adolescentes, assim como em crianças, quanto mais acentuada
a escoliose, maior a chance de progressão: entre os adolescentes
com uma curva escoliótica superior a 20 ° combinada com um
estado ósseo imaturo, a probabilidade de progressão pode ser
de 70% ou mais.5
O estágio da maturação óssea pode ser determinado através
de radiografias simples de várias regiões do esqueleto, incluindo
as cristas ilíacas e a cartilagem trirradiada do acetábulo (figura
2). O grau de ossificação da apófise da crista ilíaca é denominado
sinal de Risser, que vai de 0 até 5. Se ainda não há ossificação da
apófise, o estágio de Risser é 0; uma apófise completamente fun-
dida ao osso corresponde ao estágio 5 de Risser. A ossificação na
apófise ilíaca avança de lateral para medial, e o estágio de Risser é
definido localizando a extremidade medial da apófise na imagem
Figura 2
388
etiologias de escoliose não idiopática. Especialmente para os casos
infantis e juvenis, devem ser colhidos dados do pré-natal, nasci-
mento e desenvolvimento. Durante a avaliação das escolioses do
adolescente são importantes o pico da velocidade de crescimento,
a idade da menarca nas meninas e idade da alteração da voz nos
meninos. O paciente é examinado despido e em ortostase, onde se
observa o alinhamento da cabeça em relação à pélvis nos planos
sagital e coronal e assimetrias de ombros, mama, talhe e pélvis. A
avaliação da rotação é feita pelo teste de Adams (Figura 3) e pode
ser quantificada com uso de escoliômetro.
Figura 3
Avaliação Radiográfica
Classificação
390
Novas tecnologias que proporcionam reconstrução tridimen-
sional da coluna vertebral podem servir de base para uma clas-
sificação verdadeiramente tridimensional da deformidade e para
novos conceitos terapêuticos.
Tratamento
392
Figura 4
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ETIOLOGIA
ANAMNESE
Mesmo que em boa parte dos pacientes não seja possível es-
tabelecer qual a causa exata da lombalgia16, a anamnese deve focar
398
na localização, intensidade e duração da dor. Deve-se investigar,
ainda, história de episódios prévios e tratamentos já realizados,
bem como a resposta terapêutica a esses tratamentos17.
É importante a investigação das red flags e yellow flags, tanto para
a análise clínica quanto para a determinação de prognóstico. As
red flags indicam que a dor lombar pode ser causada por condi-
ções de maior gravidade. Já as yellow flags indicam maior risco de
recorrência ou maior probabilidade de resposta terapêutica insa-
tisfatória, mesmo em lombalgias de causa mecânica18,19.
As red flags indicam riscos eminentemente físicos, com pos-
sibilidade de etiologias mais graves, que necessitam de uma in-
vestigação mais específica ou de uma intervenção mais rápida18,19,
como será visto com mais detalhes no tópico de exames comple-
mentares. Destacam-se, dentre as red flags: idade superior a 50 anos
com história de trauma, idade superior a 70 anos, febre, calafrios,
ITU ou infecção cutânea recente, trauma moderado/grave, dor ao
deitar, déficit neurológico progressivo, anestesia em sela, ciatalgia
bilateral, retenção urinária, incontinência fecal, perda ponderal
inexplicada, história ou suspeita de neoplasia, osteoporose, imu-
nossupressão, uso de drogas intravenosas e falha terapêutica após
6 semanas18,19.
Ao contrário das red flags, as yellow flags sugerem fatores de
risco psicossociais, e podem representar algum aspecto da vida
pessoal que interfere diretamente na dor. Esse aspecto necessita
de uma investigação mais detalhada e de uma intervenção mais
focada. As yellow flags podem estar relacionadas a atitudes e cren-
ças com relação à dor, a emoções, ao comportamento doloroso, a
aspectos compensatórios, à família, ao trabalho e às expectativas
com relação ao diagnóstico e ao tratamento. Elas são mostradas na
tabela 1, a seguir18,19:
EXAME FÍSICO
400
vidade sem resistência do examinador;
• Grau 2: há força muscular e movimentação articular ape-
nas se a resistência da gravidade for removida;
• Grau 1: há apenas esboço de movimento ou fasciculações
musculares;
• Grau 0: nenhum movimento é observado.
É necessário, ainda, fazer a investigação do comprometimento
radicular, conforme a tabela 2, a seguir21:
EXAMES COMPLEMENTARES
402
Dessa forma, os exames de imagem devem ser solicitados
apenas para pacientes com déficit neurológico grave, condições
subjacentes, ausência de melhora de dor inespecífica em 4 a 6 se-
manas ou presença de red flags17. As radiografias em incidência
anteroposterior e de perfil podem ser úteis para avaliação de tu-
mores, infecções, instabilidade na coluna, espondilose e espondi-
lolistese23.
A tomografia computadorizada (TC) e a ressonância nuclear
magnética (RNM) são mais sensíveis do que a radiografia e per-
mitem detecção precoce de achados de malignidade, infecções,
hérnia de disco e estenose na coluna. A RNM é preferível, devido
à melhor visualização de tecidos moles, prevenção de radiação e
maior sensibilidade para infecções, câncer metastático e tumores
neurais. A TC E RNM devem ser solicitadas em casos suspeitos de
malignidade ou infecções, déficits neurológicos progressivos ou
dor inexplicável que persiste por mais de 12 semanas23.
Exames laboratoriais como hemograma, antígeno prostático
específico (PSA) e sumário de urina podem ser solicitados diante
da suspeita de doenças sistêmicas. A eletroneuromiografia pode
ser útil para estabelecer o diagnóstico diferencial com síndromes
neuropáticas periféricas, estenose de coluna e radiculopatias23.
A seguir, na tabela 3, as red flags são relacionadas a possíveis
etiologias para a queixa de dor lombar. Além disso, são elencadas as
respectivas estratégias de investigação inicial e adicional pertinentes
em cada caso, tanto por exames de imagem quanto por exames
laboratoriais18,19:
406
Tratamento farmacológico
408
Tratamento cirúrgico
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414
SINDROME DOLOROSAS DO OMBRO
INTRODUÇÃO
- Radiculopatia cervical
- Lesão nervosa
- Distrofia simpática reflexa
- Sindrome do desfiladeiro torácico
- Vesícula biliar
- Gravidez ectópica
- Pulmão
- Baço
- Coração
- Fibromialgia
- Tumores e metástases
Introdução
416
O reconhecimento da grande complexidade anatômica e
funcional do ombro e a conceituação da doença do manguito ro-
tador como uma síndrome que engloba um conjunto de sinais e
sintomas, relacionados não somente ao arco coracoacromial e ao
impacto subacromial, mas também a outras estruturas e eventos,
como o impacto interno, o labrum glenoidal e as instabilidades
glenoumerais. 6-8
Anatomia Funcional
Figura 01
Quadro Clínico
418
características, o tipo de ocupação profissional ou de prática es-
portiva, a história de um ou mais eventos traumáticos e tratamen-
tos prévios (fisioterapia, infiltrações, etc.), a dominância, a idade e
o sexo são informações valiosas.
No exame físico é avaliado a assimetria da cintura escapular,
onde se observa algum grau de atrofia das fossas supraespinhal
e infraespinhal. A mensuração da amplitude de movimento ativa
e passiva dos ombros é imprescindível para a diferenciação com
outras lesões (capsulite adesiva, artrose glenoumeral, etc) 6. Os
sinais de irritação do manguito rotador podem ser demonstrados
por diversas manobras: as de Neer, Hawkins-Kennedy e Yokum
para o impacto ântero-superior. Algumas manobras permitem
avaliar componente específico do manguito rotador: o teste de
Jobe para o supraespinhal , o teste de Gerber (lift-off e o belly-
-press) para o subescapular e o teste de Patte para o infraespinhal.
Exames complementares
Classificação
Tratamento
420
algumas vantagens importantes em relação ao procedimento
aberto: menor morbidade, menor desconforto pós-operatório, rea-
bilitação é mais rápida e a possibilidade de um completo inventá-
rio articular e subacromial, visualizando e, se necessário, tratando
todas as possíveis lesões associadas.
TENDINITE CALCÁRIA
Introdução
Fisiopatologia
Figura 03
Exames complementares
422
Tratamento
CAPSULITE ADESIVA
Introdução
Tratamento
424
do há presença de sintomas, é muito comum a pessoa ter dor no
ombro durante a palpação e a movimentação.
O diagnóstico é feito com radiografia e tomografia que mos-
tra a artrose em estágios moderados e avançados.
O tratamento nos estágios inicias é conservador com anal-
gésico, anti-inflamatório e fisioterapia. Já nos estágios avançados
a indicação é cirúrgica de ressecção da clavícula distal em média
5 mm, que é a cirurgia de Mumford, pode ser por via aberta ou
artroscópica.
INSTABILIDADE GLENOUMERAL
Introdução
CLASSIFICAÇÃO
Diagnóstico
Exame físico
- Teste da apreensão
- Teste da gaveta
- Teste do sulco
Exames complementares
426
A ressonância magnética é técnica padrão ouro para mostrar
lesão de Bankart e lesão de Hill-Saches.
Tratamento
O tratamento conservador tem sua principal indicação para
os pacientes com instabilidade atraumática, na tentativa de substi-
tuir os estabilizadores estáticos por dinâmicos, trabalhando a pro-
priocepção e o controle neuromuscular; deve ser realizado por um
período mínimo de seis meses, podendo prolongar-se a um ano. A
luxação traumática aguda deve ser reduzido imobilizado por 15
dias, depois encaminhado para fisioterapia. Já luxação traumática
recidivante(segundo ou mais episodio) é tratado por cirurgia via
aberta ou artroscópica.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
428
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thop Surg. 1997;5 (4):183-91.
430
PATOLOGIAS DA MÃO E DO PUNHO
INTRODUÇÃO
DEFORMIDADES CONGÊNITAS
432
Figura 1 – Hemimelia unilateral. Fonte: PINHEIRO, LB & SILVEIRA,
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434
Figura 3 – Mão em fenda acometendo o 3º raio. Fonte: Cyriac, Malay-
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drome.” Indian journal of dermatology, venereology and leprology 72 1
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ac-Lashpa/dfe1c96f64c08490dafaa807c6dba4c20b82b385> Acessado em
09/05/2020.
2.3 Duplicação
436
2.4 Hipercrescimento
2.5 Hipocrescimento
438
Fig. 7 – Bandas de constricção congênitas. Fonte: PASSOS DA ROCHA,
F.; PIRES, J.; FAGUNDES, DJ.; SAULO DA CUNHA, R..Síndrome de bri-
das amnióticas: relato de un caso de tratamiento quirúrgico y revisión de
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78922013000200011&script=sci_arttext&tlng=pt>. Acessado em 09/05/2020.
440
no, sendo eletroneuromiografia é o “gold standart” dos exames
diagnósticos. Nas fases iniciais, pode-se tentar tratamento conser-
vador com órtese de uso intermitente em posição neutra e medi-
cação anti-inflamatória nos casos de tenossinovite associada. Uso
de piridoxina (vitamina B6) parece não alterar história da doença.
Infiltração de esteróides em casos com menos de 1 ano de evo-
lução melhora em 80% dos pacientes, mas a recorrência é gran-
de. Falha no tratamento conservador ou casos intermediários e
avançados, indica-se a liberação do ligamento carpal transverso,
levando a melhora dos sintomas na maioria dos pacientes. Podem
ser usadas a técnica aberta ou a artroscopia, cada uma com suas
vantagens e desvantagens próprias. 4,8
442
bilateral). Tratamento cirúrgico somente se o déficit neurológico
for persistente. 4
- Síndrome do pronador: compressão das fibras motoras e
/ou sensitivas do nervo mediano dentro do músculo pronador,
produzindo uma síndrome da paralisia motora ou uma síndrome
sensitiva dolorosa do pronador redondo, podendo ocorrer devido
a constrições por estruturas anatômicas como o processo supra-
condilar, o ligamento de Struthers, o músculo de Gantzer ou o
lacertus fibrosus, ou mesmo como consequência de fraturas ou
luxações. Os sintomas são vagos, como desconforto no antebra-
ço proximal, dor “tipo cansaço”, parestesia imprecisa, em toda a
mão, apresentando, diferentemente da síndrome do túnel do car-
po, alteração sensitiva também no triângulo palmar, já que afe-
ta também o ramo cutâneo palmar do nervo mediano, originado
proximalmente ao túnel carpal. Testes provocativos reproduzem
os sintomas, como fazendo-se flexão contra resistência do cotove-
lo com antebraço supinado; pronação contra resistência com o co-
tovelo em extensão; e flexão isolada da interfalangeana proximal
do 3º dedo. A maioria é de tratamento conservador. 4
- Síndrome do interósseo anterior: ocorre no terço proximal
do antebraço, por compressão do nervo interósseo anterior, ramo
puramente motor do nervo mediano que tem origem 4 a 6cm
distais ao cotovelo, inervando flexor longo do polegar, flexor pro-
fundo dos dedos médio e indicador e pronador quadrado. Etio-
logia por músculos acessórios ou anômalos, bandas tendinosas,
fraturas, etc. Ocorre incapacidade de fletir as articulações interfa-
langeanas do polegar, do indicador e médio, causando a incapaci-
dade de fazer a pinça digital ponta a ponta (ocorre polpa a polpa).
Liberação cirúrgica raramente é necessária. 4
- Síndrome do túnel cubital: segunda síndrome compres-
siva mais comum do membro superior, podendo haver constri-
ção no túnel cubital ou pelo ligamento de Struthers, tendo como
causas anomalias musculares, cúbito valgo, sequelas de fraturas/
luxações, tumores, etc. Sintomas de dormência em território de
nervo ulnar desde a região do cotovelo. Pode haver garra ulnar e
atrofia da musculatura intrínseca da mão. Testes como o de Fro-
444
residual. Não há tratamento medicamentoso comprovado ainda,
embora existam trabalhos sobre o uso de vitamina “E” no retar-
do da fase proliferativa. O tratamento conservador inclui alonga-
mentos, mas passa a ser cirúrgico quando se tem flexão da arti-
culação metacarpofalangeana a partir de 30 graus ou flexão da
interfalangeana proximal a partir de 15 graus, sendo uma técnica
muito usada a fasciectomia parcial, excisando-se somente tecido
deformante maduro. Outra técnica usada é a de MO ideal é operar
na fase residual, quando ocorre menos recidiva. 2,9
6.0 RIZARTROSE
446
gar. O tratamento inicial é sempre conservador, com uso de anti-
-inflamatórios não hormonais, modificação de atividades e órtese
com extensão do polegar. Se a sintomatologia persistir, existem
várias técnicas cirúrgicas, dependendo da fase de evolução da
doença, podendo-se fazer reconstrução do ligamento oblíquo vo-
lar (como na técnica de Eaton, que utiliza como substituto para
o ligamento uma fita retirada do tendão flexor radial do carpo,
ou na técnica de Zancolli, utilizando uma fita do abdutor longo
do polegar), trapezectomia associada à reconstrução ligamentar e
interposição tendínea, artroplastias ou até artrodese trapézio-me-
tacarpiana.4,10
448
Figura 12- Fonte: Sousa, LC. Doenças comuns. Disponível em <https://
sites.google.com/site/testeleocezar1/doencas-comuns/dedo-gatilho>.
Acessado em 12/05/2020.
8.1 FELON
8.2 PARONÍQUIA
450
para o túnel do carpo e em 50-80% das vezes se comunicam. Atra-
vés desta comunicação proximal, uma infecção pode se propagar
entre polegar e dedo mínimo criando um abscesso em forma de
ferradura (“horseshoe infection”). Staphylococcus aureus é o agente
mais comum, porém Streptococos e Gram negativos também são
envolvidos frequentemente. Em casos raros, micobactérias atípi-
cas são responsáveis por infecções crônicas e indolentes com teno-
sinovite abundante. Existem 4 sinais clássicos de infecção a serem
aqui detectados (sinais de Kanavel): atitude em flexão dos dedos
no repouso, dor à palpação da bainha dos flexores, edema fusifor-
me dos dedos e dor severa à extensão passiva dos dedos. Esses si-
nais podem não estar presentes no inicio. Tratamento tardio pode
acarretar em necrose do tendão, aderências e perda de amplitude
de movimento. O tratamento pode ser conservador nas primei-
ras 24 horas da infecção (antibioticoterapia, elevação e repouso
do membro). Se não houver melhora após 24 horas, a drenagem
cirúrgica é necessária. 2,4
452
vido ao contato muito próximo dos tendões flexores superficial e
profundo na zona 2, esta área tem pior prognóstico, com grande
tendência a aderências tendíneas (chamada “terra de ninguém”
porque houve uma época em que os cirurgiões preferiam não
abordá-la). No exame clinico, para testar se existe lesão de um
tendão flexor profundo, estabiliza-se a falange media do dedo e
pede-se ao paciente para fletir a falange distal. Se não conseguir,
o tendão está lesado. Para testar o flexor superficial, estabiliza-se
as falanges proximais dos dedos íntegros e pede-se que o pacien-
te dobre o dedo a ser examinado. Se não conseguir, indica lesão
(Figura 14).
454
Figura 15 – Anatomia do aparelho extensor do dedo. Fonte: Celli, M. et
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lacerations in zone II”, in Verdan, C. (Ed.): Tendon surgery of the
hand, New York, Churchill Livingstone, 1979. p. 71-75.
458
OSTEOCONDROSES
1- Introdução
2- Classificação
460
O tratamento é feito com bota gessada 4 com suspensão da car-
ga, calçados com palmilhas (de arco longitudinal e cunha interna
do tacão) ou ortóteses até que o paciente se torne assintomático 5.
462
Imagem 2- Doença de Legg-Calvé-Perthes, Disponível em: http://fisiote-
rapiajoaomaia.blogspot.com/2013/10/doenca-de-legg-calve-perthes.html
464
dade e fragmentação. O tratamento passa por restrição da activi-
dade física e alongamentos ¹.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
466
3: El-Khoury,G.Y. Critérios de Adequação do ACR [publicado
online]. Publicado em 04 de junho de 2017 [Acessado em 3 de
abril de 2020]. Disponível em: https://cbr.org.br/wp-content/
uploads/2017/06/04_09.pdf
468
17: Filho, A.A.M. Doença de Scheuermann [ Publicado online]. [
Publicado 19 de dezembro de 2019; Acessado em 3 de abril de
2020]. Disponível em: https://www.abc.med.br/p/sinais.-sinto-
mas-e-doencas/1354488/doenca+de+scheuermann.htm
DEFINIÇÃO
ETIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA
472
Os fatores de risco para a DDQ incluem: filhos primogênitos,
oligoidrâmnio, sexo feminino (80% dos casos), apresentação pélvi-
ca, raça branca, histórico familiar positivo para DDQ, anteversão
do colo femoral ou do acetábulo. Casos de DDQ, frequentemente,
vêm associados a torcicolo congênito e metatarso aduto. (LOVELL)
A incidência da DDQ é variável, a depender de vários fato-
res, inclusive da localização geográfica. Aproximadamente 1:1.000
recém-nascidos poderá nascer com o quadril luxado e cerca de
10:1.000 com o quadril subluxado. No Brasil, tem-se uma incidência
de aproximadamente 5:1.000 quanto à positividade do sinal de Or-
tolani, que é o sinal clínico precoce de detecção da afecção. O quadril
esquerdo é o mais afetado (60%) e o quadril direito é o menos afe-
tado (20%) nas situações de unilateralidade, sendo a bilateralidade
menos frequente (20%). Por razões desconhecidas, a DDQ afeta em
menor frequência os indivíduos da raça negra. (Roberto Guarniero)
DIAGNÓSTICO
474
Em diagnósticos tardios, quando a criança já caminha, além
desses achados, também podem apresentar claudicação, lordose
lombar excessiva e sinal de Trendelenburg positivo (fig Netter). O
achado físico mais confiável é a limitação da abdução. (SIZÍNIO
e LOVELL)
PARÂMETROS RADIOGRÁFICOS
Fonte: Lovell
TRATAMENTO
476
acentuada até os quatro anos de idade, podendo ocorrer até os
oito anos (Lindstrom/Schot).
O tratamento deve ser iniciado o mais precocemente possí-
vel, imediatamente após o diagnóstico. O suspensório de Pavlik
é utilizado com eficácia no tratamento da luxação e subluxação
até os 6 meses de idade. Ele é formado por tiras que envolvem
os membros inferiores, conectadas a um cinto torácico sustentado
por suspensórios que se cruzam na região interescapular.
O aparelho tem a função de manter os quadris fletidos e ab-
duzidos (as tiras anteriores limitam a extensão e as posteriores a
adução), permitir o desenvolvimento do acetábulo pela presença
da cabeça femoral e promover a redução espontânea do quadril
luxado. Está contra-indicado quando houver desequilíbrio mus-
cular, rigidez articular, frouxidão ligamentar. (SIZINIO)
A flexão deve ficar entre 100 e 110º com as tiras ao nível da
linha axilar anterior. A tira de abdução é ajustada no nível da es-
cápula e deve permitir uma abdução confortável dentro da zona
de segurança (arco entre a posição de conforto e o limite capaz de
produzir luxação). (LOVELL)
Recomenda-se o uso continuado (24h/dia) durante 6 a 12 se-
manas, colocação pelo ortopedista e inspeções periódicas até que
seja obtida estabilidade clínica.
O uso do suspensório pode cursar com complicações, sendo
a pior delas a lesão da cabeça femoral cartilaginosa e da placa fisá-
ria do fêmur proximal, decorrente da abdução forçada. (LOVELL)
Lesão do nervo femoral por flexão exagerada, falha na redução
por flexão insuficiente, desenvolvimento acetabular retardado
por interposição de partes moles ou hipotonia e doença de Pavlik
por iatrogienia são outras possíveis complicações.(SIZINIO)
Após 6 meses de idade, a eficácia do Pavlik diminui. O tra-
tamento consiste na redução fechada (sempre que possível) do
quadril luxado e imobilização com gesso pélvipodálico. Crianças
com mais de 2 anos de idade, frequentemente, necessitam redu-
ção aberta e encurtamento do fêmur por osteotomia.
478
DOENÇAS OSTEOMETABÓLICAS EM CRIANÇAS
Introdução
As doenças osteometabólicas na criança apresentam uma
vasta variedade de afecções devido ao aumento ou diminuição da
massa óssea, produção inadequada de tecido osteóide, distúrbios
na mineralização e armazenamento de substâncias anormais no
esqueleto. E a manutenção saudável dos ossos é um processo que
depende de múltiplos órgãos que envolve a coordenação de vá-
rios hormônios e fatores que afetam o metabolismo do cálcio e do
fosfato.1 Parathyroid gland, kidney, liver, intestine, and bone are
the key organs that secrete, regulate, or respond to these factors.A
glândula paratireóide, o rim, o fígado, o intestino e o osso são os
órgãos-chave que secretam, regulam ou respondem a esses fatores.
Calcium, phosphate, vitamin D, parathyroid hormone (PTH), fibro-
blast growth factor 23 (FGF23), tissue- nonspecific alkaline phos-
phatase (TNSALP), and calcium- sensing receptor (CaSR) are some
of the factors known to affect bone metabolism.Por isso devemos
conhecer a fisiologia para compreender as patologias e assim de-
terminar o diagnóstico, tratamento, prognóstico e sua prevenção.
Raquitismo
480
- PTH: elevado em resposta à hipocalcemia (hiperparatireoi-
dismo secundário) na tentativa de melhorar o nível sérico de cálcio;
- Fosfato sérico: diminuído (hipofosfatemia);
- Fosfatase alcalina: elevado;
- Excreção urinária de cálcio: baixo (por causa da reabsorção
tubular renal aumentada;
- Cálcio sérico: normal ou levemente reduzido. 1,5
Osteodistrofia Renal
482
como no raquitismo possuem dores ósseas e fraturas com trauma
de menor energia. São frequentes a fraqueza muscular, desvios
dos membros inferiores (geno valgo) e aumento do volume ósseo
em regiões metafisária de ossos longos. Pode ocorrer crescimento
excessivo da mandíbula e maxilar. O escorregamento epifisário da
cabeça do fêmur é mais comum que a população normal. 1,10, 12, 13
As alterações radiográficas podem ser bem semelhantes ao
raquitismo, com o crânio em aspecto de sal e pimenta, tufos termi-
nais nas falanges distais. Osteosclerose é mais comum na base do
crânio e nas vertebral, que aparentando listras (camisa de rugbi)
(Figura 03). Calcificações ectópicas periarticulares são frequentes.
Nos ossos longos e pelve podem desenvolver tumores marrons,
ocasionando fraturas patológicas. 1,10
Hiperparatireóide
Hipoparatireóide
Escorbuto
484
Os sintomas aparecem após 6-12 meses da carência da vita-
mina C. Os principais sintomas são irritabilidade, perda do ape-
tite, sangramento gengival e subperiosteal, principalmente em
fêmur, tíbia e úmero. A criança adota uma posição de rã, pseu-
doparalisada pelas dores. Nas pernas podem aparecer edema e
ferimentos. 1,10,11,15
As alteração radiográficas surgem nos locais de crescimen-
to, principalmente em joelhos, punhos, úmero proximal e junção
condrocostais. Devido ao aumento das cartilagens não calcifica-
das, a região metafisária e epifisária aparentam osteopenia e surge
linhas opacas entre a metáfise e epífise (linha de Frankel). 1,10,15
O principal diagnóstico diferencial é a osteomielite e artrite
séptica pelo quadro de dor e pseudoparalisia.1,10
A reposição de vitamina C promove uma rápida recuperação
em relação a dor e as hemorragias.3,11,15
Osteogênese Imperfeita
486
osteogênese imperfecta.imperfeita em até 40% dos casos. Mas a
osteoporose pode ser vista também na forma leve com a cortical e
o trabeculado ósseo mais afilado. Além disso, a deformidade plás-
tica dos ossos longos é comum e causada pelas microfraturas e as
fraturas por estresse, ou pela consolidação viciosa das fraturas.1
(figura 04). A deformidade em varo e valgo dos membros inferio-
res são frequentemente observadas. A coxa vara e a protrusão ace-
tabular podem ser encontradas, e a as articulações femoropatelar,
cabeça do rádio e quadril podem estar luxadas. 1
488
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
11. Herbert SK; Barros Filho TEP; Xavier R; Pardini Jr AG. Orto-
pedia e Traumatologia: Princípios e Prática. 50 edição.: Artmed, 2016.
17. Franzone JM; Shah SA; Wallace MJ, Kruse RW. Osteogenesis
imperfecta: a Pediatric orthopedic perspective. Orthop Clin N Am
50 (2019) 193–209 [https://doi.org/10.1016/j.ocl.2018.10.003]
18. Brizola E; Zambrano MB; Pinheiro BS; Vanz AP; Felix TM. Ca-
racterísticas clínicas e padrão de fraturas no momento do diag-
nóstico de osteogênese imperfeita. Rev Paul Pediatr. Volume 35.
Publicação: abril/junho 2017: 171–177
490
fecta receiving bisphosphonates: functional outcomes at one year.
J Child Orthop (2011) 5:217–224. Publicação online: 8 de maio de
2011 [https://doi.org/10.1007/s11832-011-0341-7].
INTRODUÇÃO
As deformidades rotacionais e angulares dos membros infe-
riores são queixas comuns nos consultórios de ortopedia, e cau-
sando muitas dúvidas e aflições aos pais. A importância do tema
não é apenas pela sua frequência, mas também pela grande parte
dessas alterações serem fisiológicas, de caráter benigno e de bom
prognóstico ao longo do crescimento das crianças. Os profissio-
nais da área devem saber avaliar e identificar os casos fisiológicos
e diferenciar dos casos patológicos, e estes serem tratados corre-
tamente.
DEFORMIDADES ROTACIONAIS
Anteversão Femoral
494
interna do quadril com a diminuição da rotação externa.1-3,5 Ou-
tra maneira de medir a rotação do colo do fêmur com a diáfise
é através de exame de imagem, como a ressonância magnética e
tomografia computadorizada, medindo a angulação do colo do
fêmur em relação aos côndilos femorais.3,5
Figura 02. Exame físico nas deformidades rotacionais dos membros in-
feriores. A: Medida da rotação interna e rotação externa do quadril. B:
Ângulo coxapé. C. Eixo bimaleolar com eixo longitudinal do pé.
Pé Metatarso Aduto
496
A adução do metatarso é comum, normalmente relacionado
a posição intrauterina dos pés, sendo flexível e benigna, regredin-
do espontaneamente com o desenvolvimento da criança.5 No en-
tanto, o metatarso aduto ou metatarso varo é uma deformidade
rígida que sem o devido tratamento pode manter a deformidade
na vida adulta.3,7 Essa condição está relacionada com a displasia
de desenvolvimento do quadril e com o torcicolo congênito, sen-
do necessário examinar e investigar tais patologias.1,3,7
No caso da deformidade ser flexível, o tratamento é obser-
vacional e orientando aos pais sobre a sua correção espontânea.
Já nos casos rígidos é necessário o uso de gessos seriados para
correção, e após os gessos, uso de órtese noturna com abdução do
antepé (órtese Bebax). Em crianças mais velhas, com a falha do
tratamento conservador pode ser realizado procedimento cirúrgi-
co, como a osteotomia em cunha de abertura no cuneiforme e/ou
em cunha de fechamento no cuboide.2,7,9
DEFORMIDADES ANGULARES
498
investigação, tendo como possível causa a tíbia vara infantil ou
doença de Blount.2,3,5,10 E avaliada através da marcha e distância
intercondilar dos joelhos com o paciente em posição ortostática e
tornozelos juntos, além dos perfis rotacionais que podem exacer-
bar a deformidade.2 Se a criança tiver uma deformidade acentua-
da devemos solicitar um perfil metabólico para pesquisar e afas-
tar outras causas que possam provocar ou aumentar a alteração,
como por exemplo, o raquitismo.3,7
O principal exame de imagem nos casos suspeitos (acima de
18 meses) é a radiografia panorâmica dos membros inferiores, a
qual calculamos o eixo mecânico e o ângulo metafisário-diafisário
(figura 05) para determinar o grau da deformidade. Ângulo me-
tafisário-diafisário menor ou igual a 10 graus, provavelmente um
geno varo fisiológico, 11 a 15 graus são considerados pacientes em
risco que devem ser acompanhados, e se for igual ou superior a 16
graus provavelmente temos um caso de doença de Blount.1
Geno Valgo
500
correr, dor no joelho, desalinhamento da patela e alterações esté-
tica.2,3,5 A osteotomia do fêmur distal fica reservada para os casos
em que o paciente tem baixo potencial de crescimento para reali-
zar a hemiepifisiodese.3,7,10
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
12. Herbert SK; Barros Filho TEP; Xavier R; Pardini Jr AG. Orto-
pedia e Traumatologia: Princípios e Prática. 50 edição.: Artmed, 2016.
502
OSTEOGÊNESE IMPERFEITA
I - ETIOLOGIA
Os exames histológicos e bioquímicos realizados em porta-
dores de OI demonstraram que o defeito do colágeno é o respon-
sável básico pela expressividade da síndrome. O colágeno é com-
posto por cadeias moleculares de proteínas, sendo a glicina umas
das principais moléculas de interligação das espirais de polipeptí-
deos.
II – CLASSIFICAÇÃO
SIlence
- Tipo I (Lobstein)
> Autossômica dominante
> Forma mais leve, menos FX
> Pode passar despercebido
> Escleras azuis por toda a vida
> Defeito quantitativo do colágeno
> Dentinogênese imperfeita ausente = subtipo A
> Dentinogênese imperfeita presente = subtipo B
-Tipo II (Vrolik)
> Autossômica recessiva
> FX muito graves, incompatível com a vida
> Deformidades ósseas evidentes
> Morte por problemas respiratórios e hemorragias intra-
cranianas
> Colágeno com a normalidade estrutural
> Escleras azuis
504
- Tipo III
> Autossômico recessivo
> É o mais grave compatível com a vida
> FX graves e numerosas antes dos 2 anos de idade (FX até
por ação muscular)
> Deformidades ósseas evidentes
> Colágeno com anormalidade estrutural
> Escleras azuis ao nascimento, que clareiam posteriormente
> Dentinogênese imperfeita sempre ausente
- Tipo IV
> Autossômica dominante
> FX e deformidades de gravidade moderada
> Colágeno com anormalidade estrutural
> Escleras normais
> Dentinogênese imperfeita ausente (subtipo A) ou pre-
sente (subtipo B)
No tipo I o defeito é quantitativo, nos tipos II, III e IV é
qualitativo
De acordo com o trabalho de kim (1991) no Brasil, de acor-
xo com o tipo:
Tipo I = 36% (deve ser maior, pois muitos casos não são
diagnosticados), tipo II = 12%, III = 44%, tipo IV = 4%
Figura I
506
Figura II
IV - MANIFESTAÇÕES EXTRA-ÓSSEAS
A surdez ocorre em cerca de 50% dos adultos, em geral ini-
ciando na primeira década de vida. A fisiopatologia decorre da
compressão do nervo vestibulococlear, causado pelo colabamento
do meato acústico.
Figura IV
V – TRATAMENTO
508
pediátrico pode estar limitado aos cuidados convencionais do tra-
tamento de fraturas. O tipo II, perinatal letal, tem algum grau de
variabilidade. Na maioria dos casos graves, a morte muito preco-
ce ocorre antes da intervenção ortopédica. Os tipos III e IV repre-
sentam os maiores desafios. (lovel)
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
• Alendronato: comprimidos de 10 e 70 mg
• Pamidronato: frasco-ampola de 30, 60 e 90 mg
• Carbonato de cálcio + colecalciferol: comprimido de 500
mg + 400 UI ou comprimido de 500 mg + 200 UI
O uso de pamidronato é compatível com o procedimento
03.03.04.002-5 Internação para o tratamento medicamentoso da
osteogênese imperfeita ou administrado em hospital-dia.
ESQUEMAS DE ADMINISTRAÇÃO
Alendronato
Pamidronato
510
17,1 – 30mg: 300ml de SF0,9% infundido 80ml/h
30,1 – 60mg: 600ml de SF,9% infundido 150ml/h
Dose máxima de 60mg/dia de pamidronato.
TEMPO DE TRATAMENTO
BENEFÍCIOS ESPERADOS
CONCLUSAO
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
512
apy on bone and mineral metabolism. J Clin Endocrinol Metab.
2003;88(3):986-92.
INTRODUÇÃO
EPIDEMIOLOGIA
QUADRO CLÍNICO
ACHADOS DE IMAGEM:
516
manece indeterminado e não é recomendado de rotina.¹ À RM,
alterações na intensidade do sinal na medula óssea da articulação
do quadril afetada relaciona-se com a artrite séptica.¹,²
ACHADOS LABORATORIAIS:
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1. Dobbs MB, Morcuende JA. Other Condition of the Hip. In: Mor-
rissy RT, Weinstein SL, editors. Lovell & Winter’s pediatric or-
518
thopaedics. 6th ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins;
2006. p. 1142-47.
2. Hebert SK, Barros Filho TEP, Xavier R, Pardini Junior AG, orga-
nizadores. Ortopedia e traumatologia: princípios e prática. 4. ed.
Porto Alegre: Artmed; 2009.
3. Vijlbrief AS, Bruijnzeels MA, van der Wouden JC, van Suijle-
kom-Smit LW. Incidence and management of transient synovitis
of the hip: a study in Dutch general pratice. Br J Gen Pract. 1992
Oct;42(363):426-8.
6. Briggs RD, Baird KS, Gibson PH. Transient synovitis of the hip
joint. J R Coll Surg Edinb. 1990;35(1)48-50.
522
nal, uso de fórceps e apresentação pélvica.
Predomínio do lado direito – OEA.
Segundo Seddon 1942: neuropraxia, axonotmese e neurot-
mese.
Segundo Sunderland – 1951 (Figura 3):
Grupo I: neuropraxia.
Grupo II: axonotmese com lesão mielínica e preservação
do endoneuro.
Grupo III: axonotmese com lesão endoneural preservação
do perineuro.
Grupo IV: preserva o epineuro.
Grupo V: neurotmese.
CLASSIFICAÇÃO
1 – Paralisia alta (Erb-Duchene).
2 – Paralisia total.
3 – Paralisia baixa (klumpke).
2 – Paralisia total
Lesão das raízes de C5, C6, C7, C8 e T1. Paralisia de todo membro
inclusive a mão. Raízes superiores são lesadas primeiro. Segundo
tipo mais freqüente e recuperação em geral incompleta.
DIAGNÓSTICO
Objetivo em definir o nível e severidade é prever o poten-
cial de recuperação espontânea.
Exame físico bem realizado é o método mais prático e
confiável de avaliar a severidade da lesão neural.
Testes provocativos: reflexo de moro..
Verificar presença ou ausência de Síndrome de Horner.
524
Elevação do hemidiafragma (nervo frênico), escápula ala-
da (n. torácico longo), ausência da função dos músculos
rombóide (n. subescapular), manguito rotador (n. supra-
-escapular), grande dorsal (toracodorsal), representam
suspeita por avulsão devido proximidade do gânglio es-
pinhal da saída dos respectivos nervos.
Gilbert e Tassin salientaram a importância em monitorizar
o retorno da função do bíceps como um indicador de recu-
peração do plexo braquial. Trabalho = se a função normal
do bíceps não retorna até o 3º mês de idade, o resultado
funcional, utilizando a classificação de Mallet modificada,
aos 2 anos de idade é insatisfatório nos casos não opera-
dos.
Radiografias do ombro e tórax em busca de fraturas (úme-
ro proximal ou clavícula) ou paralisia do diafragma do
lado acometido.
Mielografia, TC, RNM têm sido utilizados na tentativa de
distinguir as avulsões das rupturas extraforaminais.
ENM: 3 - 4 semanas após lesão
O exame físico detalhado é o melhor meio de avaliar o ní-
vel e o grau de severidade da lesão neural. A recuperação
espontânea da flexão do cotovelo, abdução do ombro e
extensão do punho e dedos nos primeiros 3 a 6 meses de
vida auxiliam na previsão do resulta final favorável.
TRATAMENTO
Conservador:
1 – Paralisia de Erb: nos primeiros 3 meses deve ser ins-
tituído. Até 2 ou 3 semana o membro deve ser mantido
junto ao tórax. “Posição de esgrimista” ou “Estátua da Li-
berdade” está contra-indicada. Está comprovado que esta
postura provoca contratura em rotação externa e luxação
inferior do ombro, que seria mais grave que a contratura
em rotação interna sua suposta indicação.
Imobilização rígida foi substituída pelo tratamento dinâ-
mico, que deve ser realizado pelos pais e orientado pela
equipe.
Freqüência: a cada troca de fralda ou pelo menos 3 a 4 ve-
zes por dia cada junta deve ser movimentada 10 vezes.
Crianças acima de 2 anos: depende do tipo de acometi-
mento, se paralisia parcial ou total, da gravidade, do tra-
tamento prévio e do grau de recuperação. Dependendo da
526
intensidade da contratura, o tratamento cirúrgico deverá
ser instituído.
Fisioterapia: até maturidade esquelética.
Fisioterapia – Objetivos:
1 – Manutenção das articulações com amplitude máxima e
livres de contraturas.
2 – Fortalecimento de grupos musculares específicos.
3 – Utilização de estimulação elétrica específica.
4 – Preparação pré e pós operatória.
5 – Interação com equipe ortopedia.
2 – Paralisia total.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
528
arttext&pid=S0004-282X2013001100811&lng=en&nrm=iso>. ISSN
0004-282X. https://doi.org/10.1590/0004-282X20130127.
Definição
É uma deformidade complexa que compromete as estrutu-
ras ósseas e partes moles.
Clinicamente
Eqüino do retropé
Eqüino do retropé
Varo do calcâneo
Adução e Supinação do antepé
Cavo
Incidência
1: 1000 nascidos vivos
Bilateral 50% dos casos
532
Sexo masculino 2:1
Podem ser secundária a síndromes e dçs neurológicas
Etiologia PTC não está esclarecida
Multifatorial
Anatomia Patológica
Praticamente todas as estruturas do pé apresentam anorma-
lidades, mas as principais encontram-se no retropé.
Navicular, cubóide e calcâneo - desviados em sentido plan-
tar e medial em relação ao Tálus.
A deformidade mais importante ocorre no Tálus
Extremidade anterior desviada medial e plantar
Colo encurtado
Corpo pequeno
Anatomia patológica
O ângulo de declinação do tálus, formado entre o colo e
o corpo – está significativamente diminuído, chegando a
medir 90o ( nl 150o)
Facetas articulares da subtalar são anormais
Os ligamentos são espessados e os músculos hipoplásicos
Alterações de nervos e anatomia da circulação foram de-
monstradas
Clínico
Eqüinovaro
Adução
Cavo
Grau de flexibilidade – variável
Exame físico completo
EXAMES DE IMAGEM
No lactente, não consideramos importante o exame de
imagem. Os ossos do pé estão pouco ossificados e está
comprovado que a forma e posição dos núcleos de ossi-
ficação em lactentes não têm relação constante com o mo-
delo cartilaginoso. Mesmo RNM não traz nenhuma infor-
mação prática para o tratamento o prognóstico do PTC.
A ecografia também não se prova confiável ou útil até o
momento.
534
PTC – é uma alteração de sua FORMAÇÃO; isso implica
que o pé será diferente em relação ao normal (tamanho,
forma, mobilidade, força)
TTO adequado – função normal
TRATAMENTO
PROTOCOLO HOSPITAL INFANTIL LUCÍDIO PORTELA
– TERESINA / PI
Objetivo
Obter um pé
Plantígrado
Indolor
Flexível
Boa força muscular
Uso de calçado comum
Início Precoce – MÉTODO DO PONSETI
Início com gesso, e se não obteve resultado satisfatório,
tratamento cirúrgico (liberações póstero-medio-laterais)
Princípio de é que o TALUS encontra-se fixo na mortalha
tibiofibular e que os demais ossos (calcâneo, navicular e
cobóide) devem se mover em relação a ele.
O polegar deve ser apoiado na cabeça do tálus
Manipulações e trocas de gesso inguinopodálica realizada
semanalmente
COMPLICAÇÕES
Recidiva da deformidade
25% dos pés
Pé em “Mata-borrão”
Retropé permanece em eqüino e o antepé fica dorsifletido
Hipercorreção
Liberação ampla da subtalar
Secção profunda do ligamento deltóide
Hiperalongamento do tendão calcâneo
536
Fixação incorreta após correção
Deformidade de má estética e função
Rigidez
Extensa cicatriz cirúrgica
Necrose do talus
Fraqueza muscular
Por hiperalongamento de tendão ( calcâneo) valgo do
calcâneo e pronação do antepé.
Dificuldade de ficar n aponta dos pés
Joanete dorsal
Extensão do 1o metatarsiano e flexão da articulação me-
tatarsofalangeana (secção do fibular longo ou tendão do
calcâneo fraco com tibial anterior e flexor longo do hálux
fortes
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
EXAME FISICO
TIPOS
540
• Anatomicamente:
Tetraparesia, diparesia e hemiparesia.
PC EXTRAPIRAMIDAL
• Lesão na área motora cortical.
• Tipo mais comum 75% das crianças portadoras, músculos
mais tensos, mais rígidos e resistentes a alongamentos.
• Espasticidade aparece mais nos músculos antigravitacio-
nais: flexores dos quadris, joelhos, tríceps sural e adutores.
• Comum deformidade em flexão-adução-rotação externa
dos quadris.
• MMSS: flexão do punho e dedos, do cotovelo, Perda dos
movimentos finos.
• Lesão nos núcleos da base = movimentos involuntários.
• Atetóide: movimentos involuntários nas extremidades,
lentos, deambulam de maneira descoordenada, fala alterada de-
vido movimentos da língua e lábios.
• Coreico e distônico.
• Misto: espasticidadde se associa a movimentos atetóides,
principalmente nas extremidades.
• Atáxico: falta de equilíbrio e o foco da lesão é o cérebro.
DIVISÃO ANATÔMICA
• Tetraparesia.
• Diparesia: mmii>mmss, 65% dos casos são diplégicos es-
pásticos.
• Corpo todo: (Whole-body involvelment), inclusive cabeça,
pares cranianos...
PROGNÓSTICO E TRATAMENTO
• Para fala, aprendizado escolar, sociabilização e muitos outros
• Tratamento global: multidisciplinar.
PAPEL DO ORTOPEDISTA
• Orientar o tratamento para evitar o aparecimento de de-
formidades na coluna e mmii, ou corrigi-los quando presentes.
• Principais problemas:
1 – Tônus muscular anormal: espasticidade (cortical) e ate-
tose (núcleos da base).
2 – Contraturas musculares.
3 – Crescimento ósseo anormal: deformidades torcionais
dos ossos longos, subluxação ou luxação dos quadris e deformi-
dades dos pés.
4 – Perda do controle muscular seletivo.
5 – Problemas com o equilíbrio: alteração central o base de
suporte anormal.
TRATAMENTO CIRÚRGICO
• Quando operar?
• Preconiza-se idade entre 4-8 anos. Quanto > a idade > a
persistência da imagem das deformidades em seu cérebro.
• Execução de todas os procedimentos em um só tempo ci-
rúrgico.
• Procedimentos: tendinosos ou ósseos, variando de acordo
com estudo detalhado do caso.
• Melhorar a qualidade de vida.
• “O que Deus tirou o médico não poderá devolver”.
542
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
MAUS TRATOS
546
sões não acidentais são principalmente lesões metafisárias, múlti-
plas fraturas em diferentes estágios de consolidação, fraturas dos
arcos costais posteriores e fraturas de ossos longos em crianças
menores de 2 anos.
As fraturas dos ossos longos em crianças de pouca idade po-
dem representar uma das principais evidências de maustratos fí-
sicos, sendo que a fratura do fêmur está associada à Síndrome de
Maus-Tratos (SMT) em 60% dos casos que acometem crianças me-
nores de 3 anos11 e em até 85% em crianças com menos de 1 ano.
Em 50% das crianças reavaliadas havia indícios de maus-tra-
tos físicos e negligência como desencadeante da fratura de fêmur.
Os sinais sugestivos de abuso infantil incluem a presença de
múltiplas lesões agudas (equimose, hematoma, escoriações, mor-
didas, queimaduras e edemas de partes moles), história prévia de
abuso, hematoma subdural, alteração comportamental, presença
de múltiplas fraturas (principalmente fêmur, tíbia e úmero) e/ou
fraturas em vários estágios de cicatrização; entretanto, fraturas
isoladas ocorrem frequentemente.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
INTRODUÇÃO
PÉ TORTO CONGÊNITO
550
deformidades em equino da parte posterior do pé, varo da subta-
lar, cavo com flexão plantar da parte anterior sobre a parte pos-
terior, e aduto da parte anterior sobre a parte média do pé. O pé
e perna afetados apresentam-se, por vezes, em forma de bastão.
Verifica-se a presença de uma prega cutânea posterior (simples
ou dupla) e uma prega cutânea transversal que atravessa o arco
longitudinal. O pé e panturrilha são menores que o contralateral. A
tíbia apresenta-se curta em 89% das vezes e o fêmur é curto em
43% das crianças com deformidade unilateral acompanhada de
discrepância(5). A radiografia pode não ser muito útil, porque pou-
cos dos ossos do pé estão ossificados na época do diagnóstico, e
no PTC há ainda mais atraso de ossificação. Os núcleos de ossifi-
cação são arredondados e excêntricos em seus moldes cartilagino-
sos, impossibilitando, por vezes, o correto traçado de seus eixos.
Além disso, raramente conseguem-se radiografias com adequado
posicionamento dos pés. Deve-se pedir posições em AP, com o pé
pressionado contra filme com dorsiflexão e força de rotação exter-
na e em Perfil, com dorsiflexão e eversão máxima, associado com
rotação interna para perfil correto do tornozelo. No AP avaliamos
os ângulos talocalcâneo (normal de 20º a 50º), talo-primeiro meta
(normal de 0º a 20º) e talo-quinto meta (normal é 0º). No perfil
avaliamos o ângulo talocalcâneo (normal 25º a 50º), o tibiotalar
(70º-100º) e o tibiocalcâneo com dorsiflexão máxima (25º-60º). As
radiografias são úteis em crianças maiores para confirmar a cor-
reção, ajudar na identificação dos sítios de eventual deformidade
residual, principalmente após o tratamento conservador e, ainda,
para direcionar o tratamento cirúrgico, quando indicado. O trata-
mento deve ser iniciado já nos primeiros dias de vida, tendo como
objetivo a obtenção de um pé plantígrado, indolor, flexível, com
boa mobilidade e aparência normal. Para tanto, o ideal é atingir-se
a correção de todas as deformidades, sem recidiva. Para os pés
idiopáticos, o tratamento inicial é não operatório, fazendo-se ma-
nipulação seriada e gessos. O método de Ponseti tem demonstra-
do excelentes resultados, reduzindo o tratamento cirúrgico para
menos que 20% dos casos. Baseia-se na manipulação gradual do
pé com correção sequencial, através de gesso seriado 90º/90º até
a raíz da coxa, trocado a cada 4-5 dias após manipulação pelo mé-
dico. Primeiro atua-se na correção do cavismo que envolve prin-
552
inerentes ao tratamento cirúrgico são lesão do feixe vasculoner-
voso, necrose de pele, infecção no trajeto dos pinos, deformida-
des residuais, recidivas e hipercorreção. Crianças acima de 4 anos
com rigidez, pode-se usar talectomia. Em crianças acima de 10
anos, pode-se usar artrodese tríplice (articulações subtalar, calca-
neocuboide e talonavicular)(1,4,5) .
PÉ METATARSOVARO
É uma deformidade congênita na qual ocorre o desvio medial
do eixo longitudinal do antepé em relação ao retropé ou uma adu-
ção do antepé. Apenas a porção anterior do pé está “virada para
dentro” e não há nenhum acometimento da porção posterior do
pé ou tornozelo(5,6) (Figura 2).
PÉ TALO VERTICAL
554
Associada a rigidez plantar extrema do tálus, eversão da
subtalar e dorsiflexão fixa do médiopé no retropé. Clinicamente
apresenta-se como um pé rígido com superfície plantar convexa
(aspecto de “mata-borrão”). Apresenta retração do tendão calcâ-
neo e o retropé fixo em equinovalgo. A cabeça do tálus é palpável
na superfície plantar medial do médiopé. O mediopé está dorsi-
fletido e abduzido com relação ao retropé, sendo impossível fazer
a flexão plantar. Há encurtamento de vários tendões, incluindo o
tendão de Aquiles, o tibial anterior, os fibulares, o extensor longo
do hálux e extensores dos dedos. Em 50% dos casos é bilateral(5,6)
(Figura 3).
556
Não existe nenhum método conservador que altere a evolução
natural do quadro. Exercícios ou palmilhas apenas ajudam a aliviar os
sintomas, quando presentes. O tratamento cirúrgico é indicado apenas
para casos dolorosos, mais graves, e não é recomendado antes dos 10
anos de idade. Osteotomias são realizadas, já que procedimentos em
partes moles não parecem resistir ao tempo, com consequente recidiva.
PÉ PLANO DO ADULTO
O tratamento nos casos leves deve ser feito com repouso, AI-
NHs, injeção de corticóide, fisioterapia e órtese mantendo o retro-
pé neutro. Nos casos mais graves, o tratamento cirúrgico inclui
osteotomias ou artrodeses parciais, que podem ser associadas a
transferências tendíneas, podendo chegar até à necessidade de
uma pan artrodese(5,6,7).
PÉ CAVO
558
alongada e coluna medial encurtada; calosidades embaixo das cabeças
metatarsais; rigidez variada da articulação subtalar; deformidade vara
fixa ou flexível do calcanhar e retesamento do tendão calcâneo, com ou
sem contratura em equino. É constituído por vários componentes que
podem estar predominantemente no retropé, antepé ou ambos. Geral-
mente associado a alguma patologia ortopédica, ou neurológica.
Menos comum que o pé chato, porém apresenta-se mais doloroso
que aquela deformidade, pois recebe maior estresse no mediopé e
retropé. Existem 3 tipos comuns da deformidade:
- pé cavovaro, mais comum, apresenta flexão plantar do an-
tepé com retropé varo;
- pé calcaneocavo, visto quase exclusivamente em mielome-
ningocele e poliomielite, apresenta equino rígido do antepé com
retropé calcâneo;
- pé equinocavo, com equinismo do antepé e retropé
A patogênese do pé cavo é muito relacionada com manifes-
tação de doença neurovascular com desbalanço muscular. Pelo
menos 2/3 dos pacientes com pé cavo doloroso apresentam algu-
ma alteração neurológica concomitante, sendo que metade desses
apresentam doença de Charcot-Marie-Tooth. A etiologia, de modo
geral, pode ser relacionada a doenças musculares (distrofia mus-
cular, tríceps sural excessivamente fraco); a neuropatias (Char-
cot-Marie-Tooth, mielomeningocele, polineurite, neuropatias
perféricas, polineuropatia desmielinizante inflamatória, neutrite
hipertrófica intersticial de Djérine-Sottas); a doenças da medula
espinal e cerebelares (ataxia de Freidreich, siringomielia); a causas
traumáticas (síndrome compartimental, sequela de fraturas, le-
sões tendíneas); a fatores hereditários; a patologias congênitas (pé
torto congênito residual, artrogripose múltipla congênita, pé cavo
congênito); ou mesmo tratar-se de um pé cavo idiopático (diag-
nóstico de exclusão). Clinicamente os pacientes se apresentam
com antepé aduzido, pronado, primeiro raio fletido plantarmen-
te, mediopé eqüino e calcanhar varo. Os sintomas são variados. O
comprimento do pé pode diminuir, o paciente queixa-se que o sa-
pato começa a escapar. Ocorrem calosidades no pé, principalmen-
te na região plantar da cabeça dos metacarpos e na região dorsal
560
Radiograficamente, no AP deve-se avaliar grau de adução do
antepé e no Perfil pode-se avaliar a posição da articulação do tor-
nozelo, a inclinação do calcâneo e a posição do mediopé e antepé,
especialmente o grau de flexão plantar do primeiro raio. Na radio-
grafia de perfil com carga deve-se traçar ângulos como pitch do
calcâneo (aumenta no pé cavo) e o ângulo de Moreau-Costa-Ber-
tane (diminui no pé cavo), cujos marcos de referência do traçado
já foram explicados no item referente ao pé plano do adulto. Ne-
cessário solicitar exames direcionados à procura do diagnóstico
de base: ressonância magnética da coluna, biópsia, ENMG, poten-
cial evocado, tomografia de crânio, etc. O tratamento inclua doen-
ça de base. Existe pouco espaço para tratamento conservador.
Palmilhas podem diminuir sintomas nos casos leves. Tratamento
cirúrgico deve ser indicado quando existe deformidade progres-
siva, calosidades dolorosas ou instabilidade do tornozelo. Podem
ser feitos procedimentos de partes moles (fasciotomias, capsulo-
tomias, alongamentos musculares e/ou tendíneos, transferências
tendíneas) ou cirurgias ósseas (osteotomias, artrodeses)(5,6,9).
562
rúrgico, com ressecção da coalizão, osteotomia, e até artrodese se
necessário. Na coalizão calcaneonavicular, usa-se ressecção com
interposição do músculo extensor curto dos dedos. Na talocalca-
neana é mais controverso, fazendo-se ressecção isolada se a coali-
zão ocupar menos que 30-50% da articulação. Em coalizões talo-
calcaneanas maiores, faz-se ressecção com interposição de tecido
adiposo ou parte dividida do tendão do flexor longo do hálux.
Artrose degenerativa documentada e dor persistente são indica-
cões de artrodese, que pode ser subtalar ou tríplice, dependendo
dos sintomas(6).
HÁLUX VALGO
Fig. 8 – Hálux valgo. Fonte: Simões, AP. Você sabe o que é hálux valgo?
03/08/2011. Disponível em <https://www.webrun.com.br/voce-sabe-
-o-que-halux-valgo-ou-joanete/>. Acessado em 26/05/2020.
564
da falange proximal (AAPFP): medido entre a linha que liga os
dois pontos extremos da superfície articular proximal da falan-
ge proximal e a perpendicular ao eixo mecânico da falange pro-
ximal. Normal até 8°. O tratamento inicialmente é conservador,
com modificações do calçado, aumentando a largura da câmara
anterior, proteger áreas de atrito, usar palmilhas de suporte do
arco longitudinal, espaçador elástico de uso noturno e fisioterapia
motora. Em caso de falha do tratamento conservador, existem vá-
rias técnicas cirúrgicas descritas, inclusas nas seguintes categorias
principais: artroplastia da articulação metatarsofalangeana do
hálux, osteotomia do primeiro metatarso, ressecção da articulação
metatarsofalangeana do hálux, artrodese da primeira articulação
metatarso-cuneiforme ou osteotomia da falange proximal(9).
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1.0 Merllotti Mhr, Braga Sr, Santili C. Pé torto congênito. Rev Bras
Ortop. 2006;41(5):137-44.
7.0 Nery C., Sodré H., Pinto J. Pé plano valgo postural. Folha Med
112:39-42, 1996.
566
8.0 Barros Filho TEP., Lech O. Exame físico em ortopedia. 3ª Ed.
São Paulo: Sarvier; 2017.
INTRODUÇÃO:
O termo osteoporose é usado para descrever, histologica-
mente, o osso humano envelhecido, que apresenta uma aparência
mais porosa.1 Com maior abrangência, osteoporose define tam-
bém uma doença metabólica do tecido ósseo; caracterizada por
diminuição gradual da massa óssea mineral e alteração da mi-
croarquitetura do tecido ósseo, levando a fragilidade mecânica e
predisposição a fraturas. Esta patologia afeta milhões de pessoas
em todo o mundo, principalmente mulheres idosas.2
Em adultos, 90% da massa óssea estão quiescentes enquanto
10% estão em atividade para a renovação do tecido ósseo. Essa
remodelação ocorre anualmente em 25% do osso trabecular e 1%
do cortical.3 Em indivíduos na fase de crescimento, há um balanço
positivo. Na maturidade, ocorre o equilíbrio. E após os 40 anos,
torna-se negativo. Nessa fase, a parte destruída não é totalmente
refeita e cerca de 1% de massa óssea é perdido anualmente. A se-
quência dessa renovação negativa ao longo dos anos é responsá-
vel pela osteoporose primária.
É possível aumentar a massa óssea até a terceira década de vida.
Nesse período de desenvolvimento, os negros adquirem uma maior massa
e resistência do esqueleto do que os brancos e amarelos, e as perdem
mais lentamente. O mesmo acontece com os homens ocidentais, quando
comparados com as mulheres.4 O advento da menopausa acelera
CLASSIFICAÇÃO:
A osteoporose é denominada primária quando a origem
é idiopática. Mas, poderá ocorrer secundária a condições clínicas
como anormalidades endócrinas (hiperparatireoidismo e diabetes
melito), reumatológicas (artrite reumatóide), neoplasias (tumores
da medula óssea como o mieloma múltiplo), ingestão de medi-
camentos (corticoides), menopausa cirúrgica, dentre outras situa-
ções. A osteoporose primária é subdividida em tipo I e tipo II.7
A osteoporose primária tipo I (pós-menopausa) caracteriza-
-se por acometer mulheres com idades entre 55 e 75 anos; devido
a um aumento da atividade osteoclástica, com maior reabsorção
trabecular e rápida perda óssea; a calciúria está aumentada e o
PTH diminuído; há diminuição da síntese de Vitamina D e da
absorção intestinal de cálcio; e pode ocorrer fraturas de vértebra,
punho e quadril, bem como perda de dentição.7
Já a tipo II (senil), caracteriza-se por acometer preferencial-
mente mulheres do que homens; em idades mais avançadas (aci-
570
ma dos 70 anos); onde há uma redução da atividade osteoblástica,
com menor formação óssea cortical e trabecular, levando a perda
óssea de forma lenta por anos; a calciúria está ausente e o PTH
aumentado; também há diminuição da síntese de Vitamina D e da
absorção intestinal de cálcio; e pode ocorrer fraturas de vértebra
múltiplas, úmero proximal e quadril, bem como cifose dorsal.7
FATORES DE RISCO:
ACHADOS DE IMAGEM:
572
hormonal; indivíduos com fraturas por trauma de baixa energia
ou com anormalidades da coluna vertebral; indivíduos com tra-
tamento prolongado com glicocorticóides (transplantados); per-
turbações do metabolismo ósseo (doença renal crônica, hiperpa-
ratiroidismo primário); e controle de tratamento da osteoporose.7
Na ausência de fatores de risco, uma primeira avaliação den-
sitométrica deve ser realizada, em homens e mulheres, aos 65
anos de idade; e em todas as mulheres de 50 anos que tiveram
menopausa precoce. O exame deve ser repetido de um a três anos,
dependendo de critério clínico, ou para controle de tratamento.11
ACHADOS LABORATORIAIS:
Em geral, os exames de laboratório são normais na osteopo-
rose primária. Causas secundárias devem ser pesquisadas, princi-
palmente quando o Z score for menor que -2,0 desvios-padrão da
normalidade.12 Podemos dosar no sangue: cálcio, fósforo, hemo-
grama, hormônio paratiroidiano, metabólitos da vitamina D, ele-
troforese de proteínas, teste de função tiroidiana, testosterona (no
homem); na urina: calciúria de 24 horas, creatinina de 24 horas, N
– telopeptídeos; dentre outros exames específicos, de acordo com
a suspeita clínica. A dosagem de fosfatase alcalina sérica pode ser
usada para avaliar a resposta clínica ao tratamento.7
Por meio dos marcadores bioquímicos que registram a ab-
sorção ou formação óssea podemos avaliar a remodelação óssea.
Os marcadores mais usados são os interligadores do colágeno: a
piridinolina (PYO), deoxipiridinolina (DPD) e outros produtos
da degradação do colágeno que são detectados na urina. O CTx
(C-telopeptídeo) e o NTx (N-telopeptídeo) sérico são muito usa-
dos como marcador de reabsorção, e o P1NP sérico, como mar-
cador de formação óssea. A fosfatase alcalina óssea está sempre
presente quando osso é formado e a osteocalcina está presente na
absorção e formação. Nenhum desses indicadores é confiável para
o diagnóstico da osteoporose. Logo, são mais usados somente
para monitorar a sua evolução ou a resposta ao tratamento, prin-
cipalmente na esfera acadêmica.11,13
TRATAMENTO:
Prevenção
574
instalados no chuveiro e banheiro são de grande ajuda. Impedir
a queda deve ser tão ou mais importante que melhorar a massa
óssea.4
Suplementação
Terapia Farmacológica
576
30 minutos e permanecer em ortostatismo para evitar o refluxo.
É altamente lesivo para o esôfago e sua absorção é precária.17 A
duração ideal do tratamento é incerto. Nos tratamentos prolonga-
dos, podem ocorrer eventos adversos sérios, como a osteonecrose
da mandíbula e as fraturas atípicas subtrocantéricas, devido à ca-
racterística de acúmulo dos bisfosfonatos no osso. A reavaliação,
após cinco anos de tratamento, tem sido proposta e levado em
conta os riscos e benefícios para cada paciente. Todos os bisfos-
fonatos apresentam eficácia na redução do risco de fraturas ver-
tebrais. Por outro lado, somente o alendronato, o risedronato e
ácido zoledrônico demonstraram redução significativa no risco de
fraturas não vertebrais e de quadril.11
A calcitonina também reduz a atividade do osteoclasto. A
calcitonina de salmão, administrada (200 UI) por spray nasal dia-
riamente, é a mais utilizada. Está indicada no tratamento da os-
teoporose pós-menopáusica em pacientes para os quais tratamen-
tos alternativos não são adequados. Tem indicação especial nas
fraturas vertebrais, em que o seu efeito analgésico é melhor que o
do alendronato de sódio.
O denosumabe, um anticorpo monoclonal humano (isotipo
IgG2), aplicado (60 mg) por injeção subcutânea na coxa ou abdô-
men a cada 6 meses, diminui a reabsorção óssea por meio da inibição
da formação, ativação e sobrevivência dos osteoclastos, aumentando
a densidade mineral óssea. Ocorre redução significativa de fraturas
vertebrais, não vertebrais e de quadril. Está indicado no tratamento
de mulheres com osteoporose na pós-menopausa. Também pode ser
utilizada para tratamento de osteoporose em homens. Pode ser utilizado
na falha, intolerância ou contraindicação aos bisfosfonatos orais e em
situações especiais como em pacientes com disfunção renal.11
Os estimuladores da formação óssea levam a um aumento
importante na massa óssea, em detrimento da reabsorção do teci-
do ósseo. O uso do fluoreto de sódio é muito discutido. Seu em-
prego melhora a imagem radiográfica da mineralização, mas sem
correlação com a redução das fraturas.4 A esperança de um trata-
mento adequado com este tipo de medicação reside na adminis-
tração do paratormônio. O paratormônio, quando administrado
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
578
application to screening for postmenopausal osteoporosis : report
of a WHO study group. World Health Organ Tech Rep Ser 843 :
1-129, 1994.
580
MEDICINA ESPORTIVA
INTRODUÇÃO
582
participação (APP) antes do ingresso em um programa de exercícios
físicos regulares moderados ou intensos. A complexidade da avaliação
pode variar desde uma simples aplicação de questionários até exames
médicos e funcionais sofisticados 14,16. No caso de indivíduos sinto-
máticos ou com importantes fatores de risco para doenças car-
diovasculares, metabólicas, pulmonares e do sistema locomotor
e que podem ser agravadas por exercícios físicos exigem avalia-
ção médica especializada 14. Outro fator que precisa ser levado em
consideração, embora raro, é a morte súbita relacionada ao exercí-
cio e ao esporte (MSEE), que pode ser definida como a morte que
ocorre de forma inesperada.
Em pessoas com menos de trinta e cinco anos, o motivo mais
frequente da MSEE são as cardiopatias congênitas. Já a doença
arterial coronariana é a causa mais frequente em pessoas com ida-
de a partir de trinta e cinco anos. Destaca-se que cerca de 90%
das vítimas de morte súbita possuam cardiopatia conhecida ou
não diagnosticada. Assim, grande parte ocorre por fatores evitá-
veis e que devem ser detectáveis por meio de exame clínico e de
exames complementares após realização de anamnese 17. Assim,
quando se fala em atletas profissionais a American Heart Associa-
tion (AHA), a European Society of Cardiology (ESC) e a SBMEE
concordam em recomendar a APP para todos eles 18.
Contudo, para indivíduos saudáveis e que se exercitam, o
risco de MSEE é muito baixo quando analisado do ponto de vista
estatístico. Assim, com base em alguns estudos 19, 20, 21, 22, os riscos
com o exercício físico são relativamente baixos se bem orientado
e adequadamente supervisionado, tanto para indivíduos saudá-
veis quanto para aqueles com doenças crônicas. Neste sentido, é
fato que os riscos contínuos de ser fisicamente inativo superam
grandemente os riscos transitórios de participar de um programa
de condicionamento bem projetado e adequadamente supervisio-
nado 11. Dado os benefícios estabelecidos para a saúde através das
atividades físicas, há claramente a necessidade de profissionais
especializados na área do exercício e do esporte que possam for-
necer uma orientação, supervisão e acompanhamento eficaz.
O indicado é que todo indivíduo que inicie a prática de exer-
584
aeróbia do exercício deve ser feita, se possível, todos os dias, com
duração mínima de 30 a 40 minutos.
Propõe, ainda, que exercícios de sobrecarga muscular e de
flexibilidade podem ser um pouco mais significativos com o pas-
sar da idade, afim de diminuir a magnitude de percas fisiológicas
do envelhecimento14. Esses devem ser realizados pelo menos de
duas a três vezes por semana, contemplando os principais grupos
musculares e articulações23, os de flexibilidade devem envolver
os principais movimentos corporais, realizados lentamente, até
causar ligeiro desconforto, para então, serem mantidos por cerca
de dez a vinte segundos, podendo realizá-los antes ou depois da
parte aeróbia14.
As atividades físicas para crianças e jovens de 5 a 17 anos de
idade incluem atividades recreativas, brincadeiras, esportes e jo-
gos dentro da educação física escolar ou exercícios planejados no
contexto familiar ou comunitário. E devem acumular pelo menos
60 minutos de atividade física moderada a intensa diariamente
para melhorar a aptidão muscular, cardiovascular, óssea e meta-
bólica, reduzir sintomas de ansiedade e depressão. Com a maior
parte sendo de atividade aeróbicas com atividades de fortaleci-
mento muscular por pelo menos três vezes na semana 23.
Para adultos de 18 a 64 anos de idade, incluem-se atividades
físicas recreativas ou de lazer, ocupacional ou tarefas domésticas,
jogos, esportes e exercícios planejados. E recomenda-se pelo me-
nos 150 minutos de exercícios aeróbicos de intensidade modera-
da ou 75 minutos de atividade aeróbica vigorosa durante toda a
semana para uma melhor aptidão cardiorrespiratória, muscular e
redução de riscos para doenças crônicas não transmissíveis e de-
mais males à saúde. Para benefícios adicionais os adultos, deverão
aumentar os níveis de atividade moderada para até 300 minutos
com atividades de fortalecimento muscular sendo realizadas por
pelo menos dois dias na semana envolvendo os principais grupos
musculares 23.
Para adultos de 65 anos em diante, a atividade física inclui,
também, atividades recreativas e de lazer, jogos, esportes e exer-
cícios planejados com as mesmas recomendações de duração e
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
Hayden JA, Wilson MN, Stewart S, Cartwright JL, Smith AO, Ri-
ley RD, et al. Exercise treatment effect modifiers in persistent low
back pain: an individual participant data meta-analysis of 3514
participants from 27 randomised controlled trials. Br J Sports Med
2019; 0:1–16.
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Vargas LM, Cartorani JRH, Vargas TM, Gutierrez GL. Fatores as-
sociados ao nível de atividade física entre estudantes universitá-
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Ghorayeb N, Stein R, Daher DJ, Silveira AD, Ritt LEF, Santos DFP
et al. Atualização da Diretriz em Cardiologia do Esporte e do
Exercício da Sociedade Brasileira de Cardiologia e da Sociedade
Brasileira de Medicina do Esporte - 2019. Arq Bras Cardiol 2019;
112(3):326-368.
588
Appl Physiol Nutr Metab 2011;36(Suppl1):s14-32.
LESÕES MUSCULARES
LESÕES DO QUADRIL
592
6 semanas. A seguir, avança-se gradualmente para sustentação do
peso, conforme tolerado. O retorno ao esporte levar até 6 meses
para que alguns atletas com fraturas do colo do fêmur retornem à
atividade esportiva plena.
Quadril com estalido: A dor na virilha ou disfunção flexora
do quadril é causada pela tendinite do iliopsoas. Os atletas
experimentam um bloqueio ou golpe profundo e dolorido na
virilha. O exame físico teste posição FABER(flexão, abdução,
rotação externa) Presente estalido ou golpe ao mudar o quadril de
uma posição flexionada, abduzida e externamente rodada para a
extensão e a rotação neutra é diagnóstica de um quadril interno
com estalido. A ressonância magnética pode revelar alterações do
iliopsoas. O tratamento é conservador com analgesia e reabilitação
muscular além de evitar atividades com escesso de flexão do
quadril (acima de 90 graus).
Lesões labrais: Dor na região anterior podendo se estender
para lateral do quadril associada frequentemente a estalidos e
bloqueios dolorido. Exame físico positivo ao levar o quadril da
extensão e da rotação neutra para flexão, adução e rotação interna
FADIR.(flexão, abdução e rotação interna). Teste McCarthy: com
o atleta em decúbito dorsal, ambos os quadris estão flexionados,
travando a pelve, o quadril doloroso é então estendido
primeiramente em rotação externa, depois em rotação interna. A
reprodução de um estalido doloroso constitui um sinal positivo.
As lesões podem ser agudas por carga supra-fisiológica em
exercícios com flexão excessiva como agachamentos e legpress. As
lesões degenerativas são mais comuns, Os quadris com displasia
acetabular apresentam hipertrofia do lábio acetabular, o qual é
mais propenso à laceração. Para diagnóstico complementar a artro
ressonância traz informações da lesão com pequeno percentual
de falso negativo. O tratamento cirúrgico via artroscópico com
debridamento da área lacerada, e reinserção da lesão.
Impacto fêmuro-acetabular: é uma condição que resulta do
contato anormal entre a cabeça do fêmur e a borda acetabular, que
leva a um conflito mecânico causador de microtraumatismos aplicados
no labrum e cartilagem acetabular que provocam lesões nessas estruturas
LESÕES DO JOELHO
594
interlinha articular. O teste de McMurray é realizado com o
paciente em decúbito dorsal com o quadril e o joelho flexionados
cerca de 90° Enquanto uma mão segura o pé e o transfere de
rotação externa para interna, a outra mão segura o joelho e exerce
compressão. O teste de Apley: o paciente em decúbito ventral
com o joelho flexionado 90° aplica-se uma pressão descendente
no pé e realiza-se rotação externa e interna. Exame complementar
realiza-se a ressonância magnética que apresenta boa
sensibilidade. Classificação quanto a orientação da lesão dentro
do menisco temos as lesões longitudinais verticais ou horizontais,
radiais (transversais), oblíquas e complexas (incluindo o tipo
degenerativo). O tratamento pode ser conservador com abandono
de esportes com dribles e giros que podem agravar os sintomas,
os alongamentos e o fortalecimento dos músculos quadríceps
e isquiotibiais. Lesões longitudinais pequenas (< 10 mm) e
estáveis, as lacerações de espessura parcial na superfície superior
ou inferior, ou as lacerações radiais pequenas (< 3 mm) podem
cicatrizar espontaneamente ou ficar assintomáticas. O tratamento
cirúrgico: ressecção meniscal parcial ou total com resultados, de
longo prazo, pobres principalmente em atletas jovens. Sutura
meniscal com melhores resultados de longo prazo. Os critérios
para o reparo meniscal incluem uma lesão longitudinal vertical
completa com mais de 10 mm de comprimento, dos 10 a 30%
periféricos do menisco ou em 3 a 4 mm da junção menisco-
capsular(zona de melhor vascularização), uma lesão periférica que
pode ser deslocada na direção do centro do platô com a utilização
de uma sonda, a ausência de degeneração secundária do menisco
e em um paciente ativo ou naquele que vai ser submetido a uma
reconstrução ligamentar ou condral concomitante.
Lesões tendão patelar: mais comum em atletas por volta
dos 40 anos em um tendão com tendinopatia prévia por um
mecanismo de contração excêntrica súbita e forçada do quadríceps
com o joelho flexionado, como ao pousar depois de um salto ou
tropeçar em um degrau, pode estar relacionado ao uso crônico de
corticosteroides. História de dor súbita ou um estalido ou uma
sensação de laceração no joelho que resulta em incapacidade
de prosseguir com a atividade. No exame físico a patela fica
596
varo e a torção tibial externa. O trato iliotibial e o bíceps femoral
também contribuem para a estabilidade da parte lateral do joelho.
Sua lesão é rara isoladamente, apresenta-se em quadros de lesão
multiligamentar. Pode estar presente lesão nervo fibular. O
mecanismo de trauma estresse em varo e rotação externa da tíbia.
Exame físico dial teste, realizado com o paciente em decúbito
ventral pela rotação externa de cada tíbia e observando o ângulo
subtendido entre a coxa e o pé. Realizado com 30° e 90° de flexão,
sendo positivo para lesão com uma diferença significativa sendo
um ângulo de 5° ou mais que aquele da perna contralateral. O
tratamento é cirúrgico com reconstrução ligamentar com uso de
enxerto nas instabilidades crônicas, devendo proceder também
a reconstrução das demais lesões ligamentares associadas. É
necessário limitar a sustentação do peso corporal por pelo menos
6 semanas e proteger as estruturas laterais com uma órtese (brace)
por pelo menos 3 meses.
Lesão do ligamento cruzado anterior(LCA): mecanismo
de lesão ocorre por desaceleração e rotação durante a corrida,
os dribles ou as atividades com saltos. Ainda por hiperextensão
e/ou forças em valgo aplicadas ao joelho por meio de trauma
direto. Dor súbita acompanhada ou não de estalido, edema com
hemartrose que surgem nas primeiras horas e instabilidade no
joelho. O exame físico: O teste de Lachman é realizado com o
joelho em 20 a 30° de flexão enquanto uma força anterior é aplicada
na tíbia com uma das mãos enquanto a outra estabiliza o fêmur
distal, sempre comparado ao contralateral, positivo quando uma
translação anterior está presente. Gaveta anterior realizado com
o joelho em 90° de flexão enquanto uma força anterior é aplicada
na tíbia. O teste do pivô shift com o paciente em decúbito dorsal
provoca-se uma subluxação anterior do planalto tibial lateral com
uma carga axial produzida pela extensão plena com estresse em
valgo no nível do joelho e rotação interna da tíbia promove-se uma
flexão progressiva, a redução da luxação ocorre por volta dos 30
graus de flexão. Exames complementares a ressonância magnética
evidencia a lesão. O tratamento em atletas que desejam o retorno a
atividade esportiva é cirúrgico com reconstrução ligamentar com
uso de enxerto.
598
(doença de Osgood-Schlatter). O tratamento dos estágios I, II e
III é conservador com analgesia, repouso e reabilitação. Na falha
do tratamento conservador pode ocorrer no estágio III tratamento
cirúrgico com desbridamento artroscópico ou aberto. Estagio IV
reparo cirúrgico.
Síndrome do atrito trato ílio tibial: comum em corredores
e outros atletas que utilizam a corrida. Mais frequentemente
induzida em corridas em declive que reduz a flexão do joelho
e aumenta o atrito do trato iliotibial com o côndilo femoral.
Fatores predisponentes joelho em varo, tíbia vara, calcanhar varo,
supinação do antepé. Exame físico dor a palpação do epicôndilo
femoral lateral. Teste de Noble: realizado com o paciente em
decúbito dorsal e o joelho acometido flexionado pressão é exercida
sobre o epicôndilo lateral e o joelho é estendido. Positivo quando
a dor é reproduzida com o joelho é colocado em 30 a 40° de flexão.
O tratamento é conservador com analgesia, repouso, alongamento
do trato iliotibial, do tensor da fáscia lata e dos rotadores externos
do quadril. E finalmente treinos específicos para o esporte e
adaptação do treino. 6,7
600
quando necessário exame complementar. O tratamento
conservador costuma ser bem-sucedido. Em casos mais graves
o tratamento cirúrgico pode se fazer necessário reconstruir o
tendão com uso de enxerto. Uma osteotomia deslizante medial do
calcâneo para reconstrução do arco medial.
Impacto tibiotalar anterior: “tornozelo do jogador de
futebol”.entorses crônicas da cápsula anterior do tornozelo com
dorsiflexão completa do pé e microtraumatismos sobre a cobertura
cartilaginosa anterior da tíbia distal. Com formação de esporões
ósseos levando a impacto anterior ou fraturando formando corpos
livres no tornozelo. Dor com a atividade melhora com repouso.
Radiografia pode evidenciar os esporões ósseos. O tratamento é
conservador, na falha o tratamento cirúrgico artroscópico pode
ter benefício na remoção de osteófitos e corpos livres e inspeção
articular.
Instabilidade do tornozelo: o complexo ligamentar lateral
do tornozelo formado pelo ligamento talofibular anterior
(LTFA), ligamento calcaneo-fibular(LCF) e ligamento talofibular
posterior(LTFP) mecanismo da lesão lateral: uma inversão
excessiva e a rotação interna do retropé associada à rotação
externa da perna tensionam os ligamentos laterais do tornozelo.
O ligamento que mais rompe é o LTFA. Exame físico: teste da
gaveta anterior: com o paciente sentado e com o membro inferior
pendente, posicionando o pé em ligeira flexão plantar. o calcanhar
é pressionado em sentido anterior enquanto a outra mão empurra
a tíbia posteriormente. Teste de inversão do tornozelo: uma
inversão forçada do tornozelo é realizada e comparado com
contralateral em flexão plantar avaliamos o LTFA e flexão dorsal
LCF. o teste de Hopkinson de compressão da sindesmose em um
ponto cerca de 10 cm acima da articulação paciente refere dor.
Teste de keigler a dor à rotação forçada da tíbia contra o talus.
O tratamento inicial conservador com imobilização, analgesia,
crioterapia e proteção com órtese, reabilitação precoce objetivando
amplitude de movimento, força e propriocepção. Na falha do
tratamento conservador pode ser proposto tratamento cirúrgico
com reparo dos ligamentos lesionados.
602
LESÕES DO OMBRO
Síndrome do impacto: patologia frequente do atleta,
principalmente aqueles que desempenham mecanismos de
arremesso(voleibol, handebol, tênis, entre outros).A compressão
(impacto)do manguito rotador entre a grande tuberosidade e
o arco coracoacromial causa microtraumatismos do manguito
rotador e provoca anormalidades localizadas como inflamação,
edema, dor e disfunção. Neer classificou em três fases:
Estágio 1: caracterizado por edema e hemorragia na bursa
subacromial e no tendão do supraespinhoso como resultado de
traumas repetitivos.(bursite).
Estágio 2: nesta fase, o processo inflamatório produz fibrose e
tendinopatia na porção distal insercional dos tendões;
Estágio 3: é caracterizado pela ruptura parcial ou total do
tendão (qualquer um dos componentes do manguito rotador).
Bursite subacromial e tendinite do manguito rotador:
dor local com limitação leve da amplitude de movimento
ativo pela dor. Não há sinais de atrofia muscular evidente.
Exame físico sinal da compressão de Neer o ombro em rotação
interna é movimentado em flexão anterior, o paciente queixa-
se de desconforto. O tratamento é conservador com analgesia e
reabilitação fisioterapêutico. Tratamento cirúrgico em falha de
tratamento conservador.
Lesões do manguito rotador: dor durante o esporte, porém
também presente dor mesmo em repouso e dor noturna. A
amplitude de movimento ativo está reduzida com diminuição de
força e pode ser visível graus variáveis de hipotrofia muscular.
Fatores que interferem a gravidade dos sintomas: tolerância à dor,
lesão aguda ou crônica, idade e nível de atividade do indivíduo,
migração superior da cabeça do úmero, força muscular do ombro,
atrofia muscular, alterações gordurosas dos músculos, artrite e
situação trabalhista. O tratamento é inicialmente conservador com
analgesia, repouso, reabilitação fisioterapêutica, fortalecimento
muscular da cintura escapular. Intervenção cirúrgica é indicada
pela persistência de sintomas como dor, fraqueza ou limitação da
amplitude dos movimento na falha do tratamento conservador.
604
apreensão o examinador aplica uma força dirigida anteriormente
ao ombro por detrás com o braço em abdução e rotação externa. O
teste é positivo paciente demonstra apreensão da luxação ocorrer.
O teste da apreensão posterior é realizada uma força em direção
posterior com o ombro fletido e rodado interno. O teste do sulco
para identificar instabilidade inferior realizado com o paciente
sentado com o braço junto ao corpo realizado uma força em
direção inferior sobre o braço, teste positivo forma-se um sulco na
pele sob o acrômio.
Luxação traumática: causada por uma força de rotação
externa ou abdução sobre o úmero; um trauma direto posterior ou
póstero lateral direto contra o úmero proximal. Lesões associadas
principais são a lesão de Bankart desinserção labral anterior e
lesão de Hill-Sahcs fratura por compressão da superfície articular
póstero-lateral da cabeça do úmero. Tratamento da primeira
luxação, sem lesões associadas graves, realizada redução incruenta
e imobilização com braço em adução e rotação interna por 2 a 6
semanas. Seguida por exercícios de amplitude de movimento e de
fortalecimento muscular. Nas luxações recidivantes e na falha do
tratamento conservador indica-se o tratamento cirúrgico.
Lesões anteroposterior superior da glenoide: envolvem a
origem do cabo longo do bíceps na borda superior da glenóide.
Classificada classicamente em 4 tipos: tipo I degeneração do lábio.
Tipo II separação das estruturas capsulo labiais superiores e do
suporte do bíceps. A lesão tipo III lesão do labrum superior em alça
de balde. Tipo IV lesão labial em alça de balde, que se estende ao
tendão do bíceps. Tratamento: Lesões com separação significativa
das estruturas capsulo ligamentares anteriores geralmente exigem
o reparo dessas estruturas de volta à borda glenóide.
LESÕES DO COTOVELO
606
O teste de supinação do antebraço contra resistência, que
permite reproduzir a natureza e a localização da dor, e o teste de
extensão do terceiro dedo, que também causa dor no antebraço.
O tratamento clínico é com anti-inflamatórios, modificação de
atividades, alongamento e imobilização temporária do cotovelo
em posição neutra.
Epicondilite medial: quadro de dor de início insidioso no
aspecto medial do cotovelo. Acomete a inserção dos tendões
dos músculos: pronador redondo e o flexor ulnar do carpo. Ao
exame físico a pronação do antebraço contra resistência e a flexão
do punho contra resistência são provocativos para o sintoma.
A ultrassonografia pode auxiliar no diagnóstico, a ressonância
magnética pode ser útil em diagnóstico diferencial. O tratamento
é conservador com repouso, analgesia e reabilitação com
treinamento muscular para o esporte. Na falha do tratamento
conservador pode se optar pelo tratamento cirúrgico.
Síndrome do túnel cubital: dor no cotovelo medial com
irradiação para porção medial do antebraço, que piora ao
arremessar. Parestesia dos dedos anular e mínimos também pode
estar presente. Exame físico: Tinel pode ser positivo no túnel cubital.
Outro teste provocativo tem-se a flexão do cotovelo, posiciona-
se o cotovelo do paciente em flexão total e o punho em extensão
máxima, positivo quando surge parestesia em até 1 minuto.
Deficiências motoras são mais tardias e raras em atletas como
atrofia hipotenar assimétrica, diminuição da força de preensão
e de pinçamento, dedo mínimo em abdução. O tratamento é
conservador inicialmente com repouso, gelo, medicamentos anti-
inflamatórios e talas acolchoadas com o cotovelo em flexão de
30 a 45°. Indicações cirúrgicas são: falha do tratamento clínico,
subluxação do nervo ulnar e patologia do cotovelo causadora de
predisposição à lesão como instabilidades.9,11
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
arroso G.C, Thiele E.S, Lesão muscular nos atletas. Rev Bras Ortop.
2011;46(4):354-58.
5.Falótico GG, Torquato DF, Roim TC, Takata ET, Pochini AC,
Ejnisman B. Dor glútea em atletas – como investigar e tratar?. Rev
bras ortop. 2 0 1 5;5 0(4):462–468.
608
LESÕES NO OMBRO
610
Ruptura do manguito rotador
Tendinite Calcárea
A tendinite calcárea ou tendinite calcificante do ombro é co-
nhecida como uma infiltração de cálcio nas fibras dos tendões do
manguito rotador mais comumente encontrada na transição entre
o supraespinal e o infraspinal. A causa dessa patologia ainda não
foi bem estabelecida, provavelmente sua origem é por hipovascu-
larização que desencadeia um processo degenerativo inicial po-
dendo levar à lesão ou formar a calcificação. Percebe-se que ela
é mais frequente em individuos entre 30-60 anos e acomete mais
mulheres que homens.
612
Síndrome do impacto subacromial
Em 1972, Neer descreveu a Síndrome do impacto caracteri-
zada por uma proliferação de osteófitos na superficie antero infe-
rior do acromio causada pelo impacto do manguito rotador e da
cabeça do úmero de encontro ao acrômio e exercendo tração do
ligamento coracoacromial. Ele também descreveu o que se conhe-
ce como teste do impacto, caracterizado pelo alívio temporário
da dor após feita a injeção de lidocaína no espaço subacromial
(FIGURA 3). Esse teste ajuda a diferenciar sintomas puramente
relacionados ao impacto de outros processos patológicos.
614
Secundário
616
FIGURA 7: sinal da dragona do soldado
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
2-Rockwood Jr CA, Matsen III FA, Wirth MA, Lippit SB, Fehring-
er E v, Sperling JW, editors. Rockwood and Matsen’s The Shoul-
der. 5th ed. Philadelphia, PA: Elsevier; 2017.
618
10: 228-231, 1986.
7-Lee SY, Lee KJ, Kim W, Chung SG: Relationships between cap-
sular stiffness and clinical features in adhesive capsulitis of the
shoulder, PM R 7:1226, 2015.
Introdução
As primeiras descrições sugestivas da síndrome de dor com-
plexa regional datam provavelmente de 1864, no contexto da
Guerra Civil Americana, em que Silas Weir Mitchell descreveu sinto-
mas e sinais observados em soldados com lesões do sistema nervoso peri-
férico: dor em queimação constante e alterações tróficas substanciais. Ele
denominou esta síndrome de causalgia ( do grego causus, que significa
queimor ou calor e algus, que significa dor). (1)
No início do século XX, Sudeck relatou quadros clínicos dolorosos
de rápida progressão, acompanhados de atrofia óssea, após lesão de partes
moles e outros tipos de trauma, com apresentação clínica semelhante à
causalgia
Essa síndrome foi conhecida ao longo do tempo como atrofia ou dis-
trofia de Sudeck, algodistrofia, algoneurodistrofia, síndrome da mão-ombro,
distrofia neurovascular reflexa, causalgia e distrofia simpático-reflexa. (2)
Durante a I Guerra Mundial, Rene Leriche tratava esta condição
através da simpatectomia cirúrgica, presumindo-se um envolvimento do
sistema nervoso simpático na sua gênese.(3)
Na década de 50, John desenvolveu técnicas invasivas que permitiram
o bloqueio temporário do sistema nervoso simpático. Dada a eficácia dessas
técnicas, Evans cunhou o termo distrofia simpático reflexa (DSR).(4)
Epidemiologia:
A incidência anual depende da população e do estudo, variando de
5,46 a 26,2 casos / 100.000 pessoas. Na população geral, a incidência
e a prevalência da SCDR são 2 a 5 vezes maiores nas mulheres do que
622
nos homens, principalmente na pós-menopausa, com pico entre 45 e 55
anos. Acomete na maioria das vezes os membros superiores. (14) Outros
fatores associados à SCDR são raça caucasiana, maior renda familiar
mediana, depressão, cefaleia e abuso de drogas. (15-18) (19)
O fato de o diagnóstico ser clínico representa um desafio pois utili-
zando-se diferentes critérios pode-se chegar a resultados diferentes. Um
estudo coreano,baseado em guidelines mais objetivos, revelou uma faixa
etária mais avançada (70-79 anos), discreta prevalência do sexo feminino
(10:8) e predomínio de sintomas em pelve e membros inferiores. (20)
Classificação:
Ao longo do tempo, a SCDR vem sendo definida e redefinida. De
acordo com a IASP ( International Association for Study of Pain),
1994, a SCDR pode ser dividida em dois grupos:
Tipo I: sem evidência física ou eletrofisiológica de lesão de
tronco nervoso; formalmente conhecida com distrofia simpático-
-reflexa;
Tipo II com evidência de lesão de tronco nervoso; formal-
mente conhecida como causalgia.
Estas subdivisões podem de fato representar diferentes par-
tes de um espectro contínuo. (21)
Fisiopatologia:
A fisiopatologia da SCDR não está completamente esclare-
cida mas é considerada multifatorial. Tanto a inflamação clássica
quanto a neurogênica mediada por citocinas e neuropeptídios de-
sempenham um papel central, associadas a alterações de plas-
ticidade do sistema nervoso central, periférico e disfunções do
sistema nervoso autônomo simpático; além disso, mecanismos
psicológicos e auto-imunes devem contribuir.(10)
A variedade das manifestações observadas na SCDR de-
pende da contribuição relativa dos diferentes mecanismos fisio-
patológicos, que podem diferir entre os pacientes ao longo do
tempo.(22-24)
A SCDR tipo I pode ser resultante da lesão de tecidos moles
( comumente entorses, contusões, luxações, tendinites, fraturas,
Quadro Clínico:
Segundo a IASP, para preencher os critérios diagnósticos,
o paciente deve apresentar dor, função reduzida da região
acometida, alterações tróficas envolvendo unhas, pele e/ou
pêlos e disfunção vaso e/ou sudomotora. Alterações sensitivas
tais como hiperestesia, hiperalgesia, alodínia térmica e mecânica
também podem estar presentes.(21, 25)
A partir dos critérios da IASP, Harden et al desenvolveram
os critérios clínicos diagnósticos de Budapeste(26) (Tabela 1):
Tabela 1: Critérios de Budapeste. Diagnóstico Clínico de SCDR
624
• a. Sensitivas: presença de hiperalgesia (picada) e ou alo-
dínea (ao toque leve e ou pressão somática profunda e/ou movi-
mento articular);
• b. Vasomotoras: presença de assimetria da temperatura e
ou alteração da cor da pele e ou assimetria da cor da pele;
• c. Sudomotoras/edema: presença de edema e ou altera-
ções da sudorese e ou assimetria da sudorese;
• d. Motoras/tróficas: presença de diminuição da amplitude
do movimento e ou disfunção motora (fraqueza, tremor, distonia)
e ou alterações tróficas (pelos, unhas, pele).
4. Ausência de outro diagnóstico que justifique mais adequa-
damente os sinais e sintomas.
De acordo com os Criterios Diagnosticos Clinicos de Buda-
peste, os doentes deveriam contemplar os quatro itens para rece-
ber o diagnostico de SCDR tipo I (sem lesao de tronco nervoso) ou
de SCDR tipo II (com lesao de tronco nervoso).
A validação destes critérios no diagnóstico de SCDR de-
monstrou uma especificidade de 79% , em comparação com 41%
de especificidade dos critérios originais da IASP (25, 26)
Diagnóstico
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1. Mitchell SW, Morehouse GR, Keen WW. Gunshot wounds and
other injuries of nerves. 1864. Clin Orthop Relat Res. 2007;458:35-9.
626
3. R L. De La Causalgie envisage come une nevrite dusympaatic
et son traitment per la denudation et I’exicion des plexus nerveux
periarteriels. 24: Presse Med; 1916 p. 178-80
17. Rewhorn MJ, Leung AH, Gillespie A, Moir JS, Miller R. In-
cidence of complex regional pain syndrome after foot and ankle
surgery. J Foot Ankle Surg. 2014;53(3):256-8.
19. Jellad A, Salah S, Ben Salah Frih Z. Complex regional pain syn-
drome type I: incidence and risk factors in patients with fracture
of the distal radius. Arch Phys Med Rehabil. 2014;95(3):487-92.
20. Kim H, Lee CH, Kim SH, Kim YD. Epidemiology of complex
regional pain syndrome in Korea: An electronic population health
data study. PLoS One. 2018;13(6):e0198147.
628
new diagnostic criteria for complex regional pain syndrome. Pain
Med. 2007;8(4):326-31.
Introdução
A pseudoartrose é uma parada no processo de reparo da fra-
tura. Ela ocorre quando não se observa uma evidência radiográfi-
ca progressiva da consolidação óssea.
Os achados radiológicos observados geralmente são esclero-
se nas extremidades da fratura, presença de gap entre os fragmen-
tos principais, persistência ou alargamento do traço de fratura e
calo ausente ou hipertrófico1.
Para abordagem do tema, observa-se uma confusão nas de-
finições dependendo a língua a ser pesquisada. Em concordância
com a língua portuguesa, a literatura alemã descreve a mesma
condição. No entanto na língua inglesa para uma definição seme-
lhante a nossa o termo a ser pesquisado consiste em “nonunion”,
condição na qual a fratura não apresenta consolidação e não ob-
serva-se melhora das condições mecanobiológicas.
Para diagnosticar a pseudoartrose de forma cronológica(pelo
tempo de fratura), uma forma bastante controversa, o Food and
Drug Administration(FDA) definiu como uma falha de consoli-
dação acima de 9 meses da fratura com 3 meses consecutivos de
estagnação no processo de consolidação.4 No entanto, algumas
literaturas descrevem como a falha de consolidação óssea com 6
meses de fratura.5
Classificações
Tipos de pseudoartrose
632
1. Séptica
Causada por infecção
PCR geralmente aumentado sendo um importante preditor
para infecção
2. Sinovial
Composta por tecido fibrocartilaginoso que produz líquido
sinovial, impossibilitando a consolidação da fratura.
Mais observado no úmero, fêmur e tíbia
3. Hipertrófica
Geralmente causada por estabilidade mecânica inadequada
COM bom suprimento sanguíneo e biológico
Formação de calo ósseo abundante sem ponte óssea. Radio-
graficamente pode-se observar imagens descritas como “pata de
elefante”ou “casco de cavalo”
Promovendo estabilidade para a fratura, adquire-se consoli-
dação óssea
4. Atrófica
Geralmente causada por imobilização inadequada e ruim su-
primento sanguíneo
5. Oligotrófico
Geralmente causada por redução inadequada com desvios
dos fragmentos de fraturas
Classificação de Judet & Judet 7
- Hipervasculares: fragmentos viáveis
- Pata de elefante: hipertróficas
- Fixação instável / carga prematura
- Casco de cavalo: moderadamente hipertróficas
- Calo insuficiente para união
- Fixação moderadamente instável
- Oligotróficas: não há calo
- Fratura desviada com distração dos fragmentos
- Fixação interna mal posicionada
- Avasculares
- Cunha de torção
- Fragmento intermediário com vascularização ruim
- Unido apenas a um fragmento principal
- Cominutivas
- ≥ 1 fragmentos intermediários sem vascularização
- Sem qualquer sinal de calo
- Defeituosas (falha óssea)
- Perda de fragmento da diáfise
- Extremidades viáveis mas atrófica
- Chama de vela: tecido cicatricial sem poder osteogênico
preenche a falha óssea
Figura 2: Pseudoartroses avasculares. A: cunha de torção. B: cominutiva. C: Fa-
lha óssea. D: Chama de vela.
634
Apresentação
Sintomas
importante descrever o mecanismo de lesão, tipo de fratu-
ra(aberta ou fechada), tratamentos conservadores/cirúrgicos(tipo
de implante), estado metabólico, nutricional ou imunológico, uso
de AINES ou nicotina.
Avaliar nível de dor com a carga axial no membro acometido
Exame Físico
Realizar exame neurovascular minucioso incluindo avaliação
de partes moles, no intuito de observar sinais de infecção
Mobilidade da pseudoartrose
Presença ou não de deformidades/alinhamentos/dismetrias
de membros
Imagens
Radiografias
Raio-x simples geralmente são úteis para avaliação/diagnós-
tico da consolidação óssea. Caso não evidencie consolidação, so-
licitar preferencialmente quatro visões da lesão com objetivo de
realizar a avaliação completa do segmento
Radiografias com carga podem ser úteis caso exista discre-
pância de membros
Tomografia Computadorizada(TC)
Na dúvida diagnóstica deve ser solicitada. Os materiais para
osteossíntese(placas e parafusos/hastes intramedulares) podem
gerar grandes artefatos dificultando a análise.
Figura 3: Raio x em AP e Perfil de Tíbia Direita demonstrando uma pseu-
doartrose hipertrófica.
Tratamento
O tratamento deve ser individualizado, não devendo tratar
a radiografia. Deve-se realizar uma abordagem global tendo em
vista que a pseudoartrose pode ser multifatorial.
Conservador8
Imobilização com brace
Uso de estimuladores da consolidação
Contra-indicado para pseudoartrose sinovial, pseudoartro-
ses com mobilidade do foco de fratura, defeitos ósseos acima de
1cm
Cirúrgico
Pseudoartrose infectada
Chance baixa de consolidação, caso infecção não seja erradicada
636
Geralmente necessária mais de uma abordagem
Necessidade de remoção de todo tecido infectado/desvitali-
zado, uso de antibiótico tópico ou curativos à vácuo.
Caso exista grandes defeitos ósseos, transporte ósseo pode
ser uma opção
Pseudoartrose sinovial
Necessidade de abordagem para fixação interna estável com
manutenção da viabilidade de partes moles
Pseudoartrose hipertrofia
Geralmente acompanham boa viabilidade de partes moles e
biologia
Necessidade de estabilização com fixação interna
Pseudoartrose oligotrófica
Geralmente necessita estímulo biológico com redução dos
fragmentos ósseos e fixação interna
Pseudoartrose atrófica
Acompanha com extremidades ósseas desvascularizadas
Necessário abordagem para estimular a biologia do paciente
(enxerto ósseo(autólogo da crista ilíaca), enxertos sintéticos) e fi-
xação interna rígida.
Prognóstico
O tratamento conservador possui espaço no tratamento das
pseudoartroses, para casos bem selecionados ou onde o tratamen-
to cirúrgico não é aplicável (pacientes moribundos). O tratamento
cirúrgico possui melhores taxas de união.9
Diagnóstico diferencial
Retardo de consolidação - caso suspeite que exista um retar-
do de consolidação deve propor o tratamento menos invasivo e
observar a evolução do quadro clínico
Infecção
Complicações
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1- REIS FB, HUNGRIA NETO JS, PIRES RES. Pseudartrose. Rev
Bras Ortop. 2005;40(3):.
638
SÍNDROME COMPARTIMENTAL
640
- representado pela incapacidade de flexão dorsal do pé. “Pares-
tesia” ou anestesia. “Pulso” - sempre presente. Posição enfática, já
que a ausência do pulso presume fase avançada e de seqüelas da
síndrome compartimental.
O diagnóstico da síndrome compartimental é clínico, porém
existem diversos métodos para monitorizar a pressão intracom-
partimental. Dentre eles: técnica de Whitesides, Stryker, cateter de
Wick, cateter de Slit. Laboratorialmente pode-se ter um aumento
da creatina-quinase (CK) num valor de 1000-5000 U/mL demons-
trando uma mioglobinúria que pode sugerir o diagnóstico.
Após realizar o diagnóstico, devem ser retirados curativos ou
talas que possam estar contribuindo para o surgimento do qua-
dro. Se não houver melhora, a descompressão deve ser realizada
urgentemente. Ainda, é importante proceder à elevação do mem-
bro ao nível cardíaco, com uma contenção elástica e gelo.
Habitualmente, a descompressão é realizada por meio de
uma fasciotomia, ou seja, a abertura cirúrgica da fáscia que in-
clui uma incisão da pele, do tecido celular subcutâneo e da fáscia
muscular em toda a sua extensão e em todos os compartimen-
tos envolvidos, a fim de libertar os tecidos moles comprimidos
e aumentar o volume muscular, provocando, assim, a redução
imediata da pressão intracompartimental e o restabelecimento da
perfusão das estruturas contidas nesse compartimento.
A ferida cirúrgica fica, então, aberta e vai sendo progressiva-
mente encerrada, consoante o grau de edema e tensão dos tecidos
moles. Também pode ser realizada uma fasciectomia, que seria
a retirada da fáscia ao invés de apenas abri-la. Sempre quando é
a feita a fasciotomia com a liberação da aponeurose, faz-se ainda
uma dermotomia, pois a pele nesse caso pode atuar como um tor-
niquete impedindo a expansão dos tecidos.
A conduta pós-operatória mais importante será a preven-
ção das complicações. A posição neutra do membro afetado é a
mais indicada, pois permite que a perfusão permaneça adequada.
É sempre importante observar os sinais vitais do paciente, prin-
cipalmente no controle da pressão, corrigir a hipoperfusão com
soro fisiológico e se necessário coloides. O manitol pode ser utili-
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1.COHEN, M.; et al. Tendinopatia Patelar. In: Revista Brasileira
de Ortopedia. Vol. 43 no.8 São Paulo. 2008
642
INFECÇÕES OSTEOARTICULARES
644
FLUXOGRAMAS MOSTRANDO A FISIOPATOLOGIA
BÁSICA
HEMOCULTURA
• A identificação do organismo agressor é importante para
o bom resultado no tratamento de uma osteomielite.
• Sabe-se que a hemocultura é positiva em 50% dos casos.
• Embora não utilizada de rotina, tem a sua utilidade em
certos diagnósticos diferenciais.
646
• Na TB osteoarticular – hemograma: anemia leve e leuco-
citose; VHS – aumentado; Mantoux (tuberculínico) = ge-
ralmente positivo, mas não indica doença ativa. Exame
do líquido sinovial = leucocitose elevada e diminuição de
glicose e proteínas;
• Exame bacteriológico – pode visualizar o bacilo de Koch.
Biópsia de membrana sinovial – pode mostrar granuloma
tuberculoso.
• Em infecções por fungos – o exame laboratorial consiste
na cultura de material colhido por aspiração ou cureta-
gem. Pode ser necessária uma biópsia para esclarecer o
diagnóstico.
RADIOGRAFIA SIMPLES
• Fase aguda:
• 5-7 dias sinais inespecíficos
Com o desenrolar do quadro:
• Edema de partes moles
• Infiltração local pelo exsudato
• Porose ou desmineralização óssea metafisária
• Necrose óssea
• Periostite
• Fase Subaguda:
Classificação de Roberts, Drumond e Breed:
• IA: lesão metafisária em saca-bocado sem esclerose perifé-
rica semelhante ao granuloma eosinofílico.
• IB: reação metafisária irregular com esclerose de bordas e
representa o abcesso de Brodie clássico.
• II: erosão metafisária incluindo a cortical e tem aparência
de lesão agressiva, simulando osteossarcoma.
• III: localização diafisária, está associado a reação cortical e
periosteal localizados simulando um ostemoma osteóide.
• Forma Crônica:
• Deposição óssea laminar progressiva – invólucro;
• Osteocondensação com trabeculação espessa e anárquica;
• Cavidades intraósseas lacunares;
• Espessamentos periosteais grosseiros e deformidade do
osso;
• Presença de gases em decorrência de germes anaeróbicos
ou fistulas cutâneas;
• Osso extremamente esclerosado, com corticais espessas
caracterizando a osteomielite esclerosante de Garré.
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
• Fase aguda = pouca utilidade
• Fase crônica = sequestros ósseos
– Evidencia bem áreas de hiperemia (maior captação de
contraste);
– É pouco específico, mas localiza áreas de envolvimento
inacessíveis ao exame clínico, múltiplos focos (neonatos) e
associação à artrite séptica;
– Os resultados mais favoráveis ocorrem com leucócitos
marcados com Tecnécio, porém não são indicados em to-
dos os casos;
–
648
TRATAMENTO:
Cada serviço tem o seu protocolo de antibioticoterapia. Não
devemos prescrever antibióticos sem consultar a realidade local.
Em média o período de tratamento com antibiótico PARENTE-
RAL (ENDOVENOSO OU INTRAMUSCULAR) são 14 a 21 dias e
o antibiótico INTERNO (VIA ORAL) POR SEIS MESES. A cirurgia
ortopédica deve ser realizada ANTES e/ou DURANTE ou APÓS
a antibioticoterapia. Lembrem da biodisponibilidade dos antibió-
ticos em tecidos musculoesqueléticos.
ARTRITE SÉPTICA
“É a infecção articular causada por bactéria patogênica com
disseminação via hemática ou em decorrência de uma osteomelite
metafisária.” UMA DAS URGÊNCIAS EM ORTOPEDIA.
Principais bactérias causadoras:
Em crianças: Estafilococos Aureus ( 95%), Estreptococos,
Pneumococos, Haemophylos Influenza, Salmonela.
Em Adultos: Estafilococos aureos, Pneumococos, gonococos.
Diagnóstico:
Exame laboratoriais: hemograma,VHS, PCR, hemocultura,
punção articular.
Diagnóstico por Imagem:
Alterações precoces:
Espessamento da capsula sinovial
Infiltração e edema de partes moles e região periarticular
ULTRASSONOGRAFIA
Identifica o derrame articular (100%)
Características físicas
Pode orientar a punção articular
RNM
Falha terapêutica;
Osteomielites coexistentes
Não é rotina;
Identifica principalmente: extensão da doença, sequestros e
alterações ósseas, produzidos pela lesão inflamatória;
Pode ser solicitada em casos de dúvida e para diagnóstico
diferencial;
650
Qualidade de imagem boa (partes moles adjacentes);
Melhor exame para diagnóstico de osteomielite vertebral;
PUNÇÃO ARTICULAR
A aspiração do líquido intra-articular por punção pode ser
realizada em pacientes que colaboram, sob anestesia local;
Normalmente a dor é muito intensa, e a punção articular tor-
na-se difícil dessa maneira. É necessário sedar o paciente ou sub-
metê-lo a uma anestesia geral;
Realiza-se a punção no centro cirúrgico, sob anestesia geral,
no mesmo momento de iniciar o tratamento cirúrgico;
O material é enviado para o laboratório para os testes bacte-
riológicos: cultura, antibiograma, e bacterioscopia;
Se o paciente já estiver em uso de antibióticos, a cultura pode
ser mascarada e não terá validade.
Antibioticoterapia:
Deve ser iniciado o mais rápido possível, após realizada a
cultura e antibiograma.
Antibioticoterapia empírica de amplo espectro, com cober-
tura pra S.aureus, EV por 10 dias, seguidos de administração VO
por 3 semanas.
Antibiótico deve ter uma boa penetração no tecido ósseo.
TRATAMENTO
LEMBRAR QUE A ANTIBIOTICOTERAPIA DEVE SER INI-
CIADA LOGO QUE DIAGNOSTICADA ARTRITE SÉPTICA.
A CIRURGIA É DE URGÊNCIA!!! PARA ARTROTOMIA
E LIMPEZA ARTICULAR APÓS O DIAGNÓSTICO.
NÃO RETARDEM A INDICAÇÃO CIRÚRGICA. LEM-
BREM QUE SE TRATA DE URGÊNCIA ORTOPÉDICA
652
Destruição da superfície articular
Pinçamento da interlinha
Aumento de Volume
Raras
Características clínicas vagas: cansaço, palidez e febre
Mais frequentes: actiniomicose, coccidiomicose e blastomi-
cose
Estudo na América do Norte:
59,1% coluna lombo-sacra
7,5% coluna cervical
Candidas (41,2%) e Aspergillus sp (32,1%).
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1. Tachdjian, MO. Ortopedia pediatrica. 1. ed. Philadelphia Ed.
Nueva Editorial Interamericana Mexico, 1985. 2 v.
Gerardo Vasconcelos
Osvaldo Mendes de Oliveira Filho
Introdução
Um dos recursos mais utilizados em ortopedia e traumatolo-
gia é a imobilização da área ou superfície tratada. A maioria dos
casos é um recurso terapêutico utilizado em casos que envolvem
traumatismos das mais diversas ordens, entretanto as imobiliza-
ções podem ser utilizadas para o tratamento das escolioses, de pé
torto congênito ou como suporte a áreas sequeladas.
Um dos mais frequentes benefícios procurados pelos médi-
cos, notadamente no trauma, ao indicar uma imobilização é o con-
trole da dor obtido pelo repouso da área tratada, o que propicia
uma maior rapidez na cicatrização e/ou consolidação das estru-
turas afetadas.
Em casos de fraturas, a imobilização proporciona uma con-
dição sine qua non para a consolidação que é a estabilização do
foco da fratura. Sendo que as etapas de consolidação ocorrerão a
seguir se forem mantidas as condições locais (imobilização e vita-
lidade tecidual) e sistêmicas do paciente para tal finalidade.
A imobilização de uma fratura pode ser feita por meio de tu-
tores externos, fixadores externos, fixadores internos (placas, has-
tes e fios metálicos) e/ou com a utilização de tração para obtenção
do alinhamento ósseo anatômico desejado, se necessário.
A indicação do método escolhido, conservador ou cirúrgico,
bem como do material utilizado para a imobilização depende de
vários fatores, dentre eles: tipo de lesão ( partes moles, óssea ou
mista), tipo de fratura( aberta ou fechada ) , local da fratura( ar-
656
Do ponto de vista biomecânico uma boa imobilização deve
contar com três pontos de apoio: um no foco da fratura e dois
opostos a esta para bloquear uma eventual perda de correção.
Em uma imobilização que envolva uma articulação esta
deve, preferencialmente, ser colocada na posição funcional, res-
salvando-se situações especiais que envolvam redução de fraturas
ou ainda roturas tendinosas, como a do tendão de Aquiles cujo pé
deve ser mantido na posição equina.
658
• Metacarpos e dedos – Splint de alumínio, tala de gesso,
gesso fechado, adesivo;
660
• Tornozelo – tala gessada, bota gessada(n)
Complicações”
Em geral os aparelhos gessados mal confeccionados só traz
em complicações como por exemplo:
1) Compressão leve (caracterizada por dor, edema, cianose
hipotermia, etc).
2) Compressão isquêmica de Volkmann.
3) Trombose
4) Escaras
5) Alergia/Piodermite(infecção da pele)
6) Paralisia motora
Referências consultadas
662
MALFORMAÇÕES CRÂNIO VERTEBRAIS E CHIARI
664
marcha e os déficits motores , que associados às anomalias ósseas
da junção crâniovertebral , fazem com que o Ortopedista seja o
primeiro profissional a ser procurado por estes pacientes, gerando
uma verdadeira interface entre a Neurocirurgia e a Ortopedia.
Além das anomalias patognômicas da MC algumas patolo-
gias frequentemente são relacionadas a MC, como a hipoplasia
da foice do cérebro, hipoplasia da tenda cerebelar, ausência de
septo pelúcido, microgiria, anormalidades do tentório, anormali-
dades do aqueduto, hidrocefalia, cisto no forâmen de Magendie,
lacuna no crânio, hidromielia, invaginação basilar, platibasia, fu-
são de vértebras cervicais, fusão atlanto-occipital, hemivértebras,
escoliose, espinha bífida com meningocele ou mielomeningocele
(ARAÚJO et al., 2017).
Segundo estudo realizado por (SALOMÃO et al., 1998), con-
forme a descrição de Chiari, a CM possui 4 tipos, sendo os tipos I
e II os mais comuns: O tipo I é conhecida por apresentar um des-
locamento caudal das amígdalas cerebelares através do forâmen
magno; o tipo II, na herniação das amígdalas, verme cerebelar, IVº
ventrículo e porção inferior do bulbo, através do forâmen occipi-
tal; o tipo III na herniação do cerebelo e tronco encefálico dentro
de uma meningocele cervical alta e, no tipo IV, há hipoplasia
cerebelar sem herniação (BROCK, 2017).
A malformação de Chiari tipo I (MC-I) é caracterizada pelo
deslocamento caudal do cerebelo e pela herniação das amígda-
las cerebelares através do forâmen magno. Essa malformação tem
sido relacionada a diversos problemas no cotidiano, como, os
distúrbios respiratórios do sono, sobretudo a síndrome de apneia
central do sono. O tratamento sintomático da MC-I consiste na
descompressão cirúrgica da fossa posterior com duroplastia.
(VALE et al., 2014). Segundo (BEZERRA JR., et al, 2016), a iden-
tificação e classificação das anomalias ósseas da junção crânio
vertebral, em especial a Invaginação Basilar deve ser realizada,
com tomografia da região, para avaliar a presença de instabilida-
de, sendo que em alguns casos é necessária a fixação da região e
retirada do odontóide por via transoral, aberta ou endoscópica,
para melhores resultados cirúrgicos.
666
denominação de malformação de Chiari do tipo II (SALOMÃO et
al., 1998).
Em indivíduos com CM-II, a homeostasia entre fluidos cor-
porais e o sistema cardiovascular também pode apresentar distúr-
bios devido as anormalidades no nível do nervo vago. A expli-
cação para o comprometimento desta homeostasia em indivíduos
com CM-II pode estar na análise da função vagal desde o nível
experimental, demonstrando-se que respostas excitatórias vagais
podem estar vinculadas ao processamento sináptico de células
no núcleo pré-óptico hipotalâmico, causado pela associação das
informações visceral e humoral, que são importantes para a ma-
nutenção da homeostasia entre os fluidos corporais e o sistema
cardiovascular (HENRIQUES FILHO, 2009).
Na CM-II observa-se uma elevada incidência de malforma-
ções de desenvolvimento da cortical e anomalias da migração
neuronal, entre eles a polimicrogiria e heterotopias neuronais. In-
terdigitação de sulcos corticais na linha média superior podem
ser visualizados devido à hipoplasia (OLIVEIRA et al., 2019).
Malformação de Chiari do tipo III (MC-III) é rara e consiste
na herniação de todo o conteúdo da fossa craniana posterior atra-
vés de uma encefalocele posterior; é geralmente incompatível com
sobrevida prolongada. Malformação de Chiari do tipo IV (MC-IV)
foi descrita apenas em sua segunda publicação de 1896. Nestes
pacientes, a fossa posterior apresenta tamanho relativo normal,
sem herniação do tronco encefálico, porém com hipoplasia ou
aplasia cerebelar (BROCK, 2017).
Referências
668
apneia central do sono: eficácia do tratamento com servoventila-
ção adaptativa. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 40, n. 5, p.
574-578, 2014.