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MATEMÁTICA

FINANCEIRA
Equivalência de Capitais

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Equivalência de Capitais

Sumário
Thiago Cardoso

Equivalências de Capitais.. ............................................................................................................. 4


1. Fluxo de Caixa Descontado........................................................................................................ 4
1.1. Data Focal. . .................................................................................................................................. 6
2. Séries de Capitais Equivalentes............................................................................................. 20
Gabarito............................................................................................................................................ 27

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Equivalência de Capitais
Thiago Cardoso

Olá, aluno(a), seja bem-vindo(a) a mais uma aula de Matemática Financeira. Nesta aula,
vamos falar sobre a Equivalência de Capitais.
Esse conteúdo utiliza como base os Descontos Simples e Compostos, portanto você pre-
cisa estar afiado(a) nessa parte da Matemática Financeira.
Aproveita e me segue no Instagram, @math.gran, que é onde eu sempre posto dicas para
você que está estudando para concursos públicos.

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EQUIVALÊNCIAS DE CAPITAIS
O problema da Equivalência de Capitais consiste em analisar duas opções diferentes de
fluxos de caixa de investimentos e recebimentos e saber qual dos dois vale mais a pena. Por
exemplo: o que vale mais a pena?
• Opção A: receber R$12.000 daqui a 5 anos;
• Opção B: receber R$2.000 por ano pelos próximos 5 anos.

Na opção B, você receberá um montante menor (R$10.000 no total). Porém, você receberá
mais rapidamente. E, se tem algo que é fundamental na Matemática Financeira é a ideia de
que tempo é dinheiro.
Justamente por isso você deve se preocupar não somente com a soma dos valores rece-
bidos, mas também com o momento em que eles são recebidos.
E, para isso, é necessário o conceito de fluxo de caixa descontado.

1. Fluxo de Caixa Descontado


Esse é o conceito mais importante de toda a Matemática Financeira, sendo muito útil para
os campos da Análise de Investimentos e até mesmo da Contabilidade.
Considere que você tenha um conjunto de valores a receber. Por exemplo, o seu salário
mensal, representado na Figura 4.

Figura 4: Representação de um Fluxo de Caixa

É muito importante entender a Figura 4 e a Figura 5.


No nosso exemplo, temos o salário mensal. Assim, na Figura 4, o período 0 corresponde
ao mês atual, quando se tem o recebimento P0. O período 1 significa daqui a 1 mês, quando se
tem mais um recebimento, e assim por diante.
O fluxo de caixa descontado corresponde à soma do valor presente de todas as par-
celas. AQUI

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Figura 5: Descontos das Parcelas Futuras a Valor Presente

Como falamos em valor presente, precisamos aplicar um desconto sobre cada par-
cela futura.
Na imensa maioria das situações da vida real e das questões, utilizamos o Fluxo de Caixa
Descontado para tomar decisões, portanto, devemos utilizar o desconto racional.
Além disso, como o Juro Composto é a situação mais comum, devemos utilizar o Descon-
to Racional Composto.
Por isso, caso a questão não especifique qual tipo de desconto deve ser aplicado, consi-
dere que se trata de um Desconto Racional Composto.
Nesse caso, o fluxo de caixa descontado ficará da seguinte forma:

Repetindo a expressão do Fluxo de Caixa Descontado (com desconto racional composto).

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Porém, é possível que a questão especifique outro tipo de desconto a ser aplicado. Nesse
caso, você deve utilizar o tipo de desconto exigido pela questão.

1.1. Data Focal


A data focal é a data na qual se deseja calcular o valor presente das parcelas.
Na Figura 5, trouxemos todas as parcelas a valor presente (t=0). Por isso, essa é a data focal.

Figura 6: t=0 é a data focal

Porém, eventualmente poderíamos ter interesse em outra data focal. Por exemplo, supo-
nha que não vamos realizar nenhum recebimento no tempo presente e só começaremos a
receber daqui a um ano.
Nesse caso, faz sentido considerar t=1 como data focal. Vejamos uma ilustração.

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Figura 7: t=1 é a data focal

É interessante notar que os Juros Compostos – e, consequentemente, os Descontos –


possuem a propriedade de Cindibilidade do Prazo.
Por conta disso, a escolha da data focal não interfere numa decisão de investimentos,
tendo-se em conta Desconto Composto.
Por exemplo, os capitais de R$1000 no mês 0, R$1100 no mês 1, R$1210 no mês 2 e
R$1331 no mês 3 são equivalentes a uma taxa de desconto racional composto de 10% ao
mês, qualquer que seja a data focal considerada.
Por exemplo, na data focal t = 0, calculemos os valores presentes de cada parcela:

Figura 8: Cindibilidade do Prazo no Desconto Composto

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Como os valores presentes dos quatro capitais são equivalentes, dizemos que eles são
equivalentes. Em outras palavras, é indiferente pagar R$1000 hoje, pagar R$1100 daqui a um,
R$1210 daqui a dois anos ou R$1331 daqui a três anos considerando um desconto racional
composto de 10% ao ano.
Agora, calculemos o valor futuro dessas parcelas na data focal t = 3. Nesse caso, como
tratamos de valor futuro, aplicamos juros compostos, e não um desconto.

Observe que, apesar de termos mudado a data focal, a conclusão não mudou. Os valores
futuros dos quatro capitais do exemplo continuam iguais. Portanto, os capitais permanecem
equivalentes.

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No entanto, quando a questão fala de uma Equivalência de Capitais a desconto simples, a


data focal é indispensável para resolver o problema.
Vejamos um exemplo prático para você entender como funciona. Os capitais de R$1000
no mês 0, R$1100 no mês 1, R$1200 no mês 2 e R$1300 no mês são equivalentes a uma taxa
de desconto racional simples de 10% ao mês na data focal t = 0.

Figura 9: Equivalência de Capitais a Juros Simples

Calculemos o valor presente de cada uma das parcelas citadas:

Como os valores presentes de todas as parcelas na data focal t = 0 são iguais, temos que
os capitais são realmente equivalentes.
Agora, vejamos o que acontece quando calculamos os valores futuros das parcelas na data
focal t = 1. Como se trata de um valor futuro, devemos aplicar juros simples, não descontos.

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Figura 10: Ilustração da Incindibilidade do Prazo em Operações de Desconto Simples

Sendo assim, na data focal t = 3, os capitais não são mais equivalentes. Isso se deve à
propriedade de incindibilidade do prazo nas aplicações de juros simples.
Por isso, nas questões de equivalência de capitais a juros simples, a data focal deverá ser
informada pela banca.

001. (CESPE/TCE-AC/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2009) Um comerciante que deve a


um banco um título de valor nominal igual a R$ 23.450,00, com vencimento para daqui a dois
meses, negociou com o banco a prorrogação da dívida por mais quatro meses. Consideran-
do a data focal como sendo o momento atual e que, para o título acima, o banco adotou o
desconto comercial simples à taxa de 60% ao ano, então o valor nominal, em reais, do novo
título será:
a) inferior a 26.000.
b) superior a 26.000 e inferior a 28.000.
c) superior a 28.000 e inferior a 29.000.
d) superior a 29.000 e inferior a 31.000.
e) superior a 31.000.

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O primeiro cuidado a se ter nessa questão é converter a taxa de juros anual em mensal, pois
o tempo foi dado em meses. Como o desconto é simples, utilizaremos o conceito de taxa pro-
porcional. Basta apenas dividir por 12, já que 1 ano é igual a 12 meses.

Agora, vamos desenhar os dois capitais pedidos. A dívida seria paga por R$23.450 daqui a 2
meses. Queremos saber o capital equivalente a esse daqui a 4 meses, considerando a data
focal como a atual (t = 0).

Para calcular o capital equivalente, o banco utiliza o desconto comercial simples. Portan-
to, tem-se:

Letra d.

002. (FCC/TST/ANALISTA JUDICIÁRIO – CONTABILIDADE/2017) Uma pessoa tem uma dívida


a ser cumprida que é composta das seguintes parcelas:
− Uma parcela de R$ 2.000,00 que vence daqui a um mês.
− Uma parcela de R$ 3.000,00 que vence daqui a 2 meses.
− Uma parcela de R$ 4.000,00 que vence daqui a 3 meses.

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A taxa de juros compostos que está sendo cobrada é 4% ao mês. Se a pessoa decidir liquidar
integralmente o empréstimo na data de vencimento da parcela de R$ 2.000,00, o valor total
que deve ser pago nesta data, desprezando-se os centavos, é em reais,
a) 8.583,00.
b) 8.001,00.
c) 8.560,00.
d) 8.588,00.
e) 8.253,00.

Quando você toma um empréstimo em uma instituição financeira qualquer, ela enxerga tal
empréstimo como um investimento, portanto, usará o desconto racional composto.
Como queremos saber o valor que deve ser pago integralmente no mês 1, devemos trazer
todas as parcelas a esse mês.

Agora, aplicando o desconto racional composto para trazer todas as parcelas a valor presen-
te, tem-se:

Letra a.

003. (FCC/TRE-PR/ANALISTA JUDICIÁRIO – CONTABILIDADE/2017) A Cia. Só Queijos adqui-


riu um imóvel para ser pago em 5 parcelas iguais de R$ 8.000,00, vencíveis em 30, 60, 90, 120
e 150 dias, respectivamente, após a data da compra. Após pagar a terceira parcela, a Cia.

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verificou que possuía condições financeiras de quitar as demais parcelas nesta mesma data.
Sabendo que a taxa de juros compostos cobrada era 4% a.m., o valor que a Cia. Só Queijos
desembolsou para quitar o imóvel, após pagar a terceira parcela, foi, desprezando-se os cen-
tavos, em reais,
a) 13.413,00.
b) 15.052,00.
c) 15.099,00.
d) 15.040,00.
e) 15.088,00.

Na minha visão, essa é uma questão de Sistemas de Amortização, porém, pode ser resolvida de
maneira relativamente simples com a aplicação do conceito de desconto racional composto.
Façamos um esquema da situação. A companhia já efetuou 3 pagamentos e deseja saber o
quanto deve pagar pelas duas parcelas que ainda restam.

Sendo D o valor desse pagamento antecipado, temos que D deve corresponder aos descontos
compostos aplicados às duas últimas parcelas.

Letra e.

004. (FCC/PGE-MT/ANALISTA – CONTADOR/2016) Fábio contraiu hoje um empréstimo. Vai


devolvê-lo em duas parcelas, uma no valor de R$ 2.142,40, vencível daqui a um mês, e outra,
no valor de R$ 2.970,52, vencível daqui a 2 meses. Nesse empréstimo foram utilizados juros
compostos, à taxa de 3% ao mês. Nessas condições, o valor do empréstimo foi de:
a) R$ 4.320,00.
b) R$ 4.930,92.
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c) R$ 4.880,00.
d) R$ 5.004,00.
e) R$ 5.112,92.

Ideia bem semelhante ao que foi visto anteriormente. Basta trazer as duas parcelas a va-
lor presente.

Façamos as contas:

Letra c.

005. (FGV/ISS-NITERÓI/FISCAL DE TRIBUTOS/2015) Um comerciante vende seus produtos


em duas parcelas mensais e iguais, sendo a primeira com vencimento em 30 dias após a
compra. Os clientes se recusam a pagar à vista sem desconto. Se para o comerciante o di-
nheiro rende 25% ao mês, o máximo de desconto que pode ser oferecido, de modo a tornar fi-
nanceiramente indiferente para ele a alternativa escolhida pelos clientes é, aproximadamente:
a) 25%.
b) 26%.
c) 27%.
d) 28%.
e) 29%.

A FGV nos brindou com excelentes questões de Matemática Financeira nessa prova de alto
nível do ISS-Niterói.

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Essa questão ilustra muito bem a diferença entre os descontos racional e comercial.
Seja P o preço do produto sem desconto. O cliente pode efetuar o pagamento em duas parce-
las sem juros, ou seja, pagando P/2 em cada parcela.
Outra situação é que o cliente pode levar o pagamento com um desconto à vista a uma taxa
de desconto j. Esse desconto é um desconto comercial, pois se trata de uma operação do dia
a dia de varejo.

O comerciante deseja avaliar qual o maior valor de desconto possível de ser concedido para
o pagamento à vista.
Para isso, ele deve trazer as duas parcelas a valor presente como ilustrado na figura acima.
Como essa é uma decisão de investimentos, ele deve aplicar o desconto racional.
E qual taxa deve ser utilizada? Como já vimos em outros exemplos, é a taxa da operação fi-
nanceira que o comerciante tem à sua disposição.
Sendo assim, temos os seguintes fluxos equivalentes:

Quando temos 25 no denominador, devemos multiplicar por 4 para facilitar as contas:

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Letra d.

006. (CESPE/TCE-SC/AUDITOR-FISCAL DE CONTROLE EXTERNO/2016) Uma casa foi coloca-


da à venda por R$ 120.000 à vista, ou em três parcelas, sendo a primeira de R$ 20.000 no ato
da compra e mais duas mensais e consecutivas, sendo a primeira no valor de R$ 48.000 a ser
pago um mês após a compra e a segunda, no final do segundo mês, no valor de R$ 72.000. Se
a taxa de juros compostos na venda parcelada for de 20% ao mês, a melhor opção de compra
é pela compra parcelada.

Na figura a seguir, desenharemos a situação apresentada. Apenas para facilitar o entendi-


mento, colocaremos a opção de compra à vista de cabeça para baixo.

Como se trata de uma tomada de decisão financeira, devemos utilizar o desconto racional.
Devemos trazer as três parcelas a valor presente e calcular o fluxo de caixa descontado as-
sociado a elas.

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Dessa maneira, a compra parcelada equivale a um valor atual de R$110.000, o que é inferior
ao valor para pagamento à vista. Portanto, vale mais a pena a compra parcelada.
Certo.

Em termos de concursos, não há dúvidas de marcar o gabarito CERTO. Porém, para a vida
real, essa questão está imprecisa.
Quando a pergunta é: “Vale a pena comprar à vista ou parcelado?”, a taxa de desconto que
se deve levar em conta é aquela que deriva da preferência temporal do pagador, não a taxa de
juros pactuada no empréstimo.
Por exemplo, suponha que você queira comprar a casa e a sua outra opção seria investir
em títulos públicos que rendem 7% ao ano.
Nesse caso, o valor atual das parcelas seria:

Portanto, se você tivesse apenas duas opções de fazer com o dinheiro: comprar a casa à
vista ou comprar parcelado mantendo o dinheiro investido em Tesouro Selic, valeria a pena
comprar à vista, pois o valor atual das parcelas é superior a R$120.000.
Por outro lado, se você fosse um empreendedor e pudesse investir o dinheiro a uma taxa
de juros de 25% ao ano:

Investidores e empreendedores que possuem maior taxa de retorno sobre os seus investi-
mentos têm um alto incentivo para fazer compras parceladas, em vez de fazer compras à vista.
Esse é um interessante mecanismo do mercado para que eles mantenham o seu dinheiro líqui-
do e disponível para realizar os investimentos mais produtivos nas suas empresas.

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007. (CESPE/TCE-SC/AUDITOR-FISCAL DE CONTROLE EXTERNO/2016) João comprou um


equipamento, cujo preço à vista era de R$ 800, em duas prestações mensais, consecutivas e
distintas. A primeira prestação, de R$ 440, foi paga um mês após a compra, e a taxa de juros
compostos desse negócio foi de 10% ao mês. Nessa situação, o valor da segunda prestação
foi superior a R$ 480.

Montaremos um diagrama representando a opção de pagamento à vista (R$800) para baixo


e as parcelas para cima.

Para saber o valor da parcela faltante, devemos calcular o fluxo de caixa descontado referente
à opção de compra parcelada e igualar ao preço à vista.

Certo.
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008. (FCC/SEFAZ-PE/AUDITOR-FISCAL DO TESOURO ESTADUAL/2014) Uma pessoa tomou


emprestada a quantia de R$ 5.000,00, combinando devolvê-la ao fim de 4 meses, acrescida
de seus juros compostos, à taxa de 3% ao mês. Ao completar 3 meses da data do empréstimo,
propõe ao credor liquidar a dívida por meio de dois pagamentos iguais, de P reais cada, um
a vencer imediatamente e o outro daí a 3 meses. Se, na nova transação, vão utilizar o critério
do desconto composto racional, mantendo a taxa de 3% ao mês, o valor de P será igual ao
produto de 5000 por:
a) 1+(1,03)²/(1,03)³.
b) 1+(1,03)³/(1,03)6.
c) (1,03)6/1+(1,03)³.
d) (1,03)³/2,03.
e) (1,03)6/1+(1,03)².

Uma questão bem complexa. Na verdade, é um pequeno sistema de amortização com carência.

De qualquer forma, basta montar o esquema acima e trazer as duas parcelas a valor presente,
como já fizemos em várias questões.

Podemos tirar o MMC no denominador:

Letra c.
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2. Séries de Capitais Equivalentes


Essa é a parte da matéria mais cobrada em questões.
Tomemos como exemplos duas séries ou fluxos de capitais A e B.

A B

1 A1 B1

2 A2 B2

3 A3 B3

n A4 B4

Duas séries de capitais são equivalentes quando os fluxos de caixa descontado delas
numa dada data focal for igual.
É mais fácil de entender esse conceito em questões.

009. (FGV/SEFAZ-RJ/2011) A tabela acima indica dois fluxos de caixa. Sabendo-se que a taxa
é de 10% ao ano, juros simples, o valor de X que torna os dois fluxos de caixa equivalentes é:

a) 67.500.
b) 81.250.
c) 88.500.
d) 76.575.
e) 78.500.

Em primeiro lugar, essa questão está nula, tendo em vista que falou de desconto simples sem
falar qual a data focal desejada.
Porém, como provavelmente não houve nenhum recurso nesse sentido, vamos considerar a
resolução que leva ao gabarito.

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O mais natural é considerar t = 0 (data presente) como data focal, porém, como não há ne-
nhum fluxo nessa data, tomemos o primeiro momento em que há fluxo de caixa. No caso, t =
1 será a data focal.

Queremos que os dois fluxos de capitais sejam equivalentes com base no desconto simples.
Vamos nos recordar da fórmula do desconto racional simples.

Em primeiro lugar, observe que os fluxos de R$65.000 e R$78.000 ocorrem no mês 4 e estão
sendo descontados ao mês 1, portanto, houve uma antecipação de 3 meses. Já os fluxos que
ocorrem no mês 7 estão sendo antecipados por 6 meses.
Dessa maneira, o fluxo de caixa descontado de A é

Já o fluxo de caixa descontado de B é:

Como os dois fluxos são equivalentes:

Letra b.

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010. (CESPE/SEFAZ-AC/2009) Em uma instituição financeira que usa o desconto comercial


composto à taxa de 1% ao mês, um comerciante contraiu um empréstimo, no valor nominal de
R$ 882.700,00, para ser liquidado em uma única parcela um ano após o empréstimo. Nessa
situação, e considerando (0,99)6 = 0,94, se o comerciante desejar mudar a forma de pagamen-
to do empréstimo para duas parcelas de valores iguais, a serem pagas, respectivamente, ao
final do sexto e décimo segundo meses, então o valor de cada parcela será igual a:
a) R$ 389.976,86.
b) R$ 426.800,00.
c) R$ 427.700,00.
d) R$ 441.350,00.

Para facilitar o entendimento, colocaremos o valor nominal virado para baixo.


Além disso, como feito em questão anterior, consideraremos a data focal como t = 6, por-
que é a primeira data onde existe um pagamento. Essa data focal é muito útil para facilitar
as contas.

Agora, queremos que os dois fluxos de pagamento sejam equivalentes considerando descon-
tado comercial composto.

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97 é primo, porém, podemos simplificar o 882700 por 97:

Letra c.

011. (CESPE/TCE-PR/2016) Ao estudar uma proposta de negócio com duração de dois anos,
um investidor espera o cenário apresentado na tabela precedente, em que os valores estão
em reais. Nessa situação, se a taxa anual de juros para desconto do fluxo for de 10% ao ano,
e se o investidor desejar um fluxo equivalente ao do cenário apresentado, mas com retornos
iguais nos dois anos, o valor de cada retorno será:

valor a ser investido 100.000

retorno esperado no 1.º ano 55.000

retorno esperado 2.º ano 65.500

a) R$61.000.
b) R$60.000.
c) R$64.000.
d) R$63.000.
e) R$62.000.

Nas questões de equivalência de capitais, é sempre interessante desenhar os fluxos de caixa


para entender melhor o problema.
O fluxo de caixa descrito no enunciado está à esquerda e foi solicitado o fluxo de caixa equi-
valente com recebimentos iguais.

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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Equivalência de Capitais
Thiago Cardoso

Em primeiro lugar, note que o investimento de R$100.000 é igual em ambos os casos. Portan-
to, já podemos eliminá-lo. Além disso, para facilitar as contas, consideraremos a data focal
como t = 1.

Uma maneira simples de resolver esse tipo de problema com fluxos de caixa é multiplicar por
1,1 para facilitar as contas.

Letra b.

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012. (FGV/ISS-NITERÓI/CONTADOR/2015) Um indivíduo precisa pagar três parcelas para


quitar a compra de um terreno. São cobrados juros compostos de 30% ao semestre. As parce-
las são de R$ 120.000,00; R$ 180.000,00 e R$ 338.000,00 e vencem em seis meses, um ano e
dois anos, respectivamente.
Esses três pagamentos podem ser substituídos por um único pagamento, daqui a um ano, no
valor, em reais, de:
a) 458.461,54.
b) 518.461,54.
c) 536.000,00.
d) 596.000,00.
e) 638.000,00.

Como a taxa de juros foi fornecida em semestre, vamos converter os períodos de 1 ano e 2
anos para 2 semestres e 4 semestres, respectivamente.
Tomada essa precaução, tracemos as duas situações na figura a seguir. Tomaremos o perío-
do t = 2 como data focal a fim de facilitar as contas.

Para que os fluxos de caixa sejam equivalentes, devemos fazer o somatório do fluxo de caixa
descontado. No caso da parcela a ser paga em t = 1, faz-se o seu valor futuro por meio do
cálculo de juros compostos.

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Letra c.

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GABARITO
1. d 5. d 9. b
2. a 6. C 10. c
3. e 7. C 11. b
4. c 8. c 12. c

Thiago Cardoso
Engenheiro eletrônico formado pelo ITA com distinção em Matemática, analista-chefe da Múltiplos
Investimentos, especialista em mercado de ações. Professor desde os 19 anos e, atualmente, leciona
todos os ramos da Matemática para concursos públicos.

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