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Maio - 2019

RELACIONAMENTO COM O CLIENTE

PRÁTICA

✓ O relato do cliente e o conteúdo dos autos: paciência versus


objetividade;

✓ Formas de atendimento: pessoal, telefone, e-mail, WhatsApp e


redes sociais;

✓ Responsividade – queixas de clientes: agilidade e regularidade de


contatos.

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HONORÁRIOS

PRÁTICA
✓ “Quanto custa uma defesa aí?”: individualidade dos casos;

✓ Forma de apresentação da proposta: oportunidade, estética e


transparência;

✓ Formação do preço (Resolução 20/18, OAB-PR): complexidade,


softwares, ética e comparação com outros casos;

✓ Serviços que podem ser cobrados: consultas, estudos,


relatórios, preenchimento de questionários etc.
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NOTÍCIA DE CRIME E QUEIXA-CRIME

Teoria:
CPP: Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: I – de ofício;
II – mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a
requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.

§ 1º O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:


a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção
ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o
fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.

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NOTÍCIA DE CRIME E QUEIXA-CRIME

Teoria:
§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá
recurso para o chefe de Polícia.

§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal


em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à
autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará
instaurar inquérito.

§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não


poderá sem ela ser iniciado.

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NOTÍCIA DE CRIME E QUEIXA-CRIME
Teoria:
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério
Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou
de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.

Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as
suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa
identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.

Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo
constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato
criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem
ser previamente requeridas no juízo criminal.
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NOTÍCIA DE CRIME E QUEIXA-CRIME

PRÁTICA

Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/94): Art. 34. Constitui infração


disciplinar: XV – fazer, em nome do constituinte, sem autorização
escrita deste, imputação a terceiro de fato definido como crime;

CP: Art. 144. Se, de referências, alusões ou frases, se infere


calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir
explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério
do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.

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NOTÍCIA DE CRIME E QUEIXA-CRIME
PRÁTICA

✓ Crimes dependentes de representação: dispensa de formalidade;


✓ Redação das petições iniciais: comedimento, evitar adjetivos;
✓ Descrição dos fatos: riqueza de detalhes;
✓ Prova pré-constituída: produção de “inquérito particular”;
✓ Pedido de reparação do dano (CPP, art. 387, IV): evitar preclusão;
✓ Assinatura em conjunto com cliente: prudência.

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ATUAÇÃO DO ADVOGADO NA FASE POLICIAL

Teoria:
Súmula Vinculante 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter
acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento
investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam
respeito ao exercício do direito de defesa

EAOAB: Art. 7º São direitos do advogado: III – comunicar-se com seus clientes,
pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se acharem
presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que
considerados incomunicáveis;

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ATUAÇÃO DO ADVOGADO NA FASE POLICIAL

Teoria:
VI – ingressar livremente: c) em qualquer edifício ou recinto em que funcione
repartição judicial ou outro serviço público onde o advogado deva praticar ato
ou colher prova ou informação útil ao exercício da atividade profissional,
dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se ache
presente qualquer servidor ou empregado;

XIV – examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir


investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de
qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à
autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou
digital;
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ATUAÇÃO DO ADVOGADO NA FASE POLICIAL

Teoria:

XXI – assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob


pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e,
subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele
decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no
curso da respectiva apuração: a) apresentar razões e quesitos;

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ATUAÇÃO DO ADVOGADO NA FASE POLICIAL

Teoria:
CPP: Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão
requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.

Lei nº 13.432/17: Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se detetive


particular o profissional que, habitualmente, por conta própria ou na forma de
sociedade civil ou empresarial, planeje e execute coleta de dados e
informações de natureza não criminal, com conhecimento técnico e utilizando
recursos e meios tecnológicos permitidos, visando ao esclarecimento de
assuntos de interesse privado do contratante.

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ATUAÇÃO DO ADVOGADO NA FASE POLICIAL

Teoria:

Provimento 188/18 CFOAB: Art. 1º Compreende-se por investigação defensiva


o complexo de atividades de natureza investigatória desenvolvido pelo
advogado, com ou sem assistência de consultor técnico ou outros profissionais
legalmente habilitados, em qualquer fase da persecução penal, procedimento
ou grau de jurisdição, visando à obtenção de elementos de prova destinados à
constituição de acervo probatório lícito, para a tutela de direitos de seu
constituinte.

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ATUAÇÃO DO ADVOGADO NA FASE POLICIAL

Teoria:
Art. 2º A investigação defensiva pode ser desenvolvida na etapa da
investigação preliminar, no decorrer da instrução processual em juízo, na
fase recursal em qualquer grau, durante a execução penal e, ainda,
como medida preparatória para a propositura da revisão criminal ou em
seu decorrer.

Lei 12.850/13: Art. 3º, I. Em qualquer fase da persecução penal, serão


permitidos, sem prejuízo de outros já previstos em lei, os seguintes
meios de obtenção da prova: colaboração premiada.

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ATUAÇÃO DO ADVOGADO NA FASE POLICIAL

PRÁTICA
✓ Proatividade: acusação e defesa;

✓ Atuação ostensiva: investigação “defensiva” e atuação


multidisciplinar;

✓ Produção particular prévia de provas: ata notarial,


gravações, laudos, degravações – experts;

✓ Colaboração e leniência: cisão da representação.

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IDENTIFICAÇÃO DAS TESES JURÍDICAS
Teoria:

CEDOAB: Art. 2º O advogado, indispensável à administração da Justiça, é


defensor do Estado democrático de direito, da cidadania, da moralidade
pública, da Justiça e da paz social, subordinando a atividade do seu
Ministério Privado à elevada função pública que exerce. Parágrafo
único. São deveres do advogado: VII – aconselhar o cliente a não ingressar
em aventura judicial;

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IDENTIFICAÇÃO DAS TESES JURÍDICAS
PRÁTICA

✓ Autoconvencimento: exercício preliminar introspectivo;

✓ Comprovação das alegações: o advogado é o primeiro juiz da causa;

✓ “Dr., qual a probabilidade de ganharmos?”: franqueza e transparência;

✓ Verificação de impedimentos: éticos, de consciência e de conveniência


– teses acadêmicas?

✓ A melhor tese é a verdade: humanidade e eficácia.


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COMPORTAMENTO EM AUDIÊNCIAS NA FASE
POLICIAL E JUDICIAL
Teoria:

CPP Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo
que umas não saibam nem ouçam os depoimentos das outras, devendo o
juiz adverti-las das penas cominadas ao falso testemunho.

Parágrafo único. Antes do início da audiência e durante a sua realização,


serão reservados espaços separados para a garantia da incomunicabilidade
das testemunhas.

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COMPORTAMENTO EM AUDIÊNCIAS NA FASE
POLICIAL E JUDICIAL
Teoria:
Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à
testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta,
não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já
respondida.

Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá


complementar a inquirição.

Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha manifeste suas apreciações
pessoais, salvo quando inseparáveis da narrativa do fato.

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COMPORTAMENTO EM AUDIÊNCIAS NA FASE
POLICIAL E JUDICIAL
Teoria:
Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação,
temor, ou sério constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que
prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição por videoconferência e,
somente na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do réu,
prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor.

Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes poderão contraditar a


testemunha ou argüir circunstâncias ou defeitos, que a tornem suspeita de
parcialidade, ou indigna de fé. O juiz fará consignar a contradita ou argüição e a
resposta da testemunha, mas só excluirá a testemunha ou não Ihe deferirá
compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208.
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COMPORTAMENTO EM AUDIÊNCIAS NA FASE
POLICIAL E JUDICIAL
Teoria:
Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo
máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do
ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela
defesa, nesta ordem (...).

Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo interrogatório de ofício
ou a pedido fundamentado de qualquer das partes.

Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar


documentos em qualquer fase do processo.

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COMPORTAMENTO EM AUDIÊNCIAS NA FASE
POLICIAL E JUDICIAL
PRÁTICA

✓ Não suspensão da instrução por carta precatória, nem mesmo para


interrogatório (STJ, AREsp 602275/SP, DJe de 23.4.18);

✓ Manutenção da ordem do art. 400 (CPP), desde que no prazo das


precatórias (TJPR, Correição Parcial nº 1210539-4, DJe de 9.4.14);

✓ Conhecer a íntegra dos autos para evitar surpresas (denúncia nem


sempre menciona todas as provas juntadas);

✓ Possuir referências de documentos nos autos eletrônicos;

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COMPORTAMENTO EM AUDIÊNCIAS NA FASE
POLICIAL E JUDICIAL
PRÁTICA

✓ Saber quando não perguntar (Hollywood): relevância versus risco;

✓ Reperguntar de forma respeitosa, objetiva e clara;

✓ Serenidade e educação, sem exceções;

✓ É possível interromper a testemunha?;

✓ Possibilidade de novas perguntas sobre fatos decorrentes de


questionamentos da outra parte;
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COMPORTAMENTO EM AUDIÊNCIAS NA FASE
POLICIAL E JUDICIAL
PRÁTICA

✓ Cautela: reperguntar contexto e questões secundárias;

✓ Arguir questões de ordem calmamente;

✓ Agir com firmeza diante de arbitrariedades;

✓ Saber quando transigir a bem do mandato;

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COMPORTAMENTO EM AUDIÊNCIAS NA FASE
POLICIAL E JUDICIAL
PRÁTICA

✓ Há momento certo para contraditar?

✓ Pesquisa prévia em redes sociais;

✓ Estratégia: requerimento de ciência da parte contrária de determinado


ato ou para que se manifeste em audiência sobre questão relevante;

✓ Possibilidade de o cliente auxiliar com observações e sugestões de


perguntas;

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COMPORTAMENTO EM AUDIÊNCIAS NA FASE
POLICIAL E JUDICIAL
PRÁTICA
✓ Revelia do acusado que não comparecer às audiências: efeitos reais;

✓ Desnecessidade de motivação para a vítima/testemunha não prestar


depoimento na presença do acusado, mas se deve suscitar a
possibilidade de videoconferência como condição;

✓ Consignar em ata os requerimentos e os seus indeferimentos;

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PETIÇÕES: FORMA, FUNÇÃO E ESTRUTURAÇÃO

PRÁTICA

✓ Apresentação e logomarca (gosto pessoal e sobriedade);

✓ Simplicidade: evitar chavões (“luz no fim do túnel”), lugares-comuns


(“perante Vossa Excelência”), latim (“fiat justitia”) e juridiquês
(“exordial”, “ergástulo” etc.);

✓ Forma (itens e subitens) e estética (organização): abrir tópicos para


argumentos ou provas mais relevantes;

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PETIÇÕES: FORMA, FUNÇÃO E ESTRUTURAÇÃO

PRÁTICA

✓ Declinar argumentos em ordem lógica e atrativa ao leitor:


convencimento;

✓ Redação: observar rigorosamente gramática e ortografia;

✓ Criatividade no uso de recursos visuais, mas sem saturar;

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PETIÇÕES: FORMA, FUNÇÃO E ESTRUTURAÇÃO
PRÁTICA

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PETIÇÕES: FORMA, FUNÇÃO E ESTRUTURAÇÃO

PRÁTICA

✓ Evitar adjetivações: risco de crime contra a honra;

✓ Evitar assuntos que não sejam fundamentais ao argumento:


especialmente em relato dos fatos;

✓ Indicar pedidos de forma individualizada;

✓ Primar pela clareza e, fundamentalmente, pela concisão.

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ATIVIDADE PRÁTICA INDIVIDUAL
Atividade prática: peticionamento.

Seu cliente foi intimado ontem, pela manhã, para comparecer à Delegacia de
Polícia Civil e prestar esclarecimentos hoje, às 14h00min., em autos de IPL. Ele
não tem nenhum outro compromisso previamente agendado para a data e hora
da intimação. Diz que não tem ideia do que pode ser, mas viu no noticiário que
seu ex-sócio foi assassinado recentemente. Contou que haviam rompido a
sociedade e que devia dinheiro ao falecido. Você deve atuar conforme o que
entender mais adequado para a situação.

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ATIVIDADE PRÁTICA INDIVIDUAL
Atividade prática: peticionamento.
A) Como pedir?
1) Não é necessário fazer petição escrita? (“resolve na conversa”)
2) Endereçamento; (autoridade policial, autos, urgência)
3) Quem peticiona?; (cliente e não advogado, qualificação)

B) O que pedir?
4) Súmula Vinculante 14?; (EAOAB, art. 7º, XIV e XV transcrito)
5) Classificação da condição do intimado cabe à autoridade; (perguntas)
6) Alegar compromissos inexistentes? (nunca)
7) Colaborar com novo agendamento. (independentemente de intimação)

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GUSTAVO SCANDELARI
gustavo@dotti.adv.br

➢ Advogado criminalista;

➢ Membro da Comissão de Estudos Sobre Compliance e Anticorrupção


Empresarial da OAB/PR (2019-2021);

➢ Doutorando e Mestre em Direito pela UFPR;

➢ Professor de Direito Penal na Graduação do UNICURITIBA e em cursos de Pós-


Graduação.

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