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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO

ESTADO DE PERNAMBUCO

Referente :Contestação Mandado de Segurança

Governador do Estado de Pernambuco, pessoa jurídica inscrito no CPF XXX XXXX , e RG ...........,
com sede localizado na Rua ......., nº ......, Bairro xxxx na Capital de Recife/PE, por seu atual Procurador
Bernardo XXXXXXXXX XXXX , exercendo sua atividades profissionais na sede da Procuradoria na
Capital de Recife/PE vem a presença de Vossa Excelência apresentar RESPOSTA AO MANDADO DE
SEGURANÇA EM DEFESA DO ATO IMPUGNADO conforme art. 7º;II e art.9º da Lei 12.016/09
proposta por CRISTINA VEIGA, ex-Secretária de Meio Ambiente , Residente e Domiciliado
na cidade de Recife/PE ;

I-DAS PRELIMINARES

I- DA TEMPESTIVIDADE Antes de mais nada , cumpre esclarecer que a


presente contestação é apresentada tempestivamente. Onde a autoridade
coatora o Senhor Governador do Estado foi notificado, sendo a PGE também
cientificada no mesmo dia 04/02/2019 para apresenta resposta , o que torna a
presente plenamente tempestiva, já que o prazo ainda não chegou seu fim.
II- DO MÉRITO

1- BREVE HISTÓRICO DOS FATOS


O Governador do Estado de Pernambuco editou um novo Decreto Y/2019, publicado
em 20/01/2019, exonerando a Srª Cristina Veiga na qual exercia o cargo de Secretária
de Meio Ambiente por mais de 4 anos , inconformada com a exoneração impetrou
Mandado de Segurança Individual, objetivando a suspensão imediata do Decreto
Y/2019 e a sua recondução ao cargo.
Nota-se Excelência que pra investidura do cargo de Secretário de Estado é a
comprovação da competência técnica o diploma de conclusão de curso superior na
qual o Srº Martiniano Santos, possui uma vasta experiência na Administração
Pública , já tendo ocupado cargos públicos de grande importância , podendo trazer
melhores resultados para o interesse público durante o exercício do cargo, ao
contrário da Srª Cristina Veiga.

III-DO INDEFERIMENTO QUANTO AO PEDIDO DO MANDADO

O art. 5º da Lei 12.016/2009 determina que não se concederá mandado de segurança


quando se tratar:
I- De ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo ,
independentemente de caução;
Como também firmou entendimento o STF sobre o cabimento do Mandado de
Segurança,a Súmula nº 429 “
O mandado de segurança apresenta-se como uma das mais relevantes ações
da jurisdição constitucional, apta a proteger direito líquido e certo , trata-se de
uma garantia constitucional fundamental , prevista no art. 5° . inc. LXIX,
CF/88.
I- Trata-se como condição sine qua non para o deferimento do
Mandado de Segurança a liquidez e a certeza do direito
pretendido.
Direito líquido e certo é aquele que resulta de fato certo, capaz de ser comprovado, de plano,
por documento inequívoco, independente de exame técnico, e que seja apoiado em fatos
incontroversos, despiciente de produção e cortejo de provas posteriores.

A propósito, sobre direito líquido e certo veja-se o ensinamento do mestre Hely Lopes
Meirelles:

"Quando a lei alude a direito líquido e certo, está exigindo que esse direito se apresente com
todos os requisitos para o seu reconhecimento e exercício no momento da impetração. Em
última análise, direito líquido e certo é comprovado de plano. Se depender de comprovação
posterior não é líquido nem certo, para fins de segurança" 

Da análise dos autos, nota-se de forma clara a inexistência dos requisitos ensejadores da
concessão da segurança. É que, como bem asseverou o douto juiz, a matéria encena questão
de ordem técnica, não está devidamente esclarecido na inicial.

"Direito liquido e certo é o que resulta do fato certo e certo é aquele capaz de ser
comprovado de plano (RS -TJ 41.527), por documento inequívoco (RTJ- 83/150,
83/855), e independentemente de exame técnico(RTFR-160/329). É necessário que o
pedido seja apoiado em fatos incontroversos, e não em fatos complexos, que reclamam
produção e cotejo de provas (RTJ - 124/948)". (in - Código de Processo Civil, 21ª ed.,
pág. 938, nota 9 do art. I da Lei nº 1.533/51).

Embora a moderna doutrina admita o cabimento do mandado de segurança quando a matéria


for complexa, a prova com o pedido da ação mandamental deve ser hábil e capaz de
demonstrar as alegações de plano. No presente caso, a documentação colacionada à exordial
e a natureza da discussão apresentada mostram-se insuficientes, sendo necessária a instrução
probatória, o que não se admite em sede mandamental. 

A prova em mandado de segurança assume excepcional relevo, bem como os fatos narrados
devem, indiscutivelmente, ser a definição do que seja direito líquido e certo.
"O mandado de segurança há de fundar-se em direito líquido e certo do impetrante, tendo
contornos nítidos e precisos."/E1(In. Do Mandado de Segurança, vol. I, 1989, Saraiva, p.
90/92)

Destarte, o Supremo Tribunal Federal firmou entendimento de que:

"Se a matéria de fato for controvertida, incabível é o mandado de segurança, que pressupõe
sempre direito líquido e certo fundado em fato inquestionável (RTJ 99/68)"

A fragilidade da prova pré-constituída não confirma a pretensão autoral, quanto a certeza de


violação de direito líquido e certo E da concessão da medida liminar, ante a insuficiência da
prova apresentada.

IV-DA LEGALIDADE DO ATO

A Constituição Federal  traz, em sua redação, a expressão : agentes políticos (art. 37, XI),

servidores públicos. Os agentes políticos são os eleitos ou os nomeados pelos eleitos como
auxiliares imediatos do Chefe do Executivo. Juntamente com os cargos em comissão, os
agentes políticos diferenciam-se das demais categorias de agentes públicos por não
ingressarem na Administração Pública por meio de aprovação de capacidade técnica em
concurso público. Logo, o vínculo que estabelecem com a Administração não é
profissional, mas, sim, um vínculo político, de confiança.

Quanto a autoridade coatora não há ilegalidade ou abuso de poder pois trata-se de uma
das prerrogativas a livre nomeação e exoneração do chefe do poder Executivo .

Embora a nomeação e exoneração de servidor se dêem por ato administrativo


discricionário, conforme oportunidade e conveniência da Administração Pública (ressalte-
se: e não da autoridade nomeante), não há que se falar em arbitrariedade, tendo em vista a

existência de normas a serem observadas .


Em decorrência dos princípios da moralidade, razoabilidade e eficiência da
Administração Pública, pressupõe-se que, para exercer uma função de direção, chefia ou
assessoramento qualificado, o servidor tenha conhecimento na área que irá atuar.

EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI


ESTADUAL QUE CRIA CARGOS EM COMISSÃO. VIOLAÇÃO AO ART. 37,
INCISOS II E V, DA CONSTITUIÇÃO. 2. Os cargos em comissão criados pela
Lei no 1.939/1998, do Estado de Mato Grosso do Sul, possuem atribuições
meramente técnicas e que, portanto, não possuem o caráter de
assessoramento, chefia ou direção exigido para tais cargos, nos termos do
art. 37, V, da Constituição Federal. 3. Ação julgada procedente.

Ante o exposto, dada a insuficiência da prova pré-constituída de lesão do direito líquido e


certo, ou abuso de poder considerando mais, o deslinde da questão, pede-se a denegação da
segurança.

CONCLUSÃO

Ante o exposto , o Estado requer:

A) Seja indeferido o MANDADO DE SEGURANÇA com a conseqüente extinção do


processo sem enfrentamento do mérito ;

B) No mérito, seja julgada improcedente a ação.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em Direito.


Por fim a juntada dos seguintes documentos:

Decreto lei Y/2019.


Nestes termos, pede e espera deferimento.

Recife 16 de Outubro de 2018.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Procurador do Estado de Pernambuco

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