Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Meta
Objetivos
258
Matemática para Contabilidade I
Introdução
Fonte: http://ecalculo.if.usp.br/historia/apolonio_
perga.htm
259
Aula 9 • Funções quadráticas ou de 2º grau
Definição
Chama-se função quadrática, ou função polinomial do 2º grau, qual-
quer função f de R em R dada por uma lei da forma f(x) = ax2 + bx + c,
onde a, b e c são números reais e a ≠ 0.
Exemplos:
f(x) = 3x2– 4x + 1, em que a = 3, b = – 4 e c = 1
f(x) = x2–1, em que a = 1, b = 0 e c = –1
f(x) = 2x2 + 3x + 5, em que a = 2, b = 3 e c = 5
f(x) = – x2 + 8x, em que a = –1, b = 8 e c = 0
f(x) = –4x2, em que a = – 4, b = 0 e c = 0
Gráfico
O gráfico de uma função polinomial do 2º grau, f(x) = ax2 + bx + c,
com a ≠ 0 é uma curva chamada parábola.
Essa parábola tem o eixo de simetria perpendicular ao eixo Ox e sua
concavidade é definida pelo sinal do termo dominante a: se a > 0, ela é
voltada para o sentido positivo do eixo Oy; e se a < 0, ela é voltada para
o sentido negativo do eixo Oy.
Em resumo, podemos analisar a concavidade da função quadrática
da seguinte forma:
a > 0 → concavidade da parábola voltada para cima
a < 0 → concavidade da parábola voltada para baixo
Exemplo:
260
Matemática para Contabilidade I
Atividade 1
Atende ao objetivo 1
b) f(x) = –3x2 + 7
−3 2
c) f(x) = x
5
Resposta comentada
Para resolver esta questão, basta analisar o coeficiente da variável x2, isto
é, o valor de a:
a) f(x) = 7x2 – 3, neste caso, a = 7, positivo, logo, esta parábola é voltada
para cima;
261
Aula 9 • Funções quadráticas ou de 2º grau
x y
–2 (–2)2 = 4
–1 (–1)2 = 1
0 (0)2 = 0
1 (1)2 = 1
2 (2)2 = 4
262
Matemática para Contabilidade I
− b ± b2 − 4ac
x=
2a
Devemos nos lembrar de que a equação do 2º grau pode ter até duas
raízes. O que se deseja é identificar tais raízes.
O segundo membro da fórmula Δ = b2 – 4ac, chamado discriminante
da equação, define o número de raízes que podemos ter, podendo a fór-
mula geral de Bhaskara ser escrita da seguinte forma:
−b ± D
x=
2a
263
Aula 9 • Funções quadráticas ou de 2º grau
− b + b2 − 4ac − b − b2 − 4ac
x1 = x2 =
2a e 2a
−b ± 0 −b
=x =
2a 2a
Atividade 2
Atende ao objetivo 2
b) y = –4x2 + 4x – 1
c) y = 5x2
264
Matemática para Contabilidade I
Resposta comentada
Para obtermos os zeros das funções, ou seja, os ponto de interseção do
gráfico de cada função com o eixo Ox, basta atribuir o valor zero à vari-
ável y e resolver a equação resultante:
a) 2x2 – x – 1 = 0
Nesse caso, a = 2, b = –1 e c = –1. Vamos calcular primeiro o valor de Δ:
Δ = b2 – 4ac = (−1)2 – 4 . 2 . (−1) = 1 – (−8) = 1 + 8 = 9
Como Δ>0, a função tem dois zeros:
− b + b2 − 4ac −(−1) + 9 1 + 3 4
x1= = = = = 1
2a 2.2 4 4
− b − b2 − 4ac −(−1) − 9 1 − 3 −2 −1
x=
2 = = = =
2a 2.2 4 4 2
b) y = –4x2 + 4x – 1
Nesse caso, a = −4, b = 4 e c = –1. Vamos calcular primeiro o valor de Δ:
Δ = b2 – 4ac = (4)2 – 4 . (−4) . (–1) = 16 – 16 = 0
Como Δ = 0, a função tem um zero:
− b + b2 − 4ac −4 ± 0 −4 1
x=
1 x=
2 = = =
2a 2.(−4) −8 2
c) y = 5x2 + 1
Nesse caso, a = 5, b = 0 e c = 1. Vamos calcular primeiro o valor de Δ:
Δ = b2 – 4ac = (0)2 – 4 . (5) . 1 = –20
Como Δ < 0, a função não tem zero.
265
Aula 9 • Funções quadráticas ou de 2º grau
Vértice da Parábola
−b −D
xV = e yV =
2a 4a
266
Matemática para Contabilidade I
Temos uma parábola com concavidade para cima (a > 0), logo, o va-
lor mínimo será atingido em seu vértice. Assim, o número de unidades
ideal será dado pelo valor de xv.
− b −(−80)
x=
V = = 40
2a 2
267
Aula 9 • Funções quadráticas ou de 2º grau
−D
Im = {y∈| y ≤ } (se a < 0)
4a
Atividade 3
2. O lucro total é dado pela diferença entre a receita total (R) e o custo
total (C) de produção: L = R – C. Uma empresa obteve R = 6000 x – x2
com custo C = x2 – 2000x para a produção de x unidades. Qual deve ser
a produção ideal da empresa para maximizar o seu lucro? Qual o valor
do lucro máximo que a empresa poderá obter?
268
Matemática para Contabilidade I
Resposta comentada
1. Primeiramente, precisamos identificar a concavidade da função qua-
drática, a fim de saber se ela possui ponto de máximo (a < 0) ou de
mínimo (a > 0). Para definir os pontos de máximo e de mínimo, basta
identificar o vértice da função. Finalmente, o domínio da função qua-
drática será sempre R, e a sua imagem também será definida a partir do
vértice da função.
a) Para f(x) = x2 – 2x – 3, temos a = 1, b = –2, c = –3, ou seja, a > 0, fazen-
do com que a função tenha concavidade para cima e, consequentemen-
te, um ponto de mínimo.
Calculando as coordenadas do vértice, temos:
Δ = (–2)2 – 4 . 1 . (–3) = 4 + 12 = 16
269
Aula 9 • Funções quadráticas ou de 2º grau
O gráfico da função é:
−b −2 −2 −D −(−8) 8
x=
V = = = 1 yV = = = = −2
2a 2.(−1) −2 e 4a 4.(−1) −4
O gráfico da função é:
270
Matemática para Contabilidade I
−b −4 −4 −D 0
xV = = = = −2 e y=
V = = 0
2a 2.1 2 4a 4.1
O gráfico da função é:
271
Aula 9 • Funções quadráticas ou de 2º grau
− b −8000 8000
x=
v = = = 2000 unidades
2a 2.(−2) 4
−b −30 30
x=
V = = = 15 unidades
2a 2.(−1) 2
272
Matemática para Contabilidade I
a>0 a<0
Zero da Estudo da variação do
Δ (Concavidade para (Concavidade para
Função sinal
cima) baixo)
x < x1 → f(x) tem sinal
2 zeros de a
(a função x > x2 → f(x) tem sinal
corta o de a
Δ>0
eixo Ox
em dois x1 < x < x2 → f(x) tem
pontos) sinal contrário ao de a
x = x1 ou x = x2 → f(x) = 0
1 zero
(a função x ≠ x1 → f(x) tem sinal
corta o de a
Δ=0
eixo Ox
em 1 x = x1 → f(x) = 0
ponto)
Nenhum
zero
(a função
Δ<0 ∀x → f(x) tem sinal de a
não corta
o eixo
Ox)
Exemplo:
Vamos estudar a variação de sinal da função f(x) = 2x2 – x – 1.
Primeiramente, vamos identificar os zeros da função, a = 2, b = –1
e c = –1:
Δ = (−1)2 – 4 ∙ 2 ∙ (-1) = 1 + 8 = 9
− b + b2 − 4ac −(−1) + 9 1 + 3 4
x1= = = = = 1
2a 2.2 4 4
− b − b2 − 4ac −(−1) − 9 1 − 3 −2 −1
x=
2 = = = =
2a 2.2 4 4 2
Como a > 0, e Δ > 0, temos dois zeros e concavidade para cima. Logo,
273
Aula 9 • Funções quadráticas ou de 2º grau
f(x) = 0 → x = –1/2 ou x = 1
f(x) > 0 → (–∞, –1/2[∪]1, ∞)
f(x) < 0 → –1/2 < x < 1
Podemos visualizar melhor a situação analisando o gráfico da função:
Atividade 4
Atende ao objetivo 5
b) f(x) = 6x2 + 2x + 1
274
Matemática para Contabilidade I
c) f(x) = x2 – 8x + 16
Resposta comentada
a) f(x) = –5x2 + 3x
Vamos iniciar encontrando os zeros da função, sendo a = –5, b = 3 e c = 0:
Δ = 32 – 4 ∙ (–5) ∙ 0 = 9
Como Δ > 0, temos duas raízes; e, sendo a < 0, a função terá concavidade
para baixo, com sinal negativo fora das raízes e sinal positivo entre as
raízes. Então:
− b + b2 − 4ac −3 + 9 −3 + 3
=x1 = = = 0
2a 2.(−5) −10
− b − b2 − 4ac −3 − 9 −3 − 3 −6 3
=
x2 = = = =
2a 2.(−5) −10 −10 5
b) f(x) = 6x2 + 2x + 1
275
Aula 9 • Funções quadráticas ou de 2º grau
− b ± b2 − 4ac −(−8) ± 0 8
x1= x 2= = = = 4
2a 2.1 2
276
Matemática para Contabilidade I
− b + b2 − 4ac −(−6) + 16 6 + 4 10
x=
1 = = = = 5
2a 2.1 2 2
− b − b2 − 4ac −(−6) − 16 6 − 4 2
x 2= = = = = 1
2a 2.1 2 2
− b −(−6) 6 −D −16
x V= = = = 3 yV = = = −4
2a 2.1 2 e 4a 4.1
277
Aula 9 • Funções quadráticas ou de 2º grau
Atividade 5
Atende ao objetivo 6
b) g(x) = x2 +2x + 1
Resposta comentada
Para fazer o esboço do gráfico dessas funções quadráticas, devemos
identificar os seus zeros, a interseção com o eixo Oy e os vértices.
a) Em f(x) = –x2 + 4x – 5, a = –1, b = 4 e c = –5.
Imediatamente, temos y = −5 como ponto de interseção de f(x) com o
eixo Oy. Vamos calcular os zeros da função:
Δ = 42 – 4 . (–1) . (–5) = 16 – 20 = –4
278
Matemática para Contabilidade I
Como Δ < 0, a função não terá zeros. Por outro lado, a < 0, sua concavi-
dade será para baixo, sendo f(x) sempre negativa. Seu vértice:
−b −4 4 −D −(−4)
x V= = = = 2 yV = = = −1
2a 2.(−1) 2 e 4a 4.(−1)
−b −2 −2 −D 0
x=
V = = = 1 y=V = = 0
2a 2.(−1) −2 e 4a 4.(−1)
279
Aula 9 • Funções quadráticas ou de 2º grau
Inequações do 2º grau
280
Matemática para Contabilidade I
− b + b2 − 4ac −(−3) + 25 3 + 5 8
x1= = = = = 4
2a 2.1 2 2
− b − b2 − 4ac −(−3) − 25 3 − 5 −2
x2 = = = = = −1
2a 2.1 2 2
281
Aula 9 • Funções quadráticas ou de 2º grau
Atividade 6
Atende ao objetivo 7
b) –x2 – 3 ≥ 0
Resposta comentada
Vamos, inicialmente, resolver cada uma das equações:
a) Resolveremos a equação x2 – 5x = 0. Nesse caso, não precisamos utili-
zar a fórmula de Bhaskara, bastando colocar x em evidência:
x (x – 5) = 0
x = 0 ou x – 5 = 0 → x = 5
282
Matemática para Contabilidade I
Inequações
Definição
Sejam as funções f (x) e g (x), cujos domínios são respectivamente
283
Aula 9 • Funções quadráticas ou de 2º grau
Domínio de validade
Chama-se domínio de validade da inequação f (x) > g (x) o conjunto
D = D1∩D2, em que D1 é o domínio da função f e D2 é o domínio da
função g. É evidente que, para todo x0∈D, estão definidos f (x0) e g (x0),
isto é:
x0∈D ↔ (x0∈D1 e x0∈D2) ↔ (f (x0)∈R e g (x0)∈R).
Solução
O número real x0 é solução da inequação f (x) > g (x) se, e somente
se, for verdadeira a sentença f (x0) > g (x0).
Conjunto solução
Chama-se de conjunto solução da inequação o conjunto S de todos
os números reais x tais que f (x) > g (x) seja uma sentença verdadeira.
Inequação equivalente
Duas inequações são equivalentes em D ⊂ ℜ se o conjunto solução
da primeira é igual ao conjunto solução da segunda.
Exemplo:
Sejam as inequações 3x – 5 < 4 e 5x – 8 < 7. Resolvendo cada uma
dessas inequações, teremos:
3x – 5 < 4 ⇒ 3x < 4 + 5 ⇒ x < 9/3 ⇒ x < 3
5x – 8 < 7 ⇒ 5x < 7 + 8 ⇒ x < 15/5 ⇒ x < 3
Logo, as duas inequações são equivalentes, pois possuem o mesmo
conjunto solução.
284
Matemática para Contabilidade I
Inequações simultâneas
A dupla desigualdade f (x) < g (x) < h (x) se decompõe em duas ine-
quações simultâneas, isto é, equivale a um sistema de duas equações em
x, separadas pelo conectivo e:
f (x) < g (x) < h (x) ↔ f (x) < g (x)
e
g (x) < h (x)
Indicando com S1 o conjunto solução da 1ª equação e com S2 o con-
junto solução da 2ª equação, o conjunto solução da dupla desigualdade
é S = S1 ∩ S2. Em outras palavras, você deve resolver cada desigualdade
em separado e, a seguir, identificar sua interseção, de forma a determi-
nar o subconjunto que atende à dupla desigualdade ao mesmo tempo.
Exemplo:
Resolver a inequação 2 < 2x – 5 < 7 em R.
Para resolver estas inequações, devemos escrevê-las na forma de um
sistema:
2 < 2 x − 5
2 x − 5 < 7
285
Aula 9 • Funções quadráticas ou de 2º grau
286
Matemática para Contabilidade I
g(x) = (7 – 6x)
–6x + 7 = 0
–6x = -7
x = 7/6
Variação de sinal de g: a < 0, logo g é decrescente:
a2n+1 = 0 ↔ a=0
2º) Toda potência de base real e expoente par é um número não ne-
gativo, isto é:
287
Aula 9 • Funções quadráticas ou de 2º grau
Como nos interessa que f(x) ∙ g(x) ∙ h(x) < 0, a solução será:
S = ]1/5, ∞)
Atividade 7
Atende ao objetivo 8
(−2x)(5x − 2)11
a) ≥0
(−4x + 3)20
288
Matemática para Contabilidade I
b) 5x 32 (x − 1)44 ≤ 0
Resposta comentada
a) Nesse caso, temos uma inequação-quociente, logo h(x) ≠ 0. Como o
expoente de h(x) = (–4x + 3)20 é par, para quaisquer valores de x diferen-
tes do zero, teremos sempre um número positivo. Assim:
0 2/5 3/4
f(x) + – – –
g(x) – – + +
h(x) + + + +
f(x) ∙ g(x)/h(x) – + – –
289
Aula 9 • Funções quadráticas ou de 2º grau
Atividade final
290
Matemática para Contabilidade I
Resposta comentada
1. Para fazer o esboço do gráfico da função quadrática f(x) = 3x2 – x + 1,
devemos identificar os seus zeros, interseção com o eixo Oy e vértices.
Nesse caso, a = 3, b = –1 e c = 1.
Imediatamente temos y = 1 como ponto de interseção de f(x) com o eixo
Oy. Vamos calcular os zeros da função:
Δ = (–1)2 – 4 ∙ 3 ∙ 1 = 1 – 12 = –11
Como Δ < 0, a função não terá zeros. Por outro lado, a > 0, sua concavi-
dade será para cima, sendo f(x) sempre positiva. Seu vértice:
− b −(−1) 1 −D −(−11) 11
x=
V = = y=
V = =
2a 2.3 6 e 4a 4.3 12
291
Aula 9 • Funções quadráticas ou de 2º grau
−b −(3) 3
a) x V= = = = 0,5 segundos
2a 2.(−3) 6
Resumo
292
Matemática para Contabilidade I
− b ± b2 − 4ac
x=
2a
• O vértice da parábola:
−b −D
xV = e yV =
2a 4a
293