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O valor “profissionalismo” presente no Programa de Formação e Fortalecimento de

Valores (PFV) pode ser atribuído ao Marechal do Ar Casimiro Montenegro Filho, pela
sua atuação no desenvolvimento da Indústria Aeronáutica brasileira, como também por
estimular a produção de estudos e pesquisas voltados para o desenvolvimento científico
e tecnológico estratégicos.

Nascido em Fortaleza, Ceará, em 20 de outubro de 1904, o Marechal do Ar Casimiro


Montenegro Filho ingressou na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, em
1923, sendo declarado Aspirante a Oficial, em 20 de janeiro de 1928, na primeira turma
da Arma de Aviação Militar da recém-criada Escola de Aviação Militar, situada no
Campo dos Afonsos.

Em 1931, foi designado para servir no Grupo Misto de Aviação, comandado por
Eduardo Gomes. Naquele ano, nascia o Correio Aéreo Militar (CAM) e Casimiro
Montenegro Filho foi um de seus idealizadores.

Assim, em 12 de junho de 1931, a bordo da aeronave Curtiss Fledgling K-263, os


oficiais Casimiro Montenegro Filho e Nélson Freire Lavenère-Wanderley realizaram a
viagem inaugural da Unidade Aérea, transportando uma mala postal do Rio de Janeiro
para São Paulo, de onde, no dia 15 do mesmo mês, trouxeram outra. Desta forma,
realizou-se com sucesso a primeira missão do Serviço Postal Aéreo Militar, mais tarde
batizado como Correio Aéreo Militar.

Acreditava que a educação consistia num eficiente instrumento capaz de alavancar


positivamente uma nação. O anseio de ver o país seguindo de modo promissor, rumo ao
desenvolvimento educacional e tecnológico, o levou a participar ativamente da
Revolução de 1930.

Em 1938, concluiu com êxito o Curso de Engenheiro Militar na Escola Técnica do


Exército, atual Instituto Militar de Engenharia. E, nos idos de 1940, suscitava a
importância da criação de um setor industrial aeronáutico capaz de suprir quaisquer
necessidades da aviação, em prol do Brasil.

Com a criação do Ministério da Aeronáutica, o Oficial Casimiro Montenegro Filho, já


no posto de Tenente-Coronel, assumiu a Diretoria Técnica da Aeronáutica. Ele chegou à
conclusão que, para o desenvolvimento de uma indústria aeronáutica de ponta, seria
necessário ter uma escola direcionada a esse campo, cuja missão consistia na formação
e capacitação técnica de alto padrão.

A partir dessa premissa, em janeiro de 1946, foi criada a primeira Comissão de


Organização do Centro Técnico de Aeronáutica (COCTA), a qual foi reestruturada em
1949. Tendo como base a tríade "ensino, pesquisa e indústria", em 1950, surgiu o
Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) que, juntamente com o Centro Técnico da
Aeronáutica (CTA), nascido no ano de 1953, foram os pilares da Indústria Aeronáutica
brasileira.

Como consequência da criação do ITA/CTA, possibilitou um grande e eficiente salto do


parque industrial aeronáutico nacional, com destaque na produção e exportação de
aviões, sistemas de armas e equipamentos de comunicação e navegação.
A gama de atividades desenvolvida pelo CTA lhe confere elevado prestígio em nível
internacional. Ratificando tal desempenho, os engenheiros formados pelo ITA
contribuem largamente para o desenvolvimento de um eficiente e avançado sistema
tecnológico, de tal magnitude que impressiona.

Diante de toda a contribuição para com o desenvolvimento da Ciência, em especial a


contribuição para o desenvolvimento da aviação nacional, Casimiro Montenegro Filho
recebeu uma homenagem do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), conferida na
forma do título de Doutor Honoris Causa. No dia 2 de dezembro de 1975, recebeu o
título de Doutor Honoris Causa da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP),
onde, em seu discurso de agradecimento diante do reconhecimento pelo seu trabalho,
ressaltou que nunca acreditou no trabalho individual, mas sim, nos feitos deste por meio
uma equipe.

Assim, por mérito de toda sua capacidade profissional, competência e retidão, como
militar e cidadão, durante a gestão do Tenente-Brigadeiro do Ar Octávio Júlio Moreira
Lima, que na época encontrava-se à frente da Pasta da Aeronáutica, o Marechal
Montenegro, ainda em vida, foi aclamado Patrono da Engenharia da Aeronáutica
Brasileira, sendo oficialmente reconhecido como tal em junho de 2000.

Faleceu aos 95 anos, no dia 26 de fevereiro de 2000, em Petrópolis, região serrana do


Rio de Janeiro. Como homenagem póstuma e reconhecimento pelo desenvolvimento da
Indústria Aeronáutica brasileira, a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da
Presidência da República lançou o Prêmio Marechal do Ar Casimiro Montenegro Filho.

Por seu idealismo, representatividade e realizações, tornou-se Patrono da Cadeira nº 19


do Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica (INCAER).

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