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O HELICÓPTERO NA ATIVIDADE DE SEGURANÇA PÚBLICA E SUA

EMPREGABILIDADE EM OCORRÊNCIAS DE ALTO E ALTÍSSIMO RISCO


EM SANTA CATARINA.

Eduardo João Steil1

RESUMO: A utilização de aeronaves pelas forças policiais brasileiras, já anteriormente


operadas por militares e civis no mundo, deu-se em razão de vantagens que o emprego
desses equipamentos causava para o desenvolvimento das atividades policiais. No que
concerne aos helicópteros, o seu emprego como instrumento de apoio às forças de
controle do Estado é algo que na atualidade não pode ser descartado, sob pena de se
ficar aquém do avanço tecnológico colocado à disposição da sociedade. Há muito
tempo a operação desse equipamento deixou de ser considerado um instrumento de
“luxo” de algumas polícias, tornando-se um aparelho fundamental para a execução de
suas missões. Destarte, o presente artigo objetiva demonstrar a empregabilidade do
helicóptero na Segurança Pública e analisar a competência do Batalhão de Aviação da
Polícia Militar de Santa Catarina (BAPM) para atuar em eventos críticos. Para tanto,
fez-se necessário traçar um breve resgate histórico da aviação policial, apontando, nos
Estados Unidos e no Brasil, o surgimento do helicóptero nessa atividade,
contextualizando o BAPM com suas missões e ações realizadas.

Palavras-chave: Empregabilidade do Helicóptero. Aviação Policial. Batalhão de


Aviação da Polícia Militar. Missões Realizadas.

INTRODUÇÃO

O crescimento das cidades tem despertado a importância, cada vez maior, de


um planejamento sistêmico de atuação nos problemas advindos, não somente das
diferenças, mas também da questão da infraestrutura urbana, saúde, educação, lazer,
moradia, dentre outras carências em termos de políticas públicas, as quais acabam por
afetar diretamente a segurança pública, acarretando impactos irreversíveis caso não
sejam eficientemente enfrentados.

1
Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), pós graduando em Gestão em
Segurança Pública Lato Senso pela Faculdade Barddal, e Cadete da Polícia Militar de Santa Catarina. E-
mail: edusteil@gmail.com.
Assim, a figura representativa do estado, através de sua administração
pública, atuando indissociavelmente e de maneira integrada às mais diversas entidades
formais e informais que compõem o sistema de segurança pública no país, há que lançar
mão dos meios adequados para consecução de seu fim precípuo: a preservação da
ordem pública como meio de promoção da paz e desenvolvimento social.
Gerando impactos irreversíveis e refletindo na qualidade de vida dos
cidadãos em geral, o crescimento desordenado tem causado uma sobrecarga nos
sistemas públicos de saúde, transporte, educação e, sobretudo, ocasionando a eclosão de
violência e criminalidade, o que acarreta gastos e um incremento de investimentos cada
vez maior nas áreas acima mencionadas.
Outro problema observável nas grandes cidades é justamente a dificuldade
de deslocamento causada pela falta de estrutura viária, herança desse crescimento
desordenado daquelas.
Percebe-se também que, infelizmente, o imediatismo enraizou-se no seio da
sociedade globalizada, de maneira que as respostas a serem oferecidas não mais devam
ser postergadas. Nesse sentido, a atividade Policial Militar precisa acompanhar a
realidade social na qual está inserida.
Diante desse contexto, em uma proporção cada vez maior, o uso de
helicópteros tem se revelado, por diversos motivos, um instrumento indispensável para
a efetividade do exercício da polícia ostensiva, função que é realizada pela Polícia
Militar.
A aviação policial militar do estado de Santa Catarina, representada pelo
Batalhão de Aviação da Polícia Militar (BAPM), apresenta-se, então, como instrumento
viável para o aumento da eficiência do mister constitucional reservado às Polícias
Militares (o exercício de polícia ostensiva e preservação da ordem pública), sobretudo
no que tange a sua atuação em ocorrências de alto e altíssimo risco em Santa Catarina.
É neste diapasão que o presente trabalho, de caráter descritivo e
exploratório, pretende contribuir, apontando o surgimento da aviação na atividade
policial, a introdução do helicóptero no policiamento, bem como o seu aparecimento na
Polícia Militar de Santa Catarina, a fim de que se possa analisar a competência do
BAPM para atuar em eventos críticos de alto e altíssimo risco. Por fim, algumas
operações aéreas típicas de polícia ostensiva, realizadas pelo BAPM, foram destacadas.
1 O SURGIMENTO DA AVIAÇÃO NA ATIVIDADE POLICIAL

O homem somente conseguiu elevar um objeto mais pesado que o ar,


imitando os pássaros, no findar do século XIX e início do século XX. Dentre os
pioneiros, de acordo com Machado (2010), destacaram-se os irmãos americanos Wilbur
e Oliver Wright, os irmãos alemães Otto e Gustav Lilienthal, e o brasileiro Alberto
Santos Dumont, o primeiro homem, sem o auxílio de meios externos, a decolar e pousar
uma máquina mais pesada que o ar.
Com o desenvolvimento tecnológico experimentado no final do século XIX,
início do século XX, propiciou-se um crescimento na fabricação de aeronaves dos mais
diversos modelos e para as mais diversas finalidades. As novas máquinas passaram a ser
empregadas tanto em exercícios de guerra como no transporte de passageiros e de
cargas.
Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 28 de julho de 1914, os
exércitos já dispunham de numerosas esquadrilhas, porém sem muita experiência no seu
emprego tático, caça e bombardeio. Por isso, não há como falar em aviação na atividade
policial sem antes se fazer referência à utilização dos aviões no âmbito militar.
Mundialmente, durante os quatro anos de guerra, foram construídos nada
menos que 177 mil aviões. A aviação experimentou notável desenvolvimento nessa
época, permitindo que os aviões, ao findar do conflito, voassem a 200 (duzentos)
quilômetros por hora, dotados de metralhadoras sincronizadas com a rotação da hélice.
Com o término da Primeira Guerra Mundial, grande quantidade de
aeronaves excedentes de guerra era vendida a preços irrisórios. Atrelado a este fato, um
grande número de pilotos que viviam na região de Nova York, treinados e com
experiência nos campos de batalha europeus, fizeram com que aquele período de crise
econômica fosse marcado pelo grande número de demonstrações aéreas improvisadas.
Os pilotos, de maneira a atrair o público e angariar algum dinheiro para suas
subsistências, face às dificuldades da crise econômica vivida, exibiam-se nas mais
diversas e destemidas acrobacias. Assim, Nova Iorque, com público ávido a assistir às
demonstrações de habilidades em evoluções aéreas, tornava-se palco ideal para aqueles
ex-pilotos2 da Primeira Grande Guerra ocasionarem dez acidentes no ano de 1920,

2
Eram conhecidos por “Daredevil Pilots” (pilotos destemidos ou, literalmente, desafiadores do diabo) e,
mais comumente, por “Barnstormers” (atacantes de celeiros, literalmente), apelido esse em razão de
uma das manobras preferidas de tais aviadores, que consistia voar por dentro de celeiros, atravessando-
os, com resultados muitas vezes trágicos.
acarretando a morte de oito pessoas e ferindo outras vinte uma.
Somado a total ausência de regras de Aviação Civil, tal contexto acabou por
acarretar um elevado número de acidentes aeronáuticos, o que culminou com a
necessidade de criação de uma unidade de aviação policial voltada ao combate dos ditos
“delitos de aviação”.
Assim, em 24 de outubro de 1929, ápice da crise econômica, o então chefe
de Polícia do “New York Police Departament” (NYPD), Comissário Grover Whalen,
precursoramente deu início à atividade aérea criando a Divisão de Serviço Aéreo do
NYPD, a qual tinha por finalidade combater, à época, "a nova ameaça de nossa moderna
civilização, o aviador incompetente e descuidado", conforme mencionou Wanamaker II
(1994) citado por Gambaroni (2007).
Pode-se dizer que, com tais medidas, as demonstrações aéreas sobre Nova
Iorque foram rapidamente extinguidas, restabelecendo-se a tranquilidade e preservando-
se inúmeras vidas. Gambaroni (2007) destaca que poucos processos contra tais
aviadores foram lavrados, sendo a atividade predominantemente preventiva.
No que tange à aviação policial no Brasil, é importante mencionar que, de
maneira irreversível, o nome do Brasil restou assinalado na história da aviação, ao
lançar o nome de Alberto Santos Dumont como o Pai da Aviação.
Nos campos de Bagatelle, França, a bordo do primeiro avião impulsionado a
gasolina, Santos Dumont alçava voo em uma máquina mais pesada que o ar, em 23 de
outubro de 1906. Sobre o feito de Santos Dumont, naquele dia ímpar, descreve Jorge
(2003, p.186):
Agora aquele homenzinho teimoso estava ali, disposto a conquistar o céu
com um aparelho “mais pesado que o ar”, sonho que muitos classificam
como fantástico e impraticável. Ele deu partida, e logo uma das rodas ergueu-
se do solo. O 14-bis parou em poucos segundos, mas houve, além desta,
várias tentativas. Ao fim da tarde, após reparos mecânicos, tornou a tentar.
As rodas correm, correm, correm, correm, e eis que se levantam, eis que já
não tocam mais o solo. Mais de mil pessoas, perplexas, maravilhadas,
contemplam o milagre.

A necessidade do emprego de aeronaves em âmbito militar no Brasil pode


ser percebida durante o conflito surgido em razão de questão fronteiriça entre os
Estados do Paraná e Santa Catarina, quando, em 1911, iniciava-se a Campanha do
Contestado3.
Falconi (2003) definia que o maior problema enfrentado pelas tropas, na
tentativa de contenção dos grupos de caboclos que atacavam as forças federais e
estaduais, era conhecer a localização dos rebeldes. Objetivando resolver tal problema, o
Exército Brasileiro enviou alguns oficiais à França para que realizassem o curso de
pilotagem4.
O Tenente Kirk foi o primeiro oficial do Exército Brasileiro a aprender a
pilotar aviões, recebendo seu brevê em 22 de outubro de 1912, pela École d'Aviation
d'Etampes, na França. Ao retornar para o Brasil, participou do nascimento do Aeroclube
Brasileiro, onde desempenhou o cargo de Diretor Técnico. Conforme Castilho (2002),
deflagrada a Guerra do Contestado tenente Ricardo Kirk foi convocado para conduzir
operações aéreas em apoio às operações terrestres, tendo executado basicamente
missões de reconhecimento.
Asseverou Castilho (2002) que, quando do cumprimento de uma dessas
missões, em 1º de março de 1915, sob condições desfavoráveis de visibilidade,
associada às condições meteorológicas, Kirk teve uma pane mecânica, o que culminou
em um sério acidente, vitimando-o.
Segundo a literatura encontrada sobre o assunto, conforme ensina Falconi
(2003), a primeira experiência da Polícia Militar com a aviação deu-se em 17 de
dezembro de 1913, com a criação oficial da Aviação da Força Pública de São Paulo,
visando, caso houvesse uma eventual intervenção, a dar uma superioridade àquele
estado, trazendo em sua estrutura uma escola de aviação.
Com a Primeira Guerra Mundial, as atividades da aviação na Força Pública
de São Paulo, denominação histórica da Polícia Militar do Estado de São Paulo
(PMESP), foram suspensas e reativadas apenas em 1919, tendo, em 31 de dezembro de
1924, uma eficaz reestruturação, desenvolvendo-se a ponto de fazer frente às forças
federais na Revolução Constitucionalista de 1932, fato esse que acabou levando à
extinção da aviação na polícia, afirmou Falconi (2003, p.48).

3
Numa região disputada pelos estados brasileiros do Paraná e de Santa Catarina, rica em erva-
mate e madeira, fortemente influenciada pelo fanatismo religioso, aliada à falta de regularização da
posse de terras dos moradores e da insatisfação da população hipossuficiente, região essa onde a
presença do poder público era desprezível, os então denominados caboclos formaram um grupo
organizado que, utilizando de táticas de guerrilha, atacava as forças federais e estaduais.
4
O primeiro piloto militar brasileiro foi o Tenente Jorge Henrique Moller, da Marinha de Guerra, obtendo
a licença em 29 de abril de 1911, na França.
Até 1930, o serviço de aviação da Força Pública desenvolveu-se
consideravelmente, com o estabelecimento de campos de pouso no interior
do Estado, aquisição de novas aeronaves e expansão dos quadros de pilotos,
observadores e mecânicos. Mas, a Revolução de outubro de 1930 acabou
com os sonhos da aviação paulista; como a Força Pública participou dos
combates ao lado dos legalistas, a vitória dos revolucionários trouxe,
inevitavelmente, o fim do serviço de aviação e, particularmente, da
Esquadrilha de Aviação da Força Pública, a qual foi dissolvida a 18 de
dezembro de 1930, exatamente 17 anos após sua criação. Todo o
equipamento e munição foram transferidos ao Exército, encerrando assim,
mais uma vez, as atividades aéreas da Força Pública de São Paulo, incluindo
a própria Escola de Aviação.

Em razão das dificuldades advindas com a 1ª Guerra Mundial, como a


importação de peças e materiais aeronáuticos, bem como a ida do famoso aviador e
diretor da escola de aviação, Eduardo Pacheco Chaves (Edu Chaves), à França para
combater na guerra, onde engajou como 1º Tenente na Armée de L’ Air5, a escola teve
pouco tempo de duração, formando um único piloto: o Tenente PM Aristides Muza,
considerado o primeiro piloto policial brasileiro, conforme destacou Zanelli (2011).
Após ser utilizado por civis e militares, a utilização de aeronave passou a ser
empregada pelas forças policiais brasileiras devido a sua superioridade e às vantagens
que o uso desse equipamento causava no desenvolvimento das atividades policiais.

1.1 A introdução do helicóptero no policiamento

Antes de tecer qualquer comentário sobre o uso do helicóptero, necessário


se faz mencionar a ideia pioneira de Leonardo da Vinci, por volta dos anos de 1487 e
1490, antes mesmo da ciência e da técnica permitir a construção prática de tal máquina
revolucionária.
Fascinado pelo fenômeno do voo, Da Vinci estudou detalhadamente o voo
dos pássaros, projetando diversas máquinas voadoras, sendo que, dentre seus desenhos,
e fazendo uso da força de quatro homens, cominou os mesmos princípios do
helicóptero. No desenho denominado de Vis Aérienne, onde havia um parafuso de
Arquimedes, permitia-se, portanto, um voo estacionário (pairado) e decolagem vertical.
Não obstante as falhas que tornavam o voo impraticável, como a não
permissão do corpo da aeronave rotacionar, a relação peso versus potência e outros

5
Armée de L’ Air, em francês, literalmente, Exército do Ar. Denominação da Força Aérea Francesa.
detalhes técnicos, mesmo assim foi apontado o referido desenho6 como precursor da
ideia do voo vertical, falhas essas talvez propositalmente idealizadas para que
justamente não fosse copiado.
Com as companhias americanas Bell Helicopters e Sikorsky, após a Segunda
Guerra Mundial, que os helicópteros passaram a ser produzidos em escalas comerciais,
oportunizando-se para o mercado civil a venda de suas máquinas.7
Em apenas dois anos após ter sido homologado para a operação comercial, o
NYPD, de forma pioneira, conforme destacado anteriormente, passou a fazer uso dessa
nova e versátil ferramenta. Em 30 de setembro de 1948, sob o comando do Capitão Gus
Crawford, um Bell 47B, nas cores da Polícia de Nova Iorque, ganhou os ares daquela
municipalidade, ressalta a Bell Helicopter Textron (1999).
Nesta perspectiva, o NYPD, mantendo-se fiel no emprego de aeronaves de
asas rotativas, passou a ser referência no que diz respeito à sua utilização, não somente
nos Estados Unidos, mas no mundo todo.
É possível dizer que a utilização de helicópteros na atividade policial deixou
de ser considerado um instrumento de luxo de algumas polícias há bastante tempo,
tornando-se um instrumento fundamental para a execução de suas missões e, devido às
características deste equipamento, para a obtenção de resultados positivos em vez de
aumentar indefinidamente o número de efetivo e viaturas.
É o que afirmou o Tenente Michael T. Casey, do Departamento de Polícia
de Phoenix, Arizona, EUA, citado por Lima (1994, p. 61):

É incompreensível imaginar uma grande e moderna estrutura de


policiamento/defesa da lei não empregando helicóptero em missões de
patrulhamento e missões de segurança pública. Em Phoenix, milhões de
crimes permaneceriam sem soluções e muitas vidas teriam sido perdidas se
não fossem os helicópteros. Nenhum outro recurso, a despeito do pequeno
número de policiais envolvidos, tem tamanho impacto na redução do crime
como o uso de helicópteros. Mais que isso, helicópteros reduzem o tempo de
resposta, dão grande visibilidade sobre extensas áreas e representam uma real
e perceptível presença policial.

6
Gambaroni (2007) explica que essa folha, manuscrita por volta de 1487 e 1490, permaneceu totalmente
desconhecida até o seu descobrimento em 1796 pelo Institut de France, sendo publicada e divulgada
somente em 1881.
7
A Bell Helicopters foi a companhia que recebeu a primeira certificação comercial, preceitua Pereira
Netto (1985), em que pese os modelos de helicópteros americanos utilizados durante o conflito mundial
tenham sido os Sikorsky. Em 8 de março de 1946, o Bell Modelo 47 recebeu o Certificado de
Aeronavegabilidade, sendo, o Bell 47, como ficou conhecido, produzido até 1974 anos, em versões de
dois e três lugares, os quais ainda são encontrados em operação em diversos cantos do mundo .
Vale dizer que os helicópteros passaram a ser introduzidos nas atividades
Policiais Militares a partir da década de 80, empregados por aquela que, entre os anos
1913 e 1930, já havia colocado a atividade aérea a serviço da população: Polícia Militar
do Estado de São Paulo (antiga Força Pública).
Note-se que importantes resultados foram alcançados, os quais propiciaram
a consolidação do uso deste equipamento no âmbito da Segurança Pública, como afirma
Falconi (2003, p. 52-53):

No mês de abril de 1983, o Governo do Estado recorreu às Centrais Elétricas


de São Paulo – CESP, que colocou dois de seus quatro helicópteros (Bell Jet
Ranger) à disposição da Polícia Militar, passando um a operar na Zona Sul e
outro na Zona Leste da Capital, áreas de maior incidência criminal. Estas
aeronaves tiveram papel preponderante no controle da situação, pois ao
perceberem qualquer movimentação dentro ou nas imediações dos
estabelecimentos, proprietários acionavam o COPOM e, em poucos minutos,
o helicóptero, utilizado como plataforma de observação, com policiais a
bordo, sobrevoava o local, fornecendo informações e coordenando os meios
terrestres. Sua própria presença atuava como fator desestimulante.
Sobrevoando São Paulo, em poucas semanas a situação estava sob controle.
Com índices de ocorrências reduzidos, os helicópteros demonstraram sua
eficácia e importância para uma organização policial que tem a função de
preservar a ordem pública, promovendo a defesa da cidadania.

Apesar do alto custo para aquisição e manutenção das aeronaves de asas


rotativas, sua utilidade é imprescindível em diversos momentos. Em que pese as
inúmeras desvantagens de operação, como o elevado custo de aquisição, os serviços de
manutenção, o elevado custo de componentes aeronáuticos e o desgaste orgânico para
os tripulantes, o helicóptero apresenta-se como sendo um equipamento indispensável
para que a Polícia Militar possa prestar o devido atendimento que é exigido pela
população.
Não há equipamento tão versátil e com alto grau de confiabilidade capaz de
substituí-lo, conforme ensina Coelho (2006). Podendo habilmente ser utilizado em uma
extensiva gama de missões, o helicóptero tornou-se uma das ferramentas mais versáteis
e efetivas para o aumento da eficácia e efetividade das operações de polícia ostensiva.
Dada sua mobilidade e flexibilidade, serve como fator surpresa, propiciando
um alto efeito psicológico e dissuasor, como instrumento de intervenção e segurança em
confrontos, como ferramenta de orientação e apoio à tropa terrestre, seja como
plataforma de observação ou como meio de transporte de tropas, com grande destaque,
também, para as operações aeromédicas, aumentando as chances de sobrevivência de
acidentados ou daqueles que necessitam de transplante de órgãos.
1.2 Fundamentação legal

Quanto à aplicação do helicóptero na atividade policial, faz-se imperioso


levar-se em conta a legislação pertinente. No que diz respeito à autorização conferida às
Polícias Militares para o uso de aeronaves, evidencia-se que a atividade policial deve
submeter-se à legislação federal, estadual e institucional, podendo esta última variar de
acordo com a realidade local de cada instituição.
Em que pese o grande número de helicópteros atuando em operações
policiais militares, a legislação, através do antigo Departamento de Aviação Civil
(DAC), trata as Polícias Militares como operadoras civis. Esse tratamento é decorrente
do disposto no art.107 do Código Brasileiro de Aeronáutica, Lei nº 7.565, de 19 de
dezembro de 1986, que classifica como militares tão somente as aeronaves pertencentes
às Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica).
Não obstante, apesar de constitucionalmente definidos como militares os
tripulantes dessas aeronaves, conforme estabelece o art.42, "caput" da Constituição
Federal de 1988 (CF/88), o pessoal pertencente às Polícias Militares faz parte do quadro
de tripulantes civis, conclui Senisse (1999).
Conforme dispõe o parágrafo segundo do citado art.107, as aeronaves civis
dividem-se em duas classes: as privadas e as públicas. No Registro Aeronautico
Brasileiro (RAB), local ficam registradas todas as aeronaves brasileiras, constando a
matrícula, o tipo de aeronave, o proprietário, operador e homologações da aeronave, as
aeronaves da Policia Militar constam como ADE - Administração Direta Estadual e,
portanto, são aeronaves públicas.
Neste diapasão, além de seguir todo o regramento institucional, a atividade
de aviação deve seguir a regulamentação federal e submeter-se à fiscalização por parte
da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e da Força Aérea Brasileira (FAB),
conforme leciona Pinto (2000, p.19):

O Ministério da Aeronáutica, através do Subdepartamento de Operações do


Departamento de Aviação Civil, baixou as Instruções para a Aviação Civil-
IAC nº 2237, de 05 de maio de 1985, que regulamentam, especificamente, a
utilização de helicópteros em apoio às operações policiais.

O documento referenciado acima, ao estipular padrões de operacionalização


de helicópteros no radiopatrulhamento aéreo, firmou de vez o processo de policiamento,
legalizando-o, em caráter definitivo, como mais um dos serviços a serem prestados à
sociedade.
E é no art.22, inciso X da CF/88 que se instituiu, de maneira privativa, a
competência da União para legislar sobre navegação aérea. Em outros termos, o
estabelecimento de regras técnicas acerca das questões de voo ficam a cargo da União,
restando aos Estados a declaração das regras de como desenvolver-se-ão as demais
questões afetas às atividades aéreas das Polícias Militares.
Dessa forma, englobando as atividades de polícia ostensiva, de defesa civil e
de bombeiro militar, os procedimentos para o emprego do helicóptero estão regulados
pelas Normas de Serviço do Ministério da Aeronáutica (NSMA) 58 - 91, de 23 de
Setembro de 1992, que versam sobre as Regras Gerais para Operação de Aeronaves
Civis.
Concernentemente ao emprego de helicópteros em ações de polícia
ostensiva, destacam-se os principais pontos:
1) As organizações policiais, para a realização de operações aéreas, somente
poderão empregar helicópteros;
2) As operações aéreas compreendem busca, salvamento, resgate, cerco,
observação de cortejos, controle de tumultos, distúrbios e motins, controle de tráfego
rodoviário, ferroviário e urbano, prevenção e combate a incêndios de qualquer tipo e
patrulhamento de cidades, florestas, mananciais, estradas, rios e lagos;
3) As operações aéreas somente podem ser executadas em helicópteros
classificados como aeronaves civis brasileiras, obedecendo a todas as disposições legais
relativas à homologação, à aeronavegabilidade, à manutenção em oficinas homologadas,
à identificação, registro, e operação por pessoas qualificadas pela ANAC;
4) Nenhuma organização policial pode operar helicópteros de combate ou
versões militares de helicópteros civis. Adicionalmente também é terminantemente
proibida a instalação e/ou adaptação de armamento nas aeronaves;
5) As tripulações de helicópteros destinados à realização de operações
aéreas devem pertencer ao efetivo da organização envolvida. (letra d, item 91.957,
NSMA 58 - 91).
Segundo o que dispõe a Instrução do Ministério da Aeronáutica (IMA) 100-
4 "Regras Especiais de Tráfego Aéreo para Helicópteros", de 31 de maio de 1991, que
rege as operações de helicópteros no Brasil, a exemplo dos principais aspectos da
NSMA 58-91/1992, já mencionados, as operações policiais e de defesa civil são aquelas
realizadas com helicópteros nas missões de:

· Busca, salvamento, resgate e cerco;


· Observação de cortejos;
· Controle de tumultos, distúrbios e motins;
· Controle de tráfego rodoviário, ferroviário e urbano;
· Prevenção e combate a incêndios;
· Atendimento de casos de calamidade pública;
· Patrulhamento de cidades, florestas e mananciais;
· Patrulhamento de rios e lagos;
· Outras julgadas necessárias pelas organizações policiais e de defesa
civil.
Atualmente é a Instrução do Comando da Aeronáutica (ICA) 100-4
estabelece regras para a aviação de helicópteros. Na legislação federal, o Decreto n°
88.777/83 define o conceito de policiamento ostensivo – função da Polícia Militar que
está contida na fiscalização de polícia, uma das fases da polícia ostensiva – e garante
que essa é função exclusiva das Polícias Militares, afirmando, ainda, que o
radiopatrulhamento aéreo é um tipo de policiamento ostensivo.
Vale lembrar que a atividade policiamento ostensivo é diferente do
exercício da polícia ostensiva. Sobre a atribuição constitucional do exercício de polícia
ostensiva previsto no art.144, parágrafo 5º, Amorim (2009) adverte quanto à adequação
do termo a ser utilizado, isto é, “polícia ostensiva”, e não “policiamento ostensivo”.
Destaca o autor que tal conceito deve ser entendido como uma exclusividade
constitucional, marcando a expansão da competência policial militar. Quando atuando
com o seu poder de polícia, o Estado exerce-o em quatro fases: a ordem de polícia, o
consentimento de polícia, a fiscalização de polícia e a sanção de polícia.
O Decreto n° 88.777/83, em seu artigo 30, trata sobre a aquisição de
aeronaves, facultando a existência, características e uso às Polícias Militares a fim de
melhor desempenho de suas atribuições específicas.
Em suma, a aviação Policial Militar submete-se às seguintes legislações,
conforme Pratts (2009, p. 39):

a . Leis: Lei n° 11.182, de 27/09/2005, que cria a Agência Nacional de


Aviação Civil (ANAC), definindo suas competências;
b. Decretos: Decreto nº 5.731, de 20/03/2006, que dispõe sobre a estrutura
organizacional, instalação e aprova o regulamento da ANAC;
c. Resoluções da ANAC: Resolução n° 30, de 21/05/2008, que institui o
Regulamento Brasileiro da Aviação Civil (RBAC) e a Instrução Suplementar
(IS), estabelece critérios para a elaboração e da outras providências;
d. Instruções Normativas: IN ANAC nº 015, de 20/11/2008, que estabelece
normas e critérios para a elaboração e alteração de Regulamento Brasileiro da
Aviação Civil e de Instrução Suplementar;
e. Decisão: Decisão nº 496/ANAC, de 03/11/2008, que aprova o plano
específico de ruído aeronáutico do aeródromo de Jacarepaguá;
f. Portarias: Portaria nº 1443/SIE, de 23/09/2008, que regula os
procedimentos operacionais para helicópteros envolvidos no 37º Grande
Prêmio do Brasil de Fórmula 1;
g. RBHA - Regulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica: RBHA 61,
atualizada em 13/12/2006, que estabelece requisitos para concessão de
licenças de pilotos e instrutores de vôo;
h. RBAC – Regulamento Brasileiro de Aviação Civil: RBAC 01, aprovada
em 26/11/2008, que estabelece definições, regras de redação e unidades de
medida;
i. IAC – Instrução da Aviação Civil: IAC 061-1003, de 19/04/2005, que
tratada verificação de perícia para concessão de licenças e habilitações;
j. IS – Instrução Suplementar: IS 21.181-001, de 15/01/2009, que trata da
revalidação dos certificados de aeronavegabilidade (CA);
l. NSCA – Norma de Sistema do Comando da Aeronáutica: NSCA 58-01,
de22/05/2003, que trata da organização e funcionamento do sistema de
segurança de vôo da aviação civil;
m. NSMA – Norma de Sistema do Ministério da Aeronáutica: NSMA 3-7,
atualizada em 31/10/2008, que estabelece as responsabilidades dos
operadores de aeronaves em casos de acidente e incidente aeronáutico;
nº ICA – Instrução do Comando da Aeronáutica: ICA 102-9, de 24/11/2008,
que estabelece as características mínimas dos equipamentos NAV/COM a
bordo de aeronaves que utilizam o espaço aéreo sob jurisdição do Brasil;
o . DA – Diretrizes de Aeronavegabilidade: DA 86-12-02, de 22/12/1986,
que trata do manual de vôo do helicóptero Esquilo.

Leite (2009) destaca ainda o Regulamento Brasileiro de Homologação


Aeronáutica (RBHA) nº 91, Subparte K, que estabelece regras para as Operações
Aéreas de Segurança Pública e/ou de Defesa Civil, da ANAC.
Ainda, referentemente à legislação estadual, a Constituição Estadual
Catarinense, o seu art. 107 faz menção ao radiopatrulhamento aéreo, definido como
sendo função da Polícia Militar a sua realização.

1.3 O surgimento do helicóptero na Polícia Militar de Santa Catarina

O emprego de helicópteros em operações de polícia ostensiva no Brasil tem


sido bastante comum a partir da década de 90. Desta forma, a grande maioria das
Polícias Militares brasileiras dispõe de grupamentos aéreos, operando helicópteros e
aviões em missões policiais. As Organizações Policiais Militares têm autonomia total
sobre o emprego e operação de suas aeronaves, embora existam restrições mais severas
estabelecidas pela ANAC àquelas que também se utilizam aviões para o seu mister.
Hoje o helicóptero policial está presente em 23 Polícias Militares brasileiras,
com autonomia integral sobre a sua aplicação e emprego, cuja frota policial já atingiu
um total de 76 unidades. O BAPM conta hoje com 02 (dois) helicópteros (01 AS350 e
01 AW119Ke – Koala) e 03 (três) aviões (01 Sêneca e 02 Corisco).
É válido destacar também que, dentre as unidades especializadas da Polícia
Militar de Santa Catarina (PMSC), uma das que mais cultiva a curiosidade da população
e transmite segurança e respaldo para o restante do efetivo é justamente o hoje
denominado BAPM, antigamente denominado Grupo de Radiopatrulhamento Aéreo da
(GRAER).
A formação do GRAER, de acordo com De Paula (2000), surgiu da
conjugação de esforços de alguns oficiais que, percebendo a necessidade de utilização
do meio aéreo como apoio em operações aéreas policiais e de bombeiros, a exemplo de
outras Corporações que já o vinham fazendo com êxito, passaram a defender a
necessidade de implementação desse recurso.
Correia (2008) ensina que, em Santa Catarina, a história dessa nova
atividade teve início em 1986, mais precisamente durante a Operação Veraneio de
1986/1987, quando a Secretaria de Segurança Pública, por meio da locação de uma
aeronave modelo Bell Jet Ranger (BH-06), propiciou à Polícia Militar a realização, em
caráter experimental, de sua primeira experiência operacional, visando à diminuição do
número de mortes por afogamentos ocorridos no litoral catarinense.
Quanto aos pilotos e aeronave, nos anos seguintes, destaque para o fato de
serem civis e operarem somente nos meses de alta temporada (verão). Conforme Leite
(2009), em 17 de maio de 1991, o Tenente Coronel Valmir Lemos foi designado para,
cumulativamente às suas funções, coordenar a fase inicial de implantação do GRAER.
Segundo o mesmo autor, ainda em 1991, na Escola Master de Helicópteros,
o Tenente Coronel Valmir Lemos e o Major Dárcio José Maiochi iniciam o curso de
piloto privado de helicóptero, concluindo, ambos, no primeiro semestre de 1992,
período em que o Capitão Giovani, o qual já era piloto de aeronaves de asas fixas,
também conclui o referido curso na Base Aérea de Santos no Estado de São Paulo.
Após aprovação no exame teórico do antigo DAC, o Tenente Coronel
Valmir Lemos e o Capitão Giovani, no segundo semestre de 1992, seguem para estágio
de voo na Polícia Militar de Minas Gerais, onde concluem o curso de Piloto Comercial
de Helicóptero, enquanto que o Tenente Amorim e o Tenente Coelho são enviados para
realizarem o curso em São Pedro da Aldeia, na Marinha de Guerra.
Em 1994, o Tenente Kern realiza o curso de piloto de helicóptero na Polícia
Militar do Espírito Santo, ano em que o Estado de Santa Catarina adquire duas
aeronaves Robinson R-22, pintadas e entregues para uso pela PMSC e pela Polícia Civil.
No entanto, na assunção do novo governador Konder Reis, após calorosa discussão
pública acerca do valor de aquisição, aproximadamente 180 mil dólares à época, ambas
foram devolvidas.
Leite (2009) explica que, para a temporada de verão dos anos 94/95, dois
helicópteros são alugados por parte da Polícia Militar, que os mantêm ativados somente
nas temporadas que se seguem.
No segundo semestre de 1995, visando a assumir por definitivo o comando
das aeronaves no Estado de Santa Catarina, fato esse ocorrido no dia 11 de dezembro do
mesmo ano, o Tenente Coronel Valmir Lemos e o Capitão Giovani retornam à Polícia
Militar de Minas Gerais, para treinamentos na aeronave modelo Esquilo.
Com o findar da temporada de verão dos anos 97/98, em prol da sociedade
catarinense, uma das aeronaves é desativada, permanecendo a outra na execução dos
serviços durante todo o ano. Ensina ainda Leite (2009) que, estando os oficiais
vinculados às suas funções de origem, atrelado ao fato dos policiais militares estarem
em constante treinamento e preparação para o exercício da atividade aérea, o processo
de implantação do radiopatrulhamento aéreo no Estado foi interrompido.
No ano de 1999 é publicada uma Diretriz de Procedimento Específico
regulando o emprego de aeronaves na PMSC. E, com a necessidade de ampliação do
policiamento ostensivo preventivo no Estado, no ano de 2002 o segundo helicóptero
deixa de ser desativado e, visando empregá-lo na área norte do Estado, é baseado na
cidade de Joinville/SC.
Em 2002, a portaria nº 042/PMSC institucionalizou o Grupamento Aéreo
da Policial Militar: “Fica criado o Grupamento Aéreo - GRAER, subordinado
diretamente ao Comandante-Geral, com sede no Município de Florianópolis, tendo
como área de atuação todo o território do Estado de Santa Catarina.”
Para regulamentar a atividade aérea na PMSC, o Comando Geral da
Corporação editou a Diretriz Específica n° 025/Cmdo-G/02, que define, regula e orienta
a atuação das aeronaves da corporação.
A partir de então, com a busca constante do aperfeiçoamento e crescimento
das atividades de radiopatrulhamento aéreo no Estado, o Decreto nº 1.392, de 28 de
maio de 2008, eleva o GRAER, no dia 08 de maio de 2008, à Batalhão de Aviação da
Polícia Militar do Estado de Santa Catarina, ano em que foi ampliada sua frota de
aeronaves em virtude do recebimento de 02 (duas) aeronaves de asas fixas modelo Emb
711 Corisco, baseados em Florianópolis e Joinville, aptos para atender chamados em
todo o Estado.

2 A COMPETÊNCIA DO BAPM PARA ATUAR EM EVENTOS CRÍTICOS DE


ALTO E ALTÍSSIMO RISCO

A adoção de respostas efetivas, no que concerne a atuação em muitos


eventos críticos, sejam eles ocorrências de alto risco ou altíssimo risco, perpassa pelo
emprego de helicópteros e é algo que na atualidade não pode ser descartado, sob pena
de ficarmos aquém do avanço tecnológico colocado à disposição da sociedade. Diante
desse contexto, faz-se necessário, então, analisar a competência, a conveniência e a
adequação de seu emprego em situações de alto e altíssimo risco.
Assim, a questão da capacidade de atuação em eventos críticos, que acaba
envolvendo o planejamento, gerenciamento, coordenação e comandamento de uma
ocorrência desse gênero, é também tema de discussão no presente trabalho. Para tanto,
faz-se necessário trazer alguns conceitos a fim inicialmente contextualizar sobre as
questões que serão aqui abordadas tratadas.
Competência é uma expressão utilizada para assinalar uma pessoa
qualificada para desempenhar algo. O oposto desse termo, o antônimo, não implica
apenas na negação desta capacidade, mas significa também um sentimento depreciativo.
O dicionário Oxford Advanced Learner’s (1991) define competência, na língua inglesa,
como "habilidade que você precisa ter em determinado trabalho ou para uma
determinada tarefa ou a capacidade de entender ou fazer algo bem, ou ainda, o
poder que um tribunal, uma organização ou uma pessoa tem para lidar com algo”. Esse
conceito, bastante genérico, correlaciona três importantes pontos ligados à competência:
habilidade, conhecimento e tarefa.
O conceito de competência é pensado como sendo a junção de
conhecimentos, habilidades e atitudes. Em outros termos, um conjunto de capacidades
humanas, como um acervo de recursos que cada indivíduo possui, sempre atrelada às
necessidades estabelecidas pelos cargos ou posições existentes nas organizações.
Segundo Zarifian (1999), também citado por Farinha (2011), a competência
pode ser diferenciada em competência técnica, a qual diz respeito aos conhecimentos
específicos sobre a missão a ser realizada; em competência de serviço, que seria aliar à
competência técnica a pergunta: qual o impacto que esta prestação de serviço terá, in
casu, sobre a comunidade; dentre outros tipos de competências.
Fleury e Fleury (2001) definem competência como: "um saber agir
responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos,
recursos e habilidades, que agreguem valor econômico à organização e valor social ao
indivíduo".
Considerando que a Polícia Militar é uma organização que, através do
exercício da polícia ostensiva, tem por escopo a preservação da ordem pública, é
possível ser feita uma adaptação do citado conceito, de forma a abranger os objetivos,
especificamente, do BAPM: "ação técnica, responsável e legítima, que visa a
proporcionar maior ostensividade, mobilidade e versatilidade no emprego da força,
agregando uma melhoria no moral da tropa e uma maior efetividade e eficiência no
serviço prestado à comunidade”.
O comando da Polícia Militar, no item 5 da Diretriz Específica nº025,
regulamentou a atuação das aeronaves da corporação, definindo como uma das missões
do BAPM a viabilidade de uso em operações policiais de grande vulto, in verbis.

5. MISSÃO:
a. Geral - Realizar missões de radiopatrulhamento aéreo, especialmente
operações de busca, resgate, salvamento e operações policiais de grande vulto
em todo o território estadual.
b. Eventual - Realizar missões planejadas, de rotina ou de apoio a órgãos
governamentais, e atender solicitações do Governador do Estado.

Por outro lado, em que pese o emprego de tropas voltadas à atuação em


eventos críticos, policiamento de choque, ocorrências graves e atuação preliminar em
ocorrências de altíssimo risco, extraordinárias e exóticas restar regulamentado pela
PMSC através da Diretriz Permanente nº034/Cmdo-G/01, a qual não referenciou o
BAPM como competente para tanto, não há que se falar em incompetência deste quando
de seu possível emprego naqueles eventos.
A Diretriz nº034, tendo por finalidade estabelecer normas para o emprego
do BOPE, Companhias e Grupos de Resposta Tática na área de "Operações Especiais",
“Táticas Policiais” e “Choque”, conceitua Operações Especiais como sendo todas as
atividades desenvolvidas por policiais militares altamente qualificados, formados em
curso de especialização ou capacitação em operações policiais ou militares especiais,
que através de equipamentos, mecanismos de transporte e armamento específicos, estão
aptos a darem resposta imediata em eventos críticos.
Quando trata das atividades especializadas, conceitua-as como sendo
aquelas desempenhadas por policiais militares com qualificação intermediária,
formados em Estágio de Táticas Policiais, os quais, através de dotação convencional,
estão aptos a comporem as frações Táticas e darem resposta imediata a ocorrências
graves e preliminar em ocorrências de altíssimo risco, extraordinárias e exóticas.
As operações de choque compõem as atividades especializadas, que, com
qualificação própria em atividade de operações de policiamento de choque (Controle de
distúrbios Civis, Praças Desportivas, Grandes Eventos e Ocorrências em
Estabelecimentos prisionais sem arma de fogo), podem compor as frações táticas em
operações policiais.
Quanto à classificação das ocorrências, no item 5.1, a Diretriz nº034
conceitua Ocorrências de alto risco: “São ações criminosas que ocorrem dentro da
normalidade do serviço operacional, que exigem uma intervenção imediata, a qual não
possuem a presença de refém e os infratores estejam com reduzido potencial ofensivo
armados com armas de baixo poder de fogo ou de porte” (sic).
No item 5.2, conceitua ocorrências de altíssimo risco como sendo “ações
criminosas classificadas como crise fora da normalidade do serviço policial, com a
presença de refém, onde exija a intervenção imediata da tropa especializada e os
infratores estejam com acentuado potencial ofensivo, armados com armas de porte,
portátil e de alto poder de fogo”.
Nesta perspectiva, a possibilidade do emprego imediato da tropa
especializada, o alcance em locais de difícil acesso, característico de muitas dessas
ocorrências, a sua utilização como plataforma de observação, enfim, são somente
algumas das missões a serem cumpridas por essa versátil ferramenta de atuação das
Polícias Militares de hoje.
Corroborando com esse entendimento, ressaltou Manoel (2011) que os
serviços que a se prestam os helicópteros são extremamente variados, dados os grandes
recursos de que dispõe a sua maleabilidade: transporte de enfermos, de socorristas em
edifícios incendiados, no mar, em regiões geladas, inundadas ou isoladas, de um lado
para outro de uma cidade, transpondo as dificuldades do trânsito urbano, transporte de
tropas, como plataforma de observações, auxílios às tropas, enfim.
Quanto ao termo “Operações Especiais”, a Diretriz nº034, em seu item 11,
prescreve-se que é detido com exclusividade pelo BOPE, através de suas frações
operacionais. Por outro lado, a Diretriz nº025, quando trata das condições de execução,
especificamente ao que diz respeito às missões típicas de Polícia Militar, em seu item 8,
subitem 1, “c”, menciona que as guarnições do BAPM atuarão em sintonia com os
esforços das frações de tropa de terra e água, de forma a apoiar o policiamento ostensivo
geral em “operações especiais”, frise-se, minimizando os riscos desses tipos de
operações.
Acrescenta ainda a Diretriz nº25 que, com a atuação do BAPM, o que,
reduziria ao mínimo o tempo da ação de resposta e otimizaria os recursos humanos, dar-
se-ia a diminuição dos riscos em operações do tipo: repressão aos assaltos a bancos,
operações com reféns ou repressão a rebelião e fugas de presidiários, ou seja,
justamente ocorrências próprias de atuação do BOPE, Choque e Táticas Políciais.
Diante desta perspectiva legal, não restam dúvidas de que o BAPM
demonstra-se competente para atuar em eventos críticos, de maneira conjunta com as
frações de água e terra (BOPE, Companhias e Grupos de Resposta Tática na área
de, "Operações Especiais", “Táticas Policiais” e “Choque”, Polícia Ambiental, Polícia
Rodoviária Estadual, enfim).
Em termos de operação de alto risco policial, onde houve necessidade do
emprego de aeronave, é possível destacar a ação do Grupo de Ações Táticas Especiais
(GATE)8 e do Grupamento de Rádio Patrulhamento Aéreo (GRPAe) de São Paulo em
uma rebelião na FEBEM do Tatuapé. De acordo com COTA (2011), pelo telhado na
Unidade, houve o pouso simultâneo de duas aeronaves, seguido do desembarque de
duas equipes que dominaram centenas de rebelados e libertaram os reféns.

3 OPERAÇÕES AÉREAS TÍPICAS DE POLÍCIA OSTENSIVA REALIZADAS


PELO BAPM

No desempenho de operações típicas de polícia ostensiva, bem como em


operações de socorros de urgência e extinção de fogo florestal, o BAPM conta com o
efetivo denominado TOM-M - Tripulante Operacional Multimissão.
Dentro do conceito de operações policiais aeromóveis, tanto o
desenvolvimento e treinamento de qualificação em missões de alto risco, como o
treinamento de embarque e desembarque tático e o tiro embarcado são técnicas a serem
implementadas, dentro de pouco tempo, pelo BAPM no enfrentamento à criminalidade.

8
GATE é um grupamento policial de operações especiais da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Assim, em razão do Brasil já contabilizar casos trágicos envolvendo a queda
da aeronave e morte dos policiais tripulantes de outros Estados, face à segurança da
tripulação, forçosamente é válido repensar o emprego do helicóptero em atividades que
envolvam alto risco.
Questão importante no aprimoramento de técnicas de abordagem com o uso
de helicópteros refere-se ao tiro embarcado em aeronaves, algo perfeitamente viável,
apesar das controvérsias existentes entre plataforma de observação e plataforma de tiro.
Um exemplo clássico da necessidade de tiro embarcado aconteceu em
outubro de 2009 no Rio de Janeiro, quando uma aeronave do Grupamento Aéreo e
Marítimo (GAM) da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), o
helicóptero Fênix 03, foi abatida em missão de resgate de policial ferido. Realizado o
pouso forçado no campo da vila Olímpica do Sampaio, após ter o aparelho pegado fogo
ainda no ar, três policiais morrem e outros três ficam feridos. (NA VILA, 2011)
Também, vale destacar o evento ocorrido em novembro de 2007, onde o
policial civil Eduardo Mattos foi alvejado na cabeça e morreu quando estava a bordo de
um helicóptero da Polícia Civil e participava de uma operação na região do Morro do
Adeus, no subúrbio do Rio de Janeiro.
Outro episódio recém ocorrido no cenário mundial foi a intervenção do
“Time 6” dos Seals9 na captura e neutralização de Osama Bin Laden, na madrugada de
02 de maio de 2011, em Abbottabad, Paquistão. Conforme apontado por Naylor (2011),
quatro aeronaves MH-60 Black Hawk foram empregadas no assalto e permaneceram no
perímetro até a exfiltração, sendo uma avariada e abandonada no local.
Deste modo, visando à manutenção das habilidades técnicas do efetivo, a 2ª
Companhia do Batalhão de Aviação da Polícia Militar, sediada em Joinville/SC,
organiza treinamentos frequentes, de acordo com planejamento anual previsto em seu
plano de ensino. Tais instruções são fruto de estudos baseados em casos reais
vivenciados pela tripulação. Somente no ano passado, houve quatro situações de
confronto armado envolvendo a guarnição do helicóptero Águia 01.
Recentemente destacou-se a elaboração de um manual de embarque e
desembarque tático e tiro embarcado, no sentido de implementar tais técnicas na tropa.

9
A Marinha dos Estados Unidos, vulgarmente conhecida como Navy SEALs, é principal força de
operações especiais e uma parte da Comando de Guerra Especial Naval (Naval Special Warfare
Command - NSWC), bem como a componente marítima do Comando de Operações Especiais Unidos
Estados (United States Special Operations Command - USSOCOM).
Para que se pudesse elaborar esse manual, sob a autorização e coordenação do comando
do BAPM, foram realizados alguns ensaios, os quais envolveram não só policiais do
BAPM, como o Major PM Coelho, Capitão PM Cota, Capitão PM Machado, Capitão
PM Reisdorfer, Sub-Tenente PM Wodonos, os Cabos PM Da Silva e Delagnelo,
Soldados PM Carpes, Alessandre, Melo, Quadros, César e Luiz, mas também
instrutores de tiro, como o Major PM Fernando André.
No referido evento teste, os integrantes do BAPM objetivavam identificar
uma ameaça, seguida de sua contenção e posterior averiguação através da realização de
pouso em área conflagrada, concluindo as ações com a abordagem em solo pela
tripulação.
Também, foram realizados disparos de fuzil em uma pista de alvos, onde
resultados positivos foram alcançados. No aspecto técnico, constatou-se a necessidade
de uma mira do tipo red dot10 sem qualquer tipo de aumento.
Pode-se apontar outro exemplo da necessidade de tiro embarcado, desta vez
vivenciado em Joinville/SC, quando da fuga de criminosos em um GM/Kadett, após
assalto ocorrido na tarde de 29 de março de 2011. Na altura do posto da PRF
o Águia 01 interceptou o veículo, que seguiu em fuga na BR-101 e não atendeu a ordem
da parada do Policial Rodoviário Federal, continuando pela rodovia em direção a
Curitiba/PR.
O condutor desviou para uma marginal e, após quase colidir, por algumas
vezes, com outros veículos, acabou batendo em um motoqueiro. No entanto, o que veio
a justificar uma ação mais ativa dos tripulantes da aeronave foi o fato da tripulação ter
avistado um pouco mais a frente um grupo de crianças dispostas no caminho a ser
percorrido pelos fugitivos. Disparos de contenção foram dados, fazendo com que o
condutor perdesse o controle da direção, rendendo-se em seguida.
No tocante à exposição da tripulação a riscos, quando do emprego da
aeronave em um determinado evento crítico, é válido destacar que não há subordinação
funcional nessa espécie de tomada de decisão. É o chamado Gerenciamento de Recursos
da Tripulação.

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Também conhecido por Reflex, Infinity, Mira Holográfica ou Mira Optrônica, o Sistema de Mira RED
DOT (Ponto Vermelho) usa um sistema de prismas que refletem um retículo luminoso (laser) no
interior de um receptáculo, ou diretamente sobre as lentes componentes da mira. Esta imagem colimada
parece ser projetada em um ponto flutuante no infinito, que dá a sensação que o retículo de mira se
projeta diretamente sobre o alvo, quando na verdade ela é apenas um reflexo visto unicamente pelo
atirador.
No BAPM, independentemente do posto ou graduação ocupada pelo
tripulante TOM-M, isto é, do Soldado ao Coronel, aquele que verificar que não tem
condições de atuar naquela ocorrência específica, a missão será abortada e não haverá
nenhuma responsabilização administrativa, nenhuma punição disciplinar
concernentemente a esta não atuação na ocorrência em tela.
Por fim, no que diz respeito ao auxílio prestado pelo BAPM em ocorrências
policiais, e até mesmo a intervenção direta em determinados casos, vale destacar alguns
dados estatísticos.
No que diz respeito ao auxílio prestado pelo BAPM em ocorrências
policiais, e até mesmo intervenção direta em determinados casos, no ano de 2009 foram
detidas 110 (cento e dez) pessoas. Já no ano de 2010, 161 (cento e sessenta e uma)
pessoas foram detidas com a ajuda do BAPM. No 1º trimestre de 2011, houve a
detenção de 06 (seis) pessoas.
Destaca-se então que, somente nos dois últimos anos, foram detidas mais de
270 pessoas com o auxílio dos helicópteros da PMSC, demonstrando a fundamental
importância desse equipamento.
Seja como plataforma de observação ou como meio de transporte e alto
poder de persuasão e repressão, auxiliando as tropas terrestres, sua instrumentalidade
não se restringe ao suporte e intervenção policial. Sua flexibilidade de emprego torna o
helicóptero capaz de realizar os mais variados atendimentos a pessoas. Nessa esteira, o
BAPM vem, desde a sua criação, quando ainda denominado GRAER, desempenhando
as seguintes missões:

Atendimento de 1o Trimestre
2009 2010
pessoas de 2011
Ac.Trânsito 268 194 33
Trauma 115 120 16
Caso Clínico 57 31 6
Buscas 66 18 9
Afogamentos 31 15 4
Arrastamento 12 12 0
Missão de misericórdia 89 140 23
Incêndio 7 11 0
Defesa Civil 51 0 28
Total 696 541 119
Fonte: BAPM adaptado.
CONCLUSÃO

Conforme exposto ao longo de todo este trabalho, vimos que o crescimento


desordenado de nossa sociedade tem causado uma sobrecarga de serviços nos mais
diversos sistemas públicos, e a consequente eclosão de um aumento da violência e da
criminalidade.
Neste quadro geral, o problema da segurança pública ganha novas
dimensões, haja vista que nas cidades de médio e grande porte a dificuldade de
deslocamento causada pela falta de estrutura viária acarreta dificuldades no atendimento
da demanda de segurança, o que, conforme vimos, faz com que se busque uma atuação
integrada às mais diversas entidades, formais e informais, que compõem o sistema de
segurança pública, lançando mão dos meios mais adequados para consecução de seu fim
precípuo: a preservação da ordem pública como meio de promoção da paz e
desenvolvimento social.
Nesse sentido, a atividade Policial Militar, conforme ficou demonstrado,
precisa acompanhar a realidade social na qual está inserida, e a aviação policial militar
do estado de Santa Catarina, representada pelo BAPM, é o instrumento viável para o
aumento da eficiência do mister constitucional reservado às Polícias Militares (o
exercício de polícia ostensiva e preservação da ordem pública), dando-se destaque,
sobretudo, no que tange a sua atuação em ocorrências de alto e altíssimo risco fazendo o
uso do helicóptero como uma das ferramentas mais versáteis e efetivas para o aumento
da eficácia e efetividade das operações de polícia ostensiva.
Dentre as vantagens apontadas ao longo do trabalho, a sua mobilidade e
flexibilidade, como restou demonstrado, serve como fator surpresa, propiciando um alto
efeito psicológico e dissuasor, como instrumento de intervenção e segurança em
confrontos, como ferramenta de orientação e apoio à tropa terrestre, seja como
plataforma de observação ou como meio de transporte de tropas, com grande destaque,
também, para as operações aeromédicas, aumentando as chances de sobrevivência de
acidentados ou daqueles que necessitam de transplante de órgãos.
Deu-se também destaque à autorização conferida às Polícias Militares para
o uso de aeronaves, evidencia-se que a atividade policial deve submeter-se à legislação
federal, estadual e institucional, podendo esta última variar de acordo com a realidade
local de cada instituição. Dessa forma, englobando as atividades de polícia ostensiva, de
defesa civil e de bombeiro militar, os procedimentos para o emprego do helicóptero,
como visto, estão balizados pelo Regulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica
(RBHA) nº 91, Subparte K, da ANAC, que estabelece regras para as Operações Aéreas
de Segurança Pública e/ou de Defesa Civil, dentre outras normas.
O emprego de helicópteros em ações de polícia ostensiva pela PMSC não
pôde deixar de ser destaque ao longo do texto, no qual se expôs a competência do
BAPM para atuar em eventos críticos de alto e altíssimo risco, característica
fundamental na utilização desta “ferramenta”.
Considerando que a Polícia Militar é uma organização que, através do
exercício da polícia ostensiva, tem por escopo a preservação da ordem pública, todas
estas análises apontam para a necessidade de aprofundamento no estudo das ações que
envolvam o planejamento, o gerenciamento e a coordenação dos meios.
Desta maneira, as operações policiais com o uso de helicópteros mostram-se
cada vez mais prementes, evidenciando, portanto, o necessário o aprofundamento no
estudo desses temas, oportunidade em que, dentro de suas limitações, o presente
trabalho pretendeu ter contribuído, vislumbrando maior efetividade e eficiência no
serviço prestado à comunidade.

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ABSTRACT: The use of aircraft by Brazilian police forces, previously operated


by military and civilians in the world, took place because of its advantages that the
use of such equipment brought to the development of police activities.
Regarding helicopters, its use as an instrument of control force of the State is
something that currently cannot be discarded, otherwise we would be out-of-date when
it came to the technological advances available to society. The operation of this
machine hasn’t been considered a luxury instrument of some police officers for a long
while, having become a key instrument for executing their missions. Thus, this
article aims to demonstrate the employability of helicopters in Public Safety and
analyze the competence of the Aviation Battalion of Military Police of Santa Catarina
(BAPM) to act on critical events. To this end, it was necessary to draw up a brief
history of police aviation, pointing out, in the United States and Brazil, the
emergence of the helicopter in this activity, contextualizing the BAPM with its
missions and actions taken.

Keywords: Employability Helicopter. Aviation Police. Battalion Aviation Military


Police. Mission Accomplished.

O presente trabalho teve como orientador o Sr.Giovani de Paula, Ten Cel PMSC, MSC.

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