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A outra asa

do grifo:
Afonso de
Albuquerque
“Mensagem”

Júlia Rocha Nº 15
A Outra Asa do Grifo
➢ Presente na sua primeira parte intitulada
"Brasão"
○ Integrado na quinta subparte “O Timbre”

“Mensagem”
Autor: Fernando Pessoa
Publicação em 1934

O Grifo
Corpo de leão: ligação com a Terra;
● Traços de águia: ligação com o céu e desejo de alcançar novos
patamares;
● União que combina o terreno com o celestial, caracterizando a
condição de um herói.
A Outra Asa do Grifo:
Afonso de Albuquerque
De pé, sobre os países conquistados
Desce os olhos cansados
De ver o mundo e a injustiça e a sorte.
Não pensa em vida ou morte,
Tão poderoso que não quer o quanto
Pode, que o querer tanto
Calcara mais do que o submisso mundo
Sob o seu passo fundo.
Três impérios do chão lhe a Sorte apanha.
Criou-os como quem desdenha.
Afonso de Albuquerque

● Militar e diplomata;
● Nomeado a governador da Índia por Dom
Manuel;
● Desenhou e impulsionou a construção do
império portugues no Oriente;
● É representado na obra como “A outra asa do
Grifo".
Análise formal:
A De |pé|, so|bre os| pa|íses| con|quis|ta|dos decassílabos
A Des|ce os o|lhos| can|sa|dos hexassílabos
B De ver o mundo e a injustiça e a sorte.
B Não pensa em vida ou morte,
-Décima
-Rima
C Tão poderoso que não quer o quanto
Emparelhada C Pode, que o querer tanto
D Calcara mais do que o submisso mundo
D Sob o seu passo fundo.
E Três impérios do chão lhe a Sorte apanha.
E Criou-os como quem desdenha.
A Outra Asa do Grifo:
Afonso de Albuquerque
De pé, sobre os países conquistados Figura de um herói

Desce os olhos cansados Hipálage: revela o cansaço do herói


De ver o mundo e a injustiça e a sorte. Repetição da conjunção
copulativa “e”
Não pensa em vida ou morte,
Tão poderoso que não quer o quanto
Pode, que o querer tanto
Calcara mais do que o submisso mundo
Sob o seu passo fundo.
Três impérios do chão lhe a Sorte apanha.
Criou-os como quem desdenha.
A Outra Asa do Grifo:
Afonso de Albuquerque
De pé, sobre os países conquistados
Desce os olhos cansados
De ver o mundo e a injustiça e a sorte.
Não pensa em vida ou morte, Superioridade espiritual

Tão poderoso que não quer o quanto Não deseja mais do


que pode ter
Pode, que o querer tanto
Calcara mais do que o submisso mundo
Sob o seu passo fundo.
Três impérios do chão lhe a Sorte apanha.
Criou-os como quem desdenha.
A Outra Asa do Grifo:
Afonso de Albuquerque
De pé, sobre os países conquistados
Desce os olhos cansados
De ver o mundo e a injustiça e a sorte.
Não pensa em vida ou morte,
Tão poderoso que não quer o quanto
Pode, que o querer tanto
Calcara mais do que o submisso mundo
Sob o seu passo fundo.
Três impérios do chão lhe a Sorte apanha. Anástrofe/ Metáfora

Criou-os como quem desdenha. Apenas seguiu o seu destino de cumprir Portugal
Intertextualidade: Os Lusíadas
➢ Referência a Afonso De Albuquerque

Nem deixarão meus versos esquecidos


Aqueles que nos Reinos lá da Aurora
Fizeram, só por armas tão subidos,
Vossa bandeira sempre vencedora:
Um Pacheco fortíssimo, e os temidos
Almeidas, por quem sempre o Tejo chora;
Albuquerque terríbil, Castro forte,
E outros em quem poder não teve a morte.
- Canto I, estância 14

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