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Introdução

Como nota introdutória, podemos dizer que a filosofia contemporânea tinha por
objetivo produzir uma nova concepção de racionalidade. O pensamento filosófico
moderno tinha a razão como uma ferramenta de emancipação intelectual através
da reflexão. A racionalidade deveria ser utilizada para que os homens
dominassem sua natureza.

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Pensamento dos filósofos contemporâneos
A Filosofia Contemporânea, cronologicamente, situa-se entre algum
período impreciso do século XIX até os dias atuais. Alguns estudiosos preferem
classificar os pressupostos teóricos e pensamentos filosóficos produzidos no
século XIX como parte da Filosofia Moderna. Assim, seu papel na atualidade é,
também, pensar âmbitos como a sociedade, a política, as relações com a técnica
e a ciência, a religião, a arte, a educação e a história.

A filosofia contemporânea é um período da história da filosofia que se segue


à filosofia moderna, seu momento de transição e origem costuma ser localizada
ao longo do século XIX, na repercussão e reação do idealismo alemão e na
diversidade de movimentos filosóficos que se seguiram. A contemporaneidade é
um período de complexos e variados desenvolvimentos, em que a proliferação
de elaborações filosóficas dificulta a criação de uma caracterização global, sobre
o qual as esquematizações ensaiadas resultam frequentemente incompletas e
parciais. Sua vigência atual complica ainda mais a possibilidade de descrições
gerais, dado que enquanto período permanece em aberto e inconcluso.

Ainda assim, é possível afirmar que uma característica marcante da filosofia


contemporânea é a radicalidade de seus questionamentos, desacordos e
proposições, que vão ao limite de colocar em dúvida sua própria viabilidade e
necessidade, como também as categorias básicas de sua história. Distancia-se,
além do mais, dos programas anteriores de construção de sistemas filosóficos,
fragmentando-se e multiplicando ainda mais seus focos de problemas, e
sucendendo umas às outras as tendências filosóficas, com intensa rapidez. O
declínio da ambição racionalista que culminou no idealismo alemão testemunha
sua ruptura com os projetos especulativos e totalizantes que a precederam, em
razão da qual adota modos mais localizados de investigação e crítica,
circunscrevendo-se à domínios como a análise da linguagem, a crítica da
ciência, e o estudo da experiência fenomenológica, entre muitos outros

Porém, permitindo-se fazer uma análise mais conceitual e amplamente


historiográfica do que estritamente positivista e cronológica, podemos conceber
que as produções filosóficas do século XIX aproximam-se muito mais daquilo
que foi produzido nos séculos posteriores do que nos períodos anteriores.

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Ademais, o pensamento reinante no século XX, as escolas filosóficas, as
interpretações, a pós-modernidade, enfim, tudo o que há de diferente na Filosofia
Ocidental nos dias de hoje, que se destaca da Filosofia Moderna, nasceu em
obras de filósofos do século XIX, como Auguste Comte, Friedrich Nietzsche,
Søren Kierkegaard, Arthur Schopenhauer e Karl Marx.

Contexto histórico da Filosofia Contemporânea


Ocorreram diversas transformações históricas e sociais entre o final do século
XVIII aos tempos atuais, entre elas a Revolução Francesa (1789-1799) com
ideais de liberdade, igualdade e fraternidade; a Revolução Industrial, do século
XVIII em diante, onde o trabalho passa a ser feito com o uso de máquinas e a
produção em série; a Independência da América, onde os países da América
deixaram de ser colônias da Europa; o desenvolvimento do capitalismo com a
liberdade de comércio e exploração do trabalho humano, as inovações
tecnológicas, como a locomotiva elétrica, motor gasolina, avião, telefone; entre
outras. Fonte: https://www.ex-isto.com/2018/03/filosofia-
contemporanea.html

Segundo o Prados (1991), salienta que “durante o Iluminismo, no fim da


modernidade, havia uma crença comum de que o avanço das ciências, das
técnicas e do conhecimento aliados à popularização desse conhecimento por
meio da educação, trariam o avanço moral da sociedade”. O positivismo de
Auguste Comte permanece, de certo modo, numa linha iluminista, mas
acrescenta a necessidade de um conhecimento estritamente científico e de uma
rigorosa ordem social para o avanço social.

Como método historiográfico, o positivismo afirma a necessidade de atenção aos


fatos estritos da história como fonte única de conhecimento. Já o materialismo
histórico dialético, de Karl Marx, afirma a necessidade de se entender a história
humana como história de sua produção material.

Discordando de algumas ideias iluministas que se fundem para iniciar o


pensamento liberal e concordando com outras, como o ideal da igualdade entre
os homens amplamente difundido durante a Revolução Francesa, Marx
fundamenta o socialismo científico com base em um pensamento político prático
e revolucionário. Dessa feita, o idealismo alemão, corrente filosófica da

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modernidade representada por pensadores como Kant e Hegel, é duramente
criticado por Marx.

Talvez, contando os fatos históricos, os que mais influenciaram o início do


pensamento contemporâneo sejam as revoluções Francesa, Americana e a
Revolução Industrial. Em termos práticos, as revoluções políticas trouxeram um
novo modo de governar, afastando o autoritarismo do Antigo Regime, enquanto
a Revolução Industrial representou um imenso avanço técnico e científico para
a Europa.

O filósofo alemão Arthur Schopenhauer, opondo-se à visão idealista e aos


sistemas totalizantes da razão moderna, que pretendiam enquadrar o ser
humano em um molde inteiramente racional, lança o conceito de Vontade como
uma força motriz da natureza que tudo causa, ao acaso, independentemente de
qualquer vontade humana e de qualquer existência divina.

Kierkegaard lança a ideia de que a Filosofia deve prestar atenção à vida


individual humana, para que o próprio ser humano entenda e se conforme com
a sua condição, muitas vezes permeada pela angústia.

De todos os pensadores que marcaram o início da contemporaneidade, talvez


esteja em Friedrich Nietzsche a maior ruptura com a filosofia tradicional e uma
grande enunciação do que viria no século XX. Um crítico mordaz do que se
tornou a filosofia produzida entre Sócrates e Kant (com exceção de Spinoza), ou
seja, quase toda a Filosofia ocidental. (Bruno Carrasco Fonte: https://www.ex-
isto.com/2018/03/filosofia-contemporanea.htm).

Nietzsche criticou a pretensão do ser humano de se chegar a uma verdade


objetiva e puramente racional, fundamentando o conhecimento no que ele
chamou de perspectivismo. Além da crítica à teoria do conhecimento e a
fundação de um novo método filosófico para entender o mundo, Nietzsche
elabora uma crítica aos sistemas morais que pretendem estabelecer uma
valoração unilateral e desprezam a origem histórica e cultural dos valores morais.

Já em uma marca cosmológica, Nietzsche trabalha com o conceito de Vontade


de Poder, que seria uma espécie de força que tudo conduz mediante o acaso
promovido pelo embate de forças naturais opostas. Seria a Vontade de Poder o

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que moveria a natureza e as pulsões humanas, a vida animal, as determinações
cósmicas etc.

O intenso século XIX também acompanhou o nascimento de novas ciências,


como a Sociologia, a Antropologia e a Psicologia. Em meio ao avanço técnico e
às novas maneiras de explicar a realidade, o pensamento ocidental foi se
estabelecendo como um mote para o desenvolvimento futuro, apesar de filósofos
como Nietzsche duvidarem do suposto progresso alavancado pela modernidade,
que atingiria seu ápice no século XIX.

O século XX inicia com a suspeita de que as teorias iluministas e


modernas talvez não fossem tão certas. A Primeira Guerra Mundial foi um
desses fatores e o Holocausto foi o ápice do pessimismo contemporâneo em
relação à ciência e à técnica. Theodor Adorno e Max Horkheimer, no livro
Dialética do Esclarecimento, classificam o Holocausto como o máximo da
barbárie que a humanidade chegou devido ao que eles chamaram de “razão
instrumental”.

A razão instrumental é a utilização não reflexiva da ciência e das técnicas


visando a uma finalidade. O capitalismo já vinha se utilizando da racionalidade
como instrumento de poder e o nazismo, por meio da câmara de gás e dos
experimentos científico cruéis que utilizavam prisioneiros de campos de
concentração como cobaias, marcaram a contemporaneidade como uma época
em que o avanço científico não garantiu o avanço moral humano.

Essa crítica de Adorno e Horkheimer recai, sobretudo, sobre o ideal iluminista


que acreditava que o avanço e a popularização do conhecimento garantiriam o
avanço social.

Caracteristica da Filosofia Contemporânea

Para Nunes (2004), enfantiza que a principal marca da Filosofia Contemporânea


é a “crítica aos modelos filosóficos desenvolvidos até a modernidade”. Nietzsche,
ao criticar o padrão de racionalidade que, segundo ele, deixava de lado a
potência animal e natural do ser humano e ao apontar que a moral que nós
tínhamos como natural era fruto de uma inversão dos valores antigos, coloca em
xeque toda a história da Filosofia.

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Ludwig Wittgenstein, filósofo filiado ao Círculo de Viena, investigava as
condições da linguagem por meio da lógica e da Filosofia analítica. Para ele, em
sua juventude, os problemas filosóficos eram problemas de linguagem mal
resolvida, o que também anula a produção filosófica feita até então.

Para Jean-Paul Sartre, filósofo existencialista, a liberdade humana era


incondicional, de modo que o ser humano estaria, paradoxalmente, condenado
a ter essa liberdade. Para Sartre e para os existencialistas em geral, não havia
uma essência que definiria o ser humano (ao contrário do pensamento antigo e
moderno que afirmava a racionalidade como essencial ao animal humano).

Assim, para esse existencialista o que tornava o homem um ser angustiado e


desamparado, já que ele seria totalmente responsável por si mediante suas
ações. Segundo Sartre, o ser humano teria criado a ideia de Deus para se livrar
do peso da existência.

Os filósofos da Escola de Frankfurt, como Adorno e Horkheimer, dedicaram-se


a uma filosofia com forte tom político, que atualizaria o marxismo para o século
XX e reveria antigas concepções sobre o conhecimento, a ciência e a técnica.
Hannah Arendt também parte para a questão política. A filósofa judia alemã
(como Adorno e Horkheimer) vivencia o horror da perseguição nazista, o que
motiva a sua atuação filosófica com o intuito de teorizar o fenômeno do
totalitarismo.

Filósofos mais recentes que iniciaram suas produções na segunda metade do


século XX, como Michel Foucault, Gilles Deleuze e Jacques Derrida, fundam um
pensamento que ficou conhecido como pós-estruturalista (chamado por alguns,
em tom de crítica, de pensamento pós-moderno). O pós-estruturalismo visava a
quebrar a estrutura formal de pensamento baseada na razão e no método
rigoroso, estabelecendo que a Filosofia deve atuar por meio do pensamento livre
para chegar às suas conclusões.

Razão na Filosofia Contemporânea


A Filosofia Contemporânea, em geral, tentou estabelecer um novo padrão
de racionalidade. Pensando que a razão não era aquela marca tradicional do ser
humano e que o impulso positivista poderia estabelecer uma relação
instrumental do ser humano com a racionalidade, a razão passa a ser evocada

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como instrumento de emancipação intelectual por meio da reflexão sobre a
própria razão.

Os modernos encaravam a racionalidade como um instrumento que permitiria ao


ser humano dominar a própria natureza. Se o Holocausto foi a marca da
instrumentalização da razão como meio de domínio político, hoje, também
vemos que o domínio da natureza traz consequências catastróficas para a
humanidade, devido à degradação ambiental.

A Filosofia Moral e a ética contemporâneas também passaram por um processo


de revisitação e reestruturação de seus sistemas teóricos morais por perceberem
que a razão não é garantia das ações moralmente corretas. Aliás, o que se
entendia como ação moralmente correta até o século XIX passa a ser
questionado, por filósofos como Marx e Nietzsche, que enxergam a necessidade
de mudanças sociais com a finalidade de, segundo os seus julgamentos,
estabelecer um novo tipo de sociedade, para Marx, e um novo tipo humano mais
forte, segundo Nietzsche.

Principais filósofos
Friedrich Nietzsche: o pensador alemão é um dos mais característicos da
contemporaneidade, por ter influenciado muitos filósofos e correntes filosóficas
importantes do século XX, como o existencialismo e o pós-estruturalismo.

Martin Heidegger: o filósofo alemão estruturou uma crítica à técnica e


estabeleceu novo modo de se chegar a um conhecimento mediante uma nova
estrutura filosófica.

Theodor Adorno: também alemão, o pensador contemporâneo questiona


elementos políticos fundamentais da sociedade do século XX e elabora uma
crítica ao iluminismo.

Jean-Paul Sartre: um dos principais teóricos do existencialismo, questionou o


modo como o ser humano encarava a existência.

Simone de Beauvoir: filósofa existencialista e feminista, elabora as primeiras


teorias feministas do século XX, baseada no que ela chamou de condição
feminina.

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Hannah Arendt: judia alemã perseguida pelo nazismo, falou sobre a condição
humana em meio aos conflitos globais e estudou profundamente o totalitarismo.

Michel Foucault: estudou os novos parâmetros da convivência humana e da


sociedade por meio da visão biopolítica, que são políticas públicas que tratam
da gestão e do controle tanto da vida quanto da morte.

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CONCLUSÃO
Concluímos que a filosofia contemporânea é definida como o
pensamento filosófico construído do século XIX até os dias atuais, como
consequência dos marcos históricos da Revolução Francesa e da Revolução
Industrial. Assim, a filosofia contemporânea reflete sobre muitas questões sendo
que a mais relevante é a crise do homem contemporâneo. Ela está baseada em
diversos acontecimentos.

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Referências Bibliográficas
https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/filosofia-contemporanea.htm

https://www.google.com/search?q=PENSAMETNO+FILOSOFICO+CONTEMP
ORANIO&oq=PENSAMETNO+FILOSOFICO+CONTEMPORANIO+&aqs=chro
me..69i57j0i22i30.24253j0j7&sourceid=chrome&ie=UTF-8

Nunes, Benedito (2004). Filosofia Contemporânea; edição revista e atualizada.


Belém: [s.n.].

Prados, Alfredo Cruz (1991). Historia de la filosofía contemporánea. [S.l.]:


Ediciones Universitarias de Navarra

Veja mais sobre "Filosofia Contemporânea" em:


https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/filosofia-contemporanea.htm

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Sumário
Introdução .......................................................................................................... 1

Pensamento dos filósofos contemporâneos ....................................................... 2

Contexto histórico da Filosofia Contemporânea ................................................. 3

Caracteristica da Filosofia Contemporânea........................................................ 5

Razão na Filosofia Contemporânea ................................................................ 6

Principais filósofos .......................................................................................... 7

Conclusão .......................................................................................................... 9

Referências Bibliográficas ................................................................................ 10

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