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O que é o macrófago, célula que mantém as tatuagens na pele

e pode um dia ajudar a apagá-las


9 março 2018

GETTY IMAGES
Descoberta pode facilitar a interrupção do processo orgânico que mantém a tatuagem na
pele
Uma solução eficaz para apagar tatuagens na pele pode estar no próprio corpo humano.
É o que indica uma descoberta feita por cientistas franceses quase acidentalmente, já que
este não era o objetivo principal de sua pesquisa.

Hoje, aqueles que desejam apagar os desenhos na pele têm poucas opções - basicamente
tratamentos com raios laser que não são totalmente eficazes e, em geral, são bastante
dolorosos.
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Mas os macrófagos, um tipo de célula de defesa do organismo, podem se revelar uma
melhor alternativa.
As células que comem
Os macrófagos fazem parte do sistema imunológico e estão nos nossos tecidos.
Essas células são capazes de ingerir e destruir bactérias e células danificadas a partir de
um processo chamado fagocitose. E, segundo pesquisas recentes, os macrófagos são
atraídos pela ferida que dá lugar à tatuagem e "comem" os pigmentos de tinta como fariam
com um agente a ser eliminado.
|Pigmento verde de uma tatuagem é visto dentro |de um macrófago; no centro, o pigmento a
|liberado após a morte de uma célula; à direita, 90 |dias depois, a tinta é recuperada por
uma nova |célula Imagem:
|Baranska et al., 2018
Mas, apesar das tatuagens a princípio durarem para sempre, o mesmo não acontece com
estas células que contêm seus pigmentos. Ao morrer, os macrófagos deixam como
"herança" tais pigmentos, que são então incorporados pela nova célula.
Assim, a tinta das tatuagens é mantida por uma sequência infindável: quando um dos
macrófagos morre e libera os pigmentos de cor, outro aparece semanas depois e ingere o
material.
"O fato de um macrófago suceder o outro explica por que as tatuagens ficam na pele",
explica
Sandrine Henri, uma das pesquisadoras do Centre d'Immunologie de Marseille-Luminy que
participou do estudo, publicado neste mês no periódico Journal of Experimental Medicine.
Novo método à vista?
Mas se esse processo é interrompido a tempo, as células que substituem aquelas mortas
não conseguem capturar os pigmentos da tatuagem.
"Isso aumenta a possibilidade de que o sistema linfático se desfaça das partículas da tinta
da tatuagem", explica Henri.
Assim, a manipulação deste processo poderia ser associado ao uso de raios laser - que são
capazes de matar células na pele.
Henri e sua equipe estão trabalhando agora no desenvolvimento de um método que iniba o
trabalho de algumas células do sistema imunológico e dos macrófagos.

https://www.bbc.com/portuguese/geral-43339868.amp

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