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Cadeira: Biologia Celular e Microbiologia

2014/2015
Tema: A morte celular programada
Grupo: Ana Lourenço, nº22206
Adriana Maurício, nº22188
Susana Baiona, nº22213

H. Robert Horvitz com ajuda de outros biólogos recebeu o Nobel de Fisiologia ou


Medicina em 2002, por terem feito pesquisas importantes acerca da morte celular programada.
Esta caracteriza-se pelo encerramento permanente das atividades biológicas necessárias à
manutenção da vida de um ser vivo. As células ficam expostas a uma perturbação da
homeostase do organismo, em que a célula ultrapassa o limiar da sua reversibilidade de
restauração, provocando a sua morte.
Existem três tipos de morte celular (m.c): necrose, apoptose e autofagia. Na necrose,
ocorrem lesões graves nas células, pois estas incham e explodem, sendo o seu conteúdo
intracelular todo expelido para as células vizinhas, ocorrendo inflamação que por vezes provoca
cicatrizes. Por outra via, na apoptose não ocorre inflamação, pois a célula morta é extraída por
células vizinhas ou por fagócitos, devido à exposição de sinais de reconhecimento na sua
superfície. Autofagia, consiste na degradação lisossomal de proteínas e organelos, como, por
exemplo, as doenças neurodegenerativas, as neuromusculares e os cancros.
Por vezes, torna-se difícil distinguir a apoptose da necrose, pois têm algumas
características comuns, mas também porque é frequente a sua ocorrência em simultâneo. A
m.c.p. por apoptose processa-se devido à ocorrência de algumas alterações morfológicas nas
células afetadas, como, por exemplo, a degradação do DNA. Essas alterações desencadeiam a
formação de corpos apoptóticos e a ativação das caspases. A CAD (Caspase Activater DNAse)
consiste numa endonuclease específica responsável pela clivagem das moléculas de DNA nas
regiões entre os nucleossomas, o que origina fragmentos de dimensões diversas. Assim, a CAD
é responsável pelas alterações degradativas próprias do processo de apoptose, inibindo e/ou
potenciando a mesma. A atividade da nucleose é controlada pela ICAD, um substrato, sendo
portanto uma molécula essencial para a síntese da CAD, produzindo-se nas células.
Em condições normais a CAD permanece ligada à ICAD formando um complexo
inativo armazenado no núcleo. No entanto, durante a resposta apoptótica, o ICAD é inativado e
a CAD é libertada do complexo, pela ação das proteínas adaptadoras, iniciando a sua atividade
endonucleásica. As denominadas caspases executoras consistem em endonucleases que quando
ativadas participam na separação de variadas proteínas importantes para a vida da célula, ou
seja, executam a célula à morte. Existem moléculas adaptadoras que tem como principal função
criar uma ligação entre os estímulos desencadeadores da apoptose e a ativação da CAD.
A apoptose pode processar-se de duas formas: através da via extrínseca (recetores de
morte) ou a partir da via intrínseca (mitocondrial). A via extrínseca pode ocorrer através dos
linfócitos assassinos. Os linfócitos produzem uma proteína com o destino de se ligar aos
recetores de morte da superfície da célula-alvo. Quando isso ocorre são invocados os
adaptadores de proteínas intracelulares que se ligam às CADs, ou seja, é ativada uma cascata de
proteínas adaptadoras que culmina na ativação das caspases. A via intríseca ocorre quando as
células estão danificadas, intervindo a mitocôndria. As mitocôndrias provocam a libertação de
uma proteína carregadora de eletrões citocromo c para o citosol, e, consequentemente, a ligação
da mesma a uma proteína transportadora. Terminando na ativação das caspases que levam a
alterações celulares e à morte.
A m.c.p. pode ter efeitos positivos ou negativos. Nos aspetos negativos, quando existe
um excesso de morte celular, como, por exemplo, no sistema nervoso, pode levar à ocorrência
de doenças neurodegenerativas. Quanto aos aspetos positivos, temos o caso do estado
embrionário do ser humano, no qual a m.c.p. atua na formação de membranas entre os dedos,
ficando assim uma clara separação entre os mesmos. Também, quando o ser humano é mais
desenvolvido, no caso das mulheres, a m.c.p. atua durante a menstruação, no colapso
endometrial, enquanto que nos homens atua na destruição de tecidos mamários. Proporcionado
o controlo do aumento do número de células para que não haja um acréscimo descontrolado
das mesmas, atuando igualmente quando ocorrem lesões no DNA.
Resumindo, a m.c.p. tanto pode ser proveitosa como prejudicial, sendo
maioritariamente positiva na indução seletiva das células malignas tratando doenças
cancerígenas, embora haja muitos casos negativos.

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