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AULA 01

ÉTICA DO SERVIDOR NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA O CARGO DE


‘ATA’ DO MINISTÉRIO DA FAZENDA – Teoria e Exercícios
Professor: HENRIQUE CAMPOLINA

Olá, Futuro Assistente Técnico-Administrativo do Ministério da Fazenda (ATA)!

É com grande satisfação que o recebo para, juntos, percorremos todo


conteúdo programático de nosso Curso de Ética do Servidor na
Administração Pública para o cargo de Assistente Técnico-
Administrativo (ATA) do Ministério da Fazenda – Teoria e Exercícios,
referente ao Edital ESAF nº 05, recém-publicado (28.01.2014).

Quaisquer dúvidas sobre a matéria ou sobre algum exercício, cujas explicações


e comentários não ficaram muito claros para você, não deixe de entrar no
Fórum deste curso e inserir seu questionamento. Este é o local correto para os
esclarecimentos de dúvidas e questões das matérias abordadas.

Vamos estudar nesta aula a parte teórica do Decreto nº 1.171/1994 – Código


de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.

Bom curso para todos nós !!!

Críticas e sugestões poderão ser enviadas para:


henriquecampolina@pontodosconcursos.com.br
Prof. Henrique Campolina
Fevereiro/2014

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AULA 01
ÉTICA DO SERVIDOR NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA O CARGO DE
‘ATA’ DO MINISTÉRIO DA FAZENDA – Teoria e Exercícios
Professor: HENRIQUE CAMPOLINA

1. Ética no Serviço Público

1.1. Decreto nº 1.171/1994

O Decreto Federal nº 1.171, de 22 de junho de 1994, que “aprova o Código de


Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal”1, é
revestido das seguintes legalidades:

Art. 84 da CF/1988 – Competência Legislativa do Presidente da República:


Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
[...]
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir
decretos e regulamentos para sua fiel execução;
[...]
VI - dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

Motivações/”Provocações” legais para edição da norma:

 Art. 37 da CF/1988 (A administração pública direta e indireta de qualquer


dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e ...);
 Artigo 116 da Lei 8.112/90: Deveres dos Servidores Públicos Civis da União;
 Artigo 117 da Lei 8.112/90: Proibições aos Servidores Púb. Civis da União;
 Artigo 10 da Lei 8.429/92: Dos Atos de Improbidade Administrativa que
Causam Prejuízo ao Erário;
 Artigo 11 da Lei 8.429/92: Dos Atos de Improbidade Administrativa que
Atentam Contra os Princípios da Administração Pública;
 Artigo 12 da Lei 8.429/92: Das Penas

Os artigos do Decreto 1.171/1994 estão relacionados à técnica legislativa para


trazer, em seu Anexo I, o mencionado Código de Ética.

1
Ementa do Decreto nº 1.171/1994
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Confiram:

Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor


Público Civil do Poder Executivo Federal, que com este baixa.

Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal


direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as providências
necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante
a Constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada por três
servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego
permanente.

Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será


comunicada à Secretaria da Administração Federal da Presidência
da República, com a indicação dos respectivos membros titulares e
suplentes.

Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

O que devemos memorizar nestes dispositivos, é a destinação do Código de


Ética: os órgãos e entidades da Administração Pública Federal.

Assim como o Regime Jurídico Único contido na Lei nº 8.112/1990, o Código


de Ética promulgado com o Decreto 1.171/1994 destina-se aos Servidores
Públicos Civis do Poder Executivo Federal.

E percebam, ainda, que o Decreto determina que os órgãos e entidades da


Administração Pública Federal direta e indireta:

 Implementem, em 60 dias, as providências necessárias à plena vigência


do Código de Ética;

 Constituem suas respectivas Comissões de Ética, que deverão ser


integradas por 3 servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou
emprego permanente.

Antes de iniciarmos nossos estudos sobre ética, é importante trazermos alguns


conceitos de termos muito ligados e utilizados para tratar deste assunto.

Só para se ter uma ideia, a Seção I do Capítulo I do Código de Ética destina-se


às “Regras Deontológicas”.

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Vamos trazer definições de alguns destes termos, utilizando o Dicionário Online


Michaelis2. Comecemos, é claro, com:

Ética:
1. Parte da Filosofia que estuda os valores morais e os princípios ideais da
conduta humana. É ciência normativa que serve de base à filosofia prática.
2. Deontologia.

Mas o que é deontologia, que aparece no verbete de ‘Ética’. Vamos lá:

Deontologia:
Parte da Filosofia que trata dos princípios, fundamentos e sistemas de moral;
estudo dos deveres. (“Teoria dos Deveres”)

Deontologia Jurídica3:
Ciência que cuida dos deveres e dos direitos dos operadores do direito, bem
como de seus fundamentos éticos e legais. “Ciência dos Deveres”.

Moral:
Parte da Filosofia que trata dos atos humanos, dos bons costumes e dos
deveres do homem em sociedade e perante os de sua classe. 2. Relativo à
moralidade, aos bons costumes.

Moral pública:
Designativo dos preceitos gerais de moral que devem ser observados por todos
os membros da sociedade.

Ética social:
Parte prática da filosofia social, que indica as normas a que devem ajustar-se
as relações entre os diversos membros da sociedade.

Ética no Trabalho:
Conjunto de princípios morais que se devem observar no exercício de uma
profissão.

2
Fonte: www.michaelis.uol.com.br
3
Esta definição, ao contrário das demais, foi retirada do sítio do Wikipédia: pt.wikipedia.org
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Podemos concluir, a partir destes conceitos que:

Ética no Serviço Público:


É a moral e os princípios ideais da conduta humana aplicados no ambiente das
repartições públicas.

1.2. Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder


Executivo Federal – Decreto nº 1.171/1994

Vocês verão que os regramentos aqui positivados estão relacionados com os


deveres e proibições referentes às condutas dos servidores públicos civis
federais, que também são encontrados no Regime Jurídico Único (Lei nº
8.112/1990).

Das Regras Deontológicas

I – A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos


princípios morais são primados maiores que devem nortear o
servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele,
já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal.
Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a
preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.

Novos conceitos na norma, novas definições em nossa aula4:

Dignidade:
Modo de proceder que infunde respeito; elevação ou grandeza moral; honra;
respeitabilidade.

Decoro:
Dignidade moral, honradez, nobreza; respeito de si mesmo e dos outros;
acatamento, decência; conformidade do estilo com o assunto.

Zelo:
Desvelo, cuidado, diligência, vigilância.

4
Dicionário Online Michaelis
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Voltando ao inciso I, podemos notar que se trata, praticamente, de uma


premissão geral, uma vez que todo o presente Código de Ética está, de alguma
forma, embasado e fundamentado nas disposições ali colocadas.

Se resgatarmos as disposições do Regime Jurídico Único dos Servidores


Públicos Civis da União, Lei nº 8.112/1990, encontramos no primeiro inciso do
art. 116, que trata dos deveres do servidor:

Art. 116. São deveres do servidor:


I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;

II – O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento


ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o
legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente,
o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o
desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da
Constituição Federal.

Percebam que os servidores, além de decidir, sob a ótica da ética, entre legal e
ilegal, justo e injusto, conveniente e inconveniente, oportuno e inoportuno,
deverão, sempre, direcionar suas decisões em prol da honestidade.

No final do inciso, o Código faz remissão à nossa Magna Carta e, por mais que
saibamos o conteúdo do famoso caput do art. 37, precisamos aproveitar o
momento para termos novo contato com o texto legal e refrescarmos a
memória com os conceitos dos princípios constitucionais ali presentes:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte: [...]
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo
da ação penal cabível.

Vamos passar agora à recapitulação dos princípios constituintes do famigerado


L.I.M.P.E (Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência):

 Princípio da Legalidade: Este outro princípio constitucional é uma


condição fundamental à estrutura do Estado de Direito, isto é, a
obrigatoriedade que a Administração Pública deve obedecer à Lei:
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“ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude de lei”5;

 Princípio da Impessoalidade: Este princípio, também constitucional,


exige que a Administração Pública deva proceder de maneira impessoal,
sem qualquer marca do administrador, pois seus atos são praticados pela
Administração a que ele pertence e não por ele próprio. Uma definição
simples e fácil de memorizar é trazida pela Profa. Cármen Lúcia Antunes
Rocha, confiram: “De um lado, o princípio da impessoalidade traz o
sentido de ausência do rosto do administrador; de outro, significa a
ausência de nome do administrado”6;

 Princípio da Moralidade: O princípio da moralidade está relacionado a


uma administração “honesta”, isto é, um gerenciamento do dinheiro e do
patrimônio públicos embasado nos valores éticos e morais da sociedade,
nos bons costumes, na equidade7 e na justiça;

 Princípio da Publicidade: O “P” do “LIMPE” obriga o agente público a


publicar seus atos, visando o conhecimento e controle por parte da
sociedade;

 Princípio da eficiência: Este princípio, que foi expressamente inserido


em nossa Lei Maior8 pela Emenda Constitucional nº 19/1998 (antes desta
emenda, o famoso “LIMPE” se resumia a “LIMP”), pode ser abordado
como o principal norteador das condutas dos agentes públicos e vem
sendo adotado para quebrar antigas e ineficazes rotinas e infrutíferas
burocracias dos diversos órgãos da Administração Pública Brasileira. A
sociedade exige eficiência da Administração, ou seja, exige que seus atos
sejam praticados com presteza, rendimento funcional e perfeição.

III – A moralidade da Administração Pública não se limita à


distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da idéia de
que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e

5
Inciso II do artigo 5º da Constituição Federal de 1988
6
Rocha, Cármen Lúcia Antunes. O Princípio Constitucional da Igualdade. Belo Horizonte: Lê, 1991, p.85
7
Equidade: Justiça natural. Disposição para reconhecer imparcialmente o direito de cada qual. Igualdade,
justiça, retidão. (fonte: Dicionário Online Michaelis UOL)
8
Lei Maior e Carta Magna são expressões utilizadas que se referem à Constituição Federal
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a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá
consolidar a moralidade do ato administrativo.

Aqui o Código reveste o Princípio da Moralidade com a finalidade dos atos e da


conduta dos servidores que compõem a Administração Pública. Quem busca o
bem comum é a Administração Pública, por intermédio de seus agentes.

Percebam como o inciso forma um tripé, que possui em suas 3 pontas:


Princípios da Legalidade, da Moralidade e da Finalidade.

IV – A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos


pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por
isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa
se integre no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação
e de sua finalidade, erigindo-se, como conseqüência, em fator de
legalidade.

Reforçando o citado tripé, o inciso IV o utiliza para demonstrar aos servidores


públicos o dever que possuem na correta aplicação do orçamento público, por
meio de condutas morais, éticas, legais e honestas.

V – O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a


comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio
bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito
desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.

Costumo dizer que este inciso tem mais caráter motivacional do que
regulamentador. Mas, é claro, que deve ser observado pelos servidores
públicos.

VI – A função pública deve ser tida como exercício profissional e,


portanto, se integra na vida particular de cada servidor público.
Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua
vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na
vida funcional.

Aqui o Código extrapola os limites físicos das repartições públicos e busca


mostrar aos servidores que, por mais que esteja vivendo em sua esfera
privada, sua conduta poderá influenciar e interferir, positiva ou negativamente,
seu conceito na esfera funcional.

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VII – Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais


ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem
preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos
termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui
requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão
comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a
negar.

O inciso VII reforça a total abrangência do princípio constitucional da


publicidade, ressalvando, é claro, os casos onde tal divulgação dos atos da
administração poderão comprometer interesses estatais maiores (manutenção
da segurança nacional e eficácia das investigações policiais, dentre outros).

Sabemos que não há necessidade de nenhuma norma infraconstitucional


reforçar o que nossa Lei Maior determina, mas neste ponto, o legislador quis
externar o revestimento de moralidade a tal publicidade, sob pena, na
omissão, de comprometimento ético dos atos praticados contra o bem comum.

VIII – Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode


omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria
pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado
pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do
erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo
a dignidade humana quanto mais a de uma Nação.

Vejam quantas disposições foram compiladas neste inciso VIII:


 Direito à verdade assegurado a todos;
 Condutas proibidas ao servidor, relacionadas ao direito à verdade:
 Omitir a verdade,
 Falsear a verdade;
 Orientação visando banir os hábitos nocivos:
 Do erro,
 Da opressão e
 Da mentira.

Percebam, ainda, a importante do direito à verdade, que não pode ser


contrariado nem em favor de interesses da própria Administração Pública. É
claro, como não poderia deixar de ser, este dispositivo não é absoluto. Afinal,

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acabamos de estudar casos onde deve haver um sigilo em prol de direitos
superiores, como, por exemplo, a segurança nacional.

Resgatando disposições da Lei 8.112/1990, também encontramos correlação


com este inciso:

Art. 116. São deveres do servidor:


[...]
V - atender com presteza:
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas
as protegidas por sigilo;

Por fim, o inciso faz menção à dignidade humana. Vamos, então, relembrar a
posição em nosso ordenamento jurídico deste importante elemento:

Dignidade humana: Um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito


Brasileiro, conforme art. 1º de nossa CF/1988. Relembrem todo dispositivo
constitucional:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
(grifos meus)

IX – A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao


serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal
uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa
causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer
bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por
descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao
equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens
de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas
esperanças e seus esforços para construí-los.

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Podemos dizer que o inciso IX guarda correlação com o art. 116 VII da Lei
8.112/1990, confiram comigo:

Art. 116. São deveres do servidor:


[...]
VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio
público;

E, por fim, gostaria que todos guardassem este “recado” trazido pelo inciso IX:

Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou


indiretamente significa causar-lhe dano moral.

X – Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução


que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a
formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na
prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética
ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos
usuários dos serviços públicos.

Novamente o Código “lembra” aos servidores a necessidade de atendimento


com presteza, devendo as decisões, soluções e providências, constantes em
suas competências, serem tomadas o mais célere possível.

O Código caracteriza outra situação de dano moral. Memorizem:

Atrasos na prestação dos serviços públicos, em qualquer


espécie (incluindo formação de longas filas), além de
caracterizarem atitudes contra a ética ou atos de
desumanidade, caracterizam grave dano moral a seus
usuários.

XI – O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de


seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e,
assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso
e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e
caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função
pública.

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Olha o Código praticamente trazendo releitura de outro dispositivo da Lei


8.112/1990! Agora estamos falando, propriamente dito, do inciso IV, mas
podemos, também, correlacionarmos com o II e III. Vejam:

Art. 116. São deveres do servidor:


[...]
II - ser leal às instituições a que servir;
III - observar as normas legais e regulamentares;
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;

Aqui, o Código caracteriza um dos tipos de culpa: a imprudência. Confiram:

IMPRUDÊNCIA NO DESEMPENHO DA FUNÇÃO


PÚBLICA
Repetidos erros, descaso e acúmulo de desvios podem
caracterizar, até mesmo, imprudência no desempenho da
função pública.

XII – Toda ausência injustificada do servidor de seu local de


trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase
sempre conduz à desordem nas relações humanas.

Ao estudarmos o citado Regime Jurídico Único, encontraremos nos artigos 116


e 117:

Art. 116. São deveres do servidor:


[...]
X - ser assíduo e pontual ao serviço;

Art. 117. Ao servidor é proibido:


I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do
chefe imediato;

Além destes dever e proibição, o Código lembra o fator de desmoralização da


imagem da Administração Pública, tão desgastada ao longo da história
brasileira, decorrente, muitas vezes, de condutas aqui recriminadas (lembram
a figura da “cadeira do servidor público com um paletó”? E cadê o
funcionário?).

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XIII – O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura


organizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão,
colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade
pública é a grande oportunidade para o crescimento e o
engrandecimento da Nação.

O Código finaliza a seção “Das Regras Deontológicas” com um dispositivo


positivo, isto é, ao invés de dizer o que é vedado ou não recomendável, o
inciso XIII descreve a postura que o servidor público deve adotar no cotidiano
de suas funções.

Dos Principais Deveres do Servidor Público

XIV – São deveres fundamentais do servidor público:

Para tornar nossa aula mais dinâmica, evitando longas e extensas transcrições
de textos legais, vamos transcrever, num quadro-resumo, as alíneas deste
inciso XIV, que trazem os deveres fundamentais do servidor público, de forma
didática, visando facilitar a memorização de todos vocês.

Em seguida, traremos as observações e comentários que julgamos pertinentes


a este dispositivo do Código de Ética:

PRINCIPAIS DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO

 Desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego


público de que seja titular;
 Exercer suas atribuições com:
 Rapidez,
 Perfeição e
 Rendimento;
 Buscar resolver, prioritariamente, situações procrastinatórias9,
principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso;
 Buscar evitar dano moral ao usuário;
 Ser probo10, reto11, leal e justo, demonstrando a integridade de seu
caráter;

9
Procrastinação: Ato ou efeito de procrastinar; adiamento, delonga, demora.
10
Probo: De caráter íntegro; honesto, justo, reto. Antônimo: ímprobo, desonesto.
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PRINCIPAIS DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO
 Escolhendo, sempre, a melhor e a mais vantajosa opção p/ bem comum;
 Não retardar qualquer prestação de contas (condição essencial da gestão
dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo);
 Tratar cuidadosamente os usuários dos serviços;
 Aperfeiçoar, sempre que possível, a comunicação e contato com o público;
 Saber que seu trabalho é regido por princípios éticos, que se materializam
na adequada prestação dos serviços públicos;
 Ser cortês;
 Ter urbanidade12;
 Ter disponibilidade;
 Ter atenção;
 Respeitar a capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do
serviço público;
 Evitar qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo,
nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social
(evitando, dessa forma, causar-lhes dano moral);
 Ter respeito à hierarquia;
 Representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em
que se funda o Poder Estatal, sem qualquer temor;
 Resistir a pressões de:
 Superiores hierárquicos,
 Contratantes,
 Interessados e
 Outras pessoas que visem obter quaisquer favores, benesses13 ou
vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou
aéticas e denunciá-las;
 Zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da
defesa da vida e da segurança coletiva;
 Ser assíduo ao serviço;
 Ser frequente ao serviço;
 Ter consciência que sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado,
refletindo negativamente em todo o sistema;
 Comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato

11
Reto: Íntegro, imparcial, equânime (Homem reto); de acordo com a justiça.
12
Urbanidade: Qualidade do que é urbano; delicadeza, cortesia; civilidade, polidez. Antônimo: grosseria.

13
Benesse: Lucro que não depende de trabalho.
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PRINCIPAIS DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO
contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis;
 Manter limpo o local de trabalho;
 Manter em perfeita ordem o local de trabalho;
 Seguir métodos adequados de organização e distribuição do local de
trabalho;
 Participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do
exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum;
 Apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da
função;
 Manter-se atualizado com instruções, normas de serviço e legislação
pertinente ao órgão onde exerce suas funções;
 Cumprir suas tarefas conforme normas de serviço e instruções superiores,
com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem;
 Facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços por quem de direito;
 Exercer suas atribuições c/estrita moderação as prerrogativas funcionais;
 Exercer suas atribuições conforme os legítimos interesses dos usuários do
serviço público e dos jurisdicionados administrativos;
 Abster-se de exercer suas funções e autoridade com finalidade estranha ao
interesse público;
 Não cometer qualquer violação expressa à lei;
 Divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência
deste Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento.

Percebam que a grande maioria dos deveres, como não poderia deixar de ser,
encontra correlação com os regulamentados no artigo 116 da Lei nº
8.112/1990.

Precisamos que todos vocês memorizem tanto os deveres constantes neste


Código de Ética, quanto naquele Regime Jurídico Único, motivo de mais uma
transcrição literal e integral do texto legal.

Quero muito que todos vocês estejam afiados quanto aos deveres e proibições
dos servidores públicos civis da União (daqui a pouco traremos o art. 117):

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‘ATA’ DO MINISTÉRIO DA FAZENDA – Teoria e Exercícios
Professor: HENRIQUE CAMPOLINA

Título IV - Do Regime Disciplinar


Capítulo I - Dos Deveres
Art. 116. São deveres do servidor:
I. exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
II. ser leal às instituições a que servir;
III. observar as normas legais e regulamentares;
IV. cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente
ilegais;
V. atender com presteza:
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas,
ressalvadas as protegidas por sigilo;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou
esclarecimento de situações de interesse pessoal;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
VI. levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo
ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver
suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra
autoridade competente para apuração;
VII. zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio
público;
VIII. guardar sigilo sobre assunto da repartição;
IX. manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
X. ser assíduo e pontual ao serviço;
XI. tratar com urbanidade as pessoas;
XII. representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.

Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será


encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade
superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao
representando ampla defesa.

Das Vedações ao Servidor Público

XV – E vedado ao servidor público;

Também quanto às vedações, usaremos a mesma fórmula do inciso anterior:

PRINCIPAIS VEDAÇÕES AO SERVIDOR PÚBLICO

 Usar o cargo ou função, para obter favorecimento, para si ou para outrem;


 Ainda visando tal favorecimento, utilizar-se de facilidades, amizades,
tempo, posição e influências;
 Prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de

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PRINCIPAIS VEDAÇÕES AO SERVIDOR PÚBLICO
cidadãos que deles dependam;
 Ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou
infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;
 Usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de
direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material;
 Deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance para
atendimento do seu mister14;
 Deixar de utilizar seu conhecimento para atendimento do seu mister;
 Permitir que um dos sentimentos ou causas abaixo listados interfiram no
trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas
hierarquicamente superiores ou inferiores:
 Perseguições,
 Simpatias,
 Antipatias,
 Caprichos,
 Paixões ou
 Interesses de ordem pessoal, dentre outros;
 Pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda
financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de
qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o
cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o
mesmo fim;
 Alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para
providências;
 Iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em
serviços públicos;
 Desviar servidor público para atendimento a interesse particular;
 Retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer
documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público;
 Fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu
serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros;
 Apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;
 Dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a
honestidade ou a dignidade da pessoa humana;
 Exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a
empreendimentos de cunho duvidoso.

14
Mister: Emprego, ocupação; serviço, trabalho
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Alguns pontos merecem destaque nestas proibições:

 Não é por estar fora do serviço que o servidor público está totalmente
desvinculado ao seu Código de Ética. Comprovem isto na releitura da
proibição contida na alínea ‘n’ do inciso XV:
n) Apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;

 Em outras oportunidades, na tipificação das proibições, o Código faz


questão de delimitar e separar, objetivamente, as esferas funcional e
privada. Isto ocorre, quando a finalidade dos atos visa algum ganho
particular do servidor ou de outrem. Confiram alguns exemplos desta
intenção do legislador:
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição
e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para
outrem;
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos,
paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com
o público, com os jurisdicionados administrativos ou com
colegas hierarquicamente superiores ou inferiores;
g) Pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de
ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou
vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer
pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar
outro servidor para o mesmo fim;
j) Desviar servidor público para atendimento a interesse particular;
m) Fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito
interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de
amigos ou de terceiros;

Conforme disse, favor percorrerem, atentamente, os incisos do art. 117 da Lei


8.112/1990 (Proibições), para novo contato com a norma, para constatação da
correlação entre o Regime Jurídico Único e o presente Código de Ética e para
memorização do texto legal:

Título IV - Do Regime Disciplinar


Capítulo II - Das Proibições
Art. 117. Ao servidor é proibido:
I. ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia
autorização do chefe imediato;
II. retirar, sem prévia anuência da autoridade competente,
qualquer documento ou objeto da repartição;
III. recusar fé a documentos públicos;

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IV. opor resistência injustificada ao andamento de documento e
processo ou execução de serviço;
V. promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da
repartição;
VI. cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos
previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua
responsabilidade ou de seu subordinado;
VII. coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a
associação profissional ou sindical, ou a partido político;
VIII. manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de
confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo
grau civil;
IX. valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem,
em detrimento da dignidade da função pública;
X. participar de gerência ou administração de sociedade
privada, personificada ou não personificada, exercer o
comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou
comanditário;
XI atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições
públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários
ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de
cônjuge ou companheiro;
XII. receber propina, comissão, presente ou vantagem de
qualquer espécie, em razão de suas atribuições;
XIII. aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
XIV. praticar usura sob qualquer de suas formas;
XV. proceder de forma desidiosa;
XVI. utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em
serviços ou atividades particulares;
XVII. cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que
ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias;
XVIII. exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o
exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho;
XIX. recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando
solicitado.

DAS COMISSÕES DE ÉTICA15

XVI – Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública


Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer
órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder
público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de
orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no
tratamento com as pessoas e com o patrimônio público,

15
Os incisos XVII, XIX, XX, XXI, XXIII e XV encontram-se revogados pelo Decreto nº 6.029/2007
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competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de
procedimento susceptível de censura.

Vejam que este exigência normativa é destinada a órgãos e entidades da


Administração Pública Federal:
 Direta,
 Indireta autárquica e fundacional ou
 Qualquer que exerça atribuições delegadas pelo poder público;

Estes entes estatais deverão criar suas Comissões de Ética.

XVIII – À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos


encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os
registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e
fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos
próprios da carreira do servidor público.

As Comissões de Ética terão, entre outras, as seguintes atribuições, já


somadas com as disposições do inciso XVIII ao XVI, encontramos:

 Orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no


tratamento com as pessoas e com o patrimônio público,
 Conhecer concretamente de imputação ou de procedimento susceptível
de censura.
 Fornecer aos organismos encarregados da execução do quadro de
carreira dos servidores os registros sobre sua conduta ética.

Ao analisarmos o Decreto nº 6.029/2007, que “institui Sistema de Gestão da


Ética do Poder Executivo Federal, e dá outras providências”16, traremos outras
disposições acerca destas Comissões de Ética.

Este Decreto revogou os incisos XVII, XIX, XX, XXI, XXIII e XXV deste Código
de Ética e estabeleceu a forma de composição e as atribuições das Comissões
de Ética.

XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é


a de censura e sua fundamentação constará do respectivo parecer,
assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso.

16
Ementa do Decreto Federal nº 6.029/2007
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Censura:
A pena de Censura traz similaridade com a da Advertência, sendo que a
Censura pode ser verbal ou escrita e a segunda, na grande maioria das vezes,
deve ser formalmente registrada por escrito.

Podemos dizer que a censura é uma pena disciplinar, compreendida na


repreensão oficial da conduta do infrator.

XXIV – Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-


se por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou
de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente,
temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira,
desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder
estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades
paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia
mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.

Por fim, o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder


Executivo Federal traz a definição de servidor público. Memorizem a extenção
desta definição:

SERVIDOR PÚBLICO PARA O CÓDIGO DE ÉTICA


Todo aquele que, por força de lei, contrato ou de
qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza
permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem
retribuição financeira, desde que ligado direta ou
indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como
as autarquias, as fundações públicas, as entidades
paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de
economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o
interesse do Estado.

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1.3. Decreto nº 6.029/2007

Apesar de nosso edital não trazer, expressamente, este decreto, vamos trazê-
lo, numa rápida releitura didática, com atenção especial para os dispositivos
que tratam das Comissões de Ética tratadas no Decreto nº 1.171/1994, por
entender que ajudarão em nossa preparação.

Comecemos com o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal que


foi instituído por esta norma:

SISTEMA DE GESTÃO DA ÉTICA DO PODER EXECUTIVO FEDERAL


Instituição Decreto nº 6.029/2007
Promover atividades que dispõem sobre a conduta ética no
Finalidade
âmbito do Executivo Federal
 Integrar os órgãos, programas e ações relacionadas com a
ética pública;
 Contribuir para a implementação de políticas públicas
tendo a transparência e o acesso à informação como
instrumentos fundamentais para o exercício de gestão da
ética pública;
Competências  Promover, com apoio dos segmentos pertinentes, a
compatibilização e interação de normas, procedimentos
técnicos e de gestão relativos à ética pública;
 Articular ações com vistas a estabelecer e efetivar
procedimentos de incentivo e incremento ao desempenho
institucional na gestão da ética pública do Estado
brasileiro.
 Comissão de Ética Pública – CEP (Decreto 26/05/99),
 Comissões de Ética (Decreto nº 1.171/1994) e
Composição
 Demais Comissões de Ética e equivalentes nas entidades
e órgãos do Poder Executivo Federal.

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COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA – CEP


Instituição Decreto de 26 de maio de 1999
Vínculo Vinculada ao Presidente da República,
 Proceder à revisão das normas que dispõem sobre conduta ética
na Administração Pública Federal;
 Elaborar e propor a instituição do Código de Conduta das
Autoridades, no âmbito do Poder Executivo Federal;
 Atuar como instância consultiva do Presidente da República (PR)
e Ministros de Estado em matéria de ética pública;
 Administrar a aplicação do Código de Conduta da Alta
Administração Federal, devendo:
 Submeter ao PR medidas para seu aprimoramento;
 Dirimir dúvidas a respeito de interpretação de suas normas,
Competências
deliberando sobre casos omissos;
 Apurar, mediante denúncia, ou de ofício, condutas em
desacordo com as normas nele previstas, quando praticadas
pelas autoridades a ele submetidas;
 Dirimir dúvidas de interpretação sobre as normas do Código de
Ética (Decreto no 1.171/1994);
 Coordenar, avaliar e supervisionar o Sistema de Gestão da Ética
Pública do Poder Executivo Federal;
 Aprovar o seu regimento interno;
 Escolher o seu Presidente.
 7 brasileiros (que preencham os requisitos de idoneidade
moral, reputação ilibada e notória experiência em
administração pública), sem remuneração;
 Designados pelo PR;
 Trabalhos desenvolvidos: prestação de relevante serviço
Composição público;
 Presidente: voto de qualidade nas deliberações da
Comissão;
 Secretaria-Executiva: vinculada à Casa Civil da PR, à qual
competirá prestar o apoio técnico-administrativo aos
trabalhos da Comissão.
Mandato dos
 3 anos não coincidentes, permitida uma única recondução.
componentes

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Vamos, agora, trazer os dispositivos deste Decreto que versam sobre as


Comissões de Ética tratadas no Decreto nº 1.171/1994:
COMISSÃO DE ÉTICA
Instituição Decreto nº 1.171/1994
 Atuar como instância consultiva de dirigentes e servidores no
âmbito de seu respectivo órgão ou entidade;
 Aplicar o Código de Ética (Decreto 1.171/1994), devendo:
 Submeter à Comissão de Ética Pública propostas para seu
aperfeiçoamento;
 Dirimir dúvidas a respeito da interpretação de suas normas e
deliberar sobre casos omissos;
 Apurar, mediante denúncia ou de ofício, conduta em
desacordo com as normas éticas pertinentes; e
Competências
 Recomendar, acompanhar e avaliar, no âmbito do órgão ou
entidade a que estiver vinculada, o desenvolvimento de ações
objetivando a disseminação, capacitação e treinamento sobre
as normas de ética e disciplina;
 Representar a respectiva entidade ou órgão na Rede de Ética do
Poder Executivo Federal (art. 9º);
 Supervisionar a observância do Código de Conduta da Alta
Administração Federal e comunicar à CEP situações que possam
configurar descumprimento de suas normas.
 3 membros titulares e
 3 suplentes
 Escolhidos entre servidores e empregados do seu quadro
permanente;
 Trabalhos desenvolvidos: prestação de relevante serviço público
e têm prioridade sobre as atribuições próprias dos cargos dos
seus membros;
 Designados pelo dirigente máximo da respectiva entidade/órgão.
Composição
 Secretaria-Executiva:
 Vinculada adm. à instância máxima da entidade ou órgão,
 Para cumprir plano de trabalho por ela aprovado,
 Para prover apoio técnico e material necessário ao
cumprimento das respectivas atribuições.
 Chefiadas por servidor ou empregado do quadro permanente
da entidade/órgão, ocupante de cargo de direção compatível
com sua estrutura, alocado sem aumento de despesas.
Mandatos dos Componentes  3 anos não coincidentes

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É dever do titular de entidade ou órgão da Administração Pública Federal,


direta e indireta:
 Assegurar as condições de trabalho para que as Comissões de Ética
cumpram suas funções;
 Conduzir em seu âmbito a avaliação da gestão da ética conforme
processo coordenado pela Comissão de Ética Pública.

Compete às instâncias superiores dos órgãos e entidades do Poder Executivo


Federal, abrangendo a administração direta e indireta:
 Observar e fazer observar as normas de ética e disciplina;
 Constituir Comissão de Ética;
 Garantir os recursos humanos, materiais e financeiros para que a
Comissão cumpra com suas atribuições; e
 Atender com prioridade às solicitações da CEP.

REDE DE ÉTICA DO PODER EXECUTIVO FEDERAL


Integrada pelos representantes das Comissões de Ética
(art. 2º), objetivando a promoção da cooperação técnica
e da avaliação em gestão da ética.
Reuniões:Sob coordenação da CEP, pelo menos 1 vez
por ano, em fórum específico, para avaliar o
programa e as ações para a promoção da
ética na administração pública.

Os trabalhos das Comissões de Ética devem ser desenvolvidos com celeridade


e observância dos princípios da:
 Proteção à honra da pessoa investigada;
 Proteção à imagem da pessoa investigada;
 Proteção à identidade do denunciante (mantida sob reserva, se este
assim o desejar);
 Independência dos seus membros na apuração dos fatos; e
 Imparcialidade dos seus membros na apuração dos fatos.

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PROVOCAÇÃO DA ATUAÇÃO DAS COMISSÕES

Qualquer cidadão, agente público, pessoa jurídica de


direito privado, associação ou entidade de classe poderá
provocar a atuação das Comissões de Ética, visando à
apuração de infração ética imputada a agente público,
órgão ou setor específico de ente estatal.

APURAÇÃO DE “ATOS AÉTICOS”

Forma Processo de apuração


Prática de ato em desrespeito ao preceituado no Código de
Causa Conduta da Alta Administração Federal e no Código de Ética
(Decreto 1.171/94)
De ofício
Provocação
Instauração Denúncia fundamentada
Instaurador Comissões de Ética (art. 2º)
Princípios Respeitadas as garantias do contraditório e da ampla defesa.
 Poderão requisitar documentos que entenderem necessários
Prerrogativas à instrução probatória;
da Comissão  Poderão promover diligências;
 Poderão solicitar parecer de especialista.
 Deverá ser notificado;
 Deverá se manifestar, por escrito, em até 10 dias;
 Poderá produzir prova documental necessária à sua defesa;
Investigado
 Deverá ser novamente notificado para se manifestar, caso
sejam juntados aos autos, após sua manifestação inicial,
novos elementos de prova.
 Processo será mantido como “reservado” até sua conclusão;
 Após a deliberação da Comissão de Ética, os autos do
Tramitação
procedimento deixarão de ser reservados, observados os
casos de sigilo legal.
 Proferida após concluída a instrução processual;
Decisão  Proferida pelas Comissões de Ética;
 Deverá ser conclusiva e fundamentada.

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Consequências referentes à conclusão de existência de falta ética previstas:


 Código de Conduta da Alta Administração Federal;
 Código de Ética (Decreto 1.171/1994).

Além destas providências, no que couber, as Comissões deverão:


 Encaminhar sugestão de exoneração de cargo ou função de confiança à
autoridade hierarquicamente superior ou devolução ao órgão de origem;
 Encaminhar para a CGU ou unidade específica do Sistema de Correição
do Poder Executivo Federal (Decreto 5.480/2005), para exame de
eventuais transgressões disciplinares; e
 Recomendar abertura de procedimento administrativo, se a gravidade da
conduta assim o exigir.

Procedimento ditado pelos princípios da ampla defesa e do


contraditório: A qualquer investigado é assegurado o direito de saber o que
lhe está sendo imputado, de conhecer o teor da acusação e de ter vista dos
autos, no recinto das Comissões de Ética, mesmo que ainda não tenha sido
notificada da existência do procedimento investigatório, incluindo a obtenção
de cópia dos autos e de certidão do seu teor.

Ato de posse, investidura em função pública ou celebração de contrato


de trabalho, dos agentes públicos: deverá ser acompanhado da prestação
de compromisso solene de acatamento e observância das regras estabelecidas
pelo Código de Conduta da Alta Administração Federal, pelo Código de Ética
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal e pelo Código
de Ética do órgão ou entidade, conforme o caso.

POSSE EM CARGO/FUNÇÃO QUE SUBMETA A


AUTORIDADE ÀS NORMAS DO CCAAF17

Posse deverá ser precedida de consulta da autoridade à


CEP, acerca de situação que possa suscitar conflito de
interesses.

17
CCAAF: Código de Conduta da Alta Administração Federal
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Processo tem que ser decidido: As Comissões de Ética não poderão


escusar-se de proferir decisão sobre matéria de sua competência alegando
omissão dos respectivos Códigos.
Deverá, caso existente tal omissão, supri-la por analogia e invocação aos
princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

Dúvidas das Comissões: poderão ser resolvidas através de consultas a:


 À área jurídica do próprio órgão ou entidade;
 À CEP, que deverá respondê-las sobre aspectos éticos. A CEP também
deverá responder a consultas de cidadãos e servidores que venham a ser
indicados para ocupar cargo ou função abrangida pelo CCAAF.

Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal darão tratamento


prioritário às solicitações de documentos necessários à instrução dos
procedimentos de investigação instaurados pelas Comissões de Ética .

Autoridades competentes não poderão alegar sigilo para deixar de prestar


informação solicitada pelas Comissões de Ética.

A infração de natureza ética cometida por membro de Comissões de Ética


(exceto da CEP) será apurada pela Comissão de Ética Pública.

As normas dos Códigos, aqui abordados, aplicam-se, no que couber, às


autoridades e agentes públicos neles referidos, mesmo quando em gozo de
licença.
----------------------- X -----------------------

Futuro ATA do Ministério da Fazenda,

Com esta base teórica, podemos nos aventurar a encarar um


“Simulado do Código de Ética”, que comporá nossa próxima Aula.

Abraços, bons estudos e até nosso próximo encontro!

Prof. Henrique Campolina


Fevereiro/2014

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BIBLIOGRAFIA

ROCHA, Cármen Lúcia Antunes. O Princípio Constitucional da Igualdade. Belo


Horizonte: Lê, 1991.

Wikipédia – Enciclopédia Livre (www.wikipedia.com.br)

Dicionário Online Michaelis (www.michaelis.uol.com.br)

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