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É por isso que o Gerenciamento de Informações é discutido, nessa série de textos, depois da
Busca de Informações.
(É oportuno registrar que não há como sistematizar ou metodizar o processo através do qual
informações nos chegam às mãos sem que as tenhamos procurado. Esse processo é
totalmente imprevisível e, portanto, incontrolável).
É por isso que o Gerenciamento de Informações é discutido, nessa série de textos, antes do
Tratamento das Informações.
• Organização
• Armazenamento
• Recuperação
Armazenar informações implica colocá-las em local seguro, para que não as percamos, e
facilmente identificável, para que estejam disponíveis e sejam localizadas sem problemas
quando precisarmos delas.
Todos nós já passamos por ocasiões em que nós sabemos, com certeza, que possuímos
determinada informação, mas não conseguimos encontrá-la... Essa é uma experiência
extremamente frustrante e e chega a ser irritante passar por uma situação assim.
Gerenciamos nossas informações para evitar que essas situações ocorram – ou, pelo menos,
para evitar que elas ocorram com freqüência, tornando-se a regra.
(Mesmo gerenciando nossas informações, é inevitável que, uma vez ou outra, não
consigamos encontrar uma informação que sabemos, com certeza, que possuímos. Mas isso
deve ser sempre uma exceção, nunca a regra).
Vimos atrás que organizar informações implica agrupá-las e ordená-las, para poder mais
facilmente manipulá-las (armazená-las, recuperá-las, processá-las, formatá-las),
especialmente quando há uma quantidade razoável delas.
A maior parte de nós acumula uma quantidade enorme de informações ao longo do tempo.
Se não as organizamos adequadamente, elas se tornam um conjunto muito grande de itens
esparsos e desconectos, no qual será muito difícil encontrar com facilidade as informações
que nos interessam ou de que necessitamos.
Organizar informações significa, portanto, agrupar as informações (por algum critério, que
pode ser o assunto, por exemplo) e, dentro de cada grupo, agrupá-las novamente ou
ordená-las (por algum outro critério, que pode ser cronológico, alfabético, etc).
O mesmo se dá com correspondência eletrônica. Digamos que você recebe uma média de
cem e-mails por dia. Isso não é tão incomum como pode parecer. Desse número, metade
(ou muito mais) é propaganda ou simplesmente lixo (“junk mail”). Ao constatar que uma
mensagem é “junk mail”, você provavelmente já a deleta ali no ato de recepção, fazendo,
assim, um nível preliminar de organização, separando aquilo que vale a pena manter no
sistema (ainda que para ler depois) daquilo que pode ser deletado. Isso feito, depois você
tem ainda o trabalho de organizar e armazenar mais definitivamente o que restou. Se você
não encontrar um sistema de organização, acabará por ter, depois de um mês, um conjunto
de e-mails, com mais de mil itens, que requer sua atenção – mas totalmente desorganizado
(desagrupado e desordenado, ou ordenado apenas pela data de recepção). Nesse conjunto
pode haver comunicados ou mesmo contas importantes que você negligencia, por falta de
organização dos e-mails recebidos e retidos (isto é, não liminarmente enviados para a
lixeira).
Não resta dúvida que essa já é uma forma de armazenamento – e que ela implica algum tipo
de organização (deixar tudo o que é importante ou útil num lugar só, ou em dois ou três
lugares, dependendo da natureza da informação: não virtual, e-mail, material digital que não
é e-mail). Mas essa forma de armazenamento e esse tipo de organização, à medida que o
tempo passa e a quantidade de informações que encontramos ou recebemos se acumula, só
trazem problemas
No entanto, a organização de algo tão diverso e que existe (especialmente hoje) em grandes
quantidade e diversidade é algo que requer tempo e planejamento. O tempo que é gasto
organizando e, depois, armazenando, as informações em geral é recuperado quando se
precisa localizar e encontrar as informações posteriormente.
A. Informações Analógicas
Entre as informações analógicas que geralmente temos em casa e que precisamos organizar,
para posterior armazenamento, estão (por exemplo):
Provavelmente há muito mais coisa, mas isso já é suficiente para dar uma idéia.
Antes de prosseguir, uma explicação sobre algo dito nos últimos dois itens dos exemplos. Os
textos, imagens e sons gerados nos últimos tempos estão, em sua maior parte, disponíveis
Dificilmente alguém vai cogitar de organizar todos esses tipos de informação analógica em
um grupo só – por exemplo, uma enorme pilha (ou até mesmo um quartinho da casa,
pomposamente denominado de “Centro de Informações”) que contém livros, revistas,
jornais, xerocópias diversas, correspondência, documentos, fotografias, fitas VHS, DVDs,
discos de vinil, fitas cassete, CDs, etc.
Por aí se vê que todos nós, por menor que seja a quantidade de itens de informação que
tenhamos, provavelmente já organizamos nossas informações, ainda que em um nível muito
amplo (razão pela qual chamamos esse nível de “Macro-Organização”).
Quando as fotografias eram poucas, elas eram organizadas por critérios mais ou menos
cronológicos, seqüencialmente.
Mais recentemente, porém, mas ainda em tempos pré-digitais, o preço das câmeras
fotográficas ficou mais acessível e o número de fotografias familiares aumentou
consideravelmente. Nesse caso, as fotografias provavelmente vão ser organizadas por
evento: fotos do casamento da Patrícia, fotos do primeiro aniversário do Marcelinho, fotos
do tombo da Priscilla, fotos do cachorrinho comprado pela família, fotos das férias nos
Estados Unidos, fotos do noivado da Bianca, etc.
Hoje em dia, a maior parte das pessoas ainda recorre a um sistema assim para organizar
suas fotos digitais impressas (com uma impressora própria ou em loja especializada). É de
esperar, porém, que mais e mais as pessoas abandonem o hábito de imprimir fotos digitais,
porque dispositivos, muitos deles portáteis, para exibi-las começam a ficar extremamente
baratos. Daí os princípios de organização também vão se alterar (mas, como se verá, não
muito).
Toda família recebe, mensalmente, uma quantidade razoável de contas a pagar: aluguel,
condomínio, IPTU, seguro residencial, água, luz, telefone fixo, telefone celular, TV por
assinatura, Internet, plano de saúde, escola das crianças, etc. Outras contas são sazonais
(IPVA e Licenciamento do carro, por exemplo).
Uma forma simples (mas eficaz) de organizar as contas a pagar (e as já pagas) seria agrupá-
las por mês, quando já pagas ou a vencer em mês fora do corrente, e, dentro do mês
corrente, agrupá-las por dia do vencimento.
Para armazená-las existem pastas sanfonadas no mercado que contêm tanto doze (um para
cada mês do ano) como trinta um compartimentos (um para cada dia do mês). Elas são
extremamente úteis. Completado o ciclo de um ano, todas as contas (espera-se que
devidamente pagas) seriam armazenadas em um arquivo morto para aquele ano (uma pasta
de arquivo suspenso para o ano, por exemplo).
Assim, a cada dia, basta consultar e, se for o caso, pegar as contas a pagar daquele dia na
pasta do mês corrente, pagá-las e rearmazená-las, agora no compartimento do mês em
curso da pasta anual.
Exemplo 3: Livros
Livros contêm informações de diferentes tipos. Imaginemos uma pequena coleção de livros
– pequena para uma biblioteca institucional, mas grande para uma biblioteca pessoal.
Digamos que ela contenha por volta de dez mil exemplares.
Há várias maneiras de organizar essa coleção de livros. Cada uma delas obedece a um
critério, ou a um grupo de critérios.
É possível, por exemplo, organizar os livros, em ordem alfabética, pelo título do livro ou pelo
nome do autor (ou do primeiro autor, caso o livro tem mais de um autor).
É possível, porém, organizar os livros pelo seu assunto. A coisa aqui começa a ficar mais
complicada, porque o título do livro e o nome de seu(s) autor(es) são itens objetivos, que
vêm destacados na capa e na primeira página do livro. O assunto de um livro, porém, não é
algo tão objetivo. Diversas pessoas poderão dizer (cada qual delas com um bom grau de
correção) que determinado livro é sobre história, ou filosofia, ou religião, ou os gregos
antigos. E todas elas poderão estar parcialmente certas se o livro for uma história da filosofia
e da religião dos gregos antigos – e isto porque livros, embora tenham um título só, e,
freqüentemente, um autor só, podem versar sobre vários assuntos. E nem sempre é possível
dizer qual, dentre os vários assuntos de um livro, é o seu assunto principal. Se o assunto é o
critério de organização, um livro de história da filosofia é colocado junto de livros de história
ou de filosofia? Difícil dizer.
No caso de uma biblioteca pequena, pessoal, raramente é preciso organizar os livros dessa
forma. Mas se a biblioteca começar a crescer bastante, pode ser recomendável adquirir um
programa que permita gerenciá-los de forma mais profissional.
A. Informações Digitais
Temos acesso a Informações Digitais hoje através de computadores (que nos dão acesso a
todas as modalidades de Informação Digital) ou de equipamentos assemelhados (que, na
realidade, são computadores especializados, que em geral só fazem uma ou duas coisas),
como, por exemplo, “Players” de CD, “Players” de DVD, “Players” de MP3/MP4, Leitores de
Livros Digitais (em vários formatos), para não mencionar PDAs, telefones, consoles de
videogames, etc.
Provavelmente há muito mais coisa, mas isso já é suficiente para dar uma idéia.
Há Informações Digitais que são nossas (em um sentido forte), porque fomos nós que as
criamos ou geramos. Entre elas estão textos que criamos, e-mails que escrevemos, slides
que preparamos, fotografias que tiramos, filmes que fizemos, etc.. Temos propriedade
intelectual sobre essas informações e elas em geral estão armazenadas em nossos
computadores.
Há Informações Digitais que são nossas (em um sentido mais fraco), simplesmente porque
estão armazenadas em nossos computadores. Aqui se encontram textos, slides, fotografias e
filmes que outras pessoas nos enviaram; material (textual, visual ou sonoro) que
encontramos na Internet e baixamos para o nosso computador para ter garantia de que
teremos uma cópia mesmo que o material venha a ser removido da Internet; livros, revistas
e jornais digitais dos quais adquirimos direito de uso através de alguma forma de subscrição
ou assinatura; músicas e filmes dos quais adquirimos direito de uso por tê-los comprado, ou
em CD/DVD ou através da Internet; software do qual adquirimos direito de uso; etc. (O
direito de uso não deve ser confundido com o direito de propriedade: adquirimos o direito
de uso das músicas contidas no CD ou baixadas legalmente pela Internet, mas não nos
tornamos proprietários delas).
Há ainda Informações Digitais que admitidamente não são nossas, mas às quais temos
direito de acessar regularmente na Internet, ou porque o acesso é livre, ou porque
adquirimos o direito de acessá-las através de algum tipo de subscrição. O conteúdo de
muitos portais é de acesso livre. O texto dos grandes jornais ou das principais revistas em
geral tem acesso restrito aos assinantes do jornal ou da revista ou a assinantes de serviços
de acesso à Internet que trazem, embutido, o acesso a diversas publicações e outros
materiais aos quais os não-assinantes não têm acesso.
Há, ainda, Informações Digitais, na forma de software, que ficam armazenadas na “núvem”,
e que hoje temos os direito de utilizar, sem baixar para o nosso computador, através de
alguma forma “aluguel”, ou “pagamento por uso”. Dizem os entendidos que essa forma de
utilização de software pode, no futuro, vir a suplementar a forma atual, em que compramos
uma licença de uso (para uso em um ou vários computadores).
• Documentos
• Músicas
• Fotografias
• Vídeos
• Downloads
No caso, a mega-pasta “Documentos” inclui tudo que não é música, fotografia, vídeo e
software, a saber: textos em vários formatos, apresentações (conjuntos de slides), planilhas,
bancos de dados, etc. Só esse fato já é suficiente para justificar a necessidade de um abordar
a questão em um nível menos abrangente (menos “macro”), o que faremos a seguir.
Documentos
Uma idéia poderia ser em organizá-la em várias pastas, cada uma dedicada a um tipo de
Informação Digital, como, por exemplo:
• Outras informações
Na categoria “Informações para serem lidas” estariam livros eletrônicos, artigos (próprios ou
de terceiros), materiais postados em sites e blogs (próprios ou de terceiros), materiais
baixados de revistas e jornais, etc.
É claro que algumas dessas categorias podem ser omitidas, caso não haja material suficiente
para colocar nelas. Se houver apenas uns poucos materiais em uma determinada categoria,
eles poderiam ser colocados na categoria “Outras informações” e a categoria original
poderia ser deletada.
Um princípio de bom senso aqui é manter as coisas suficientemente simples para que seja
fácil utilizá-las, e minimamente complexas para acomodar adequadamente todas as
Informações Digitais que vamos querer preservar.
Músicas
Com músicas, o mesmo princípio pode ser usado. Se você possui, no computador, apenas
algumas dezenas de músicas em formato digital (o equivalente a uns dez CDs), elas podem
ficar todas na mega-pasta “Músicas”. Mas se você é daqueles que possuem milhares de
músicas em formato digital, será bom agrupá-las em categorias.
Os diversos gêneros musicais podem ser um bom critério para organizar as músicas. Coisas
como:
• MPB
• Sambas
• Sertanejas
• Latinas
• Americanas
• Francesas
• Clássicas
Se você for realmente fanático por músicas latinas, pode substituir essa categoria por:
• Boleros
• Tangos
• Salsa
• Rumba
• Merengue
• Cha-Cha-Chá
No tocante a fotografias, o mesmo princípio também pode ser usado. Se você possui, no
computador, apenas algumas poucas centenas de fotografias digitais, elas podem ficar todas
na mega-pasta “Fotografias”. Mas se você é daqueles que possuem milhares de fotos
digitais, será bom agrupá-las em categorias.
As fotografias podem ser organizadas em categorias cronológicas, por ano ou por mês
(dependendo da quantidada). Ou podem ser organizadas por evento, como já se sugeriu
atrás:
• Casamento da Patrícia
• Tombo da Priscilla
• Noivado da Bianca
Novamente, a gosto.
Vídeos
E-Mail é suficientemente diferente para merecer uma seção à parte, mas suficientemente
semelhante para que essa seção seja pequena...
Essas categorias de organização em regra são suficientes, se você não recebe uma grande
quantidade diária de mensagens. Se você recebe, e em especial se você recebe um número
elevado de mensagens de determinados remetentes importantes (seu chefe, seu/sua
parceiro/a, sua mãe, por exemplo) ou sobre determinados assuntos (cotação de ações ou do
dólar, por exemplo), em geral é recomendável criar, debaixo da categoria “Caixa de
Entrada”, algumas categorias secundárias.
Downloads
Esta mega-pasta inclui (como já se assinalou) os programas que você baixa da Internet. É
aqui que são armazenados os arquivos originais de software como Windows Live Writer,
Windows Live Mail, Windows Live Messenger, Windows Live Photo Gallery, Windows Live
Movie Maker, etc., software esse que não é comprado em caixinha, mas é baixado da
Internet – gratuitamente, neste caso.
Raramente essa mega-pasta precisa ser desdobrada em outras pastas debaixo dela.
Quando você encontra ou recebe uma informação em formato digital que você considera
importante ou útil, e que decide, portanto, manter ou guardar, você precisa fazer três
coisas:
Essa é uma daquelas coisas que é fácil de dizer, mas difícil de fazer... Muita gente, ao
receber o computador, ou ao instalar o programa de correio eletrônico, cria um conjunto
complexo e sofisticado de pastas para organizar e, oportunamente armazenar, suas
Informações Digitais. No dia-a-dia, entretanto, com a pressa (e, até certo ponto, a preguiça)
os arquivos acabam sendo gravados (e, portanto, armazenados) todos na mega-pasta
“Documentos” (até mesmo as músicas, as fotografias e os vídeos), ou os e-mails recebidos
acabam sendo armazenados todos na pasta “Caixa de Entrada” (que fica enorme).
Se atentarmos para o que foi dito nos capítulos anteriores deste texto, não deveremos ter
maiores dificuldades para encontrar e recuperar nossas informações com facilidade e
rapidez.
É verdade que, no futuro, talvez toda essa discussão seja desnecessária. À medida que os
sistemas de busca hoje disponíveis vão indexando com maior eficácia e eficiência as
informações disponíveis nos discos rígidos de nossos computadores, o processo de
Mesmo assim, porém, é muito mais fácil e rápido recuperar informações bem organizadas e
armazenadas de forma cuidadosamente planejada do que informações desorganizadas e
armazenadas de forma aleatória (na “gaveta” mais próxima).