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Não caia nas tentações antigas, mas próximo a elas respirava, relata até
uma certa despedida, um ultimo apelo que seus desejos realizam ao
notar que seguindo novo caminho nunca mais desfrutará daquilo que
vêm da carne. Mas o hábito já não o controlava mais, depois de uma
árdua batalha entre tais vontades Agostinho decide entregar se para o
caminho do criador, reúne sua miséria e se converte.
O homem interior possui a razão, que é capaz de julgar tudo aquilo que
os sentidos percebem. O homem é capaz de perceber a beleza pois ele
a vê e a interroga, nisso a beleza fala, e seu entendimento é adquirido
através da comparação entre a voz vinda de fora e a verdade interior.
A verdade diz que meu Deus não é o céu, nem a terra, nem corpo algum.
E a natureza exclama que “a matéria é menor na parte do que no todo”.
“Se não conhecêssemos a vida feliz por uma noção certa, não a
desejaríamos com tão firme vontade”, o autor associa a noção de
felicidade a de alegria, que nos é acessível a memória e que
reconhecemos facilmente. A alegria suprema só é acessível para
aqueles que servem a Deus desinteressadamemte, a vida feliz se
resume em se alegrar em Deus, de Deus e para Deus.
Todos querem ser feliz, mas nem todos fazem o que querem, muitos
fazem somente aquilo que podem e isso é devido a uma fraqueza de
vontade. Todos querem a felicidade; a felicidade genuína vem de Deus;
mas nem todos seguem a Deus porque a carne combate o espírito e
quando o espírito é fraco a carne o subjuga e assim vive se em miséria.
A felicidade em si não basta, tem que ser uma felicidade com base em
verdade, porque não existe vida feliz encontrada na mentira. E por isso a
felicidade verdadeira vem de Deus que é a Verdade em absoluto.
Mas o que fazia Deus antes da criação? Como pode haver uma
separação de eventos (antes da criação/depois da criação) em um ser
que é eterno? Como pode tal vontade aparecer ou se criar em algo
eterno? A resposta dada a isso é que a vontade divina não é uma
criatura, essa vontade esta na substância de Deus, e por isso também é
eterna.
Para Agostinho o tempo é uma certa distensão, e supõe que seja uma
distensão da alma, o que medimos ao medir certo evento não é o evento
em si, mas a marca que ele deixa em nossa memória. Medimos o tempo
no espírito, medimos a impressão que as coisas gravam no espirito a sua
passagem, tal impressão permanece mesmo depois de tal coisa não
mais existir. É essa Impressão ou percepção que medimos ao medir o
tempo, portanto ou essa impressão é o tempo, ou eu não meço o tempo.
Deus criou tudo através da palavra, mas para tal palavra ressoar é
necessário haver uma criatura que faça tal verbo se dispersar. Então no
princípio o que havia era a matéria informe, semelhante ao nada ela não
tinha ser e através do verbo eterno recebe sua primeira característica e
aquilo que a diferencia do nada (um ser próprio). Esse ser é a
capacidade de assumir formas, capacidade de mudança, ela ainda se
encontra muito próxima do nada, mesmo estando no campo da
existência.
Deus cria então o céu dos céus muito próximo de si (campo do intelecto),
e a terra muito próxima do nada, e as trevas ainda reinavam no abismo.
O que se têm nesse momento é um quase nada que possibilita os outros
eventos da criação. O céu dos céus participa junto na eternidade pois foi
criado antes de haver um tempo do mesmo modo é a matéria informe.
Mas o que fez a criação para merecer a bondade da existência? Que
eles fizeram para receber sua essência, esse ser imperfeito que se
afasta da bondade do criador? Agostinho relembra que mesmo que tal
ser espiritual seja imperfeito é melhor do que o corpo material mais bem
organizado, se tratando de uma diferença de qualidade incomparável, e
tal corpo material ainda que seja informe é melhor do que o nada. Afastar
se de Deus, que é a verdadeira luz, é como retornar ao abismo e de
certo modo diminuir a própria existência.
Mas tudo aquilo que não está em seu lugar se move em direção a ele,
exemplo a pedra que tenta a ir para o chão devido ao seu peso, o fogo
tende a ir para cima, o azeite tende a ir para cima a agua tende a ir para
baixo. Então através do próprio peso as coisas tendem a ir para o lugar
que lhe é devido, o amor é o peso de Agostinho, e esse amor o conduz
para a presença de Deus.
Referências bibliográficas: