Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
E-mail: madalena.nena2002@gmail.com
Resumo
A maior parte das reações químicas a nível celular ocorrem a temperatura e pH constantes. O pH da água pura no seu estado
líquido é muito sensível à adição de ácidos ou bases, logo são utilizadas soluções tampão para o estabilizar. As soluções tampão
são soluções constituídas por um ácido fraco e pela sua base conjugada e cujo pH irá depender não só do pKa do ácido como
também da concentração relativa de ácido e da sua base conjugada. Esta atividade experimental tem como objetivo a preparação
de soluções tampão de fosfatos a diferentes phs. Estas soluções são as mais comumente utilizadas no laboratório de bioquímica
para mimetizar condições fisiológicas. Adicionalmente pretende-se avaliar a capacidade tampão destas mesmas soluções, ou
seja, a sua capacidade para resistir à variação de ph após a adição de ácido (HCl) e base (NaOH) fortes, sendo que pelo menos
umas das soluções deverá apresentar o valor de pH igual ao de pKa. Como tal, preparar-se-ão 3 soluções (A, B e C) a ph de
6,2; 7,2 e 8,2 respetivamente com volumes finais de 40 ml. Para se medir o pH utilizou-se o potenciómetro verificando-se assim
a ocorrência ou não de variações do pH. Para preparar as soluções tampão recorreu-se à equação de Hendersen-Hasselbalch e
utilizaram-se as soluções de 𝑵𝒂𝑯𝟐 𝑃𝑂4 e 𝑁𝑎2 𝐻𝑃𝑂4 . Os resultados evidenciaram que quanto mais próximo o valor inicial de
ph de uma solução tampão está do pKa do par HPO42-/H2PO4- maior é a sua capacidade de resistência às variações de pH perante
a adição de um ácido e de uma base forte.
Palavras-Chave: solução tampão, pH, ácidos, bases, tampão de fosfatos, bioquímica, potenciómetro.
8059/114820 1
Preparação de uma Solução Tampão Madalena Nunes
Esta atividade experimental tem como objetivo a A: [HA] = CT / 1 + 10 pH-pKa = 0,1/1 + 10 6,2 – 7,2 = 0,09 mol/L
preparação de soluções tampão de fosfatos a diferentes phs e
a avaliação da capacidade tampão destas mesmas soluções, ou B: [HA] = CT / 1 + 10 pH-pKa = 0,1/1 + 10 7,2 – 7,2 = 0,05 mol/L
seja, a sua capacidade para resistir à variação de ph após a C: [HA] = CT / 1 + 10 pH-pKa = 0,1/1 + 10 8,2 – 7,2 = 0,01 mol/L
adição de ácidos e bases fortes, sendo que pelo menos umas
das soluções deverá apresentar o valor de pH igual ao de pKa. Sabendo-se as concentrações de ácido é possível calcular-se
O valor de pKa da solução tampão deve estar na faixa do pH as concentrações de base através da fórmula [A-] = CT - [HA].
ótimo para o sistema em estudo, isto é, a capacidade tampão Assim,
da solução é maior quanto mais próximo o valor de pH da A: [A-] = CT - [HA] = 0,1 – 0,09 = 0,01 mol/L
solução estiver do pKa do par ácido/base, uma vez que a B: [A-] = CT - [HA] = 0,1 – 0,05 = 0,05 mol/L
quantidade de ácido relativamente à sua base conjugada em C: [A-] = CT - [HA] = 0,1 – 0,01 = 0,09 mol/L
solução está aproximadamente em igualdade. Como tal,
preparar-se-ão 3 soluções (A, B e C) a ph de 6,2; 7,2 e 8,2 Para calcular o volume a utilizar das soluções “stock” de ácido
respetivamente com volumes finais de 40 ml. Para a medição ou base conjugada a 0,1M pode-se recorrer à equação que diz
de pH utilizou-se o potenciómetro verificando-se assim a que vi*c i= vf*cf, o que é equivalente a dizer que o volume da
ocorrência ou não de variações do pH. Para preparar as solução inicial a utilizar (Vi) = Vf*Cf / Ci. Assim,
soluções tampão recorreu-se à equação de Hendersen- A: Vi = Vf*Cf/Ci = 40 * 0,09/0,1 = 36 ml de ácido
Hasselbalch e utilizou-se as soluções de 𝑁𝑎𝐻2 𝑃𝑂4 e B: Vi = Vf*Cf/Ci = 40 * 0,05/0,1 = 20 ml de ácido
𝑁𝑎2 𝐻𝑃𝑂4 . C: Vi = Vf*Cf/Ci = 40 * 0,01/0,1 = 4 ml de ácido
2
Preparação de uma Solução Tampão Madalena Nunes
lavar com água destilada o elétrodo de pH e o magnete antes caso verifica-se um desvio entre os valores experimentais e os
de mudar de solução. No fim de realizada a titulação com HCl valores teóricos.
(ácido forte) realiza-se a titulação com NaOH (base forte). O
procedimento é todo igual. Titulação das soluções tampão a 0,1 M:
Solução C pH pH 0,1 1 5
6,2 5,82 0,38
(Fosfatos) Calculado inicial ml ml ml
10
Tabela 3-Valores de pH pretendidos e valores de pH determinados
experimentalmente para a adição de NaOH
8 y = -0,1171x + 7,8112
3
Preparação de uma Solução Tampão Madalena Nunes
0
0 1 2 3 4 5 6
Solução A Solução B
Solução C Linear (Solução A)
Linear (Solução B) Linear (Solução C)
4. Discussão
Esta atividade laboratorial teve como objetivo a preparação de
soluções tampão de fosfatos a diferentes phs e a avaliação da
capacidade tampão destas mesmas soluções, ou seja, a sua
capacidade para resistir à variação de ph após a adição de
ácidos e bases fortes. Como a capacidade de um solução
tampão depende da proximidade entre o valor de pH da
solução e o valor de pKa do par ácido/base, foram realizadas
três soluções tampão A, B e C com três valores teóricos
iniciais de pH 6,2; 7,2 e 8,2 respetivamente sendo que uma
delas apresentava o valor de ph inicial igual ao de pKa. Foi
determinado o valor experimental de pH obtido para cada uma
das três soluções e concluiu-se que apesar da existência de
diferenças entre os valores teóricos e experimentais, estas
sugerem uma preparação talvez imprecisa das soluções stock
2-
de HPO /H PO -, ou também um erro na calibração do
4 2 4
potenciómetro que poderá́ ter influenciado os resultados
finais. A acrescentar, existem sempre os erros do material
utilizado e dos arredondamentos feitos nos cálculos.
5. Conclusões
Com esta atividade laboratorial conclui-se que quanto mais
próximo está o valor de pH de uma solução tampão do pKa do
par ácido/base que a compõe, maior é a sua capacidade para
resistir a variações de pH perante a adição de um ácido ou de
uma base forte.
Referências
[1] Quintas, A (2008) Bioquímica: Organização Molecular da
Vida 2008; 1ª Edição, LIDEL, Lisboa, Portugal.