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(PORTUGUÊS) Manual de Acabamento e Polimento - OPTICAL
(PORTUGUÊS) Manual de Acabamento e Polimento - OPTICAL
Para falar a verdade, preferimos dizer que você irá se tornar um cirurgião-dentista
muito mais crítico e assertivo nas suas abordagens com resinas compostas.
Por que?
C
CROMA
M AP VALOR
I MATIZ
Figura 3. Desenho esquemático demonstrando as diferenças encontradas nos dentes naturais entre os seus terços,
segundo Bazos & Magne2: região cervical possuindo maior croma, terço médio com maior luminosidade em função da
presença da área plana (AP), e terço incisai possuindo maiores variações de matiz (cores), em virtude das características
opalescentes e contra-opalescentes, denotando colorações variadas.
Após a finalização completa do processo
de estratificação das camadas de com-
pósitos (Figuras 2A-D), inicia-se um dos
procedimentos mais desafiadores da
restauração: o acabamento e polimento da
superfície. É importante salientar que para
A
se conseguir um excelente polimento
superficial, o profissional deverá garantir
que a resina alcançou o máximo de
conversão possível, justamente porque
uma resina sub-polimerizada será incapaz
de manter o seu polimento de forma
duradoura3. B
Convém sempre a necessidade de criar
parâmetros simplificados e aplicáveis para
o restabelecimento de quatro princípios
básicos: morfologia, textura, polimento e
brilho.
Sabemos que as alterações de forma e
C
textura superficial são reconhecidas pron-
tamente pelo paciente, até mesmo se a cor
não estiver similar aos dentes vizinhos. Os
dentes naturais, por sua vez, possuem
características superficiais extremamente
diversificadas, podendo os aspectos da
face vestibular se distinguir conforme
D
idade do paciente, hábitos de higiene ou
Figuras 4A-D. Aspecto inicial (A). Mapeamento
até modos alimentares. O ato de observar
cromático utilizando as cores BL-XL, Trans 30, Trans
os dentes naturais (Figura 3 A e B) previa- Opal (Empress direct - Ivoclar Vivadent) e MW (Este-
lite Ômega - Tokuyama) (B). Isolamento absoluto do
mente a execução de qualquer proce- campo operatório (C). Aspecto final vista frontal (D).
dimento restaurador torna-se fundamental,
uma vez que, podemos ter dentes com alta
textura superficial ou dentes com uma
superfície lisa, sem muitos detalhes.
7
10 3
9 8
4
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20
3 PLANOS VESTIBULARES
7 ANATOMIA SECUNDÁRIA
8 ANATOMIA TERCIÁRIA
9 ACABAMENTO INTERPROXIMAL
Pl$o h%izоt'
C D
Figuras 7 A-D: A. Enceramento diagnóstico digital utilizando o software Exocad; B. Prova da guia
palatina;; C. Correto plano horizontal após restaurações diretas em resina composta; D. Fotografia
de face durante o trans-operatório feita com o objetivo de analisar o paralelismo entre o plano
horizontal e a linha bi-pupilar.
3 PLANOS VESTIBULARES
8 9
Figura 8: Espelhos oclusais são excelentes alternativas para o restabelecimentos dos planos
vestibulares: cervical, médio e incisai, justamente por facilitar a nossa visualização indireta e manter
uma posição de trabalho mais ergonômica.
Figura 9: Para ajustes do contorno cérvico-incisal se faz necessário o posicionamento de 12 horas.
10A 10B
Arestas mais Arestas mais
próximas entre si distantes entre si
11A 11B
Figuras 10 A e B: Posicionamento das arestas de reflexão. A. Quanto mais próximas entre si, maior a sensação visual de
que os dentes são mais estreitos e longos. B. Quanto mais distantes entre si, maior a sensação visual de que os dentes são
mais largos e curtos.
Figuras 11 A e B: Demarcação do posicionamento das arestas de reflexão. A. Marcação inicial. B. Marcação desejada.
Para se determinar uma anatomia primária go eixo dentário, fazemos uma marcação
próxima ao planejado, é necessário de cervical em direção a incisal, gerando o
estabelecer critérios com relação ao posicionamento atual da aresta (Figura
posicionamento das linhas de brilho, 9A). Visto que nem sempre a demarcação
também chamadas de arestas de reflexão se assemelha ao posicionamento que foi
vestibulares. Essas linhas delimitam a estabelecido no enceramento diagnóstico,
junção entre a área de espelho, que é a se faz uma segunda marcação onde é
área de reflexão de luz, e a área de sombra, utilizado uma outra cor, preferencialmente
também chamada de área de fuga de luz um lápis de cor azul, que tem como finali-
(Figura 1). E como realizamos a demarca- dade de estabelecer o novo posiciona-
ção das arestas? Com um lápis preferen- mento das arestas de reflexão (Figura 9B).
cialmente vermelho, perpendicular ao lon-
Caso haja coincidência na localização das dente tem uma característica mais larga e
marcações, significa que, naquela região curta, e quanto mais próximas entre si,
específica, a aresta está num bom maior a sensação de que o dente é mais
posicionamento; caso elas estejam diver- estreito e longo.
gentes entre si, necessita-se desgastar a Muitas vezes o aspecto mais vestibulari-
marcação vermelha justamente por ela zado da área de sombra gera uma percep-
não estar no seu posicionamento ideal. ção errônea do posicionamento das
Para isso, recomenda-se a utilização de arestas. Para tanto, com um disco de lixa
brocas multilaminadas numa rotação míni- de granulação média em 45° partindo de
ma, em torno de 8-10.000 ou discos de cervical em direção ao terço incisal, pode-
granulação média, de modo que, gere um mos realizar um desgaste seletivo em todo
acabamento mais adequado da superfície o corpo da dessa área, re-posicionando-a
e em consequência uma anatomia pri- de forma mais palatinizada, isso gerará um
mária mais fidedigna. Isso significa que ponto de contato também mais palatiniza-
quanto mais as arestas estão distantes do e uma percepção visual vestibular de
entre si, maior sensação visual de que o delicadeza a todo o sorriso.
C E
Figura 12 A-E: A. Aspecto inicial. B. Aspecto final após restaurações (vista frontal). C. Vista lateral
aproximada. D. Aspecto inicial pré-acabamento, observa-se arestas mais próximas ao ponto de
contato. E. Aspecto após acabamento e polimento. Observem o aspecto mais estreito dos dentes, isso
se dá pelo posicionamento das arestas e redução da percepção visual vestibular das áreas de sombra.
5 ABERTURA DAS AMEIAS
Esta etapa é uma das fundamentais para a Preferimos esses discos justamente
criação de uma morfologia adequada, porque repercutirão num desgaste
quanto mais fechadas estão as embra- extremamente seletivo, para que não seja
suras incisais, maior a percepção de um removida a camada proximal repercutindo
dente com uma característica mais larga, num diastema inesperado. Para isso,
ou maior a possibilidade de criação de utilizamos o disco no sentido paralelo ao
uma característica morfológica triangular, longo eixo dentário com a granulação
quadrangular ou retangular. vo l t a d a p a r a a h a s te d o m a n d r i l ,
Para o ajuste mais previsível das ameias, rotacionando preferencialmente de
fazemos a utilização de discos de lixa de palatina em direção a vestibular, para que
granulação extra-fina, aqueles mesmos o formato da ameia seja mais
guardados há muito tempo no consultório correspondente a naturalidade.
sem utilização; eles sempre associados à Recomenda-se que o paciente esteja
fitas dentais, justamente para gerar um deitado, e o dentista na posição de 12
afastamento do ponto de contato para a horas. A rotação do disco deverá ser
inserção do disco com consecutivo mínima, em torno de 5-8.000 rpm sem
polimento interproximal. irrigação.
A B
Figura 13 A e B: Sempre que realizar o ajustes das ameias incisais, tenha preferência pela utilização
de discos de lixa de granulação extra-fina associados a fita dentais. A interposição desta no ponto
de contato, gerará um afastamento primordial para o reposicionamento das ameias, bem como um
consecutivo polimento na área.
6 ACABAMENTO DA SUPERFÍCIE PALATINA
Figura 14: Para evitar excessos na camada palatina, recomenda-se sempre realizar uma
demarcação entre o encontro da guia com o substrato. Observem que não há sobrecontorno, a
camada de esmalte acromático acompanha o desenho da estrutura remanescente.
7 ANATOMIA SECUNDÁRIA
Figura 16: Desenho esquemático das periquimáceas ou microtexturas horizontais. São linhas
extremamente finas e muito próximas umas das outras, mais predominante em dentes de pacientes
jovens.
9 ACABAMENTO INTERPROXIMAL
Figura 17 A e B: Tiras de lixa Epitex posicionadas para acabamento interproximal em forma de “S”,
com o objetivo de gerar lisura superficial sem remover o ponto de contato. A. Tira de lixa de
granulação fina. B. Tira de lixa de granulação extra-fina.
10 POLIMENTO E BRILHO FINAL
Após definição das anatomias primárias, 8-12000 rpm é a rotação indicada, sempre
secundárias e terciárias, possibilitaremos a associado a irrigação constante com leve
suavização das características obtidas pressão na mão. Lembre-se, o que faz o
pelas brocas multilaminadas, pontas dia- polimento superficial é o atrito das partí-
mantadas e discos. Para tanto, se faz culas abrasivas na superfície e não a
necessário a utilização de borrachas, a pressão e velocidade da borracha sobre a
nossa preferência são as em formato de superfície.
taça, justamente por possuírem uma Temos preferência pelas borrachas Flexi-
disposição melhor nas regiões cervicais, cups (Cosmedent) por possuírem uma fle-
cérvico-proximais, proximais, além dos xibilidade fantástica e uma alta quantida-
terços incisal e médio, tanto das regiões de de partículas. Outras marcas comer-
vestibulares quanto palatinas. cais também podem ser utilizadas como
Iniciamos com as borrachas de granula- Dh pro, Jiffy (Utradent), Astropol (Ivoclar
ção média, justamente pela superfície já se Vivadent), ASAP (Cosmedent) e Eve
apresentar de forma “acabada”. Diacomp Twist (Odontomega) nos
formatos formatos espiral, chama,
disco e taça, tendo dimen-
sões distintas conforme
marca comercial.
Lembre-se que os sistemas
de borrachas possuem dife-
A B rentes granulações, sendo
necessário percorrer de for-
ma gradual por todo o sis-
tema de acabamento e poli-
mento, iniciando com a
borracha mais abrasiva e
finalizando com a borracha
de menor abrasividade.
2 2 2. CÉRVICO-PROXIMAL
3. PROXIMAL
5
3 3
4. INCISAL
5.MÉDIO
4
Figura 19. Desenho esquemático demonstrando o método de utilização das borrachas tipo taça. Se inicia pela
região cervical (1) com a taça perpendicular ao longo eixo do dente, na sequência passando para região cérvico-
proximal (2) com a taça no mesmo sentido; posteriormente, também perpendicular ao longo eixo com discreta
angulação voltada para o ponto de contato, se faz um movimento no sentido cérvico-incisal, para gerar o polimento
das proximais e áreas de sombra (3); com a borracha paralela ao longo eixo, realiza-se o polimento dos terços incisal
(4) com angulação de aproximadamente 45o para palatina, e médio (5), abrangendo toda a área de espelho.
As borrachas devem ser utilizadas em toda ximal (3), e a região próxima ao ponto de
a superfície do compósito, possibilitando contato. Vale ressaltar que mudanças no
suavidade nas transições das formas sentido de rotação da borracha podem ser
anatômicas previamente definidas. realizadas nesse momento a depender da
O polimento da região cervical (1) deve ser face (mesial ou distal) que esteja traba-
feito com uma borracha perpendicular ao lhando. Destaca-se o seu direcionamento
longo eixo dentário, com o ato de moldá-la rotativo sempre voltado para a incisal, de
ao acordo com perfil de emergencia e a modo a não realizar um contato acidental
interface entre resina-remanescente, para com a papila interdental.
tanto, é necessário possuir uma borracha De forma posterior, em virtude da proximi-
com alta flexibilidade, para que cumpra o dade para com os ângulos incisais, realiza-
papel recomendado. se o polimento em todo o terço incisal (4),
Na sequência a borracha deve caminhar com uma ligeira inclinação de 45o da bor-
em direção ao ângulo cérvico-proximal (2) racha para a palatina, seguido da região
seguindo por toda extensão da área de medial (5), abrangendo toda a área de es-
sombra até a ameia incisal, com o objetivo pelho (reflexão de luz).
de gerar um polimento em toda a área pro-
A B C
D E F
G H I
J K L
M N O
P Q R
Figuras 20 A-R: Etapas sequenciais de uma estratificação policromática; A. Aspecto inicial (vista extra-oral); B. Aspecto inicial (vista intra-oral); C.
Após remoção das restaurações insatisfatórias em resina composta; D. Isolamento absoluto do campo operatório; E. Prova da guia palatina em
silicone de adição; F. Tira de poliéster posicionada após confecção das camadas palatinas com a resina Trans (Forma, Ultradent); G. Camadas
proximais executadas com a resina MW (Estelite Ômega, Tokuyama); H. Camadas de dentina A1 (Empress direct, Ivoclar Vivadent) aplicadas para
mascarar a linha de união; I. Camadas de esmalte executadas com a resina MW (Estelite Ômega, Tokuyama); J. Demarcação dos planos
vestibulares e arestas de transição; K. Execução da etapa de polimento superficial com a utilização da borracha de granulação média (Flexicup,
Cosmedent); L. Utilização da borracha de granulação fina (Flexicup, Cosmedent); M. Utilização da borracha espiral ASAP (Cosmedent); N. Brilho
final obtido com pasta Enamelize e feltro Flexibuff (Cosmedent); O. Interposição da pasta na região proximal para posterior utilização do fio dental
de maneira ativa; P. Resultado final (vista intra-oral); Q. Resultado final (vista intra-oral lateral); R. Resultado final (vista extra-oral).
A partir do momento que temos a Lembre-se de utilizar polidores usados,
superfície com a lisura superficial mais justamente porque após o seu uso, as par-
acentuada por meio da utilização das tículas são expostas e a capacidade de po-
borrachas de granulação média, partimos lir se torna muito maior, bem como a sua
para utilização das borrachas de capacidade de desgaste.
granulação fina seguindo a mesma Para obtenção do brilho final recomenda-
cronologia. É importante que após cada se iniciar com as borrachas espirais de
substituição, lave-se a superfície antes de granulação fina/extra-fina (ASAP ou Eve).
iniciar com o outro instrumento, em Para finalizar, discos de feltro em
virtude da possibilidade de soltura das associação a pastas de óxido de alumínio
partículas da borracha durante o uso, (Flexibuff + Enamelize, Cosmedent), as
impedindo com que o polidor de menor quais possibilitarão um polimento e brilho
granulação possa agir de maneira eficaz. em todas as superfícies.
Vale salientar da importância de polimento
também da região interproximal, uma dica
importante é aproveitar a pasta em
excesso acomodada sobre a região e
realizar um movimento com o fio dental de
vestibular para a palatina (figura 19O) e
vice-versa contra a face correspondente,
gerando assim uma superfície mais lisa.
Brocas e Pontas
Broca multilaminada 7664 (Angelus)
Broca multilaminada H48L (Cosmedent)
Broca multilaminada 7642 (Angelus)
Broca multilaminada 7408 (Angelus)
Ponta diamantada 2200F (KG Sorensen)
Ponta diamantada 3118FF (KG Sorensen)
Ponta diamantada 1111 (KG Sorensen)
Mandril
Mandril para disco CA (FGM)
Mandril Pop-on (3M Espe)
Mandril de encaixe (Cosmedent)
Mandril para CA - Adaptador FG (Dh pro)
Contra-angulos
CA Multiplicador 1:5 (NSK)
CA Convencional 1:1 (NSK)
Espelho Oclusal
IBM-001 (Indusbello)
IBM-005 (Indusbello)
Discos Abrasivos
Sof lex Pop-on série Laranja (3M Espe)
• Grosso - Médio - Fino - Extra-fino
Flexidiscs (Cosmedent)
• Extragrosso - Grosso
Médio - Fino - Extra-fino
Optidisc (Kerr)
• Extragrosso - Grosso/médio - Fino - Extra-fino
Lapiseiras
Grafite 0.7mm - Azul
Grafite 0.7mm - Vermelha
Fios/Fitas dentais
Superfloss (Oral-B)
Easy Tape (Edel White)
Borrachas abrasivas
Flexicup (Cosmedent)
• Médio - Fino
Jiffy (Ultradent)
• Grosso - Médio - Fino
Espirais diamantados
Eve Diacomp Plus Twist (OdontoMega)
Médio - Fino
Espiral diamantado A.S.A.P. (Cosmedent)
• Alto brilho
Pastas
Enamelize (Cosmedent)
• Pasta de Óxido de alumínio
Discos de feltro
Diamond Flex (FGM)
Flexibuff (Cosmedent)
Tiras de lixa
Epitex (GC)
• Grosso - Médio - Fino - Extra-fino
Flexistrips (Cosmedent)
• Grossa - Média - Fina - Extra-fina
Tira serrilhada
Komet
Dh pro
TDV (Microcut)
Laminas de bisturi
No 12 e No 11
REFERÊNCIAS
1. Sterrett JD, Oliver T, Fortson W, Robinson F, Knaak B, Russel CM. Width/length ratios of
normal clinical crowns of maxillary anterior dentition in man. J Clin Periodontol 1999;
26: 153–157.
3. Rueggeberg FA, Giannini M, Arrais CAG, Price RBT. Light curing in dentistry and clinical
implications: a literature review. Brazilian oral research 2017;31:e61.
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