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DE LIGAS DE ZINCO
PARA FUNDIÇÃO
Índice
Capítulo 1 4
O processo de fundição
Capítulo 2 12
Por que utilizar ligas de zinco para fundição?
Capítulo 3 26
Tipos de ligas de zinco para fundição sob pressão
Coordenação geral: Carina Todorov - Votorantim Metais
Capítulo 4 31
Coordenação técnica: Engª. Carolina de Barros Aires - Votorantim Metais
Evitando defeitos no processo de fundição sob pressão
Produção, edição, projeto gráfico e revisão: Symbia Business Marketing
Revisão técnica: Prof. Jefferson Malavazi - SENAI Nadir Dias de Figueiredo Capítulo 5 36
Revestimentos de superfície
O processo de fundição
Capítulo 1
O processo de fundição
Fundição é o processo de produção de peças metálicas por meio FUNDIÇÃO SOB PRESSÃO eletrônico do processo de fundição emite alertas sobre defeitos
do preenchimento com metal líquido de um molde com cavidades (FUNDIÇÃO POR INJEÇÃO A ALTA PRESSÃO) iminentes antes de sua ocorrência.
no formato desejado.
A fundição sob pressão é um processo de formação no qual o Além das melhorias tecnológicas e controle de processo, existem
As peças produzidas dentro desse processo variam entre peque- metal fundido é injetado em velocidade e pressão controladas as melhorias das ligas de zinco, como ligas com maior fluidez e
nas e grandes. O diferencial está na versatilidade: a fundição per- em uma cavidade de um molde de aço. A cavidade é usinada menor quantidade de impurezas.
mite a produção de peças com formatos complexos, geometrias com precisão e tolerância rígidas, em um bloco de aço resistente
côncavas e convexas, o que não acontece em outros métodos. ao calor. Os designers podem alcançar os benefícios da fundição consul-
tando uma empresa desse segmento, que emprega tecnologia
Os processos de fundição diferem pelo tipo de molde O tempo de preenchimento pode ser apenas alguns milésimos avançada desde os estágios iniciais do design. Essa interação
e pelo tipo de vazamento, conforme esquema abaixo. de segundo para os componentes menores; já para os maiores, pode reduzir o custo do produto, eliminando muitas operações
meio segundo. Esse tempo extremamente curto para o preenchi- de usinagem de acabamento e diminuindo a quantidade de metal
Serão detalhados neste manual os processos de fundição sob mento do molde minimiza a tendência do metal em solidificar-se aplicado.
pressão e por centrifugação das ligas de zinco utilizadas para prematuramente, e possibilita seu fluxo até o preenchimento de
esse propósito. seções muito finas. O molde é mantido a uma temperatura de Existem dois ciclos básicos de fundição sob pressão: câmara
aproximadamente 150 °C abaixo da temperatura de solidificação quente e câmara fria. O processo em câmara quente é normal-
do metal, fazendo com que essa etapa seja mais rápida, frente a mente utilizado para as ligas do tipo Zamac 3, 5 e Flux. O proces-
Molde descartável outros processos de fundição. Por causa da rápida solidificação, so de câmara fria é voltado para as ligas ZA-12 e 27. A única liga
a peça injetada desenvolve propriedades exclusivas, que não são que pode ser usada em ambos é a liga ZA-8.
Modelo permanente Modelo descartável
possíveis em outros processos.
A Votorantim Metais foi pioneira no desenvolvimento da Liga
Durante o processo, é mantida uma alta pressão de injeção, nor- Zamac Flux no Brasil. A liga apresenta melhor fluidez em pro-
malmente de 16 a 69 MPa, promovendo preenchimento comple- cessos industriais, chegando a ser 40% maior que a liga Zamac
Fundição
to da cavidade e reproduzindo fielmente os detalhes complexos, 7. Dessa forma permite a obtenção de peças com paredes ultra-
Moldes de água e aglomerante de argila Molde de resina
Moldes sem
Moldes de aglomerante silicatado
Molde com de Modelo com superfície de excelente qualidade e alta precisão dimensio- finas, de até 3mm, com excelente preenchimento e acabamento
aglomerante plastificante investimento evaporativo nal. Após a injeção da peça, algumas vezes são necessárias ope- superficial. Além disso, a microestrutura e as propriedades mecâ-
(cera perdida)
rações de usinagem e, em muitos casos, os componentes já têm nicas resultantes na peça são comparáveis às obtidas com a liga
as dimensões finais de projeto devido à alta precisão obtida pela de Zamac 7.
fundição das ligas de zinco. O ciclo curto de tempo, associado à
Fundição capacidade de obtenção de várias peças em cada ciclo faz com A liga ZamacFlux tem sido utilizada mundialmente na fundição de
Fundição Fundição Fundição em areia
Fundição
Fundição Fundição Fundição
Fundição em
Fundição Fundição Fundição que o processo seja vantajoso para altos volumes de produção. dissipadores de calor, envoltórios de aparelhos celulares, rádios e
em areia em areia de alta silicosa e shell em caixa em caixa em silicato Molde cerâmico a areia a molde
verde seca pressão matéria
em poços
molding aquecida fria
processo v
co2 perdida cheio eletrônicos e componentes decorativos.
orgânica Ao longo dos anos, o processo de fundição evoluiu considera-
velmente. Hoje, é possível produzir peças com acabamentos de Zamac flux: um novo leque de possibilidades ao projetista, alian-
Fundição Fundição superfície, tolerâncias dimensionais e espessuras de parede que do estética e resistência mecânica incomparáveis!
processo processo eram inimagináveis. Orifícios perfurados e outros atributos são
unicast shaw
produzidos sem desbaste e com tolerâncias muito próximas, eli-
minando operações caras de usinagem de acabamento.
CICLO DE INJEÇÃO
TAB. 1 TRADUZIDO E ADAPTADO: ZAMMATTIO, G. INNOVATION ON ZINC DIE CASTING. 2013 ZINC DIE CASTING CONFERENCE, PRAGA, 2013. Uma das capacidades mais importantes do processo é a pos-
sibilidade de redução da espessura da parede da peça obtida. As configurações básicas possibilitam que a injetora produza pe-
Antes, a espessura da parede para componentes estruturais era ças, mas isso não assegura a sua qualidade. O objetivo inicial é
normalmente especificada de acordo com o mínimo que poderia configurar a injetora para que ela complete um ciclo sem inter-
Molde permanente ser fundido, e não com as exigências mecânicas e estruturais. rupção. Quando essas configurações básicas, que possibilitam a
Componentes decorativos exigiam uma espessura suficiente de operação do molde e da injetora são definidas, é possível ajustá-las
Fundição por injeção Fundição por centrifugação Fundição a vácuo parede para evitar a porosidade e, assim, garantir uma superfície para o aumento da produção.
de qualidade.
Centrifugação Sob pressão gerada
Squeeze casting Slush casting Baixa pressão Alta pressão Semicentrifugada
verdadeira pela centrifugação
As peças atuais podem ser projetadas com maior ênfase nos
Câmara quente Câmara fria critérios estruturais e menos limitações em termos de proces-
so, devido à utilização de sistemas de controle de injeção que
mensuram, controlam e monitoram o fluxo do metal para a fun-
dição. Além disso, podem ser acoplados ao molde sistemas de
vácuo que praticamente eliminam a porosidade e promovem o
TAB. 2 TRADUZIDO E ADAPTADO: ZAMMATTIO, G. INNOVATION ON ZINC DIE CASTING. 2013 ZINC DIE CASTING CONFERENCE, PRAGA, 2013 E ASM METALS HANDBOOK 9TH EDITION– CAPÍTULO 15: CASTING, 1992. preenchimento de partes complexas da peça. O monitoramento FIG. 1 DETALHE DO PREENCHIMENTO DO MOLDE
4 5
O processo de fundição
Na prática, o molde e a liga têm um efeito direto sobre a per- Para facilitar a retirada das peças do molde é aplicado um lubri- peça em aderir a algumas partes do molde – especialmente ca- estabelecidos e testados para garantir que ele comece na parte
formance da injetora e devem ser considerados na definição das ficante antes da abertura. Isso resulta em um efeito indireto de nais – em virtude do aumento na contração. inferior e termine na parte superior da cavidade. A configuração
configurações. Nessa etapa, deve-se assegurar que o design do resfriamento do molde e, assim, pode também ser utilizado para do percurso do cabeçote de pulverização deve ser o suficiente
molde esteja correto e que a liga seja adequada. Após a lubrifica- alterar a sua temperatura. para lubrificar toda a cavidade. A distância percorrida não de-
ção e o fechamento do molde, o ciclo de injeção tem início na pri- pende da velocidade e da quantidade pulverizada.
meira fase, quando o pistão começa a descer; e termina quando A temperatura afeta a qualidade da peça principalmente no Velocidade de abertura do molde
o metal chega à câmara, um pouco antes do início do enchimento momento da extração. Quando a temperatura do molde é mui- Por outro lado, a velocidade do cabeçote de pulverização e a
da cavidade. É aconselhável escolher a menor velocidade possível to alta, pode-se provocar defeitos na superfície, como bolhas e A abertura do molde começa ao final do período de resfriamento. quantidade pulverizada são correlatas. Juntas, elas determinam
do pistão nessa fase, a fim de minimizar as perdas de pressão fragilidade a temperaturas altas. Quando a temperatura é muito Assim como a velocidade de fechamento do molde, a de abertura a quantidade de vaporização aplicada na cavidade. Para uma
(por atrito e por turbulência) e evitar que o metal desgrude das baixa, podem surgir defeitos na superfície, como linhas de fluxo possui pouca influência sobre a temperatura. determinada quantidade pulverizada, quanto maior a velocida-
paredes do molde e que, consequentemente, favoreça a retenção ou inclusões. de, menor a quantidade aplicada. Dependendo do produto, a
de ar. A perda de pressão no metal é resultante de toda a energia Os tempos de abertura e fechamento são muito curtos para surtir lubrificação pode ser realizada a cada 3 ou 4 ciclos, elevando a
que se opõe ao seu fluxo. Esse fator inevitável é resultante do qualquer efeito real sobre o resfriamento da peça. O objetivo produção.
atrito do metal com as paredes do molde e da turbulência causa- é sempre alcançar uma alta taxa de produção, configurando a
da pelas mudanças no formato e na seção transversal dos canais. Controle de temperatura do molde velocidade de abertura do molde para se obter a mais rápida,
permitida pelas características do molde e especificamente pelo
Quanto menor a velocidade, menor é a perda de pressão e maior O controle de temperatura pode ser alcançado pela circulação de formato da peça. Uma velocidade muito alta pode danificar uma EXTRAÇÃO
a tendência do metal em permanecer em contato com as pare- um fluido com uma série de canais no molde. A disposição desses peça frágil.
des, evitando, dessa forma, o risco de inclusão de ar. Ao mesmo canais no molde é determinada em seu projeto para alcançar um A extração é o processo que libera a peça solidificada no mo-
tempo, a velocidade não deve ser muito lenta para permitir a so- equilíbrio térmico interno. A temperatura do fluido em fluxo cons- mento de abertura do molde. Para essa operação é necessário
lidificação do metal durante o percurso. Durante a segunda fase tante não é exatamente a mesma que a temperatura do molde, configurar, pelos menos, o percurso dos extratores e sua veloci-
de sua descida, a velocidade do pistão aumenta para preencher que geralmente varia entre 120 °C e 250 °C. Com base na tempe- Retardo no avanço dos extratores dade de avanço.
a cavidade o mais rápido possível para um bom preenchimen- ratura real é possível ajustar não apenas o controle de tempera-
to. Esse tempo deve estar de acordo com o recomendado pelo tura, mas o nível de lubrificação do molde e a taxa de produção. O retardo de extração é o tempo de espera antes desse processo. Uma terceira configuração possibilita que esse processo seja reali-
designer do molde. Esse aumento da velocidade é aplicado ao Quando há um aumento na taxa de produção, a temperatura do Ele permite que a peça continue seu resfriamento antes de ser re- zado várias vezes, o que é opcional.
metal quando ele está na entrada da cavidade. No entanto, não molde também eleva. Quando há um aumento na lubrificação do almente extraída e determina o tempo em que o molde é aberto
se pode dizer que a velocidade do metal na entrada seja igual à molde, a temperatura é reduzida. com a peça no lado móvel, ampliando o tempo de resfriamento
velocidade do pistão, pois a seção transversal da entrada é me- da peça antes da extração.
nor do que a do pistão. Como o volume de metal transferido é o Percurso dos extratores
mesmo, a velocidade na entrada é maior do que a velocidade do
pistão. No final do processo de preenchimento, a pressão deve Velocidade de fechamento do molde A movimentação dos extratores empurra a peça para fora do
ser mantida para neutralizar a contração, a qual todo metal está Tempo de abertura do molde molde. Para que isso seja feito, o percurso deve ser longo o sufi-
sujeito, durante a solidificação. O tempo de compressão final é Após o término da injeção o molde é aberto para a extração da ciente para os extratores irem além da borda da parte móvel do
dado pela soma do tempo de descida do pistão (na primeira e na peça e o ciclo recomeça com nova lubrificação do molde. Para O tempo de abertura do molde começa após a extração da peça, molde. No entanto, o percurso não deve ser muito longo, pois
segunda fase) e do tempo de permanência na posição mais baixa programar o fechamento do molde antes da injeção basta con- quando os extratores forem recuados. O molde vazio esfria rapi- reduzirá a taxa de produção.
para manter a pressão sobre o metal. O valor desse tempo deve figurar a velocidade de seu fechamento. Teoricamente, quanto damente durante esse período, tendo uma influência significativa
permitir que o pistão desça completamente e permaneça nesse maior a velocidade de fechamento, menor o tempo que o mol- sobre a temperatura do molde. Por esta razão, a primeira produ- Além disso, recomenda-se que as placas dos extratores não en-
ponto por, pelo menos, meio segundo. de tem para resfriar. Na prática, a velocidade de fechamento do ção deve ser realizada com um tempo moderado de abertura do trem em contato com o molde, a fim de evitar um desgaste pre-
molde tem pouca influência sobre sua temperatura. Em todo o molde, isto é, cerca de 4 segundos. Se a temperatura permitir, é maturo do sistema de extração. O percurso deve, então, estar
caso, seja qual for a velocidade, o molde tem pouco tempo para possível reduzir o tempo para aumentar a taxa de produção. sempre abaixo do máximo.
resfriar em contato com o ambiente. O objetivo é sempre alcan-
CICLO DE RESFRIAMENTO çar uma alta taxa de produção, fazendo com que a velocidade
seja a maior possível, levando em consideração as características
O controle de temperatura do molde é o meio mais direto para do molde. Moldes mais robustos suportam velocidades de fecha- LUBRIFICAÇÃO DO MOLDE Velocidade dos extratores
regular a temperatura. No entanto, existem outros fatores indire- mento mais elevadas.
tos que afetam a temperatura do molde e da peça, como a velo- A lubrificação do molde pode ser feita por meio de processo ma- A velocidade dos extratores deve ser a mais rápida possível, pois,
cidade de fechamento e de abertura do molde, o tempo de res- nual. Entretanto, algumas injetoras mais modernas possuem um basicamente, é ela que determina o processo de extração. No
friamento, o retardo de extração, o tempo de abertura do molde sistema de lubrificação que permite maior controle e, consequen- entanto, nem todas as peças conseguem resistir ao impacto cau-
e, em especial, a taxa de produção. Quanto maior a taxa de pro- Período de resfriamento temente, economia no processo. sado pela alta velocidade dos extratores. É importante observar
dução, menos tempo o molde tem para resfriar e, portanto, maior que a temperatura da peça na extração também afeta o pro-
a temperatura do molde e das fundições que ele produz. O período de resfriamento começa quando o pistão está na posi- As três configurações que controlam a lubrificação do molde: o cesso. Em altas temperaturas, a resistência mecânica da peça é
ção retraída e termina na abertura do molde, logo após o período percurso do cabeçote de pulverização, sua velocidade e a quanti- menor. Até uma peça relativamente robusta pode ser danificada
de solidificação da peça. O valor escolhido para o período de dade pulverizada. Estes, em conjunto, definem, a quantidade de se a temperatura for muito alta no momento da extração.
resfriamento determinará o instante de abertura do molde. Se lubrificante aplicada na cavidade.
esse período for curto demais, a peça ainda estará muito frágil e
a abertura ou extração do molde poderá danificá-la. Portanto, o Essa dosagem aplicada na cavidade determina a facilidade de
resfriamento com tempo inferior a um segundo não é recomen- extração da peça, que também afetará a temperatura do molde. Retardo na retração
dado. Por outro lado, um período de resfriamento muito longo
poderá reduzir a taxa de produção e aumentar a tendência da Tal configuração é realizada visualmente. Na prática, os pontos O retardo de retração dos extratores estabelece o tempo durante
FIG. 2 DETALHE DO FECHAMENTO DO MOLDE de início e término do percurso do cabeçote de pulverização são a permanência na posição avançada, antes de retornarem à posi-
6 7
O processo de fundição
ção de retração. Dessa forma, quando esse retardo é zero, os ex- de aproximadamente um terço do diâmetro do cilindro, formando contém o metal mais frio, o que pode resultar em defeitos na 2 Funil de Cerâmica
•
tratores retraem ao final do seu percurso. Na maioria dos casos, o a característica “bolacha”. As etapas seguintes são idênticas ao fundição. A tecnologia atual de fundição aplicada ao sistema de para Metal Fundido
tempo de retardo será nulo. O cabeçote de pulverização não desce ciclo de câmara quente. alimentação de metal e um bom projeto do sistema de refrigera-
até que os extratores tenham sido recolhidos, a menos que a opção ção/aquecimento dos moldes podem evitar esse tipo de defeito.
“pulverização com extratores em avanço” tenha sido configura- 3 Prato Rotativo
•
da. Neste caso, o retardo garante a lubrificação dos extratores. Em alguns casos é necessário alocar bolsas acopladas às cavida-
Molde Superior
4 Prato
des do molde para minimizar defeitos em algumas áreas críticas.
•
Inferior
Repetição da extração A bolsa recebe o metal mais frio e permite que o metal com tem- 1 Temporizador
•
5 Seção
•
Pistão
peratura mais elevada que vem a seguir preencha a cavidade do de Ciclo de Molde
Gooseneck
A repetição da extração acontece quando a peça não pode ser Metal
molde. As bolsas devem ser utilizadas apenas quando necessário, e
extraída de uma única vez. No entanto, quando surge uma difi- Fundido
Cadinho
seu tamanho deve ser cuidadosamente calculado, pois constituem 6 Ajuste de
•
Pressão do Ar
Rotação (R.P.M.)
I • Fundição sob pressão gerada pela centrifugação (centrifuge O processo de fundição por centrifugação pode ser dividido em 6
CÂMARA FRIA centrifugal casting): é utilizada para a obtenção de peças com passos básicos: (GOODWIN, F. Centrifugal Casting of Zinc alloys.
B o mesmo formato do molde. No entanto, o eixo de rotação é In: Latiza Seminar, Medellin, 2009).
O processo em câmara fria é utilizado principalmente para as li- externo às peças e a força centrífuga é responsável por gerar
gas ZA-12 e 27, pois a temperatura de fundição dessas ligas está C M K uma pressão que fará o metal preencher o molde. A fundição 1. Preparação do molde: os moldes consistem em duas metades
dentro do intervalo no qual ligas zinco-alumínio podem atacar o A - LINHA DE FECHAMENTO G - CANAIS ENTRADA DA CAVIDADE de ligas de zinco com moldes de borracha se encaixa nesse de formato circular e não curadas. Os modelos das peças de-
B - LADO FIXO H - ESPALHADOR
aço do gooseneck e do pistão. Esse é o mesmo processo utilizado C - FIXO DO MOLDE I - MACHO FIXO
processo. vem ser distribuídos no molde, ao redor do eixo de rotação, de
para fundição de ligas de alumínio. A sequência para esse ciclo é D - CAIXA J - PINOS EXTRATORES
forma simétrica. É necessário garantir o equilíbro em rotação
basicamente a mesma que a do ciclo de câmara quente. E - PLACA EXTRATORA K - RACK Esse manual detalhará o terceiro processo citado pelo ASM Me- para evitar vibrações que prejudiquem a qualidade das peças.
F - ORIFÍCIO DO CANAL DE ENTRADA NO L - CAVIDADE DO MOLDE tals Handbook com moldes de borracha, mais conhecido como Caso não seja possível, o equilíbrio deve ser mantido, no mí-
Em vez de submergir o cilindro, o metal fundido é transferido ma- MOLDE M - PINO DE SUPERFÍCIE fundição por centrifugação ou Spin Casting. nimo, com o molde cheio. É importante manter a cavidade o
nualmente ou automaticamente em conchas para um cilindro de FIG. 4 SEÇÃO TRANSVERSAL DE UM MOLDE PARA FUNDIÇÃO SOB PRESSÃO EM CÂMARA QUENTE mais distante possível do centro de rotação, pois isso aumenta
injeção horizontal. Esse sistema não emprega canal de entrada. O a força centrífuga. Importante: manter a peça a no mínimo 1
pistão para antes de atingir o final do cilindro em uma distância A última área da cavidade do molde a ser preenchida geralmente polegada da borda do disco.
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O processo de fundição
2. Vulcanização: o molde é colocado em uma moldura para ser c) Velocidade de rotação da moldação
conduzido à prensa vulcanizadora. O processo pode ser feito a
quente, no caso de moldes densos e com pouca flexibilidade, Quanto menor a velocidade de rotação, melhor para a obtenção
ou a frio, para moldes macios e flexíveis. de peças. Peças muito complexas ou mais finas exigem maior ve-
locidade de rotação, o que gera uma força centrífuga maior para
3. Finalização do molde: após a cura do molde são adicionados os o preenchimento do molde.
canais principais e de entrada nas peças e os canais de remo-
ção de ar e gases. Esse processo é manual, feito com pequenas A centrifugação pode ser classificada de acordo com a velocidade
ferramentas de corte em "V". Durante o corte dos canais é im- de rotação (ROMANOFF, P. The complete Handbook of Centrifu-
portante levar em consideração a rotação, a força centrífuga e gal Casting, 1981, Tab Books):
a gravidade. Os canais devem evitar que o fluxo de metal bata
nas paredes e gere um turbilhonamento no preenchimento da - centrifugação ordinária: até 1.000 rpm;
cavidade, garantindo assim o melhor acabamento superficial.
- supercentrifugação: de 1.000 até 10.000 rpm;
4. Colocação do molde na máquina: o molde com os canais é
fechado e colocado na máquina de centrifugação, pronto para - ultracentrifugação: acima de 10.000 rpm.
iniciar a produção. O molde tem um furo central que está ali-
nhado à centrifugadora, para evitar que o molde seja colocado d) Temperatura do molde
de forma errada na máquina.
O molde de silicone resiste a uma temperatura de até 450°C,
5. Início do ciclo de centrifugação: com o molde colocado na má- porém tem baixa condutividade térmica, ou seja, demora para
quina, a produção pode ser iniciada com a adição do metal lí- resfriar (BEZNÁK, M. et al. The study of silicon mould’s thermal
quido. A pressão gerada pela força centrífuga força o conteúdo loading during spin casting of zinc alloys. Research Papers, nú-
líquido para dentro das cavidades do molde, preenchendo a fôr- mero 27, 2009, University of Bratislava).
ma da peça e gerando a compactação do metal.
O resfriamento do molde entre um ciclo e outro pode ser feito
6. Retirada das peças: após a solidificação da liga, as peças são com ar comprimido ou naturalmente. Apesar de aumentar o tem-
retiradas. Os canais são quebrados à mão e as peças podem po do ciclo e impactar na produtividade, essa etapa é importante
ser montadas ou levadas ao acabamento. Os ciclos de injeção para aumentar a vida útil do molde e evitar excesso de rebarbas,
com metal podem variar de 50 a 60 por hora em um processo deformação das cavidades e variação dimensional excessiva en-
bem otimizado. tre as peças de diferentes ciclos.
Parâmetros da fundição por centrifugação (BEZNÁK, M. et al. e) Qualidade e pureza das ligas
Some aspects of low melting point alloy castings production by
tekcast method. In: Metal 2010, 20/05/2010, República Tcheca.) A qualidade do material é importante para melhorar o acaba-
mento superficial. A quantidade de impurezas impacta na ge-
A qualidade da peça, o ciclo de produção e a vida útil do molde ração de borras que podem ser levadas para a peça, e também
no processo de fundição por centrifugação sofrem influência de aumenta a perda de metal.
diversos parâmetros:
a) Temperatura de processamento
ESTE CAPÍTULO FOI EXTRAÍDO DO LIVRO ZINC ALLOY CASTINGS - DESIGN AND DEVELOPMENT, TRADUZIDO E EDITADO PARA ADEQUAÇÃO AO MANUAL.
10 11
Por que utilizar ligas de zinco para fundição?
Capítulo 2
A fundição em ligas de zinco é uma ótima escolha para inúmeras • consumo de energia menor em relação a processos alternativos
aplicações, desde as funcionais às decorativas. comparáveis de manufatura em massa;
O zinco é um metal relativamente denso, que apresenta excelente • ausência de gases ambientalmente nocivos durante o proces-
durabilidade. As ligas de zinco para fundição são mais resistentes samento;
mecanicamente do que a maioria dos outros materiais, com ex-
ceção de alguns polímeros reforçados. • os resíduos derivados do método podem ser reciclados e utili-
zados para outros fins;
A dureza e a estabilidade dimensional das ligas de zinco as tor-
nam adequadas para o trabalho em componentes mecânicos, • na fundição por centrifugação, o zinco substitui ligas de chum-
como engrenagens, que durariam menos se fossem moldadas em bo e estanho, metais pesados que têm uso restrito em diversas
polímeros. aplicações.
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Por que utilizar ligas de zinco para fundição?
ESTÉTICA ATRAENTE
Aliada a um design inteligente, a versatilidade do processo de Para um maior impacto e sucesso, o designer deve consultar a
fundição resulta em uma estética impecável. empresa de fundição em um estágio inicial para combinar a me-
Densidade
lhor forma de desenvolver um produto econômico e esteticamen-
• O acabamento superficial das peças fundidas pode ser feito te atraente.
por meio de um processo bastante econômico. Caso exija um
acabamento excepcionalmente regular, aplica-se um polimento
leve ou químico. mín. máx.
• Em virtude da alta fluidez das ligas de zinco, pode se acrescen-
tar uma textura superficial previamente definida na peça, ou
em todo o produto sem acabamento.
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Por que utilizar ligas de zinco para fundição?
ALTA RESISTÊNCIA
UMA DE SUAS MAIORES VIRTUDES, AS LIGAS DE ZINCO SÃO RESISTENTES A DIVERSOS FATORES.
Resistência aà tração
fad
mín. máx.
Conhecidas pela sua funcionalidade e confiança, as peças de • Com um Módulo de Young de cerca de 96 GPa, as peças fundidas
zinco possuem vários níveis de resistência. Essa qualidade é per- em ligas de zinco são mais rígidas do que as feitas de Alumínio
cebida em produtos como cintos de segurança, estruturas para 380, e duas vezes mais rígidas do que as do Magnésio AZ91D.
motores, mecanismos de travamento e muitas outras aplicações.
• A maior parte dos produtos de plástico teria que ter um perfil
• O limite de escoamento em temperatura ambiente das peças extremamente espesso para competir em aplicações de enge-
fundidas em ligas de zinco é muito superior ao limite do Alumí- nharia, aumentando consideravelmente o custo. 0 50 100 150 200 250 300 350 400
MPa
nio 380 e do Magnésio AZ91D.
Durante o processo de fundição, a liga de zinco é excepcional-
• O limite de resistência à tração das peças fundidas em ligas de mente fluida, o que permite uma redução no peso e excelente
zinco pode superar os do Alumínio 380 e Magnésio AZ91D. Os resistência das peças com paredes finas. Desta forma, elementos
plásticos de engenharia se esforçam para oferecer um desempe- de paredes finas, mas sujeitos a cargas de apoio muito pesa- Limite de escoamento
nho equivalente ao da resistência à tração das ligas de zinco, que das, podem ser colocados exatamente onde eles são necessários mín. máx.
até mesmo o nylon reforçado com vidro não consegue alcançar. (como nas extremidades do produto) para resistência estrutural e
desempenho máximos. Para aplicações envolvendo carga contí-
As ligas de zinco apresentam alto grau de absorção de energia nua a temperaturas elevadas, como mecanismos de travamento,
em regime plástico quando sujeitas a níveis destrutivos de carga: as ligas de zinco possuem uma resistência à deformação superior
aos plásticos reforçados.
• Em uma ruptura, os níveis de alongamento costumam variar
entre 4% e 6%, mas podem também alcançar até 12% em pa-
redes mais espessas. Isso significa que falhas repentinas e ca-
0 50 100 150 200 250 300 350 400
tastróficas podem ser evitadas com a observação dos sinais de MPa
distorção apresentados pela peça fundida em ligas de zinco ao
ser sobrecarregada. Em comparação, o alumínio e o magnésio FIG. 14
16 17
Por que utilizar ligas de zinco para fundição?
TENACIDADE
18 19
Por que utilizar ligas de zinco para fundição?
PRECISÃO
1
mínio. A alta contração durante a solidificação e a absorção de
água impedem que os plásticos alcancem tolerâncias próximas.
0,1
• A precisão excepcional, previsão e produção obtidas pelo pro-
cesso de fundição de ligas de zinco são evidentes em um mes-
mo lote de peças e também em lotes distintos. A qualidade -0,1
superficial é excelente em virtude da reduzida taxa de degrada-
10 100 1 000 10 0000
ção da superfície do molde. TAMANHO DO COMPONENTE (mm)
também apresenta valores ótimos de trabalho. A variação pode Fundição em ligas de zinco Conformação em pó Prensagem Fundição por gravidade
ser de ±0,1 a 0,5 mm, sendo que ± 0,3% pode ser compensado Fresagem e usinagem Cera perdida Extrusão Fundição em areia
pelo modelo. (GOODWIN, F. Centrifugal Casting of Zinc Alloys.
In: Latiza Seminar, Medellin, 2009).
20 21
Por que utilizar ligas de zinco para fundição?
UM TOQUE A MAIS
22 23
Por que utilizar ligas de zinco para fundição?
ECONOMIA DE RECURSOS
24 25
Tipos de liga de zinco para fundição sob pressão
Capítulo 3
Os principais elementos adicionados ao zinco para obtenção de Ferro, chumbo, cádmio e estanho são indesejáveis e devem res-
ligas adequadas ao processo de fundição sob pressão são o alu- tringir-se a baixíssimos níveis. As concentrações de níquel, cro-
mínio, o cobre e o magnésio. Os teores desses elementos afetam mo, silício e manganês em quantidades de até 0,02%, 0,035%
diretamente as propriedades mecânicas das peças obtidas. e 0,05%, respectivamente, podem ser toleradas sem nenhum
efeito prejudicial.
As ligas de zinco podem ser divididas em dois grupos de acordo
com o conteúdo nominal de alumínio: as ligas Zamac 2, 3, 5, e 7, O ferro é restrito a um nível máximo de 0,035% nas ligas de
que contêm aproximadamente 4% de alumínio, e as ligas ZA, que Zamac 3 e de Zamac 5, para evitar a formação de partículas in-
variam entre 8% e 27% de alumínio. As ligas mais comumente termetálicas indesejadas. Cádmio, chumbo e latão, mesmo em
utilizadas para fundição sob pressão são o Zamac 3 e o Zamac 5. pequenas concentrações, podem causar corrosão intergranular
Algumas normas internacionais especificam a composição quími- na estrutura cristalina do sistema de ligas de zinco-alumínio,
ca de ligas de zinco para fundição. A tabela 3 ilustra a composi- principalmente quando não há a presença de magnésio. As con-
ção conforme a norma internacional ASTM B240-07. centrações desses elementos está restrita aos níveis máximos de
0,001% a 0,006%. Esses limites rígidos de impurezas são man-
tidos de forma rotineira pela utilização de zinco SHG como base,
com pureza de 99,995%.
Zamac 2 Zamac 3 Zamac 5 Zamac 7 ZA-8 ZA-12 ZA-27 Os limites são mais difíceis de serem mantidos quando as ligas
Elementos
mín máx mín máx mín máx mín máx mín máx mín máx mín máx são feitas com metal reciclado. O manuseio adequado do metal
Al 3,9 4,3 3,9 4,3 3,9 4,3 3,9 4,3 8,2 8,8 10,8 11,5 25,5 28,0
no cadinho também é essencial para garantir que o metal fundi-
Mg 0,025 0,05 0,03 0,06 0,03 0,06 0,010 0,020 0,02 0,03 0,02 0,03 0,012 0,020 do tenha a pureza necessária.
Cu 2,7 3,3 - 0,10 0,7 1,1 - 0,10 0,9 1,3 0,5 1,2 2,0 2,5
Fe - 0,035 - 0,035 - 0,035 - 0,75 - 0,035 - 0,05 - 0,07
Pb - 0,0040 - 0,0040 - 0,0040 - 0,0030 - 0,005 - 0,005 - 0,005
A influência dos parâmetros do processo de fundição nas proprie-
Cd - 0,0030 - 0,0030 - 0,0030 - 0,0020 - 0,005 - 0,005 - 0,005 dades das fundições em Zamac 3 e Zamac 5
Sn - 0,0015 - 0,0015 - 0,0015 - 0,0010 - 0,002 - 0,002 - 0,002
Ni 0,0010 - - 0,005 0,020 - - - As propriedades mecânicas e microestruturas das ligas de zinco
Zn Restante Restante Restante Restante Restante Restante Restante
fundido são conhecidas por dependerem de diversas variáveis de
TAB. 3 COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS LIGAS DE ZINCO PARA FUNDIÇÃO - ASTM B240-07 processo importantes, incluindo espessura da parede da peça,
velocidade de injeção, temperatura do molde, entre outros fa-
tores. O desenvolvimento da tecnologia de fundição em paredes
26 27
Tipos de liga de zinco para fundição sob pressão
Propriedades físicas e mecânicas das ligas de zinco para fundição sob pressão e outros materiais selecionados
TAB. 4 OS VALORES CONTIDOS NESSA TABELA SÃO VALORES DE REFERÊNCIA E PODEM VARIAR DE ACORDO COM O PROCESSO.
28 29
Tipos de liga de zinco para fundição sob pressão
Capítulo 4
TAB. 5 FONTE: .(GOODWIN, F. CENTRIFUGAL CASTING OF ZINC ALLOYS. IN: LATIZA SEMINAR, MEDELLIN, 2009) E ESPECIFICAÇÃO DE PRODUTO VOTORANTIM METAIS ZINCO SA.
As peças fundidas em ligas de zinco geralmente recebem um re-
vestimento para proteção ou decorativos. Em casos cujos fins são
decorativos, os defeitos se tornam fatores críticos. A investigação
da origem dos defeitos passa a ser complexa quando a análise
é feita no produto já acabado, tornando-se difícil identificar se
o defeito teve origem no processo de fundição ou no processo
de acabamento. Essa seção abrange basicamente os principais
defeitos oriundos do processo de fundição.
PROPRIEDADES FÍSICAS E MECÂNICAS DAS LIGAS DE ZINCO PARA FUNDIÇÃO POR CENTRIFUGAÇÃO
Para a investigação da origem do problema é necessário o acom-
panhamento de algumas variáveis do processo. Recomenda-se
fazer uma descrição detalhada do defeito, baseada na aparência sionadas que se assemelham a uma série de buracos no interior
Propriedade Unidades Liga 2 Liga K Liga S visual da peça, e registrar o número de peças defeituosas por da peça. Muitas peças podem não aparentar, mas, mesmo assim,
molde, cavidade, injetora, turno, operador e por lote de metal contêm uma quantidade substancial de gases aprisionados que,
Limite de resistência à tração MPa 200 - 220 160 - 180 200 – 250 utilizado. quando aquecidos no processo de cura do revestimento, irão se
Alongamento em ruptura % 1,0 – 1,5 Muito baixo - expandir e causar falhas no revestimento.
Dureza Brinnel HB 105 - 110 145 - 150 145 – 150
Limite de escoamento por compressão MPa 800 - 850 680 700 As principais fontes da porosidade gasosa são ar e vapor apri-
Porosidade gasosa sionados. A melhor forma de reduzir a quantidade de ar aprisio-
Densidade g/cm³ 6,7 6,6 6,6
nado é garantir que as saídas de gases do molde estejam bem
Intervalo de temperatura de fusão °C 380 - 390 353 - 358 360 – 365 A porosidade gasosa é um dos maiores problemas que pode projetadas e funcionando adequadamente. Essas saídas devem
Calor específico J/kg K 418,6 418,6 418,6 ocorrer no processo de fundição, fortemente relacionado com ser posicionadas nas últimas áreas do molde a serem preenchi-
Condutividade térmica a 20°C W/m K 104 104 104 métodos de injeção de alta velocidade. Seria ideal que o processo das. Além disso, é importante garantir que estejam presentes em
Temperatura ótima de processo °C 420 - 430 390 - 400 380 – 420 de injeção fosse realizado para minimizar a turbulência no fluxo quantidade adequada. O vapor é gerado quando o metal fundido
de metal durante o preenchimento do molde e, portanto, reduzir encontra água durante o preenchimento do molde. Essa água
Temperatura máxima de processo °C 450 425 450
a quantidade de gases aprisionados. Mas nem sempre é possível, se expande e muda de estado para vapor, causando pequenas
Coeficiente de expansão térmica µm °C / m 27,7 28 - pois peças muito complexas requerem altas velocidades para um explosões. A maior fonte de água no molde é o lubrificante, que
Contração linear % 1,085 1,085 1,080 bom preenchimento. geralmente é composto por 98% de água. Outras possíveis fontes
de água são vazamentos no sistema de refrigeração do molde
TAB. 6
Essa porosidade quase sempre aparece na forma de bolhas apri- (tubulações e conexões) e vazamentos no fluido hidráulico que
30 31
Evitando defeitos no processo de fundição sob pressão
Bolha
Esse defeito tem origem durante o preenchimento da cavidade Os rechupes e as chupagens são depressões na superfície da peça
e a solidificação do metal. Geralmente está associado à injeção resultantes de uma contração nos pontos quentes da superfície
antecipada de metal na região da cavidade que apresentou o do molde. Os prováveis pontos quentes podem ser previamente
defeito, antes do fluxo de metal alimentado entrar em escoamen- identificados quando a superfície da peça injetada começa a ficar
to desenvolvido. Esse metal injetado antecipadamente acaba se com aparência áspera. Essa aparência áspera indica que o último
solidificando na superfície mais fria do molde. Se o metal restante ponto a ser solidificado está na superfície da peça. A correção do
entrar em contato e não houver refusão do metal que já estava Inclusões problema consiste principalmente em resfriar as áreas do molde
solidificado, ocorrerá a junta fria. onde o fenômeno é observado. Outro parâmetro a ser verificado
Inclusões são partículas “estranhas” à peça. Dependendo da na- é o tempo de compressão no final do ciclo de injeção.
Portanto, defeitos de junta fria estão associados a deficiências tureza e da quantidade encontrada no metal elas podem causar
no sistema de alimentação e no projeto do molde. Baixas tem- problemas de acabamento, danos aos equipamentos de usina- A rebarba só é considerada um defeito se for indesejada, afetan-
peraturas do molde e do metal fundido também acentuarão o gem e também afetar a resistência mecânica. do o acabamento decorativo, e se não puder ser facilmente re-
problema. movida. Ela pode ocorrer quando houver vazamento de metal na
linha de fechamento do molde e nos pinos extratores. Em geral,
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Evitando defeitos no processo de fundição sob pressão
as rebarbas são causadas por altas temperaturas do metal, con- EVITANDO DEFEITOS NO PROCESSO DE
siderações mecânicas da injetora ou do molde, como um ajuste FUNDIÇÃO POR CENTRIFUGAÇÃO
inadequado na injetora ou pressões de fechamento desiguais, ou
devido ao desgaste de ambos.
O primeiro passo para a correção do problema é a verificação da Na fundição por centrifugação existem três fatores importantes que
temperatura, que deve estar dentro da faixa usual de 426°C ± 3°C. devem ser levados em consideração na preparação dos moldes:
É importante verificar frequentemente com um termopar se os con-
troles de temperatura da injetora estão devidamente aferidos. Se • Rotação.
temperaturas mais altas forem requeridas, deve-se verificar outros
fatores de projeto, como os canais, o tempo de preenchimento, a • Força centrífuga.
velocidade de injeção, a pressão de injeção, etc.
• Gravidade.
Por fim, deve-se verificar o alinhamento do molde ao sistema de FIG. 45 FISSURA NO MOLDE DEVIDO A STRESS TÉRMICO. BEZNÁK, M. ET AL. SOME ASPECTS OF LOW MELTING FIG. 46 – REBARBAS NO MOLDE. BEZNÁK, M. ET AL. SOME ASPECTS OF LOW MELTING POINT ALLOY CASTINGS
travamento, para evitar possíveis desalinhamentos entre a injeto- Esses fatores devem ser levados em consideração para auxiliar ao POINT ALLOY CASTINGS PRODUCTION BY TEKCAST METHOD. IN: METAL 2010, 20/05/2010, REPÚBLICA TCHECA. PRODUCTION BY TEKCAST METHOD. IN: METAL 2010, 20/05/2010, REPÚBLICA TCHECA.
ra e o molde que possam provocar falha na vedação. Testes de máximo no preenchimento das cavidades com o metal líquido.
alinhamento podem ser realizados com um bloco padrão ou um
molde novo.
Partículas sólidas na peça
Preenchimento incompleto
Podem ser causadas pela constante recuperação de material e
Danos de extração As bolhas são geradas quando o ar fica preso no molde. Isso geração excessiva de borra no metal. Essas partículas ficam na
ocorre geralmente devido a um fluxo não linear dentro da cavida- peça e causam problemas de acabamento superficial. Deve se
de. É importante dimensionar os canais de ventilação do molde evitar reutilização muito grande de canais e manter um balanço
de forma apropriada para garantir a saída do ar/gás de dentro da ideal entre a entrada de material virgem e refusão de canais. Re-
cavidade. Um pequeno canal em "V" deve ser feito saindo da comenda-se adotar a proporção de 30% de refusão e 70% de
área de aprisionamento do ar/gás para que o gás seja expelido. material virgem, assim como na fundição sob pressão.
manência da peça no molde está correto. Se o tempo for muito ALLOY CASTINGS PRODUCTION BY TEKCAST METHOD. IN: METAL 2010, 20/05/2010, REPÚBLICA TCHECA.) LOW MELTING POINT ALLOY CASTINGS PRODUCTION BY TEKCAST METHOD. IN: METAL 2010, 20/05/2010,
REPÚBLICA TCHECA.
longo, a peça pode trincar ou ficar muito presa ao molde, dificul-
tando a extração. Se o tempo for demasiadamente curto, a peça
pode estar ainda muito maleável e mais suscetível a deformações
na extração. Fissuras no molde Rebarbas
Outros fatores a serem verificados são a presença de pontos de O controle da temperatura do banho de metal é muito importan- As rebarbas podem ser causadas por pressão de fechamento
retenção na superfície do molde que possam eventualmente di- te. Temperaturas muito altas geram estresse térmico no molde, muito baixa para o ciclo e também por uma temperatura muito
ficultar a remoção da peça e problemas de design, como pinos podendo levar a fissuras. Trabalhar com a menor temperatura alta do molde. Deve-se ajustar o ciclo de resfriamento do molde
extratores pequenos demais, em número insuficiente ou mal alo- possível e fazer o resfriamento do molde entre os ciclos ajuda a e verificar a pressão de fechamento do molde.
cados. evitar esse tipo de problema.
34 35
Revestimentos de superfície
Capítulo 5
Em acessórios para barcos e instalações marítimas, peças que sobre todas as superfícies, incluindo nos cantos internos.
são constantemente molhadas e peças a serem utilizadas em áre- Consiste na formação de um acabamento prateado e sem brilho
as externas em aplicações industriais, a resistência a corrosão sobre a peça fundida em liga de zinco. Nesses testes, ele propor- O uso de diferentes combinações de metal proporciona colora-
deve ser a primeira consideração.
E cionou uma proteção satisfatória para a peça, mas o acabamento ções diferentes. Esse processo foi originalmente desenvolvido
F
em si apresentou uma aparência ruim, por vezes preta e man- somente com o zinco – normalmente aplicado a peças de aço e
chada. A espessura geral do acabamento foi de cerca de 25 μm. chamado de galvanização mecânica.
D
A liga de Zn/Sn foi testada com uma espessura do revestimento
de aproximadamente 50 μm, incluindo um recobrimento com cro-
C C e E - Revestimentos de conversão de cromato mo trivalente e um selante claro.
36 37
Revestimentos de superfície
sequentes. Depois, uma camada mais espessa de cobre ácido é A maioria dos fabricantes de revestimentos recomenda padrões
aplicada, fazendo com que a superfície fique mais uniforme e de jateamento mais profundos – normalmente de 50 a 75 μm
com boa condutividade elétrica. para otimizar a performance do revestimento. No entanto, esse
jateamento agressivo pode resultar em deformações da superfí-
Em seguida, são aplicadas uma ou mais camadas de níquel, que cie ou deixá-la fosca.
proporcionam uma barreira contínua resistente a corrosão. Por
fim, uma ou mais camadas de cromo são aplicadas para dar a Por isso, ele deve ser testado e avaliado para uma peça especí-
aparência “prateada” brilhante desejada e para proteger o níquel fica, antes de optar por uma preparação de jateamento pesado
contra esforços mecânicos, como desgaste e erosão. para um revestimento em pó.
5. North American Die Casting Association (NADCA) – Congress and Exposition, p. 19 - 30. Detroit, 1991.
H - Revestimentos em pó de epóxi e poliéster 4- AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. Citação: ASTM B240/ago-2007. Pensilvânia: ASTM, 2007.
Esses revestimentos poliméricos são aplicados como pó em um 5- Zinc Cast – A training tool for the die casting industry. International Zinc Association (IZA). CD-Rom, 1998.
processo eletrostático seco, e posteriormente são encaminhados
para cura. Esse processo oferece vantagens ambientais em rela- 6- WALKINGTON, William G. Die casting Defects: Causes and Solutions, Ilinois: North American Die Casting Association (NADCA), 1997.
ção aos revestimentos orgânicos líquidos, pois não há eliminação
de solventes. 7- Die Casting Defects Manual. Teck Cominco Metals, 2002.
Como a aplicação do pó normalmente é feita por um processo 8- A Performance Evaluation of Modern Surface Finishes for Zinc Die Casting. International Zinc Association (IZA), 2006.
eletrostático, esses revestimentos também proporcionam melhor
acabamento nos cantos em comparação aos revestimentos orgâ-
nicos líquidos. Uma desvantagem é a dificuldade de fazer com
que os materiais de revestimento tenham acesso às reentrâncias
profundas e aos cantos internos.
ESTE CAPÍTULO FOI EXTRAÍDO DA PUBLICAÇÃO DA IZA A PERFORMANCE EVALUATION OF MODERN SURFACE FINISHES FOR ZINC DIE CASTING, TRADUZIDO E EDITADO PARA ADEQUAÇÃO AO MANUAL.
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