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RESUMO
ABSTRACT
The article refers to books in historical context and the practices of the Accessibility
Laboratory, situated in the Main Library, at the State University of Campinas, Unicamp. The
principal scope is to share experiences about digitalization, in order to make everyone equal.
It includes part of Brazilian Law, that allows to the visual impaired people the right to buy
accessible books and also, the Books Law, which recognizes legality in digital books to these
users. It identifies various types of books, considering the diversity of readers, emphasizing
accessibility for all.
1 Introdução
Da Antiguidade até o século XXI, os seres humanos utilizaram materiais
diversos para contar suas descobertas, escrevendo em cavernas, papiro,
pergaminho, tábuas, até a invenção do papel que, desde o século XII, tem sido um
aliado seguro para a escrita. Na década de 1940, o computador já era uma
realidade, aperfeiçoada ao longo das décadas seguintes. Os anos 1990 são
marcados por movimentos internacionais pela inclusão que coincidem com os
avanços das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC’s) e da Internet,
contribuindo para o acesso à leitura por pessoas com deficiência. As leis e tratados
internacionais conduzem à equiparação de oportunidades, e, no Brasil, entre outras
determinações legais, a Política Nacional do Livro, expressa na Lei nº 10.753 de 30
de outubro de 2003, 1propõe que as pessoas com deficiência visual tenham o direito
de ser consumidoras de livros acessíveis.
3
Disponível em: http://www.jmonline.com.br/novo/?noticias,7,SA%DADE,11492
Acesso em: 12 ago. 2009
ou de baixa visão.
4
Braille é um sistema de leitura com o tato para cegos inventado pelo francês Louis Braille. Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Braille Acesso em: 11 jun. 2010
5
Disponível em: http://www.ibc.gov.br/?catid=69&itemid=348 Acesso em: 11 jun. 2010
voluntariamente, quanto profissionalmente. Há ações voluntárias e isoladas de
ledores para livros gravados, e também ações de ledores profissionais para esse
fim. Vários títulos de Áudio Livros já estão disponíveis no mercado livreiro, gravados
por atores profissionais ou pelos próprios autores, que eventualmente imprimem um
teor de dramatização aos seus conteúdos.
Esse formato amplia às pessoas cegas e com baixa visão as possibilidades de
acesso ao livro. Todas as pessoas, incluindo idosos, pessoas com dislexia e com
dificuldades motoras, podem se beneficiar deste, em diversos locais: na fila do
banco, no trânsito, etc.
6
Disponível em: http://lce.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=13786:programa-
amplia-inclusao-de-pessoas-com-deficiencia-ao-converter-texto-em-audio&catid=205&Itemid=86 Acesso em:
25 jun.2009
pessoas surdas. Para aquisição, sugere-se consultar: Edições Paulinas, LSB Vídeo
e o Instituto Nacional de Educação de Surdos - INES 7
4 Materiais e Métodos
O LAB presta serviços de acesso à informação às pessoas com deficiência da
Universidade e comunidade externa. Orienta usuários no uso dos recursos
tecnológicos e na pesquisa bibliográfica, na localização e obtenção de documentos e
na padronização de trabalhos científicos. A digitalização e reprodução de textos em
braille ou ampliados requer recursos humanos de bolsistas do Serviço de Apoio ao
Estudante (SAE), e tecnológicos. A produção para impressão tátil de tabelas e
gráficos e a reprodução de textos para impressão braille são realizadas conforme as
Normas Técnicas para a Produção de Textos em Braille.8 Nota-se crescente
demanda por documentos digitalizados para leitura em áudio (Fig.1). Os materiais
digitalizados devem ser fiéis ao texto impresso, tanto em sua ortografia como na
paginação original, para que o documento possa ser lido e devidamente citado em
trabalhos acadêmicos.
As TIC’s favorecem a inclusão de pessoas com deficiência na vida universitária e
facilitam o acesso à informação e ao lazer. Os computadores, equipados com
software leitores de tela (com síntese de voz), permitem que usuários com
deficiência visual naveguem na Internet, leiam textos eletrônicos e acessem os
aplicativos do Windows.
O LAB conta com equipamentos e software para produção de materiais e
utilização por parte dos usuários: scanners, impressoras braille, leitores de tela,
ampliadores, lupa eletrônica – e equipamentos de auxílio à mobilidade.
5 Resultados Parciais/Finais
O LAB atraiu o projeto Todos Nós – Unicamp Acessível (2003-2008), que
concentrou pesquisadores de diversas áreas da Unicamp, com desdobramentos e
7
Disponível em: http://www.ines.gov.br/ Acesso em: 10 jun. 2010
8
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/textosbraile.pdf Acesso em: 11 jun. 2010
ações positivas em torno da inclusão e acessibilidade; maquete tátil e sonora (Fig.2);
produção acadêmica; oficinas participativas; participação em eventos científicos das
áreas correlatas; convites para palestras e minicursos sobre bibliotecas acessíveis
(SNBU 2004 e 2008; COLE 2008; SIMTEC 2008); lançamento de livros (Fig. 3);
elaboração e manutenção do portal do LAB, onde são inseridos os textos
produzidos, entre outros (Fig. 4); participação, a convite, como autora em fascículo
(Livro Acessível) da coleção sobre Atendimento Educacional Especializado (AEE) da
Secretaria de Educação Especial (SEESP), vinculada ao MEC, e formadora da
disciplina “Biblioteca Acessível”, do Curso de extensão: “Atores da Inclusão na
Universidade: formação e compromisso”, no segundo semestre de 2010. E,
principalmente, o atendimento às expectativas dos alunos da Unicamp, em
conclusão de cursos e graduação e pós, em igualdade de condições. Merece
destaque o atendimento a visitantes externos, docentes, bibliotecários e instituições
diversas que realizaram visitas técnicas para replicar a iniciativa.
8000
7401
7000
6000
5000
Nº PÁGINAS
ARQUIVO DIGITAL
4000 IMPRESSÃO BRAILLE
3249 ESCANEAMENTO PARA AMPLIAÇÃO
3000
2000 1798
880 843
1000
456 456
0
2008 2009 2010 (jan - jun)
ANO
6 Considerações Parciais/Finais
As necessidades de material alternativo são pessoais, altamente
individualizadas. Pessoas cegas podem apresentar diferentes interesses: pelo livro
impresso em Braille, ou convertido em Word, para leitura em áudio. As necessidades
de ampliação para alunos com baixa visão podem variar de fonte 14 até 48; ou
apenas passar o texto pelo scanner adequado que permita escolher PDF
pesquisável, que possibilita contrastes e zoom que amplie conforme necessidades
individuais; caso o texto seja preparado em Word, alguns leitores com baixa visão
necessitam de adequação complementar como: maior espaçamento entre
caracteres, cor e estilo da fonte, contrastes entre fonte e fundo. Ou, converter o texto
em MP3, gravar em pen drive e escutar (ler) em casa, no ônibus, na biblioteca. Cabe
aos bibliotecários, no atendimento educacional especializado, ter a sensibilidade
para o acolhimento da diversidade de usuários em suas necessidades de apoio. Não
esquecer a importância da fidedignidade ao texto, quando da digitalização. Deve
obedecer rigorosamente ao original, tanto na forma (paginação, folha de rosto,
sumário, notas de rodapé, etc.) quanto no conteúdo. Pesquisas realizadas na
Escócia (NISBET; AITKEN, 2007) concluem que um serviço de produção de materiais
alternativos para alunos que não lêem materiais convencionais impressos deve
alinhar-se a alguns critérios básicos:
Inclusão e Equidade: para que todos tenham acesso aos conteúdos
escolares, não apenas alguns; Responsabilidade Legal: ater-se à legislação
vigente na maior abrangência possível; Direitos Autorais: respeitar os
direitos do autor, mas com possibilidade de negociação junto aos editores
para que todos os alunos possam acessar os conteúdos escolares;
Praticidade e Eficiência: evitar a duplicação de esforços na produção de
materiais, mantendo a organização dos conteúdos para necessidades futuras;
Expansibilidade: outros alunos com dificuldades de leitura podem beneficiar-
se desses esforços de produção de materiais alternativos.
Concordamos com a conclusão da referida pesquisa, de que os serviços de
suporte para produção, armazenagem e disseminação de materiais em formatos
acessíveis beneficiam a todos os grupos de alunos que necessitam de apoio à
aprendizagem, e não apenas àqueles que têm deficiência visual.
6 Referências
BATTLES, M. A conturbada história das bibliotecas. São Paulo: Planeta do Brasil, 2003.
239 p.
CALDEIRA, C. Do papiro ao papel manufaturado. Espaço Aberto, n. 24, out. 2002.
Disponível em:
http://www.usp.br/espacoaberto/arquivo/2002/espaco24out/vaipara.php?materia=0varia >.
Acesso em: 21 maio 2009.
FERNANDES, A. Notas sobre a evolução gráfica do livro. Comum, Rio de Janeiro, v.6, n.
17, 126 - 148 - jul./dez. 2001. Disponível em:
http://www.facha.edu.br/publicacoes/comum/comum17/pdf/notas.pdf >. Acesso em: 21 maio
2009.
NISBET, P. D; AITKEN, S. Books for All: accessible curriculum materials for pupils with
additional support needs. Executive Summary of Report to: Scottish Executive Education
Department. University of Edinburgh: Communication Aids for Language and Learning
(CALL) Centre, 2007. Disponível em: http://www.booksforall.org.uk Acesso em: 22 maio
2009
PINHEIRO, C. História das bibliotecas no mundo ocidental. S.n.t. 2007. Disponível em:
http://www.slideshare.net/ladonordeste/histria-das-bibliotecas Acesso em: 3 jun. 2010.
PUPO, D.T. Acessibilidade e inclusão: o que isso tem a ver com os bibliotecários? In:
PUPO. D.T.; MELO, A.M.; PÉREZ FERRÉS, S. (Org.) Acessibilidade: discurso e prática no
cotidiano das bibliotecas. Campinas: Biblioteca Central Cesar Lates, 2008. 125 p.
PUPO, D.T.; MELO, A.M. Livro acessível e Informática acessível. Brasília, D.F.:
MEC/SEESP. No prelo, 2009. (Coleção Saberes e Práticas em Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva, 9).