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índice

Introdução 4

Módulo 1 - Construindo as Bases da sua Liberdade Financeira 6


Aula 1 - Saia do vermelho 7
Aula 2 - Faça o dinheiro trabalhar por você 12
Aula 3 - Use o tempo como combustível 15
Aula 4 - Abra conta em uma corretora 18
Aula 5 - O primeiro investimento: a reserva de emergência 19
Aula 6 - Para ter mais retorno, é preciso correr mais risco 23
Aula 7 - Construindo uma carteira de investimentos 25

Módulo 2 - Renda Fixa: Os investimentos mais seguros 27


Aula 1 - Ganhe dinheiro comprando dívida 28
Aula 2 - Escolha o título certo para você 30
Aula 3 - Entenda as garantias e riscos 34
Aula 4 - Lucre emprestando recursos para o governo 37
Aula 5 - Invista em títulos de grandes bancos e empresas 39
Aula 6 - Como funciona a tributação em renda fixa 43
Aula 7 - Simulação de investimento em renda fixa 49

Módulo 3 - Ações: Mais Risco e Mais Retorno 58


Aula 1 - É fácil ser sócio de uma grande empresa 59
Aula 2 - Como escolher uma ação 63
Aula 3 - Não coloque todos os ovos na mesma cesta 67
Aula 4 - Negociando ações na prática 72
Aula 5 - tributação de ações 78
Módulo 4 - Diversifique seu Patrimônio: Investimentos
Alternativos e Criptomoedas 82
Aula 1 - Como investir em Fundos Imobiliários 83
Aula 2 - Proteções: como se blindar em momentos de queda 92
Aula 3 - Conhecendo o mercado de criptomoedas 96
Aula 4 - Quem são os atores da rede 99
Aula 5 - Criptoativos não são todos iguais 103
Aula 6 - O que é uma exchange de cripto? 106
Aula 7 - Wallets: a segurança e a custódia dos seus ativos 110

Módulo 5 - Fundos de Investimento: A Opção de Terceirizar


a Escolha dos Ativos 113
Aula 1 - Os maiores profissionais do mercado investindo por você 115
Aula 2 - Previdência privada: como começar a construir a sua 130

Módulo 6 - Montagem da Carteira de Investimentos 141


Aula 1 - Coloque seus objetivos no papel 142
Aula 2 - Entenda sua tolerância ao risco 147
Aula 3 - Monte uma carteira condizente com você 153
Aula 4 - Escolher os ativos ou delegar para gestores? 160
Aula 5 - Acompanhando sua carteira: rebalanceamento
e controle emocional 165
Aula 6 - Tutorial real valor 171
INTRODUÇÃO
Primeiramente, parabéns por ter tomado a decisão de
embarcar nessa Jornada da Liberdade Financeira, que temos
certeza que será um divisor de águas na sua vida. Muito
obrigada por confiarem na Empiricus para te guiar nessa
caminhada em direção à sua liberdade financeira.

Neste primeiro E-book, vou te contar como será a nossa


jornada neste curso. Serão seis módulos de conteúdo sobre
investimentos, divididos na seguinte forma:

Módulo 01 Módulo 02

Construindo as Bases Renda Fixa: Os Investimentos


da sua Liberdade Financeira Mais Seguros

A gente vai construir as bases para sua


Avançamos para o mercado de renda
liberdade financeira. Vamos apresentar
fixa, onde você aprende a fazer dinheiro
formas de sair do vermelho e começar
de uma forma mais segura, sem correr
a fazer o dinheiro trabalhar para você.
riscos desnecessários com seu dinheiro.
É o momento em que eu vou pegar na
sua mão para ensinar absolutamente
tudo o que é essencial para começar no
mercado financeiro, mas do jeito certo.

Módulo 03 Módulo 04

Ações: Mais Risco Diversifique seu Patrimônio:


e Mais Retorno Investimentos Alternativos
e Criptomoedas
Vamos te apresentar o mercado de ações.
Esse é um dos meus módulos favoritos,
pois é a minha especialidade. Nele você Vamos apresentar investimentos
vai aprender a negociar ativos na bolsa alternativos, uma modalidade que vai
de valores, entendendo quais são as fazer parte de uma pequena fatia do seu
oportunidades de aumentar o seu patrimônio. Ao longo do módulo, vamos
patrimônio, identificando boas entender porque ela é pequena, mas que
companhias listadas na bolsa. faz total diferença no seu portfólio.
Módulo 05 Módulo 06

Fundos de Investimento: Montagem da Carteira


A Opção de Terceirizar a de Investimentos
Escolha dos Ativos
É sobre alocação de recursos, momento
em que a gente vai consolidar tudo o que
O tema será Fundos de Investimentos e
aprendemos no curso, construindo uma
Previdência, que é uma maneira super
carteira alinhada com os seus objetivos.
eficiente de terceirizar a gestão dos seus
recursos para profissionais do mercado
financeiro.

Além disso, tem mais presentes. Você terá acesso a seis


meses gratuitos de uma das principais assinaturas da Empi-
ricus, o Palavra do Estrategista, que reúne as ideias de
investimentos do Filipe Miranda, cofundador e co-CEO da
Empiricus.

Por fim, tudo o que você vê nas aulas em vídeo também


está aqui neste E-book, sendo mais uma ferramenta para
você atingir a sua Liberdade Financeira.

Desejamos a todos um bom curso.


módulo 1
Construindo as Bases
da sua Liberdade Financeira
AULA 1 Saia do
Vermelho

O primeiro passo para você atingir sua liberdade financeira é orga-


nizar os gastos e contas pessoais. Se está no vermelho, é hora de sair, de
quitar as dívidas. E até o final, vamos mostrar como fazer isso.

Para você ter um patrimônio investido, a primeira medida a ser


adotada é:

Gastar menos do que ganha


Caso contrário, você nunca vai formar um patrimônio. Você
precisa adquirir o hábito de poupar todo mês.

O primeiro passo é você saber se você está gastando mais ou menos


do que você ganha. Você precisa ter uma noção do quanto você gasta
todo mês, inclusive, saber quanto você ganha.

Às vezes, as pessoas têm renda de várias fontes diferentes, com


muita sazonalidade na renda, como ganhar mais no verão ou no inver-
no. Existem várias formas de fazer isso e vamos apontar três:

planilha
Na planilha pode-se incluir as suas fontes de receita e também seus
gastos. O resultado é o saldo financeiro do mês.

CLIQUE AQUI PARA VISUALIZAR


aplicativos
Existem vários aplicativos que ajudam na organização financeira
da sua renda com as suas despesas mensais. Alguns, inclusive, você
consegue integrar diretamente com a sua conta no banco ou corretora.

O GuiaBolso, por exemplo, vai mapear de onde


estão vindo as suas rendas, no que você está gastan-
do, se é mais alimentação ou mais transporte, etc.

Tem ainda o aplicativo Olívia, que tem


serviços parecidos.

Pode ainda, de forma mais simples, usar o aplicativo de notas do


seu telefone e anotar o que você recebe e o que gasta. Por fim, pode
fazer tudo isso com o bom e velho papel e caneta.

“ O importante é organizar e sistematizar o controle


para entender qual é o seu ponto de partida.

Se você já poupa todo mês, pode pular para a aula dois, onde vamos
tratar sobre como fazer o dinheiro trabalhar por você.

Se você gasta mais do que você ganha, tem duas estratégias que você
pode usar para sair dessa situação:

DIMINUIR OS GASTOS:
A renda pode depender do empregador, se é autônomo ou se tem
negócio sazonal. Mas os gastos são controlados por você, ou seja, tem
mais controle sobre os gastos do que sobre a renda.
Então, comece a entender o ponto que você está descobrindo para onde
seu dinheiro está indo, como mais com alimentação, vestuário ou via-
gens. E quem está endividado gasta mais com juros dessa dívida. E nin-
guém quer pagar juros, mas receber juros.

“ O dinheiro gasto com juros não volta para você.

O dinheiro que você gasta viajando, comendo bem e celebrando


com as pessoas que você gosta pelo menos vira felicidade para você.
Agora gastos com juros de cartão de crédito e cheque especial é o
dinheiro que você rasga porque é típico do mau planejamento financei-
ro.

E é muito fácil você evitar um juro de cartão de crédito rotativo. No


gráfico abaixo está a comparação entre as modalidades de crédito no
Brasil:

Apesar de não ter todas as categorias, esse gráfico mostra as opções


mais caras em empréstimo pessoal no Brasil, de acordo com as taxas
médias do sistema financeiro nacional.
os juros
Os juros de cartão de crédito rotativo é o mais caro e ele é cobrado
quando você esquece ou não tem dinheiro para pagar a fatura. Temos
que concordar que é possível você pegar um empréstimo pessoal, que
no gráfico está por volta de 40% ao ano, para pagar a sua fatura do
cartão de crédito do que pagar juros de 355% ao ano.

Durante a fase de eliminar suas despesas com juros, comece orde-


nando as dívidas pelas mais caras para as mais baratas percentualmente.
Para isso, precisa olhar para o Custo Efetivo Total, que é a taxa efetiva
daquele empréstimo que você contratou. A apresentação do CET é obri-
gatório pelas instituições financeiras, pois dá visibilidade não apenas ao
juro, mas também a taxa de abertura de crédito, renegociação, entre
outras.

Depois dessa análise, comece a trocar suas dívidas caras por outras
mais baratas.

Taxas de juros de lojas varejistas, como cartão Riachuelo ou


Renner, geralmente, são ainda mais caras que as oferecidas no Sistema
Financeiro Nacional (imagem do gráfico anterior). Assim, cancele
esses cartões e use produtos financeiros mais baratos.

“ O objetivo é nunca gastar com juros.

Estilo de vida
Você precisa entender o que te faz feliz. No meu caso, eu gosto de
comer bem. Por outro lado, economizo em roupa. A Moradia também é
importante. Você mora em um lugar compatível com a sua renda? Olhe
também para os gastos com o entretenimento e veja onde tem espaço
para cortar.
Uma outra forma é aumentar a sua renda. Isso é menos controlável,
pois demanda pessoas querendo comprar seus produtos ou serviços,
mas também é válida. Isso inclui ser motorista de aplicativo em mo-
mentos vagos, um final de semana que você estiver mais tranquilo. Ou
se você tiver alguma habilidade que seja reconhecida pelo seu ciclo de
amizades, como falar idiomas, por exemplo. Você pode dar aulas para
seus vizinhos de bairro ou até mesmo no seu condomínio. Se gosta de
cozinhar, pode vender bolos, doces e muito mais. Assim, você consegue
monetizar suas habilidades e aumentar sua renda para pagar, principal-
mente, as dívidas mais caras.

Uma forma de estimular sua organização financeira e esforço é se


dar um presente quando se atingir a meta de ganhar mais do que gastar.

Uma vez que você consegue fazer isso no mês, você vai perceber
que consegue fazer todo mês e tornar isso um hábito para poder poupar.
E estará pronto para mudar a mentalidade e investir da forma certa, que
é: “gastar o que sobra DEPOIS de investir” e não investir depois de
gastar. Para definir uma regra para esse hábito, no mínimo, 10% da sua
renda.

“ Quanto mais você conseguir poupar, mais


rápido vai ser a sua construção de patrimônio
e o seu processo de enriquecimento.
AULA 2 Faça o dinheiro
trabalhar por você

Você vai alcançar liberdade financeira o dia que a sua renda passiva
superar o seu custo de vida mensal.

Como assim? Eu estou falando do ponto vermelho no gráfico


abaixo. Ele é o dinheiro ao longo do tempo, vamos supor que essa é sua
renda proveniente do trabalho, seus salários, sua pró labore, etc.

$ Renda
trabalho

Renda
investimento

Gastos

T
Esses aqui outra linha preta são seus gastos e o nosso objetivo é
fazer com que sua renda de investimentos ou sua renda passiva supere
os seus gastos. Quando o seu custo de vida mensal atingir esse ponto
superior aos seus gastos, sabe o que significa?

Eu sei que você deve estar pensando que, em tese, não precisa
trabalhar mais para sustentar seu estilo de vida. Na verdade, chegar
nesse ponto aqui em que sua renda de investimento rode sem que você
receba sem trabalhar, literalmente. Ela é suficiente pra te sustentar todo
mês.

“ Como que a gente começa a pensar numa estratégia


para fazer o dinheiro trabalhar para você?

Então eu gosto de começar pensando na seguinte coisa: pense em


você mesmo como se você fosse uma empresa. E nessa empresa você
tem:

Seus ativos: aquilo que te gera renda.


Seus passivos: aquilo que te gera gastos ou que você precisa
trabalhar em cima daquilo para aquilo te gerar algum tipo de
renda.

Então, para você produzir essa renda passiva de investimento, a


gente quer ter mais ativos que não geram renda do que passivos que não
geram despesas. Correto?

Então, vamos colocar em termos práticos aqui o que são ativos.


Investimentos em investimento, em que eu coloco o dinheiro lá
e aquilo retorna para mim na minha conta, literalmente. Todo
mês uma rendinha é real. Então, esse é um investimento que
gera uma renda ali que você não precisa trabalhar e, portanto, é
um ativo na sua vida.
Locar para outra pessoa, por exemplo, uma bicicleta. Eu tenho
uma bicicleta aqui. Eu posso alugar para alguém do meu bairro
que vai precisar para fazer.
Às vezes a pessoa tem uma roupa cara e não usa muito, ela pode
alugar em aplicativos de locação de roupas.
Um imóvel que você tem e que você pode botar um locatário
pagando aluguel para você todo mês.
E, o que são passivos.
O carro precisa fazer manutenção e frequentemente abastecer,
trocar óleo, trocar água. Então o carro, na verdade, ele é um pas-
sivo. Todo mês ele está te gerando ali um fluxo de gastos cons-
tantes.
Aluguel ou um imóvel próprio que precisa dar manutenção no
chão, limpeza de janelas, vidros, o cano estoura..

Imprevistos acontecem. Então, se você for o dono, o proprietário


daquele imóvel, você tem que arcar com tudo isso. Ou se nesse caso
mora de aluguel, é como se a moradia fosse um ativo intangível, que
você também paga.

Aquilo é, de certa forma, um passivo para você. Então, o objetivo é


produzir o máximo de renda passiva possível e pensando na renda exce-
dente, onde se faz cada vez mais ativos e cada vez menos passivos.
Quanto mais renda seus ativos produzirem relativamente ao gasto que
seus ativos geram, mais próximo você vai estar da sua liberdade finan-
ceira.
AULA 3 Use o tempo
como combustível

Agora já entendeu que o dinheiro pode trabalhar para você enquan-


to você não faz nada. Mas eu tenho outra notícia boa pra te dar. Quanto
mais tempo esse dinheiro passar trabalhando para você, melhor. Esse
dinheiro vai trabalhar.

Como assim? Bem aqui eu vou te explicar uma coisa. Tem uma
fábula que ilustra esse poder do tempo. Tem gente que chama também
de poder dos juros compostos. E a história é assim: o dono de um cafe-
zal gigante chegou a servo dele e falou assim:

Olha, você pode só agora, nesse momento me pedir o que você quiser. Mas eu
só vou conseguir pagar na forma de grãos de café, porque é tudo o que eu
tenho. Eu não tenho dinheiro. Eu só tenho um grão de café.

Já sei, meu chefe, eu quero o seguinte: neste jogo de xadrez quero que você
pegue a primeira casinha e comece com um grão de café. Na segunda casi-
nha, você vai dobrar para mim o número de grãos de café. Na terceira, você
dobra de novo. E aí o número de grãos de café que eu vou querer e o número
que chegar aqui no final, na última casa.

Então o servo vai chegar


na última casa do xadrez com
literalmente zilhões muito
mais do que bilhões e muito
mais do que trilhões, conside-
rando que são 64 casinhas
aqui que tem um tabuleiro de
xadrez, chegaria com muito,
muito, muito café.
1 2 4 6 16 32 64
“ O dinheiro funciona da mesma forma.

Assumindo que você vai investir em alguma coisa que te dê juros


compostos, que é praticamente a maioria dos investimentos, você vai se
beneficiar desse mesmo efeito de composição do capital ao longo do
tempo.

Mas o que são exatamente os juros compostos?


Suponha que você poupou lá seu primeiro mês R$ 100,00 e aí você
vai ter um investimento que vai render 10% ao ano.

Imaginando que do primeiro para o segundo ano, você ganhou 10%


aqui no seu investimento e ele virou 110%. O juro composto vai permi-
tir com que você ganhe os 10% em cima dos 110%, que é seu novo
valor, não em cima do 100% inicial.

10% 10% 10% 10% 10%

100 110 121 133 146 161

Então, no segundo ano você vai partir de 110%. Então, o que você
vai ganhar do segundo para o terceiro ano? Não é mais dez e agora 10%
de 110%, que é 11.

Então esse é o poder dos juros compostos, o seu rendimento. Ele


vai aumentando ao longo do tempo. Se você deixar o seu dinheiro por
muito tempo, maior vai ser seu rendimento.

O tempo é seu aliado. Ele é seu combustível, a evolução no seu


patamar de gastos ao longo da vida. Vamos supor que você é uma
pessoa que deu super certo na sua vida profissional, foi promovida ou
seu negócio deu certo e sua renda e ao longo do tempo ela foi crescen-
do, mas isso não significa que os seus gastos precisam crescer junto e
do, mas isso não significa que os seus gastos precisam crescer junto e
necessariamente pode ser o caso. Mas assim, muitas vezes eu vejo
acontecer meio no automático a pessoas sim, ai eu vou ser promovido,
logo eu vou trocar de carro.

Não sou contra, mas no meu ponto essa escolha precisa ser cons-
ciente. Não significa que você tem que aumentar seu gasto. Se sua
renda crescer, ou pelo menos que você não precise aumentar na mesma
proporção, você pode aumentar menos.

Quanto mais você poupar. Então, eu acho legal ter isso em mente,
porque não necessariamente. Quando você ganha mais, você precisa
gastar mais na mesma proporção. E lembre-se de usar o tempo como
seu combustível no processo de criação de riqueza e construção de
patrimônio.
AULA 4 Abra conta em
uma corretora

Nesta aula prática, o Vinícius Bazan ensinou a abrir conta na


Vítreo, então assista novamente e abra a sua conta agora mesmo para
começar a fazer o dinheiro trabalhar para você.

clique no play e assista


O primeiro

AULA 5 investimento:
a reserva de
emergência

São muitas opções de corretoras para você poder fazer os seus


investimentos aqui. Como:

Vítreo, que é ligada Empiricus


ao grupo Empiricus Investimentos

BTG
Pactual Digital

Eu tenho conta em todas elas, por exemplo, mas eu me concentro


em uma ou duas, dependendo das oportunidades de investimento que
aparecem. Então, se você é uma pessoa que quer começar de uma forma
organizada, pode escolher uma e concentrar tudo.

Então, uma opção é você dar uma olhada no site de cada uma para
comparar e pesquisar. Cada uma tem suas taxas de corretagem. O mer-
cado vem fazendo um movimento aí de deixar a corretagem zero.
Então, são muitas opções muito fáceis para iniciar.

Bom, uma vez que você escolheu a corretora abriu sua conta lá.
Está na hora da gente fazer o primeiro investimento e esse primeiro
investimento deve ser. Recomendo fortemente que seja uma:
Reserva de emergência
Eu indico mesmo que você não seja uma pessoa conservadora, pois
imprevistos acontecem, como você perder seu emprego ou uma situa-
ção de saúde, o que infelizmente, é um gasto inesperado.

Então, o objetivo aqui é construir a sua liberdade, sua independên-


cia financeira e você dar conta de si mesmo ou si mesma, construa uma
reserva de emergência para você dormir tranquilo.

Mas como é essa reserva de emergência?


Idealmente, ela equivale entre 6 e 12 vezes o seu gasto mensal. Por
que isso? Por que, no caso de acontecer qualquer uma dessas coisas
com a reserva, você conseguiria ficar até um ano procurando aí um
trabalho que você goste.

No caso de você ter perdido seu emprego, você não precisaria acei-
tar qualquer coisa no desespero, por exemplo. Então é para esse tipo de
coisa, pra ter a tranquilidade de saber que tem de 6 a 12 meses tranqui-
los.

E começamos com algumas perguntas:

Onde aplico a minha reserva de emergência?


Em qual investimento você deve investir em um título de maior
liquidez e maior segurança possível?

A liquidez pode ser pensada como o tempo que eu levo entre pedir
o resgate de um investimento e o dinheiro desse investimento cair efeti-
vamente na minha conta, e isso não é uma reserva de emergência.
Então, pense:

Você quer que numa emergência os fundos estejam imediatamente


disponíveis? Se sim, precisa ser um investimento muito líquido e preci-
sa ser um investimento também muito seguro e de preferência, o mais
seguro possível.
O exemplo usado foi da Vítreo, onde sugeri de colocar a reserva de
emergência no Tesouro Selic, é um tipo de título do Tesouro Direto, o
Tesouro Nacional, sim, o governo. O governo, tem o dinheiro nos
cofres públicos, onde tem os gastos que precisa financiar e assim emite
uma dívida de dívidas do Tesouro Nacional para pessoas físicas. E sim,
nós podemos comprar essa dívida e nos tornar credores do governo
recebendo juros.

Passo a passo para construir a reserva de emergência:

Para assistir a aula novamente e fazer o passo a passo assista a aula


5 novamente.

Investir
Tesouro Direto, e lá tem opções como:
Selic;
Prefixado;
IPCA.
Por ser mais seguro e retirar no dia, escolhemos o Selic, e ele tem
datas de vencimento:
Tesouro Selic 2027;
Tesouro Selic 2025.
No caso, sempre gosto de escolher o maior prazo, por isso, optei pelo
Tesouro Selic 2027.
A Vítreo não cobra taxa de administração se você comprar o fundo
dessa corretora que subsidia a taxa.
O fato é que esse é o único título do Tesouro Nacional que você
consegue resgatar na hora, sem nenhum desconto de liquidez. Essa
pode ser uma opção interessante para ir aplicando todo mês.
AULA 6
Para ter mais
retorno, é preciso
correr mais risco

Agora que você já sabe como construir o seu porto seguro no inves-
timento mais seguro do país, que é o Tesouro Selic. Vamos falar como
crescer seu patrimônio e ter mais retornos.

Mas para fazer isso, você precisa entender um conceito fundamen-


tal, que é: para ter mais retorno, você precisa correr mais risco.

Não tem jeito. É como dizem os economistas. Tem um ditado


assim: "Não existe almoço grátis, todo benefício vem com um custo". E
eu vou explicar para vocês por que nos investimentos também é assim.

Nesse gráfico abaixo há um retorno dos seus investimentos em


função do risco, ou seja, quanto mais risco você corre, mais retorno
você tem.
Retorno

Riscos

Por isso o ponto do Tesouro Selic está na bolinha vermelha, que é


exatamente onde você colocou a sua reserva de emergência, onde tem
zero risco com um retorno positivo. Agora, se você quiser ter um rendi-
mento maior do que a Selic, você vai precisar correr um pouco mais de
risco.

Existem outros tipos de títulos que vimos na aula passada, onde há


fontes de riscos:

RENDA FIXA
Prazo: não é diário como Selic, mas com prazo maior.
Crédito: risco de quebra ou calote das próprias empresas.
Liquidez: não consegue vender rápido.

Tudo isso aqui são riscos remunerados.

AÇÕES:
Mercado: risco do mercado estar positivo ou pessimista.
Empresa: risco daquela empresa quebrar, por exemplo, um cenário
extremo

Então, de novo, tudo isso é remunerado. Mas lembre-se dos econo-


mistas: não existe almoço grátis. Quer mais retorno? Tem que correr um
pouquinho mais de risco.

Qual é sua tolerância ao risco?


Porque às vezes você até tem uma capacidade de correr risco maior,
mas você não aguenta ver seu patrimônio oscilando, então você não
pode correr tanto risco assim. Essa é a primeira coisa.

A segunda coisa é diversificar o risco em uma mesma carteira.


Então, por exemplo, vamos supor que eu investi em debêntures de
várias empresas, como: Vale, Gerdau, Petrobrás, Itaú, Santander eu
estou diversificando o risco de crédito, pois é muito difícil que várias
empresas enormes me deem calote ao mesmo tempo. Então, ao pensar
nessa regra, pense nas duas coisas, no seu perfil e também na diversifi-
cação.
AULA 7
Construindo
uma carteira de
investimentos

Uma vez que você construiu a sua reserva de emergência, está na


hora de construir a sua carteira, o seu portfólio de investimentos diver-
sificado.
Importante: a reserva de emergência fica fora dessa carteira.
Reserva de emergência não é um investimento com objetivo
de gerar retorno, é para emergência.

O primeiro passo para você construir sua carteira diversificada é


fazer a alocação de ativos, que é escolher as classes de ativos e defi-
nir a proporção que cada uma vai ter no seu portfólio.

No nosso modelo, apresentamos uma alocação padrão para um


bom ponto de partida e que você pode variar conforme sua preferência.

Ações

30%
Renda fixa
50%

15%
FIIs
5%

Proteções + Alternativas

50% Renda Fixa 5% Proteções e Ativos Alternativos:


Proteção - metais preciosos (ouro, prata, níquel,
30% Ações
etc), moedas fortes (Dólar, Euro,e Libra), e
15% Fundo de Investimento Imobiliário Commodities, que protegem em momentos
é um exemplo que dá uma renda mensal passiva inflacionários.
Alternativos – criptoativos, entre outros. São
bastante arriscados.
Na construção da divisão de classes de ativos para investir, alguns
pontos a considerar:
Quanto mais novo for, maior a capacidade de correr riscos, pois
tem mais tempo para se recuperar de eventuais quedas no caminho
antes de se aposentar. Assim, pode ter um percentual maior em
ações.
Se estiver próximo de se aposentar, é interessante ter menos aloca-
do em ações. Por exemplo, 5 anos é um tempo curto para se recupe-
rar de momentos ruins de bolsa.
Avaliar não apenas a sua capacidade de correr riscos, mas também
a sua tolerância em aguentar a volatilidade do seu patrimônio ao
longo do caminho, independente da idade que tenha.

A partir de agora, vamos olhar detalhadamente cada uma dessas


classes de ativos nos próximos módulos do curso Jornada da Sua Liber-
dade Financeira.
módulo 2
Renda Fixa: Os Investimentos
Mais Seguros
AULA 1 Ganhe dinheiro
comprando dívida

O Diego, analista de renda fixa da Empiricus. introduziu um


módulo sobre renda fixa, que terá os seguintes tópicos:
Como definimos renda fixa?
Emissores
Títulos públicos x privados
As principais características de um título de renda fixa
Tipos de remuneração
Principais riscos
Garantias
Como ganhar dinheiro com renda fixa

Bom, antes de começar a falar o que é renda fixa, nós precisamos


dividir aqui dois universos:
Equity: emissão de ações por uma empresa.
Dívida: emissão de dívidas ou empréstimos realizados junto à
instituições.

Essas são duas formas de levantar recursos, no caso de uma empre-


sa ou até mesmo uma instituição. A primeira delas é o equity, onde
você tem uma empresa A que precisa captar recursos e do outro lado
temos os investidores e assim se formam IPO. Portanto a empresa abre
o capital dela, os investidores injetam dinheiro e recebem o retorno
conforme a empresa for crescendo.

A segunda forma que as empresas podem seguir para se financiar é


levantar recursos através da emissão de dívida, ou seja, emitir títulos
de dívida que os investidores podem comprar através de taxas pré acor-
dadas e esse valor vai para o caixa da empresa. E nesse caso, aqueles
investidores, não querem fazer parte da empresa, mas tem participação
na sociedade.

Nós vamos focar o curso inteiro dentro desse universo aqui: Emis-
são de dívidas, crédito. Todas as instituições que utilizam captação via
emissão de dívidas, estão inseridas no universo de renda fixa. Isso é
muito importante que você entenda.

Qual o conceito por trás da renda fixa?


É empréstimo de recursos em troca de remuneração futura pré acor-
dada. Esse pré acordado pessoal é o que se remete à renda fixa. Mais
adiante, explicaremos como funcionam as remunerações.

Exemplo: uma empresa que precisa de recursos e emite títulos de


dívida para justamente conseguir juntar um montante em dinheiro por
parte de vários investidores. Em troca, o investidor que deu esse recurso
para a empresa, vai querer uma remuneração por isso.

Então vamos supor que o investidor deu R$ 1.000,00 para a empre-


sa, mas ele quer que esse valor retorne corrigido por alguma taxa de
juros ou em alguma condição que o favoreça lá na frente. E nós temos
três tipos diferentes de taxas que veremos mais a frente.
AULA 2 Escolha o título
certo para você

Nós temos duas divisões de emissores, ou seja, instituições que


emitem títulos. Nós podemos ter os governos em:

ESFERA PÚBLICA: Governo, estados e municípios.


Tesouro Selic (Letra Financeira do Tesouro - LFT)
Tesouro Prefixado (Letra do Tesouro Nacional - LTN)
Tesouro IPCA+ (Nota do Tesouro Série B - NTN B)

ESFERA PRIVADA: Instituições financeiras e empresas.

Emitidos por instituições financeira


Certificados de Depósito Bancário (CDBs)
Letras de Crédito do Agronegócio (LCA)
Letras de Câmbio (LC)
Letras de Crédito Imobiliário (LCI)
Letras Imobiliárias Garantidas (LIG)
Letras financeiras (LF)
Poupança

Emitidos por empresas


Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA)
Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI)
Debêntures

Também selecionamos outras fontes para se investir em renda fixa,


além dos títulos bancários e de instituições financeiras e também as em-
presas, ainda que por universo de fundos você pode investir em renda
fixa através de:
FUNDOS DE INVESTIMENTO
ETFs de renda fixa
Fundo de debêntures incentivadas

As principais características de um título de renda fixa:

No momento de selecionar um título que você vai investir, é muito


comum encontrar essas quatro características principais.

Prazo de vencimento: Nos próximos módulos, a gente vai dis-


cutir bastante como esse prazo afeta os preços dos títulos.
Emissor: Se a gente for falar de instituições financeiras, por
exemplo, qual será que é o risco do Itaú frente a uma nova insti-
tuição bancária? Claro que desta forma os investidores vão
querer um lucro maior para investir na nova instituição. O
mesmo serve para empresas. Nós temos empresas aí que são
mais sólidas, que têm um histórico de lucratividade maior. Por
outro lado, algumas empresas estão passando sufoco e precisam
de dinheiro para captar recursos.
Taxas de juros da operação: Qual será a taxa? Como vão se
dar os pagamentos da sua remuneração? Lembrando que tudo
isso já é pré acordado.
Garantias: Podendo ou não serem envolvidas nos títulos. Isso
é importante antes de tomar qualquer decisão de investimento
para você saber onde você está pisando.
TIPOS DE REMUNERAÇÃO DOS TÍTULOS
Existem três formas:
1 Prefixado: A taxa pré fixada será paga desde o início. Você já
sabe de antemão quanto que vai ser.
2 Pós fixados: O preço varia de acordo com a taxa indexada ao
papel e à variação da taxa Selic.
3 Híbridos: Nesse caso, nós vamos ter aí uma parcela do título
que vai ter remuneração pós fixada e uma parcela prefixada.

COMO RECEBEREI OS VALORES?


Existem duas formas:
1 Recebimentos dos juros remuneratórios apenas no venci-
mento: de acordo com o combinado pagando tudo de uma vez.

2 Recebimentos de cupons de juros periódicos: podendo ser


feita de trimestre a trimestre, mês a mês, ano a ano, semestre.
Essa diferenciação de receber tudo lá na frente do vencimento do
papel ou periodicamente durante a vida útil desse título, vamos explicar
mais profundamente nos próximos módulos, para que você possa
entender todos esses conceitos que parecem ser mais complexos, mas
vamos conseguir deixar tudo mais simples.
AULA 3 Entenda as
garantias e riscos

Vamos entender mais dos riscos que estão inseridos no mercado de


renda fixa. Selecionamos os quatro principais:

Crédito: risco da empresa não conseguir honrar com suas dívidas.


Liquidez: risco da empresa não conseguir honrar com suas dívidas.
Mercado.
Alteração de legislação e regulatórias

Duas perguntas para você refletir toda vez que for investir em renda
fixa, no caso de um risco de crédito:
O emissor do título é confiável?
Será que essa empresa ou esse banco terá condições de pagar lá
na frente?

Ou seja, dá lucros consistentes lá na frente. Ele vai ter uma geração


de caixa interessante ano a ano para pagar os credores. E os investidores
têm que pensar nisso. Então, o risco de crash, basicamente, é o risco de
default que nós chamamos, não seja essa empresa ou esse banco não
conseguir honrar suas dívidas.

Perguntas que faria para saber mais sobre o risco de liquidez:


Eu consigo vender esse título antes do vencimento
com facilidade?
Eu consigo vender esse título a qual preço?

Às vezes é fácil de vender, mas eu posso vender por um preço que


não seja atrativo. Essa é a questão.
Depois nós temos aqui o risco de mercado:
Como que o preço desse título vai se comportar aí com
mudanças no cenário econômico, tanto local aqui quanto
global?

É muito importante a gente acompanhar isso, porque esse conflito


vai trazer aí ocorrências para todo o mundo. A gente já explicou em
alguns vídeos aqui dentro da Empiricus como que isso pode afetar tanto
o mercado de renda fixa quanto o mercado também de ações de renda
variável.

Em 2020, no cenário de pandemia, nós tivemos muita volatilidade


nas taxas de juros nesses anos. Ultimamente também por outras ques-
tões mais relacionadas ao governo em questões de alteração de legisla-
ção e regulatórias. Pois esses são riscos que não controlamos e tem
que considerar, porque isso pode com certeza mexer com o preço dos
títulos.

Por fim, nós temos aqui as garantias e separamos algumas delas:


Fundo garantidor de créditos: É como se fosse realmente uma
forma de você ter uma garantia do seu investimento. Caso a sua
instituição financeira não seja coagida ou vá à falência.
Real: Investimos em títulos de empresas, que seria uma
garantia real, ou seja, algo físico. O que existe realmente
tangível a isso? Por exemplo, um maquinário de uma empresa
precisar ser vendido para pagar as dívidas.
Carteira de crédito (dupla garantia): Parte geralmente de
uma instituição financeira de crédito imobiliário. Além de você
ter a garantia da instituição financeira, você também tem a
garantia da carteira de créditos imobiliários deste banco, ou
seja, dos imóveis que estão ali dentro e uma dupla garantia no
caso.
Fiança: controle "cobre" inadimplemento da sua subsidiária:
No caso de fiança, se uma empresa não conseguir pagar aos
seus credores, existe um controlador em uma outra empresa que
usa dos seus recursos para que tenham o retorno do
investimento em mãos.
Deixamos até com uma observação sobre a renda fixa estruturada,
que nós chamamos em alguns fundos ou até mesmo alguns títulos de
dívida na qual é feita uma estruturação, ou seja, além da remuneração
que é pré-acordada, também é pré acordado uma estruturação para a
garantia para esse título.

Fundo
) Garantidor de Crédito (FGC)
É uma instituição sem fins lucrativos que tem como principal
função mitigar os riscos de uma crise no sistema financeiro.

GARANTIA DO FGC:
Protege os titulares de títulos de dívida em caso de falência de
uma instituição financeira.
Garante o valor de até R$250.000 por CPF e conglomerado
financeiro (em qualquer instituição).
Limite de 1 milhão R$ pelo período de quatro anos.
Títulos cobertos pelo FGC: CDBs, LCIs, LCAs, Depósitos à
vista, Poupança, LC.

O FGC é uma garantia muito importante, mas temos que ter em


mente sempre analisar os riscos antes de fazer qualquer tipo de investi-
mento.
AULA 4
Lucre emprestando
recursos para
o governo

Títulos disponíveis na plataforma do Tesouro Direto.

Então, todos esses que a gente já falou para vocês, a


única coisa que vocês não vão ver aqui, é justamente
aquela sopa de letrinhas que eu tinha comentado,
onde utilizamos LTN nas Letras do Tesouro Nacional
para os títulos prefixados, que são esses primeiros
aqui.No momento, a gente tem 2025 e 2029. E o
Tesouro Prefixado com juros semestrais também
nesse caso, aqui o vencimento é para 2033. O nome
antigo desse título era NTN-F. A Nota do Tesouro
Nacional da Série F.

Nós temos também as LFT, as Letras Financei-


ras do Tesouro, que são atuais, o Tesouro Selic.
Hoje em dia a gente tem para esses dois
vencimentos 2025 e 2027.

E, por fim, nós temos a NTN-Bs, que são os títulos


atrelados à inflação, percebe a nota do Tesouro
Nacional da Série B Então, aqui vocês podem ver que
nós temos as NTN-Bs que a gente chama mais só NTN-B,
que são essas que pagam juros semestrais. No
momento, nós temos para esses vencimentos aqui
2032, 2040, 2055. E temos essas também que não
pagam os juros semestrais, que a gente chama de
NTN-B principal chamada. Hoje em dia o nome é
somente esse tesouro IPCA+ e o vencimento.
Nós temos esses títulos aqui negociados no momento para comprar
Tesouro Prefixado 2025, Tesouro Prefixado 2029. Quais são esses títu-
los públicos, os títulos emitidos pelo governo para financiar os seus
projetos, para captar recursos?

Nós temos uma série de informações distintas que são determinan-


tes para a gente selecionar quais esses títulos a gente vai querer investir
e quais são os melhores títulos para determinado cenário macroeconô-
mico? Mas aqui já tem como vocês verificarem:
Rentabilidade anual, ou seja, quando eu vou receber ao ano ao
comprar esse título nesse momento, é importante salientar que
essas taxas elas mudam em momentos distintos. Geralmente são
variações bem pequenas, mas dependendo do que ocorrer nesse
momento, nesse intervalo aí de aproximadamente duas horas,
algumas coisas podem ocorrer que leve as taxas para cima ou
para baixo, a depender de alguma notícia, alguma questão que
ocorra com o mercado.
Investimento mínimo, ou seja, a partir de quanto eu posso
começar a investir nesses títulos aqui. Nós temos uma série de
fatores. Já tira essa mística de que você precisa de bastante
dinheiro para investir.
Preço unitário, que é o preço cheio deles. Então, quando você
vai para investimento mínimo, você paga uma parcela desse
preço unitário.
Vencimento desses títulos. Temos, por exemplo, o 2025 prefi-
xado. Então sabemos que vai vencer em 2025.
AULA 5
Invista em títulos
de grandes bancos
e empresas

Nesta aula sobre títulos privados, vamos conhecer as características


desse investimento e dividir em dois segmentos: instituições financei-
ras e empresas.

TÍTULOS EMITIDOS POR INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

CDB LCI LCA LIG LF

CDB
Tributação: conforme tabela regressiva, não tem isenção de imposto de renda
nesse título. Também tem IOF.
Liquidez: geralmente baixa. Alguns bancos oferecem CDBs pós-fixados com
liquidez diária, ou seja, que seguem determinada taxa de juros e pode ser taxa
DI ou a Selic. O IOF incide se você fizer um investimento e resgatar dentro do
período de 29 dias.
Tipos de rentabilidade: pós-fixados, prefixados e híbridos
Garantia: FGC, lembrando que a garantia do FGC é para até R$ 250 mil e por
instituição e também por CPF.

LCI E LCA
Tributação: são isentos de impostos de renda. Essa é grande diferença frente ao
CDB. Esses títulos estão atrelados a alguns setores importantes para a infraes-
trutura nacional, seja as LCIs para o setor imobiliário e as LCAs para o agrone-
gócio.
Liquidez: geralmente baixa. Mas há alternativa se você tiver interesse em
resgatar antes do vencimento. Mas os bancos colocam um período de carência
de 90 dias.
Tipos de rentabilidade: pós-fixados, prefixados e híbridos
Garantia: também possuem garantia pelo FGC, conforme explicado anterior-
mente.

LIG
As LIGs estão ficando cada vez mais comuns. Esse investimento foi criado em 2018 e
diversas corretoras e bancos maiores, como Itaú, Bradesco e Santander, já oferecem esse
produto aos seus clientes, inclusive para o varejo. É um título realmente interessante e
anda pagando taxas bem atrativas no momento.

Tributação: são isentos de impostos de renda.


Liquidez: geralmente baixa. Tem um esforço bem grande das instituições
financeiras em colocar mais liquidez no mercado secundário para esses títulos,
mas não é uma tarefa fácil e, por ora, possuem liquidez baixa. Tem carência
mínima de 12 meses, ou seja, o investidor tem que ficar com o título por 12
meses para depois conseguir vendê-lo de volta para o banco ou efetuar o resgate
dos seus recursos. E o vencimento mínimo do título é de dois anos.
Tipos de rentabilidade: pós-fixados, prefixados e híbridos
Garantia: não tem garantia do FGC. Por outro lado, tem o que é chamado de
dupla garantia: da instituição financeira e da carteira de financiamento imobiliá-
rio dos imóveis que compõem o título. Ou seja, se por acaso a instituição finan-
ceira não conseguir cobrir e honrar os pagamentos, pode contar com a carteira
de financiamentos imobiliários para cobrir o investimento.

LF
Tributação: conforme tabela regressiva do imposto de renda.
Liquidez: inexiste. Não é possível regatar antes do vencimento, que é sempre,
no mínimo, dois anos. Dessa forma, considerando a tabela regressiva do IR para
dois anos, a tributação é sempre de 15%. São investimentos de longo prazo.
Tipos de rentabilidade: pós-fixados, prefixados e híbridos
Garantia: depende da solidez financeira da instituição que fez o investimento.
Precisa acreditar que a instituição realmente pode pagar para entrar nesse tipo
de título.
TÍTULOS EMITIDOS POR EMPRESAS
No universo das empresas existem alguns títulos principais, que são CRI, CRA,
Debêntures e Debêntures Isentas.

CRI e CRA
Tributação: isento de imposto de renda para pessoa física.
Liquidez: geralmente baixa. É possível em algumas ocasiões, dependendo da
corretora ou do assessor, negociar o título com outras partes.
Tipos de rentabilidade: pós-fixados, prefixados, híbridos e indexada ao dólar.
Garantia: fiança, real (alienação fiduciária) e aval. Fiança é quando tem duas
empresas, sendo que uma é a controladora e a subsidiária emite um título, fican-
do a controladora responsável pelos pagamentos caso a emissora não consiga
honrar os pagamentos.

Debêntures
Tributação: conforme tabela regressiva do imposto de renda. Nesse caso,
quando há pagamento de cupons antes do vencimento, pode incidir IR diferen-
tes. Por exemplo, se você receber um cupom após 3 meses (90 dias), vai incidir
22,5% de IR mesmo se o título tiver vencimento acima de 2 anos. Vale o
momento que você receber os recursos.
Liquidez: geralmente baixa. É possível negociar em algumas oportunidades
com as corretoras ou outros investidores, que é difícil de encontrar e ainda pode
ter divergências de preço.
Tipos de rentabilidade: pós-fixados, prefixados e híbridos. Em algumas situa-
ções pode entrar também indexado ao dólar.
Garantia: fiança e garantia real são as mais comuns. Tem ainda o aval dos
sócios que também pode acontecer.

Debêntures incentivadas
Tributação: isentos de imposto de renda. Esse tipo de título é emitido pelas
empresas para captar recursos e investir em projetos de infraestrutura, que são
interessantes para o governo nacional.
Liquidez: geralmente baixa. Porém, você consegue buscar algumas alternativas
com outros investidores, geralmente com as corretoras e assessores que conseg-
guem aproximar você de um outro investidor que esteja interessado no papel.
Tipos de rentabilidade: híbridos, sempre IPCA+. Esses títulos, geralmente,
têm longa duração seguindo o tempo dos próprios projetos que suportam o
título. É necessário um tempo de maturação do projeto maior, portanto, o venci-
mento também vai ser bem longo prazo.
Garantia: fiança, real (alienação fiduciária) e aval.
AULA 6
Como funciona
a tributação em
renda fixa

Para começar a entender a tributação em renda fixa devemos consi-


derar o Imposto de Renda (IR) e o Imposto Sobre Operações Financei-
ras (IOF). Esses impostos são incididos somente sobre o rendimento da
operação e não no principal, que é o valor que você pagou pelo título.

Já os títulos de Renda Fixa são tributados conforme a tabela regres-


siva. Os dois impostos são recolhidos na fonte, ou seja, no momento do
resgate do título, sendo que o IOF incide primeiro.

O IOF será pago somente nos primeiros 29 dias, levando-se em


conta que será comprado e vendido dentro desse período. Essa tabela
vai caindo com o tempo e é chamada de 4-3-3, como no futebol. Na
data ZERO, ou seja, 100%, no primeiro dia de operação, será reduzido
4%, caindo para uma alíquota de 96%. Depois serão duas quedas de
3%, chegando a um total de 90% e assim sucessivamente conforme a
tabela acima. No trigésimo dia a alíquota do IOF estará zerada.

Essa tabela regressiva do Imposto de Renda funciona de acordo


com os períodos de tempo dependendo da alíquota que será paga.
Quanto maior o tempo, menor será a alíquota, quando for o caso de
pagar o imposto, porque existem alguns casos de isenção. A cobrança é
apenas sobre o lucro. Não há cobrança sobre prejuízo.

Geralmente estão isentos do pagamento do IR títulos que darão


algum retorno para a sociedade relacionado à infraestrutura e agronegó-
cios como LCIs, LCAs e LIGs (bancários) ou Debêntures, CRIs e
CRAs (crédito corporativo).

Como o IR pode mudar as nossas escolhas de título?


Quando temos que pagar imposto, uma parcela do nosso rendimen-
to é perdida (entregue ao governo).
Taxa bruta da operação: taxa antes do pagamento do IR
Taxa líquida: taxa após pagamento do IR

Como transformar essas taxas? Gross-UP.


Para transferir uma taxa líquida em taxa bruta basta dividir por 1
menos o imposto de renda. Da mesma forma, se houver uma taxa bruta
e existe o desejo de transformar em líquida é só fazer o contrário: multi-
plicar a taxa bruta vezes um menos a taxa de imposto de renda. Essa
conta será utilizada sempre que aparecerem títulos isentos e não isen-
tos.

Comparação entre títulos isentos vs. não isentos


Sempre comparar bruta com bruta e líquida com líquida
No dia a dia, geralmente comparamos as taxas brutas
dos títulos.

Títulos pós-fixados
Exemplo de cálculo para comparação. Quais seriam as taxas para
possibilitar a análise.

Supondo que na imagem acima esses dois títulos são o mesmo


banco emitidos pela mesma instituição. Deve ser escolhido aquele que
vai dar a maior taxa. Neste caso a LCA é o melhor modelo. A LCA
Para transferir uma taxa líquida em taxa bruta basta dividir por 1
menos o imposto de renda. Da mesma forma, se houver uma taxa bruta
e existe o desejo de transformar em líquida é só fazer o contrário: multi-
plicar a taxa bruta vezes um menos a taxa de imposto de renda. Essa
conta será utilizada sempre que aparecerem títulos isentos e não isen-
tos.

Comparação entre títulos isentos vs. não isentos


Sempre comparar bruta com bruta e líquida com líquida
No dia a dia, geralmente comparamos as taxas brutas
dos títulos.

Títulos pós-fixados
Exemplo de cálculo para comparação. Quais seriam as taxas para
possibilitar a análise.

Supondo que na imagem acima esses dois títulos são o mesmo


banco emitidos pela mesma instituição. Deve ser escolhido aquele que
vai dar a maior taxa. Neste caso a LCA é o melhor modelo. A LCA
também é o melhor modelo para títulos prefixados, como pode ser
observado na imagem abaixo.

Títulos prefixados

Este exemplo leva em conta a mesma instituição, afinal cada insti-


tuição tem um risco diferente. É necessário realizar uma análise de cré-
dito dessas duas instituições, entrar no balanço desses bancos e ver qual
é a mais saudável. Isso deve entrar no cálculo e ser levado em conside-
ração.

Títulos híbridos (IPCA+)


Conversão de taxa líquida em taxa bruta: passo a passo
Chegar na taxa nominal multiplicando a taxa líquida pela infla-
ção implícita
Fazer o gross-up de IR para chegar na taxa nominal bruta (divi-
dir por 1 menos taxa de IR)
Descontar a inflação implícita da taxa nominal bruta para
chegar na taxa real bruta.

No caso de títulos híbridos (IPCA+) temos de seguir o passo a


passo. É preciso entender como transformar uma taxa líquida em bruta.
Deve-se chegar na taxa nominal, que é a taxa real mais inflação. Então,
para chegar lá, multiplique essa taxa líquida real deste título pela infla-
ção implícita. Depois chegamos à taxa nominal líquida. Para chegar na
taxa bruta é preciso aplicar o Gross-up.

No site da ANBIMA também é possível fazer o passo a passo e pre-


encher com as informações de sua planilha de controle pessoal. Ao
selecionar Curvas de Juros de Fechamento é necessário analisar a curva
das taxas prefixadas e o IPCA. Deve-se achar a inflação implícita, neste
caso 6,2970, a ser preenchida na sua planilha.
AULA 7
Simulação de
investimento em
Renda Fixa

Na última aula do módulo de Renda Fixa da Jornada da Liberdade


Financeira, conhecemos como funciona a plataforma da Vítreo e como
fazer os investimentos nesta classe de ativos.

Uma vez que entra com a conta na plataforma e clicar em “Investir”


no alto da tela.

A tela vai apresentar várias opções por tipos de investimentos,


sendo que Tesouro Direto e Títulos de Renda Fixa são os do nosso inte-
resse. Tem ainda a opção de IPO que podem apresentar ofertas de renda
fixa no mercado.
Tesouro Direto

Na área de Tesouro Direto vemos todos os títulos do Tesouro Direto


que estão disponíveis para compra no momento. Também é possível
segmentar as opções de títulos de acordo com as características princi-
pais, como Selic, Prefixado e IPCA+, clicando na barra do site.

Na nossa simulação vamos montar uma reserva de emergência com


Tesouro Selic 2025.
Logo no início já é possível ver a descrição do título como valor
mínimo para investir, taxa de custódia, taxa da corretora, que no caso da
Vítreo é zero, inclusive a tributação ao investir nesse papel.

Ao clicar em investir, você vai entrar na área do investimento em


Tesouro Direto Selic 2025. Do lado direito estão principais especifica-
ções do título:
Nome do título
Preço unitário - que é o preço de uma unidade do título, sendo que a aplica-
ção mínima é um centésimo desse valor.
Vencimento
Rentabilidade
Horário limite para aplicação
Do lado esquerdo você vai informar qual o montante que quer
investir, seja pelo valor disponível em reais ou pela quantidade de títu-
los, ou seja, por exemplo, se for aplicar 0,01, pagar 116,35.

Nessa área tem ainda opção de aplicar no mesmo dia ou agendar


para algum dia específico. Depois de ler e aceitar o Termo de Adesão é
só clicar em Confirmar e o investimento é feito.

Títulos de Renda Fixa

Na área de investimentos em títulos de renda fixa da plataforma


Vítreo estão disponíveis as opções emitidas por bancos e por empresas
de crédito privado.

Emissão bancária
Seguindo nas oportunidades emitidas por bancos, no topo do
site aparecem os títulos em destaque, com as taxas mais interes-
santes. Um pouco mais abaixo estão todas as outras opções.

Para ajudar na escolha, tem o “filtro” para você ajustar o que está
buscando.
Para nosso exemplo, vamos ajustar:
Prazo de investimento: Mínimo de 1 ano e máximo de 5 anos
Liquidez: Vencimento
Indexadores: IPCA
Tributação: Isento

Ao clicar em Aplicar, a plataforma vai filtrar as opções disponíveis


seguindo as características que colocamos.

Selecionamos uma LCA do BTG, com três anos de prazo, pagando


IPCA + 4,43%, com valor mínimo para investimento de R$ 5 mil.
Novamente vemos a tela igual à do Tesouro Direto. Do lado direito
temos as especificações do título com o nome do título e emissor, renta-
bilidade, preço unitário e o estoque que está disponível na corretora.
Aplicação mínima, prazo, vencimento, e o resgate são questões muito
importantes em renda fixa. Por fim, tem ainda o rating de emissão, que
são atribuídos pelas agências de rating.

Do esquerdo é onde se faz o investimento de fato para pessoal.


Nesse caso, como a quantidade mínima é de R$ 5 mil e o valor unitário
de cada título é R$ 1 mil, então, obviamente, a quantidade mínima aqui
é 5. Você pode selecionar o quanto você quer investir, mas recomenda-
mos ficar sempre dentro da garantia do FGC que é de R$ 250 mil por
CPF e instituição financeira. Após ler e aceitar o Termo de Adesão,
pode confirmar o investimento.

Crédito emitido por empresas

Ao voltar na página de Títulos de Renda Fixa, temos também a


opção de crédito privado. Ao entrar nessa área, vemos a página com as
mesmas disposições que já vimos em emissão bancária, com os desta-
ques e também a opção de filtro. Aparece também alguns selos que
apontam se aquele título foi analisado pelos especialistas da Empiricus
e também se ele é para investidor qualificado ou não. Investidores qua-
lificados são aqueles que possuem pelo menos R$ 1 milhão em ativos
financeiros ou alguma outra certificação para esse fim.
Para o nosso exemplo, no filtro vou colocar prazo do investimento
mais longo, entre 5 e 10 anos, com indexador pelo IPCA e que pague
juros mensal. Depois de clicar em Aplicar, apareceram dois títulos e
vamos simular com a opção do Beach Park.

Novamente no lado direito temos as especificações do título e do


lado esquerdo a área onde você vai informar como e quanto irá investir.
No caso desse título, ele é apenas para investidores qualificados.

IPO – Ofertas Públicas


Por último, vamos conhecer como faz para entrar numa oferta
pública de emissão de títulos de renda fixa.
Na área de Renda Fixa vemos os títulos que estão sendo emitidos
no momento q que você pode participar da oferta pública. Nessa tela
você verifica a recomendação e para qual público investidor é voltado,
qual a taxa teto e qual o risco. Mais à direita tem o período de reservas,
para você se atentar até quando pode realizar o seu pedido.

Vamos simular com um CRI da Cyrela e vamos entrar na página


para continuar o investimento.

A primeira coisa que vemos de diferente de outros exemplos é a


opção de investidor vinculado ou não vinculado, ou seja, se você tem
algum vínculo com a empresa que está emitindo o título. Vamos clicar
que não sou vinculado.

Do lado direito, você vai ter as principais informações sobre a


emissão:
Aviso de mercado e prospecto: documentos que vão dar mais
informações sobre essa oferta
Cronograma da oferta: que informa sobre o encerramento da
oferta e quando vai ser o bookbuilding.
Seguidos por mais especificações da oferta similares: ao que
já foi visto em outros exemplos.
Do lado esquerdo aparece a área para selecionar a taxa da reserva,
que é onde você coloca a taxa que você tem interesse para comprar esse
papel, que pode ser CDI apenas ou mais algum outro percentual de
prêmio. Depois seleciona a quantidade, ou seja, o valor que você vai
investir e ler e aceitar o Termo de Adesão. Nesse caso, antes de reservar
o investimento, precisa declarar que leu e está de acordo com o pros-
pecto preliminar e demais documentos da oferta.

Nesse tipo de investimento, ao clicar em Reservar não significa que


você já fez o investimento, mas que você realizou seu pedido de reserva
e agora aguardar para ver se você entrou nessa oferta de fato.
módulo 3
Ações: Mais Risco
e Mais Retorno
AULA 1
É Fácil Ser Sócio
de uma Grande
Empresa

Nesse módulo vamos explicar como ter um pouco mais de retorno,


correndo um pouco mais de risco sendo sócio de uma grande empresa
listada na bolsa de valores.

Imagina comigo o seguinte: Eu abri loja de roupas como empreen-


dedora, bastante jovem. Essa empresa foi crescendo e um dia ela
chegou a faturar 500 milhões de reais por ano. Chegou um momento
onde decidi levantar capital para essa empresa crescer mais, onde
haviam quatro opções:
Contrair uma dívida no banco.
Pegar dinheiro emprestado com alguém da minha família.
Levantar dívida no mercado de capitais e emitir uma
debênture, emitir um título de dívida.
Emitir minhas ações numa oferta pública no mercado de
capitais.

Então seria mais ou menos assim: hoje eu tenho 100% da empresa


e quero a quarta opção que seria a de levantar capital emitindo ações, ou
seja, ela vai emitir mais ações e vendê-las para um outro investidor
externo. Então eu posso pegar mais ou menos 30% da minha empresa e
emitir no mercado, ficando com os outros 70% e continuo controlando
a empresa, mas eu abro mão de parte da sociedade para esses novos
sócios me capitalizarem para colocar dinheiro na empresa e no que
seria o IPO, que é a sigla em inglês para oferta pública inicial de ações
ou inglês initial public offering.
Depois que a empresa ofertou
esses 30% aqui, essa parcela passa 30%
a ficar em livre circulação, onde
qualquer outro investidor pode
comprar. Essa é a beleza do merca-
do de capitais. Qualquer pessoa
70%
pode virar literalmente sócio de
uma empresa.

Quando você aperta o botão de comprar uma ação, você vira sócio e
tem direito a ganhar os lucros da empresa. Mas vamos por partes. Então,
agora que a gente entendeu como funciona uma ação, eu vou explicar
por que as ações são mais arriscadas do que a renda fixa.

Uma vez que você compra a ação, você passa a ser detentor do direi-
to de ganhar os lucros daquela empresa proporcionalmente à sua partici-
pação. Então, você tem aquela ação dividida pelo número total de ações.

O valor da receita da empresa antes de passar aos acionistas, primei-


ro precisa pagar os fornecedores, mão de obra, funcionários, departa-
mento financeiro, aluguel, essas despesas fixas.

Além disso, também é preciso pagar juros. Então, antes de ir para o


acionista, ainda se paga aos credores. Ainda assim, precisa pagar o
governo, porque se der um lucro positivo maior do que zero, eu vou
pagar Imposto de renda sobre lucro líquido.

Então, se depois de tudo isso ainda sobra um lucro líquido positivo,


esse dinheiro é do acionista e, portanto, de direito de quem comprou a
ação daquela empresa. Então você percebe por que as ações são mais
arriscadas?

“ Depende da empresa dar lucro.


Existe um grau de imprevisibilidade, pois somente se a empresa der
lucro depois de pagar todos envolvidos, inclusive os credores. É que
você tem o direito de receber o lucro. Por isso as ações são mais arrisca-
das. Mas elas têm um potencial de retorno maior também, porque o acio-
nista está correndo mais risco.

Pois bem, você precisa escolher muito bem quais empresas você vai
investir, porque, afinal de contas, você só vai ganhar dinheiro se elas
derem lucro. Mas antes de chegar no ponto de como escolher uma ação,
vamos explicar pra vocês já uma coisa prática, que é os tickets de uma
ação.

Você vai ver vários códigos vindos de negociação, que corresponde


a uma empresa e a um tipo de ação diferente. Então, nós temos aqui dois
grandes grupos, dois grandes tipos de ações.

AÇÕES BRASILEIRAS: auferem sua receita aqui no Brasil.


Ordinárias: Te dá o direito político sobre a empresa.
Exemplo: ARZZ3 e ABEV3.
Preferenciais: Não têm direito a voto em assembleia geral de
acionistas, mas têm preferência no recebimento de dividendos.
Exemplo: ITUB4.
Units: É como se você estivesse comprando um pacotinho de
ações ordinárias x e y ações preferenciais.
Exemplo: IGTI11.

AÇÕES INTERNACIONAIS: você consegue comprá-las pela sua


corretora brasileira. Exemplo: a Apple, ela pode oferecer as suas ações
aqui no Brasil com um banco de investimento e eles bloqueiam um certo
número de ações lá da bolsa americana e transformam essas ações a uma
razão pré definida em recibos de ações que vão ser negociados na bolsa
brasileira, na sigla em inglês, chamam Brazilian Depositary Receipts
(BDR)
Exemplos: NUBR33, APPL34 e GOGL34.
Antigamente, as BDRs que estavam listadas na B3 só poderiam ser
compradas por investidores institucionais por uma medida de proteção
por parte da CVM, que tinha um entendimento que nem todo investidor
pessoa física tinha condição de compreender o que era uma BDR. Re-
centemente, a CVM, junto com a B3, liberaram a compra das BDRs para
qualquer investidor brasileiro. Então, se você é um investidor pessoa
física, com pouco dinheiro, com muito dinheiro, você pode comprar
BDRs.
AULA 2 Como Escolher
uma Ação

Agora que você entendeu o que é uma ação é que você pode se
tornar sócio de uma empresa e detentor de uma ação de uma forma
super fácil. Vamos explicar como escolher uma ação, mas eu tenho duas
notícias pra você, uma boa e uma ruim:
A notícia ruim é que não existe retorno garantido nas ações.

Então, por mais que você faça com todo o esmero, o trabalho de
escolha de uma ação, não é garantido que você vai ter retorno, que você
vai sair no lucro comprando aquela ação. Não existe nenhum método
sistemático que te dá a certeza 100% de probabilidade de acertar. Dife-
rentemente da renda fixa, por exemplo, essa é uma notícia ruim.
A notícia boa é que nós aqui da Empiricus temos uma
equipe enorme e 50 analistas fazendo isso todo dia,
há muitas décadas.

Assim, temos alguma experiência, alguns aprendizados, de coisas


que a gente sabe que funciona e que não funcionam. E existem dois mé-
todos diferentes para você escolher uma ação:
Método técnico
Método fundamentalista

Qual é a diferença na análise técnica? Eu olho para o comporta-


mento do preço da ação ao longo do tempo no gráfico onde há muita
volatilidade no mercado. A única certeza que você tem absoluta, essa
sim, 100% de probabilidade, é que o preço de uma ação vai oscilar
todos os dias.
A grosso modo, eles partem das informações de preço da ação e do
volume negociado daquela ação ao longo do tempo para eles tomarem
alguma decisão de investimento. A equipe da análise fundamentalista
olha para informações dentro da empresa, não de fora, porque o preço
da ação é o volume de negociação dessa ação são informações exóge-
nas à empresa, são informações externas à empresa.

O forte aqui da Empiricus é a análise fundamentalista. Então,


dentro da análise fundamentalista, existem alguns vetores que podem
gerar retorno ao investir em uma ação. Vetores são nuances, são carac-
terísticas diferentes que cada uma ação pode ter, que vai te dar um tipo
de retorno diferente:
Ação de crescimento.
Valor.
Tamanho
Dividendo.
Momentum.

Existem várias nuances, várias estratégias que você pode adotar.


Tem investidores que montam carteira de crescimento, tem investidores
que são investidores de valor. Inclusive quando você vê fundos de
investimento de ações, frequentemente eles vão se classificar em uma
dessas categorias.

- Eu sou um value investor.


- Eu compro uma empresa barata? Ah, não, eu sou um growth
investor.

Isso tudo aqui é para te explicar que existem várias metodologias


diferentes. E agora vamos para nosso de escolher ações Gostamos de
olhar três coisinhas nas empresas.
1 Essa empresa dá retorno? E se ela dá lucro entre os concorren-
tes, deve ver se o lucro é bom.
2 Essa empresa está crescendo? Você deve olhar para a expecta-
tiva daquela empresa, os projetos de crescimento que ela tem. É
legal olhar o histórico para ver se aquela empresa tem a capaci-
dade de executar bem. Mas é interessante você fazer um exercí-
cio de imaginação para o futuro. Então, a dar lucro é a mais
lucrativa do setor. As empresas têm a obrigação de divulgar uma
série de documentos para proteção ao investidor, onde vai estar
lá todos os demonstrativos financeiros passados.
3 Essa empresa está barata? Se estiver um preço muito alto não
adianta, mesmo que a empresa seja boa, pois a tendência é cair.
Olhe o preço da ação por setor e pelo tamanho da empresa. O
valor de mercado é a quantidade de ações multiplicado pelo
número de ações em circulação no mercado.

Então, para você ver se aquela ação é uma pechincha, olhamos uma
coisa chamada múltiplos. O múltiplo é número relativo ao lucro.

ITUB4 8% (R$ 25,00)

SANB11 7% (R$ 33,00)

BBAS3 4% (R$ 37,00)

O lucro se divide pelo número de ações. Vamos supor que deu, no


caso do Itaú (24/8 = 3) o lucro do Itaú, por exemplo, ele é R$ 3,00 por
ação. Então, se eu estou pagando oito vezes lucros na ação do Itaú, isso
significa que se eu comprar hoje, vou demorar oito anos para ter todo
meu capital de volta na forma de lucros. Afinal, eu não paguei oito
vezes lucros anuais, então eu vou precisar de oito anos para recuperar o
meu investimento inicial.

Grosso modo, isso que esse múltiplo significa, mas ele é legal de
olhar relativamente. Se eu fizer essa mesma conta do Santander, eu
chego em sete vezes lucros, está mais barato. Se eu fizer para o Banco
do Brasil, ele está quatro vezes lucro. Ele está pela metade do Itaú.

CONCLUSÃO: o Banco do Brasil está uma pechincha. Você não


concorda comigo?
Então, recapitulando, o nosso método: o lucro daquela empresa é
melhor relativo aos seus concorrentes? Aquela empresa tem projeto de
crescimento? Podem ser comprados na promoção? Se sim, é um sinal
de compra óbvio!

É muito raro você encontrar uma empresa que tem tudo isso ao
mesmo tempo. Às vezes você vai ter que priorizar. Eu, Larissa Quares-
ma gosto de priorizar o ponto três. Assim, se eu tiver que abrir mão do
um ou do dois, eu abro pra comprar uma empresa barata.

Como vocês podem ver, dá trabalho você escolher as ações. E nós


aqui da Empiricus, nosso exército de quase 50 analistas fica monitoran-
do o mercado, a procura de oportunidades, de compra de ações. E é isso
que a gente faz todo dia. E a gente, toda vez que a gente vê uma oportu-
nidade óbvia pra ganhar dinheiro em ações, a gente solta aí a recomen-
dação para os nossos assinantes.
AULA 3
Não Coloque
Todos os Ovos
na Mesma Cesta

Um conselho e um mantra dentro do mercado financeiro:

"Não coloque todos os ovos na mesma cesta”.

Isso é super importante. Investir em ações é mais arriscado. Porém,


existem formas de se proteger contra esses riscos. Então é bom diversi-
ficar as fontes de riscos.

Você precisa ser melhor amigo ou amiga da descorrelação.

EXEMPLOS
Descorrelação entre Empresas:
No setor bancário, estudamos todos os bancos, como o Banco do
Brasil, Santander, Itaú e escolhemos o Banco do Brasil. Porque ele
é, de fato, o valuation mais barato. Mas vamos colocar um risco em
uma situação hipotética. Imagina que o presidente da República
acorda amanhã e diz achar que o Banco do Brasil tem que limitar a
taxa de juros cobrada dos empréstimos. E assim, coloca um teto na
taxa que o banco pode cobrar dos clientes. Como os acionistas fica-
riam com isso? Não ficaram nada contentes, pois colocar um teto
no juro que o Banco do Brasil cobra significaria colocar um teto
também no lucro para os acionistas.

Mas ainda assim você gosta do setor bancário e quer ter uma ação
do setor. E você pode ter. Você pode manter seu investimento em:
Banco do Brasil (BBAS3)
Banco privado, como Santander Brasil (SANB11)
Itaú Unibanco (ITUB4)
Assim, você está diversificando os riscos específicos entre as em-
presas.

Supondo que você montou a carteira de 9% em ações, sendo 3% no


Banco do Brasil, 3% no Santander e 3% no Itaú, se tiver essa situa-
ção hipotética de interferência no BB, ela não vai atingir sua cartei-
ra de ações inteira ou 9% do seu patrimônio. Ela vai atingir só 3%
de seu patrimônio. Ao mesmo tempo, pode ainda criar uma situa-
ção interessante, pois os acionistas de Banco do Brasil que querem
estar posicionados no setor bancário, tendem a vender Banco do
Brasil e aplicar esse dinheiro em outros bancos. Assim, é provável
que as outras duas empresas subam.

Nesse exemplo, o que temos é a descorrelação entre os fatores de


risco individualmente entre as empresas. O Banco do Brasil tem
um controle público e pelo governo. O Santander Brasil é controla-
do por um banco espanhol, que é o Grupo Santander, sediado em
Madri, na Espanha. Tem outro time de gestão, com outras cabeças
e outras competências para tocar aquele negócio. E o Itaú Unibanco
é administrado pela família Setúbal junto com a família Moreira
Salles e também tem outra forma de pensar. No exemplo, apesar de
ser possível, é improvável que as direções dos três bancos façam o
mesmo movimento juntos.

Descorrelação entre Setores:


Usando o mesmo exemplo do setor bancário, imagina que aquela
situação hipotética da canetada do governo no Banco do Brasil não
é verdade e agora o governo ou o Banco Central determinam que os
bancos podem cobrar, no máximo, 300% ao ano de juros no cheque
especial. Isso não só é possível como já aconteceu. O Banco Cen-
tral já colocou teto nos juros do empréstimo consignado e o gover-
no também já colocou teto no cartão de crédito.

Assim, todas as ações do setor bancário vão cair, seja o Banco do


Brasil, Santander ou o Itaú Unibanco, pois a medida tomada pelo
governo afeta todos os bancos. Por isso é interessante você diversi-
ficar sua carteira de ações entre setores.
Isso não quer dizer que você não possa ter bancos, mas você pode
ter também mineradoras, varejistas, tecnologia, entre outros vários
setores. É muito difícil ter uma canetada ao mesmo tempo em
todos esses setores. Apesar de possível, é improvável.

Descorrelação entre Países/Mercados:


Na hipótese de o país entrar em recessão, todos os setores podem
cair juntos. Alguns setores podem cair mais e outros menos, mas se
a economia de um país entrar num ciclo de baixa, todas as ações
tendem a sofrer. Além da bolsa brasileira, você pode investir na
bolsa americana, podendo comprar as BDRs de empresas listadas
fora pela própria B3. Pode, inclusive, investir na Europa pelas
bolsas de Paris, Londres, Frankfurt, abrindo uma conta lá fora,
apesar de mais complexo. Mas só de você estar diversificado entre
Brasil e Estados Unidos você já atinge um nível de proteção de
risco muito bom na sua carteira.

É sempre interessante você ter ações de empresas sediadas em mais


de um país e não necessariamente na mesma bolsa. Porque tem em-
presas brasileiras com receitas geradas no Brasil e que optaram por
listar suas ações na bolsa americana. Assim, o risco continua sendo
o Brasil. Ou seja, a diversificação entre países não é puramente da
bolsa, mas de onde aquela empresa recebe receita.

Fazer toda essa diversificação pode parecer que dá trabalho, mas


ele pode não ser tão grande assim. Para isso, você tem duas formas de
investir e ter uma carteira de ações com risco diversificado e equilibra-
do, sem colocar todos os ovos na mesma cesta:

1 ÍNDICES:
Ao invés de escolher as ações individualmente, você pode
comprar um índice. Toda grande bolsa do mundo tem alguns índi-
ces que aquela própria entidade, a empresa que opera a bolsa de
valores, monta. E sempre tem um que é o principal.

Por exemplo, no Brasil, é o índice Ibovespa. A B3 pega as em-


presas de maior valor de mercado listadas na bolsa e faz um filtro
pelas ações mais negociadas. A cada quatro meses a lista de empre-
sas nesse índice é renovada. Então, esse índice é muito representa-
tivo da economia do país porque as maiores empresas da bolsa de
um país tendem a ser as maiores empresas da economia de um país.
Então, se você comprar um índice automaticamente tem exposição
a todas as empresas que compõem o índice e, com isso, você já tem
uma carteira de ações diversificada, sem ter que ficar comprando
individualmente.

Em outros países também têm índices, como os Estados


Unidos que tem dois, pois possuem duas bolsas de valores: a New
York Stock Exchange (NYSE), a Bolsa de Valores de Nova Iorque,
e a Nasdaq. A primeira tem empresas de economia mais tradicional,
como varejistas, financeiras, entre outras. As empresas de tecnolo-
gia têm preferência por serem listadas na Nasdaq. E cada uma tem
seu índice específico:
NYSE/S&P500: é a lista das 500 maiores empresas da NYSE
por capitalização de mercado.
Nasdaq/NDX: índice das principais empresas listadas na
Nasdaq.

O ponto de atenção ao investir em índices é que você acaba


bastante exposto ao risco país.

2 CARTEIRA DE AÇÕES:
Você pode construir sua própria carteira de ações. A minha
sugestão é começar com cinco ações. Em carteiras profissionais, 15
ações é a quantidade normalmente recomendada. Porém, se você
está começando, pode começar com cinco. Vou citar algumas ações
de empresas para você começar a investir e que são sólidas e muito
longevas, que existem há muitas décadas, que são muito grandes e
com probabilidade baixa de falência, além de serem líderes nos
seus setores.
Bancos: Itaú Unibanco (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3)
Mineradora: Vale (Vale3) e Gerdau (GOAU4)
Varejista: Arezzo (ARZZ3)
Você poderia começar sua carteira com essas cinco empresas
ou ainda seguindo recomendações de especialistas. Ao fim deste
curso você terá acesso a um período de acesso a série Palavra do
Estrategista, que o Felipe Miranda recomenda uma carteira de
ações que ele acompanha diariamente e também vai trocando as
recomendações. A carteira existe desde 2014 e se multiplicou por
sete no período.

Na Empiricus tem ainda outras opções de assinaturas, como as


Melhores Ações da Bolsa, do Fernando Ferrer, que tem um perfil
diferente da carteira recomendada do Felipe Miranda.

Deixar todos os ovos na mesma cesta é um risco bobo e desne-


cessário. Então, diversifique, construa uma carteira se expondo a
várias fontes de risco descorrelacionados.
AULA 4 Negociando
Ações na Prática

Após aprendermos com


detalhes sobre ações, vamos ver
agora como negociar ações na
prática. Pela conta na corretora
Vítreo, do Grupo Empiricus,
vamos juntos fazer operações de
compra e venda de uma ação ou
de um índice.

Entrada na conta da corretora com


login ou para abertura de conta na
Vitreo www.vitreo.com.br

Após entrada na área logada da corretora Vitreo, entrar em “Investir”


Para investimentos em ações, escolher área de “Renda Variável”

Nesta tela vemos que existem vários mercados diferentes dentro da


mesma bolsa. De acordo com o que vimos neste terceiro módulo, vamos
fazer operação no “Mercado à Vista”, com a compra e venda de ações.

Supondo que dentre as opções de construção de uma carteira diversi-


ficada você tenha escolhido comprar o índice Ibovespa. Existem vários
bancos que montam fundos que replicam o Ibovespa e listam esses
fundos em bolsa, que são chamados de ETF (Exchange Traded Funds). A
cota do fundo é listada na B3 e você pode comprar.

Busca pelo fundo com o ticker BOVA11, que replica o Ibovespa e é


construído pela Black Rock, uma casa de investimentos americana.
Vejam que na tela mostra o setor (Fundo de Ações) e a categoria (ETF).
Clicar em “Investir”

O Ibovespa é uma carteira teórica, que é construída pela B3 mas ela


não existe. É necessário que algum ou mais de um fundo replique para a
carteira Ibovespa ser negociada.

Primeiro na “Boleta”, vamos colocar se queremos comprar ou vender.


Vamos comprar.

Ativo: BOVA11
Tipo de ordem: à mercado ou limitada? A diferença é que a
ordem a mercado você paga o valor do ativo no valor do momen-
to que a sua ordem chega no mercado. Na ordem à mercado não
é possível alterar o campo “Preço do Ativo”.
A outra opção é a “ordem limitada”, onde eu limito o valor a
pagar pelo ativo. No exemplo, vemos que o preço atual está R$
107,91 e, como o mercado pode estar subindo hoje, eu quero
limitar em R$ 110. Ou seja, a corretora vai comprar até o limite
de R$ 110 e não vai executar nenhuma ação acima desse valor.
Vamos deixar “à mercado” nesse exemplo porque a ordem é exe-
cutada mais rápido.
Validade da Ordem: a ordem que você colocou pode acontecer
de não encontrar condições de mercado para ela ser executada.
Então, por exemplo, se colocasse uma ordem limitada com um
preço muito abaixo do que está o mercado hoje de R$ 100, será
muito difícil dessa ordem ser executada. Então, se marcar “até
executar”, a sua ordem vai ficar ativa pregão após pregão até ela
ser 100% executada. Se marcar “hoje”, significa que se ela não
for executada toda ou parte no pregão de hoje, a ordem completa
ou o que faltar para completar os 100% não terá mais validade
amanhã.
Lote Mínimo: é o número mínimo de unidade pela regra da
bolsa que você pode negociar o ativo. Nesse exemplo, o lote
mínimo para o BOVA11 é uma unidade. Você não poderá com-
prar meia unidade, como acontece no Tesouro Direto, onde é
possível comprar frações de um título.
Quantidade: vou colocar que quero comprar 10 unidades e o
valor da minha ordem será mostrado. Ou seja, 10 vezes R$
107,77, são R$ 1.077,70.

Depois de tudo isso, clicar em “Enviar Ordem”. Seguiria uma tela


mostrando que sua ordem foi executada e você também receberia um
e-mail da corretora com a confirmação da execução integral ou parcial
da ordem.

Supondo agora que você queira comprar um outro índice, por exem-
plo, da bolsa americana, você também consegue pela B3 através de um
fundo que replica o índice da bolsa americana.

O índice S&P500 é replicado por vários fundos de instituições dife-


rentes na B3 e nós vamos buscar e usar o IVVB11, que é o mais negocia-
do e que tem mais liquidez. Quanto mais um ativo é negociado, mais o
preço dele tende a ser eficiente. Esse ETF também é feito pela Black
Rock. Depois de clicar em “Investir”, o processo é o mesmo do caso
anterior.

Caso queira comprar o índice que replica a Nasdaq, o fundo na B3


para esse investimento é o NASD11, que foi montado pela XP.

Como comprar ações de empresas específicas?


Comprar ações de empresas tem algumas diferenças quando compa-
rado com a compra de índices, que vimos até agora. Assim, vamos usar
o exemplo para comprar ações do Itaú Unibanco.
Na busca da página da Vítreo, procurar por ITUB4. Clicar em “investir”

Ao abrir a tela, diferentemente do lote mínimo de uma unidade na


compra de fundos, aparece a compra mínima de 100 unidades de ações.
Não é possível comprar menos que isso ou fração disso.

Mercado Fracionário
Como o volume financeiro de um lote de 100 ações é mais alto,
existe a possibilidade de comprar também fração de um lote pela própria
B3. Para encontrar essas ações, basta incluir um F ao final do ticker que
a empresa é negociada (ITUB4 + F). Nesse mercado, o lote mínimo
muda para uma unidade mínima para compra. Esse mercado é interes-
sante para quem está começando a investir e não tem tanto dinheiro dis-
ponível.

Nesse mercado fracionário pode acontecer um descasamento entre o


preço da ação padrão e o preço fracionado, geralmente, um desconto um
pouco abaixo. Mas, quando acontece, a tendência é que logo essa dife-
rença feche rapidamente.

Uma outra caraterística é que quando compra frações de lote, caso


suas compras da mesma ação atinja a quantidade mínima do lote corres-
pondente, você pode vender posteriormente esse lote no mercado padrão
dessa ação, ou seja, o mercado não fracionário.
Outro exemplo de negociação de ação: Vale

Fazer buscar por VALE3. Você vai ver que aparecem duas opções,
sendo que uma delas terá o F no fim do ticker, como já vimos anterior-
mente. Para o nosso exemplo, vou clicar em “investir” no ticker VALE3.

Agora mudar a operação para “venda”. Nesse caso, o lote padrão de


venda também é de 100 unidades mínima e não tem grandes diferenças
em relação a uma ordem de compra. A única diferença é que quando a
ordem de venda for limitada, o preço do ativo para a venda será o limite
mínimo para a corretora vender. Quando acontece uma compra limitada,
o preço do ativo colocado é o limite máximo.
AULA 5 Tributação
de Ações

Para falar sobre tributação de ações temos de saber diferenciar uma


operação comum de outra de Day Trade, porque elas têm algumas espe-
cificidades. Na operação comum o investidor compra um determinado
ativo e vende depois de um dia ou mais. Se comprar e vender no mesmo
dia fica caracterizada como Day Trade.

comuns day trade


IRRF 0,005% 1,0%

Alíquota 15% 20%

Código (Darf) 6015 6015

Isenção? Até 20 mil Não Há

Nas operações comuns, o Imposto de Renda Retido na Fonte


(IRRF) é uma taxa pequena de 0,005% que a corretora avisa a Receita
Federal apenas em operações de venda. Nas operações de Day Trade
essa taxa sobe para 1%. Já a alíquota de imposto de renda sobre o lucro
em operações comuns é de 15%, contra 20% de Day Trade.

O código do DARF (Documento de Arrecadação de Receitas Fede-


rais) é 6015, o mesmo para as duas operações. Para pagar seu imposto
é necessário emitir esse documento. Para operações comuns o mercado
tem uma isenção de até R$ 20 mil em vendas. Se as vendas totais de
ações no mês superaram R$ 20 mil a alíquota de 15% é obrigatória. Já
para o Day Trade não existe qualquer isenção.
Sobre as operações comuns é importante ressaltar que esse valor de
R$ 20 mil isentos de tributação considera todas as operações de vendas
no mês. Ou seja, se você fizer três operações de R$ 10 mil haverá tribu-
tação. O imposto é relativo ao lucro total do mês, ou seja, se vendeu
mais de R$ 20 mil basta somar o resultado de cada uma das operações.
E você só vai pagar imposto se houver lucro. E é em cima desse valor
que é cobrado o imposto de 15%. O DARF deve ser pago até o último
dia útil do mês seguinte em que a venda foi realizada.

ETFs e BDRs, que também são investimentos em renda variável,


não existe isenção independente dos lucros obtidos. Lucrou, é necessá-
rio emitir o DARF.

Como funciona na prática


Supondo que alguém comprou 1000 ações do Itaú (ITUB4) por R$
25 cada, ou seja, um investimento inicial de R$ 25 mil. Passado um
tempo foi decidido vender essas ações, só que agora ao valor de R$ 30
cada, gerando um lucro. O valor final de venda agora é de R$ 30 mil.
Só que todas as operações, seja de compra ou venda, envolvem custos
como a corretagem, emolumento ou taxa de custódia e o IRRF na ope-
ração de venda.

Vamos considerar um valor de R$ 21,50 para essa operação de


compra a fim de descobrir qual foi o lucro no período e saber qual o
valor que será pago dos 15% de imposto.
Os R$ 30 mil arrecadados com a venda das 1000 ações agora pelo
valor de R$ 30 cada ação. Desconta-se o investimento inicial de R$ 25
mil, além dos custos da operação para chegar no valor líquido. São R$
10 reais para compra e R$ 10 para venda, além de R$ 1,50 de IRRF,
totalizando R$ 4.978,50. É sobre esse valor que a alíquota de 15% será
aplicada chegando a um total de R$ 746,78 a ser pago de imposto desta
operação.

Calculando os valores de mais de uma operação ao mês


Com as mesmas 1000 ações de Itaú por R$ 25, o que dá um investi-
mento de R$ 25 mil. Adicionalmente vamos considerar também 100
ações da Arezzo pelo valor de R$ 80, um investimento de R$ 8 mil.
Soma-se mais 1000 ações de Ambev por R$ 15 a unidade, com investi-
mento de R$ 15 mil.

Passado um tempo essas ações serão vendidas. Vendi Itaú cada uma
por R$ 30, chegando a um valor total de R$ 30 mil, Arezzo a R$ 90 e
consequentemente R$ 90 mil, porém, em Ambev ocorreu um prejuízo.
Essas ações foram compradas por R$ 15 cada, mas foram vendidas por
R$ 10, totalizando um prejuízo de R$ 5 por cada uma das mil ações,
com a venda atingindo R$ 10 mil (prejuízo). Com os custos de operação
(corretagem, emolumentos, custódia e IRRF para venda) temos um
custo total de R$ 62,45.
Com essas operações o lucro final foi de R$ 977,55. Com uma
alíquota de 15% nesse lucro final, chegamos a um valor de R$ 146,63,
que é o valor do imposto a ser pago ao final deste mês de trabalho.

COMO PAGAR O DARF

Para emitir o DARF, o primeiro passo é entrar na página da


SICALC dentro do portal da Receita Federal. Deve-se clicar no link de
preenchimento rápido e preencher os dados solicitados. Na tela seguin-
te, o campo de código ou nome da receita escolha a opção 6015 e seguir
preenchendo as informações dentro da página como período de apura-
ção, o valor calculado para o pagamento do imposto e clicar em calcu-
lar. Na sequência clique no botão emitir DARF e abra o arquivo. Caso
esteja fora do prazo para o pagamento, haverá multa que também pode
ser calculada no sistema.
módulo 4
Diversifique seu Patrimônio:
Investimentos Alternativos e Criptomoedas
AULA 1
Como investir
em Fundos
Imobiliários

A indústria dos Fundos Imobiliários cresceu muito nos últimos 20


anos, tornando-se uma alternativa interessante principalmente para os
investidores que preferem ter uma renda mensal.

Fundo imobiliário basicamente é um condomínio de investidores


que são chamados de: Fundo de Investimento Imobiliário é também
chamado de FII, onde cada um tem a sua cota ou várias cotas e é uma
forma simples de ter acesso a um imóvel. Esse conjunto de cotistas
investe seus recursos em troca dessas fatias. Os recursos são normal-
mente alocados em imóveis ou veículos que indiretamente acessam o
mercado imobiliário.

Existe também o acesso a diferentes tipos de segmentos de


imóveis como:
Shoppings
Escritórios
Galpões Logísticos
Crédito Imobiliário
Entre Outros.

O primeiro retorno perceptível quando se começa a investir em FII


são os aluguéis com retornos mensais. Basicamente, esse condomínio
de cotistas direciona o recurso para o investidor. Pode ser um portfólio
de imóveis, por exemplo. E esse imóvel, caso esteja locado, caso gere
renda, retornará esse rendimento aos cotistas. Importante ressaltar que
esse é um rendimento de renda variável e essas cotas são negociadas
podem ser negociadas em bolsa, ou seja, é um investimento de risco.
PRINCIPAIS PONTOS DOS FUNDOS IMOBILIÁRIOS

Divisão por Cotas


O Fundo Imobiliário é dividido por cotas. Essa cota divide o patri-
mônio do fundo e o cotista tem um retorno proporcional ao percen-
tual de participação do fundo. Quem tem 10% de uma cota é consi-
derado super relevante e terá a receita financeira gerada direciona-
da proporcionalmente de acordo com cada cota ou participação.

E essa divisão de cotas de Fundos Imobiliários basicamente, assim


como as ações, realiza uma oferta pública, chamada de emissão de
cotas. Os fundos de gestão ativa têm liberdade para fazer diversas
emissões de cotas e, para serem listados em bolsa, realizam uma
oferta pública na B3 e regulado pela CVM. O investidor consegue
acessar a oferta pública normalmente pelas corretoras, fazendo
uma oferta para determinado número de cotas, de acordo com
preço mínimo, com estudo de viabilidade e destinação apresenta-
dos no prospecto.

Conjunto de Investidores
São os cotistas.
Composto Ativo do Mercado Imobiliário
Pode ou não possuir ativos em segmentos diferentes. Vai depender
da estratégia a ser apresentada no IPO, mas basicamente o que tem
no mercado é um fundo normalmente designado a um segmento
específico. São fundos de escritório, shopping, logística, crédito
imobiliário e cada fundo tem seu nicho. Existem algumas varia-
ções, como o fundo híbrido, que acaba atuando em dois setores,
caracterizando outras ramificações.

Recebimento do aluguel
É uma das características mais importantes já que nenhum outro
ativo listado em bolsa consegue oferecer o pagamento de provento
mensal. O cotista de fundo imobiliário basicamente investe em
imóveis e, assim como acontece na vida, você recebe um aluguel.
Neste caso, o provento é pago diretamente na sua conta da correto-
ra, com esse rendimento isento de imposto de renda para pessoa
física.

Negociado na B3
As cotas dos fundos imobiliários são negociadas na B3, na bolsa de
valores, assim como as ações. O ticker, que é o código de negocia-
ção dos fundos, também é formado por quatro letras com o código
11 no final, por exemplo BTLG11 ou PATL11.

Índice de Performance da Indústria (IFIX)


O IFIX é um índice da média dos fundos do mercado imobiliário.
Ele é composto basicamente por métricas de volume, patrimônio e
negociação diária, totalizando algo em torno de 60 a 70 fundos.
Esse é o principal referencial da indústria para cobrança de perfor-
mance. Índice de inflação também é uma referência de performan-
ce, pois os contratos são, tradicionalmente, reajustados pela infla-
ção e cria essa correlação com os fundos do segmento.
O IFIX é um índice criado no fim de 2010 e a ideia é representar o
índice de fundos imobiliários na bolsa. Desde sua criação o IFIX conse-
guiu superar o Ibovespa e também o CDI. O IFIX aproveitou o cresci-
mento da indústria e, mesmo com a pandemia dos últimos anos, conse-
guiu superar a renda fixa e a taxa básica de juros no período. Assim, é um
bom indicativo de retorno em longo prazo.

REGULAMENTO
Formação dos Fundos Imobiliários
Foi criado em 1993 com a Lei 8.668 e é regulado pela Comissão de
Valores Imobiliários (CVM). O fundo imobiliário é originalmente
criado por um prospecto que apresenta as principais características
da gestora, da estratégia do fundo, da destinação dos recursos da
emissão, das características da emissão, do cronograma da oferta e
outros pontos mais burocráticos, mas que são importantes para
entender a proposta do fundo em questão. Existem fundos que só
podem investir em escritórios, ou seja, o gestor não pode pegar o
recurso e comprar um apartamento ou shopping, por exemplo. Os
fundos cobram também taxas de administração, performance e ma-
nutenção.
O Relatório Gerencial (mensal) e o Informe Periódico (balanço e
demonstração financeira) servem também para acompanhar perio-
dicamente o andamento dos fundos. Nesses documentos é possível
saber sobre a ocupação dos ativos, a atuação comercial da gestora,
saídas e entradas de locação dos imóveis, reajustes nos aluguéis e
perspectiva da gestão para o fundo e o cenário macro.

Funcionamento da gestão e administração


Existem três principais players dentro da estrutura de um fundo.
O primeiro é o investidor que direciona os recursos para o
fundo, ser um cotista dele e receber seus rendimentos.
O segundo é o gestor que vai tomar as decisões estratégicas,
como vender ou comprar um imóvel, por exemplo. Ele pode
também negociar com os locatários, além de apresentar de
forma detalhada as negociações e as questões de relacionamen-
to.
Por fim, existe também a figura também do administrador, que
normalmente pega uma fatia da taxa de administração e é o res-
ponsável pelos processos operacionais do fundo, como distri-
buição de rendimentos e emissão de balanços. O administrador
tende a ser um representante do cotista. Quando tem um gestor
e administrador da mesma instituição, você tem um pequeno
conflito de interesses normalmente. Então é sempre recomendá-
vel que o gestor e o administrador sejam pessoas diferentes, que
geram uma transparência maior.

DIFERENÇA DE FUNDO IMOBILIÁRIO PARA IMÓVEL FÍSICO

É bom entender um pouco o perfil do público-alvo desse tema. O


brasileiro adora investimento imobiliário, imóvel físico, tanto para a casa
própria quanto para a locação. Mas tem algumas diferenças de interpreta-
ção, como, por exemplo, moradia não ser um investimento, porque não
gera renda e não tem foco o ganho de capital. O principal objetivo de
adquirir a casa própria é a conveniência de ter a casa própria. Não deixa
de ser um patrimônio, mas não quer dizer que não possa ser um investi-
mento em algum momento, só que não é a principal função dele.
Passa ser investimento quando existe uma renda envolvida, como
pagamento de aluguel ou ganho de capital com compra e venda ao nego-
ciá-lo a um preço mais caro no futuro. Já os fundos imobiliários não têm
burocracia para compra, pode ser investido rapidamente no Home Broker
e há também valores acessíveis de cota (R$ 100 em média). No imóvel
físico essa demora de compra e venda sempre é maior.

Tipos de Fundo
Fundos de Tijolo
Normalmente têm algumas características distintas também. O
primeiro caso é a diferença entre monoativo e multiativo. Monoati-
vo é a compra de apenas um ativo. O multiativo é um fundo com
diversos ativos/imóveis dentro da carteira. Tem fundos de lajes cor-
porativas com mais de dez lajes, escritórios na carteira, participa-
ção nos imóveis e logística também.

Se uma pessoa tem dois inquilinos e apenas um deles sai, vai


ocorrer uma vacância de metade do portfólio. Consequentemente,
o rendimento vai ser bastante impactado. Quando existem mais de
20 inquilinos, é claro que dá mais trabalho para alocar, para geren-
ciar, mas tem um menor impacto de saída.
Dentro desses fundos existem os imóveis prontos, que são imó-
veis construídos, ou em desenvolvimentos, onde os fundos desen-
volvem a construção para posterior locação. Essa construção
depende do ciclo para ficarem prontos, como o galpão que demora
um a dois anos para ficarem prontos, e os escritórios podem ter
ciclos de três a quatro anos. São poucos fundos de desenvolvimen-
to, pois a maioria dos fundos trabalham com imóveis prontos dada
a característica de gerar renda.
Fundos de tijolo oferecem o ganho de capital, bastando a
compra de ativo com a carteira que, mesmo boa, pode estar com o
preço defasado ou por alguma questão específica do fundo que fez
com que o imóvel perdesse valor e, no longo prazo ou até no curto
prazo, poderá ter uma recuperação da cota pelos preços dos imó-
veis.
A gestão ativa é a que mais existe hoje no mercado e gera mais
receita para a gestora e mais especialização para o cotista. Ao
buscar oportunidades no mercado pode-se realizar uma mudança
de locatários, ter mais liberdade na movimentação e, com isso,
gerar uma alta para os cotistas de uma forma mais fácil do que a
gestão passiva.

Fundos de papel
Os fundos de papel têm alguma característica específica que é
o investimento em dívidas atreladas ao mercado imobiliário. Essas
dívidas normalmente estão em formato de produtos securitizados,
como é o caso do Certificado de Recebíveis Imobiliário (CRIs).
Também existem algumas receitas e Letras de Crédito Imobiliário
(LCIs), que tem a securitização e emissão feitas pelos bancos. No
caso dos CRIs normalmente a gestora faz a originação desse crédi-
to e a securitizadora realiza toda a operação do produto.

O CRI é um formato de financiamento para empresas do mer-


cado imobiliário. Supondo que a Cyrela queira fazer um projeto na
região do Itaim Bibi, em São Paulo, de um imóvel residencial,
porém não quer utilizar seus recursos próprios disponíveis para
financiar esse projeto. A Cyrela vai na gestora e na securitizadora
para solicitar um financiamento e verificar a viabilidade de finan-
ciamento. Assim a gestora origina o crédito, a securitizadora faz a
estruturação do produto e o acompanhamento para financiar a uma
taxa que pode ser indexada ao IPCA ou ao CDI. É um produto que
muitas vezes pode ser observado em plataformas de corretoras e
bancos também. O CRI normalmente aparece com o nome do pro-
jeto ou da corporação que está atrelada, então vai aparecer no home
broker ou na sua carteira da corretora, na sua plataforma CRI
Cyrela IPCA +6%, por exemplo. Isso significa que a Cyrela está
tomando esses recursos, já que precisava de R$ 400 milhões, e ela
vai remunerar o credor a um IPCA mais 6% ao ano durante o perío-
do específico de pagamento.

Então esses fundos de papel compram CRIs, que normalmente


estão disponíveis apenas para o investidor institucional ou até para
as próprias gestoras que originam esse crédito. São também ativos
isentos de Imposto de Renda para na carteira dos fundos imobiliá-
rios, assim não tem uma ineficiência tributária. São indexados à
inflação, à CDI e podem ter um maior risco ou menor risco.

Para encontrar maiores taxas, devemos compreender o High


Yield, projetos ou empresas com risco mais elevado no mercado
imobiliário. Podem ser projetos em regiões mais estressadas, ou
uma empresa que já não tem uma liquidez tão interessante e com
isso concede um retorno maior nessa taxa. Já o High Grade é aquele
crédito que cresce, possui um risco baixo e pode ser um projeto
super bem montado.

Em um exemplo hipotético, um CRI High Grade poderia ser


remunerado a IPCA mais 5%, enquanto um CRI High Yield seria
um IPCA mais 9%.

Vantagens dos Fundos Imobiliários:


Isenção de IR nos rendimentos
Investir com pouco
Acesso a imóveis premium
Diversificação
Gestão profissional
Liquidez
Rapidez na venda
Menor burocracia
Periodicidade dos pagamentos

Desvantagens dos Fundos Imobiliários:


Dependência da gestão
Custos – taxas de administração e performance,
comuns nos fundos
Risco de vacância
Risco de crédito
Risco de mercado – como é negociado em bolsa,
está sujeito a volatilidade do mercado
Riscos físicos contra os imóveis - comprometimentos
que precisem de obras
Risco de obras
Regulamentação
Proteções:

AULA 2 Como se Blindar


em Momentos
de Queda

Qual é a ideia de ter uma parcela do seu portfólio neste seguro?

Pensa que você tem um carro ou uma casa e você faz o seguro pen-
sando em não utilizar aquele seguro, mas, a partir do momento que
você tem um seguro, consegue ficar mais tranquilo em relação a uma
possível perda ou possível dano ao seu carro, à sua casa. A ideia aqui de
você ter proteções no seu portfólio é atuar como seguro.

Você não deve esperar ter grandes ganhos com esses ativos, mas
eles vão ser extremamente necessários para você conseguir passar por
momentos turbulentos do mercado. Numa grande crise financeira,
talvez você perca nas suas posições de risco e essas proteções vão ame-
nizar, vão atuar como um amortecedor do seu portfólio.

“ Importante destacar que é preciso ter clara a


ideia de portfólio completo, onde você pode ter posi-
ções que estão ganhando e que estão perdendo,
mas, no geral, o seu portfólio seja vencedor no
longo prazo.

Provavelmente, na maior parte do tempo, não vai acontecer gran-


des ganhos nessas posições de proteção, mas, num eventual momento
conturbado, as suas ações vão cair muito, a sua renda fixa vai continuar
estável e as proteções vão gerar um ganho momentâneo que depois
pode depois realocada em outros ativos que tenham caído muito.
A ideia das proteções é a da covariância negativa, ou seja, procurar
ativos que andem em movimentos contrários no seu portfólio. Assim,
em um momento de alta das bolsas, você vai ver as ações se valorizan-
do e, provavelmente, vai ver o dólar ou o ouro tendo perdas, porque as
pessoas estão mais dispostas a correr riscos e vão procurar mais os
ativos que pagarão mais no longo prazo e vão diminuir a procura por
essas proteções do portfólio. Mas, em momentos de crise, quando as
ações caírem muito e o dólar ou o ouro se valorizarem, você vai ter essa
compensação.

Quais são os ativos para proteger o seu portfólio?

Dólar
A moeda americana é importante porque o Real, apesar da
gente ser brasileiro e ter maior a parte dos nossos gastos e receitas
em moeda local, o Brasil é uma economia emergente, então o real
é uma moeda exótica. Você não pode ter toda a sua riqueza atrelada
a uma economia que representa 2% da economia global, deixando
todo o resto do lado de fora. O dólar acaba atuando como essa
moeda global, porque todo mundo utiliza o dólar para fazer transa-
ções. Por isso é importante ter uma parcela do seu portfólio em
dólar. Em momentos de crise no mercado nacional, o dólar tende a
se valorizar frente ao Real.

Ouro
Outra proteção para o seu portfólio é o Ouro, que serve como
proteção diante de todas as moedas globais, inclusive o dólar. Se
tiver um aumento global da inflação, o dólar provavelmente
também vai sofrer, então o Ouro ele é visto muitas vezes como uma
reserva de valor dada a sua escassez. Como sua extração é limitada,
ele é utilizado como reserva de valor para possíveis perdas de valor
das moedas fiduciárias, as moedas de papel. O Ouro serve como
um seguro do seguro.
Como começar a investir nesse tipo de ativo?

Dólar
Quando se fala do dólar, existem três formas principais:
Tem o dólar físico, ou seja, você vai a uma casa de câmbio e
compra dólares. Só que tem o problema de guardar esses
dólares e vem a questão da segurança. Pode acontecer alguma
coisa na sua casa e você perder esses dólares. Apesar de ser
talvez uma maneira mais direta de você ter esses dólares no
seu portfólio, não é a mais prática.
A segunda forma é você ter uma parcela do seu portfólio em
moeda americana por meio de fundos cambiais, onde o
gestor do fundo vai comprar dólares e resultado do investi-
mento vai seguir o retorno da moeda.
Outra forma é ter uma conta no exterior. Hoje já existem
maneiras práticas de você ter se ter conta lá fora, mas ainda
terá que mandar os recursos para essa conta, transformando
reais em dólares. Algumas corretoras já fornecem esse tipo de
serviço. Assim, terá que enviar os recursos por meio de uma
casa de câmbio e isso pode trazer vários percalços no meio do
caminho. Apesar da dificuldade, você tira o risco Brasil. A
partir do momento em que seus recursos estão numa conta
nos Estados Unidos, eventuais problemas no Brasil não vão
afetar essa parte da sua riqueza. Pode ainda ser interessante
até para aquelas pessoas que pensam em um dia em ir para
fora.

Ouro
O Ouro é bem parecido com o dólar. Pode também comprar o
ouro físico, mas a dificuldade é ainda maior que o dólar para guar-
dar esse Ouro. Além da segurança que é bem complicada, tem a
questão prática de se guardar Ouro.
Assim como os fundos cambiais, têm os fundos que inves-
tem no ouro. O gestor pode comprar Ouro no mercado futuro
ou até comprar o ouro físico, com o resultado do fundo atrela-
do à cotação do ouro.
Ao analisar as diversas opções de fundos que investem em
Ouro, precisa analisar se o fundo tem hedge ou não. Quando inves-
te em Ouro, vai ter a performance do metal e também a performan-
ce do dólar. Assim, alguns fundos decidem tirar essa exposição
cambial, que os fundos com hedge. Se quiser uma proteção dupla,
tanto com o Ouro quanto o dólar, tem que procurar os fundos que
não tem hedge.
Tem ainda a opção da compra desses fundos por meio de
ETFs (Exchange Traded Funds). No Home Broker da corre-
tora buscar pelo ticker GOLD11 e vai ter o ativo sendo nego-
ciado em bolsa, podendo comprar e vender no mercado. Por
ETF seja mais prático para você montar e desmontar uma
posição, pois tem a negociação diária no mercado de bolsa.
Tem ainda a opção de investimento via mercado futuro, que
é um pouco mais complexo, pois vai comprar um contrato
futuro de Ouro e tem a chamada margem no meio do cami-
nho. Pode ter que colocar um pouco mais de dinheiro para
manter essa posição.

Dito tudo isso, se você quiser também começar a investir em


ouro hoje, as formas mais práticas são por meio dos fundos e dos
ETFs.

É importante olhar a taxa de administração, tanto no dólar


quanto no ouro. Nos fundos de ações com gestão ativa, vai ter uma
equipe por trás olhando quais são as empresas que são melhores no
momento para serem compradas. Já os fundos de Ouro e dólar são,
normalmente, passivos, ou seja, não tem uma posição ativa do
gestor, que só vai pegar o recurso e vai comprar aquele ativo, dólar
ou ouro, e não vai fazer mais nada. Assim, atenção aos custos, pois
você não deveria pagar custos altos para esse tipo de fundo porque
tem pouca inteligência envolvida.
AULA 3
Conhecendo o
mercado de
criptomoedas

Vamos de fato iniciar os estudos sobre o mercado de criptomoedas.


E para começar, vamos falar sobre o Bitcoin. Acredito que muitos já
ouviram falar, mas não entenderam como funciona esse ecossistema.

Trilha sobre o universo da criptomoeda:


Breve história sobre a origem do dinheiro
O que são criptoativos e como surgiram
Quem são os atores da rede
O que existe além do bitcoin
Exchanges
Wallets
Segurança

A EVOLUÇÃO DO DINHEIRO
O escambo foi a primeira forma de relacionamento do ser humano,
fazendo negociações de troca para você adquirir novos bens. Era sim-
plesmente trocar um material por outro e não tinha um meio intermedi-
ário para isso. Essa foi a ideia com o surgimento da moeda, que veio
para ser um meio de troca, um meio intermediário, e que foi evoluindo
ao longo dos tempos. Provavelmente você já teve contato com dinheiro
fiduciário, cartão de crédito e o dinheiro eletrônico, que pode acessar
facilmente hoje em dia qualquer um de seus dados bancários em muitos
bancos diferentes. A ideia dos criptoativos vem mais uma fase e um
passo dessa evolução do dinheiro. Podemos considerar hoje o bitcoin
como a internet do dinheiro.

DINHEIRO FIDUCIÁRIO E ELETRÔNICO X CRIPTO MOEDA


A principal diferença é que os criptoativos são descentralizados. No
caso da moeda fiduciária ou dinheiro eletrônico, eles possuem uma insti-
tuição por trás, que os controla. Os criptoativos não. Por serem descen-
tralizados, não possuem um órgão regulador. Os criptoativos têm suas
próprias regras que são descritas em um documento chamado White
Paper.

Os criptoativos, como seu próprio nome já diz, vêm de um conceito


chamado criptografia. É por isso que o White Paper foi divulgado pela
primeira vez para um grupo bem reduzido de pessoas que eram os criptó-
grafos da época. Provavelmente você já deve ter ouvido falar da palavra
criptografia, porque muitos dos dados com os quais a gente lida diaria-
mente são criptografados, até mesmo suas mensagens do WhatsApp.

BITCOIN – A PRIMEIRA CRIPTOMOEDA

O bitcoin surgiu em 2008, justamente no ano da maior crise do siste-


ma financeiro. Basicamente, a crise do subprime se deu por conta dos
órgãos que controlavam o dinheiro. Nessa época surgiu a figura do
Satoshi Nakamoto. Não se sabe ao certo quem é essa pessoa ou de onde
ela é, pois é uma assinatura anônima e, literalmente, o nome do perfil que
fez a primeira publicação do White Paper.
Mas o que é o White Paper? É, basicamente, a bula de um remédio,
que está escrito passo a passo o que é e como funciona o conceito do Bit-
coin e essa relação de peer to peer, que é a ideia central da criptomoeda e
do bitcoin?

Esse White Paper foi enviado a um grupo de criptógrafos que enten-


diam como funcionava esse sistema de transformar uma informação em
outra informação codificada, que você precisa decodificar para saber do
que se trata.

Por que usar Bitcoin e conhecer o mundo dos criptoativos?


1 Moeda Global: não tem mais barreiras, não tem mais a necessidade
de fazer câmbio, onde se paga ainda taxas altíssimas para realizar
operações ao redor do mundo.
2 Custódia: não depende de uma regulação, de um órgão central para
poder fazer a custódia dos seus ativos. Você mesmo vai fazer a custó-
dia dos seus ativos e tomar conta dos seus fundos.
3 Segurança: por ser criptografado, o bitcoin envolve segurança em
níveis extraordinários.
AULA 4 Quem são os
atores da rede

Trilha sobre o universo da criptomoeda:


Breve história sobre a origem do dinheiro
O que são criptoativos e como surgiram
Quem são os atores da rede (Aula 4)
O que existe além do bitcoin
Exchanges
Wallets
Segurança

Vamos acompanhar sobre os atores e participantes desse ecossiste-


ma de criptomoedas. E nós vamos conhecer dois: Blockchain e minera-
dores.

BLOCKCHAIN
Blockchain é uma cadeia de blocos. Para você trazer isso para a sua
realidade, imagine uma imensa planilha de dados que nada mais é do
que a imensa planilha de dados do Excel com todas as transações que
ocorreram na blockchain do Bitcoin, por exemplo.

Usando o jogo Banco Imobiliário como exemplo, vamos supor que


temos quatro participantes que estão sem as cédulas ou sem o cartão de
crédito da maquininha. Para conseguir brincar você vai de um caderno
para poder anotar as transações. Uma pessoa bastante confiável vai
controlar tudo para poder fazer a retirada do dinheiro da sua suposta
conta e alocar no lugar correto. Mas nem sempre dá pra confiar em todo
mundo, certo? Então, o mais prático seria que todo mundo estivesse
anotando as informações do jogo. Imagine que os quatro participantes
vão anotar as informações e no final do jogo vamos todos bater as
nossas anotações para ver se todas elas estão corretas.
É basicamente assim que funciona a blockchain.

Quando você solicita uma transação, um bloco vai ser criado neste
exato momento e ele vai estar representando essa transação. Esse bloco
vai se difundir na rede e nos “nós” da rede, que os nossos segundos
atores, os mineradores. Quando todos os mineradores, no caso do nosso
jogo do Banco Imobiliário, todos os participantes, confirmarem aquela
operação, esse novo bloco vai ser adicionado na cadeia de blocos da
blockchain e a transação vai ser verificada e executada. Ou seja, a tran-
sação só acontece de fato quando todos os jogadores do jogo confirma-
rem que ela ocorreu.

A verdade é que a blockchain não é configurada como blocos:


A figura acima é exatamente uma blockchain, onde você consegue
encontrar todas as informações do que está rodando através de um site,
porque ela é pública e todo mundo consegue acessar as informações e
ver quais são as transações que estão rodando dentro da blockchain.

As informações são: o tamanho da operação, qual é o endereço da


transação, quem foi o minerador que executou aquela transação e
quanto tempo ela demorou para ser a ocorrida?

Mineradores
Como são criados os bitcoins? São os mineradores que criam os
bitcoins? Ela é, de fato, um processo de mineração? Essa ideia você já
pode tirar da cabeça.

O conceito é muito semelhante ao de minerar, porque a ideia do


bitcoin é que ele é limitado, assim como o ouro. Então, por isso as pes-
soas estão minerando o bitcoin, mas sem estar em uma mina.

Mineração
A mineração é conhecida por ser um processo que envolve a resolu-
ção de problemas matemáticos extremamente complexos. Os minera-
dores oferecem o poder computacional para essa rede, para que ela fun-
cione de forma unificada e correta.

As regras do jogo
Assim como o ouro, o bitcoin é escasso porque ele possui uma
quantidade limitada de 21 milhões. Então, o processo de mineração do
Bitcoin, assim como o processo de mineração do ouro, pode ser visto
como uma competição, até porque o número é reduzido. A cada bloco
minerador, os mineradores recebem uma remuneração. Você paga o
trabalho que você fez. Você minera uma certa quantidade de Bitcoin e
em troca recebe uma porcentagem daquele valor total que foi minerado.
E o Satoshi Nakamoto, que desenvolveu a empresa Bitcoin e escreveu
todas as regras do jogo, determinou que esse processo de remuneração
seria programado, ou seja, reduziria pela metade a remuneração do
bitcoin a cada quatro anos. Esse processo é conhecido como Halving.
Transações na Blockchain

Quando uma transação entre dois usuários é iniciada, ela é confir-


mada pelo minerador. Assim que todos os mineradores confirmarem
essa operação e validarem que ela é verídica, ela vai ser adicionada blo-
ckchain. Quando ela é adicionada à blockchain, a transação é aprovada.
Então, teremos a movimentação do ponto A para o ponto B e dessa
forma essa transação vai acontecer.
AULA 5 Criptoativos não
são todos iguais

Quais são as principais diferenças entre os ativos disponíveis no


mercado e o que tem de inovação quando comparado com o método de
pagamentos que foi a ideia do bitcoin a princípio.

Vamos começar com o Ethereum, que é um ativo muito conhecido


e é o segundo maior em marketing cap do mercado. Basicamente, o
Ethereum funciona como um supercomputador onde você consegue
rodar contratos inteligentes e aplicativos e que funcionam através de
uma moeda digital. Os aplicativos são chamados de Dapps, que são as
interfaces disponíveis na internet de diversos tokens que conhecemos
hoje em dia. Todas essas aplicações dentro da Ethereum são alimenta-
das pelo “combustível” da rede que é o ether. Quando você compra
Ethereum você está comprando o ether, que faz a rede toda do Ethe-
reum funcionar e é com ele que você paga as taxas de transação das
redes.

Todas as transações contêm um código executável para que ela


possa acontecer e elas ficam registradas na blockchain. É com o Ethe-
reum que a gente vai ter a introdução do DeFi, das NFTs e dos contratos
inteligentes.

Contratos inteligentes são conhecidos como “Smart contracts” e


funcionam como se fossem contratos digitais, que aplicam um conjunto
de regras específicas e que permitem a criação de novos protocolos. Aí
vão surgir várias outras categorias do mundo cripto, como os NFTs e os
protocolos de fato. Os contratos inteligentes são os responsáveis por
executar e gerenciar as operações da blockchain. Ou seja, eles também
são responsáveis por gerenciar e executar todos esses aplicativos que
você tem no mundo cripto. Os contratos inteligentes são imutáveis, ou
seja, você não consegue fazer uma modificação neles após a sua imple-
mentação, e eles são transparentes, pois utilizam a blockchain pública
do Ethereum.

A partir do Ethereum e dos contratos inteligentes vamos e vai ter


novos “produtos” do Ethereum e os mais conhecidos e utilizados são o
DeFi, DAOs e NFTs:
DeFi - São as finanças descentralizadas. É a tradução das fun-
cionalidades do mercado financeiro tradicional para o universo
de cripto.
DAOs - Podem ser consideradas “empresas” que funcionam
sem o gerenciamento hierárquico.
NFTs - São tokens não fungíveis e é um dos produtos do Ethe-
reum. São utilizadas para representar a propriedade de qualquer
ativo exclusivo. Elas também podem ser comparadas ao RG.
Quando alguém nasce e tem o registro feito no cartório, foi des-
crito que naquela data, aquela pessoa com determinado nome e
código nasceu naquele dia. Ou seja, o seu RG é o seu certificado
de que não vai ter nenhuma outra pessoa no mundo que tenha
nascido no mesmo dia, com o mesmo número do RG, nem com
o mesmo nome e sobrenome. As NFTs são os tokens que vão
representar os certificados digitais de ativos específicos, inde-
pendente do ativo que você queira. Pode ser uma foto, pode ser
uma música, além de diversas variedades que a gente já tem
visto hoje em dia. Lembre-se sempre: A NFT é o RG de um
ativo.

TOKENS
Os tokens operam nas blockchains dos criptoativos.
São baseados nos contratos inteligentes e executados sobre a
blockchain de outras criptomoedas.
E podem oferecer diversas utilidades.

Existem duas principais categorias de tokens:


1 Security Tokens - São enquadrados como valores mobiliários.
Ou seja, você pode fazer o token com ações, pois é uma repre-
sentação de uma posição de propriedade de um determinado
ecossistema. Com as ações, você não detém frações daquela
empresa? Com os tokens é basicamente a mesma coisa, só que
voltado para um criptoativo.
2 Tokens de utilidade - São tokens que vão fornecer um produto
ou um determinado serviço, funcionando como ponto de acesso
à rede da blockchain. Então, por exemplo, ele pode servir para
você oferecer um serviço de empréstimos.
AULA 6
O que é
uma exchange
de cripto?

O que são as Exchanges de cripto, que no universo cripto são as


corretoras por onde as negociações de criptoativos são feitas.

O que é uma Exchange de cripto?


Usando o paralelo do mercado tradicional, é uma corretora, como a
Vítreo, a XP ou a Rico. Só que as Exchanges de cripto possuem algu-
mas diferenças.
O mercado de criptoativos é aberto 24 horas nos sete dias da
semana (24x7). A qualquer momento você pode negociar um
criptoativo, bastando que você acesse o site ou aplicativo da sua
corretora.
As corretoras são intermediadoras entre os vendedores e os
compradores de ativos digitais. Cada exchange de cripto funcio-
na como se fosse uma bolsa de valores independente. Então,
você vai ver que os preços das criptomoedas negociadas variam
conforme a procura e a demanda.

Como escolher uma exchange?

Você precisa analisar:


Histórico: Saber se essa exchange nunca passou por um ataque
hacker e/ou como ela resolveu esse problema.
Reputação: Se é uma corretora bem falada não só pelos gran-
des negociadores do mercado, mas também pelo mercado de
varejo, para saber se ela tem uma interface que seja fácil de usar
e tem um bom suporte.
Número de Usuários: Quantidade de pessoas que negocia na
exchange, pois você consegue ter uma melhor relação sobre a
oferta e demanda, ou seja, se ela tem influência nos preços do
ativo que você encontrar naquela corretora.
Oferta de criptomoedas.
Liquidez: Se você consegue facilmente negociar seus ativos
Taxas: As taxas de negociação variam bastante, que são as
taxas de corretagem que é cobrada durante as suas operações. E
elas variam bastante.

Exchanges Centralizadas x Exchanges Descentralizadas

Centralizadas
Trazem a maior realidade de uma exchange de mercado tradicional.
Assim, você vai conseguir fazer um cadastro de forma simples e terá
uma plataforma com uma interface mais simples e intuitiva. Terá ainda
um suporte, pois, geralmente, você tem uma entidade por trás daquela
corretora, então ela é centralizada por um órgão. Os principais exem-
plos são:
Crypto.com,
Mercado Bitcoin,
Entre outras.

Descentralizadas
Você não precisa fazer cadastro.
Operar por meio das conexões entre os usuários.
A custódia dos seus ativos vai estar sempre sob sua
responsabilidade.
As plataformas possuem a senha e não têm interface tão
amigável quantas as centralizadas.
Funcionam através de contratos inteligentes.
Exemplos: Uniswap, SushiSwap e PancakeSwap.
Como comprar os criptoativos?
A principal pergunta que fazem é se é possível comprar criptoativos
com moeda fiduciária, ou seja, Real, Dólar ou Euro. E a resposta é sim.
E a compra é feita através de pares de negociação, que é muito impor-
tante e vai fazer parte do seu dia a dia quando estiver negociando cripto-
ativos.

O que são pares de negociação?


Os pares de negociação podem ser compostos por dinheiro fiduciá-
rio e uma cripto ou uma cripto / cripto. É a forma que você tem para
poder comparar criptoativos. Quando você está iniciando no mercado,
você vai mandar o seu dinheiro fiduciário perceber sua exchange e lá
vai fazer a troca do seu primeiro par de criptoativos com o seu dinheiro
fiduciário. Por exemplo, Bitcoin e Ethereum são moedas que você con-
segue comprar com o seu dinheiro fiduciário.

Porém, existem algumas criptomoedas que você não consegue


fazer o par com o seu Real. Nesse caso você vai utilizar as Stablecoins.

O que são Stablecoins?


São ativos digitais criados para seguir o valor de moedas fiduciá-
rias, ou seja, elas possuem um lastro numa moeda fiduciário que pode
ser Libra, Ouro, Real, Dólar, entre outras. Stablecoin é uma moeda está-
vel, pois ela segue uma moeda fiduciária.

Servem como ativos de refúgio em meio a mercados que estão mais


voláteis, pois você vai ter um dinheiro que vai estar dolarizado.

O emissor deve ser extremamente confiável. Ela deve conseguir


manter a paridade no dinheiro que ela está lastreada, como uma para um
com o Dólar. Essa principal questão que você deve analisar uma empre-
sa que emite Stablecoin, se a paridade está seguindo de fato a moeda
fiduciária que ela.

São os principais pares de negociação no mercado cripto porque


não são todos os criptoativos que você vai conseguir realizar a compra
com seu dinheiro fiduciário. Grande parte das Alt Coins, que são
moedas alternativas ao Bitcoin, você só consegue comprar com as Sta-
blecoins.

Redes
As redes são utilizadas para realizar as transferências dos ativos. E
você vai ter que sempre selecionar a rede que seja compatível com o
endereço do seu ativo.

Supondo que você tenha um token e ele seja ERC20, ou seja, que
roda na blockchain do Ethereum. Quando você for fazer qualquer tran-
sação com esse token, você precisa selecionar a rede do Ethereum. E
isso acontece porque todo token possui uma blockchain subjacente.
AULA 7
Wallets:
a segurança
e a custódia
dos seus ativos

Após aprendermos e entendermos o universo de criptoativos, e


vamos apresentar as Wallets e falar sobre a segurança dos ativos em
custódia. Wallets na tradução para o português é “carteira” e elas dão
acesso irrestrito ao seu dinheiro, servem como segurança pessoal e
estão totalmente sob seu controle.

As wallets não tem risco, pois não são vinculadas a nenhuma em-
presa e também é com elas que você tem acesso a suas chaves.

Como funciona?
A Wallet tem a função de guardar as suas chaves que permitem
acesso à blockchain. O que são essas chaves? Você tem duas chaves e,
basicamente, elas funcionam como se fossem com endereço de carteira
e a chave do seu cofre. Então tem uma chave que vai ser:
Pública
Porque é por ela que você vai receber as taxas de outras pessoas
que forem realizar uma transação com você
Privada
Para poder mexer nos seus próprios ativos e fazer as suas nego-
ciações de compra e venda.

Lembrando que ambas as chaves, tanto a pública quanto privada,


são compostas por uma sequência numérica muito importante, mas não
tão importante quanto as 12 palavras de recuperação e senha da cartei-
ra.
Opões de carteiras?
São três opções no mercado, sendo duas delas mais utilizadas:
Software Wallets
Hardware Wallets
Paper Wallets, mas que não são comuns, pois são realmente
carteiras de papel, onde você vai ter notada a sua sequência
numérica.

As duas primeiras são as carteiras mais utilizadas e recomendamos


a utilização.

Software Wallets: são um paralelo dos seus aplicativos que você


usa para acompanhar os seus investimentos em um banco, por exemplo.
Pode checar todos os seus fundos e consegue enxergar também as valo-
rizações ou desvalorizações dos seus ativos.

Hardware Wallets: são dispositivos físicos que parecem um pen-


drive, que você vai conectar no seu computador. Elas oferecem uma
segurança maior porque, diferente da Software Wallet, que precisa estar
conectado à internet para acessar seus fundos, as Hardware Wallets
fazem a custódia e guardam seus ativos com maior segurança porque
funcionam offline.

Segurança
Um dos principais pontos que você deve se atentar quando você
criar uma carteira, seja ela online ou física, você tem que anotar as
suas 12 palavras-chave.

A maior recomendação é você anotar à mão as suas 12 palavras de


operação, que podem ser 12 ou 24 palavras, em um bloco de papel e
entregar para um familiar ou outro, mas que seja de confiança. Você,
inclusive, pode fazer algumas cópias e entregar para mais pessoas. Você
só vai precisar delas se esquecer a senha da sua carteira e a forma de
recuperar e ter essas 12 ou 24 palavras.

IMPORTANTE: As palavras precisam estar em inglês.


É muito comum a página que está utilizando corrigir automatica-
mente. Precisa colocar as palavras em inglês novamente, porque só
serão aceitas se estiverem em inglês. Outro ponto muito importante de
segurança é a rede suspensa. Sempre que for realizar qualquer transa-
ção, verifique a rede que será utilizada, pois ela deve ser a mesma de
depósito e saque. Se transferir para uma rede errada, poderá perder as
suas criptosativos.

Isso realmente acontece. Supondo que a rede esteja suspensa, você


não deve escolher uma outra rede. Ou seja, não faça a negociação. Você
pode programar um alerta na sua corretora para que ela te avisa quando
a rede voltar ao normal.

Assim, poderá fazer a transação de forma segura. Fazer autentica-


ção de dois fatores. É uma camada extra de segurança e garante que a
pessoa, quando tenta o login em um ambiente protegido, é de fato, ela
própria. Quando você for tentar acessar seu computador, vai ser solici-
tada a identificação de dois fatores, que pode ser uma mensagem de
SMS, uma mensagem para seu e-mail ou pode até mesmo uma mensa-
gem no aplicativo do Google.

Recomendamos o uso do Google Authenticator, que vai gerar um


código e você poderá acessar a sua carteira.
módulo 5
Fundo de Investimento:
A Opção de Terceirizar a Escolha dos Ativos
AULA 1
Os maiores
profissionais do
mercado investindo
por você

Agora vamos tratar sobre Fundos de Investimento e como você


pode ter os maiores profissionais do mercado investindo por você.

Nesta aula vamos passar por vários tópicos, tais como:


O que são fundos de investimento?
Por que investir em fundos de investimento?
Os tipos de fundo que existem?
Os custos atrelados a fundos
Tributação dos fundos.
Dicas para construir seu portfólio de fundos.
Como você pode identificar um bom fundo de investimentos?

1 O QUE SÃO FUNDOS DE INVESTIMENTO?


Juridicamente, o fundo de investimento tem a definição de um con-
domínio, então ele é uma comunhão de recursos. É como se vários
amigos juntam dinheiro para fazer investimento. Cada pessoa que tem
o dinheiro no fundo é chamada de cotista e o objetivo do fundo é ter
ganhos financeiros a partir de uma aquisição de uma carteira de títulos
de valores mobiliários. Então, o fundo compra ativos financeiros para
ganhar mais no futuro. O fundo pode emprestar dinheiro, ou seja, ele é
um fundo mais de crédito, ou ele pode investir em ações.

Quando você compra cotas de um fundo, você delega a um especia-


lista, um gestor profissional, para tomar conta do seu dinheiro e de
todos os cotistas do fundo. Para isso, você paga a ele uma taxa de admi-
nistração, além de uma taxa de performance, que é uma remuneração
para o investidor se o gestor bater o objetivo dele.
Funcionamento
Alguns agentes participam do fundo de investimento e o adminis-
trador é o principal deles. É ele quem vai constituir o fundo e contratar
todos os prestadores de serviços do fundo como o gestor, o custodiante,
o auditor e o pessoal que faz a controladoria. Ele é como o síndico de
um prédio, ele cuida dos interesses dos cotistas. Se tem que chamar
uma assembleia para mudar alguma taxa de administração é o adminis-
trador que chama e os cotistas vão lá votar.

O gestor do fundo é tão importante que vem logo depois do admi-


nistrador. Ele é quem toma a decisão do fundo. Quando a gente fala de
SPX, Capitalo, Legacy, Adam e Verde, a gente está falando de gestores
de fundos de investimento, ou seja, são as pessoas que estão por trás da
inteligência do fundo, que decidem quando você deve comprar ou
vender os ativos, onde e quando você deve investir um dia desse fundo.
Para as decisões de investimento, o gestor tem uma equipe de análise e
gestão sênior para conseguir fazer a gestão do fundo.

Onde o dinheiro fica?


Temos a figura do custodiante que é uma instituição financeira,
normalmente um banco grande como Bradesco, Itaú, Credit Suisse, que
guardam os ativos do fundo e realizam também as movimentações. O
custodiante é que vai garantir que o fundo tenha aquele ativo e você
tenha uma quantidade de cotas daquele fundo. Ele garante que quando
o fundo vender ou comprar, o custodiante vai fazer isso e garantir que
está tudo certo.

E por último, entre os agentes do fundo, há o distribuidor, que é a


pessoa que vende a cota do fundo e age como se fosse um corretor de
imóveis ou de seguro. Ele vai vender a cota do fundo e, em geral,
ganhar alguma coisa sobre isso. Os distribuidores são os bancos, as cor-
retoras - que vieram num segundo momento- e há também os agentes
autônomos, que representam o mercado financeiro dos fundos de inves-
timento. As plataformas de investimentos têm todos os fundos e é o dis-
tribuidor quem vai te oferecer. Um ponto importante é que quem nor-
malmente te vende, não poderia ser quem presta consultoria e indicação
de fundo. Isso pode colocar você em um conflito, pois ele poderia ter
interesse em coisas que deem mais dinheiro para ele. Por isso que a
gente preza pela avaliação independente de fundos e de todos os ativos
em geral.

O fundo não é uma pessoa jurídica, mas tem um CNPJ próprio. As


consequências disso são algumas:
O CNPJ do fundo não se confunde com o do administrador,
então o dinheiro não é misturado.
Você tem o custodiante que fica com o dinheiro do fundo, com
os ativos; o administrador, que pode ser um grande banco, fica
com o patrimônio dele separado, o gestor separado, todos os
agentes separados.
Se qualquer um desses quebrar, o fundo consegue substituir
aquele que quebrou ou que está em dificuldade.

Se uma gestora quebrar, o administrador deste fundo vai chamar


uma assembleia e os cotistas votam em quem será o novo gestor do
fundo. Há uma transferência de papel do agente que não existe mais
para o novo gestor. A mesma coisa acontece para o custodiante e
também para o administrador.

Quando em um fundo todos os agentes – administrador, gestor e


custodiante - são a mesma pessoa, como por exemplo um caso do BTG
Pactual, que tem o fundo Tesouro Simples, que faz todos os papéis.
Caso o BTG quebre, ainda assim, os cotistas conseguem chamar uma
assembleia para votar e substituir cada um desses papéis.

Uma dúvida comum é em relação à segurança de se ter muita coisa


em um único lugar e os riscos de perder o dinheiro. Isso não acontece
porque o fundo, por ter CNPJ separado, está protegido. Há toda uma
legislação em que os ativos do fundo são, em última instância, custodia-
dos nas centrais depositárias do Brasil, principalmente a B3, que custo-
dia ativos de bolsa e de títulos privados. E você tem também a Selic,
que faz os títulos públicos.

Na pior das hipóteses, em que o custodiante quebre também, você


tem os ativos no seu nome na B3.
2 PORQUE INVESTIR EM FUNDOS?

Ganhos em Escala gestão personalizada


Menores custos de Equipe profissional de análise
transação e de estrutura e gestão dos ativos

diversificação liquidez
do patriônio
Prazo de resgate único
Vários investimentos do fundo
de uma só vez

investimentos mais Eficiência tributária


sofisticados Movimentação de ativos
Acesso a ativos restritos sem imposto
à pessoa física

Ganhos em Escala
O fundo, por ser uma comunhão de recursos, tem menores custos
de transação. O fundo tem que pagar o escritório, o gestor, equipe de
análise, traders para fazer as operações do fundo e toda a área de risco
e suporte, que são estruturas fixas a serem pagas. Quanto mais gente
investir nesse fundo, mais esse custo é diluído.

Há também custos de transação. Se paga corretagem na compra e


venda individual de ativos na bolsa, ou na compra de título privado,
debênture ou derivativos. O fundo por ser uma estrutura institucional
que tem um CNPJ e muito dinheiro, acaba tendo uma economia e um
ganho de escala muito interessante.

Gestão especializada
Quem tem tempo hoje em dia para ficar operando todos os ativos o
tempo inteiro e saber a hora certa de entrar e sair? O fundo tem uma
equipe que faz isso 24 horas por dia. São pessoas que têm 15 anos ou
mais de experiência e carreira feita na área de gestão.
Diversificação do patrimônio
Quando você tem um fundo de investimento, dependendo da classe
de ativo, o investimento pode ser em coisas muito diferentes. Podem ser
fundos de renda fixa, renda variável, multimercados, fundos que inves-
tem no exterior, fundos que investem em câmbio, etc. Quando você tem
um fundo ele consegue ter 15, 20, 30 posições de bolsa, que sozinho
você não conseguiria, porque tem uma aplicação mínima e você não
tem esse dinheiro todo, mas tem um dinheiro para entrar no fundo e não
na ação. Pode ter também restrição para pessoa física. O fundo tem uma
diversificação do patrimônio que ajuda na sua carteira.

Liquidez
Quando se compra ativos individuais, por exemplo, LCA ou LCI,
tem que ficar com o ativo por pelo menos três meses. Isso trava seus
recursos. Se você compra uma debênture, tem que ficar três, cinco, dez
anos sem poder resgatar. Quando você compra cotas de um fundo, você
já sabe exatamente qual é o prazo de resgate. Os fundos normalmente
têm uma data de cotização no resgate e uma data de liquidação. Se eu
pedir para sair do fundo hoje e se a cotização é em D0, eu saio do fundo
com a cota no final do dia. Se essa data de liquidação do fundo é em D2,
espera mais dois dias úteis para o dinheiro entrar na sua conta. Então, a
liquidez do fundo é uma coisa que se sabe de antemão, você não fica
travado.

Investimentos mais sofisticados


No fundo se tem também investimentos mais sofisticados. O fundo
consegue operar juros no México, bolsas na Europa e moedas interna-
cionais porque ele tem toda uma estrutura jurídica no Brasil e fora dele
para fazer isso. Consegue acessar investimentos que muitas vezes são
restritos à pessoa física.

Há investimentos em que a pessoa física precisa ter R$ 10 milhões


de patrimônio para acessar, tem investimentos que só vendem para
pessoa jurídica e coisas mais complexas que, às vezes, a corretora não
te vende porque você é um cliente pequeno. O fundo consegue fazer
isso para você.
Eficiência Tributária
O Fundo tem uma eficiência tributária. Sempre que você compra e
vende um ativo, na venda, você paga um imposto em cima do que você
ganhou. Já o fundo consegue comprar e vender ativos dentro dele sem
pagar imposto. Nessas transações, você, como cotista, só paga imposto
na hora do resgate do fundo. Em determinados casos é possível anteci-
par o imposto semestralmente, o que é chamado come cotas, que é para
alguns tipos de fundo.

3 TIPOS DE FUNDO

Renda Fixa
Você tem duas opções básicas para fazer investimentos: fazer em-
prestando dinheiro para alguém ou comprando participação em alguma
coisa. Essa é a definição basicamente de renda fixa e renda variável.
Quando você empresta dinheiro para alguém é uma operação de renda
fixa. No mundo de investimentos você pode emprestar dinheiro para o
governo, neste caso comprando o título público, ou pode emprestar
dinheiro para empresas, comprando um título privado. No caso da em-
presa, tem uma categoria específica em que você pode emprestar
dinheiro para bancos e instituições financeiras. Então, quando você
compra uma letra financeira, por exemplo, um CDB, isso é emprestar
dinheiro para banco.

A segunda opção é a de renda variável que é quando você compra


participação em alguma coisa. Então, na renda variável que é o sinôni-
mo de bolsa, você compra parte de uma empresa, vai ganhar dividendos
e com a valorização dessa empresa ao longo do tempo.

Os fundos estão em todas as categorias que podem ser divididas em


renda fixa e variável, com várias ramificações.
Se o fundo só empresta dinheiro para o governo, então é um
fundo que só tem títulos públicos, ele pode ter variação indexa-
da só à taxa Selic.
Então se a taxa Selic está em queda, o fundo ganha menos. Pode
ser um fundo que só compra títulos prefixados, aquele juro que
você já sabe o quanto vai ganhar no início, então ele tem uma
taxa fixa que ele sempre ganha.
Pode ser um fundo indexado a títulos públicos que são indexa-
dos à inflação, o Tesouro Direto IPCA. Esse é um fundo que vai
ganhar IPCA, mais alguma coisa ao longo do tempo.
No lado de empresas, o fundo pode ser o que empresta dinheiro
para outras empresas, que são os chamados fundos de crédito
privado. Quando você vê a classificação chamada assim, é
porque o fundo tem, no mínimo, 50% do crédito privado.

Na renda fixa você pode ter uma combinação disso tudo. Você pode
ter um fundo que ele tem um pouco de DI, um pouco de crédito privado,
um pouco de Tesouro IPCA e um pouco de prefixado. Ele pode ser uma
coisa indexada, que só segue esses títulos, ou pode ter uma gestão ativa,
que compra e vende a qualquer momento porque ele acha que o preço
vai cair ou subir.

Multimercado
O FIM (Fundo de Investimento Multimercado) faz tudo. Depen-
dendo do que está no regulamento do fundo, ele pode fazer juros, pode
fazer crédito privado, pode fazer bolsa, pode operar commodities e
pode comprar coisas no exterior. O FIM ainda pode fazer tudo isso que
eu falei antes no exterior; juros, crédito, bolsa, moedas do Brasil e no
exterior.

Todo o fundo tem o seu regulamento dizendo exatamente o que ele


pode fazer, ou seja, o limite que ele pode fazer de cada classe, para você
ter uma gestão de risco adequada

Ações (FIA)
No FIA (Fundo de Investimento de Ações) você tem fundos de
ações de várias classes diferentes, várias subcategorias.
Os fundos de investimento em ações podem ser indexados
como aquele fundo que você tem no banco, por exemplo, que só
segue o Ibovespa e cobra uma taxa muito alta, que não tem ação
nenhuma do gestor e cobra uma taxa de 2%, 3% ou 4%. Apesar
desse absurdo de taxa alta, eles apenas seguem algum índice.
Você tem fundos livre, onde o gestor quer ganhar mais dinheiro
vendendo ação no futuro que ele comprou hoje. Então, são
fundos que avaliam as ações individualmente, veem o que é
melhor de comprar naquele momento e no futuro ganham com
o ganho de capital, com a valorização daquela empresa.
Você tem fundos de dividendos, ou seja, estratégia de renda.
Para quem quer ter renda, compra um fundo de dividendos,
porque ele ganha a renda das ações e incorpora ao fundo. Não é
que o fundo que te paga dividendos, isso não existe mais no
Brasil, você ganha dividendos com ações individuais; os divi-
dendos vão para o fundo e você ganha mais ao longo do tempo.
Você tem fundos de small caps, que compram aquelas ações de
empresas pequenas na bolsa. São fundos que, em geral, têm
menos liquidez. Você tem que ficar mais tempo, acreditando na
tese do gestor, porque são ações que têm pouca negociação no
mercado.
Os fundos cambiais podem ser os que você ganha com a varia-
ção do dólar versus real, com a variação do euro versus real ou
outras moedas. Você tem estratégias que fazem dólar versus
várias moedas.

O objetivo do fundo - o segundo tipo de classificação para fundos,


além de classe de ativo, é por objetivo.
Na gestão passiva a ideia é que os gestores só repliquem o
índice de referência, ou benchmark. O fundo referenciado DI,
por exemplo, que só compra títulos públicos LFT, quer ter só a
taxa Selic como exposição do fundo. Ele não deveria ser remu-
nerado muito alto por isso. Os fundos que a gente sugere aqui na
casa são fundos, são fundos com taxa zero, que você não paga
nada por uma coisa que você poderia fazer no Tesouro Direto.
Então não tem muita inteligência do gestor. Assim como fundos
que só seguem a Bovespa. Tem fundos que cobram taxa alta,
mas só seguem a bolsa, compram todas as ações que a bolsa
também compra, na mesma proporção, tendo a mesma exposi-
ção, com o menor desvio possível. Fundos de dólar e fundo de
ouro são a mesma coisa.
A gestão ativa é o que nos interessa mais. Então o Multimerca-
do tem essa ideia de bater CDI, em geral o Multimercado tem o
CDI como benchmark. Fundos de ações têm o Ibovespa como
benchmark ou algum outro índice de bolsa. A ideia que esse
gestor tenha uma expertise, uma diferenciação muito boa, que
consiga identificar o momento certo de entrar e sair de cada
ativo para conseguir bater o benchmark.

O Multimercados é mais difícil de ser um gestor muito especializa-


do porque tem que operar em várias classes de ativo. Ele opera em
juros, e câmbio em bolsa, opera em moedas e, em cada uma delas, o
Multimercado está tentando bater o mercado. No final, ele tem que
bater o CDI que é referência geral do Multimercado. No fundo de ações
é a mesma coisa, ele quer comprar alguma coisa que acha que vai ser
melhor que Ibovespa.
Sempre que você ouvir Beta quer dizer gestão passiva e o Alfa é o
excesso de ganho, é uma medida de inteligência do gestor.

4 CUSTOS

Taxa de Administração
A Taxa de Administração é o que você paga ao administrador do
fundo e ele remunera todos os prestadores de serviço. Você paga uma
taxa para Multimercados e ações, que são de gestão ativa em geral, de
cerca de 2% ao ano. O administrador, então, remunera o gestor, o custo-
diante, o auditor e toda a cadeia de agentes que fazem parte do fundo.
Esse valor de administração é dado como um percentual do patrimônio
investido ao ano. Se você colocar R$ 100 no fundo, com 1% ao ano por
ano, você vai deixar R$ 1 por ano na mesa para esse grupo de pessoas
que estão fazendo a gestão do fundo.

A ideia é que o fundo, depois de pagar as taxas e suas próprias des-


pesas, consiga gerar um retorno interessante. Sempre que você ver a
rentabilidade informada pelo fundo, ela já é líquida das taxas de admi-
nistração e performance, que são provisionadas diariamente.

Taxa de Performance
A Taxa de Performance é a que dá um bônus a mais para o gestor,
uma remuneração se ele bater o benchmark e que também é provisiona-
do todos os dias.
Um exemplo muito comum é o 2 com 20, que são fundos Multi-
mercados de ações podem ter 2% de administração e 20% de perfor-
mance acima do CDI. Vamos supor que um fundo cobre 10% acima do
CDI de performance. Se esse fundo, ao longo do ano, rendeu CDI mais
5%, o gestor vai cobrar 10% desses 5%. Então, além da administração
que ele já ganhou, ele vai ganhar também esse meio por cento de per-
formance, por ter ido muito bem. Se o gestor não tem performance,
como é que você sabe que ele vai tomar risco suficiente e vai se expor
o suficiente para ganhar mais, se é só ele ficar parado e ganhar 3% ou
4% dele sem colocar a sua remuneração em jogo.

Uma coisa muito comum nos gestores é que, não só eles têm
sempre taxa de performance aderente ao objetivo do fundo, mas
também é muito comum os próprios gestores colocarem o seu dinheiro
pessoal dentro do fundo.

Tem ainda taxa de saída ou taxa de resgate do fundo, que a gente


sugere que você não pague. Se você pede o resgate e o fundo vai te
pagar em 30 dias, mas você quer sair em menos dias, você pagaria a
multa. Essa taxa é punitiva e o objetivo é para você não sair do fundo
antes do prazo de resgate. Assim, se você sabe que pode precisar do
dinheiro em pouco tempo, tente entrar em algum fundo que seja mais
adequado para isso.

5 TRIBUTAÇÃO

Existe ainda outro custo que é cobrado pelo governo, que também
morde parte da rentabilidade do fundo. São basicamente três tipos de
tributação principais:

tempo de aplicação alíquota de ir


Até 180 dias 22,5%

De 181 a 360 dias 20,0%

De 361 a 720 dias 17,5%

Acima de 720 dias 15,0%


Fundos de Renda Fixa, Multimercado e Cambial
A tributação de longo prazo, ou seja, a transação regressiva, que
envolve fundos de renda fixa, multimercado e cambiais. Todos têm IOF
regressivo até 30 dias, que começa em quase 100% e depois de um mês
esse IOF vira zero.

Depois de cobrar o IOF, há também a tributação regressiva no


imposto de renda. Essa tabela diz que, se você sair do fundo com menos
de seis meses, vai pagar 22,5% de imposto sobre o que você ganhou;
entre seis meses e um ano vai pagar 20% entre 1 e 2 anos, 17,5%; e
acima de dois anos você tem a menor taxa possível para fundos nor-
mais, 15%.

Além disso, tem o come cotas, algo exclusivo do Brasil, que é uma
antecipação semestral do Imposto de Renda que o governo cobra auto-
maticamente. No último dia útil de maio e no último dia útil de novem-
bro você vai reparar que o número de cotas do seu fundo diminui, que
só será cobrado se você tiver ganhos.

Exemplo:
Se você tem uma pessoa que entrou no fundo em janeiro e outra
pessoa que entrou no fundo em abril, quando chegar o come
cotas de maio, pode ser que a pessoa de janeiro tenha uma super
rentabilidade, então ele tem um super imposto a pagar e pagará
o come cotas em cima dessa rentabilidade. A pessoa que entrou
em abril pode ter tido prejuízo e não pagará o come-cotas.

Fundo de Ações
Um fundo de ações é mais simples. Não tem come cotas e o IOF,
cobrando apenas o imposto de renda de 15% sobre o rendimento no res-
gate. Se você comprar fundo de ações hoje e vender daqui a 10 anos, só
após esse período é que pagar 15% de imposto. Se vender em um mês
também pagar 15%.

Fundos de Debêntures Incentivadas


As debêntures incentivadas vêm surgindo mais nos últimos cinco,
dez anos. São fundos que só compram debêntures de infraestrutura, que
são ativos de renda fixa que são isentos de IR para a pessoa física. Esses
fundos que compram debêntures isentas, também são isentos. Esses
fundos podem ser negociados em bolsa, como o Kinea Infra, que é o
único fundo no mercado de infraestrutura negociado em bolsa, e os
fundos que não são negociados em bolsa, que vendem nas plataformas
investimento e que têm prazo de resgate de 30, 40 ou 60 dias. Todos
estes são 100% isentos.

Fundo de Previdência Privada


Os fundos de previdência privada têm regimes tributários diferen-
tes. Você pode escolher o regime regressivo de imposto de renda em
que você vai ter imposto que começa em 35% e vai até 10% se você
esperar por dez anos. Pode escolher também o regime progressivo, que
é a mesma coisa que você faz ao pagar imposto de renda na fonte com
seu salário. É a tabela conhecida que vai de 0% a 27,5%. E os fundos
são tributados na fonte, ou seja, quando resgata já está descontado o
imposto de renda, não havendo necessidade de pagamento de DARF. O
que você vai fazer na restituição do Imposto de Renda no ano seguinte
é declarar o saldo que você tem em cada fundo e também as distribuido-
ras corretoras vão te dar a declaração de imposto de cada fundo. Você
coloca quanto foi pago de IR em cada fundo ao longo do ano.

6 DICAS PARA CONSTRUIR UM PORTFÓLIO DE FUNDOS

Entender seu perfil de investidor


A ideia é que você saiba muito bem os seus objetivos de vida e que
saiba muito bem o risco que você aguenta. Saber se você suporta
quedas do fundo no mês e se isso é algo que vai me deixar desconfortá-
vel ou é uma coisa que eu consigo lidar porque sei que vai voltar no
futuro.

Você precisa entender o seu prazo de vencimento. Se tem um obje-


tivo de curto prazo, de alguns meses, melhor um tipo de fundo mais
conservador, como um DI ou fundo simples. Se o objetivo é de um ano,
dois ou três, você pode tomar mais risco. E se tem objetivos de mais
longo prazo, você olha a Previdência, fundo de ações e outros mais
ilíquidos, pois você não precisa sacar esse dinheiro rápido. Esses
fundos vão te dar uma rentabilidade maior também.
Disciplina
Manter a disciplina. Assim como para ativos, a gente sempre olha
três coisas. A primeira é tenha uma reserva de segurança, uma reserva
de emergência, aquele seu primeiro dinheiro.

Ao começar a poupar, a primeira coisa que deve fazer é um colchão


de liquidez para 3, 6, 9, 12 meses do seu custo de vida para colocar
naquele fundo super seguro e que vai ter rentabilidade próxima do CDI,
além de você pode sacar a qualquer momento.

Depois da reserva de segurança, em segundo lugar é a aposentado-


ria. Separe um dinheiro por curtíssimo prazo, que aquele primeiro que
falamos, e separe o dinheiro por longuíssimo prazo, que é o dinheiro da
aposentadoria.

Você precisa estar seguro nos dois extremos e depois você tem esse
dinheiro do meio e aquele que você vai construir o patrimônio.

Diversificar sempre
A terceira coisa é que se deve diversificar sempre. Os investimen-
tos têm que fazer sentido com um portfólio. Não olhe os ativos e os
fundos individualmente.

Tem situações em que uma pessoa quer aproveitar o preço bom do


Ouro e pergunta se pode comprar. Sim, mas ele precisa fazer sentido
dentro da sua carteira, como proteção para outros ativos de risco, como
multimercado, bolsa, investimento no exterior, entre outros.

Diversificar é ter fundos com classes diferentes ou dentro da


mesma classe, que façam coisas diferentes. A ideia é que, enquanto dois
fundos estão subindo, estão performando muito bem ao longo do
tempo, eles façam isso em trajetórias diferentes; enquanto um está
caindo o outro está subindo. No longo prazo, os dois vão subir e manter
o seu portfólio com uma estabilidade desejada.

A maneira de você diversificar o seu portfólio é comprar coisas que


sejam pouco correlacionadas entre si como investimento no exterior,
criptomoedas, fundos quantitativos, entre outros.
7 COMO IDENTIFICAR UM BOM
FUNDO DE INVESTIMENTO?

Temos uma série que se chama “Os melhores fundos de investi-


mento”. Somos uma equipe de quatro pessoas e a base do nosso traba-
lho é sentar com dezenas, centenas de gestores, para entender o que
cada um faz de maneira qualitativa e como os fundos estão de maneira
quantitativa para sugerir os melhores fundos em cada classe.

Fatores Qualitativos
São os mais importantes e olhamos: histórico dos gestores, quem
são eles, há quanto tempo trabalham juntos, qual é a experiência que
têm em gestão de fundos, qual é a experiência que têm com a estratégia
específica daquele fundo, qual é a filosofia de investimento, como ele
enxerga proteções e a simetria de retornos, como ele enxerga a alavan-
cagem no fundo, qual o processo de investimentos do gestor, se reúne
semanalmente, quais são os filtros e critérios que usa para selecionar
uma ação, compra ações só grandes ou só pequenas e se no exterior ou
Brasil, qual o processo de investimento e qual a gestão de risco do
fundo.

É importante que a gestora tenha uma área de risco muito forte,


porque o que você quer fazer com o fundo é evitar perda de patrimônio.
A ideia principal do fundo é ganhar no longo prazo muito dinheiro, evi-
tando períodos de queda muito altos.

A gente também olha muito o modelo de sociedade da gestora:


como está distribuída a sociedade, se os sócios têm participações rele-
vantes, se os sócios têm a capacidade de continuar sócios e se os incen-
tivos são alinhados. Olhamos a governança corporativa do fundo.
Como eles estruturam a tomada de decisão. Se a gente tem várias cama-
das de uma decisão, a gente tem várias pessoas que fazem parte da
mesma análise de um ativo, de uma ação, ou de um título privado etc.

A gente conversa muito com o mercado, então a gente sabe o que


outros alocadores estão comprando. A gente sabe o que FOFs (Funds of
Funds), Family offices, Private Banking estão comprando em fundos de
investimento.
Mudanças na gestão: esse é um dos poucos pelo qual você deve res-
gatar um fundo. Ao longo do tempo você vê que um gestor saiu, foi
fazer a própria gestora dele e foi ganhar o próprio dinheiro, achando
que pode ganhar muito mais do que na gestora que estava anteriormen-
te. Então esse pode ser motivo para gente sair do fundo, ao perceber que
aquela pessoa era uma pessoa-chave. Então se ele era pessoa-chave,
não temos mais confiança de que o fundo vai performar como antes,
então vamos sugerir que não tenha mais esse fundo.

Liquidez do fundo e estrutura de custos. Esse fundo ele cobra pro-


porcionalmente o suficiente do que deveria cobrar? E também ele tem
o benchmark correto? Exemplo: um fundo de renda fixa que bate o
CDI. Ele cobra uma performance sobre o CDI ou um IPCA mais 6% ou
algo que não seja o que deveria ter cobrado? Isso acontece muito com o
fundo Long Biased, que são fundos mais comprados em bolsa do que
vendidos, e que cobra performance sobre o CDI de benchmark, você
tem fundo que cobra performance sobre o IBovespa. A gente olha dife-
rente para os dois, depende da estratégia do fundo.

Você tem fundos de bolsa que não cobram performance sobre


bolsa. Tem fundos de bolsa que cobram performance sobre PCA mais
6%, por exemplo, que é uma medida mais de renda fixa. Esses fundos
são para investidor qualificado, que tem mais de um milhão de reais.
Então é uma coisa que a gente avalia também que é como o fundo
coloca o seu benchmark.

Está aí toda a parte qualitativa. Ela entra na nossa análise de manei-


ra muito mais importante do que a quantitativa.

Fatores Quantitativos
A análise qualitativa é mais importante para nós e a gente faz um
trabalho interno quanto à consistência e aderência do fundo, ao que ele
se propõe a fazer e também como ele protege o capital, ou seja, como
ele tem poucos períodos de perda.

Nosso conselho: nunca entre e saia de um fundo pela performance


de curto prazo. O que você tem que olhar é a consistência de longo
prazo. Se nos últimos três, cinco, dez, 15 anos, o fundo foi muito bem
e, de maneira consistente, ele conseguiu variar muito menos do que era
esperado; se ele conseguiu ter desempenho muito acima da média do
mercado, sem fazer muita loucura, então isso é uma coisa importante.

Agora em 12 meses, em 6 meses, num ano, em pouco tempo, não


faça isso. Não classifica os fundos por ranking de performance das pla-
taformas. Não é isso que estamos olhando.
Previdência

AULA 2 privada:
como começar
a construir a sua

O que é a Previdência?

Na Previdência Social, se você é trabalhador, com CLT e car-


teira assinada, você já deve ter visto na sua folha de pagamento
o desconto do INSS, que é o órgão de previdência do governo.
Essa contribuição para o trabalhador CLT é obrigatória e no
futuro vai poder utilizar essa aposentadoria, se quiser, de acordo
com o valor de contribuição que você fez ao longo da sua vida
como profissional.

Mas também você pode fazer aportes de forma autônoma, pode


contribuir para o INSS e aproveitar os benefícios não só na aposentado-
ria, mas também alguns outros durante a sua vida de trabalho. Você
pode ter alguma situação de doença ou acidente, ou até mesmo gravidez
e a Previdência Social tem auxílios para auxiliar nestes momentos.
Porém, na Previdência Social, independentemente de ter contribuí-
do ao longo da sua vida com o teto do INSS regularmente, quando você
se aposentar o valor máximo de renda para você vai ser em torno de R$
6,5 mil e R$ 7 mil, dependendo de como vai estar o valor ajustado lá na
frente. Talvez essa renda isso não supra o seu custo de vida, principal-
mente porque, ao longo da vida, a gente vai constituindo patrimônio,
família e vai aumentando nosso custo de vida, e em idades mais avança-
das, a gente acaba utilizando mais serviços de saúde, que ficam mais
caros. E pode não ser suficiente só a Previdência Social para suprir a
sua necessidade e o seu custo de vida mensal no futuro.

É por isso que existe a Previdência Privada, também chamada


de previdência complementar, justamente porque ela serve para
complementar essa renda da Previdência Social no futuro.
Apesar de ser opcional, todos deveriam ter esse planejamento
financeiro.

Quais os benefícios que a previdência tem em relação a um fundo


tradicional?
Existem várias formas de aplicar um dinheiro, seja investindo dire-
tamente nos ativos, como ações, títulos públicos ou até mesmo na pou-
pança, ou pode aplicar esse dinheiro num fundo de investimento gerido
por um gestor profissional, que vai ter acesso inclusive a outros ativos
mais restritos e com aplicações mínimas mais altas.
E por que um fundo de previdência é mais interessante, em alguns
casos, do que o fundo tradicional?

Inexistência de come-cotas, que é a antecipação semestral do


imposto de renda no final dos meses de maio e novembro em
fundos tradicionais. Ou seja, quando se aplica no fundo de
investimentos você só pagaria imposto teoricamente quando
você resgatasse, mas o governo não sabe quando você vai resga-
tar esse valor. Assim, ele já come uma parte desse valor e anteci-
pa esse imposto duas vezes por ano, que é o chamado come-co-
tas. Isso é ruim porque reduz o seu valor aplicado e vai reduzir
o efeito dos juros compostos. Na previdência não tem esse
come-cotas e isso já traz uma eficiência enorme para esse tipo
de produto.
Possibilidade de chegar à alíquota de 10% do Imposto de
Renda, na tabela regressiva, enquanto no fundo tradicional o
imposto mínimo é de 15%.
Quando você usa um plano do tipo PGBL, pode aplicar até 12%
da sua renda bruta tributável anual e você deixa de pagar impos-
to hoje para pagar só no futuro.
É uma excelente ferramenta de planejamento sucessório,
porque ela não entra em inventário em caso de falecimento do
titular do plano, que vai direto para o beneficiário. Pode ser
muito útil para custear procedimentos funerários e de transmis-
são de bens e até mesmo ajudar a sua própria família a acessar a
sua herança. Como a previdência não entra em inventário,
chega muito mais rápido para o beneficiário.
Flexibilização na portabilidade entre fundos. Em fundos de
investimento tradicionais, só se pode portar de um fundo para o
outro se ambos tiverem o mesmo CNPJ. Ou seja, na prática
pode apenas trocar de corretora. Na Previdência, como é um
instrumento de aposentadoria, o governo sabe que é de longuís-
simo prazo, é permitido portar entre fundos sem precisar resga-
tar e aplicar no novo, mantendo o tempo de contribuição. Isso é
interessante porque ao longo da sua vida você pode ter um perfil
de investidor diferente.
Tipos de planos: PGBL e VGBL
PGBL - Plano Gerador de Benefícios Livres.
VGBL - Vida Gerador de Benefícios Livres.

O que é o PGBL?
A principal vantagem dele é sua dedução no Imposto de Renda,
ou seja, o governo permite que você abata até 12% da sua renda bruta
tributável anual para não pagar imposto hoje sobre esse valor.

Vamos a um exemplo:
Imagine que em um ano teve uma renda tributável de R$ 100 mil,
assim, pode pegar até 12%, ou seja, R$ 12 mil e aplicar uma previdên-
cia do tipo PGBL. Na declaração do IR no ano seguinte o imposto
devido não vai ser calculado sobre R$ 100 mil, mas sobre R$ 88 mil. Na
prática, você vai deixar de pagar cerca de R$ 3.300 em IR.

É importante que sempre seja até 12% da sua renda anual, do con-
trário vai perder dinheiro. Isso porque o benefício é no presente e ao
resgatar o PGBL no futuro o imposto de renda vai ser cobrado sobre o
valor total aplicado. Assim, se aplicou R$ 12 mil e com juros viraram
R$ 15 mil, não será cobrado imposto de renda apenas sobre R$ 3 mil,
mas sobre os R$ 15 mil. É como se você tivesse deixando de pagar
imposto hoje para pagar no futuro.

A vantagem desse exemplo e que pagaria o imposto de renda de


27,5% na tabela progressiva, porém, no futuro acima de 10 anos vai
pagar apenas 10%. Você teve o efeito de juros compostos sobre esse
valor durante todo esse tempo e ainda pagou menos imposto.

A previdência PGBL é indicada para aqueles que fazem a decla-


ração completa, porque é nela que você consegue dizer que você apli-
cou nesse PGBL e ter esse abatimento. Isso não quer dizer que você só
tem que aplicar no PGBL se você já fez a declaração completa. Talvez
o fato de você aplicar até 12% da sua renda bruta num PGBL te torne
elegível a fazer a declaração completa, pois pode ser que ela compense
mais do que a simplificada e te dê uma restituição ou um pagamento de
imposto menor.
O que é VGBL
Se você faz a simplificada por questões de planejamento sucessório
ou tem que ficar menos tempo no plano de previdência, o VGBL
também é útil dependendo dos objetivos de cada pessoa. Apesar de não
utilizar para fazer aquele abatimento do PGBL, o VGBL tem todos os
benefícios de previdência que a gente já mostramos, além da incidência
de Imposto de Renda, que é só sobre os rendimentos.

Tributação
Tabela Regressiva

tabela regressiva
prazo alíquota
Até 2 anos 35%

De 2 a 4 anos 30%

De 4 a 6 anos 25%

De 6 a 8 anos 20%

De 8 a 10 anos 15%

Acima de 10 anos 10%

A tabela regressiva é de acordo com o tempo que o aporte feito fica


dentro do plano de previdência. Se aportar hoje R$ 10 mil em uma pre-
vidência pela tabela regressiva e resgatar esse valor em até dois anos,
vai ser cobrado um imposto de 35%. Se for em um VGBL, será cobrado
apenas sobre os rendimentos e se for um PGBL, sobre o valor total.

Imagine que se aplicou R$ 10 mil no PGBL e ter que resgatar em


menos de dois anos, vai pagar 35% desse valor total em imposto de
renda, ou seja R$ 3.500. É possível até que nem o rendimento tenha
atingido esse valor e perca dinheiro.

Na tabela regressiva, não há possibilidade de alteração da tributa-


ção. Se você fez um plano de previdência na tabela progressiva e quer
depois trocar para regressiva pode, mas o contrário não. Também não
pode mudar do PGBL para o VGBL, podendo apenas mudar para outro
plano dentro da mesma categoria.

IMPORTANTE: O tempo de contribuição é


sobre cada aporte realizado.

Supondo que aplicou R$ 10 mil hoje e um anos depois colocou


mais R$ 5 mil, após 10 anos o primeiro aporte vai ter completado a
tabela regressiva de imposto de renda e o segundo aporte ainda não. Na
hora do resgate o que vai sair primeiro seguirá a regra PEPS (Primeiro
que entra, primeiro que sai), para garantir que você sempre esteja com
um menor imposto de renda quando for resgatar.

Tabela Progressiva

tabela progressiva
base de cálculo anual base de c. mensal em R$ alíquota
Até 22.847,76 Até 1.903,98 0%

De 22.847,88 até 33.919,80 De 1.903,98 a 2.826,65 7,5%

De 33.919,92 até 45.012,60 De 2.826,65 a 3.751,05 15%

De 45.012,72 até 55.976,16 De 3.751,05 a 4.664,68 22,5%

Acima de 55.976,16 Acima de 4.664,68 27,5%

A tabela progressiva segue de acordo com a sua renda. Ela não


segue tempo de contribuição e longo prazo como a regressiva, mas o
valor que será resgatado, que ainda se soma a todas as suas rendas
durante o ano.

Supondo que se durante um ano você recebeu R$ 20 mil, que pela


tabela progressiva você estaria isento de pagar imposto. Mas se você
resgatou no mesmo ano R$ 5 mil de rendimentos da sua previdência,
atingiria a renda total de R$ 25 mil e entraria na alíquota de 7,5%.

Além disso, quando você resgata uma previdência na tabela pro-


gressiva é cobrado imposto de renda de 15% na fonte, devendo ser feito
qualquer ajuste na declaração no ano seguinte, seja para restituir ou
pagar algum valor a mais.

Como funciona a previdência privada?

A previdência privada é um excelente instrumento para a aposenta-


doria e para construção de patrimônio. Ao longo do período de aporte
na Previdência, colocando dinheiro todo mês ou quando quiser, pois
não tem um prazo definido, você está na fase de acumulação. No futuro,
se acumulou R$ 1 milhão durante 30 ou 40 anos e pretende se aposen-
tar, pode converter esse valor em renda. De acordo com a seguradora,
pode ser renda mensal ou renda vitalícia.

Tipos de renda (fase de benefícios)


Tem vários tipos e os mais comuns são:
Renda vitalícia: É repassar o montante que acumulou ao longo
da vida para uma seguradora, que se compromete a pagar uma
renda vitalícia. Vamos supor que, com o R$ 1 milhão acumula-
do, ela se comprometeu a pagar R$ 5 mil todos os meses para o
resto da sua vida.

Se você escolher a renda vitalícia, ela vai pagar um valor mensal


menor do que se você escolhesse uma renda temporária, por exemplo,
por 10 ou 15 anos.
Essa decisão precisa levar em conta o planejamento financeiro de
cada pessoa. Ver como vai ser sua Previdência Social no futuro e se vai
ter outras fontes de renda, analisando o quanto vai precisar disso para
custear o seu padrão de vida.

Também tem a renda reversível a beneficiários, que vai para o


herdeiro ou alguém definido.

O que define essa renda que a seguradora vai pagar?


Saldo acumulado.
Tábua atuarial, que é definida na contratação do seu plano.

A tábua é que estima a expectativa de vida. As tábuas atuariais mais


antigas têm expectativa de vida menor do que as atuais, pois antes o
tempo médio de vida do brasileiro era menor, mas que foi crescendo ao
longo dos anos. O plano contratado define a tábua atuarial e deve ser
respeitado pela seguradora.

Se a pessoa tem expectativa de viver até 60 ou 70 anos, a segurado-


ra pode pagar uma renda maior que se ela for viver até os 80 ou 90 anos.
Muitos bancos tentam fazer com que esses planos antigos migrem para
os novos. Não fazem isso porque querem ser bonzinhos, mas porque
nessa portabilidade se perderia a tábua antiga e mudaria para nova.
Então, isso seria benéfico para o banco ou seguradora.
A tábua em vigência é a BR-EMS, que tem a expectativa de vida
atualizada a cada cinco anos. No momento em que você for converter
em renda vai ser a tábua atuarial vigente no momento, garantindo à
seguradora ou banco um pagamento de renda de acordo com a expecta-
tiva de vida mais atual.

A questão da taxa atuarial é, principalmente, para conversão em


renda. Se não for converter em renda no futuro, for só resgatar espora-
dicamente ou de acordo com o que definir, não considera a tábua atua-
rial.

Características técnicas
Falando de características técnicas e estruturas de custos, os fundos
de previdência são bem similares aos fundos tradicionais e têm:
Taxa de administração: A administração é aquela que remu-
nera a gestora pelo trabalho dela.
Taxa de performance: Vai remunerar o gestor pelo retorno
que ele deu naquele fundo aos cotistas, acima do benchmark
definido.
Taxa de carregamento: Era cobrada anteriormente, mas hoje
não é tão comum. Ela cobrava um percentual do seu aporte ou
do seu resgate. Mas os fundos de previdências atuais não
cobram mais essa taxa.

Portabilidade
A portabilidade permite você mudar entre fundos de previdência
diferentes, de classe diferentes inclusive, como fundo de renda fixa para
ações ou multimercado, sem perder o tempo de aporte e sem pagar
imposto de renda. E essa portabilidade pode ser interna, que é a migra-
ção entre planos administrados pela mesma instituição financeira, e
externa, se quiser também trocar de instituição financeira ou de correto-
ra.

Resgates
Se não optar pela conversão em renda, pode fazer resgates por
conta própria, definindo um resgate programado, sempre considerando
a carência de 60 dias no mesmo plano. Nesse sentido é interessante a
estratégia de ter mais de um plano de previdência, alternando os resga-
tes para ter renda a cada 30 dias.

Simulação de investimentos
Imagine uma renda tributável ao longo de um ano de R$ 100 mil.
No modelo simplificado, 20% é o limite que você tem para ter de dedu-
ção da sua base de cálculo de renda. Porém, não é para qualquer valor,
pois tem limite teto de R$ 16.754,34. Portanto, à medida que a sua
renda aumenta, esse percentual de 20% vai reduzindo cada vez mais
porque ele bate no limite. Com R$ 100 mil, essa dedução foi para
16,7%, o que significa que a cada aumento de renda, a partir de certo
ponto, vai ficando mais interessante a declaração completa e mais inte-
ressante o aporte no PGBL.

E vamos supor que, nesse exemplo, houve uma contribuição com


teto de INSS de R$ 8.557,20 ao longo do ano e que corresponde a 8,5%
dos R$ 100 mil.

Importante: no PGBL para você utilizar aqueles 12% de abatimento


na sua renda, tem que ser tem que ser contribuinte do INSS, ou não
poderá aproveitar esse benefício. Mas se você é contribuinte, seja
porque é CLT, ou faz de forma autônoma e já pode aproveitar.

Aqui, como um PGBL, está na declaração completa e nela tem


outras deduções de despesas com saúde, com educação, com pensão
alimentícia. Mas aqui, nesse exemplo, vamos supor que você não teve
nenhuma outra dedução para a gente ver o efeito só do PGBL. Vamos
ver como isso ficaria em números.
A mesma renda tributável inicial de R$ 100 mil No caso simplifica-
do, bateu no limite a dedução de R$ 16.784. No caso da completa, teve
a dedução do INSS de R$ 8.557 e na completa com o PGBL teve o des-
conto do INSS e teve também os 12% no PGBL.

A diferença é vista na base de cálculo e o imposto de renda devido.


No caso da simplificada, seria devido o imposto de R$ 12.460; na com-
pleta sem o PGBL não valeria a pena porque o imposto de renda devido
seria maior, de R$ 14.714; mas no PGBL o imposto de renda devido cai
para R$ 11.414, uma economia de mais de R$ 1 mil só que com esse
aporte PGBL. Além da economia, você tem os R$ 12 mil que podem ser
aplicados como quiser.
módulo 6
Montagem da Carteira
de Investimentos
AULA 1 Coloque seus
objetivos no papel

Neste sexto e último módulo desta Jornada da Liberdade Financei-


ra o conteúdo que será apresentado irá amarrar os conhecimentos de
todos os módulos anteriores e se chama Montando a carteira na prática.

Coloque seus objetivos no papel

“ Quando não se sabe aonde vai,


qualquer caminho serve.

Todos os anos eu coloco todos meus objetivos no papel, tanto os


pessoais quanto os financeiros. Neste curso falamos sobre objetivos
financeiros, mas que também se misturam com seus objetivos pessoais.
A maioria dos nossos sonhos envolve dinheiro de alguma forma.

São várias as vantagens em organizar e colocar no papel de uma


forma sistemática e organizada.

Nossos sonhos são mais realistas e alcançáveis. Muitas vezes a


gente tem sonhos utópicos, que quando a gente coloca no papel perce-
bemos que é simplesmente impossível de alcançar com os recursos dis-
poníveis e com prazo que queremos para alcançar aquele objetivo.

Assim, já tiramos da cabeça qualquer ilusão e diminuímos as chan-


ces de frustração. Quando você coloca no papel seus objetivos, você
seleciona aqueles que são mais alcançáveis e realistas.
O seu patrimônio vai crescer mais rápido se você organizar suas
metas. Porque, ao longo do caminho, quando você tem tudo escrito,
você escreveu a punho próprio e olhou para o papel, você vai evitar
gastos supérfluos e compras por impulso. Porque você tem claríssimo
na sua cabeça aonde você quer chegar e quais são suas prioridades.

Por último, você terá mais tranquilidade e estabilidade no seu


padrão de vida. Quando você tem seus objetivos muito bem definidos,
consegue passar pelo caminho da realização dos seus sonhos e das suas
metas com mais tranquilidade, mais segurança, mais paz no coração de
que você realmente está caminhando na direção de tudo aquilo que
você realmente deseja.

Recomendo que vocês façam isso em três passos simples da


seguinte forma:
QUANTIFIQUE seus objetivos
Coloque PRAZO nos objetivos
PRIORIZE seus objetivos

Quantifique seus objetivos


É impossível gerir objetivos que são vagos, porque você simples-
mente não consegue estabelecer quando você teve sucesso ao atingir
esses objetivos.

Por exemplo, eu quero ficar rica. Como que eu sei quando fiquei
rica? Quando atingir R$ 1 milhão ou R$ 2 milhões ou R$ 5 milhões?
Dependendo da cidade que mora, com R$ 1 milhão em São Paulo, con-
segue comprar imóvel de uma categoria mais baixa em bairros mais
longe do centro. Se for em uma outra cidade com custo de vida mais
baixo, R$ 500 mil você já é rico. Ou seja, ficar rico é um objetivo muito
vago.

Um outro exemplo é ter o que eu quiser. Como assim? O que você


quer ter? Acho que quase ninguém no mundo pode realmente ter o que
quiser.
Um terceiro exemplo é querer viajar para onde quiser. Acho que
nem o Warren Buffett, que é um dos caras mais ricos do mundo, pode
chegar e falar que vai passar um mês no deserto do Saara.

Em vez disso, prefira:


Eu quero fazer um ambiente que custa R$ 20 mil. Esse é um
objetivo mais fácil de você gerir.
Substitua “ficar rico” por “ter R$ 1 milhão de patrimônio finan-
ceiro”.
Comprar um carro de R$ 100 mil. Não é simplesmente comprar
um carro. Eu quero comprar um carro tal que custa R$ 100 mil.
Viajar para onde eu quiser? Não. Eu quero fazer uma viagem de
R$ 10mil.
Casa própria de R$ 500 mil.
Quando você quantifica os seus objetivos, você está mais próxi-
mo dele e começa a ter uma noção melhor de tudo o que você
precisa para alcançar o objetivo.

Coloque prazo nos seus objetivos


Por exemplo, quando você quer fazer aquela viagem de R$ 10
mil? Você quer uma viagem de R$ 10 mil todos os anos? Não
precisa ser um objetivo em um ponto só no tempo. Ele pode ser
um objetivo recorrente. Na CLT, as pessoas têm direito a um
mês de férias a cada 12 meses trabalhados.
Fazer um MBA de R$ 20 mil em 3 anos.
Comprar um carro de R$ 100 mil em 3 anos.
Ter R$ 1 milhão em 5 anos.
Comprar uma casa própria de R$ 500 mil em 7 anos.

Veja que seus objetivos começam a ficar mais palpáveis quando


você começa a ter uma noção melhor do que exatamente você quer. E
quando você define mais ou menos o número de anos que você precisa
para chegar nesses objetivos, conseguimos classificar entre curto,
médio e longo prazo. Isso é importante porque o tipo de investimento
que você selecionar vai mudar de acordo com o prazo que você tem
para alcançar aquele objetivo.

Definições de prazos:
Até 1 anos = curto prazo
Entre 1 e 5 anos = médio prazo
Mais de 5 anos = longo prazo

Priorize seus objetivos


Quando você coloca tudo no papel, pode ser que perceba que não vai
conseguir realizar tudo aquilo. E também você não pode, simplesmente,
definir que todos são prioridade, porque quando tudo é prioridade, nada
é prioridade. Nosso tempo é limitado e também não vamos conseguir
dinheiro para tudo na maioria das vezes. Assim, você precisa priorizar
entre a alta, média e baixa prioridade.

As definições de prioridade são pessoais e podem ser diferentes para


cada pessoa. Dessa forma, alta prioridade é aquilo que você vai ficar
chateado e frustrado se você não conquistar.
Assim, dentro dos nossos exemplos, classifiquei como “alta prioridade”
a viagem de R$ 10 mil todos os anos, o MBA de R$ 20 mil em 3 anos e
a casa própria de R$ 500 mil em 7 anos. O carro de R$ 100 mil em 3
anos definido como média prioridade. E, por fim, ter R$ 1 milhão em 5
anos ficou em baixa prioridade.
Passado pelas três etapas, eu gosto de construir uma tabela, onde já
começamos a perceber que se você tiver que riscar alguma coisa nessa
lista, a primeira coisa será o objetivo de ter R$ 1 milhão de patrimônio,
que classifiquei como baixa prioridade. E se você tiver que escolher
uma, duas ou três coisas, foca na primeira linha que é a alta prioridade.

Assim, quero propor é que você faça esse exercício, pegando um


pedaço de papel e escrevendo todos os seus objetivos. Coloque o valor
financeiro, o prazo e o nível de prioridade de cada um. Ao final, cons-
trua a tabela com prioridade x prazo. E se houver conflito, elimine os
objetivos menos prioritários para você.

Conselho: já aceite que tenha coisas que você não vai conseguir
atingir. Assim, faça esse exercício com paz no coração.
AULA 2
Entenda
sua tolerância
ao risco

Uma vez colocado os objetivos no papel, o próximo passo é enten-


der a sua tolerância ao risco, que é absolutamente particular e individu-
al também.

“ Se você não aguenta ver um investimento


perder 50% do seu valor, então você não
deveria possuir ações

Essa frase é do Warren Buffett, um dos investidores mais bem suce-


didos no mundo, e traduz muito bem essa questão de tolerância ao
risco.

Investimentos não servem para te deixar na mão quando você pre-


cisa deles. Se você tem uma necessidade de liquidez em algum momen-
to, ou em cinco anos vou ter uma necessidade de liquidez grande, não
adianta fazer um investimento que não vai atender a sua necessidade de
liquidez.

O investimento não serve para atrapalhar seus objetivos, mas para


te levar aos seus objetivos.

Então, a análise de risco é a análise de tolerância ao risco. Ela passa


por isso, por essas questões de liquidez, por essa necessidade.

Além disso, o investimento não serve para te causar sofrimento


caso o dê prejuízo em algum momento. Supondo que na busca por para
maiores retornos, você fez investimentos mais arriscados. E, no meio
do caminho, como é natural, teve perdas de curto prazo. Pode ter um
ano ou dois anos que aquele investimento fica no negativo. Se você é
uma pessoa que sofre muito com isso, que isso te causa uma dor, te atra-
palha, te desconcentra, te deixa incomodado, não é legal.

Você precisa entender quais são os seus limites em termos de risco,


para que consiga investir da melhor maneira para você. E esses limites
são absolutamente pessoais.

Como descobrir a sua tolerância ao risco?


A tolerância ao risco é definida por dois fatores:
1 Sua capacidade de correr risco: O quanto você pode perder no
curto prazo, considerando suas necessidades.
2 Sua disposição para correr risco: O quanto você aguenta
perder no curto prazo, considerando o seu estômago.

Um exemplo para entender a capacidade é para um aposentado que


depende do seu portfólio de investimentos para gerar renda para custear
suas despesas de vida. Assim, você não pode correr tantos riscos,
porque qualquer perda no meio do caminho vai afetar o seu padrão de
vida diretamente.

Nesse exemplo ainda podemos entender qual o horizonte de inves-


timento. Assim, quanto mais longo é seu horizonte de investimento,
ou seja, quanto mais tempo você tem até você precisar daquele dinheiro
que você está investindo, mais risco você pode correr. Quanto mais
tempo você tem, mais tempo para recuperar eventuais perdas de curto
prazo.

Outro fator é que você pode correr mais risco quanto menos depen-
dente daquele dinheiro você for daquele dinheiro como fonte de renda
principal na sua vida. No exemplo do aposentado, ele é bastante depen-
dente.

Se você é mais jovem, pode correr mais risco. Se você é uma


pessoa mais madura, vai diminuir a quantidade de risco que você vai
correndo.
Se você tem seu trabalho e sua fonte de renda líquida e ela não deve
parar por algum tempo, pode correr mais risco no que você está inves-
tindo. E o contrário é verdadeiro se você dependesse do seu portfólio de
investimento.

Sobre a disposição para correr risco, é mais fácil falar antes de


acontecer que tolera bem uma perda, mas na hora que acontece é outra
coisa. Para identificar a disposição, existem algumas dicas para enten-
der a reação de como um. Geralmente, você aguenta correr mais risco
se você tem mais experiência com investimentos, como já investir há
algum tempo e ter visto o mercado cair e subir ou já ter visto momentos
de euforia e depressão na bolsa. Se você tem experiência com isso, você
pode correr mais risco.

Se você tem mais conhecimento sobre investimento, você tem mais


capacidade e disposição para correr risco porque você sabe exatamente
o que está acontecendo naquele ativo que você aplicou seu dinheiro,
você tende a ficar mais tranquilo quando você entende o que está acon-
tecendo.

Se você é uma pessoa tranquila, apesar de difícil, verá seu patrimô-


nio cair temporariamente. Se é uma pessoa fria em relação a isso e com
certa paciência para esperar os retornos virem, você pode correr mais
risco.

Por quê? Porque se você tende a agir por impulso ou for mais ansio-
so quando vê o seu patrimônio cair temporariamente, você tende a
tomar uma decisão errada na hora errada.

O importante é que você se conheça e, mesmo que você erre no


caminho, que descubra que você não tem emocional para investir em
ações, que você adeque a sua alocação de investimentos. O que não
recomendo é que se mude toda hora. É preciso ter um perfil mais defini-
do porque, se não, vai acabar destruindo o seu patrimônio.
Dentro desse esquema de definição do perfil de risco, escolha o
mais restritivo para definir sua tolerância ao risco.

Uma vez definido o perfil de investidor e tolerância, entenda que


ele não fica “escrito em pedra”. Esse perfil pode e deve mudar ao longo
da vida. Assim como também muda o perfil da carteira ao longo das
fases de acumulação de capital ao longo da vida.

Para ilustrar o esquema, considerei que a pessoa tem sempre uma


disposição alta para correr riscos. Assim, logo no primeiro caso, no
início de carreira com 25 anos e vai se aposentar com 65 anos, a pessoa
tem cerca de 40 anos pela frente. O horizonte de investimento dela é
muito longo. É muito difícil que qualquer classe de ativos, seja ações,
criptoativos, fundos imobiliários, entre outros, não se recuperar de uma
perda ao longo de 40 anos. Assim, ela pode e deve ter uma carteira de
investimentos arrojada, compatível com a capacidade e a tolerância
dela ao risco.

A pessoa no desenvolvimento de carreira, com cerca de 35 anos e


também se aposenta aos 65, tem ainda 30 anos, o que é muito tempo.
Assim, ela tem uma alta capacidade de correr risco e pode (e deve) ter
uma carteira arrojada.

Por sua vez, a pessoa que chegou no pico de acumulação, com


cerca de 60 anos e 5 anos para se aposentar, já é uma característica para
capacidade média de correr riscos. Com 5 anos para se aposentar já não
pode correr muito risco, porque em pouco tempo você vai precisar usar
seu dinheiro.

Por fim, quando você já está aposentado, você pode correr pouco
ou quase nenhum risco. Você pode correr um nível de risco mais baixo,
porque muito em breve você vai usar os seus investimentos como sua
principal fonte de renda. Assim, teria uma carteira conservadora. Ou
seja, o seu perfil não só pode como deve mudar ao longo da vida.

Nas corretoras, quando você abre uma conta é apresentado um


questionário para você preencher e definir o seu perfil de investidor.
Mas esse questionário é padrão da CVM e é feito por determinação de
lei.

Porém, considero que esse questionário tira a oportunidade de


refletirmos sobre nossos objetivos, prioridades e perfil para investimen-
to.

Após essa aula, quero propor que você faça essa análise e descubra
o seu perfil de investidor. Coloca no papel também, se necessário, qual
é a sua capacidade de correr risco, tendo em vista as suas necessidades,
o seu horizonte de investimento e a sua necessidade de liquidez vindo
do seu portfólio de investimentos. Após definir a sua capacidade,
pense na sua disposição. Você tem conhecimento sobre o mercado
financeiro? Você tem experiência sobre o mercado financeiro e você é
uma pessoa que age por impulso ou não? Você é uma pessoa que sofre
com perdas de curto prazo ou você é mais tranquilo? Coloque no papel
e defina o mais restritivo entre as duas coisas. Assim você vai chegar no
seu perfil de investidor.
AULA 3
Monte uma
carteira condizente
com você

Existem duas formas possíveis para você montar a sua carteira de


investimentos:
Por objetivo
Para o patrimônio inteiro.

Inclusive, pode fazer os dois em conjunto também. E ambos têm


vantagens e desvantagens.

Uma carteira para cada objetivo acontece quando se pretende fazer


uma viagem em um ano ou trocar de carro em três anos, por exemplo.
Assim, você monta uma carteira para cada um desses objetivos, com a
vantagem de você maximizar as chances de atingir o objetivo tendo
muito claro qual é o dinheiro destinado para aquilo e com maior sensa-
ção de progresso.

A desvantagem é que é mais difícil você enxergar a evolução do seu


patrimônio e sua exposição de risco como um todo. Como terá uma car-
teira com determinado perfil de risco para um objetivo e outra com
outro risco para outro objetivo, fica mais difícil enxergar como está o
risco do patrimônio total e mais complexo de gerenciar.

Já em uma carteira de portfólio único oferece boa visão sobre a


evolução total da sua riqueza. Assim, quando tem a carteira de
portfólio único, de preferência gerido em um único lugar ou
uma única corretora, você consegue acompanhar mês a mês,
ano a ano, e ao olhar para trás saber exatamente a evolução do
seu patrimônio.
A segunda vantagem é que você tem melhor visão e controle da
sua exposição ao risco como um todo, sabendo exatamente
quantos por cento do seu patrimônio está sujeito a uma volatili-
dade de mercado, de bolsa, de criptoativos e qual parte do patri-
mônio está mais segura.
Uma terceira vantagem é a otimização da parte tributária.
Quando tem o portfólio único, você pode tirar gradualmente
recursos dessa carteira para realizar seus objetivos financeiros.

A desvantagem do portfólio único é que fica mais complexo opera-


cionalizar cada objetivo. Assim, se quiser trocar de carro ou fazer uma
viagem, vai precisar tirar um pouco de cada lugar para não desbalance-
ar a carteira como um todo. Esse modo é ideal para quem é apegado à
evolução da riqueza como um todo ou não tem grandes gastos planeja-
dos para o curto e médio prazo.

Também é possível adotar um misto entre os dois modelos. Você


pode ter um portfólio único, mas algum objetivo está com o prazo se
aproximando. Assim, poderia ser interessante já ir tirando do portfólio
principal e formando uma carteira de objetivo único.

Como montar carteira de acordo com objetivos?


Para montar nosso exemplo de carteira, vamos nos separar em três
categorias de objetivos: curto, médio e longo prazo. Quanto mais próxi-
mo estiver um objetivo, mais liquidez você precisa ter na sua carteira.
E quanto mais longe estiver o objetivo, menos liquidez você precisa ter
naquela carteira.

Carteira objetivo de curto prazo:


Ex. Viagem de R$ 10 mil em 1 anos
Carteira conservadora
Investimentos líquidos
(prazo de resgate máximo de 30 dias)
Essa carteira precisa ser mais conservadora, ou seja, idealmente
você não teria nenhuma exposição em ações porque um ano é muito
pouco tempo para ter retorno no mercado acionário, pois a gente consi-
dera um horizonte de pelo menos três anos para investimento em ações.
Assim, para esse objetivo recomendo 100% em renda fixa em investi-
mentos líquidos, com prazo de resgate curto. O ideal seria liquidez
diária, em que pede o resgate e entra no mesmo dia o dinheiro, mas
pode ser também retornos em no máximo 30 dias.

A sugestão é que essa carteira tenha 80% em Tesouro Selic pós-fi-


xado e 20% em crédito privado que tenha liquidez. Ou seja, não é qual-
quer crédito privado, não pode ser debênture incentivada, que não tem
liquidez, ou CDB com prazo de resgate muito longo, e até mesmo com-
promissadas com prazo de resgate longo. Para os 20%, deve ser uma
LCA e LCI com liquidez.

Carteira objetivo de médio prazo


Ex. MBA de R$ 20 mil em 3 anos
Carteira moderada (médio risco)
Liquidez média (prazo de resgate até 3 anos)

Para objetivo de médio prazo, sua carteira também deve ser de


médio prazo, com nível de risco médio e liquidez média também. Inclu-
sive, pode-se casar o prazo de resgate do investimento com o prazo do
objetivo. Para essa carteira, a divisão em quatro partes de 25% ficou em
Tesouro Selic, Tesouro IPCA+, Ações e Crédito Privado.

O Tesouro Selic tem liquidez diária e o Tesouro IPCA+, em tese,


também tem liquidez diária. Como o Tesouro IPCA+ tem um movi-
mento de acordo com a curva de juros do mercado, se tentar resgatar
antes do vencimento, pode ser que esteja em um momento de baixa de
preço. Assim, compre o título com vencimento para 3 anos ou 2,5 anos
para ter alguma segurança. Combinar os prazos de resgate e vencimen-
to também vale para o crédito privado.
Carteira objetivo de longo prazo
Ex. Casa própria de R$ 500 mil em 7 anos
Carteira arrojada (alto risco)
Pouca necessidade de liquidez
(maior prazo de resgate)

Como esse objetivo é de longo prazo, você pode ter uma carteira
mais arrojada, com um pouco mais de risco e pouca necessidade de
liquidez. Para essa carteira, aloquei 30% em renda fixa no Tesouro
Direto, sendo: 10% Selic, 10% no IPCA+ e 10% no prefixado, além de
30% em crédito privado e outros 30% em ações, com os 10% restantes
em fundos de investimento imobiliários.

Reparem nas três carteiras que à medida que o objetivo vai ficando
mais longo, a carteira vai se tornando mais complexa, com mais classes
de ativos. Isso faz sentido, pois, geralmente, os objetivos de longo
prazo têm um volume financeiro maior. Assim, não precisa ficar colo-
cando centavos em cada ativo. Não faz sentido alocar R$ 10 mil em
diferentes classes de ativos.

Como montar carteira de portfólio único?


Na abordagem em portfólio único, a classificação das carteiras
seria entre investidor conservador, moderado e arrojado.

Conservador
Ex. Se aposentar em 1 ano e baixa
disposição a correr riscos
Menos risco e mais liquidez
Para uma pessoa que vai se aposentar em um ano e com perfil con-
servador, a carteira precisa ser de menor risco e mais liquidez. Assim,
considerei 80% em Tesouro Selic, que é o ativo mais seguro do país,
10% em crédito privado e 10% em ações.

Por que não tinha 10% em ações para a pessoa que vai realizar o
objetivo de curto prazo? Porque se trata de uma complicação desneces-
sária comprar e vender ações, declarar imposto de renda e emitir
DARF. Mas para quem faz a gestão de patrimônio único é interessante
ter 10% em ações, mesmo sendo uma pessoa conservadora.

Moderado
Ex. Se aposentar em 5 anos e média
disposição a correr riscos
Médio risco e média liquidez

O investidor moderado que vai se aposentar em cinco anos precisa


ter uma carteira um pouco mais equilibrada: médio risco e média liqui-
dez. Assim, a divisão ficaria em 25% em Tesouro Selic, 25% em Tesou-
ro IPCA+ e 25% em crédito privado. Assim, o total de 75% do portfólio
está em renda fixa, sendo metade da carteira em renda fixa soberana
atrelada ao risco de crédito do governo e, portanto, mais segura. Os
25% restantes foram divididos em 20% em ações e 5% em fundos imo-
biliários.

Arrojado
Ex. Se aposentar em 20 anos
e alta disposição a correr riscos
Alto risco e baixa liquidez
Para quem é arrojado e vai se aposentar em 20 anos, a pessoa tem
que ter uma alta disposição a correr risco. Assim, a carteira tem risco
maior e liquidez menor. Assim, a sugestão para essa carteira é ter 30%
Tesouro Direto: 10% Tesouro Selic, 10% Tesouro IPCA+ e 10% em
Tesouro Prefixado. Mais 30% em crédito privado, podendo ser LCI,
LCA, Debênture Incentivada, CRI, CRA, entre outros. Outros 30% em
ações e, por fim, os 10% que sobraram foram divididos da seguinte
forma: 8% em fundos imobiliários, 1% em criptoativos e 1% em prote-
ções.

Sobre o 1% de criptoativos na carteira, isso acontece porque esse é


um ativo super arriscado e temos ainda muitas perguntas sobre criptoa-
tivos, por serem pouco regulados, mas tem um potencial de retorno
interessante. Assim, se você é um investidor arrojado, tenha uma expo-
sição pequena do seu patrimônio exposto a criptoativos. Esse tipo de
ativo é assimétrico; se der certo, os retornos são astronômicos, mas se
der errado, pode destruir muito valor também.

Para o investidor mais arrojado, que corre mais riscos, é interessan-


te ter um pouco de proteção também. Assim, a sugestão na carteira é
1% em Ouro, sendo que poderia ser também moeda forte (dólar) e
prata.

Dois pontos importantes:


Os pesos das classes de investimentos não estão escritos em
pedra. Os exemplos foram feitos para facilitar a análises, mas
cada um pode definir faixas de peso, como Tesouro Direto entre
70% e 90% e não ficar preso em 80%. Até mesmo porque os
ciclos econômicos mudam e a composição de uma carteira deve
ser sempre avaliada de acordo com as oportunidades de merca-
do.
Uma carteira pode e deve mudar ao longo da vida. Por exemplo,
à medida que os anos vão passando e a pessoa vai chegando
mais próxima da aposentadoria, a carteira deveria ir migrando
para uma composição mais conservadora. Por sua vez, a perso-
nalidade de uma pessoa também vai mudando à medida que
você vai ganhando conhecimento e experiência no mercado
financeiro. Assim, a pessoa começa com um perfil conservado e
pode evoluir para moderado e arrojado com o tempo. Por isso é
importante refazer a análise de perfil pelo menos uma vez ao
ano.

Passo-a-passo da sua carteira


1 Constrói uma reserva de emergência
2 Define carteira ideal com pesos-alvo
3 Comece pela renda fixa e ações
4 Colocar nas proporções definidas todos os meses

Imóvel: vale a pena comprar ou não?


Se for imóvel como investimento, prefiro comprar fundos imo-
biliário, que são uma ótima opção para você delegar a gestão
patrimonial que acompanha o investimento físico de imóveis
para um terceiro. Terá uma taxa de administração para o fundo,
mas com certeza vai fazer um trabalho mais especializado, mais
exclusivo, mais dedicado e profundo. Ou seja, não acho interes-
sante um imóvel físico para investimento.
Se for móvel para moradia, se é melhor comprar ou alugar, na
ponta do lápis a resposta é depende. Isso acontece porque
depende como estará o juro no momento da compra, o valor dos
imóveis, o valor dos aluguéis, entre outros pontos. Mas na práti-
ca, essa não é uma decisão puramente financeira. Muitas pesso-
as querem um imóvel próprio e não se sente seguro morando de
aluguel. Outras pessoas não fazem questão de ter uma casa pró-
pria, não quer comprometer parte do seu patrimônio dando
entrada em imóvel e acha que vai aproveitar mais aquele dinhei-
ro cuidando dos seus investimentos de forma líquida ou colo-
cando um fundo imobiliário.

Dessa forma, não tem certo ou errado em termos de imóvel como


moradia. Cada um define o que é melhor para si próprio. Mas se for
para investimento, o melhor é investir em fundos imobiliários.
AULA 4
Escolher os
ativos ou delegar
para Gestores?

Nas nossas aulas mostramos tipos de carteira e também tipos de


investidor. E vocês devem ter percebido que, quanto mais arrojado é um
investidor, mais complexa fica a carteira, com mais tipos de ativos dife-
rentes. Assim, vamos conhecer formas de simplificar a gestão da cartei-
ra, para ela não ficar tão complexa e tomar uma parte menor do seu
tempo.

Escolher os ativos ou delegar para gestores?

Temos três tipos de carteira: conservador, moderado e arrojado.


Para todo tipo de ativo (renda fixa, moedas ou ações), existe a
opção de terceirizar investindo em fundos para cada classe de ativo.

Vou pegar aqui o exemplo da carteira de perfil conservador com


80% no Tesouro Nacional, 10% de crédito privado e 10% em ações. Se
você não quiser escolher individualmente os títulos do Tesouro Direto
ou escolher cada ação que vai colocar na sua carteira ou cada título de
crédito privado, você coloca em um fundo.

Renda Fixa Soberana (Tesouro)


Para renda fixa do Tesouro Nacional ou renda fixa soberana exis-
tem fundos que aplicam no Tesouro Selic ou em outros títulos do
Tesouro Nacional e você pode aplicar seu dinheiro nesses fundos. Eles
vão investir nas respectivas categorias para você. Quando você investe
num fundo DI, na prática você está investindo em Tesouro Selic,
porque esse fundo vai pegar seu dinheiro e vai colocar em Tesouro
Selic. Existem também fundos de Tesouro Nacional indexados a outros
títulos públicos, como o IPCA+ e prefixado, tem um pouco mais de
risco e menos liquidez.

Renda Fixa Privada


Para a parcela de crédito privado existem fundos de renda fixa pri-
vada também, por exemplo, os fundos de debênture incentivada, exis-
tem alguns, inclusive listados em bolsa.

Existem fundos de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários),


que é um tipo de investimento de renda fixa de crédito privado. Há
fundos imobiliários que só investem nisso. Montam uma carteira de
CRIs e você tem a rentabilidade da carteira sem precisar escolher indi-
vidualmente cada CRI que você quer. O mesmo acontece com os
CRAs.

Fundos de Ações
Fundos de ações talvez seja a categoria de fundos mais diversa.
Existem fundos de ações indexados a índices, como por exemplo, os
ETFs de Ibovespa, que é o BOVA11. Outros fundos indexados a índices
que não são listados em bolsa que você pode comprar pela sua própria
corretora.

Tem também fundos de ações focados em dividendos, que tem a


carteira com ações de empresas pagadoras de bons dividendos. Tem
ainda fundos focados em Small Caps, que são empresas com capitaliza-
ção de mercado igual ou abaixo de R$ 5 bilhões. E tem uma vasta cate-
goria dentro dos fundos de ações, que são de estratégia livre ou fundos
de ações livres, como são chamados.
Fundos Cambiais
Na carteira de perfil arrojado, essa pessoa já vai ter fundos imobili-
ários, que é uma categoria à parte, vai precisar ter moeda na carteira,
ouro, dólar e tem fundos para isso também.

Se você quiser investir em dólar ou em euro, que são moedas fortes,


uma opção é abrir uma conta em uma corretora internacional, comprar
dólar e deixar seu dinheiro parado em dólar lá fora. Outra opção é
investir em um fundo cambial, que investe em moedas.

Fundos de Metais
No caso dos metais preciosos, têm os fundos de metais. No Ouro
tem um fundo negociado na bolsa que é ETF com o ticker GOLD 11. Se
você não quiser investir no fundo listado em bolsa, pode também inves-
tir diretamente na sua corretora, em algum fundo que siga a cotação do
Ouro.

Fundos Multimercado
Por fim, tem os Fundos Multimercado, que têm liberdade para
fazer todas essas classes de ativos, onde possuem o maior número de
ativos possível. Podem operar com renda fixa, com renda variável, com
moedas, com metais, com mercado à vista, mercado futuro, derivativos,
praticamente tudo. Muita gente acaba optando por colocar o patrimônio
inteiro ou quase todo em fundos multimercado.

Fundo de Previdência
Pode ser que o fundo escolhido tenha uma versão previdência.
Todo gestor de fundo tem a opção de fazer um fundo comum ou um
fundo de previdência. Qual é a diferença?

O fundo de previdência vai ter todas as vantagens para o cotista:


tributárias, sucessórias e patrimoniais. Porém, um fundo de previdên-
cia, por lei, tem algumas restrições para proteção do investidor. Tem um
limite de ações que o gestor pode ter fora do país, tem um limite para o
uso de derivativos, entre outros.
Prós e Contras de delegar a escolha de ativos para gestores

Vantagens
Mais prático
Menos trabalho
Otimização tributária
Opção de previdência.

Um exemplo dessas vantagens com ações. Sabemos que toda vez


que você vende uma ação com lucro é devido o imposto de renda sobre
o lucro, sendo você o responsável pela conta e pela emissão do DARF,
a guia de recolhimento de imposto. Tem ainda que declarar individual-
mente cada ação na sua declaração anual de Imposto de Renda. A vanta-
gem tributária de investir em um fundo de ações é que você paga o
imposto de Renda no resgate, que é de 15% sobre ganho de capital que
é recolhido na fonte pela própria administradora do fundo. Ou seja, ao
retirar o dinheiro das suas cotas ele já é líquido de imposto de renda.
Depois, a administradora do fundo envia um informe de rendimentos
anual discriminado para fazer a declaração anual.

Além dessa praticidade do ponto de vista fiscal e tributário, você


ainda paga menos imposto porque quando um gestor administra um
fundo, seja de ações, multimercado ou renda fixa, as operações que são
feitas dentro do fundo são isentas de Imposto de Renda. Então, quando
o gestor do fundo vende uma ação com o lucro para comprar outra, ele
não precisa emitir a DARF de pagamento de Imposto de Renda porque
o cotista dele já vai pagar no resgate da cota. Isso é muito interessante
também para classes de ativos mais complexas.

Desvantagens
Taxas de administração e performance
Menor visibilidade sobre o destino final do seu patrimônio

Você vai ter que remunerar esse terceiro para ele fazer esse trabalho
de gestão de carteira e vai pagar invariavelmente taxa de administração
e taxa de performance, exceto em fundos de renda fixa referenciados,
por exemplo, os fundos DI, que só podem cobrar taxa de administração,
mas não por performance.
Uma taxa de administração razoável é algo entre 0,5% e 2% ao ano.
Uma taxa de administração razoável é algo entre 0,5% e 2% ao ano.

A taxa de performance é uma remuneração de incentivo que você


paga àquele gestor. Todo fundo tem uma referência, um objetivo, por
exemplo, superar o Ibovespa, o principal índice acionário brasileiro. Se
o fundo superar o Ibovespa, os cotistas dividem o que superar o índice
com o gestor. Assim, o gestor só ganha dinheiro se você ganhar dinhei-
ro também.

Outra desvantagem é que você acaba com menor visibilidade sobre


qual é o destino final do dinheiro que você está colocando naquele
fundo, pois eles não são obrigados a abrir para os cotistas a composição
da carteira deles.

Estratégia interessantes

Para gestão dos ativos mais simples como renda fixa, tesouro,
renda fixa soberana, que são fáceis de comprar ou até alguns títulos de
renda fixa privada (CRAs, CRIs, LCIs e CDBs), você faz a gestão você
mesmo. Considero desperdício você pagar uma taxa de administração
para alguém fazer uma coisa tão simples, apesar de algumas gestoras
não cobram taxa de administração em casos assim.

Quando for ativos mais complexos, como ações, imóveis e cripto


ativos, talvez seja interessante delegar. Assim, você escolhe bons
fundos imobiliários em vez de comprar e vender os imóveis físicos ou
fundos de ações e criptoativos.

Você deve reservar 12% da renda para investir na Previdência que


é o teto do PGBL, assumindo que você faz declaração de imposto de
renda completa. O único cuidado ao colocar um fundo de previdência
na sua carteira, observe se ele respeitará a sua alocação total da sua car-
teira e se ele respeita o que você definiu para você mesmo como aloca-
ção e peso de cada ativo combinado.
AULA 5
Acompanhando
sua Carteira:
Rebalanceamento e
Controle Emocional

Nesta aula do módulo de carteira vou mostrar um passo a passo


prático, fácil e simples, que não dá muito trabalho para você monitorar
a sua carteira da forma ideal.

Para ser um investidor de sucesso não é preciso olhar a carteira


todos os dias, nem olhar o home broker ou o aplicativo da corretora.
Não é necessário também monitorar as notícias do mercado financeiro
constantemente e nem movimentar seus investimentos constantemente.
Não é isso que vai fazer a pessoa investir melhor.

Para ser um investidor de sucesso, a primeira dica é entender a per-


formance de sua carteira. É importante também entender, avaliar e
julgar se a carteira está na direção correta, dos objetivos que você defi-
niu. É importante também fazer ajustes de rota na sua carteira.

Para atingir esses passos vamos trabalhar com um calendário de


acompanhamento, que vamos definir no nosso modelo mensal. Este
acompanhamento é definido como de execução do dia a dia, ideal para
correção de rotas sempre que necessário.

Uma hora por mês é tempo suficiente para você cuidar dos seus
investimentos. E nesse tempo você vai seguir seus passos:
1 Avaliar a rentabilidade da carteira e dos investimentos do
mês anterior: Avalie se foi negativa ou positiva e se está dentro
do que esperava;
2 Observar os pesos de cada classe de ativo: A importância aqui
é saber se a carteira está na trilha que você definiu anteriormen-
te. Por exemplo, supondo que a Bolsa de Valores esteja em alta
durante algum tempo e em determinado momento o Banco Cen-
tral decidiu subir os juros. Toda vez que o Banco Central toma
uma decisão como essa, a Bolsa tende a cair não só no Brasil,
mas no mundo inteiro, porque juros em alta significa que mais
investidores vão para a renda fixa e menos investidores vão para
a renda variável. Ou seja, vendem ações para comprar títulos de
renda fixa, já que eles estão pagando muito mais ao menos com
essa perspectiva. Neste cenário, sua parcela de ações da carteira
vai cair. Se você tinha 10% de sua carteira em ações, e o valor
das suas ações caíram metade, a parcela de ações da sua carteira
vai passar a representar 5% do total. Em compensação, outras
partes da carteira podem ter se tornado mais representativas
dentro do seu portfólio total, o que significa que os pesos vão
mudar pela própria movimentação de mercado dos ativos. Essa
observação permite saber se os pesos estão na trilha do que você
definiu na montagem e pode ser o caso de rebalancear sua car-
teira, vendendo ativos de outras partes que ganharam espaço e
comprar mais ações. Assim, você garante a realização de lucros
do que performou e aproveita oportunidades de compras do que
não foi bem.
3 Leitura do cenário econômico: O investidor deve se questio-
nar e acompanhar a movimentação do cenário de itens como
juros, Bolsa, entre outros. É importante saber em qual cenário
sua carteira de investimento vai bem e em qual cenário vai mal,
de acordo com o seu perfil. Feito isso, você toma a decisão
sobre o que fazer com sua carteira.
4 Decisão sobre a carteira atual: Após analisar performance,
pesos e uma noção do cenário econômico do momento, chegou
a hora de decidir o que fazer com sua carteira. Com esses itens
analisados, o investidor vai ter em mente se vai tirar de onde
performa bem, rebalancear ou se vai alocar na Bolsa.
5 Decisão sobre novos aportes: Você toma a decisão de onde
você vai colocar o novo aporte mensal. A recomendação é
seguir o movimento feito no passo anterior com base na leitura
do cenário econômico.
6 Execução das operações: Entre no seu home broker e execute
as operações planejadas.
Tudo isso pode ser feito em uma hora por mês. Óbvio que se você
acompanhou as notícias do setor financeiro durante o período, vai faci-
litar as operações.

Acompanhamento anual
Outra opção é o acompanhamento anual, que aí sim, você precisará
de um dia inteiro para reavaliar toda estratégia de alocação, incluindo
reavaliação do seu perfil de investidor, avaliação do cenário econômico
para o ano e uma nova decisão de pesos-alvo para sua carteira. Essa rea-
valiação é importante porque em um ano o perfil do investidor pode
mudar de moderado para conservador, por exemplo. Isso vai depender
muito do seu momento de vida. Pense que passando um ano, se falta-
vam cinco anos para você se aposentar, agora faltam quatro. Se você
planejou uma viagem, ela está mais perto do que um ano atrás.

Avalie quando tiver mudança


Obviamente que ao longo de todo o processo, sempre que tiver uma
mudança relevante no cenário, como crise, recessão nos Estados
Unidos ou quebra da Bolsa pode surgir uma oportunidade ou mesmo
uma ameaça. Por exemplo, em março de 2020 começou a pandemia de
Covid-19 e a bolsa de valores despencou 40% em uma semana.

Não é porque não estava no seu momento mensal de investir que


você tinha de esperar. Quando ocorre algo relevante é importante apro-
veitar as oportunidades de compra e também se proteger das ameaças
ao seu patrimônio.
Ferramentas
Para você executar esses passos precisará de ferramentas. Existem
alguns tipos, desde os mais simples até os mais sofisticados: papel e
caneta, planilha e aplicativos (Real Valor, Trademap e IM+).

Os aplicativos vão consolidar as carteiras de todas as corretoras em


uma integração automática e vai mostrar uma visão geral de todo o seu
patrimônio. Os aplicativos também mostram informações como renta-
bilidade, facilitando o acompanhamento.

Competências comportamentais
Após entender o passo a passo da montagem e acompanhamento
para cuidar de sua carteira, chegou a hora de explicar sobre competên-
cias comportamentais. Alguns dos investidores mais bem sucedidos do
mundo falam que para construir riqueza no longo prazo, as competên-
cias comportamentais falam mais alto que as competências técnicas ou
intelectuais. Segundo Warren Buffett, investidor mais bem sucedido da
história do capitalismo moderno, para ser um investidor de sucesso,
ninguém precisa ter um QI astronômico ou ser um gênio. Dado que
você tem um raciocínio lógico, você precisa de disciplina. São necessá-
rias competências comportamentais para fazer uma melhor avaliação
do cenário. Você não precisa acertar para onde o dólar ou a bolsa vão,
mas uma coisa que vai te fazer ficar mais rico é guardar dinheiro todo
mês, e isso é uma competência comportamental.

Como se manter no caminho certo como investidor:


Preserve sua capacidade de trabalhar: Até que consiga viver
dos seus investimentos, o trabalho será a principal fonte de
renda. E para manter-se empregado é importante cuidar da
saúde.
Invista cada dia mais: “Não guarde o que resta depois de
gastar, mas sim gaste o que sobrou depois de guardar”, Warren
Buffett. Todo mês separe 10%, 20% ou 30% do que você pro-
gramou para investir e o que sobrar você vai gastar. Além disso,
à medida que sua renda sobe, seu custo de vida não precisa
aumentar na mesma proporção. Utilize esse acréscimo de renda
para investir cada vez mais.
Cuidado com o viés da ação: Você não precisa ficar toda hora
girando sua carteira toda hora. Apenas sua corretora vai ficar
feliz com isso, pois cobra as taxas e você não vai ter rentabilida-
de melhor por causa disso. Paul Samuelson, também um dos
mais bem sucedidos investidores da história define o ato do
investimento como o ato de ver a tinta secar ou a grama crescer.
Investir não é a mesma coisa que especular. Mantenha a sua
estratégia e se necessário revise, mas mantenha a disciplina.

Existe um livro chamado “O pequeno livro dos investimentos com-


portamentais”, que trata justamente das regras comportamentais que
são importantes para os investidores. O autor faz um paralelo com um
estudo sobre cobrança de pênalti no futebol, onde mostra que, estatisti-
camente, os goleiros têm mais chances de defender os pênaltis se ele
ficar parado e não tentar adivinhar para que lado a bola vai. Se ele ficar
parado no centro do gol e só depois que o atacante chutar decidir para
qual lado pular, ele vai ter mais chances de pegar.

Porém, apenas 6% dos goleiros ficam parados na hora da cobrança,


a maioria tenta adivinhar para que lado o atacante vai jogar antes do ata-
cante chutar e, com isso, ele acaba errando o lado da bola, porque o ata-
cante, vendo para que lado o goleiro vai, ele simplesmente joga para o
outro. Ele insiste em se movimentar porque é próprio do ser humano.
Acredite, todo mês vai dar muita vontade de mudar seus investimentos,
mas lembre-se do goleiro.

Cuidado com dívidas e alavancagem financeira: Cuidado ao


comprar algo que você não precisa naquele momento. Outra
frase famosa de Warren Buffett é: “Não faz sentido você arriscar
o que você tem e precisa por algo que você não tem e não preci-
sa”.

Sobre cartão de crédito, muitos conselheiros financeiros falam com


razão que é melhor parcelar, outros também tem razão ao falar que é
melhor comprar à vista. Quando em uma compra de R$ 100 não é dado
desconto à vista, mas permite parcelamento, financeiramente faz senti-
do. Porém, em minha visão de conselheira financeira, você vai achar
que está gastando R$ 20 reais em cinco parcelas. A nossa mente vai
tentar nos enganar o tempo todo, alterando a sua própria percepção do
quanto você está de fato gastando naquele mês. Além disso, quando
você parcela, compromete a sua renda no futuro.

Sobre alavancagem financeira, as corretoras estão cada vez mais se


especializando no Brasil. Cuidado com alguns serviços oferecidos
como comprar ação sem ter dinheiro investido em determinada correto-
ra. Você compra uma ação sem ter dinheiro nessa corretora, ou seja, ela
está emprestando dinheiro para você. Vamos supor que você tomou
dinheiro emprestado na corretora e investiu R$ 100 para comprar uma
ação. A própria ação vai servir como garantia do valor tomado empres-
tado. Se a ação cair pela metade, a corretora vai pedir que você deposite
mais dinheiro na sua corretora para complementar a garantia do seu em-
préstimo.

Depois do conteúdo apresentado, faça o seguinte exercício:


Marque na sua agenda uma hora mensal recorrente para você
cuidar de seus investimentos.
Marque um compromisso anual na sua agenda, seja uma manhã
inteira ou uma tarde inteira. Pode ser um sábado ou um domin-
go para você rever seus objetivos de vida e os seus investimen-
tos.
Por fim, coloque seus objetivos escritos em um lugar que você
consiga olhar diariamente. Assim você vai estar o tempo todo
martelando no seu inconsciente o que você está buscando e,
automaticamente, seu subconsciente vai evitar coisas que não
vão te levar para aquele caminho.
AULA 6 Tutorial
Real Valor

Nesta última aula do sexto módulo da Jornada da Liberdade Finan-


ceira vamos apresentar sobre consolidação e acompanhamento dos
investimentos, junto com um conceito que vai ficar muito fácil de
entender a importância desse acompanhamento.

As três etapas do Ciclo de Investimentos são importantes porque


permite entender como está a sua carteira, estudar os ativos e tomar as
melhores decisões para continuar nesse ciclo de investimento. Por que


é importante acompanhar os investimentos?

Quem não mede não gerencia


Peter Drucker
Investir e não acompanhar é como você comprar um carro e não
fazer a manutenção; em algum momento ele vai dar problema. Acom-
panhar os investimentos e você ter o controle sobre a sua carteira e
tomar as melhores decisões baseada em dados.

Cinco vantagens no acompanhamento da carteira:


1 Procurar se manter acima do mercado: é sempre importante
investir e ficar de olho em como está o mercado: se está acima
ou abaixo. Assim, você vai conseguir tomar as decisões de
acordo com a estratégia para seus investimentos.
2 Investimento pode ir do céu para o inferno rápido: o merca-
do é muito volátil e um ativo pode ir do céu para o inferno em
segundos. Assim, é necessário, primeiramente, entender o que
está acontecendo. Analisando o benchmark e o mercado pode-
-se perceber que todos caíram. Essa análise é importante para
não entrar no efeito manada e sair vendendo ativos de forma
desgovernada. Pode-se ainda constatar que o ativo tem alguma
questão e você poderá tomar a melhor decisão em manter na
carteira ou não.
3 Planejamento: quando você acompanha sua carteira, consegue
entender onde você vai alocar melhor o seu dinheiro. Por exem-
plo, se você vê que o mercado está migrando mais para a renda
fixa ou mais para a renda variável, o planejamento permite você
saber de onde tirar recursos para aproveitar uma boa oportuni-
dade que se mostrar no mercado.
4 Saber se a sua carteira está de acordo com seu perfil e o seu
momento de vida: não adianta comparar a sua carteira com a
do amigo, tio ou primo. Precisa olhar para a sua carteira, para o
seu perfil, para o quanto aguenta tomar de risco e qual o seu mo-
mento de vida. A sua carteira de investimentos deve refletir o
que você pensa dos e o que quer com eles.
5 Entender seus planos de curto, médio e longo prazo: sabendo
como que está a sua carteira, você pode planejar férias, que é de
curto prazo, ou comprar um apartamento, que é de longo prazo.
Você entende como vão ser esses seus planos de curto, médio e
longo prazo e como você vai conseguir os recursos para colocá-
-los em prática.
Existe DESVANTAGEM em acompanhar a carteira
de investimento?
Não existe desvantagem no acompanhamento. Porém, quando se
investe em renda variável, por exemplo, não é aconselhável ficar vendo
todo dia o preço daquela ação porque pode gerar algum gatilho e você
achar que está perdendo dinheiro, quando na verdade você não está. O
movimento pode ter sido por uma questão mais especulativa. Mas é ver
a carteira de forma periódica.

Como fazer o acompanhamento de carteira pelo Real Valor?


O Real Valor surgiu para curar a dor dos investidores em acompa-
nhar os investimentos, com tecnologia em uma ferramenta de gestão
que ajuda a tomar as melhores decisões com os seus investimentos.

A ferramenta do Real Valor consegue importar anos de investimen-


tos em um só lugar e mostrar o que está indo bem e o que não está indo
tão bem.

Para usar o Real Valor, basta baixar o aplicativo que está disponível
tanto para Android quanto para iOS, além de versão web. Após fazer o
cadastro de forma muito simples, você inserirá os seus investimentos
no aplicativo. Também é possível fazer importações automáticas se os
investimentos estiverem em Vítreo, XP, BTG, Avenue, entre outras.
Após inserir os investimentos, vai conseguir acompanhar tanto
renda fixa quanto renda variável:

Ações, BDRs, ETFs e FIIS;


Ação americana
Fundo;
Renda fixa;
Tesouro Direto;
Criptomoeda
Conta corrente;
Fundo de previdência;
Debênture;
Moeda;
Poupança;
Outros (COE, imóveis, genéricos).

Na primeira tela você verá o seu patrimônio, quanto de dinheiro


você tem, qual a variação diária dele de acordo com o que você tem em
carteira e também dos seus ativos.

Você também vai poder acompanhar como está sendo a sua rentabi-
lidade por mês e por ano.
Quando você clica no mês, você consegue saber quais foram os
ativos que melhor performaram naquele mês e quais ativos não perfor-
maram tão bem.

No Real Valor, você também consegue ter um relatório dos proven-


tos que você recebe, como dividendos, juros sobre capital, cupons
pagos pela renda fixa, inclusive quais são os ativos que estão pagando
melhores dividendos.
A tela de ativos é muito importante e umas das mais utilizadas, pois
você consegue ver sua carteira como um todo, comparado ao ben-
chmark de acordo com a categoria.

Ferramentas de apoio ao investidor


Na área Assistente, por exemplo, uma das funcionalidades é o
apoio ao Imposto de Renda, onde o aplicativo consolida todas as suas
operações em renda variável e mostra um relatório do que você tem que
declarar no seu IR, com informações de CNPJ, preço médio, ativo e
tudo mais.

Na funcionalidade Watchlist você pode acompanhar ações mesmo


elas não estando em sua carteira, podendo acompanhar e comparar com
outros ativos do mercado.

Tem ainda o Alerta de Preço, onde você estipula um valor de um


ativo para ser avisado, sendo tanto para ações que queira vender como
também para os que quiser comprar.

Em Próximos Pagamentos você fica sabendo quanto irá receber de


proventos e cupons de ativos que estejam provisionados na B3.

A tela de Indicadores Fundamentalistas foi implementada após


pedidos dos próprios usuários e mostra os principais indicadores de
uma empresa, como sua performance, valor patrimonial, o patrimônio
líquido, notícias do mercado, fatos relevantes e quando foi feito o paga-
mento de proventos.
O Real Valor oferece ainda o assistente de Balanceamento de Car-
teira, auxiliando você a ter uma carteira ideal dentro das classes de
ativos, sabendo exatamente onde que você tem que mexer na sua cartei-
ra, seja vendendo ou comprando mais.
Na funcionalidade de Metas, o aplicativo permite você definir
cinco metas para seus investimentos, ficando mais fácil de você colocar
na sua cabeça que é importante você guardar aquele dinheiro para usar
no futuro.
Por fim, o Real Valor ainda disponibiliza notícias do mercado, fatos
relevantes das empresas, vídeos e muito mais para você ficar sempre
antenado no que está acontecendo, podendo ainda filtrar o conteúdo de
acordo com os ativos de seu interesse.

O Real Valor é 100% gratuito

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