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PRINCÍPIOS

DE GUERRA.
SUA V~LIDADE
E APLICAÇ{)ES
NA GUERRA .
MODERNA

Carlos Tabajara da Costa Torjno -

"A arte da guerra f1 de importlincia vital para o Estado. ~


uma questAo de vida ou morte, um caminho tanto para a segu·
rança como para a rufna. Assim, em nenhuma circunst4ncla
deve ser negligenciada. "
Sun tzu

Extrafdo de monografia produzida como exig~ncia curri·


cu/ar para a obtençAo de diploma do Curso de Comando e
Estado-Maior do Exf1rcito. Após uma an(.:ise dedutiva de co·
mo se estabeleceram os Princfpios de Guerra, componentes
essenciais da Arte Militar, o autor examina esses princfpios,
tais como se apresentam para as Forças Terrestres Brasilei·
ras, Identifica comparativamente quais os adotados por a/gu·
mas das maiores pot~ncias militares contemporiineas e anal/·
sa seu emprego na "Guerra dos Seis Dias", enfatizando sua
validade e import4ncia, bem como o risco que assume o Co·
mandante Militar que negligencia sua aplicaçA()>

INTRODUÇÃO uma Arte. Se a estratégia, en·


tendida como arte de preparar e
arte da guerra existiu em aplicar o Poder para alcançar e

A todos os tempos, e a es-


tratégia, sobretudo, foi a
mesma, tanto sob César, quanto
manter os objetivos fixados pela
Polftica, pode ser submetida a
máximas dogmáticas que se as-
sob Napoleão. A guerra é, em semelham aos axiomas das
. conjunto, não uma Ciência, mas ciências positivas, o mesmo não

A Pefesa Nacional 127


Prlnclplos de guerra. Sua validade e aplicações na guerra moderna

é verdadeiro para a guerra vista ticos. São mais aplicáveis à es-


como um conjunto. Entre outras tratégia operacional, às opera-
coisas, os combates escaparão, ções e táticas do que aos as-
muitas vezes, a todas as combi· pectos técnicos, logfsticos e so-
nações cientificas e podem ciais da guerra. São a trama bá·
apresentar-se como atos essen- sica da teoria operacional. Em
cialmente dramáticos, em que qualquer situação particular eles
as qualidades pessoais, as ins- têm existido sob um equilfbrio
pirações morais e uma série dinâmico, muitrssimo dependen-
enorme de fatores são os ele· te das condições objetivas que
mentos decisivos. As paixões definem aquela situação.
que agitam as massas, que são Para o estudioso da guerra,
levadas a se enfrentarem, as os princfpios fornecem um con-
qualidades guerreiras desses junto de conceitos de acordo
grupos, a energia e o talento de com o qual examinam-se acon-
seus comandantes, o espfrito tecimentos passados.
mais ou menos marcial de na· Recorrendo à História como
ções e épocas, tudo o que pode pano de fundo contra o qual se-
ser chamado de ·poesia e meta· rão lançados os princfpios que,
ffsica da guerra terá uma per- a seguir, serão enunciados, veri·
manente influência nos seus re- ficamos que o legado militar
sultados. fundamental contemporâneo, de
A guerra moderna, que exige um modo geral, origina-se das
a aplicação dos novos desen; guerras napoleOnicas. Mais pre-
volvimentos tecnológicos, que cisamente, emanou dos escritos
podem mudar radicalmente a de dois homens sobre as cam-
natureza do campo de batalha, panhas napoleOnicas. Foram
envolve, como Arte Bélica, a crf· eles o General Antoine Henri
tica análise histórica das opera- Jomini e o Major-General Karl
ções de guerra. von Clausewitz.
Desta análise, o profissional Desde que esses dois emi-
militar deduz os princfpios fun- nentes historiadores militares
damentais, suas combinações e apresentaram suas conclusões
aplicações que têm produzido acerca das operações de Napo-
êxito nos campos de batalha da leão, a história do combate tem
história. Os princfpios de guerra apresentado alguns discerni·
são uma parte da Arte Bélica, mentos ad icionais, os quais são
quando assim deduzidos. Eles bastante relevantes para a re·
não. são imutáveis e c«suais, consideração sobre os princfpios
nem proporcionam uma fórmula de guerra hoje em dia. Um des·
matemática precisa para o su- tes é a constatação de que, corr
cesso no combate. Seu valor re- muito mais freqüência, o resul·
side na suã utilidade como pon- tado do combate desafia a pro·
to de referências para a análise porção de forças inexistentes nc
de problemas estratégicos e tá· infcio da batalha. O lado que sE

128 'A Defesa Naclon~ ..


Prlnclplos de guem. Sua valldMe e apll~ na guem modema

encontra inicialmente interiori- relativamente fácil. Colocá-los


zado . não está fadado ao fra- em execução é outra coisa. Os
casso. O estudo do motivo pelo nove princfpios preconizados
qual isso acontece desencadeia são: objetivo, ofensiva, simplici-
a revisão de alguns pontos de dade, unidade de comando,
vista com relação aos princfpios massa, economia de força, ma-
de guerra. n<;>bra, su~presa e s~gurança.
Neste trabalho procurare- Vejamos, .cada um, de per si.
. mos, sem faltar às verdades Prlncfplo do Objetivo
úteis da herança napoleOnica,
apresentar os princfpios de Toda a operação militar de-
guerra adotados pelo Exército ve ser dirigida para um objetivo
Brasileiro, sua confrontação com claramente definido, decisivo e
os vigentes em alguns pafses, atingfvel. O objetivo militar final
bem comq· sua validade e apli- da guerra é a destruição do po-
cação na guerra moderna, abor- der de combate das Forças Ar-
danqo, particularmente, a "Guer- madas do inimigo. O objetivo de
ra dos Seis Dias", uma das mais . cada operação deve contribuir
rápidas e decisivas vitórias que para este objetivo final. Cada
o mundo já presenciou. ·objetivo intermediário .deve ser
Naqueles seis dias de junho tal que sua conquista permita
de 1967, lsFael desencadeou atingir mais direta, rápida e
uma campanha relâmpago e economica!"ente as f~nalidades
conseguiu ampliar as suas fron- da. operaçao.. A seleçao d.e um
telras num esforço vitorioso de objetivo base1a-se na considera-
desafogo. ção da missão, dos meios dis-
No contexto desta guerra, a ponfveis, d? inimigo e da ár~a
Campanha do Sinal mostrou a de operaçoes. O com~n.dante
primeira ação das novas · forças deve compreender .e ~ef1mr ela-
israelenses ao mundo atuando ramente seus objetiVos, bem
como um todo harmO~ico com- como apreciar, à luz destes, ca-
binando perfeitamente as' ações da aç.ão. a reali~ar. O princfpio
de infantaria, carros, artilharia e do objetivo é aplicável em todos
aviação, a par de grande ener- os escalões de comando.
gia, determinação e de um espf- Prlncfplo da Ofensiva
rito altamente ofensivo.
A ação ofensiva é necessá-
OS PRINCÍPIOS DE ria para se obter resultados de~
GUERRA EM VIGOR cisivos, bem como para manter
Os princfpios de guerra são a liberdade de açãÕ. Ela permite
definidos como o conjunto de ao comandante tomar a iniciati-
preceitos considerados essen- va e impor a sua vontade ao ini-
ciais ao sucesso da guerra, tan- _ migp; estabelecer o ritmo e de-
to do ponto de vista tático como termi-nar o curso de combate;
estratégico. Defini-los é tarefa explorar a fraqueza ·inimiga e as

AD.,...Neclonel 129
Prtncrplos de guerra. Sua validade e apU~• na guerra moderna

situações que evoluam rapida- Prlncfplo da Economia de Força


mente; fazer face a situações
inesperadas. A defensiva pode Um mlnimo de meios com-
ser imposta, mas só deverá ser patfveis deve ser empregado em
adotada, deliberadamente, por todos os pontos que não sejam
um comandante, como expe- o do esforço. Este princfpio é
diente temporário, enquanto um corolário do principio da
aguarda uma oportunidade para massa, poi.s é um método de ob-
a ação ofensiva ou com o fim de tenção dessa massa. Ele não
economizar forças em uma parte implica na economia e.lCcessiva,
da frente onde não se procura a mas na distribuição sensata do
decisão. Mesmo na defensiva, o poder de combate disponfvel,
comandante deverá procurar to- entre a missão principal e as
das as oportunidades para obter secundárias. Os ataques limita-
resultados decisivos pela ação dos, a defensiva, a dissimula-
ofensiva. l)ma defesa ativa, di- ção, 'ou ainda, os movimentos
rigida com o espfrito da ofensi- rétróg'rados, são empregados em
va, conserva o inimigo desequi- regiões secundárias para se
librado, restringe sua habilidade conseguir a massa em outras
de atacar e fortalece a seguran- regiões, onde se procura a deci-
ça. Ao aderir ao princfpio da são. Inerente aos princlpios da
ofensiva, o comandante ajusta o massa e da economia de força é
passo e determina o curso do a idéia de que todos os recursos
combate, explora as fraquezas disponfveis devem ser emprega-
do adversário e fica melhor pre- dos da maneira mais eficiente e
parado para tirar partido de si- efetiva.
tuações inesperadas. Principio da Manobra
Prlncfplo da Massa O princfplo da manobra con-
siste em deslocar: e posicionar
O máximo poder de combate as forças militares de modo que
deve ser aplicado no momento e favoreçam a realização da mis-
local oportunos para alcançar são. A manobra é um compo-
um resultado decisivo. Sendo o nente essencial do poder de
poder de combate o total de combate. Contribui para o apro-
meios ffsicos e morais disponl- veitamento do êxito, para a pre-
veis a um comandante, será servação da liberdade de ação,
função da quantidade, qualidade bem como para reduzir a vulne-
e estado d~ moral. A aplicação rabilidade da força. Sua finali-
apropriada do principio da mas- dade é dispor os meios de tal
sa, qm conjugação com outros maneira que coloque o inimigo
princlpios de guerra, pode per- em desvantagem relativa e, as-
mitir que forças numericamente sim, atingir os resultados que,
inferiores obtenham superiori- de outra forma, seriam mais
dade decisiva no combate. custosos em homens e material.

130 A Defesa Nacional


Principias de guerra. Sua validade e aplicações na gue"a moderna

O sucesso da manobra ex~ge espionagem e a inquietação e


flexibilidade de organizaçao, assegurar a liberqade de ação
apoio administrativo, comando e do comandante. E a condição
controle. Em muitas situações, o que resulta do estabelecimento
princfpio da manobra pode ser e da manutenção de medidas de
aplicado apenas em conjunção proteção que assegurem um alto
com o emprego eficiente do po- grau de' inviolabil idade contra
der de fogo. influências ou atos hostis. Uma
vez que o risco é inerente à
Principio da guerra, a observância do princr-
Unidade de Comando pio da segurança não implica
A aplicação decisiva de todo em precaução exagerada e nem
o poder de combate exige, para em evitar o risco calculado. Fre-
cada objetivo, unidade de esfor- qüentemente, a segurança é
ços sob as ordens de um co- ampliada pela audaciosa con-
mandante responsável. A unida- quista e manutenção da iniciati-
de de esforços, ao exigir que va, a qual reduz a capacidade
todos os elementos de uma for- de intervenção do inimigo.
ça trabalhem harmoniosamente
rumo a uma meta comum, impli- Prlncfplo da Surpresa
ca no desenvolvimento e conde- A surpresa é a arma mais
nação do poder total de comba- eficiente e poderosa na guerra,
te das forças disponrveis. A co- e pode mudar decisivamente o
operação, além disso, contribui equiHbrio do poder de comba-
para uma unidade de esforço, te. Permite obter o êxito em
porém, somente quando um desproporção ao esforço dis-
simples indivfduo é responsável pendido. Consiste em golpear o
pelas atividades de um grupo é inimigo onde, quando, ou de
que este pode operar no máxi- uma forma para a qual ele não
mo de sua eficiência para atin- esteja preparado. Não é essen-
gir uma meta desejada. cial que o inimigo seja apanha-
A guerra de coalizão cria um do desprevenido, bastando que
desafio para o princfpio da uni- ele somente perceba a situação
dade de comando devido à relu- tarde demais para reagir com
tância dos grupos em posicionar eficiência. Pode-se obter a sur-
seus recursos sob o controle de presa empregando-se a veloci-
um comandante de um dos ou- dade, a dissimulação, a él{>lica-
tros grupos de coalizão. ção de um poder de combate
inesperado, a informação e
Prlncfplo da Segurança a contra-informação eficientes,
A segurança é essencial à que incluem a segurança eletrô-
preservação do poder de comba· nica e das comunicações a pa1
te. Consiste nas medidas ne- da variação na tática e nos pro-
cessárias para evitar a surpresa, cessos para a conduta das ope-
a observação, a sabotagem, a rações.

AD.,..Neclonel 131
Prlncrplos de guem. Sue validade e epllc:aç6• na guem moderna

Principio da Simplicidade informações precisas, pormeno-


Em todas as comunicações, rizadas e indispensáveis devam
o comandante deve fazer todo o ser negadas àqueles que delas
esforÇo racional para eliminar a necessitam para operar com efi-
mais tênue oportunidade de má- cácia.
compreensão; a simplicidade Confrontando os princfpios
contribui para este fim. Os pla- de guerra adotados pelo nosso
nos diretos e simples e as or- Exército, como acabamos de
dens claras e concisas dimi- ver, com os de outros pafses,
nuem a incompreensão e a con- conforme apresentados no Qua-
fusão. Não implica em dizer que dro A, verificamos que a maior

QUADRO A
COMPARAÇÃO DOS PRINCÍPIOS QE GUERRA
USADOS POR ALGUNS PAISES
Estados Unidos Grã-Bretanha União Repóblica
(Exército) e Austrália França Popular da C,tlina
Soviética
Objetivo Seleção e Avanço e Mobilização
manutenção concentração polrt~ca
da meta
Seleção e
Ofensiva Ação ofensiva Ofensiva manutenção
da meta
Massa Concentraç4.Q Concentração
de força Ação ofensiva
Economia Economia Economia
de força de esforços de força Concentração Concentração
de esforços de força
Manobra Flexibilidade Manobra e
.Iniciativa Iniciativa ou
flexibilidade
Unidade de Cooperaçlo Armas
êomando combinadas Coordenação
Segurança
Segurança Segurança Reservas
adequadas
Surpresa Surpresa

Surpresa Surpresa Surpresa e


Moral
dissimulação
Liberdade Liberdade
Simplicidade Manutençlo Moral de açAo de açlo
da Moral
Administração AniqOilamento
Mobilidade

132 A Defese Nacional


Princfplos de guem~. Sua validade e aplicações na guem1 moderna

parte das nações tem sua rela- nho de 1967, os aviões israe-
ção própria de princfpios prefe- lenses decolaram a intervalos
ridos. cuidadosamente cronometrados,
É bastante significativo que em esquadrilhas de qóatro,
os únicos princfpios comuns à voando aos pares, utilizando vá-
Inglaterra, aos Estados Unidos, rias rotas, a altitudes extrema-
à União Soviética, à China e à mente .baixas. Alguns sobre-
França, sejam os da Massa e da voando o Mediterrâneo até a
Surpresa. Deduz-se, portanto, oeste de Alexandria, onde reba-
que quanto maior a massa e a tiam para leste rumo aos seus
surpresa, maior a possibilidade objetivos situados ao redor do
de êxito. Cairo, no Canal e no Sinai; ou-
tros atravessando diretamente a
A GUERRA DOS SEIS DIAS fronteira para atacar as bases
Ofensiva Aérea localízadas no Egito superior,
Às ?h 45min do dia 5 de ju- conforme Mapa 1.

RQTAS DE ATAQUE AÉREO DA FORÇA


AEREA DE ISRAEL em 05 Jun 1967

MAR ...
MEDITERRANEO

EGITO ARÁBIA
SAUDITA

L[U:IIÓA
1
,~-:L... . 00 Afii9UI
rtc.J
...
O tOO 100

A Defesa Nacional 133


Prlncfpla. degu.n. Sue ftlldede • epll~hl neguem moderne

Tal estratagema, que teve resultado, uma completa surpre-


pleno êxito, tinha em mira fugir sa e conseqüente destruição
à vigilância dos radares egfp- dos aviões e radares egfpcios.
cios, bem como aos dos navios· Durante oitenta minutos,
russos ancorados na área e aos sem trégua, a Força Aérea is-
da 6' Frota norte-americana. raelense castigou os aeroportos
O 12 ataque aéreo foi dirigi- egfpcios, seguindo-se, após 1O
do contra dez aeroportos e tinha minutos de intervalo, mais oi-
como objetivos .Principais tornar tenta minutos de ataques. As-
as pistas inutilizáveis e destruir sim, em apenas duas horas e
tantos MIGS-21 quanto fosse cinqüenta minutos, os israelen-
possrvel, pois esses eral"fl os ses destrufram o potencial ofen-
únicos aviões egfpcios que po- .sivo da aviação egfpcia, arra-
deriam evitar que a aviação is- sando-a como força de combate.
raelense coroasse de êxito seu Ao todo, dezenove aeropor-
grande objetivo, que era a des- tos egfpcios foram atingidos no
truição da força egfpcia de primeiro dia de guerra. Calcula-
bombardeiros de longo alcance, se que tenham sido destrufdos
que tanto ameaçava a popula- de 300 a 340 aviões de combate
ção civil de Israel. egfpcios, inclusive 30 bombar-
Esta ação inicial fulminante, deiros TU-16 de longo alcance.
levada a efeito pelos israelen- Para defender Israel e suas
ses, denota claramente a obe- bases, a Força Aérea israelense
diência ou aplicação dos princi- só deixara doze aviões; oito
pies da ofensiva, pela tomada voando em cobertura e quatro
da iniciativa e tentativa de im- em alerta na extremidade da
por sua vontade ao inimigo; do pista. Este risco calculado evi-
objetivo, ataque aos aeroportos; dencia o principio da economia
da surpresa, através da destrui- de forças, que beneficiou a
ção das aeronaves egfpcias em massa das incursões aéreas so-
pleno solo; da segurança, impe· bre o território eglpcio.
dindo que a força aérea egfpcia Sintetizando, a ofensiva aé-
pudesse atingir o território de Is- rea desencadeada por Israel,
rael. nos primeiros dois dias de guer-
Quando a primeira leva de ra, totalizou mais de mil incur-
aviões israelenses atingia os sões, sendo que alguns pilotos
seus alvos, a segunda já estava participaram de oito por dia,
a caminho e a terceira acabava ·conseguindo destruir 416 ·aviões,
de levantar vOo. As partidas dos quais 393 em terra.
eram feitas com 10 minutos de As perdas de Israel, no fim
intervalo, o que demonstra . a do segundo dia, subiam a 26
aplicação no princfpio da massa. aviões e mais 21 pilotos, dos
O estratagema utilizado e a quais cerca da metade foi feita
incrfvel rapidez com que a ope- prisioneira pela Sfria ou pelo
ração foi realizada deu, como Egito.

134 A D.,_. Necionel


Princfpios de guetTe. Sue validade e epll~ões ne guerra moderna

De todos os príncfpios de do à base de trincheiras conti-


guerra evidenciados nesta ofen- nuas, sucessivas e ligadas em
siva áerea, o que mais se desta- profundidade por sapas, segun-
ca, por ter apanhado o inimigo do as normas regulamentares
em situação de quase que com- soviéticas.
pleta inação, é o da surpresa, Devido ao enorme espaço a
secundado pel.o da massa. defender.. e à natureza do terre-
no, os eglpcios constitulram
dois nt.icleos principais: um ao
·Operações Terrestres no Slnai norte, no corredor de Gaza-Ra-
fah-EI Arish que se estende ao
Na noite de 4 para 5 de ju- longo do mar, onde -foram es-
nho, as forças de Israel se des- calonadas em profundidade
locam. duas divisões; outro, ao sul, on-
O plano de ataque visava a de uma outra divisão foi articu-
desbaratar o dispositivo defen- lada em torno de Abu Agheila,
sivo eglpcio, que foi estabeleci - conforme Mapa 2.

OPERAÇÕES NO SINAl

Mapa 2

A Defesa N acional 135


Princlpios de guerra. Sua validade e apllcaç6es na guerra moderna

Entre esses dois se estende O fator tempo era vital para


um vasto espaço vazio, ou qua- os israelenses que estavam
se, considerado como intrans- apavorados face à perspectiva
pontvel, pois é uma região de de um cessar-fogo prematuro. ·
dunas a se perder de vista. Toda a manobra fora concebida
A manobra israelense repou- na suposição de que o tempo
sava na idéia de utilizar o cor- disponfvel era curto e que a vi-
redor de dunas, no qual existe tória israelense teria que ser a
um fundo de ravina relativamen- mais rápida e decisiva possfvel.
te carroçável, para, por af, intro- O plano era ousado; porém,
duzir a cunha de uma divisão os israelenses possufam uma
entre os dois núcleos egfpcios e idéia precisa do inimigo e da
tomar de flanco toda a defesa, sua capacidade.
conquistando El Arish. Às 8h 15min da manhã de
Esta concepção tática evi- 2!!-feira, 5 de junho, meia hora
denciava a aplicação do princr- após o infcio do ataque aéreo,
pio da surpresa, atacando os as tropas terrestres israelenses
egfpcios no local onde não es- atacaram.
tavam preparados e por onde Os egfpcios, mesmo desbor-
não admitiam que um ataque dados, resistiram, inicialmente,
pudesse ser realizado. em suas trincheiras, que tiveram
Ao norte, onde as defesas de ser metodicamente reduzidas
egfpcias não possufam nenhum e limpas.
dispositivo face à região das Às 1Oh 35m in, a Força Aé-
dunas, as trincheiras seriam to- rea do Egito fora destrufda, não
madas de enfiada, quando se mais constituindo uma força de
desembocasse do sul. combate ativa, capaz de dar co-
Contra o núcleo de Abu bertura ou apoio ao seu exército
Agheila, que não poderia ser fa- no Sinal. Ao contrário, a FAe is-
cilmente desbordado, o ataque raelense, vitoriosa no cumpri-
seria frontal e estaria a cargo de mento de sua missão principal,
uma terceira divisão. Como .não pOde voltar-se também para o
se esperava contar, pelo menos apoio aos ataques terrestres,
inicialmente, com o apoio áereo, que passaram a atuar usufruin-
a artilharia inimiga seria neutra- do de completa segurança face
lizada pela descida de pára- à FAe inimiga.
quedistas sobre as posições de Em fim cta jornada El Arish
bateria. caiu. Abu Agheila era o segundo
Ressaltavam, neste plano, ponto de irrupção escolhido pe-
para conquistar Abu Agheila, os los israelenses, pois bloqueava
princfpios da massa, caracteri- a principal linha de av.ançq.das
zado pelo ataque frontal e os da forças israelenses para a parte
manobra e· surpresa, resultantes central da Penfnsula do Sinal.
do assalto de elementos pára- Às 9 horas da manhã, desse
quedistas. dia 5, a 1!! Brigada Blindada

136 A Defesa Nacional


Prlncfplot de guerr.. Sua validade e aplicações ne guerr.t moderna

atravessou a fronteira e avançou El Arish a Abu Agheila. Depois


rumo a Abu Agheila, transpondo que anoiteceu, seguiram em di-
e arrasando, por volta das 12 reção . sudeste, até a junção da
horas, as posições de vanguarda estrada de Jebel Líbni, que
da 2' Divisão egrpcia, destruin- também bloquearam. Lá, foram
do vários carros. ressupridos e aguardaram or-
No 29 escalão marchavam dens para avançar pela estrada
seis Reg imentos de Artilharia is- de Abu Agheila e atacar os
raelense, com toda sua muni- egrpcios pela retaguarda.
ção, num enorme comboio. Um segundo destacamento,
À retaguarda da 1' Bda Bld composto de carros de combate,
foi deslocada uma Brigada de jipes e morteiros, foi também
Infantaria que, ao anoitecer, to- enviado na direção da estrada
mou dispositivo para atacar o que liga Kusseima e Abu
flanco norte dos egrpcios. Agheila, o qual ocupou posição
Este conjunto de ações de- após anoitecer.
senc:adeadas para romper o dis- Dessa maneira os israelen-
positivo inimigo em Abu Agheila ses tinham cortacTch todas as 1i-
enfatizou a aplicação, pelos is- nhas egrpcias de reforço - de
raelenses, dos princrpios da Kusseima, de El Arish e de Je-
massa e da manobra. bel Líbni, bem ·como todas as
Entrementes, um destaca- linhas de retirada de Abu
mento, composto de regimento Agheila.
de carros, engenharia e mortei- Nesta operaçalo de cerco
ros pesados, avançava por uma pelo Exército de Israel estão
via de acesso mais ao norte, a realçados os seguintes princr-
fim de ultrapassar as posições pios: -
egrpcias e bloqueá-las pela re- • do objetivo - pela clara
taguarda. Por volta das 15 ho- definição das regiões que
ras, essa força deparou com impediam o inimigo ma-
uma resistência egrpcia de valor nobrar, ou ser reforçado e
batalhão, a noroeste de Abu escapar do cerco;
Agheila. Seguiu-se um pesado • da economia de força· -
combate: o ataque israelense foi pela composição de des-
repelido com perda de sete car- tacamentos adequados
·ros. O apoio da FAe, solicitado para a conquista e manu-
pelos Cmt israelenses, não foi tenção dos objetivos de
possrvel devido a uma tempes- cerco;
tade de areia que reduzia a vi- • da manobra - pela dispo-
sibilidade. sição de suas forças, de
Contudo, pouco depois das modo a colocar os egrp-
15h 30min, os israelenses volta- cios em posição desfav~ >­
ram a atacar e acabaram to- rável;
mando a posição. Avançaram e • da surpresa - pela cc ,,.
bloquearam a estrada que liga quista dos objetivos ant'3s

ADefeuNeclonel 137
Principio• d e guerr8. S ua validade e apllcaçlies na g uerr8 moderna

que o inimigo pudesse o Canal de Suez, que só haviam


reagir com eficiência. atingido no norte, na região de
Às 21 h 45min as tropas is- El Kantara.
raelenses estavam prontas para No dia 9 eles já mantinham
o golpe da misericórdia. Apesar toda a margem leste do canal,
do GQ do Comando Meridional cortando, dessa maneira, a es-
haver sugerido que se adiasse o trada que margeia o Golfo de
ataque até o dia seguinte, Suez, e conduz a Sharm-EI-
quando se poderia contar com o Sheik. A guarnição egfpcia des-
apoio aéreo, às 22h 45min foi sa praça de guerra, que recebe-
desencadeado o ataque geral e, ra ordem de retraimento, deixou-
por volta das três horas da ma- a sem oferecer combate e a po-
drugada do dia 6, Abu Agheila sição foi ocupada por um pe-
~aiu, tendo inicio a operação de queno "comando" da Marinha,
limpeza, que se prolongou até logo reforçado pelo ar.
às 6 da manhã. A. Divisão Norte A concretização do cerco,
havia atingido, nesta noite, o com a manutenção da margem
Canal de Suez em El Kantara. leste do Canal, que cortou as
Tendo rompido a frente e se possibilidades de retraimento
apossado de Rafah, El Arish e dos egfpcios, foi uma concepção
Abu Agheila, os israelenses es- tática-estratégica que obedeceu
tavam atrás do grosso do Exér- aos princfpios da guerra:
cito egfpcio e com duas portas • da unidade de comando -
abertas para o coração do Sinai. pois o Ministro da Defesa,
A 2ª Brigada Blindada (do General Moshe Dayan,
centro), investiu para sudoeste e sempre presente no TO,
aferrou a 3ª Divisão egfpcia no comandou e coordenou
Jebel Libni, a qual havia sido pessoalmente as opera-
paralisada e grandemente afe- ções;
tada em seu poder combativo • do objetivo - pelo dire-
pelos ataques aéreos sofridos. cionamento dos esforços
Nessa mesma noite, de 6 para uma meta claramen-
P?ra 7, . um batalhão pára-que- te definida, decisiva e
dlsta fo1 lançado no desfiladeiro atingível, apossando-se
de Mitla, para cortar a retirada de regiões cruciais, que
das duas outras divisões blinda- impediram o retraimento
das egfpcias e, às 6 horas da egfpcio;
manhã do dia 7, a 2ª Brigada
tez o contato com esse Bata- • da ofensiva - pois Israel
-lhão. tomou, conservou e explo-
Estav~ tudo pronto para o rou a iniciativa em todas
cerco final e destruição do as fases da opéração;
Exército egfpcio no Sinai. • da manobra - pela ação
Os israelenses, realizando a do batalhão pára-quedis-
exploração final , se lançam até ta, lançado no desfiladeiro

13 8 A Def... N.:ional
Prlncrplos de guerra. Sua validade e aplicações na guerra moderna

de Mitla, cortando a pos- aviões e os carros de combate


sibilidade de retirada pe- israelenses aproveitaram-se do
los egípcios; terreno descoberto e destruíram
• da segurança - resultante a totalidade dos carros inimigos.
da atuação da FAe israe- Vê-se, portanto, que os
lense que manteve a su- egfpcios deixaram de aplicar,
perioridade aérea em to- em situações decisivas, como a
das as fases da operação; do retraimento diurno - quando
o mais adequado seria o notur-
• da surpresa - pela veloci- no, uma vez que não dispunham
dade e variação nos mé- de superioridade aérea - e nos
todos de operação, in- ataques a Nakhl e Mitla, os
cluindo ataque noturno, princfpios da segurança e da
que possibilitou ataques e massa, que seriam fundamen-
lançamentos de tropas em tais para frustrar os israelenses
locais onde o inimigo não em sua operação de cerco.
esperava; Por não se revestirem de
• da massa - ·pelo emprego importância maior quanto à
da 2~ Bda Bld que, inves- aplicação dos princípios de
tindo sobre uma Divisão guerra, deixam de ser abordadas
egípcia, logrou êxito e as operações navais contra o
prosseguiu para realizar a Egito, e as terrestres, face aos
junção com o batalhão pá- Exércitos da Jordânia e da Síria.
ra-quedista. Cumpre ainda salientar, que
da análise das operações aé-
Vistas pelo lado egípcio, as reas e terrestres no Sinai, não
operações têm o seguinte as- ficou plenamente evidenciada a
pecto: Nasser, que desde o dia obediê;cia ao princípio da sim-
5 percebera a ruína de seu pla- plicidade pelos israelenses.
no, ordenou a 6 - muito tarde - Admitimos, todavia, que este
um retraimento geral, o qual só deve ter sido um princípio que
norteou completamente as ope-
efetuou-se a 7, durante o dia e
sob os ataques da aviação is- rações de Israel, sem o qual não
raelense. Além disso, determi- teriam sido conduzidas opera-
nou, para o mesmo dia 7, um . ções decisivas em todas as
contra-ataque geral de suas frentes.
unidades blindadas. Na realida-
de, os blindados egípcios procu-
raram, acima de tudo, abrir uma
brecha de retraimento. Assim, CONCLUS.40
atacaram os verdadeiros tam-
pões colocados pelos israelen- Da análise das operações
ses no oásis de Nakhl e no des- desenvolvidas durante a Guerra
filadeiro de Mitla, em combates dos Seis Dias, verificamos que,
sem coordenação, nos quais os embora qualquer conjunto de

A Defesa Nacional 139


Prlnclplos de guerre. Sua validade e apll~ na guerre moderna

princfpios de guerra adotado por zar em toda a frente de um tea-


uma nação tenha aplicação tro de operações, como aconte-
através de todo o espectro da cera nas duas guerras mundiais,
guerra, deve-se compreender porque os armamentos moder-
que os princfpios são interde- nos se tornaram muito caros e,
pendentes e inter-relacionados. por isso, não podem ser sufi-
Nenhum princrpio isolado pode cientemente numerosos.
ser cegamente adotado e obser- A batalha clássica atual só
vado independente dos outros, pode ser móvel e, por conse-
não podendo nenhum deles as- guinte, rapidamente decisiva,
segurar a vitória na batalha sem sobretudo se, como aconteceu
o reforço dos demais. aos árabes, nas diversas fren-
Realmente, as forças milita- tes, o inimigo tiver, relativamen-
res de todos os parses condu- te, pouca profundidade e a
zem operações na base de con- maior densidade de meios bem
ceitos operacionais que partem avançados.
da combinação de princrpios. Naturalmente, a chave da
Por exemplo, um conceito ope- mobilidade, criada pelo emprego
racional oriundo de uma combi- de forças blindadas, motoriza-
nação de ofensiva, massa, sur- das e aerotransportadas, reside
presa e manobra, talvez sugira na obtenção da superioridade
uma vultosa força militar, que aérea. A segurança gerada por
utilize um amplo número de essa superioridade enseja uma
unidades blindadas que se des- melhor obediência aos princr-
locam com rapidez. O modo pios da massa e, mesmo, da
predominante de operação desta manobra.
força visa . a confundir,. esmagar É essencial que os pratican-
e destruir o inimigo, mediante a tes da arte militar compreendam
surpresa e a manobra. a interdependência dos princr-
Na Guerra dos Seis Dias, os pios. A correta combinação de
israelenses atuaram com grande princfpios, em conceitos opera-
rapidez, graças ao emprego sis- cionais adequados para vencer
temático de forças mistas a batalha, é a essência da arte
(blindádas e motorizadas) agin- da guerra. Assim, os princrpios
do em brigadas e dispondo de da massa, economia de forças,
uma grande iniciativa. Puderam manóbra, segurança e surpresa
surpreender o inimigo,. progre- podem auxiliar na análise da si-
dindo, tanto de dia quanto de tuação, bem como na formula-
noite, realizando o cerco e ljes- ção de linhas de ação. O princr-
truindo-o quase que completa- pio da simplícidade pode servir
manJe. como fator de comparação de
A defesa estática, para ser várias linhas de ação.
eficaz, requer uma potência de Indubitavelmente, algumas
fogo e uma densidade de forças batalhas têm sido ganhas ou
que é sempre impossrvel reali- perdidas por aquilo qu·e a análi-

140 A oet... Nacional


Princf'.ios de guerra. Sua validade e aplicações na guerra moderna

se militar pode descrever como dante tático deve se valer para,


obediência ou desobediência no campo de batalha, "poder um
aos princlpios da guerra; mas, pouco" e assegurar a conquista
sem dúvida, não em todos os dos seus objetivos.
casos. Um exame mais acurado
revelará, normalmente, podero-
sas razões materiais para a ha-
bilidade ou inabilidade de um BIBLIOGRAfiA
comandante, ou de um exército,
em obedecer aos princfpios de 1. BEAUMONT, Rogar A. 1972. "Um
guerra. Ainda que sejam válidos Reexame dos Prlncfpios de
para a análise do curso de uma Guerra". In: M/lltary Review,
Dez 1972, 63·69. Fort Leaven·
batalha ou mesmo de uma cam- wcrth, Kansas.
panha, dificilmente são capazes 2. CLAUSEWITZ. Karl von. 1947. Prin-
de sistematizar os acontecimen- cfpiOs de Guerra. Trad. de Na·
poleâo Nobre. Alo de Janeiro.
tos de toda uma guerra. Biblioteca do Exárcilo.
Na verdade, como proclama- 3. FI\LCÃO FILHO, Arthur Mendes.
va Foch no inicio de um dos 1974. "A Guerra dos Seis
seus lívros: "A guerra não se Dias." In: Revista Militar Bras/·
/eira 1 e 2, 37·89. Rio de Ja-
aprende por uma guerra, como neiro.
se pensava antigamente; no 4. FLETCHER, J. 1970. " Informa·
campo de batalha não se estu- ções: um pnnclpio de guerra."
In: Military Revtew, Ago 70, 52·
da; ai se faz o que se podd para 57. Fort Leavenworth, Kansas.
aplicar aqui lo que se sabe e, em 5. IP100·5 - 1975. "Princlpios de
Guerra e Conceitos Operacio·
conseqüência, para ar se poder nais". In: 0peraç6es, 5. 1·5.6
um pouco, é preciso saber muito ECEME.
e bem." 6. JOMINI, Antolne Henrl. 1949.' A Arte
da Guerra. Trad. de Napoleão
Nos dias de hoje, na guerra Nobre. Rio de Janeiro. Blbllote·
moderna - que em sua idealiza- ca do Exêrcito.
ção pouco se afasta das guerras 7. KEEGAN, John O. 1961. "Os Princl·
pios de Guerra". In: Mllitary Re-
do século passado e anteriores view, Dez 61, 61·73. Fort Lea·
- os princlpios de guerra têm, venworth, Kansas.
8. ME320·5 - 1981. Vocabulário da
como procuramos exemplificar ECEME. Rio de Jane1ro.
com a Guerra dos Seis Dias, 9. STARRY, Donn A. 1982. "Os Princl·
sua validade cada vez mais p1os de Guerra." In. Mtlttary Re-
view, 29 Tnm 1982, 16·26. Fort
realçada. Leavenworth, Kansas.
Sua aplicabilidade sempre 10 SWAIN, Richard M. 1981. "Reativan·
do os PrinclpiOS de Guerra". In:
crescente, face à variedade de Miiitary Rev1ew, 29 Tnm 1981,
concepções tático-estratégicas ~2-29. Fort Leavenwor th, Kan·
utilizadas pelos exércitos con- sas.
11. TZU, Sun 1983. A Arte da Guerra.
temporâneos, é um dos princi- Trad. de José Sanz. Rio de Ja-
pais fatores de que o coman- neiro. Ed1tora Record. ·

A DefeN Nacional 141

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