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Exercício Escrito

1o semestre – 2022-2023
História Militar

CadAl Nº 386 Neves, GNR Admin.

1) Observe a imagem e responda à questão


Relacione e justifique relações e proximidades entre a estratégia das
campanhas de Napoleão e a Blitzkrieg, a guerra relâmpago alemã da
2a Guerra Mundial.

Nas campanhas Napoleónicas é possível observar-se uma tática e estratégia


distinta e trabalhada. De um modo sucinto, a estratégia do General Napoleão consistiu
no uso do instrumento de coação do Estado (impor aos outros Estados europeus o
reconhecimento de facto e de jure da situação francesa, inibindo-os de apoiar os
poderes realistas). Foram tomadas duas medidas:
1º é instituída a função entre o velho batalhão de tropas regulares e o novo
batalhão de voluntários, com isso o exército mesclava capacidade técnica e disposição
ideológica.
2º é declarado o serviço militar obrigatório tornando-se assim um exército, mas
que mantinha um fundo voluntariado. Essas duas medidas, com mais três
elementos (técnica, entusiasmo e número) foram decisivos nas vitórias do
grande Exército de Napoleão.
A tática que era usada por Napoleão Bonaparte, era ter um grande exército de
massa sempre a movimentar-se com grande velocidade, recorrendo à ofensiva como
surpresa, o que era decisivo na luta da infantaria e na luta travada corpo a corpo,
tendo como arma fundamental a baioneta. A guerra que o mesmo queria era uma
guerra de Grandes proporções. A tática era atacar sempre e manter-se na ofensiva em
todas as ocasiões. Era preciso para o ataque uma “barreira” de artilharia, com canhões
em segundo plano e uma cavalaria atacando os pontos fracos do inimigo Por último a
infantaria para dominar o campo de batalha.
As estratégias na Blitzkrieg eram diferentes do que seriam os antepassados pois
as tropas estavam fartas das guerras de trincheiras que ocorriam até à data. A
estratégia da guerra-relâmpago era trocar grandes massas humanas com pouco treino,
por efetivos bem treinados e equipados, que estariam ao nível das necessidades de
defesa ou de ataque com eficiência e rapidez, usando tanques blindados, aviões e
infantaria. A Blitzkrieg, foi dividida em três fase: As prioridades, A penetração e O
Objetivo.
Na fase das Prioridades o uso das forças blindadas, que eram tanques de
combate independentes do resto do exército. Os veículos blindados concentravam-se
no local e atacavam os pontos fracos dos inimigos. Após os primeiros ataques com os
mesmos, o exército entra e ataca o inimigo com o efeito surpresa.
Já a fase de Penetração os blindados avançam no campo inimigo e impedem
que estes façam a sua formação, destabilizam-se as tropas inimigas e facilitam-se
assim os ataques contra os inimigos. Era tambem importante chegar a pontos mais
extremos dos campos inimigos impossibilitando que estes se defendam. A fase
Objetivo é o desdobramento das outras fases, onde se procura causar o medo a
inimigo, o que o impossibilita de continuar a lutar, ou seja, trabalha-se no ataque
surpresa. Foram adicionadas à guerra inovações novas tais como os ataques através de
meios aéreos, o que permitia uma maior visibilidade do terreno e um ataque surpresa
por parte das forças.
Estabelecendo agora uma ligação entre as semelhanças das estratégias em
ambas as guerras, é possível observar um esforço em ambas as batalhas no âmbito de
formar mais militares, ficando estes com conhecimento sobre como realizar o combate
e ficando mais instruídos, ao invés de simplesmente colocar massas de soldados no
campo, soldados estes sem instrução nem conhecimento de estratégias. Em ambas as
batalhas tambem se observa uma característica comum que é o facto de ambas se
concentrarem nos pontos fracos do inimigo e atacarem os mesmos, especializando-se
nesses mesmos pontos fracos. Outra semelhança é o uso da artilharia, bem como
canhões e veículos blindados (os segundos apenas na Blitzkrieg), de modo a criar uma
“barreira” de artilharia. Ambas as guerras valorizavam o ataque, efetuando um ataque
rápido e com efeito surpresa, mas acima de tudo sabiam valorizar ainda mais e sabiam
utilizar bem técnicas de defesa.

2) Observe a imagem e responda à questão. Descreva e explique como cinco


tecnologias desenvolvidas no século XIX contribuíram para o impasse militar
da Grande Guerra.
Cinco invenções do seculo 19 que se destacam (nomeadamente na grande
guerra) são: Aviões de combate, tanques, submarinos, gases tóxicos (como armas
químicas) e as metralhadoras.
Os tanques (ou veículos blindados) surgiram como inovação e causaram efeito
surpresa na Grande Guerra pelo facto de oferecerem um grande rompimento nas
forças, causando um efeito devastador, levando tudo o que conseguiam na frente,
atacando assim em penetração em profundidade. Este efeito de rompimento nas
forças inimigas obrigava as mesmas a abrigar-se em refúgios e em trincheiras,
impossibilitando as mesmas de efetuarem ataques, dado que as armas de fogo que as
mesmas possuías eram pouco eficazes ou até mesmo inúteis contra estes veículos.
Exemplo: Mark V – 29 toneladas, 10 km/h, 70 km autonomia, 8 tripulantes. De penetração
em profundidade - (ligeiros) – Renault Ft – 7 toneladas, 10km/h, 65 km, 2 tripulantes
Os aviões de combate surgiram primeiramente na grande Guerra com uma
função de observação. Deste modo, através dos veículos aéreos era possível observar
as forças inimigas e a disposição que as mesmas apresentavam no terreno. Foi
conseguido deste modo denunciar a posição dos inimigos e de certa forma prever o
próximo movimento dos mesmos. Este ataque em profundidade, conseguido agora
através dos veículos de meio aéreo garantiu uma tridimensionalidade nos campos de
batalha, tridimensionalidade esta que não havia até à data.
Os submarinos apareceram na primeira guerra mundial e fizeram a
denominada Guerra submarina. Esta é um tipo de guerra naval onde os
submarinos são utilizados de forma agressiva para atacar forças navais inimigas,
especialmente embarcações cargueiras e navios-tanques, sem restrições de
neutralidade, nacionalidade, sem piedade nem preocupação. Estas ações são feitas no
mar sem aviso prévio, impossibilitando o navio alvo de se tentar defender ou proteger
a sua tripulação. Os submarinos deveriam subir à superfície e procurar então um "local
seguro" para a tripulação de um navio antes de afundá-lo, a não ser que o navio não
quisesse parar ou oferecesse resistência.
Os gases tóxicos (armas químicas) foram a inovação mais aterradora, utilizados
pela primeira vez pelos alemães e afetaram profundamente as pessoas. Os gases
aterrorizaram os combatentes. Em pânico, cegos ou asfixiados, milhares morreram sob
um sofrimento cruel. Os dois lados aperfeiçoaram as armas químicas durante o
conflito, mas sempre com o receio de sua técnica ser usada contra eles mesmos. Para
se defenderem, os soldados usavam óculos e máscaras de proteção ou improvisavam,
cobrindo os rostos com panos molhados. Destacam-se dentro das armas químicas o
gás lacrimogéneo, gás cloro e o gás mostarda. os alemães lançaram um grande ataque
de gás de cloro sobre trincheiras ocupadas por britânicos, franceses e argelinos. Em
apenas 10 minutos, 5 mil soldados estavam mortos e milhares feridos. O poder
destrutivo da arma química rapidamente seduziu os demais exércitos que passaram a
utilizar o gás de cloro e outros elementos.
As metralhadoras, embora a sua conceção tivesse ocorrido algumas décadas
antes, somente por ocasião da Primeira Guerra Mundial foram largamente utilizadas e
aperfeiçoadas devido a sua impressionante quantidade de disparos por minuto.
No início eram pesadas e apenas o exército alemão estava completamente integrado
com a nova as mesmas. Porém, logo as rajadas se alastraram até aos demais exércitos
por ocasião de modelos mais leves e compactos. Exemplo: 210 mm Morser 16 como
exemplo da artilharia pesada da 1ª Guerra Mundial: 8 ton., calibre 211mm; granada de
115kg; alcance de 9.500 metros. Artilharia ferroviária,
o “Obusier de 520 modèle 1916 », 520 mm de calibre, 300 toneladas, granada de
1300kg/1600 kg., alcance até 17.000 metros.
De um modo sucinto, estas cinco invenções causaram um grande impasse na
grande guerra porque foi conseguido um efeito surpresa e um ataque que não se
esperava, e sem defesa previamente preparada (através dos submarinos, aviões de
combate e tanques) e foi tambem conseguido um ataque com grande dizimação em
terreno, com grande poder de fogo, eficaz e rápido (armas químicas e metralhadoras)
O impasse é visível na grande guerra através destas cinco invenções pelo facto de não
haver preparação para os ataques por parte dos veículos blindados. Segundamente
pelo facto de não se esperar um ataque vindo de um meio submerso e em alto mar.
terceiramente por não haver proteção eficaz contra os gases altamente mortíferos
nem contra o enorme poder de fogo das metralhadoras. Deste modo, os ataques na
Grande Guerra tornaram-se mais difíceis e mais demorados pois o armamento e o
modo de combater que estava normalizado até à época levou uma enorme reviravolta.

3) Observe a imagem e responda à questão. Explique a razão pelo qual os


espaços da guerra mudaram desde o período napoleónico.
Destaca-se a evolução de 4 espaços, dos quais: espaço Aéreo, tecnológico,
terrestre e marítimo. Esta evolução ocorre a todos os níveis e deixou de ser algo muito
concreto (espaço terrestre) que sempre existiu meio que isolado, para uma evolução a
todos os níveis, desde o mar até ao céu.
A mudança dos espaços da guerra pode ser explicada pelo facto de
conseguirmos derrotar o inimigo convencional com armas agora utilizadas nos diversos
meios (submarinos, aviões, etc.), mostrando uma enorme evolução. Uniram-se armas
inteligentes a armas de longo alcance, com a habilidade de atacar zonas que não
seriam possíveis sem estas, nomeadamente linhas que se situam atrás do inimigo,
tendo os Estados Unidos tido um enorme papel para que este ataque fosse exequível,
passando do combate convencional de baioneta e arma para algo mais moderno.
Desenvolveu-se também a guerra “descentralizada”.
A nível de evolução de espaço terrestre foram criados misseis de longo alcance
(como já referido).
A evolução do espaço aéreo teve como premissa o desenvolvimento de
helicópteros e aviões aprimorados que permitiu transporte de combatentes bem como
armamento de todos os tipos (subentende-se veículos blindados) havendo uma junção
de desenvolvimento de duas vertentes ao mesmo tempo (aérea e terrestre).
O desenvolvimento tecnológico surgiu inicialmente com o uso da rede de
satélites GPS essencial para quase tudo no campo de batalha que permite criar armas
inteligentes e baratas, pela mera adaptação de bombas e munições tradicionais.
Com a primeira guerra mundial surgiram os primeiros submarinos o que
permitiu um enorme desenvolvimento de meios marítimos, com os seus ataques
surpresa a navegações. Posteriormente à Grande Guerra surgiram melhorias neste
campo, exponencializando este ramo.
Em suma, este desenvolvimento dos espaços da guerra do século XX baseiam-
se segundo os autores em três pilares:
1º Air Land Batle (ALB) que abrange tudo o que envolve desenvolvimento aéreo;
2º A estratégia Marítima que através deste elemento é desenvolvida;
3º A iniciativa de Defesa estratégica ou mais conhecida por “guerra das estrelas”.
4º A profissionalização das forças armadas. Aumentou-se a quantidade de
combatentes com idade inferior à que era já vista anteriormente, na medida em que
estes combatentes adquiram com o passar dos anos experiência em manusear as
novas tecnologias dos diversos espaços da guerra e que nesse sentido seja reforçado o
aspeto da mudança da arte da guerra a nível qualitativo no uso destas novas
tecnologias e não apenas pelo aumento da quantidade de militares nas forças
armadas.
Passámos de combate corpo a corpo para combate com metralhadoras com um
poder de fogo “de outro mundo” com uma eficiência incrível, posteriormente ainda
foram melhoradas estas metralhadora, ficando mais leves e ainda mais eficazes;
Passámos de combate inexistente (ou quase) em meio marítimo para a criação
de submarinos com alta eficiência no efeito de causar surpresa;
Criou-se a habilidade de atacar e observar as forças obliterantes em meio
aéreo, com grande eficácia;
Criou-se tecnologia que facilita a vida do homem, no sentido tecnológico, no
âmbito de ser agora possível uma eficácia na comunicação, nas engenharias e nas
transições em campanha.
Estes quatro exemplos mencionados anteriormente são exemplos de algo que
não existia no tempo de Napoleão, e são exemplos de como se desenvolveram os
espaços desde o tempo do mesmo até aos tempos atuais.

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