Relacione e justifique relações e proximidades entre a estratégia das campanhas de Napoleão e a Blitzkrieg, a guerra relâmpago alemã da 2a Guerra Mundial.
Nas campanhas Napoleónicas é possível observar-se uma tática e estratégia
distinta e trabalhada. De um modo sucinto, a estratégia do General Napoleão consistiu no uso do instrumento de coação do Estado (impor aos outros Estados europeus o reconhecimento de facto e de jure da situação francesa, inibindo-os de apoiar os poderes realistas). Foram tomadas duas medidas: 1º é instituída a função entre o velho batalhão de tropas regulares e o novo batalhão de voluntários, com isso o exército mesclava capacidade técnica e disposição ideológica. 2º é declarado o serviço militar obrigatório tornando-se assim um exército, mas que mantinha um fundo voluntariado. Essas duas medidas, com mais três elementos (técnica, entusiasmo e número) foram decisivos nas vitórias do grande Exército de Napoleão. A tática que era usada por Napoleão Bonaparte, era ter um grande exército de massa sempre a movimentar-se com grande velocidade, recorrendo à ofensiva como surpresa, o que era decisivo na luta da infantaria e na luta travada corpo a corpo, tendo como arma fundamental a baioneta. A guerra que o mesmo queria era uma guerra de Grandes proporções. A tática era atacar sempre e manter-se na ofensiva em todas as ocasiões. Era preciso para o ataque uma “barreira” de artilharia, com canhões em segundo plano e uma cavalaria atacando os pontos fracos do inimigo Por último a infantaria para dominar o campo de batalha. As estratégias na Blitzkrieg eram diferentes do que seriam os antepassados pois as tropas estavam fartas das guerras de trincheiras que ocorriam até à data. A estratégia da guerra-relâmpago era trocar grandes massas humanas com pouco treino, por efetivos bem treinados e equipados, que estariam ao nível das necessidades de defesa ou de ataque com eficiência e rapidez, usando tanques blindados, aviões e infantaria. A Blitzkrieg, foi dividida em três fase: As prioridades, A penetração e O Objetivo. Na fase das Prioridades o uso das forças blindadas, que eram tanques de combate independentes do resto do exército. Os veículos blindados concentravam-se no local e atacavam os pontos fracos dos inimigos. Após os primeiros ataques com os mesmos, o exército entra e ataca o inimigo com o efeito surpresa. Já a fase de Penetração os blindados avançam no campo inimigo e impedem que estes façam a sua formação, destabilizam-se as tropas inimigas e facilitam-se assim os ataques contra os inimigos. Era tambem importante chegar a pontos mais extremos dos campos inimigos impossibilitando que estes se defendam. A fase Objetivo é o desdobramento das outras fases, onde se procura causar o medo a inimigo, o que o impossibilita de continuar a lutar, ou seja, trabalha-se no ataque surpresa. Foram adicionadas à guerra inovações novas tais como os ataques através de meios aéreos, o que permitia uma maior visibilidade do terreno e um ataque surpresa por parte das forças. Estabelecendo agora uma ligação entre as semelhanças das estratégias em ambas as guerras, é possível observar um esforço em ambas as batalhas no âmbito de formar mais militares, ficando estes com conhecimento sobre como realizar o combate e ficando mais instruídos, ao invés de simplesmente colocar massas de soldados no campo, soldados estes sem instrução nem conhecimento de estratégias. Em ambas as batalhas tambem se observa uma característica comum que é o facto de ambas se concentrarem nos pontos fracos do inimigo e atacarem os mesmos, especializando-se nesses mesmos pontos fracos. Outra semelhança é o uso da artilharia, bem como canhões e veículos blindados (os segundos apenas na Blitzkrieg), de modo a criar uma “barreira” de artilharia. Ambas as guerras valorizavam o ataque, efetuando um ataque rápido e com efeito surpresa, mas acima de tudo sabiam valorizar ainda mais e sabiam utilizar bem técnicas de defesa.
2) Observe a imagem e responda à questão. Descreva e explique como cinco
tecnologias desenvolvidas no século XIX contribuíram para o impasse militar da Grande Guerra. Cinco invenções do seculo 19 que se destacam (nomeadamente na grande guerra) são: Aviões de combate, tanques, submarinos, gases tóxicos (como armas químicas) e as metralhadoras. Os tanques (ou veículos blindados) surgiram como inovação e causaram efeito surpresa na Grande Guerra pelo facto de oferecerem um grande rompimento nas forças, causando um efeito devastador, levando tudo o que conseguiam na frente, atacando assim em penetração em profundidade. Este efeito de rompimento nas forças inimigas obrigava as mesmas a abrigar-se em refúgios e em trincheiras, impossibilitando as mesmas de efetuarem ataques, dado que as armas de fogo que as mesmas possuías eram pouco eficazes ou até mesmo inúteis contra estes veículos. Exemplo: Mark V – 29 toneladas, 10 km/h, 70 km autonomia, 8 tripulantes. De penetração em profundidade - (ligeiros) – Renault Ft – 7 toneladas, 10km/h, 65 km, 2 tripulantes Os aviões de combate surgiram primeiramente na grande Guerra com uma função de observação. Deste modo, através dos veículos aéreos era possível observar as forças inimigas e a disposição que as mesmas apresentavam no terreno. Foi conseguido deste modo denunciar a posição dos inimigos e de certa forma prever o próximo movimento dos mesmos. Este ataque em profundidade, conseguido agora através dos veículos de meio aéreo garantiu uma tridimensionalidade nos campos de batalha, tridimensionalidade esta que não havia até à data. Os submarinos apareceram na primeira guerra mundial e fizeram a denominada Guerra submarina. Esta é um tipo de guerra naval onde os submarinos são utilizados de forma agressiva para atacar forças navais inimigas, especialmente embarcações cargueiras e navios-tanques, sem restrições de neutralidade, nacionalidade, sem piedade nem preocupação. Estas ações são feitas no mar sem aviso prévio, impossibilitando o navio alvo de se tentar defender ou proteger a sua tripulação. Os submarinos deveriam subir à superfície e procurar então um "local seguro" para a tripulação de um navio antes de afundá-lo, a não ser que o navio não quisesse parar ou oferecesse resistência. Os gases tóxicos (armas químicas) foram a inovação mais aterradora, utilizados pela primeira vez pelos alemães e afetaram profundamente as pessoas. Os gases aterrorizaram os combatentes. Em pânico, cegos ou asfixiados, milhares morreram sob um sofrimento cruel. Os dois lados aperfeiçoaram as armas químicas durante o conflito, mas sempre com o receio de sua técnica ser usada contra eles mesmos. Para se defenderem, os soldados usavam óculos e máscaras de proteção ou improvisavam, cobrindo os rostos com panos molhados. Destacam-se dentro das armas químicas o gás lacrimogéneo, gás cloro e o gás mostarda. os alemães lançaram um grande ataque de gás de cloro sobre trincheiras ocupadas por britânicos, franceses e argelinos. Em apenas 10 minutos, 5 mil soldados estavam mortos e milhares feridos. O poder destrutivo da arma química rapidamente seduziu os demais exércitos que passaram a utilizar o gás de cloro e outros elementos. As metralhadoras, embora a sua conceção tivesse ocorrido algumas décadas antes, somente por ocasião da Primeira Guerra Mundial foram largamente utilizadas e aperfeiçoadas devido a sua impressionante quantidade de disparos por minuto. No início eram pesadas e apenas o exército alemão estava completamente integrado com a nova as mesmas. Porém, logo as rajadas se alastraram até aos demais exércitos por ocasião de modelos mais leves e compactos. Exemplo: 210 mm Morser 16 como exemplo da artilharia pesada da 1ª Guerra Mundial: 8 ton., calibre 211mm; granada de 115kg; alcance de 9.500 metros. Artilharia ferroviária, o “Obusier de 520 modèle 1916 », 520 mm de calibre, 300 toneladas, granada de 1300kg/1600 kg., alcance até 17.000 metros. De um modo sucinto, estas cinco invenções causaram um grande impasse na grande guerra porque foi conseguido um efeito surpresa e um ataque que não se esperava, e sem defesa previamente preparada (através dos submarinos, aviões de combate e tanques) e foi tambem conseguido um ataque com grande dizimação em terreno, com grande poder de fogo, eficaz e rápido (armas químicas e metralhadoras) O impasse é visível na grande guerra através destas cinco invenções pelo facto de não haver preparação para os ataques por parte dos veículos blindados. Segundamente pelo facto de não se esperar um ataque vindo de um meio submerso e em alto mar. terceiramente por não haver proteção eficaz contra os gases altamente mortíferos nem contra o enorme poder de fogo das metralhadoras. Deste modo, os ataques na Grande Guerra tornaram-se mais difíceis e mais demorados pois o armamento e o modo de combater que estava normalizado até à época levou uma enorme reviravolta.
3) Observe a imagem e responda à questão. Explique a razão pelo qual os
espaços da guerra mudaram desde o período napoleónico. Destaca-se a evolução de 4 espaços, dos quais: espaço Aéreo, tecnológico, terrestre e marítimo. Esta evolução ocorre a todos os níveis e deixou de ser algo muito concreto (espaço terrestre) que sempre existiu meio que isolado, para uma evolução a todos os níveis, desde o mar até ao céu. A mudança dos espaços da guerra pode ser explicada pelo facto de conseguirmos derrotar o inimigo convencional com armas agora utilizadas nos diversos meios (submarinos, aviões, etc.), mostrando uma enorme evolução. Uniram-se armas inteligentes a armas de longo alcance, com a habilidade de atacar zonas que não seriam possíveis sem estas, nomeadamente linhas que se situam atrás do inimigo, tendo os Estados Unidos tido um enorme papel para que este ataque fosse exequível, passando do combate convencional de baioneta e arma para algo mais moderno. Desenvolveu-se também a guerra “descentralizada”. A nível de evolução de espaço terrestre foram criados misseis de longo alcance (como já referido). A evolução do espaço aéreo teve como premissa o desenvolvimento de helicópteros e aviões aprimorados que permitiu transporte de combatentes bem como armamento de todos os tipos (subentende-se veículos blindados) havendo uma junção de desenvolvimento de duas vertentes ao mesmo tempo (aérea e terrestre). O desenvolvimento tecnológico surgiu inicialmente com o uso da rede de satélites GPS essencial para quase tudo no campo de batalha que permite criar armas inteligentes e baratas, pela mera adaptação de bombas e munições tradicionais. Com a primeira guerra mundial surgiram os primeiros submarinos o que permitiu um enorme desenvolvimento de meios marítimos, com os seus ataques surpresa a navegações. Posteriormente à Grande Guerra surgiram melhorias neste campo, exponencializando este ramo. Em suma, este desenvolvimento dos espaços da guerra do século XX baseiam- se segundo os autores em três pilares: 1º Air Land Batle (ALB) que abrange tudo o que envolve desenvolvimento aéreo; 2º A estratégia Marítima que através deste elemento é desenvolvida; 3º A iniciativa de Defesa estratégica ou mais conhecida por “guerra das estrelas”. 4º A profissionalização das forças armadas. Aumentou-se a quantidade de combatentes com idade inferior à que era já vista anteriormente, na medida em que estes combatentes adquiram com o passar dos anos experiência em manusear as novas tecnologias dos diversos espaços da guerra e que nesse sentido seja reforçado o aspeto da mudança da arte da guerra a nível qualitativo no uso destas novas tecnologias e não apenas pelo aumento da quantidade de militares nas forças armadas. Passámos de combate corpo a corpo para combate com metralhadoras com um poder de fogo “de outro mundo” com uma eficiência incrível, posteriormente ainda foram melhoradas estas metralhadora, ficando mais leves e ainda mais eficazes; Passámos de combate inexistente (ou quase) em meio marítimo para a criação de submarinos com alta eficiência no efeito de causar surpresa; Criou-se a habilidade de atacar e observar as forças obliterantes em meio aéreo, com grande eficácia; Criou-se tecnologia que facilita a vida do homem, no sentido tecnológico, no âmbito de ser agora possível uma eficácia na comunicação, nas engenharias e nas transições em campanha. Estes quatro exemplos mencionados anteriormente são exemplos de algo que não existia no tempo de Napoleão, e são exemplos de como se desenvolveram os espaços desde o tempo do mesmo até aos tempos atuais.