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Jesus foi criticado freqüentemente pelos chefes religiosos de seu tempo, de modo que a
queixa deles em Lucas 15:1-2 não era novidade: “Aproximavam-se de Jesus todos os
publicanos e pecadores para o ouvir. E murmuravam os fariseus e os escribas, dizendo: Este
recebe pecadores e come com eles.” Jesus respondeu com uma série de três parábolas.
A parábola da ovelha perdida (15:3-7)
Os pastores são usados freqüentemente na Bíblia para descrever aqueles que cuidam do
povo do Senhor. Um bom pastor está constantemente alerta para as necessidades de suas
ovelhas e pronto a arriscar-se para preservá-las. Na parábola, o pastor percebe que uma de
suas 100 ovelhas está perdida. Ele deixa as 99 e vai procurar a perdida. Quando a encontra,
volta para casa e chama seus vizinhos para participar da comemoração. A aplicação: há
uma comemoração no céu quando um pecador perdido retorna ao Senhor.
Com seus bolsos cheios de dinheiro para gastar, o jovem fez uma desordem em sua vida.
Gastou rapidamente o dinheiro levando uma vida despreocupada e pecaminosa. A
irresponsabilidade levou-o a necessidade e sofrimento, e esse filho logo ficou sem recursos
e faminto. O filho privilegiado de um homem rico e generoso estava agora reduzido a
procurar um trabalho humilde. Encontrou trabalho para tomar conta de porcos. Podemos
considerar este serviço como sujo e mal cheiroso, mas era muito mais ofensivo para a
sensibilidade dos ouvintes judeus de Jesus. De acordo com a lei de Moisés, que governava
os judeus até a morte de Jesus, porcos eram animais imundos. Certamente alguns dos
ouvintes de Jesus começaram a imaginar seus filhos rebaixados a alimentar estes
asquerosos suínos.
Mas o sofrimento do rapaz não terminou aqui. Ele estava faminto. Olhava ansioso para os
restos que estava dando aos suínos. Ali ele começou a perceber quanto tinha perdido.
Estava humilhado, esfomeado, longe de casa. Ninguém percebia isso. Ninguém se
preocupava. Ninguém o ajudava.
No meio daqueles porcos asquerosos, o jovem caiu em si . Ele se lembrava como as coisas
tinham sido melhores antes dele ter desprezado a bondade de seu pai. Até os mais humildes
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servos de seu pai tinham vida melhor do que esta. Ele sabia que tinha perdido todo o direito
de filho, mas talvez pudesse trabalhar para seu pai. O filho arrependido decidiu voltar e
pedir misericórdia e perdão. Enquanto ia, ensaiava o pedido que faria ao seu pai. Será que
seu pai seria tão bom que o empregasse para alguma tarefa humilde?
Apesar de todo o sofrimento que tinha suportado por causa da rebeldia de seu filho, o pai
não tinha perdido a esperança. Ele olhou para a estrada e viu, ainda ao longe, a figura de
seu filho perdido voltando ao lar. Ele correu para abraçá-lo e beijá-lo. O filho, humilhado
pelas conseqüências de seus graves erros, começou sua confissão: “Pequei contra ti e contra
Deus. Não mereço mais ser chamado teu filho.” Suas palavras foram interrompidas pela
voz de seu pai dando ordens aos seus servos: “Tragam-lhe as melhores roupas que temos e
preparem a melhor comida para festejarmos!” A explicação do pai mostra a profundidade
de seu entendimento da situação difícil de seu filho, e o amor ilimitado que ele sentia pelo
rebelde: (15:24).
O filho mais velho voltou do seu trabalho no campo, onde servia fielmente seu pai, ouviu a
festança e ficou sabendo do motivo. O irmão ficou furioso e ressentido e se recusou a
participar das festividades. Quando seu pai tentou acalmá-lo, o irmão mais velho mostrou
seu egoísmo: “Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca
me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos; vindo, porém, esse teu
filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho
cevado” (15:29-30). Note o desdém na voz do irmão mais velho. Ele nem mesmo se referiu
ao retornado como seu irmão. “Ele é teu filho”, ele disse a seu pai.
A resposta de seu pai pôs as coisas no seu devido lugar. Ele lembrou o ciumento irmão
mais velho de que ele tinha sempre gozado a grande bênção que o filho pródigo estava
buscando recuperar: o privilégio de estar novamente na presença de seu pai. Ele defendeu
sua decisão de comemorar, porque o morto estava vivo e o perdido foi achado.
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conseqüências de sua rebeldia? A diferença entre essas duas atitudes é o que separava Jesus
dos fariseus.
Como olhamos para aqueles que buscam o Senhor? Estamos relembrando constantemente
quão desgraçados eles eram? Duvidamos de que Deus perdoaria realmente tão corrupto
pecador, ou nos maravilhamos com a profundidade de seu amor e grandeza de sua graça?
Precisamos nos lembrar de que o mesmo sangue de Jesus que nos salva também salva o
mais vil dos pecadores. Se pensamos que Deus não pode perdoar alguns pecadores, estamos
subestimando enormemente seu poder. O diabo e suas obras não são empecilho para o
Senhor e seu amor redentor, e meus pecados não são menos danosos do que os pecados dos
outros. Pensar de outro modo é seguir os presunçosos fariseus à condenação (veja Lucas
18:9-14).
Um dia, o pai preocupado viu alguém na estrada, ainda bem longe, aproximando-se de sua
casa. Poderiam ser seus filhos? Ele apurou a vista e começou a correr na direção deles, e
seu coração se confrangeu um pouco quando viu somente duas pernas S uma pessoa S
subindo a estrada. Quando se apressava na direção da figura que se aproximava, ele
percebeu que seu filho mais velho estava lutando sob o peso de uma carga. Ele se apressou
na direção do filho e viu que, nos seus ombros, estava a forma flácida de seu filho mais
novo. Quando o pai chegou ao salvador cansado, ouviu estas palavras: “Ele está doente,
quase morto. Mas levemo-lo para casa e tentemos tratá-lo para que recupere a saúde.
Encontrei meu irmão. Eu trouxe teu filho de volta.”
Jesus não contou esta parábola porque os fariseus não tinham aprendido o amor do Senhor
pelos perdidos. Eles não entenderam o amor e a graça demonstrados por Jesus e mais tarde
explicado tão eloqüentemente por Paulo (veja Romanos 1:16; 2:9-11; 3:10,23; 5:6-8;
Efésios 2:8-9; 3:18-19). Façamos tudo o que pudermos para compreender a magnitude
deste amor por nós, por todas as outras pessoas. Sigamos o exemplo de Jesus e não o dos
escribas e fariseus. Todos necessitamos da graça de Deus.