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TRATADO SOBRE O MÚNUS DE ENSINAR II

(cc. 793-833 CIC)

Pe. Dr. Wendel Quintino da Silva, SJS


5º semestre | 2 ECTS

OBJETIVO

À luz dos pressupostos doutrinais concernentes ao direito e dever da Igreja de ensinar,


proveniente da sua natureza e que não pode ser omitida ou impedida, e da parte dos fiéis,
de receber seus ensinamentos, será considerado a natureza, tipologias e finalidade das
instituições criadas para a realização desta função da Igreja, como são: as escolas e
universidades confessionais católicas, as universidades, faculdades e institutos eclesiásticos
(e do uso dos meios de comunicação social).

Igualmente, desde a perspectiva histórica, será visto brevemente as origens e o


desenvolvimento de cada um desses instrumentos ao longo da história da Igreja e seu
influxo na sociedade; ademais do uso que a Igreja é chamada a fazer, na atualidade, dos
meios de comunicação social, através da aproximação dos documentos magisteriais mais
recentes.

Por fim, de forma concomitante, será examinada a legislação codicial vigente e algumas
práticas canônico-administrativas oriundas do Livro III do CIC/1983, como: o
procedimento para solicitar o Nihil obstat da Congregação para Educação Católica e a licença
do Ordinário competente para ensinar numa Universidade ou Faculdade eclesiástica; os
trâmites para ereção e aprovação destas instituições; o processo de afiliação, agregação e
incorporação de um Instituto acadêmico à uma Faculdade ou Universidade eclesiástica; e
o procedimento para obter a aprovação ou a licença para a publicação de textos em matéria
de fé e costumes, acompanhado do procedimento para o exame doutrinal etc.

INTERDISCIPLINARIDADE

PLANO DE ENSINO

I. Da educação católica
1. Evolução da legislação do CIC/1917 ao CIC/1983.
2. Fundamento do direito da Igreja de criar e dirigir escolas católicas.
3. Cânones introdutórios (cc. 793-795).
4. Direitos humanos e liberdades fundamentais em relação à educação:
a) Liberdade na educação. Direito de receber educação;
b) Direito de educar. Deveres e direitos dos pais, do Estado e da Igreja;
5. As escolas católicas (cc. 796-806):
a) Noção de educação católica e sua fundamentação jurídica;
b) Educação material e formalmente católica;
c) Escolas católicas e sua relação com a autoridade;
d) Nomeação e aprovação de professores de religião;
e) Questões jurídicas atuais sobre o ensino confessional no Brasil;
6. Procedimento para a ereção de uma escola católica.

II. Universidades católicas e outros Institutos de estudos superiores (cc. 807-821)


1. Fundamento do direito da Igreja de fundar e dirigir universidades.
2. As universidades e faculdades católicas:
a) Origem, natureza e finalidade;
b) Uso do nome “católica”;
c) Autoridade competente: para erigi-las e para supervisioná-las;
d) Nomeação e aprovação de professores: critérios, requisitos e autoridade
competente.
3. As universidades e faculdades eclesiásticas:
a) Origem, natureza e finalidade;
b) Condições para o reconhecimento eclesiástico e consequências;
c) Nomeação e aprovação de professores: critérios, requisitos e autoridade
competente;
d) Sobre a colaboração recíproca entre as universidades e faculdades, mesmo não
católicas.
4. Os Institutos de estudos superiores:
a) Origem, natureza e finalidade;
b) Condições para o reconhecimento eclesiástico e consequências;
c) Graus de vinculação com Universidades ou Faculdades (católicas/eclesiásticas):
Afiliação – Agregação – Incorporação.
d) Nomeação e aprovação de professores: critérios, requisitos e autoridade
competente;
7. Procedimento administrativo-canônico para solicitar à autoridade competente:
a) o Nihil obstat e a missio canônica/licença para ensinar numa Universidade ou
Faculdade eclesiástica;
b) a ereção e aprovação de uma Universidade ou Faculdade (católica/eclesiástica);
c) a ereção e aprovação de um Instituto de estudos superiores;
d) a afiliação, agregação ou incorporação de um Instituto acadêmico à uma
Faculdade ou Universidade eclesiástica.

III. Instrumentos de comunicação social (= MCS) e publicações (cc. 822-832)


1. Direito e dever dos fiéis de fazer uso dos MCS, segundo finalidade própria da Igreja.
2. A autoridade da Igreja perante os MCS.
a) A Igreja tem o direito de possuir MCS;
b) Serviço da autoridade para a mídia;
c) Relacionamento do fiel com a autoridade, em razão do uso dos MCS;
d) Importância da comunicação institucional;
3. Outros princípios jurídicos de orientação no uso dos MCS pela Igreja: rádio, TV,
dentre outros.
4. Os livros enquanto meios de evangelização:
a) A importância dos livros na evangelização;
b) Regulamentos atuais sobre licenciamento e aprovação de escritos sobre a fé e
costumes, livros litúrgicos e livros da sagrada Escritura etc., a serem publicados
pelos fiéis;
c) Regulamentos sobre os lugares para publicação dos escritos;
d) Regulamento atual sobre a censura (exigida ou apropriada) de escritos;
e) Objetivo e justificativa das avaliações e censura de livros;
f) Desempenho da Igreja ao longo do tempo;
g) Remédios para negação de licença ou aprovação.
5. Procedimento para requerer e adquirir o Nihil obstat e imprimatur
6. Os procedimentos da Congregação para a Doutrina da Fé para o exame das doutrinas
nos escritos.

IV. A profissão de fé e o juramento de fidelidade


1. A profissão de fé:
a) Conteúdo da profissão de fé e principais efeitos jurídicos;
b) Outras consequências jurídicas da profissão de fé;
c) Forma e assuntos obrigatórios;
d) Modelo de Ata de Profissão de fé.
2. Juramento de fidelidade
a) Natureza do juramento de fidelidade;
b) Obrigações decorrentes do juramento;
c) Fórmula do juramento no acesso ao cargo de superior religioso;
d) Modelo de Ata de Juramento de fidelidade.

TÉCNICAS E MÉTODOS DE ENSINO UTILIZADOS

Aulas expositivas dos fundamentos teológicos e disciplinares dos principais elementos que
compõem esta disciplina, fazendo recurso a documentos eclesiásticos de caráter universal
sobre estes elementos. Igualmente, se fará a análise interpretativa dos cânones
correspondentes (cc. 793-933 CIC/1983), seguida do contato com as práticas
administrativas pertinentes a este múnus (Cf. cap. II, n. 7, acima mencionado).

MÉTODO DE AVALIAÇÃO
Serão consideradas a participação nas aulas, as notas de eventuais trabalhos acadêmicos e
do exame final.

BIBLIOGRAFIA

Obrigatória
1. Código de Direito Canônico.

Recomendada
1. GOMES M.S., Múnus de ensinar da Igreja, Universidade Católica Portuguesa, Lisboa,
2007.
2. AA.VV., La misión docente de la Iglesia, Urtega, Salamanca, 1992.

Algumas fontes documentais (ademais dos documentos conciliares)


1. Pio XI, Encíclica Divini Illius Magistri, sobre la educación cristiana de la juventud,
31 de diciembre de 1929.
2. Congregación para la Educación Católica, Instrucción La Escuela Católica, 19 de
marzo de 1977.
3. Congregación para la Educación Católica, Carta Circular Nro. 520/2009 sobre la
enseñanza de la religión en la escuela, 5 de mayo de 2009.
4. Pio XI, Constitución Apostólica Deus Scientiarum Dominus, sobre las
universidades y las facultades de estudios eclesiásticos, 29 de mayo de 1931
(sustituida por Sapientia Christiana).
5. Juan Pablo II, Constitución Apostólica Sapientia Christiana, sobre las
universidades y facultades eclesiásticas, 29 de abril de 1979.
6. Juan Pablo II, Constitución Apostólica Ex Corde Ecclesiae, sobre las universidades
católicas, 15 de agosto de 1990.
7. Congregación para la Educación Católica, Decreto Novo Codice, que renueva plan
de estudios de derecho canónico, 2 de septiembre de 2002.
8. Pontificia Comisión para los Medios de Comunicación Social, Instrucción Pastoral
Communio et Progressio, sobre los medios de comunicación social, 18 de mayo de
1971.
9. Conferencia Episcopal Argentina, Legislación particular sobre el c. 831 § 2,
Resolución de la 48/49º Asamblea Plenaria (1984) (decreto promulgado el 8 de
diciembre de 1988).
10. Pontificio Consejo para las Comunicaciones Sociales, Instrucción Pastoral Aetatis
Novae, sobre las comunicaciones sociales en el vigésimo aniversario de Communio
et Progressio, 22 de febrero de 1992.
11. Congregación para la Doctrina de la Fe, Instrucción sobre algunos aspectos
relativos al uso de los instrumentos de comunicación social en la promoción de la
doctrina de la fe, 30 de marzo de 1992.
12. Congregación para la Doctrina de la Fe, Reglamento para el exámen de las
doctrinas, 29 de junio de 1997.
13. Congregación para la Doctrina de la Fe, texto de la «Profesión de Fe y del
Juramento de fidelidad al asumir un oficio que se ha de ejercer en nombre de la
Iglesia», 9 de enero de 1989.
14. Congregación para la Doctrina de la Fe, Nota doctrinal ilustrativa de la fórmula
conclusiva de la Professio fidei, 29 de junio de 1998.

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