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CRM – GESTÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE

Emilia Yoko Okayama

Tayra Carolina Nascimento Aleixo

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CONHECENDO A DISCIPLINA

Hoje o mercado está altamente competitivo, e isso significa que o consumidor tem

inúmeras alternativas de compra. Assim, na era do cliente, é o consumidor que

ganha visibilidade, pois as empresas precisam lutar para ganhar a sua preferência,
seja por meio de preço, da qualidade, de serviços ou de promoções especiais. Com

o surgimento da internet, o cliente passa a ter mais suporte, sendo informado


sobre os produtos e serviços disponíveis, tornando mais acessível a sua compra e

permitindo que ele tenha voz ativa e opinião formada sobre os produtos e serviços
disponíveis no mercado.

Diante desse contexto que nós já conhecemos como consumidores, como ficam as
empresas? Como competir e ganhar a simpatia desses clientes que estão ávidos
por consumir e que dispõem de tantas opções e novidades a todo momento no
mercado?

O relacionamento surge como solução estratégica para essas questões. Para ser
competitivo no cenário atual, as empresas precisam compreender a importância
de investir no atendimento ao cliente e melhorar o relacionamento com o seu

público a partir de ações prontamente direcionadas. Com o avanço das


tecnologias, surgem ferramentas orientadas para este fim, auxiliando a empresa
no melhor atendimento aos desejos e às necessidades dos consumidores,
favorecendo, desta forma, a criação de um vínculo maior no relacionamento com o

cliente.

Dessa forma, é importante que você compreenda os principais conceitos

relacionados à gestão do relacionamento com o consumidor. Visando esta


necessidade, na primeira parte vamos falar sobre as concepções fundamentais do
relacionamento com o cliente: o marketing de relacionamento, seus princípios,
como se dá a fidelização e retenção dos clientes e o papel das tecnologias para

atingir este fim. Vamos tratar propriamente do marketing de relacionamento e do


CRM (Customer Relationship Management).

Ao conhecer os fundamentos e as ferramentas a serem utilizadas para a busca de


relacionamento com o cliente, você pode avançar nos estudos e conhecer as
estratégias e metodologias do CRM.

Deste modo, a segunda parte trará conteúdos que auxiliem a implementar o CRM,

abordando assuntos como estratégias de aplicação, aplicabilidade e metodologias

de CRM, apresentando os conceitos fundamentais e as metodologias presentes.


Com o avanço contínuo das tecnologias, a terceira parte tem como objetivo falar

sobre os impactos da tecnologia no contexto do CRM. Surgem, nesse sentido,


questionamentos de como escolher adequadamente as tecnologias vigentes.

Assim, abordaremos o tema das tecnologias disponíveis, as vantagens e riscos de

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cada opção, a questão do Big Data e as principais tendências do uso da tecnologia

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para lidar com o cliente.

Por fim, com o avanço da tecnologia e após falarmos sobre as tendências da área,

vamos discutir sobre o Customer Experience Management, cujo principal objetivo é


tratar as principais mudanças do termo CRM para o CXM. A quarta e última parte

tratará da importância da experiência do cliente, sob a ótica das inovações


tecnológicas, e sobre a nova forma de relacionar-se com os seus clientes.

Pensando no seu interesse em compreender melhor as aplicabilidades do

marketing, o marketing de relacionamento certamente é um caminho apropriado

para melhorar o desempenho da sua empresa. Assim, o marketing de


relacionamento é uma sistemática que cria condições para uma empresa cuidar do

consumidor ao longo do tempo e, a partir dele, conquistar lucro consistentemente


(QUINTINO, 2017). É preciso aproximar-se dos seus clientes e ofertar a eles um

valor maior para desenvolver este relacionamento. Boa sorte e bons estudos!
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NÃO PODE FALTAR

RELACIONAMENTO COM

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O CONSUMIDOR

Nome do Autor

O QUE AS EMPRESAS DEVEM FAZER PARA SE


ADEQUAREM AO MERCADO COMPETITIVO?

As empresas devem mudar da gestão focada em produtos para a gestão focada em


clientes e, por conseguinte, ao marketing de relacionamento.

Fonte: Shutterstock.

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CONVITE AO ESTUDO

O lá, aluno! Seja bem-vindo!

Para iniciar a nossa disciplina de CRM – Gestão do


Relacionamento com o Cliente, precisamos abordar aqui os princípios
que darão suporte para tratar do tema de CRM (Customer Relationship

Management) e marketing de relacionamento. Desta forma, ao estudar


esta unidade, você compreenderá os principais conceitos relacionados à

gestão do relacionamento com o cliente.

Apresentada a proposta de estudo, possivelmente surgirão algumas

dúvidas: o que significa relacionar-se com o cliente? Qual a importância


deste relacionamento? Quais ferramentas posso utilizar para
desenvolver este relacionamento? São justamente algumas das

perguntas que aqui responderemos. Deste modo, a unidade se divide

nos três momentos apresentados a seguir.

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No primeiro momento, vamos falar sobre a importância do

relacionamento com o cliente do ponto de vista de marketing. Nesse

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sentido, a abordagem trará o cenário atual de negócios e a importância

do relacionamento com os clientes; vai falar sobre o relacionamento

como uma abordagem estratégica e sobre os benefícios para a empresa


quando ela consegue relacionar-se com os clientes de forma

aprofundada. Após abordarmos o relacionamento com os clientes, será


tratado com maior profundidade o marketing de relacionamento. No

segundo momento, a proposta é tratar o que define o marketing de

relacionamento, as suas características e finalidades a serem


alcançadas. Por fim, no terceiro momento, falaremos sobre as principais

ferramentas de gestão de relacionamento com o cliente: o CRM

(Customer Relationship Management). Neste sentido, serão abordados


os temas sobre os fundamentos do CRM, sua aplicabilidade e os

resultados por elas oferecidos.

O conteúdo aqui apresentado é primordial para que você entenda a

importância de relacionar-se com os clientes. No decorrer dos seus

estudos, você perceberá que esta interação entre empresa e cliente


proporcionará benefícios a ambas as partes, mas principalmente para a

empresa, que terá sempre os seus clientes satisfeitos e se tornará muito


mais competitiva no mercado. Eis uma boa justificativa para as

empresas utilizarem os conceitos de marketing de relacionamento e

conscientizarem-se da importância em investir na tecnologia da


informação, a qual otimiza e auxilia todo esse processo. 

Bem interessante, não é mesmo? Ao fim deste estudo, o objetivo é que


você consiga, mais à frente, ter competências como gerente ou

empreendedor para gerir de forma assertiva o relacionamento com o

cliente da empresa em que você atua.

Bons estudos!

PRATICAR PARA APRENDER

Olá, aluno!

Este é o momento de colocar em prática o conteúdo da disciplina,


exercendo a sua aprendizagem para que se torne uma competência no
mercado de trabalho. Por isso, aproveite a situação-problema para

buscar soluções e exercitar o conhecimento adquirido.

Assim, para aprimorar muitos dos princípios da gestão do


relacionamento, você auxiliará a Pousada Coração Aberto, que passa
por um momento de dificuldade e precisa desenvolver o marketing de
relacionamento para tornar-se competitiva no mercado. Você, como

consultor de marketing, precisará apresentar as bases da gestão de


relacionamento para convencer Joana, proprietária da pousada, a

direcionar melhor os rumos da empresa utilizando as técnicas de


fidelização de seus clientes. A seguir, conheceremos detalhes dessa
situação-problema.

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A pousada de Joana se localiza em uma pequena cidade litorânea. A

Ver anotações
pousada Coração Aberto tem um nome que se identifica muito com as

características da própria Joana, que tem o dom de receber as pessoas


e, por isso, faz questão de proporcionar a seus clientes uma
hospedagem aconchegante, buscando atendê-los de forma a deixá-los

satisfeitos. Apesar da estrutura simples, a pousada era confortável,


oferecia no geral todos os equipamentos que asseguravam segurança,
conforto e bons momentos durante a hospedagem. Todos esses

princípios permitiam a Joana um fluxo de hóspedes suficiente para


garantir o sucesso do empreendimento. Mas, nos últimos anos,
surgiram outras pousadas na região, o que fez com que Joana pensasse

em algumas ações que a auxiliassem a divulgar o seu estabelecimento,


para que não perdesse mercado.

Seguindo o conselho da sua amiga Laura, Joana começou a intensificar


as ações nas redes sociais para divulgar a sua pousada. Apesar de ser
uma usuária de redes sociais, não tinha muito ideia de como poderia

fazer isso, pois até o momento o fluxo de clientes sempre foi favorável a
ponto de não precisar utilizar este recurso.

Após algum tempo veio a crise econômica, e Joana verificou que o fluxo
de turistas diminuíra significativamente na sua cidade. Mais uma vez, a
proprietária teria que pensar em algum recurso que auxiliasse a sua

pousada. A estrutura que montara para o estabelecimento requer


muitos cuidados e envolve o trabalho de muitos profissionais
qualificados. A falta de clientes poderia tornar inviável o exercício das

atividades da sua empresa. Foi neste momento que Joana seguiu


novamente os conselhos de Laura, que a convenceu de contratar você,
um consultor especializado em marketing.

Analisando toda a situação, você verificou que a estrutura da pousada


era satisfatória e com grande potencial, mas identificou que deveria

haver uma atenção especial na retenção de clientes que garantissem a


sobrevivência da empresa de modo sustentável, ou seja, de médio a
longo prazo.

Para efetivar o sucesso da sua proposta, Joana teria que compreender


os princípios da gestão do relacionamento com clientes. Antes mesmo

de propor as ações para a empresa, você terá que criar um relatório e


explicar a importância da gestão do relacionamento e quais os possíveis
caminhos a serem seguidos pela empresa. Desta maneira, deve-se:

1. Apresentar os fundamentos que expliquem a importância do


marketing de relacionamento atualmente.
2. Apresentar e explicar as principais etapas do marketing de

relacionamento.

3. Falar dos principais benefícios do marketing de relacionamento para

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a empresa.

Ver anotações
Um detalhe muito importante: você é o consultor de marketing que

auxiliará Joana.

CONCEITO-CHAVE

MARKETING DE RELACIONAMENTO: POR QUE SE


RELACIONAR COM OS CLIENTES?

Já faz algum tempo que concentrar verba de marketing em propaganda


não faz muito sentido para muitas empresas. Pode-se dizer que os
tempos mudaram, e a forma como os profissionais de marketing

concentram seus esforços também tem passado por mudanças. Mas o


que, de fato, mudou? Observa-se que o mercado é global e a
concorrência, muito acirrada. Assim, os consumidores, de modo geral,

buscam diferenciais significativos entre empresas e seus produtos e


serviços para definir as suas escolhas. Deste modo, verifica-se que o
preço e a forma de distribuição não são mais motivos de grande

destaque entre os consumidores. Hoje, o relacionamento com os


clientes torna-se essencial e é o objeto de atenção dos profissionais de
marketing e das empresas.

Para compreender melhor como se dá esse relacionamento entre


empresas e clientes, vamos verificar como o próprio conceito de
atendimento ao cliente vem alterando paralelamente as atividades de
marketing nessas últimas décadas. Zenone (2017) faz um breve resumo

de como as empresas vêm realizando o atendimento ao cliente ao longo


do tempo:

Década de 1960 a 1970: esse período caracterizou-se pelo


atendimento físico, em balcão. Vendedor e consumidor ficavam
frente a frente, e o foco desse atendimento era a venda
propriamente dita.

Década de 1980 a 1990: há um aumento significativo da


concorrência e, por isso, este período marca o início da preocupação
acerca da satisfação do consumidor apoiada pela tecnologia da
informação. Deste período data o surgimento do telemarketing, do

SAC (serviço de atendimento ao consumidor) e da qualidade do


atendimento.

Final da década de 1990 em diante: a preocupação ultrapassa


apenas a satisfação do cliente; a ideia era antecipar os seus desejos.
Assim, o atendimento deixa de ser uma atividade de apoio às vendas
e passa a ser o principal elemento da gestão do relacionamento com
o cliente.
Para sintetizar as mudanças ocorridas no atendimento ao cliente, veja a
Figura 1.1.

Figura 1.1 | A evolução da visão de atendimento

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Ver anotações
Fonte: Zenone (2017, p. 17).

Analisando a Figura 1.1, fica fácil entender as principais mudanças


ocorridas na atividade do atendimento ao cliente. Elas foram tanto
físicas – pois surgiram inovações tecnológicas que permitiram o uso de

várias ferramentas de interação – como estratégicas, pois esse novo


canal de relacionamento teve seus princípios incorporados à empresa,
não como uma questão departamental, mas sim como estratégia
essencial ao rumo da empresa (ZENONE, 2017).

Assim, é preciso compreender que as empresas precisam colocar o


consumidor no centro da estratégia da empresa, em função das várias
mudanças ocorridas no mercado ao longo desses anos. Para
compreender melhor essa questão, no passado, o foco do atendimento

era apenas vendas, pois não havia tantas opções de produtos a serem
oferecidos, e as empresas acreditavam que as suas mercadorias eram
boas o suficiente para que ganhassem dinheiro.
Hoje, contudo, o mercado está tão competitivo que o consumidor
consegue encontrar vários produtos similares, com função, modelo,
formato e cores, propiciando um enorme leque de opções para a sua
decisão de compra. Desta maneira, pode-se verificar que o cliente tem o

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grande poder de decisão: o consumidor decide onde comprar e como

Ver anotações
pagar, além de dispor, hoje, do recurso da internet, ambiente em que
encontra informações sobre o produto ou serviço que deseja adquirir.
Diante desta perspectiva, as empresas precisam apostar na experiência
dos consumidores para atraí-los e fidelizá-los (QUINTINO, 2017). Esse é
o foco do marketing de relacionamento.

ASSIMILE

O marketing de relacionamento pode ser entendido como


uma sistemática que cria condições para uma empresa
cuidar do consumidor ao longo do tempo e, a partir dele,

conquistar um lucro consistente (QUINTINO, 2017).

GESTÃO DO RELACIONAMENTO COM OS CLIENTES: COMO


CRIAR O RELACIONAMENTO?

“O marketing de relacionamento representa, em essência, uma troca de

paradigma no marketing – do foco na aquisição/transação para o foco


na retenção/relacionamento” (ZEITHAML; BITNER; GREMLER, 2014, p.
147). Muitos autores apresentam o marketing de relacionamento como
uma transição do marketing tradicional e do marketing focado no
cliente. Dentro desta perspectiva, Faria (2010) afirma que, para se
adaptar ao novo cenário de um mercado competitivo, as empresas

devem mudar de uma gestão focada em produtos para uma gestão


focada em clientes e, por conseguinte, ao marketing de relacionamento.

Isso porque a estratégia do marketing tradicional está focada na venda


isolada, sem ênfase ao serviço e orientada nas características do
produto. Desta maneira, há pouco contato com o cliente, o que reduz o
seu compromisso. Em contrapartida, as empresas que adotam o
marketing de relacionamento têm objetivos únicos e específicos para
cada consumidor, criando a percepção de valor de seus produtos ou

serviços (FARIA, 2020). É com estes princípios que uma empresa pode se
diferenciar no mercado e obter uma grande vantagem competitiva.

Conforme Kotler e Keller (2018), um dos principais resultados


esperados pelas atividades de marketing está em conseguir
desenvolver relacionamentos profundos e duradouros com todos os
tipos de clientes que diretamente ou indiretamente afetam o sucesso
dos resultados da empresa. Desta maneira, a empresa constrói
relacionamentos de confiança com os seus consumidores,
assegurando maior lucratividade e maior vantagem competitiva.
Para criar esta aproximação com os possíveis consumidores, os
profissionais de marketing devem estar empenhados em identificar
seus clientes e conectar-se com eles e, assim, informá-los, engajá-los e,
em uma etapa mais avançada, fazer com que eles participem

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ativamente desse processo. Para Kotler e Keller (2018), a tecnologia tem

Ver anotações
um papel cada vez mais importante para muitas empresas, oferecendo
vários recursos para satisfazer as necessidades dos consumidores e
criar fidelidade com a empresa.

Na Figura 1.2, Quintino (2017) apresenta as principais etapas do


marketing de relacionamento.

Figura 1.2 | Etapas do marketing de relacionamento

Fonte: adaptada de Quintino (2017).

Utilizando as etapas do marketing de relacionamento definidas por


Quintino (2017), os autores Zeithaml, Bitner e Gremler (2014) utilizam
estas mesmas etapas fazendo uma analogia com a evolução nos
relacionamentos com os clientes. Segundo os mesmos autores, os
relacionamentos com os clientes evoluem de estranhos para

conhecidos, seguindo para evolução como amigos e, por fim, como


parceiros. Desta maneira, cada etapa configura-se como:

Os clientes como estranhos (aquisição)

Entram nesta categoria os clientes que ainda não efetivaram


transações com a empresa e, por isso, muitos desses consumidores
não tomaram conhecimento da sua existência. Por isso, não há
relacionamento ainda. Assim, a empresa estabelecerá uma
comunicação inicial com os consumidores em potencial e

direcionará as ações de marketing para que esse grupo de


consumidores consiga se familiarizar com as ofertas da empresa,
encorajando-os a comprar os seus produtos. 

Os clientes como conhecidos (satisfação)

Empresa e consumidor começam a se relacionar, e o cliente começa

a se familiarizar com os produtos e serviços dessa empresa,


permitindo que ele faça uma avaliação desta experiência. O principal

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objetivo da empresa é procurar satisfazer este cliente, tornando-se

Ver anotações
atrativo para as próximas compras. Por isso, é interessante criar

uma oferta com valor equivalente ou superior à de seus


concorrentes. Por meio destas ações, a empresa busca familiaridade

e menor risco percebido por parte do cliente.

Os clientes como amigos (retenção)

A empresa consegue coletar informações a respeito do seu cliente,

objetivando que ele passe a realizar compras contínuas. Isso gera


um conhecimento específico sobre as suas necessidades e permite à

empresa criar ofertas que sejam específicas e direcionadas ao


consumidor, levando a relação a um patamar de amizade. Nesta

etapa da relação, os clientes não apenas se familiarizam com a


empresa, mas passam a acreditar que ela oferece um valor superior.

O principal objetivo da empresa nesta fase é a retenção.

Os clientes como parceiros (aperfeiçoamento)

À medida que aumenta a interação entre o cliente e a empresa, o

nível de confiança aumenta e o cliente recebe ofertas e participa de


interações mais customizadas. É nesta etapa que a empresa precisa

estreitar o relacionamento. O cliente permanecerá neste


relacionamento se ele entender que a empresa realmente faz o

diferencial e atende corretamente às suas diversas necessidades,

com a melhoria contínua dos produtos e serviços ofertados. A


empresa, por outro lado, espera que os clientes não busquem as

ofertas dos concorrentes. Esses relacionamentos aumentam a fatia


de mercado e os lucros para a organização.

Agora, confira o quadro a seguir, que sintetiza a evolução nos


relacionamentos com os clientes.
Quadro 1.1 | Tipologia para os relacionamentos de troca

Clientes como:
Estranhos
Conhecidos Amigos Parceir

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Oferta do Atraente em Produtos de Produto Produt

Ver anotações
produto: comparação paridade diferenciado custom

com o como forma e adaptado recurso

concorrente. de padrão ao cliente. dedicad

do setor. cliente.

Atividade na Interesse, A satisfação A confiança O comp

compra: investigação reforça a é necessária na form

e avaliação. atividade de para a compa

compra e atividade da de info


reduz a compra. de inve
necessidade na pers

de pesquisa é neces

sobre as atingir
informações produt
de custom

mercado. ajustar
continu

Principal Adquirir o Satisfazer Reter o Aperfe

objetivo do volume de as cliente. relacion


marketing de negócio com necessidade com o c
relacionamento: o cliente. e desejos
do cliente.

Fonte: adaptado de Zeithaml, Bitner e Gremler (2014, p. 149).

A consequência da ampliação do valor no atendimento ao consumidor,

com estratégias de personalização, por exemplo, torna o

relacionamento mais próximo e, consequentemente, menores serão as


chances de o cliente buscar outros fornecedores. Assim, a empresa

torna-se mais competitiva. O objetivo aqui não é mais a realização de


uma venda independente, mas sim a criação de um vínculo e o

desenvolvimento de uma série de transações com o mesmo cliente ao


longo do tempo (BARRETO; CRESCITELLI, 2013).
EXEMPLIFICANDO

De acordo com o site E-commerce Brasil (2017), Simone

Sancho é a executiva responsável pelo marketing digital e

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CRM da Empresa Sephora, uma grande empresa do setor de

Ver anotações
cosméticos da França. Ela esteve na Conferência E-Commerce
Brasil Sul 2017 para falar um pouco sobre como funciona o

relacionamento com o cliente na Sephora, que hoje atua há

mais de oito anos no Brasil. A Sephora investe em esforços


de coleta de dados dos clientes na loja física, a fim de

entregar uma experiência omnichannel interessante.


Segundo Simone, a empresa achou importante pesquisar

antecipadamente o comportamento de seus clientes na loja


física, para depois ofertar seus produtos na venda on-line.

Assim, o seu programa de fidelidade inicia-se captando dados

na loja física para depois receber os benefícios


sucessivamente. Após a coleta de dados, a Sephora criou um

programa denominado Sephora Beauty Club, cujo objetivo é


reconhecer o cliente, fidelizá-lo e recompensá-lo cada vez

que ele realizar um engajamento com a marca, oferecendo

valor de acordo com as necessidades específicas de cada


cliente e desenvolvendo interação inteligente que gera

relacionamento e captura de dados (E-COMMERCE Brasil,


2017). As informações geradas no relacionamento

possibilitam o envio de notificações personalizadas ao


usuário: propostas exclusivas na data de aniversário do

cliente, convites para serviços de maquiagem na loja física,

descontos em produtos que sejam do interesse do cliente e


outras. Conforme Bomfim (2020), são ações como essas que

garantem excelentes resultados à empresa, que anunciou a


abertura de mais de 100 lojas nos Estados Unidos no ano de

2020.

REFLITA

Pensando nos princípios da importância do relacionamento

com os clientes, lembre-se de quantas são as empresas com


as quais você interage e que propõem um relacionamento

duradouro por meio da oferta de valores maiores que a de

seus concorrentes.

Ou ainda: qual é a empresa que reconhece minimamente as

suas necessidades e desejos e está disposta a atendê-lo?


BENEFÍCIOS DO RELACIONAMENTO COM CLIENTES

Quando uma empresa incorpora o marketing de relacionamento,

verifica-se que as duas partes da relação (empresa e cliente) acabam se

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beneficiando. Ao contrário de muitas ações de marketing, nesta relação

Ver anotações
o consumidor tem muito a se beneficiar com a fidelidade (ZEITHAML;

BITNER; GREMLER, 2014).

BENEFÍCIOS PARA O CLIENTE

Mesmo na hipótese de haver vários fornecedores disponíveis, os


clientes preferem manter a fidelidade a uma marca ou empresa quando

esta oferece um valor maior em relação ao que esperam de uma


empresa concorrente. Assim, preferem ser fiéis em um relacionamento

em que os aspectos recebidos (qualidade, satisfação, vantagens

específicas) excedem o que eles têm de dar em retribuição (custos


financeiros e não financeiros) à empresa (ZEITHAML; BITNER; GREMLER,

2014). Com os relacionamentos a longo prazo, os clientes costumar


obter benefícios na esfera da confiança, de fundo social e emocional, e

tratamentos especiais que podem ser privilégios específicos a uma


situação.

BENEFÍCIOS PARA A EMPRESA

Neste caso, os benefícios para a empresa são inúmeros, justificados

como fatores preponderantes para uma empresa desenvolver uma

política de relacionamento com os seus clientes. Zeithaml, Bitner e


Gremler (2014) apresentam benefícios em esfera econômica, sob o

ponto de vista do comportamento do cliente e sob a perspectiva da


gestão de recursos humanos:

Vantagens econômicas: com a adoção do marketing de


relacionamento, é possível que a empresa atinja um maior volume

de compras com o passar do tempo. À medida que os clientes se


sentem satisfeitos com a qualidade dos produtos e serviços

prestados, além de gerar fidelidade, estes clientes costumam

comprar mais e pagar mais pelas ofertas da empresa. Outra


vantagem econômica da empresa está relacionada com os gastos

com os clientes. O custo em manter um cliente é bem menor do que


os gastos realizados para atrair novos clientes.

BENEFÍCIOS RELATIVOS AO COMPORTAMENTO DO CLIENTE

Os clientes fiéis e satisfeitos estarão sempre realizando uma publicidade

gratuita e de credibilidade, que é a propaganda boca a boca. Além deste

tipo de propaganda, a sua experiência positiva na empresa encoraja


outros clientes a conhecer ou experimentar as ofertas da empresa.
BENEFÍCIOS COM A GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

Os clientes fiéis contribuem com a coprodução de serviços com suas


experiências, auxiliando os funcionários da empresa. Outro benefício é

0
que uma empresa que adota os princípios do relacionamento com o
cliente se preocupa com a retenção de seus colaboradores.

Ver anotações
Hoje, tratar bem o cliente tem um significado muito mais amplo do que

as empresas imaginam. Significa compreender bem as suas

necessidades e desejos e, ainda, com o conhecimento que se obtém


deste cliente, buscar um relacionamento que seja duradouro. Assim,

ambas as partes ganham, e muito mais. Torna-se uma questão


estratégica e uma vantagem competitiva que garante a sobrevivência e

o sucesso da empresa.

REFERÊNCIAS

AGÊNCIA TSURU. As 4 etapas do Inbound Marketing. Tsuru Agência


Digital, 2020. Disponível em: https://bit.ly/2V9anVw. Acesso em: 20 maio

2020.

BARRETO, I. F.; CRESCITELLI, E. Marketing de relacionamento: como

implantar e avaliar os resultados. São Paulo: Pearson Education do


Brasil, 2013.

BOMFIM, M. Com dados, criação de experiências personalizadas vira


tendência. Exame, 12 mar. 2020. Disponível em: https://bit.ly/37QDeD8.

Acesso em: 26 abr. 2020.

E-COMMERCE BRASIL. Loyalty e Customer Centricity Marketing:

ações de engajamento e fidelização de clientes na Sephora. E-commerce

Brasil, 3 out. 2017. Disponível em: https://bit.ly/3epKeJV. Acesso em: 26


abr. 2020.

FARIA, A. M. Marketing de relacionamento. Série Universitária. São


Paulo: Editora Senac, 2010. 

KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 15. ed. São


Paulo: Pearson Education do Brasil, 2018.

MOYSES FILHO, J. E. et al. Marketing de Relacionamento em PMES no


setor de serviços: estudos de múltiplos casos em restaurantes por quilo

na cidade de São Paulo. Revista Gestão e Planejamento, Salvador, v.


18, p. 479-498, jan./dez. 2017. Disponível em: https://bit.ly/3fPDCVA.

Acesso em: 23 abr. 2020.

PORTO, G. Omnichannel: a nova geração do relacionamento com o

consumidor. E-commerce Brasil, 10 abr. 2017. Disponível

em:  https://bit.ly/2NkN0nG. Acesso em: 26 abr. 2020.

QUINTINO, T. Marketing de relacionamento e programas de

fidelização. Série Universitária. São Paulo: Editora Senac, 2017. 


ZEITHAML, V. A.; BITNER, M. J.; GREMLER, D. D. Marketing de Serviços:
A Empresa com Foco no Cliente. 6. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.

Disponível em: https://bit.ly/2Zc6xMT.

0
ZENONE, C. L. Fundamentos de Marketing de Relacionamento:

fidelização de clientes e pós-venda. 2. ed., São Paulo: Atlas, 2017.

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Disponível em: https://bit.ly/3fNszvT.
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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO

RELACIONAMENTO COM

0
Ver anotações
O CONSUMIDOR
Emilia Yoko Okayama

COMO VOCÊ PODE AJUDAR A PROPRIETÁRIA DE UMA


POUSADA A RETER E FIDELIZAR CLIENTES?

Primeiramente, explique para a proprietária da pousada a importância da gestão


do relacionamento com o cliente de forma a convencê-la a implantar isso na
empresa.

Fonte: Shutterstock.

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SEM MEDO DE ERRAR

Lembre-se de que você é o consultor de marketing que auxiliará Joana a


reter e fidelizar os clientes da sua pousada. Com o aumento da
concorrência e a crise econômica, Joana precisa melhorar o
relacionamento com os clientes, e o desafio nesta atividade consiste em

você, como consultor, explicar a importância da gestão do


relacionamento de forma a convencê-la a implantar estes princípios na
gestão de sua empresa.

Para cumprir esse objetivo, você deve seguir as seguintes etapas:

1. Apresentar os fundamentos que expliquem a importância do


marketing de relacionamento atualmente.

2. Apresentar e explicar as principais etapas do marketing de


relacionamento.
3. Falar dos principais benefícios do marketing de relacionamento para

a empresa.

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Ver anotações
1. IMPORTÂNCIA DO MARKETING DE RELACIONAMENTO

MARKETING TRADICIONAL

Para falar da importância do marketing de relacionamento atualmente,

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o principal caminho é falar do marketing tradicional e compará-lo com

Ver anotações
o marketing de relacionamento. Na visão do marketing tradicional o
foco está na venda isolada, sem ênfase ao serviço e orientada às
características do produto. Desta maneira, há pouco contato com o

cliente, o que reduz o seu compromisso. Isso se deve à visão de


marketing em que as empresas se deparavam com um mercado pouco
competitivo. Assim, elas acreditavam que as suas mercadorias eram

boas o suficiente para vender e ganhar dinheiro. Por isso, a visão de


marketing era muito mais tática e departamental. Não havia a
preocupação com o cliente e o foco era a efetivação das vendas.

Situação semelhante a essa era encontrada na Pousada Coração Aberto.


Joana oferecia serviços de qualidade, mas não havia nenhum outro
esforço de marketing que auxiliasse a identificar as necessidades e

desejos dos clientes.

PRINCÍPIOS DO MARKETING DE RELACIONAMENTO

O mercado está tão competitivo que o consumidor consegue encontrar

vários produtos similares, com função, modelo, formato e cores,


propiciando um enorme leque de opção para a sua decisão de compra.
Analisando a situação-problema percebe-se algo similar: a pousada

sofre com a concorrência de outros estabelecimentos, fazendo com que


Joana saia da sua zona de conforto. As empresas precisam colocar o
consumidor no centro da estratégia da empresa pelo marketing de

relacionamento. Para isso, os profissionais de marketing devem estar


empenhados em identificar e conectar-se com os seus clientes e, assim,
informá-los e engajá-los e, em uma etapa mais avançada, fazer com que

eles participem ativamente desse processo. Por meio do


relacionamento com o cliente, a empresa compreenderá melhor as suas
necessidades e desejos e poderá criar um valor superior a seus

concorrentes de modo a alcançar a fidelidade do consumidor. É


importante frisar estes conceitos para que Joana entenda a importância
e a finalidade do marketing de relacionamento na sua empresa.

2. ETAPAS DO MARKETING DE RELACIONAMENTO

Explique os possíveis passos a serem seguidos na implantação do


marketing de relacionamento na pousada de Joana. De acordo com

Quintino (2017), as etapas do marketing de relacionamento são:


aquisição, satisfação, retenção e aperfeiçoamento.

Os autores Zeithaml, Bitner e Gremler (2014) apresentam essas mesmas


etapas, porém com foco na evolução do relacionamento com os
clientes:
Clientes como estranhos: existem muitos clientes em potencial que

não conhecem a empresa. O papel da empresa é criar esforços para


gerar uma comunicação que atraia esses clientes, encorajando-os,
mais tarde, a uma compra.

0
Clientes como conhecidos: quando o cliente entra em contato com

Ver anotações
a empresa, consome o produto e faz uma avaliação sobre a

experiência. Nesta fase, a empresa deve se preocupar em satisfazer


o cliente para que este comece a interagir com maior frequência
com a empresa.

Clientes como amigos: com a satisfação, o cliente passa a realizar


compras contínuas e a empresa tem condições de conhecer melhor

o cliente, criando produtos e serviços exclusivos com um valor


diferenciado.

Clientes como parceiros: nesta fase, cliente e empresa alcançam


uma grande interação, criando condições para o cliente auxiliar na
customização de seus próprios produtos. Isso faz com que o cliente

tenha um nível de confiança muito grande na empresa, que pode


fidelizá-lo.

Explicando essas etapas, você conseguirá dar segurança para Joana


sobre os novos rumos que a empresa poderá seguir.

3. BENEFÍCIOS DO MARKETING DE RELACIONAMENTO

E, por último, você terá que explicar os principais benefícios do

marketing de relacionamento:

Vantagens econômicas: com a adoção do marketing de

relacionamento, é possível que a empresa atinja um maior volume


de compras com o passar do tempo. À medida que os clientes se
sentem satisfeitos com a qualidade dos produtos e serviços
prestados, além de gerar fidelidade, estes clientes costumam
comprar mais e pagar mais pelas ofertas da empresa. Uma outra
vantagem econômica à empresa está relacionada com os gastos

com os clientes. O custo em manter um cliente é bem menor que os


gastos para atrair novos clientes.

Benefícios relativos ao comportamento do cliente: os clientes


fiéis e satisfeitos estarão sempre fazendo uma publicidade gratuita e
de credibilidade, que é a propaganda boca a boca. Além deste tipo
de propaganda, a sua experiência positiva na empresa encoraja
outros clientes a conhecer ou experimentar as ofertas da empresa. 

Benefícios com a gestão de recursos humanos: os clientes fiéis


contribuem com a coprodução de serviços com suas experiências,
auxiliando os funcionários da empresa. Outro benefício é que uma

empresa que adota os princípios do relacionamento com o cliente se


preocupa com a retenção de seus colaboradores.
Após todos estes relatos e justificativas, Joana não terá problema em
aderir aos seus serviços de consultoria em marketing. Você conseguiu
ajudá-la a resolver problemas profissionais de cunho prático,

mobilizando os conteúdos aqui aprendidos. Parabéns!

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NÃO PODE FALTAR

MARKETING DE

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RELACIONAMENTO

Emilia Yoko Okayama

POR QUE INVESTIR NO MARKETING DE


RELACIONAMENTO É VANTAJOSO?

Porque o custo do empenho de uma empresa em atrair novos clientes pode ser
cinco vezes maior do que o trabalho de satisfazer e reter os clientes que já existem.

Fonte: Shutterstock.

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Áudio disponível no material digital.

PRATICAR PARA APRENDER

Olá, aluno! Além do conteúdo teórico da disciplina e dos conceitos


fundamentais, você precisa de experiência para poder atuar no
mercado profissional. E é neste momento que apresentamos a situação-

problema, para que você tenha a possibilidade de colocar em prática


tudo aquilo que você aprendeu.

A Pousada Coração Aberto fica localizada em uma cidade litorânea. É


uma pequena estrutura muito bem cuidada pela sua proprietária, Joana,

que pensa em todos os detalhes para deixar o local aconchegante e


permitir aos seus hóspedes uma excelente experiência de hospedagem.

Ultimamente, entretanto, em função do surgimento de vários

concorrentes e da situação econômica desfavorável do país, Joana


começou a se preocupar com a redução de clientes e com a
sobrevivência da sua empresa. Ela contratou você como consultor de

marketing, e sua proposta foi a implantação do marketing de

relacionamento para melhorar a lucratividade do negócio.

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Neste momento, seu papel como consultor será elaborar, em parceria

com Joana, o plano de implantação do marketing de relacionamento. O

Ver anotações
papel do consultor é informar a parte técnica, e o da proprietária,

repassar informações da empresa, para definir detalhadamente o

projeto de marketing de relacionamento para a pousada. Ao iniciar seu


trabalho, você percebeu que Joana tinha muitas dúvidas a respeito do

marketing de relacionamento.

Assim, segue o planejamento para a realização do projeto:

1. Você deverá explicar para Joana o que é marketing de


relacionamento e apresentar as principais características dessa

estratégia.

2. Após as explicações, você e Joana definirão a cadeia de valor que


poderá ser ofertada aos clientes da pousada. Pense em alguns

benefícios (de quatro a seis) que a pousada oferecerá aos clientes,


seguindo o critério do conceito de cadeia de valores.

3. Você desenvolverá o projeto de implantação do marketing de

relacionamento, seguindo as etapas sugeridas no material,


adequando-as ao contexto da pousada.

Ao realizar essas atividades, você e Joana elaborarão um projeto de


implantação de marketing de relacionamento. Para isso, pense em uma

pousada aconchegante em uma cidade litorânea. Estude, pesquise e

faça desta atividade o seu melhor trabalho!

CONCEITO-CHAVE

AFINAL, O QUE É MARKETING DE RELACIONAMENTO?

Ao iniciar os estudos sobre marketing de relacionamento, alguns

autores o abordam primeiramente como uma relação estratégica ou


uma evolução de marketing que veio para substituir o marketing

tradicional ou transacional.

Conforme Madruga (2004), existem duas formas de interação entre uma


empresa e seus clientes:

O mecanismo relacional, cujo foco é estabelecer uma relação entre


empresa e cliente.

O mecanismo transacional, que tem como objetivo da interação o


fechamento de vendas/transações financeiras.

No Quadro 1.2, você verá alguns princípios do marketing transacional e


do marketing de relacionamento.
Quadro 1.2 | Princípios do marketing transacional e do marketing de relacionamento

Marketing Marketing de
Princípios
transacional
relacionamento

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Foco
Transação. Longevidade da relação.

Valores
Satisfação do Confiança, credibilidade e
acionista. segurança.

Funções Produtos, Interatividade,


dominantes do serviços e relacionamento e
marketing
propaganda. marketing interno.

Horizonte Curto prazo. Longo prazo.


temporal nos
negócios

Indicadores Marketing share Satisfação, índice de


dominantes e top of mind. retenção e indicação.

Comunicação
Meios de massa. Personalizada e relevante.

Fonte: adaptado de Madruga (2004, p. 40).

Assim, ainda na década de 1980, acadêmicos e consultores começaram


a questionar a eficácia e os resultados gerados pelo marketing da época,

buscando um novo direcionamento de marketing que propõe às


organizações maior interação com os seus clientes, com a finalidade de
desenvolver um conjunto de valores que os leve à satisfação, trazendo

maior fidelidade e gerando resultados que possibilitem à empresa


tornar-se competitiva no mercado (MADRUGA, 2004).

Em 1983, Leonard L. Berry introduz o termo “marketing de


relacionamento”, que se caracteriza por três ações principais (BARRETO;
CRESCITELLI, 2013):

Customizar o relacionamento para clientes individuais: ao


contrário do marketing de massa ou o marketing tradicional, a

empresa realiza a atividade de lidar com o cliente individualmente.


Assim, ela deve desenvolver um tipo de comunicação para cada tipo
de cliente. Com o advento da tecnologia, esse princípio pode ser

realizado com maior eficiência por intermédio da utilização de banco


de dados. Para isso, a empresa precisa abrir um canal que possibilite
a cada cliente uma comunicação contínua e de duas vias.

Oferecer benefícios extras: o cliente precisa receber algum


benefício extra com valor para que continue a ter um

relacionamento duradouro com a empresa.

Comunicar-se com os funcionários: o envolvimento dos

funcionários no processo é essencial para o sucesso da gestão de


relacionamento na empresa.

Dessa maneira, o marketing de relacionamento segue princípios cujo


interesse não é comercializar para um grande volume de consumidores,

0
mas vender em maior quantidade para cada cliente por meio de um
processo de interação individualizada (BARRETO; CRESCITELLI, 2013).

Ver anotações
Kotler e Keller (2018) apresentam um argumento importante para
justificar o investimento em marketing de relacionamento: o custo do
empenho de uma empresa em atrair novos clientes pode ser cinco

vezes maior do que o trabalho de satisfazer e reter os clientes que já


existem.

Além disso, um cliente fiel e satisfeito torna-se um porta-voz de


credibilidade do produto ou serviço ofertado pela organização, podendo
atrair vários outros consumidores (FARIA, 2020).

EXEMPLIFICANDO

Antes mesmo de surgir o conceito de marketing de


relacionamento entre os principais teóricos e estudiosos de

gestão e marketing, algumas pequenas empresas já


realizavam com afinco os seus princípios. É fácil observar
essa prática em lojas de bairro (mercadinho e/ou “vendinha”):

o proprietário e os funcionários do negócio conhecem os


seus clientes de tal modo que os tratam pelo nome, sabem
onde moram, conhecem os membros da sua família, e o mais
importante: conhecem intimamente as suas necessidades e
desejos. Por isso, eles avisam quando o produto de sua

preferência entra em promoção e conseguem realizar a


forma de pagamento de acordo com as condições financeiras
de seus clientes. Dessa maneira, o atendimento
personalizado é capaz de criar uma confiança que leva à
fidelização. O cliente sente-se tão bem com o atendimento
exclusivo que não acha justo comprar em outras lojas,
empresas que não sabem o seu nome e o trata como um

número. Essa prática é bem comum em diversas


microempresas há muito tempo.

Para o autor Zenone (2017, p. 57),


O marketing de relacionamento, portanto, é uma ferramenta que busca criar valor pela “intimidade” ou maior
proximidade com o cliente, tornando a oferta adequada de modo que ele prefira manter-se fiel à empresa a

arriscar um novo relacionamento comercial. Ou seja, a empresa passa a conhecer o cliente profundamente,
tornando desinteressante para ele a busca de novos fornecedores.

Porém, é importante destacar que o conceito tratado neste material é


uma construção a longo prazo e com abordagem estratégica. Em
diversas definições acerca do marketing de relacionamento,
encontramos vários autores ressaltando a importância em desenvolver
e manter o relacionamento com os clientes.
Conclui-se que o marketing de relacionamento se aperfeiçoa com a
busca contínua de negociação com os próprios clientes. Esse princípio
mostra a base relacional entre a empresa e o cliente: este recebe um

atendimento personalizado e sai satisfeito, e a empresa obtém um lucro

0
mais sustentável em função da fidelização de seus clientes.

Ver anotações
ESTRATÉGIAS DE MARKETING DE RELACIONAMENTO

Muitas empresas já compreenderam que o relacionamento contínuo


com o cliente pode garantir a sobrevivência no mercado. No entanto,
ainda são poucos os que conseguem obter na prática o resultado

necessário para alcançar a fidelidade de seus clientes. Existem diversos


princípios e formas de aplicações sugeridas pelos autores da área.
Barreto e Crescitelli (2013) apontam algumas dessas diretrizes:

Trabalho de pós-marketing: conhecido ainda como pós-vendas por


algumas empresas, essa diretriz deve ser valorizada e direcionada
para buscar a manutenção da satisfação do cliente. O pós-marketing
pode enfatizar alguns elementos, como realizar esforços para que o
cliente se mantenha satisfeito após a compra; criar perspectivas e

incentivar o cliente a realizar outras aquisições com a empresa; e


mensurar o nível de satisfação dos clientes, demonstrando o
interesse da empresa com relação às necessidades dos clientes.

Relação de aprendizagem com o cliente: a empresa precisa


entender que a fidelização e a rentabilidade do cliente só ocorrerão
se ela realmente conseguir compreender as particularidades e
necessidades reais desse cliente. Por isso, ela deve ser capaz de
desenvolver uma relação que possibilite a aprendizagem com cada
consumidor, aproveitando os pontos de interação com o cliente para

gerar informações daquilo que ele deseja e valoriza.

Personalização em massa: gerando a aprendizagem com o cliente,


inicia-se um processo em que a empresa manterá o fluxo de
comunicação contínua, adaptando-se a esse cliente. Ele é parte
essencial da empresa, pois participa do processo de
desenvolvimento de novos produtos e serviços, e cabe à empresa
adaptar esses produtos à necessidade de cada cliente ou para um
grupo de clientes.

Para os autores Barreto e Crescitelli (2013), apesar de muitas empresas


afirmarem que praticam marketing de relacionamento em seu negócio,

elas não conseguem desenvolver alguns dos princípios apontados no


Quadro 1.3.

Quadro 1.3 | Características das ações de marketing de relacionamento

Mudança de visão (de fechamento de negócios para o início do


relacionamento).
Relação com o cliente após a venda.

Vínculo das ações de marketing com as respostas do consumidor.

0
Envolvimento do cliente na formulação e no desenvolvimento do
produto.

Ver anotações
Adaptação do produto às necessidades de cada cliente ou grupo de
clientes.

Fonte: Barreto e Crescitelli (2013, p. 15).

Analisando as características desse quadro com as estratégias

apontadas anteriormente, podemos concluir que o marketing de


relacionamento só se caracteriza pela incorporação do cliente à
cadeia de valor.

DEFINIÇÃO DE VALOR

Já conseguimos compreender que, em um mercado altamente

competitivo, as empresas travam uma batalha em busca de


consumidores, e eles, por sua vez, são movidos a escolher as suas
marcas de preferência com base em expectativa de valor.

Considerando o ponto de vista do consumidor, essa escolha será guiada


para a empresa que ofertar maior valor, o qual muitas vezes não está
no produto ou serviço comercializado, mas na experiência gerada
durante todas as etapas de consumo. Deste modo, priorizar essa
experiência de consumo torna-se fundamental para o marketing de
relacionamento (FARIA, 2020).

Vale lembrar que, para gerar o valor do qual estamos tratando aqui,

devemos envolver a experiência do cliente no processo de compra


como um todo. E o maior valor é a empresa acompanhar todos os
passos do cliente para descobrir as suas necessidades particulares:
dessa forma, torna-se possível ofertar produtos e serviços
customizados. Lembre-se de que é um processo contínuo: interagir,
relacionar, negociar e proporcionar a melhor experiência para o cliente.

Essa experiência de consumo condiz também com o atendimento


realizado pelas empresas. Conforme Zenone (2019), para gerar maior
satisfação os gestores precisam se atentar a três elementos importantes

do atendimento:

Serviço adicional: são serviços que agregam maior valor à


percepção do cliente. Exemplo: entrega de produtos conforme o dia
e horário da preferência do cliente; promoção de produto ou serviço
complementar; garantia estendida.

Tempo: atualmente é um recurso valorizado por todos, e a empresa


que se propõe a otimizar e agilizar o atendimento sempre será bem
vista pelos clientes. O oposto pode gerar grande insatisfação no
atendimento.

Informação: informe o seu cliente sobre os produtos e serviços de

0
seu interesse. Hoje, com a tecnologia da informação, fica muito mais
fácil realizar essa atividade. Valendo-se destes recursos a empresa

Ver anotações
consegue auxiliar e incentivar o cliente a fazer as escolhas corretas,

bem como diminuir a probabilidade de insatisfação na compra de


algo que não atenderia as suas expectativas.

REFLITA

A palavra valor é subjetiva e pode ter diversos significados

conforme seu uso nas mais diversas áreas. Na área da


economia é mais fácil compreender, pois em alguns
momentos esse valor é mensurado de forma quantitativa. No
marketing, trata-se de um elemento central (pois o objetivo é
a entrega de valor ao cliente), e é preciso pensar melhor no
significado do valor no conhecimento de marketing.

Portanto, quais são os motivos (valor) pelos quais você


admira uma determinada marca ou é fiel a uma determinada

empresa? Essa resposta, bem fundamentada, explicará o


valor agregado em uma marca ou em um produto/serviço. 

É importante saber que existem diversas formas de desenvolver uma


cadeia de valor ao cliente. Conforme a consultora Cássia Godinho do
Sebrae/SP, a gestão da expectativa consiste em a empresa entregar ao

cliente aquilo que ele espera e que atenda às suas necessidades,


tornando o cliente fiel à marca e gerando a preferência na hora da
compra. Conforme a consultora do Sebrae, seguem algumas dicas para
desenvolver a gestão das expectativas (MARTINS, 2019):

Antecipar as necessidades: quando a empresa conhece


profundamente o cliente, fica mais fácil satisfazê-lo, e a empresa
pode antecipar-se a essas necessidades, superando-as. Ela adota
uma postura de empatia, apresenta transparência na relação, deixa
o cliente ciente de alguns problemas que podem ocorrer, desenvolve

alternativas para as necessidades, provê qualidade em serviços e


oferece continuamente produtos e serviços personalizados.

Manter uma comunicação constante: a aproximação com o


cliente favorece a geração de satisfação e confiança. Por isso, é
importante que a empresa desenvolva estratégias de comunicação
direcionadas ao cliente. Evitar contatá-lo somente na hora da
efetivação da compra ou em casos de dúvida ou reclamação e criar

um newsletter semanal, direcionada aos interesses do cliente, são


dois exemplos dessa prática. Uma boa dica é criar artigos sobre os

possíveis produtos e serviços da preferência dele, esclarecendo


dúvidas e falando a respeito de seus benefícios. A empresa pode
escolher o tipo de canal de acordo com o perfil do cliente, como o

uso do YouTube para um consumidor mais jovem.

Ser transparente em relação aos resultados: quando a empresa

0
mente acerca dos resultados de algum produto ou serviço, é natural

que isso desencadeie desconfiança e abale a relação. Por isso, é

Ver anotações
recomendável que a empresa seja sempre honesta, assumindo seus

erros e problemas. Assim, recomenda-se prevenir antecipadamente


o cliente e apresentar possíveis soluções.

Estabelecer uma relação de confiança: para gerar uma relação de


confiança, a empresa precisa colocar o cliente sempre à frente do

seu negócio. Isso significa ouvi-lo em todos os momentos, mesmo


diante da reclamação. A relação de confiança acontece quando o

cliente percebe que a empresa, além de ouvi-lo, está colocando em

prática aquilo que ele pontuou, fazendo-o sentir importante e


gerando, então, essa relação de confiança.

Pedir feedback: existem várias formas de pedir feedback: pesquisa


de satisfação, abertura de canais de comunicação para facilitar o

contato com o cliente, verificação, nas redes sociais, sobre o que as


pessoas estão dizendo a respeito da empresa e envio de e-mail para

avaliação. Todas as informações oriundas desses canais podem

fazer com que a empresa melhore o seu desempenho, abrindo


maior diálogo com o consumidor para compreender as suas

necessidades.

Prometer menos e entregar mais: eis uma forma inteligente e fácil

para gerar uma expectativa que vai além do esperado e encantar o


cliente. Um exemplo prático é prometer a entrega do produto para

um prazo e conseguir entregá-lo em um tempo menor do que foi


estipulado.
MARKETING DE RELACIONAMENTO NA PRÁTICA

Quando um gestor decide aplicar os conceitos de marketing de

relacionamento, precisa compreender que essa prática resulta em uma

0
mudança no processo organizacional e, por isso, a sua aplicação deve

Ver anotações
ocorrer de forma rigorosa e disciplinada para alcançar os resultados

desejados. Ou seja, é preciso alcançar o objetivo de relacionar-se com


seus clientes de forma a fornecer o valor agregado em um processo

contínuo.

Conforme Stone (1998, apud ZENONE, 2017), para implantar o

marketing de relacionamento, o gestor pode seguir quatro grandes

etapas, explicadas a seguir.

1. DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE ESTRATÉGICA

Essa fase caracteriza-se pela preparação da abordagem do negócio


voltada para a gestão do relacionamento com o cliente. É formada por

outras quatro subetapas:

Rever ou desenvolver a estratégia da empresa, considerando a nova

abordagem com foco em relacionamento com o cliente. Ela deve


estar alinhada com o perfil dos clientes potenciais da empresa,

incluindo missão, visão e valores organizacionais.

Desenvolver a estratégia de relacionamento com o cliente, o que

implica analisar quais serão os públicos potenciais e de interesse e


como serão as ações de marketing adotadas pela empresa.

Desenvolver a estratégia de atendimento ao cliente e, assim, definir


os possíveis processos, sistemas e pessoas que devem estar aptos

para interagir com o cliente de forma direta e indireta.

Desenvolver as atividades de pós-marketing. Criar recursos para

identificar o grau de satisfação dos clientes em relação a todas as

ações da empresa no seu relacionamento, além de apontar e


analisar as possíveis insatisfações.

2. ESTRATÉGIA DE INFORMAÇÕES E GESTÃO DE CLIENTES

Para gerir as informações dos clientes, a empresa necessita capturar,

armazenar e organizar as informações provenientes dos consumidores


por meio de um banco de dados. Depois essas informações serão

transformadas em conhecimento, para melhor direcionar a forma como


se relacionar com o cliente. Para isso, a empresa deve seguir duas

subetapas:

Realizar uma auditoria dos pontos de contato existentes entre a


empresa e seus clientes, verificar o conteúdo e os resultados

alcançados nesses contatos e identificar as possíveis oportunidades


para melhorar o relacionamento com os clientes.

Analisar quantitativa e qualitativamente as informações do


database. Verificar a credibilidade da origem dos dados.
3. PLANEJAMENTO E MARKETING INTERNO

A empresa deve sofrer uma mudança cultural adotando os princípios do


marketing de relacionamento. Os funcionários serão treinados e

0
capacitados para utilizar as ferramentas necessárias, porém com foco
gerencial, em que fique clara a importância da gestão de

Ver anotações
relacionamento e qual será o papel de cada um para a geração de um

atendimento satisfatório ao cliente. Para o sucesso desta etapa, dois


pontos devem ser destacados:

É necessário o envolvimento de todas as pessoas da organização. As


pessoas da organização terão papéis bem definidos no processo

para contribuírem com ações que gerem maior valor ao cliente,


conforme a sua área de competência.

É preciso que as atividades da área de atendimento sejam


planejadas seguindo as diretrizes estratégicas da empresa, com as

informações geradas pelo database.

4. ATIVAÇÃO E ADAPTAÇÃO

Após o preparo e a organização das etapas anteriores, essa fase


caracteriza-se pela prática da estratégia. Seguir as políticas

determinadas de produto, preço, comunicação e distribuição (mix de

marketing ou 4 Ps) e do atendimento. Além da ativação, o gestor deve


observar e controlar o direcionamento dos resultados, realizando as

adaptações necessárias.

USO DA TECNOLOGIA

É difícil sintetizar todas as ações que envolvem a implantação do

marketing de relacionamento, pois esse processo pode variar conforme


a natureza da empresa, bem como a visão dos gestores acerca da

gestão do relacionamento. Mas é preciso enfatizar a importância do


papel das tecnologias em todo esse processo.

Em vários momentos da gestão do relacionamento com o cliente são


sugeridas a coleta e a análise das suas informações, além da forma

como se dará a comunicação com esses clientes. A integração entre o


marketing e a tecnologia da informação passa a ser fundamental para

haver maior e mais fácil acesso a informações de qualidade, efetivando

com maior eficiência as ações do marketing de relacionamento. É nessa


perspectiva que o CRM (Customer Relationship Management) é um

exemplo de tecnologia que tem a função de organizar essas


informações de forma fácil, ágil e eficaz, e atender, reconhecer e criar

valor aos clientes.

A tecnologia, somada aos princípios da gestão do relacionamento,


desempenha papel fundamental no alcance dos resultados à
fidelização de seus clientes (CATUNDA; RABÊLO JR., 2009).
Desta forma, as empresas centradas em clientes necessitam rever as
suas estratégias e verificar, quando ela se orienta pelo mercado, se

precisa realizar um rearranjo dos processos organizacionais, para que


todos os membros da organização sigam esses princípios. Assim, os

0
colaboradores devem estar capacitados a ouvir os clientes, entender as

Ver anotações
suas reais necessidades e gerar ações contínuas que gerem maior valor
à empresa.

PESQUISE MAIS

O marketing de relacionamento é um guia estratégico para as


empresas, uma forma de gestão para alcançar a vantagem

competitiva de maneira sustentável. Este artigo trata o


marketing de relacionamento aliado ao uso de Big Data para

ampliar a capacidade de resultados:

REIS, A. C. B. C. et al. Marketing de Relacionamento:

Agregando Valor ao Negócio com Big Data. Revista

Brasileira de Marketing, v. 15, n. 4, 2016.

REFERÊNCIAS

BARRETO, I. F.; CRESCITELLI, E. Marketing de relacionamento: como

implantar e avaliar os resultados. São Paulo: Pearson Education do


Brasil, 2013.

CATUNDA, R. L.; RABÊLO JR., J. M. S. Seleção e implantação de CRM como


solução tecnológica e empresarial: teoria e prática. ENCONTRO DE

ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO (EnADI), 2., 2009, Recife, PE. Anais…

Recife, PE: Mar Hotel Recife, 2009. Disponível em: https://bit.ly/3hknnjQ.


Acesso em: 4 maio 2020. 

FARIA, A. M. Marketing de relacionamento. Série Universitária. São


Paulo: Editora Senac, 2010. 

KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 15. ed. São


Paulo: Pearson Education do Brasil, 2018.

MADRUGA, R. C. P. Guia de implementação de marketing de


relacionamento e CRM. São Paulo: Atlas, 2004.

MARTINS, H. Gestão das expectativas do seu cliente: o trunfo para se


destacar da concorrência. Projeto Draft, 26 ago. 2019. Disponível

em: https://bit.ly/2CCneJY. Acesso em: 8 maio 2020.

QUINTINO, T. Marketing de relacionamento e programas de

fidelização. Série Universitária. São Paulo: Editora Senac, 2017. 

REIS, A. C. B. C. et al. Marketing de Relacionamento: Agregando Valor ao

Negócio com Big Data. Revista Brasileira de Marketing, v. 15, n. 4,


2016. Disponível em: https://bit.ly/32LntNs. Acesso em: 7 maio 2020.
ZEITHAML, V. A.; BITNER, M. J.; GREMLER, D. D. Marketing de Serviços:

A Empresa com Foco no Cliente. 6. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.


Disponível em: https://bit.ly/30BqX2n. Acesso em: 25 jun. 2020.

0
ZENONE, L. C. CRM – Customer Relationship Management. Marketing
de Relacionamento, fidelização de clientes e pós-venda. São Paulo:

Ver anotações
Almedina, 2019. 

ZENONE, L. C. Fundamentos de Marketing de Relacionamento:

fidelização de clientes e pós-venda. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2017.

Disponível em: https://bit.ly/32JaqMl. Acesso em: 25 jun. 2020.


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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO

MARKETING DE

0
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RELACIONAMENTO

Emilia Yoko Okayama

COMO UM NEGÓCIO PODE SUPERAR UMA CRISE?

Uma solução para esse desafio pode ser o marketing de relacionamento.


Desenvolva o projeto de implantação dessa iniciativa para uma pousada!

Fonte: Shutterstock.

Deseja ouvir este material?

Áudio disponível no material digital.

SEM MEDO DE ERRAR

Olá, aluno! Você, consultor de marketing, auxiliará Joana, proprietária da

Pousada Coração Aberto, a elaborar um projeto de implantação de


marketing de relacionamento. Para isso, deverá cumprir estas
atividades:

1. Explicar para Joana o que é marketing de relacionamento e


apresentar suas principais características.

2. Definir a cadeia de valor que poderá ser ofertada aos clientes da

pousada. Pense em alguns benefícios (de quatro a seis) que a


pousada oferecerá aos clientes, seguindo o critério do conceito de

cadeia de valores.

3. Desenvolver o projeto de implantação do marketing de

relacionamento, seguindo as etapas sugeridas no material e


adequando-as ao contexto da pousada.
Para a primeira atividade, basta explicar para Joana alguns

fundamentos do marketing de relacionamento:


O marketing de relacionamento, portanto, é uma ferramenta que busca criar valor pela “intimidade” ou maior

0
proximidade com o cliente, tornando a oferta adequada de modo que ele prefira manter-se fiel à empresa a
arriscar um novo relacionamento comercial. Ou seja, a empresa passa a conhecer o cliente profundamente,

Ver anotações
tornando desinteressante para ele a busca de novos fornecedores. (ZENONE, 2017, p. 57)

As três principais ações do marketing de relacionamento, conforme

Berry (BARRETO; CRESCITELLI, 2013), são:

Customizar o relacionamento para clientes individuais: o

marketing de relacionamento consiste em lidar com o cliente de


forma individual, desenvolvendo uma comunicação específica para

cada consumidor. A tecnologia possibilita maior eficiência e agilidade

para essa ação.

Oferecer benefícios extras: para o relacionamento ser

permanente, o cliente precisa receber um benefício maior do que


seus concorrentes podem ofertar.

Comunicar-se com os funcionários: os funcionários devem estar


envolvidos no processo da gestão do relacionamento, para haver

sucesso na implantação.

Na segunda atividade, explique o que é cadeia de valor e a sua


importância no marketing de relacionamento.

Na era do cliente, os consumidores são movidos a escolher as suas


marcas de preferência com base em expectativa de valor. A

preferência de compra prevalecerá para a empresa que, no ponto de

vista dele, ofertar maior valor. Esse valor muitas vezes não está no
produto ou serviço que foi comercializado, mas na experiência derivada

de todo o processo de compra (FARIA, 2020).

O termo é subjetivo, mas não se trata apenas em comercializar


produtos e serviços de qualidade. O que importa para o cliente é
todo o processo de compra, que trata da sua experiência de
consumo. Esse valor advém dos princípios do marketing de
relacionamento, que apresenta a melhor experiência ao cliente em
função do aprofundamento da relação, a qual permite à empresa
conhecer o cliente e ofertar o maior benefício. Utilize esses princípios
e sugira alguns benefícios, lembrando do contexto da pousada.

Ao iniciar o marketing de relacionamento, todos os pontos de contato


(funcionários, cadastro on-line, redes sociais etc.) estarão orientados

para coletar as suas informações. Em uma pousada, há inúmeros dados


do cliente que são favoráveis para o desenvolvimento de serviços
customizados.

Assim, podem ser coletados: dados demográficos, período de


preferência para viagem, motivação da hospedagem, preferência por

comida/alimentação, serviços de sua preferência, hábitos pessoais,


experiências positivas e negativas durante a hospedagem e tantas

outras informações.

Quando a pousada consegue coletar essas informações, existem várias

0
possibilidades para criar valor. Uma cliente elogiou os doces servidos
como sobremesa na última estadia. Você pode lembrá-la que esse doce

Ver anotações
está à disposição logo no dia de recepção. Consta nos registros que o

filho mais novo de uma família tem intolerância a glúten. É interessante


informá-los, logo na recepção, que a pousada providenciou algumas
receitas de bolos e guloseimas sem glúten para o café da manhã, e que

já localizou alguns restaurantes e estabelecimentos que comercializam


produtos sem a proteína.

Em relação à terceira atividade, o processo de implantação do


marketing de relacionamento é dividido em quatro etapas, detalhadas a
seguir:

Desenvolvimento e análise estratégica: preparação da


abordagem do negócio, voltada para a gestão do relacionamento

com o cliente.

Estratégia de informação e gestão de clientes: a empresa


necessita capturar, armazenar e organizar as informações
provenientes dos consumidores e transformá-las em conhecimento,
a fim de buscar abordagens para um melhor relacionamento com os

clientes.

Planejamento e marketing interno: trata-se de uma mudança


cultural, adotando os princípios do marketing de relacionamento.

Ativação e adaptação: consiste na prática da estratégia e


monitoração dos resultados.
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NÃO PODE FALTAR

IMPORTÂNCIA DO CRM

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Ver anotações
Emilia Yoko Okayama

O QUE É CRM?

Quando se trata de conceituar CRM, há diversas definições que poderão variar


conforme a origem ou o objetivo da abordagem que o autor apresentará na
literatura. Dessa forma, encontramos definições que o colocam como uma
tecnologia, outras, como um conceito e outras, como uma estratégia.

Fonte: Shutterstock.

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PRATICAR PARA APRENDER

Olá, aluno! Teremos aqui novos desafios! Joana, proprietária da pousada


Coração Aberto, situada em uma cidade litorânea, vai implantar a

gestão de relacionamento em sua empresa e necessita da sua ajuda


para compreender melhor o que é CRM (Customer Relationship
Management). Dessa forma, você será o consultor e terá tempo para se
preparar, estudar e pesquisar a fim de realizar o melhor serviço de

consultoria possível. Aliás, existe diferença entre marketing de


relacionamento e CRM?

Perguntas como essa podem surgir durante a implantação de um CRM,

e você precisará ter tal conhecimento para convencer o cliente sobre o

projeto. Então, reflita sobre a situação descrita e se empenhe para ser o


melhor profissional de marketing de relacionamento. 
Agora, vamos detalhar o desafio desta seção: Joana está disposta a

reestruturar a sua empresa para atrair mais clientes e ter um

faturamento sólido que garanta a sua sobrevivência. Ela tem um


excelente estabelecimento, mas com a concorrência e a crise econômica

0
decidiu, com um serviço de consultoria, que o marketing de

Ver anotações
relacionamento seria uma proposta interessante para atender às

mudanças esperadas a fim de conquistar um maior número de clientes.

Ao passo de sua decisão, ela já compreendeu os princípios do marketing


de relacionamento.

Desta vez, você, como consultor, deve explicar para Joana que ela, como
gestora, para iniciar o marketing de relacionamento, deve implantar

algum sistema gerencial que melhore a capacidade de captar as

informações dos clientes, a fim de tomar as melhores decisões para


satisfazê-los e fidelizá-los.

Joana se sentiu insegura, pois entende pouco sobre tecnologia, e


confusa, porque marketing de relacionamento e CRM têm muitos

pontos em comum e ela não sabia diferenciar um conceito do outro.

Neste sentido, você, como consultor, deve ajudá-la da seguinte maneira:

Conceituando o que é CRM e apontando as diferenças entre esse

conceito e o de marketing de relacionamento.

Explicando a relevância do uso da tecnologia para realizar o

marketing de relacionamento.

Mostrando quais são os requisitos técnicos necessários para

alcançar resultados na implantação do CRM na empresa.

Todos esses passos são necessários para que a Joana se sinta mais

confortável no uso de tecnologias que melhorem o relacionamento dela

com os clientes.

Gostou desse desafio? Prepare-se, pois no mercado de trabalho você

encontrará casos como este e outros ainda mais complexos. Um


excelente trabalho!

CONCEITO-CHAVE

CRM: ORIGEM E CONCEITO

Quem já leu a respeito do marketing de relacionamento e do CRM

(Customer Relationship Management) possivelmente já se questionou


se ambos os conceitos eram sinônimos. Mas será mesmo que existe
diferença entre essas duas denominações? Há pontos em comum ou

convergências? Talvez essas sejam as dúvidas mais usuais para quem


questionou a similaridade dos termos. Para compreender ou para
responder a essas questões, abordaremos aqui mais sobre o conceito

de CRM e suas origens.


De acordo com Madruga (2004), desde a década de 1970 algumas

empresas já desenvolviam softwares com o objetivo de melhorar as


relações com os consumidores, mas somente na década de 1990 surgiu
um sistema capaz de gerenciar as relações com o cliente de forma

0
integrada, denominada de CRM. A partir deste momento, os fabricantes

Ver anotações
descobriram um grande mercado e, entendendo a potencialidade que
este sistema proporcionava, investiram suas ações no aperfeiçoamento

dessas relações, incluindo a associação de estratégias de vendas


(MADRUGA, 2004). 

Muitas funcionalidades do CRM surgiram inspiradas na própria


filosofia do marketing de relacionamento, enquanto algumas outras
foram incrementadas durante o processo de criação. Este pode ser o
motivo pelo qual há uma certa confusão quanto à caracterização e
definição de CRM.

Para Madruga (2004), estas duas denominações têm origens

divergentes, mas, no quesito prático, é comum tanto para os executivos


quanto para o pessoal operacional, que trabalham diretamente com o
marketing de relacionamento, tratar as duas formas como um trabalho

de CRM. Para o autor, o marketing de relacionamento e o CRM são


coisas distintas, mas que apresentam uma grande convergência e
sinergia. Para exemplificar, Madruga (2004) diz que uma grande
empresa não consegue se relacionar com centenas ou milhares de

consumidores sem o uso da tecnologia. Já a aplicação do CRM não teria


os resultados esperados sem os princípios do marketing de
relacionamento, que fornecem a visão estratégica, a mudança da

cultura organizacional e a mobilização dos colaboradores que viabilizam


as ações da empresa para encadear o verdadeiro valor ofertado aos
clientes.

Faria (2019) faz outra analogia similar sobre as diferenças: não se pode
confundir estratégias com os sistemas de CRM (software e aplicativos) e,

ao mesmo passo, o fato de adquirir um bom software de CRM não fará


a sua empresa ter sucesso com a sua estratégia e com os resultados no
relacionamento com o cliente.

Assim, quando se trata de conceituar CRM, há diversas definições


que poderão variar conforme a origem ou o objetivo da abordagem
que o autor apresentará na literatura. Dessa forma, encontramos
definições que o colocam como uma tecnologia, outras, como um
conceito e outras, como uma estratégia. Veremos algumas definições
a seguir.

CRM é a integração de tecnologia e processos de negócios, usada para

satisfazer às necessidades dos clientes durante qualquer interação. O


CRM envolve aquisição, análise e uso do conhecimento de clientes para
vender de forma mais eficiente os produtos e serviços das empresas

(BOSE, 2002, apud MADRUGA, 2004).

Outra definição, de acordo com Faria (2019), é que o CRM é uma

0
filosofia de gerenciamento de clientes (atuais e futuros) na qual o cliente
é o foco, ou seja, as estratégias estabelecidas pela empresa são voltadas

Ver anotações
para ele e suas necessidades (FARIA, 2019). 

Para Swift (2001), o próprio termo CRM (gerência de relacionamento


com os clientes) já diz muito a seu respeito. A palavra “relacionamento”

tem um significado fundamental na prática do CRM e, na visão do autor,


apesar de muitas empresas afirmarem que se relacionam com seus
clientes, o contato existente não apresenta a conexão necessária para

gerar valor e ter os resultados esperados. Ou seja, são organizações que


não têm orientação voltada para o cliente.

A empresa que deseja obter resultados consistentes pelo CRM precisa


criar uma proposta e filosofia de gestão com foco no cliente, e essas
atividades devem ir além do programa de fidelidade ou serviço de call

center. Esta proposta deve estar incorporada como uma estratégia


corporativa e, por isso, pode-se dizer que é um esforço contínuo e
integrado de longo prazo entre todas as áreas organizacionais. A base
do relacionamento com o cliente deve ser construída no tempo, em um
processo personalizado de aprendizado e de benefícios mútuos

(ZENONE, 2017).

ASSIMILE

Hoje a denominação call center vem ampliando o seu leque

de atuação por meio da incorporação de novas ferramentas


como a internet (chat), e-mail, celular (mobile marketing),
máquina de vendas, vendedores etc. Dentro do contexto do
CRM, ele assume um papel operacional importante, pois é
pelo call center que a empresa estabelece o contato com o
cliente, recebendo informações e estabelecendo uma
comunicação direta com os públicos de interesse da empresa

(ZENONE, 2017).

Existem alguns requisitos essenciais para que o relacionamento ocorra,


a comunicação deve ser em mão dupla, integrada, registrada e
gerenciada (SWIFT, 2001). O relacionamento com o cliente não será
efetivado sem que haja a conferência de dados históricos, a transação

detalhada e a realização de comunicação com foco em cada categoria


de clientes.

Para que o CRM aconteça efetivamente, a empresa precisa estar


capacitada para:

Descobrir possíveis consumidores potenciais.

Conhecer esses consumidores.


Interagir e se comunicar com eles.

Conseguir ofertar ao cliente aquilo que ele deseja – e isso não


envolve apenas os produtos e serviços, mas o atendimento como

0
um todo.

Ver anotações
Verificar se a oferta está realmente satisfazendo o cliente e oferecer
o que foi prometido, contanto que seja lucrativo.

Reter o cliente, mesmo que ele não seja lucrativo naquele momento.
A finalidade é a lucratividade a longo prazo (SWIFT, 2001).

O CRM E A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

O gerenciamento das informações do cliente é fundamental para a


gestão do relacionamento com ele. Neste sentido, podemos questionar
como seria difícil a adequação do marketing de relacionamento caso
não existissem as tecnologias ou os recursos do CRM.

Sabemos que é por intermédio das informações que a empresa é capaz


de relacionar-se melhor com os clientes e gerar conhecimento suficiente
para ofertar soluções ou produtos e serviços apropriados, conforme as

suas necessidades e expectativas. O avanço da tecnologia traz


benefícios para melhorar o relacionamento com o consumidor,
favorecendo a economia de tempo e despesas.

REFLITA

Com o uso das tecnologias, é cada vez mais comum as


empresas conseguirem a interação com os consumidores e
obterem informações que favoreçam a personalização de
produtos e serviços, os quais podem gerar resultados
positivos para a empresa. Porém, é importante ressaltar que
algumas empresas podem ultrapassar o limite do que é

possível, deixando os consumidores inseguros ou se sentindo


violados na sua privacidade, com o uso de informações.

Com tantas facilidades tecnológicas, o consumidor acaba


sendo atraído por alguns aplicativos em função de alguma
promoção ou vantagem. Mas esse processo permite repassar
informações às empresas, ato que muitas vezes o
consumidor desconhece ou que não acontece de forma
consensual.

E é por isso que hoje se discute muito a relação ética das


empresas sobre a forma como são adquiridas as informações

sobre os consumidores, abrindo um importante


questionamento: como as empresas devem se colocar neste
dilema entre a privacidade e a busca de preciosas
informações dos consumidores?
O CRM faz uso de tecnologias como softwares ou aplicativos, pelas quais
coleta informações relevantes para a segmentação, como idade,
profissão, sexo, estado civil, localização geográfica e tantas outras
características relevantes para o tipo de negócio da empresa (FARIA,

0
2019).

Ver anotações
Assim, considerando que o maior objetivo do CRM é melhorar o

relacionamento entre a empresa e os seus clientes, esse objetivo vem


sendo atingido com maior rapidez e eficiência, graças à interação cada
vez maior das estratégias de marketing com a tecnologia da informação.
Com o uso das tecnologias, fica muito mais fácil uma empresa conseguir
identificar, diferenciar, interagir e personalizar a sua relação com o seu
cliente. Para que esta tecnologia consiga ser aplicada corretamente à

filosofia do marketing de relacionamento, ela deve abranger os


seguintes requisitos (ZENONE, 2019):

Regras de negócios: para que toda interação com o cliente seja


processada de forma correta, a empresa deve definir com clareza
quais serão os princípios e as regras de negócio. Exemplo: os
clientes que geram maior lucro à empresa terão um atendimento
especial. A regra de negócio terá que determinar quais clientes se
enquadram nesta categoria e o que define este atendimento

especial. Por conseguinte, uma empresa pode adotar várias regras


de negócios.

Data Warehousing: as informações necessárias para gerenciar o


relacionamento com os clientes podem estar em diversas fontes,
formatos e tipos. Esta ferramenta consegue integrar a base de
dados em um único lugar de forma inter-relacionada e confiável,
para a tomada de decisões.

Web (internet): do ponto de vista do CRM, este recurso incentiva o


autoatendimento dos clientes, promovendo a disseminação das
informações sobre produtos e serviços da empresa, bem como a

consulta por parte de clientes, que conseguem averiguar o seu


histórico de navegação e compras, emitem seu próprio faturamento
e pagamento e recebem comunicação e oferta de produtos
conforme o seu perfil.

IVR (Interactive Voice Response): conhecido também como


resposta interativa de voz, esta tecnologia é necessária para que os
consumidores consigam realizar o autoatendimento por telefone,
em vez do uso da web.

Geração de relatórios: é importante a escolha de uma boa


ferramenta que auxilie na geração de relatórios (informações do

cliente e de relatórios internos).

Tecnologia de central de atendimento: para que haja interação de

consumidores com os profissionais de atendimento, há a


necessidade de uma tecnologia de central de atendimento com a
modalidade PBX ou VoIP (Voice over Internet Protocol) que esteja
integrada a um roteamento inteligente de chamadas.

Estrutura de integração: é necessária uma estrutura tecnológica

0
que consiga integrar todos os aplicativos e bancos de dados –
databases – que gerem informação sobre os consumidores. Assim,

Ver anotações
integrar os módulos de automação de vendas, gerência de vendas,

SAC, call center, automação de marketing, web, ferramentas para


informações gerenciais, entre tantos outros canais. 

EXEMPLIFICANDO

A Centauro está investindo em um novo formato de loja e

algumas de suas unidades já foram reestruturadas para o


modelo denominado Geração Cinco (G5). O seu maior
objetivo é oferecer uma experiência ao consumidor, a fim de
construir uma relação que vá além da compra de produtos.

Estas lojas atuarão como um hub de entretenimento e, por


isso, ofertarão uma série de eventos em parceria com
algumas marcas, oferecerão transmissão de jogos
importantes ao vivo, workshops, palestras e outras

atividades, aliando o relacionamento com os clientes


(MERCADO & CONSUMO, 2019).

Além de unir produtos, informação e serviços em um único


local, a loja traz recursos diferenciados, ofertando
experiências inovadoras com o uso de tecnologias
(CONSUMIDOR MODERNO, 2018): 

Provador inteligente: os produtos que entram no


provador são identificados e o cliente passa a visualizá-lo
em uma tela, recebendo as informações daquele produto.
É possível, ainda, consultar quais produtos similares

existem na loja, como também solicitar um tamanho


diferente sem sair do provador.

Experiência de calçados: o cliente consegue provar o


tênis em uma esteira conectada a telas, que realizam uma
simulação de corrida. Esta experiência permite ao cliente
encontrar o modelo de calçado adequado à sua
necessidade.

Clique e retire: o consumidor tem a opção de comprar


na internet e retirar o produto na loja física. Após a
compra, o cliente recebe um código e o número do locker
em que estará o seu pedido. Assim, não haverá

necessidade de enfrentar filas e esperar o atendimento.

Experiência de bikes: a nova loja permite ao cliente

identificar uma bicicleta conforme os seus gostos e


preferências. Isso se dá com a prova na própria loja e,
depois, com a escolha da bicicleta ideal em uma tela

interativa.

Atendimento personalizado ao público feminino: as

0
mulheres recebem um serviço de medição para a escolha

do top que esteja adequado ao seu tamanho e conforme

Ver anotações
a modalidade de esporte praticada. 

Omnichannel: a loja dispõe de vários totens com tablets


que darão acesso aos itens do estoque e da loja on-line. A

compra pode ser realizada ali e retirada na loja, ou o


cliente pode optar por recebê-la em casa.

Caixa móvel: os atendentes dispõem de terminais


móveis de pagamento, não havendo necessidade de o

cliente enfrentar fila para efetivar a compra.

Todas essas interações intermediadas pela tecnologia

favorecem o acúmulo de dados que geram o conhecimento


de cada cliente, melhorando o relacionamento com ele.

Assim, conforme Swift (2001, p. 13), “CRM é um processo interativo que


transforma informações sobre clientes em relacionamentos positivos

com os mesmos”. A tecnologia vem nos auxiliar em forma de técnicas


avançadas que permitem transformar e apresentar os dados em forma

gráfica, otimizando o processo de análise e acelerando de forma

confiável a tomada de decisão gerencial. Permite, ainda, um maior


contato com os clientes, acumulando informações para que os agentes

de marketing trabalhem com inteligência e consigam desenvolver


melhores relações com os seus clientes atuais e potenciais (QUINTINO,

2017).

Hoje, com o uso massivo das tecnologias por todo o mundo conectando

empresas e consumidores, fica evidente que o marketing de


relacionamento não será mais um diferencial entre as empresas. A

tecnologia da informação possibilita inúmeras formas de interação com

o consumidor, e grande parte das empresas já percebeu a importância


de colher estes dados para agregar valor ao seu negócio. Porém,

implantar o CRM implica mudança de estrutura e de todo o processo da


empresa. A empresa que conseguir compreender a base filosófica e

aplicar o CRM de fato na sua organização terá maior chance de sair na


frente neste mercado.
REFERÊNCIAS

CONSUMIDOR MODERNO. As 9 experiências da nova loja da

Centauro. Consumidor Moderno, 14 maio 2018. Disponível em:

0
https://bit.ly/2B5Owrn. Acesso em: 17 maio 2020.

Ver anotações
FARIA, A. M. Marketing de relacionamento. Série Universitária. São
Paulo: Editora Senac, 2019.

JARBAS, J. 6 mitos sobre CRM e CRM Social. CanalTech, 3 jul. 2015.


Disponível em: https://bit.ly/2Nt4LBq. Acesso em: 20 maio 2020.

MADRUGA, R. C. P. Guia de implementação de marketing de


relacionamento e CRM. São Paulo: Atlas, 2004.

MERCADO & CONSUMO. Centauro lança novo modelo de loja voltada


para experiência. Mercado & Consumo, 15 out. 2019. Disponível

em: https://bit.ly/3fZ2mux. Acesso em: 17 maio 2020.

QUINTINO, T. Marketing de relacionamento e programas de

fidelização. Série Universitária. São Paulo: Editora Senac, 2017. 

REIS, A. C. B. C. et al. Marketing de Relacionamento: Agregando Valor ao

Negócio com Big Data. Revista Brasileira de Marketing, v. 15, n. 4,


2016. Disponível em: https://bit.ly/2AVYc7T. Acesso em: 20 maio 2020.

ROCK CONTENT. Conheça o CRM Social e saiba como ele pode


potencializar a sua estratégia digital. Blog Rock Content, 14 set. 2019.

Disponível em: https://bit.ly/3dv90qH. Acesso em: 20 maio 2020.

SWIFT, R. CRM, Customer Relationship Management: o revolucionário

marketing de relacionamentos com o cliente. Rio de Janeiro: Campus,

2001.

ZENONE, L. C. CRM – Customer Relationship Management. Marketing

de Relacionamento, fidelização de clientes e pós-venda. São Paulo:


Almedina, 2019.

ZENONE, L. C. Fundamentos de Marketing de Relacionamento:


fidelização de clientes e pós-venda. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2017.

Disponível em: https://bit.ly/3hYucc5. Acesso em: 5 jun. 2020.


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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO

IMPORTÂNCIA DO CRM

0
Ver anotações
Emilia Yoko Okayama

COMO VOCÊ PODE AUXILIAR A PROPRIETÁRIA DE UMA


POUSADA A IMPLANTAR O CRM EM SEU NEGÓCIO?

Primeiramente, auxilie a proprietária a compreender o que é CRM, bem como a


relevância do uso da tecnologia para realizar o marketing de relacionamento. Além
disso, explique quais são os requisitos técnicos necessários para alcançar os
resultados esperados na implantação do CRM.

Fonte: Shutterstock.

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SEM MEDO DE ERRAR

Olá, aluno! Conseguiu se preparar para auxiliar Joana a compreender


melhor sobre o CRM? Tudo isso é muito importante para que você,
como consultor, transmita segurança do que virá no processo de
mudança na pousada ao aplicar os princípios do CRM.

Assim, tínhamos como objetivo:

Conceituar o que é CRM e apontar as diferenças com o marketing de

relacionamento.
Explicar a relevância do uso da tecnologia para realizar o marketing

de relacionamento.

Explicar quais são os requisitos técnicos necessários para alcançar

0
resultados esperados na implantação do CRM na empresa.

Ver anotações
Para alcançar o primeiro objetivo, você pode explicar para Joana que,
quando se trata de conceituar CRM, encontram-se diversas definições,

que poderão variar conforme a origem ou o objetivo da abordagem que


o autor apresentará na literatura. Algumas definições podem colocar o

CRM como uma tecnologia, outras como um conceito e outras, ainda,

como uma estratégia.

Pode-se entender CRM como a integração de tecnologia e processos de

negócios, usada para satisfazer às necessidades dos clientes durante


qualquer interação. O CRM envolve aquisição, análise e uso do

conhecimento de clientes para vender de forma mais eficiente os

produtos e serviços das empresas (BOSE, 2002, apud MADRUGA, 2004).

Mas muitos autores defendem o CRM como algo que vai além de banco

de dados: dizem que ele faz uso de tecnologias como softwares ou


aplicativos com os quais se consegue coletar inúmeras informações

importantes sobre os clientes, para que a empresa consiga se relacionar

melhor com ele.

Aqui explica-se por que o CRM vai além de um banco de dados: a

empresa que deseja obter resultados consistentes do CRM precisa criar


uma proposta e filosofia de gestão com os clientes que sejam mais que

um programa de fidelização ou call centers. Esta proposta deve estar

incorporada com a estratégia corporativa e, por isso, pode-se dizer que


é um esforço contínuo e integrado de longo prazo entre todas as áreas

organizacionais.

Assim, conseguimos compreender que o CRM tem muito mais relação

com a parte tecnológica, mas, sem os princípios do marketing de

relacionamento, não é possível atender aos objetivos propostos. Esse é


o ponto de diferença e convergência entre o marketing de

relacionamento e o CRM.

Em relação ao segundo objetivo, você pode explicar à Joana que


estamos vivenciando em uma sociedade dependente da tecnologia.
Para realizar o marketing de relacionamento de forma rápida e eficaz,

precisamos desta tecnologia, que é o CRM. Hoje, a tecnologia permite


que empresa e consumidor se relacionem em diversos tipos de canais, e
a comunicação por essas vias ocorre na maioria das vezes em mão

dupla, integrada, registrada e gerenciada. Um relacionamento com o


cliente não será efetivo sem que haja a conferência de dados históricos,
a transação detalhada e a realização de comunicação com foco em cada

categoria de clientes.
Com o uso das tecnologias, fica muito mais fácil para uma empresa

conseguir identificar, diferenciar, interagir e personalizar a sua relação


com o seu cliente.

0
Como resposta ao terceiro objetivo, é possível explicar à Joana que,
para que esta tecnologia consiga ser aplicada corretamente à filosofia

Ver anotações
do marketing de relacionamento, ela deve abranger os seguintes

requisitos (ZENONE, 2019):

Regras de negócios: para que toda interação com o cliente seja


processada de forma correta, a empresa deve definir com clareza
quais serão os princípios e as regras de negócio.

Data Warehousing: esta ferramenta consegue integrar a base de


dados em um único lugar de forma inter-relacionada e confiável

para a tomada de decisões.

Web (internet): do ponto de vista do CRM, este recurso incentiva o

autoatendimento dos clientes, promovendo a disseminação das


informações sobre produtos e serviços da empresa e a consulta por
parte de clientes, que conseguem averiguar o seu histórico de

navegação e compras, emitem seu próprio faturamento e


pagamento e recebem comunicação e oferta de produtos conforme
o seu perfil.

IVR (Interactive Voice Response): esta tecnologia é necessária para


que os consumidores consigam realizar o autoatendimento por

telefone, em vez do uso da web.

Geração de relatórios: é importante a escolha de uma boa

ferramenta que auxilie na geração de relatórios (informações do


cliente e de relatórios internos).

Tecnologia de central de atendimento: há a necessidade de uma


tecnologia de central de atendimento com a modalidade PBX ou
VoIP (Voice over Internet Protocol) que esteja integrada a um

roteamento inteligente de chamadas.

Estrutura de integração: é necessária uma estrutura tecnológica

que consiga integrar todos os aplicativos e databases que gerem


informação sobre os consumidores.

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NÃO PODE FALTAR

ESTRATÉGIAS DE

0
Ver anotações
APLICAÇÃO

Emilia Yoko Okayama

QUAIS SÃO OS ELEMENTOS QUE COMPÕEM UM


PROJETO DE CRM?

Esses elementos são pessoas, processos e tecnologia, os quais devem ser bem
empregados, pois são aspectos que contemplam o cliente.

Fonte: Shutterstock.

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CONVITE AO ESTUDO

O lá, aluno, como vai?

Este material foi preparado pensando em você que se interessou


pelas práticas do CRM e quer se aprofundar no tema, para

compreender o processo de implantação desse sistema gerencial que


melhora o relacionamento entre empresa e cliente. 

Poderão surgir perguntas como: será que a minha empresa tem


estrutura para essa mudança? Quais são os requisitos necessários para

implantar um projeto dessa natureza? Existe uma metodologia


adequada?

Realmente é necessário realizar todas essas reflexões. Você vai verificar


que desenvolver um projeto de CRM não é fácil, apesar de pensarmos,

equivocadamente, que o processo se refere apenas à implantação de


um software em empresa. Assim, o tema está dividido em três

importantes partes, conforme veremos a seguir.

0
Ver anotações
Inicialmente, abordaremos as estratégias de aplicação e, por isso, vamos

tratar dos agentes envolvidos na estratégia de CRM e dos fatores críticos


de sucesso na implantação de CRM, tais como pessoas, processos e
tecnologia. Após essa abordagem, vamos tratar da aplicação do CRM,

0
considerando que para a implementação da ferramenta existem três

Ver anotações
tipos ou segmentos: o CRM operacional, o CRM colaborativo e o CRM
analítico. Por último, falaremos das metodologias e aplicações de CRM,

com o objetivo de tratar dos principais procedimentos encontrados na


literatura e na prática empresarial.

Após o estudo desse conteúdo, você estará preparado para


compreender as principais estratégias e metodologias de implantação
da ferramenta de CRM e terá o conhecimento que possibilitará uma

atuação eficiente no mercado de trabalho.

Considerando a complexidade do conteúdo e as constantes mudanças

impostas pelos avanços tecnológicos e exigências do mercado,


esperamos que este material desperte seu interesse pela pesquisa a
respeito do assunto aqui tratado. Bons estudos!

PRATICAR PARA APRENDER

Caro aluno, neste momento vamos abordar as metodologias e

aplicações do CRM em uma empresa. Para auxiliar na compreensão de


tão importante conteúdo, nada melhor do que compreender a maneira
como ele se aplica no mercado. Esse exercício auxiliará sua

compreensão dos conceitos aqui apresentados, bem como dará


subsídios para que você desenvolva algumas das competências
requeridas pelo mercado.

Assim, você terá a oportunidade de ajudar Reginaldo, dono de uma


grande e popular academia que pretende implantar a ferramenta de

CRM em sua empresa. Sabemos, no entanto, que o desafio é muito


grande. Você verá neste material que nem todas as empresas obtêm
êxito na implementação do CRM e, por isso, esse processo exige muita

dedicação e cuidado.

A Boa Forma é uma grande academia localizada em uma cidade do

interior. É a maior academia da cidade e sua popularidade se dá por


conta da estrutura do estabelecimento e do bom atendimento de todos
os profissionais. Reginaldo, formado em Educação Física e proprietário

da academia, sempre prezou pela qualidade dos serviços em sua


empresa. Está sempre em busca de inovações, como novas
modalidades de atividades, equipamentos diferenciados e serviços
adicionais. Porém, em função do maior fluxo da academia, algumas

questões o incomodavam: ele já não conhecia tanto a preferência dos


clientes e, por vezes, não sabia se todos estavam satisfeitos com a
estrutura física da academia e os serviços prestados. Além disso, muitos

clientes que efetivavam a matrícula não conseguiam permanecer na


academia, o que, embora comum nesse segmento, não é o adequado.
Foi então que, entre tantas ofertas e parcerias comerciais, surgiu uma

oportunidade que parecia ser apropriada ao que Reginaldo esperava.


Uma empresa de soluções tecnológicas apresentou as práticas de CRM
(Customer Relationship Management) como um recurso para atender

0
melhor aos seus clientes e resolver muitos dos problemas que o

Ver anotações
incomodavam. E, com isso, poderia efetivar o grande sonho que nutria:
expandir e abrir outra unidade a médio prazo.

Reginaldo não entendia muito bem acerca da gestão de


relacionamentos, mas achou muito atrativa a proposta da ferramenta

na sua empresa. O investimento, entretanto, era bem alto, demandando


maior entendimento a respeito da importância e necessidade do
serviço. Para que a implantação ocorresse bem, a empresa oferecia
assistência de um consultor, que desenvolveria e acompanharia todo o

processo de implantação da ferramenta tecnológica. Esse consultor é


você, que auxiliará Reginaldo a implementar a ferramenta com sucesso. 

Sua tarefa consiste em:

1. Explicar para o empresário a importância em compreender os


princípios do CRM e as possíveis consequências de sua implantação

na empresa. É preciso verificar se Reginaldo está disposto a realizar


todas as mudanças necessárias para o sucesso do projeto.

2. Apresentar as principais etapas do processo de implantação da

ferramenta. É interessante que você já contextualize quais ações


serão necessárias para a elaboração do projeto de CRM na
academia, principalmente no que se refere à elaboração da
estratégia de relacionamento e à parte de reestruturação da
empresa.

3. Debater com o empresário, antes mesmo de iniciar o projeto, a


respeito das principais dificuldades que serão encontradas durante
a implantação do CRM. A conscientização das dificuldades fará o

empreendedor se empenhar no processo.

Você terá um grande trabalho pela frente, pois o projeto de implantação

requer muito cuidado e empenho, e isso fará muita diferença no


resultado. Atente-se ao conteúdo da disciplina para conseguir obter
sucesso nessa nova empreitada. Bons estudos!

CONCEITO-CHAVE

CRM: UMA ESTRATÉGIA DE NEGÓCIO

Diversos estudos indicam que, apesar de as empresas hoje já


entenderem a necessidade do marketing de relacionamento para
alcançar um diferencial competitivo, grande parte delas ainda não têm
alcançado sucesso em sua prática.

Conforme Gonçalves e Oliveira (2010), há uma grande chance de o


projeto fracassar quando os gestores não consideram o CRM como uma
estratégia. Em tempos de ofertas de soluções tecnológicas, muitas
empresas compram a ideia de resultados a curto prazo, não
incorporando a filosofia da gestão do relacionamento e,
consequentemente, não realizando as mudanças estruturais que

alteram a gestão do foco no produto para dedicar-se ao foco nos

0
clientes (MADRUGA, 2004).

Ver anotações
Assim, antes mesmo de implantar o sistema gerencial, recomenda-se
que o gestor conheça em profundidade a função do CRM e os princípios
que norteiam a sua filosofia.

ASSIMILE

Quando definimos CRM (Customer Relationship


Management) existem diversos conceitos acerca do tema.
Alguns autores o definem como uma tecnologia, outros,
como filosofia e ainda como estratégia. A definição vai
depender da abordagem relacionada ao CRM.

Neste momento, o conceito foca uma visão estratégica,


conforme segue: o CRM é considerado uma estratégia de
negócio para selecionar e gerenciar clientes com objetivos de

obter e otimizar o valor em longo prazo. Por isso, pode-se


dizer que a empresa precisa adotar uma filosofia de negócio
centrada no cliente para apoiar processos eficientes de
marketing, vendas e serviços (TURBAN; RAINER; POTTER,
2005).

É importante ressaltar que, com a utilização do CRM, a empresa busca


fidelizar os seus clientes e, com isso, alcançar a vantagem competitiva
nos negócios. Esse princípio está pautado na gestão estratégica de
relacionamento com clientes. A tecnologia de CRM pode melhorar a
gestão do relacionamento, mas a empresa deve fazer a sua parte,
desenvolvendo uma filosofia e cultura organizacional centrada no
cliente para criar uma base eficiente de marketing, vendas e serviços

(BAMPI; EBERLE; BARCELLOS, 2008).

O resultado não consiste no volume de vendas, mas no nível de


retenção e desenvolvimento dos melhores consumidores. Dessa forma,
a empresa direciona seus esforços para que haja melhoria no
atendimento ao cliente, direcionando investimentos em recursos e
esforços aos consumidores potenciais e criando uma relação de maior
confiança e credibilidade com os seus clientes.

O CRM é uma tentativa de mudar o comportamento do cliente ao longo


do tempo, fortalecendo as relações entre ele e a empresa. Para atingir
esses resultados, o CRM deve exercer as seguintes funções (NEWELL,

2000, apud BARRETO, 2007):

Descobrir quais valores do consumidor são relevantes para a

empresa.
Compreender como esses valores são importantes para cada
segmento de cliente.

Analisar se a empresa consegue ofertar esses valores e ter retorno

0
financeiro satisfatório.

Ver anotações
Desenvolver uma comunicação e valores convenientes para cada
tipo de cliente, de forma que o satisfaça.

Mensurar os resultados, analisando o retorno sobre o investimento.

O que muitas empresas não entendem é que a prática desses conceitos


implica uma grande mudança organizacional que atinge a totalidade da
empresa. Com as mudanças, os colaboradores tendem a se envolver
com os resultados da empresa, trabalhando para desenvolver serviços

de qualidade que superem as expectativas dos clientes (BAMPI; EBERLE;


BARCELLOS, 2008).

IMPLANTAÇÃO DE CRM

Desde a década de 1990, a tecnologia de CRM tem sido um importante


recurso estratégico, considerando o contexto de valorização ao cliente e,
principalmente, em função dos avanços tecnológicos que permitem,

cada vez mais, a interação e melhor relacionamento com ele.

É por intermédio da tecnologia que as grandes companhias conseguem

comunicar-se com milhares de consumidores de forma individualizada,


pois são capazes de armazenar grandes quantidades de informações,
que são processadas com agilidade e eficiência, de modo que as
empresas consigam utilizá-las para criar as suas bases estratégicas.

Apesar de a questão tecnológica prevalecer na popularidade do CRM,


não pode ser considerado fator fundamental para criar, desenvolver
e intensificar as relações individualizadas com o cliente. Assim, vale
lembrar que o CRM tem uma abordagem estratégica e requer uma
combinação entre pessoas, processos e sistemas (DAMACENA;
PEDRON, 2004).

Implantar a estratégia de CRM impacta a gestão da empresa, alterando


drasticamente a forma como a empresa se relaciona com os seus
consumidores, além de alterar a infraestrutura da empresa, que se

adapta a essa nova filosofia (DAMACENA; PEDRON, 2004).

ETAPAS DA IMPLANTAÇÃO DE UM CRM

Fundamentados em uma grande pesquisa, os autores Damacena e


Pedron (2004) sugerem a seguinte sequência de atividades para
implementar a tecnologia de CRM:

1. Definir e planejar qual o modelo de relacionamento seguir

Os gestores devem analisar o plano estratégico organizacional e

determinar como será o relacionamento com o cliente. Essa etapa


define quais resultados a empresa quer alcançar com o projeto de
CRM a curto, médio e longo prazos. É importante que a alta
administração esteja envolvida nessa etapa, pois muitas decisões
implicarão nova postura por parte da empresa em relação a seus

0
clientes.

Ver anotações
2. Desenvolver o redesenho dos processos de relacionamento com

o cliente

Fazer o levantamento e documentar os principais processos de


interação com o cliente. O redesenho e o levantamento devem
envolver a perspectiva externa e alcançar além das limitações
operacionais e dos limites departamentais.

3. Realizar a seleção da ferramenta de CRM

Após a escolha da solução dos softwares que viabiliza as etapas


anteriores, a seleção determinará quais recursos técnicos (hardware,
software e outros equipamentos) comporão a ferramenta

selecionada. Assim, essa etapa exige pesquisa e análise sobre os


melhores fornecedores e acerca do tipo de suporte que é realizado,
além da verificação das consequências dessas escolhas.

EXEMPLIFICANDO

A escolha da tecnologia pode não ser uma tarefa fácil

para a empresa que quer iniciar o CRM. Para facilitar o


processo, Endeavor e Sebrae indicam algumas questões a
serem consideradas na escolha da tecnologia adequada:

Qual o orçamento da empresa para implementar essa


ferramenta?

Quais são as necessidades da sua empresa?

O software tem capacidade de dados caso a empresa


cresça?

O que é melhor para a empresa: um software on-line


ou off-line?

Que tipo de suporte é oferecido e de quais a empresa


necessita?

Existe a oferta de treinamento para o uso do


software?

Outra dica muito importante é verificar se a ferramenta


tem integração com mobile. Muitas empresas esquecem
dessa integração, que permite a muitos colaboradores e
ao próprio gestor trabalharem de forma remota a
qualquer momento e em qualquer lugar. Um

representante de vendas pode acessar em tempo real as


informações com seus prospectos (ENDEAVOR; SEBRAE,

[s.d.]).
Antes de optar por um fornecedor, é interessante que o

gestor converse com outras pessoas que já utilizam a

ferramenta. Existem muitas possibilidades e recursos a


serem explorados, e a ferramenta deve se adaptar às

0
necessidades da sua empresa.

Ver anotações
4. Implantar a ferramenta de CRM

É a etapa da efetivação de todas as decisões estabelecidas até então


e realizadas nas etapas anteriores. Consiste em mapear cada

atividade, nas diversas pontas do atendimento ao cliente, e realizar a


retroalimentação do database marketing e o acompanhamento até

o final do ciclo de relacionamento. O gerente de projeto deve

verificar, testar e coordenar a integração dos diversos subprojetos e


fornecedores para validar a implantação do sistema.

5. Avaliar os resultados obtidos com a ferramenta de CRM

Com as mudanças ocorridas na implantação da ferramenta, é

comum que a empresa passe por algumas questões como


resistência à mudança, dificuldades de aprendizagem ao novo

sistema e a não aplicação do treinamento realizado. Por isso, ela

deve estar ciente desses problemas e se preparar, com lideranças


que reativem as pessoas da organização, e assim acompanhar a

implementação e monitorar resultados importantes como o índice


de fidelização, o número de vendas, a recuperação de clientes e o

índice de satisfação dos consumidores. Esse acompanhamento


constante resulta em um processo de melhoria contínua na

utilização da ferramenta, auxiliando a efetivar o marketing de

relacionamento.

FATORES RELEVANTES NA IMPLANTAÇÃO DA ESTRATÉGIA DE


CRM

Apesar de utilizarmos a palavra implantação, o sucesso desse processo

depende muito mais de um elaborado planejamento que define


detalhadamente quais serão os objetivos a serem alcançados e quais

indicadores orientarão a sustentabilidade do projeto.

Para os autores Gonçalves e Oliveira (2010), é durante a etapa do

planejamento que os gestores devem realizar uma análise profunda do


contexto empresarial, pois é nessa análise organizacional que se

encontram os três aspectos cruciais que compõem um projeto de CRM.


Esses elementos são pessoas, processos e tecnologia, e a alocação

desses recursos deve ser bem implementada, pois são aspectos que

contemplam o cliente.

Recursos humanos: é importante que a empresa identifique o perfil

de seu capital humano, direcionando-o para as necessidades e


características da equipe. Para isso, é necessário avaliar a cultura

organizacional e aspectos como motivação, habilidades,


comunicação, sistemas de recompensa e treinamento.
Processos: a organização deve analisar todo o processo que envolve
o cliente, de forma direta ou indireta. Cada empresa tem um

processo diferenciado, conforme o tipo de negócio ou área de

atuação. Mas, no geral, envolve processos relacionados à área de

0
marketing, vendas e serviços. O ideal é que a análise não se limite

Ver anotações
apenas a esses setores.

Tecnologia: apesar da condição tecnológica para a viabilização do

CRM, ela não pode ter todo o crédito na implantação. O gestor deve
analisar a infraestrutura tecnológica existente antes do CRM e cuidar

para que haja uma integração perfeita entre as partes, para o


sucesso do CRM. Assim, é importante identificar toda a

infraestrutura de tecnologia da informação existente para viabilizar

as melhores condições na escolha da ferramenta a ser utilizada.

Damacena e Pedron (2004) fizeram uma ampla pesquisa para descobrir

quais fatores devem ser considerados na implementação do CRM.


Verificando essas questões, elencadas a seguir, é possível perceber o

quanto o projeto de implantação do CRM é complexo e desafiador para


as empresas.

Definir a estratégia de relacionamento: é o primeiro passo a ser


realizado durante o projeto de implantação de CRM. Essa estratégia

deve definir de que maneira o cliente será tratado, quais fatores de

relacionamento geram resultados e em qual momento elaborar o


plano de comunicação que gere relacionamento e realize a entrega

de valor proposta pela estratégia competitiva da empresa.

Obter adesão da alta administração: torna-se um fator crítico para

o sucesso do projeto de implantação, pois o engajamento e a


incorporação de todos os membros da organização estão em função

da interface da alta administração que comunica, acompanha e


controla os resultados da estratégia de relacionamento.
Integrar os setores e pessoas da empresa: a incorporação do CRM

na empresa é um projeto corporativo, e por isso deve integrar todas


as áreas e as pessoas da empresa. Na prática, acaba sendo um

grande desafio porque as pessoas precisam trabalhar com

0
informações, as quais devem ter um sentido comum a todas as

Ver anotações
áreas da empresa.

Reestruturar a cultura e a estrutura organizacional: a mudança


do foco do produto para o foco no cliente implica mudanças

profundas. Assim, os gestores precisam reavaliar a cultura, os


objetivos organizacionais, a estrutura organizacional, a política de

recursos humanos e os processos de trabalho.

Monitorar o projeto constantemente: o monitoramento é

realizado periodicamente com base nos resultados econômicos e

estratégicos esperados e propostos no início do projeto. Dessa


forma, pode haver ações corretivas necessárias durante todo o

processo de implantação.

Definir as ferramentas tecnológicas: existem dois fatores a serem

considerados na escolha do software e do hardware – devem


apresentar flexibilidade e ter um modelo ou estrutura que permita a

realização da gestão do relacionamento que a empresa já


determinou na sua estratégia.

Elaborar o banco de dados: uma equipe multidisciplinar da


empresa (marketing e TI) deve planejar e elaborar o banco de dados.

Para isso, precisa considerar a veracidade dos dados do cliente, bem

como a questão ética de como esses dados serão tratados para


gerar uma relação de confiança com os seus clientes. Deve-se

pensar que, por meio desses dados, são geradas informações


importantes e estratégicas para a empresa. 

Alinhar a estratégia organizacional com a tecnologia: os


objetivos estratégicos não devem estar desalinhados com a

estratégia de CRM.

Investir continuamente em TI: a tecnologia da informação pode

dar diversos saltos e avanços, portanto, a aquisição adequada

dessas tecnologias pode gerar maior vantagem competitiva.

Para enriquecer a reflexão, apontamos a seguir outros desafios na

implantação do projeto, conforme a perspectiva de Benner, Coelho e


Kato (2008):

Integrar culturalmente: a empresa deve rever as relações


interdepartamentais, já que cada departamento tem um objetivo

específico (o setor de marketing quer conquistar novos clientes, o


serviço de atendimento ao cliente (SAC) preocupa-se com o pós-

venda ou retenção do cliente etc.) e, na aplicação do CRM, o objetivo


deve estar centrado no cliente. Logo, as partes devem interagir para
buscar a melhor relação com o cliente.

Integrar dados: durante a interação com os clientes, os dados são

0
registrados de maneiras diferentes e para diversos fins. Assim, uma

informação pode ter relevância para um setor, mas nem tanta para

Ver anotações
outro. É um grande desafio integrar os dados coerentemente e

realizar o compartilhamento de maneira adequada.

Converter dados em percepção e ação: mesmo considerando que


a integração dos dados de diversas fontes foi realizada de forma

harmoniosa, nem sempre a organização e a disposição dos dados


favorecem uma análise e interpretação por parte do gestor que

permita desenvolver ações apropriadas na prática.

Distinguir entre os tipos de consumidor: uma mesma empresa

pode comercializar seus produtos para diferentes categorias de


clientes (por exemplo, consumidor final e consumidor

organizacional). Nesse caso, a empresa deve preparar duas

abordagens de CRM, gerando estratégias e políticas diferenciadas.

REFLITA

Discutimos a importância de o gestor compreender os

princípios e as estratégias de CRM antes mesmo da sua


aplicação ou escolha da tecnologia que será utilizada na

empresa. Após essa discussão, emergem alguns


questionamentos que refletem no ambiente de negócios:

Quais são realmente os fatores que impactam o fracasso


de muitos projetos de CRM?

Será que todos os gestores compreendem mesmo os


princípios de marketing de relacionamento? Na sua

opinião, até que ponto isso implica o fracasso da


implantação?

É na aplicação prática ou durante a implantação de um projeto de CRM


que fica clara a validade dos princípios dessa ferramenta de gestão.

Assim, reitera-se que o CRM não é meramente uma tecnologia, mas


parte da estratégia de relacionamento com o consumidor.

O gestor necessita reavaliar toda a estrutura da empresa e incorporar


uma mudança cultural para que a organização consiga obter os

resultados esperados da gestão de relacionamentos. Se a empresa não

estiver preparada para essas mudanças, não valerá a tecnologia e o


investimento realizado.

REFERÊNCIAS

BAMPI, R. E.; EBERLE, L.; BARCELLOS, P. F. P. A prática e aplicabilidade da

ferramenta CRM: estudo desenvolvido em empresa prestadora de


serviços na serra gaúcha. In: SIMPÓSIO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO

TECNOLÓGICA (ANPAD), 25., 2008, Brasília. Anais […]. Brasília, 2008.

0
BARRETO, M. I. F. Um modelo para planejar, implantar e

Ver anotações
acompanhar a estratégia de CRM (Customer Relationship

Management). 2007. 175 f. Tese (Doutorado em Engenharia de


Produção) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.

BENNER, K. G.; COELHO, E. T. B.; KATO, H. T. Dificuldades na implantação


da tecnologia CRM: Um estudo de caso. In: SIMPÓSIO DE GESTÃO DA

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA – ANPAD, 25., Brasília, 2008. Anais […].


Brasília, 2008.
BRAMBILLA, F. R.; SAMPAIO, C. H.; PERIN, M. G. Indicadores tecnológicos
e organizacionais do Customer Relationship Management (CRM): relação

entre firma desenvolvedora, firma usuária e preceitos teóricos.


Perspectivas em Ciência da Informação, v. 13, n. 2, p. 107-129,

0
maio/ago. 2008.

Ver anotações
COSTA, D. CX: como implementar uma cultura voltada para o cliente.

Mundo do Marketing, 7 fev. 2019. Disponível em: https://bit.ly/38d6Zyw.

Acesso em: 31 maio 2020.

DAMACENA, C.; PEDRON, C. D. Estratégia de CRM: O desafio da

implementação. In: CONGRESSO ANUAL DE TECNOLOGIA DA


INFORMAÇÃO – CATI, 1., São Paulo, 2004. Anais […]. São Paulo: FGV-

EAESP, 2004.

ENDEAVOR BRASIL; SEBRAE. CRM: atraia, fidelize e satisfaça mais

clientes. Endeavor Brasil, Sebrae, [s.d.]. Disponível


em: https://bit.ly/3dN8YdH. Acesso em 30 maio 2020.

GONÇALVES, A. A.; OLIVEIRA, M. A. Implantação de uma estratégia de


CRM em uma indústria do ramo automobilístico: um estudo de caso. In:

ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 30., 2010, São


Carlos. Anais […]. São Carlos, 2010. Disponível em: https://bit.ly/3eJFleQ.

Acesso em: 28 maio 2020.

MACHADO, A. Customer Experience é uma área ou um processo?


Mercado & Consumo, 16 abr. 2019. Disponível

em: https://bit.ly/2BTByNh. Acesso em: 31 maio 2020.

MADRUGA, R. C. P. Guia de implementação de marketing de

relacionamento e CRM. São Paulo: Atlas, 2004.

TURBAN, E.; RAINER, R. K.; POTTER, R. E. Administração de tecnologia

da informação: Teoria & Prática. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2005.


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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO

ESTRATÉGIAS DE

0
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APLICAÇÃO

Emilia Yoko Okayama

COMO UM NEGÓCIO PODE ATENDER MELHOR SEUS


CLIENTES?

As práticas de CRM podem ser um recurso para alcançar esse objetivo. Chegou o
momento de você auxiliar uma academia a implementá-lo!

Fonte: Shutterstock.

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SEM MEDO DE ERRAR

Você é o consultor que deverá ajudar Reginaldo a implantar a


ferramenta de CRM em sua academia. Reginaldo, apesar de ser o dono
da academia e gestor, não conhece os princípios da gestão do

relacionamento com o consumidor. Seu desafio será grande, pois terá


que falar dos benefícios e principalmente das implicações que o projeto
de implantação de CRM trará à empresa.

As questões a serem desenvolvidas são:

1. Explicar para o empresário a importância em compreender os


princípios do CRM e as possíveis consequências de sua implantação

na empresa. É preciso verificar se Reginaldo está disposto a realizar


todas as mudanças necessárias para o sucesso do projeto.
2. Apresentar as principais etapas do processo de implantação da

ferramenta. É interessante que você já contextualize quais ações

serão necessárias para a elaboração do projeto de CRM na


academia, principalmente no que se refere à elaboração da

0
estratégia de relacionamento e à parte de reestruturação da

Ver anotações
empresa.

3. Debater com o empresário, antes mesmo de iniciar o projeto, a

respeito das principais dificuldades que serão encontradas durante


a implantação do CRM.

Em relação à primeira questão, é preciso explicar ao empresário que o


CRM, apesar de ser uma ferramenta tecnológica, faz parte de um

processo estratégico em que há uma clara transição do foco da

empresa para o cliente, ou seja, o consumidor passa a ser o centro. Para


gerir o relacionamento e criar maior valor para a empresa, a academia

deve repensar toda a sua estrutura e a cultura empresarial. A tecnologia


auxilia a otimizar e melhorar a gestão do relacionamento. E é por isso

que o CRM é uma mudança estratégica que requer a integração entre

pessoas, processos e tecnologia. A empresa/academia deve estar


disposta a rever tudo isso para seguir os princípios do marketing de

relacionamento.

Acerca da segunda questão, as principais etapas da implantação do

projeto de CRM são:

1. Definir e planejar qual o modelo de relacionamento seguir: a


academia tem uma boa estrutura e presta serviço qualificado, mas,

aparentemente, não dispõe de estratégia alguma de fidelização ou


mesmo não existe uma métrica de satisfação quanto aos serviços

ofertados.

A estratégia deve contar com a fidelização e, principalmente, a


personalização de atendimento conforme as necessidades dos

clientes, como a verificação dos níveis de retenção como forma de

medir a satisfação na academia. Podemos imaginar que existe um


grande público, mas com necessidades bem diferenciadas (beleza,
saúde, fisiculturismo, flexibilidade, emagrecimento, bem-estar etc.).

A partir do momento em que a academia conseguir segmentar


melhor esses grupos e atender de forma personalizada, ela agregará
muito mais valor ao cliente.

2. Desenvolver o redesenho dos processos de relacionamento com


o cliente: quais são os pontos de contato que permitem interação e

informação do cliente para atraí-lo e fidelizá-lo?

Você e Reginaldo devem analisar todo o processo que envolve o


cliente, de forma direta ou indireta. Assim, podem verificar as redes

sociais e os possíveis contatos e interesses de possíveis clientes,


cadastro on-line e físico, avaliação física, verificação de interesses e
objetivos do cliente, direcionamento das melhores atividades,
horários e serviços, sugestões de atividades e leitura, serviços

complementares e de reclamação, entre outros aspectos.

3. Realizar a seleção da ferramenta de CRM: conforme a estratégia

0
de relacionamento e o redesenho do processo, verificar qual a
ferramenta mais indicada. Discutir também o valor que a academia

Ver anotações
está disposta a investir. Apresentar a melhor relação custo-benefício

conforme a análise das etapas anteriores.

4. Implantar a ferramenta de CRM: efetivação do plano conforme a


estratégia de relacionamento, processo de atendimento e tecnologia
definida.

5. Avaliar os resultados obtidos com a ferramenta de CRM: é


importante explicar ao empresário que haverá possíveis resistências,

entre as pessoas da organização, em relação à mudança de


comportamento. Deve, então, haver uma grande campanha de
difusão dos valores do marketing de relacionamento e seus
benefícios. A mudança implantada depende muito das pessoas e

dos valores incorporados. É interessante, ainda, verificar e


acompanhar as possíveis métricas estabelecidas durante o
planejamento: retenção de clientes, fidelização, nível de satisfação,

rentabilidade da empresa e outras. 

A respeito da terceira questão, que trata das dificuldades que podem

ser encontradas na implantação do projeto de CRM, Damacena e


Pedron (2004) indicam as seguintes ações para superá-las:

Definir a estratégia de relacionamento.

Obter adesão da alta administração.

Integrar os setores e pessoas da empresa.

Reestruturar a cultura e a estrutura organizacional.

Monitorar o projeto constantemente.

Definir as ferramentas tecnológicas.

Elaborar o banco de dados.

Alinhar a estratégia organizacional com a tecnologia.

Investir continuamente em TI.

Você, como consultor, deve apontar os pontos críticos que as empresas


geralmente enfrentam ao implementar a solução de CRM.

Reginaldo não é muito resistente com relação à implementação, por


isso os pontos focais serão monitoramento estratégico e definição das
ferramentas tecnológicas. Quanto a esses pontos, você o auxiliará.

Outras dificuldades sempre encontradas em qualquer estratégia de


implementação de softwares ou mudanças de processos estão
relacionadas às questões de gestão de pessoas. É preciso que todos os

colaboradores aprendam a utilizar a ferramenta, mas, mais do que isso,


compreendam os porquês de tal mudança, para que possam trabalhar

alinhados e com objetivos únicos. Por fim, é preciso escolher bem o


banco de dados e de que forma eles serão tratados, de acordo com os
objetivos previamente estabelecidos. Trata-se de um árduo trabalho

0
que, no entanto, trará inúmeros benefícios à organização.

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NÃO PODE FALTAR

APLICAÇÃO DE CRM

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Emilia Yoko Okayama

QUAIS SÃO OS TIPOS DE CRM?

De acordo com o tipo de aplicação, podemos classificar o CRM em tipos distintos,


tais como operacional, analítico e colaborativo. Além desses, há o CRM estratégico,
que é a utilização integrada de todos os demais para o alcance de objetivos.

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PRATICAR PARA APRENDER

Olá, aluno! Você já deve saber que seu relacionamento com as marcas

que gosta muitas vezes é alimentado por sistemas de apoio chamados


de CRM. O CRM, além de ser interpretado como uma abordagem de
gestão pautada no relacionamento com o consumidor, também é
considerado um software, sistema ou aplicativo. De toda forma, esses

sistemas contemplam a filosofia do CRM e servem como apoio para


fomentar estratégias de relacionamento e estreitar os laços entre
empresa e cliente.

De acordo com o tipo de aplicação, podemos classificar o CRM em


tipos distintos, tais como operacional, analítico e colaborativo. Além
desses há o CRM estratégico, que é a utilização integrada de todos os
demais para o alcance dos objetivos.
O CRM operacional é aquele mais voltado à gestão de vendas,

gerenciamento de pedidos e produção. É aplicado, ainda, à automação

de vendas de um canal, por exemplo. O CRM analítico, por sua vez, é o


que utiliza os dados coletados pelo CRM operacional e consegue lidar

0
com eles de forma a melhorar o relacionamento com o cliente, ou seja,

Ver anotações
ofertar melhores condições de atendimento e oferta de produtos para

nichos específicos. O CRM colaborativo utiliza os dados a fim de

transformar e promover a integração entre todos os pontos de contato


com o consumidor. Como você pode notar, há uma série de aplicações,

finalidades e utilizações para o CRM, tanto para empresas quanto para

agências de marketing.

Agora, a fim de colocarmos os conteúdos desta seção em prática, vamos

analisar a seguinte situação-problema: Reginaldo é o dono da Academia


Boa Forma. Em função da popularidade e do aumento do número de

clientes na sua academia, ele decidiu implantar o projeto de CRM.

Apesar de acreditar que oferece uma boa estrutura de serviços,

compreendeu que o CRM possibilitará agregar maior valor a seus

clientes, pois atenderá melhor às necessidades específicas de cada um,


o que não era mais possível diante do número crescente de

matriculados.

Essa iniciativa se desenvolveu quando uma empresa de soluções

tecnológicas o procurou, falando a respeito das possibilidades e

benefícios dos softwares de CRM. Você é o consultor contratado por


essa empresa que está auxiliando Reginaldo a entender melhor o que

implica a implantação das ferramentas de CRM. Após descrever as

possíveis estratégias de relacionamento que a academia deverá adotar


e definir os possíveis processos envolvidos, chegou o momento de

verificar qual modalidade de software será melhor para a academia. A


empresa fornecedora dispõe de diversos pacotes de soluções, e

Reginaldo deve definir qual pacote o atenderá melhor, conforme as

características da sua empresa.

Assim, para esse processo devem ser realizadas as seguintes etapas:

1. Apresentação da abrangência dos softwares e opções possíveis.

2. Demonstração das três principais modalidades do CRM –


operacional, analítico e colaborativo –, explicando, ainda, a
funcionalidade de cada um. Indicação de qual deve ser aplicada à

empresa.

Não se esqueça: você é o consultor responsável por esclarecer

todas as dúvidas de Reginaldo com relação à escolha do software.


Ele é um gestor muito empenhado em melhorar o seu negócio e
está apto para compreender todos os aspectos e realizar uma boa

escolha a respeito do pacote de soluções ofertado pela sua


Para que você possa solucionar o desafio proposto, a seguir continue se
empresa.

aprofundando sobre o CRM. Bons estudos!

0
CONCEITO-CHAVE

Ver anotações
APLICAÇÃO DE CRM

Quando tratamos da implantação do CRM, devemos olhar essa solução

tecnológica sob o ponto de vista estratégico, pois sua aplicação envolve


uma mudança organizacional com foco no cliente e uma nova maneira
de se relacionar, que desencadeia uma grande reestruturação na

empresa. Esse é um dos grandes motivos pelos quais as empresas não


obtêm sucesso na sua implantação. Existe uma grande complexidade de
processos a serem realizados no projeto de CRM e, para Gonçalves e

Oliveira (2010), o gestor deve considerar três aspectos cruciais: as


pessoas, os processos e a tecnologia. É por intermédio desses três
elementos que o CRM consegue integrar toda a estratégia do negócio

(DAMACENA; PEDRON, 2004).

Assim, para orientar e facilitar a implementação desta ferramenta,

Damacena e Pedron (2004) dividem esse processo em cinco principais


etapas, conforme Figura 2.1 a seguir.

Figura 2.1 | Principais etapas da implantação do CRM

Fonte: adaptada de Damacena e Pedron (2004, [s.p.]).

Olhando para as etapas como um fluxo fica mais fácil compreender o


CRM como uma mudança estratégica que envolve pessoas, processos e
tecnologia. Assim, pode-se verificar também que em alguns momentos

ou etapas de implantação o CRM pode ser visto sob o ponto de vista


tecnológico, pois o sucesso de sua implantação depende também de
conhecer os aspectos técnicos da sua funcionalidade, arquitetura e
função. Um grande exemplo é a etapa 3 da Figura 2.1: como selecionar

uma ferramenta adequada sem conhecer minimamente a sua estrutura


tecnológica?

0
Dessa maneira, quando olhamos o CRM em uma perspectiva
tecnológica, até a sua descrição tem um significado diferente: CRM

Ver anotações
(Customer Relationship Management) é um sistema de gerenciamento

que captura e integra dados do cliente provenientes de toda a


organização, consolida e avalia esses dados e posteriormente distribui
os resultados para vários sistemas e pontos de contato com o cliente,

espalhados por toda a empresa (LAUDON; LAUDON, 2011).

Para conseguir efetividade e sucesso nas práticas de CRM, é


necessária uma aplicação minuciosa e inteligente da tecnologia, que
consiste em construir uma base de dados de clientes, bem ajustada
com a organização (BRAMBILLA, 2009).

Um projeto bem elaborado de sistema de CRM favorece uma visão


privilegiada do cliente, que propicia um melhor atendimento e,

consequentemente, as vendas. A escolha de um bom sistema de CRM


oferece ao gestor dados e ferramentas analíticas que respondem
perguntas como:

Que tipo de valor a empresa pode ofertar a um determinado cliente


ao longo do tempo?

Quais são os clientes mais fiéis?

Quais clientes são lucrativos à empresa?

Quais produtos/serviços ofertar para os clientes lucrativos?


(LAUDON; LAUDON, 2011).

CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES DO SISTEMA DE CRM

Em função do reconhecimento da importância da gestão do

relacionamento com os clientes, existe uma quantidade muito grande


de pacotes de software de CRM disponíveis no mercado. O gestor deve
tomar muito cuidado na escolha desses softwares, pois muitas dessas
ferramentas podem não corresponder à funcionalidade esperada, com
grande risco de iniciar um projeto malsucedido (CATUNDA; RABÊLO JR.,
2009).

Assim, essas soluções tecnológicas podem vir de um formato que


corresponde a uma ferramenta de nicho, que está preparado para

executar funções como a personalização de sites para os clientes de


setores específicos. Existem, ainda, aqueles que realizam análises com
sofisticadas ferramentas de relatório e fazem interação com outros
grandes aplicativos integrados, como sistemas integrados e de
gerenciamento da cadeia de suprimentos (LAUDON; LAUDON, 2011).

Os pacotes de CRM com maior abrangência podem incluir módulos


como:

PRM (Partner Relationship Management) ou gerenciamento do

0
relacionamento com o parceiro: apresenta as mesmas
ferramentas e aplicabilidade do sistema de gerenciamento com o

Ver anotações
cliente, mas tem o objetivo de melhorar a colaboração entre a
empresa e os seus parceiros de venda, como é o caso do trabalho de
algumas empresas que precisam lidar com varejistas e
distribuidores. O PRM dá suporte e informações para que a empresa
possa oferecer o apoio necessário aos seus parceiros e melhorar as
suas vendas.

ERM (Employee Relationship Management) ou gerenciamento


do relacionamento com o funcionário: tem a funcionalidade de

tratar assuntos de recursos humanos intimamente relacionados ao


CRM, por isso inclui aspectos como treinamento, metas e objetivos,
gestão do desempenho dos colaboradores e remuneração baseada
no desempenho.

ASSIMILE

Os sistemas de CRM conseguem examinar os consumidores


sob uma perspectiva multifacetada. Utilizam um conjunto de
aplicações integradas para tratar todos os aspectos do
relacionamento com o cliente, principalmente nas áreas de
vendas, atendimento e marketing (LAUDON; LAUDON, 2011).

Outra característica dos sistemas de gerenciamento do relacionamento


com o cliente é que eles geralmente vêm associados a softwares e
ferramentas on-line que devem operar nas áreas de vendas,
atendimento ao cliente e marketing (LAUDON; LAUDON, 2011):

Automação da força de vendas: o principal objetivo é auxiliar a


equipe de vendas a aumentar a sua produtividade, concentrando-se
nos clientes em potencial. Dessa forma, o sistema de CRM oferece

informações como contatos e prospecção de vendas, fornece


recursos para configuração de produtos e geração de cotação de
vendas. Permite, ainda, que outros setores – como vendas e
marketing – repassem informações (previsão de vendas, relatório e
histórico de vendas e outras), o que otimiza seu trabalho.

Atendimento ao cliente: nesse caso, o sistema de CRM oferece


informações e recursos para gerar maior eficiência em setores como
o call centers – central de atendimento – e help desks – serviços de
apoio a usuários para problemas técnicos, além de equipes de

suporte. Direciona ou gerencia solicitações de serviços realizados


pelos clientes. Um exemplo é uma linha telefônica para consultas ou
marcação de agendas. O cliente liga e o sistema encaminha a
chamada para o atendente adequado, que insere as informações
necessárias do cliente. Essas informações ficam disponíveis para
todas as áreas, otimizando o próximo atendimento a esse cliente.
Incluem-se nessa categoria os recursos de autoatendimento
baseados na web.

0
Marketing: o sistema de CRM pode auxiliar nas atividades de

Ver anotações
marketing direto, já que existem recursos que capturam os dados

dos clientes, como encontrar possíveis mix de produtos e serviços


que melhor se adequam a esse perfil. Além disso, é possível utilizar
os dados dos clientes e realizar várias análises: selecionar os clientes
potencialmente mais lucrativos, projetar produtos e serviços para
alguns segmentos, identificar interesses de clientes específicos e
apontar oportunidades de vendas cruzadas (cross-selling).

TIPOS DE CRM

Para uma escolha adequada entre os diversos tipos de CRM ofertados


no mercado, o gestor precisa compreender minimamente os
componentes que existem no universo da estratégia de CRM. Para
validar a melhor composição para a empresa, o gestor deve estar
consciente de que cada contexto organizacional é muito particular e,

por isso, é fundamental que cada empresa busque identificar qual é a


melhor estratégia de CRM e adotar a ferramenta conforme essa
perspectiva. Para isso, existe uma possibilidade de composições
distintas, e elas se segmentam em três tipos fundamentais (BARRETO,
2007): CRM operacional; CRM analítico e CRM colaborativo.
CRM OPERACIONAL

São os aplicativos relacionados à entrega de serviços ao cliente


(BARRETO, 2007), como automatização da força de vendas, atendimento

0
em campo, centros de atendimento a clientes (call centers), sites de
comércio eletrônico e sistemas de automatização de pedidos que fazem

Ver anotações
interface direto com o mercado (ZENONE, 2019). Barreto (2007)
descreve a relevância do CRM operacional como um centro de contato

com os clientes, o qual possibilita que as informações de clientes sejam


coletadas de diversas partes, como o centro de contato, correio, fax,
força de venda, web e outras. Essas informações são arquivadas e
organizadas de forma a serem compartilhadas por todos os usuários
que interagem com o cliente (BARRETO, 2007). O objetivo ou a solução
dessa ferramenta consiste em otimizar processos e organizar fluxos de

atendimento e encaminhamento de ocorrências, influindo diretamente


na qualidade do atendimento ao cliente (ZENONE, 2019). O CRM
operacional tem relação com o uso primário do CRM e, por isso,
apresenta uma funcionalidade básica. Grande parte das empresas que
utilizam algumas das soluções tecnológicas do CRM têm enfoque no
CRM operacional.

EXEMPLIFICANDO

SAC 3.0

Até algum tempo atrás, quando o consumidor desejava

entrar em contato com a empresa, havia dois recursos: ia à


empresa pessoalmente ou buscava ajuda pelo 0800, por
exemplo. Porém, hoje o consumidor dispõe de diversos tipos
de canais digitais para interagir com as empresas: redes
sociais como Instagram e Facebook, páginas corporativas e
até mesmo sites de reclamação, como o “Reclame Aqui”. As

empresas que não conseguem atender bem às necessidades


dos clientes correm um sério risco de perdê-los e ainda ter o
nome propagado negativamente em diversos canais públicos
(LUPINARI, 2019).

O uso intensivo das tecnologias nos últimos tempos fez com


que as pessoas se tornassem mais exigentes com as
empresas e estas, por sua vez, criaram recursos como o SAC
3.0, para melhorar o relacionamento e expandir a experiência

de satisfação dos clientes com a marca. O objetivo do SAC 3.0


não está em comunicar-se apenas com o público-alvo, mas
conhecê-lo profundamente para desenvolver produtos e
serviços que surpreendam esse cliente (LUPINARI, 2019).

Martin (2019) aponta que empresas como a Evolux®

(empresa desenvolvedora de soluções para call centers)


buscam engajar o público com experiências positivas,

implantando tecnologias que conseguem detectar em tempo


mínimo o motivo pelo qual o cliente entra em contato com a

empresa, e o atendente consegue obter todas as

informações necessárias e possíveis alternativas para


solucionar a situação envolvendo o cliente.

0
Assim, para que os canais consigam desenvolver experiências

Ver anotações
positivas durante o atendimento, as empresas precisam

buscar fornecedores de solução tecnológica que consigam


integrar suas tecnologias aos dados de atendimento da

empresa, desenvolvendo um sistema único e integrado


(MARTIN, 2019).

CRM ANALÍTICO

As ferramentas analíticas realizam análises significantes das

informações armazenadas no banco de dados para o desenvolvimento

das estratégias de marketing. Assim, essas análises permitem obter o


perfil dos clientes, identificar quais são os modelos de comportamento,

o nível de satisfação e os tipos de segmentação, o que permite à


empresa desenvolver uma oferta que mais condiga com o perfil do

cliente (BARRETO, 2007). As ferramentas têm grande capacidade de


armazenar e personalizar a utilização dos dados, e isso significa que elas

realizam diferentes análises de acordo com a necessidade ou

abordagem do usuário. Pode-se dizer que são a fonte de toda a


inteligência do processo, mas precisam ser implementadas com

ferramentas que agrupem um grande volume de dados (de diversos


bancos de fontes distintas) de forma ágil e simples aos olhos do usuário

(ZENONE, 2019). Por isso, destacam-se ferramentas de TI, tais como o

data warehouse (BARRETO, 2007).

CRM COLABORATIVO

De acordo com Madruga (2004), são ferramentas que integram, pela

internet, todas as funcionalidades da empresa voltadas ao

relacionamento. Catunda e Rabêlo Jr. (2009) consideram o CRM


colaborativo como sendo todas as interações entre os clientes e canais

de comunicação da empresa e, por isso, afirmam que esse sistema tem


como função controlar tais interações, com o objetivo de facilitar esses

relacionamentos. Por isso, a infraestrutura do CRM colaborativo deve

ter uma visão unificada e atualizada para o cliente nos diferentes canais
ou pontos de interação (BARRETO, 2007).

De forma simplificada, CRM colaborativo representa um centro de


comunicações que integra todos os canais de contato (internet, e-mail,

vendas, mala direta, telemarketing, fax, propaganda, call center e


outros) nos quais ocorre a interação entre o cliente e a empresa. Porém,

um ponto fundamental para a sua funcionalidade está em verificar se os


diversos canais de comunicação estão preparados para que ocorra a

interação e ainda permitir que haja um fluxo adequado dos dados

resultantes dessa integração para o resto da organização. Lembrando


que o CRM colaborativo pode estender conhecimento e ferramentas
para outros grupos, como é o caso de funcionários, fornecedores e

outros parceiros (BARRETO, 2007).

0
PESQUISE MAIS

Na obra indicada a seguir, o autor explica como o call center

Ver anotações
e o contact center devem funcionar como um canal de

relacionamento, um entendimento essencial nas práticas do


CRM.

ZENONE, L. C. Fundamentos de Marketing de


Relacionamento: fidelização de clientes e pós-venda. 2. ed.

São Paulo: Atlas, 2017.

Ao verificar os três tipos de CRM, pode-se concluir que estão ordenados

conforme as etapas de implementação do sistema de CRM. Para


Madruga (2004), os CRM operacional, analítico e colaborativo

correspondem a três momentos de implementação, os quais ocorrem

em fases diferentes.

Para os autores Bampi, Eberle e Barcellos (2008), os três tipos de CRM

representam os estágios evolutivos da implantação do software. A


primeira etapa representa o CRM operacional e corresponde a abrir os

canais com a empresa, buscando a eficiência e a eficácia das operações


cotidianas com o cliente. Na segunda etapa, que corresponde ao CRM

analítico, a empresa acrescenta a inteligência que possibilita conhecer o

cliente e depois tratá-lo de forma personalizada. E, por fim, o CRM


colaborativo, que integra todos os pontos de contato com o cliente,

garante um fluxo adequado que distribua os dados para toda a


empresa.

Para formar o sistema de CRM, os três segmentos – operacional,


analítico e colaborativo – devem estar interligados e trabalhando

coordenadamente. 

E-CRM

Com o advento do ambiente da internet é fundamental acrescentar o e-


CRM como uma presença marcante (BARRETO, 2007). A princípio os

websites tinham como maior objetivo prover informações. Hoje,


contudo, verifica-se que a sua função está em desenvolver
relacionamentos duradouros entre empresas e seus clientes (BARRETO,

2007). Assim, Barreto (2007) observa que, com o uso crescente da


internet, os consumidores passaram a interagir cada vez mais com as

empresas, possibilitando as mudanças do sistema de CRM e,


paralelamente, a oferta de novos produtos e serviços personalizados de

uma forma muito mais rápida e dinâmica. O e-CRM pode ser resumido

em duas palavras: contato e informações. Mas, considerando essa nova


modalidade, as principais características são:

Customização de informação.
Abertura de diversos tipos de canais de comunicação.

Pesquisa.

Proteção (senha e acesso ao site).

0
Acesso livre.

Ver anotações
E-mails automáticos.

Informações para a primeira visita.

Chat.

Fórum.

Entre outros (BARRETO, 2007).

CRM SOCIAL

Em um contexto de uso constante de tecnologias digitais, Madruga


(2018) aponta quatro fases de implementação do CRM: CRM

operacional, analítico, social e colaborativo.

Quanto ao CRM social, é válido explicar que a interação com os clientes

ocorre nas plataformas sociais. Com o uso massivo das redes sociais, as

interações por meio delas viraram um ponto de referência de grande


oportunidade, fazendo com que muitas empresas desenvolvam

estratégias de aquisição e retenção de clientes identificadas facilmente


nas redes.

REFLITA

Com o crescimento do uso da internet, aumentou também a


participação das pessoas nas redes sociais. De acordo com

uma pesquisa realizada pela We Are Social no ano de 2019,

66% das pessoas no Brasil utilizam as redes sociais (COSTA,


2019).

Assim, é importante questionar: com o uso intensivo das


redes sociais, qual a importância de uma empresa participar

do relacionamento com o cliente por meio desses canais?

Podemos verificar que a implantação de um CRM não é uma tarefa

simples, mesmo considerando apenas os aspectos tecnológicos do


projeto. O gestor deve estar ciente da sua aplicação e verificar qual a

modalidade que melhor se adapta à realidade da sua empresa. E o


sucesso de sua implementação começa por esse princípio: conhecer as

funções, as modalidades existentes, as possibilidades e a sua integração

eficaz, com os processos e a cultura da empresa.

Para finalizar esta leitura, apresentamos a seguir um conteúdo extra

sobre inbound marketing.

INBOUND MARKETING E O CRM

Hoje, mais da metade da população brasileira utiliza a web para se


relacionar, desenvolver conteúdos, buscar informações e

entretenimento. A consequência indireta desse hábito é que agora


temos um consumidor muito mais atento e participativo e, por isso, as

0
empresas precisam utilizar esse ambiente como um poderoso campo

Ver anotações
de oportunidades e gerar maior agilidade nos negócios (ALMEIDA,
2019).

É diante desse contexto de mudança que Almeida (2019) questiona


alguns conceitos antigos de marketing. Entre eles o outbound

marketing, que tem como objetivo chamar a atenção dos consumidores


unicamente por meio da antiga publicidade. Como conseguir resultados

de comunicação nos dias de hoje realizando publicação em massa em

meios como revistas, jornais, rádio, outdoor, televisão e até mesmo em


banners de internet? Apesar de a empresa ter todo o controle na

comunicação publicitária, esse tipo de propaganda hoje pode ser


interpretado como publicidade invasiva e até mesmo indesejada pelos

consumidores.

Para Zenone (2017), o telemarketing ativo ou outbound ocorre quando

o contato é realizado pela própria empresa para os diversos clientes,


com objetivo de informar ou promover ações de marketing ou venda.

Por outro lado existe o telemarketing receptivo ou inbound, em que o

contato acontece a partir do próprio público para a empresa (sentido


inverso do ativo), com a finalidade de buscar informação acerca de

produtos, promoções e serviços, fazer reclamações ou sugestões ou


outros motivos que faz o consumidor procurar a empresa. 

Aproveitando os contatos voluntários do consumidor, o inbound


marketing – ou marketing de atração – surge como proposta de

marketing que tem como finalidade fazer com que os clientes procurem

a empresa e se envolvam com a marca. E, para isso, a empresa deve


focar nos interesses dos consumidores, de forma individual (ALMEIDA,

2019).

Assim, para Almeida (2019), a empresa deve se preocupar em ser

encontrada on-line, principalmente por mecanismo de buscas, e em


redes sociais, que se tornaram referências para buscar respostas de

milhões de usuários. No inbound, a finalidade é transformar esses


usuários em leads e convertê-los em clientes que divulguem sua marca. 

EXEMPLIFICANDO

Almeida (2019) cita o exemplo do HubSpot, uma plataforma


de inbound marketing que utiliza uma metodologia dividida

em quatro etapas (funil de vendas):

1. Atrair: desenvolver conteúdo atraente na internet,

utilizando as redes sociais, vídeos, blogs etc. O

consumidor converte-se de estranho em visitante.


2. Converter: ao captar a atenção do cliente, a empresa

precisa transformá-lo em lead. Para conhecê-lo melhor, é


aberto um canal de contato (formulário, encontros,

mensagens ou CRM).

0
3. Fechar: o objetivo é transformar leads em clientes.

Ver anotações
Desenvolver relacionamento, desenvolver propostas e

interações para a manutenção da relação.

4. Encantar: proporcionar uma experiência que vá além das

expectativas para criar o encantamento do cliente pela


empresa. Dessa maneira, o cliente torna-se defensor da

marca, indicando-a para as pessoas de seu contato.

Figura 2.2 | Funil de vendas

Fonte: Shutterstock.
REFERÊNCIAS

ALMEIDA, S. S. Estratégias de Inbound Marketing em uma indústria


3.0.GEPROS Gestão da Produção, Operações e Sistemas, v. 14, n. 3, p.

0
1-13, 2019.

Ver anotações
BAMPI, R. E.; EBERLE, L.; BARCELLOS, P. F. P. A prática e aplicabilidade da

ferramenta CRM: estudo desenvolvido em empresa prestadora de

serviços na serra gaúcha. In: SIMPÓSIO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO


TECNOLÓGICA (ANPAD), 25., 2008, Brasília. Anais […]. Brasília, 2008.

BARRETO, M. I. F. Um modelo para planejar, implantar e


acompanhar a estratégia de CRM (Customer Relationship

Management). 2007. 175 f. Tese (Doutorado em Engenharia de


Produção) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.

BRAMBILLA, F. R. Gestão do relacionamento com clientes (CRM):


indicadores tecnológicos. Revista Ciências Exatas e Naturais,

Guarapuava, v. 11, n. 1, p. 29-153, 2009.

BRAMBILLA, F. R.; SAMPAIO, C. H.; PERIN, M. G. Indicadores tecnológicos

e organizacionais do Customer Relationship Management (CRM): relação

entre firma desenvolvedora, firma usuária e preceitos teóricos.


Perspectivas em Ciência da Informação, v. 13, n. 2, maio/ago., p.107-

129, 2008.

CATUNDA, R. L.; RABÊLO JR., J. M. S. Seleção e implantação de CRM como

solução tecnológica empresarial: teoria e prática. In: ENCONTRO DA


ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO, 2., 2009, Recife. Anais […]. Recife,

2009.

COSTA, T. Quais são as redes sociais mais usadas no Brasil em 2019?

Blog Rock Content, 2 jan. 2020. Disponível em: https://bit.ly/3hz92Aa.


Acesso em: 11 jun. 2020.

DAMACENA, C.; PEDRON, C. D. Estratégia de CRM: O desafio da


implementação. In: CONGRESSO ANUAL DE TECNOLOGIA DA

INFORMAÇÃO – CATI, 1., São Paulo, 2004. Anais […]. São Paulo: FGV-

EAESP, 2004.

GONÇALVES, A. A.; OLIVEIRA, M. A. Implantação de uma estratégia de

CRM em uma indústria do ramo automobilístico: um estudo de caso. In:


ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 30., 2010, São

Carlos. Anais […]. São Carlos, 2010. Disponível em:


https://bit.ly/2CUiFL3. Acesso em: 28 maio 2020.

LAUDON, K. C.; LAUDON, J. P. Sistemas de Informação Gerencial. São


Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.

LUPINARI, D. Os desafios do SAC 3.0 e as vantagens para as empresas.


Consumidor Moderno, 13 mar. 2019. Disponível em:

https://bit.ly/2WZJnJ8. Acesso em: 9 jun. 2020.

MADRUGA, R. Gestão de Relacionamento & Customer Experience.

São Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: https://bit.ly/3ghp1Tv. Acesso em:


8 jun. 2020.

0
MADRUGA, R. C. P. Guia de implementação de marketing de
relacionamento e CRM. São Paulo: Atlas, 2004.

Ver anotações
MARTIN, E. Um canal para cada cliente. Consumidor Moderno, 5 set.
2019. Disponível em: https://bit.ly/305EyjA. Acesso em: 9 jun. 2020.

ZENONE, L. C. CRM – Customer Relationship Management. Marketing


de Relacionamento, fidelização de clientes e pós-venda. São Paulo:

Almedina, 2019. E-book.

ZENONE, L. C. Fundamentos de Marketing de Relacionamento:

fidelização de clientes e pós-venda. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2017.


Disponível em: https://bit.ly/3jMmHWo. Acesso em: 4 jun. 2020.

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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO

APLICAÇÃO DE CRM

0
Ver anotações
Emilia Yoko Okayama

QUAL MODALIDADE DE CRM VOCÊ RECOMENDA PARA


UMA ACADEMIA?

Analise o contexto dessa empresa e recorra a seus conhecimentos sobre os tipos


de CRM para solucionar esse desafio!

Fonte: Shutterstock.

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Áudio disponível no material digital.

SEM MEDO DE ERRAR

Reginaldo, dono de academia, vai implantar o projeto de CRM em sua


empresa, e você, consultor da empresa fornecedora da solução
tecnológica, ficou responsável por explicar e apresentar
detalhadamente as possibilidades dos softwares e suas funcionalidades.

Esse processo implica:

1. Apresentar a abrangência dos softwares e as opções possíveis.

2. Demonstrar as três principais modalidades do CRM – operacional,


analítico e colaborativo, indicando qual deve ser aplicada à
academia.

Quanto à primeira tarefa, explique a Reginaldo que o CRM (Customer


Relationship Management), do ponto de vista técnico, deve ser visto
como um sistema de gerenciamento que captura e integra dados do
cliente, provenientes de toda a organização, consolida e avalia esses
dados e depois distribui os resultados para vários sistemas e pontos de

contato com o cliente, espalhados por toda a empresa (LAUDON;

LAUDON, 2011).

0
Considerando o CRM uma solução tecnológica, existem vários

fornecedores que ofertam diferentes tipos de software. Podem existir

Ver anotações
pacotes menores que ofertam apenas ferramentas de nichos, como o

serviço de personalização de sites para segmentos específicos. Outros

podem ser bem mais abrangentes, possibilitando maior análise de


dados ou até mesmo a integração de módulos específicos, como a que

envolve a gestão de relacionamento com parceiros comerciais ou com


os funcionários da empresa. Porém, a maioria dos softwares terão

maior efetividade nas áreas de vendas, atendimento ao cliente e na área

de marketing. 

Em relação à segunda tarefa, em resumo, aponte para Reginaldo que

são três os tipos fundamentais de CRM: operacional, analítico e


colaborativo, todos com funcionalidades distintas.

CRM operacional: composto por sistemas como automatização da

força de vendas, atendimento em campo, centros de atendimento a


clientes (call centers), sites de comércio eletrônico e sistemas de

automatização de pedidos que fazem interface direto com o


mercado. É um importante centro de contato com os clientes,

possibilitando que suas informações sejam coletadas de diversos

partes, como o centro de contato, correio, fax, força de venda, web e


outras. O objetivo ou a solução dessa ferramenta consiste em

otimizar processos e organizar fluxos de atendimento e

encaminhamento de ocorrências, influindo diretamente na


qualidade do atendimento ao cliente.

CRM analítico: realiza análises que permitem obter o perfil dos


clientes, identificar quais são os modelos de comportamento, o nível

de satisfação e os tipos de segmentação, o que possibilita à empresa

desenvolver uma oferta que mais condiga com o perfil do cliente.


Pode-se dizer que é a fonte de toda a inteligência do processo, e
precisa ser implementado com ferramentas que agrupem um

grande volume de dados (de diversos bancos de fontes distintas) de


forma ágil e simples aos olhos do usuário.

CRM colaborativo: representa um centro de comunicações que


integra todos os canais de contato (internet, e-mail, vendas, mala
direta, telemarketing, fax, propaganda, call center e outros), nos

quais ocorre a interação entre o cliente e a empresa. Porém, um


ponto fundamental para a sua funcionalidade está em verificar se os
diversos canais de comunicação estão preparados para que ocorra a

interação e permitir que haja um fluxo adequado dos dados


resultantes dessa integração para o resto da organização.
É preciso entender que os três tipos de CRM podem ser interpretados

como estágios evolutivos da implantação do software. Para formar o


sistema de CRM e cumprir com o objetivo estratégico, os três segmentos
(operacional, analítico e colaborativo) devem estar interligados e

0
trabalhando coordenadamente.

Ver anotações
Para a academia de Reginaldo, em função de sua empresa ser pequena

ainda, optou-se por iniciar com a modalidade operacional, ou seja, ele


vai adquirir ferramentas que possibilitem a coleta de informação de
seus clientes e o melhor direcionamento da comunicação, indicando o

melhor serviço conforme a necessidade desse cliente. Por exemplo:


para oferecer um pacote de serviços da academia, o profissional já
verifica todo o histórico do cliente – quais foram as modalidades

praticadas, os horários, as preferências, os objetivos. Fica mais fácil


conquistar o cliente quando a empresa comunica já de acordo com o
seu perfil e direciona a ele um serviço que atenda às suas necessidades.

Até a oferta de serviços complementares fica mais assertiva quando a


empresa utiliza esse recurso, pois são ofertas que se encaixam no perfil
do cliente.

Com o tempo e com o alinhamento da tecnologia aos processos


organizacionais efetivados, Reginaldo pode optar, mais à frente, por

investir em CRM analítico e colaborativo e avançar na tecnologia e nas


formas de relacionamento com o consumidor.
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NÃO PODE FALTAR

METODOLOGIAS DE

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Ver anotações
APLICAÇÃO DE CRM

Emilia Yoko Okayama

QUAIS SÃO AS METODOLOGIAS PARA A


IMPLEMENTAÇÃO DE SOLUÇÕES DE CRM?

As metodologias mais conhecidas são: Metodologia de Peppers and Rogers Group;


Metodologia de Miriam Bretzke; Metodologia de Richard Lee.

Fonte: Shutterstock.

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Áudio disponível no material digital.

PRATICAR PARA APRENDER

Olá, aluno! Nesta etapa vamos trabalhar a metodologia de implantação


do CRM como um todo e, para isso, apresentaremos os principais
modelos existentes na literatura. Eles servirão para você entender a

complexidade do projeto de implantação e quais caminhos podem ser


seguidos para obter sucesso nesse projeto.

Podem surgir algumas questões a respeito deste conteúdo, como:

É mesmo necessário seguir uma metodologia de implantação de

CRM ao decidir desenvolver uma estratégia de CRM em uma


empresa?

Quais são as diferenças existentes entre as metodologias? Qual será


a melhor?
Tais questionamentos surgem quando uma empresa precisa implantar

um projeto de CRM. No decorrer desta leitura, você perceberá que esse

caminho é longo e exige muito cuidado e atenção para obter o sucesso


esperado.

0
As metodologias apresentadas neste momento são as mais conhecidas

Ver anotações
tanto no mercado quanto no meio acadêmico e, apesar da diferença de

sua origem e método de formulação, existem muitas semelhanças entre

elas. Fique atento às semelhanças e diferenças entre as metodologias.


Lembre-se: cada autor de metodologia tem experiências diferentes
na implantação de CRM. Ao conhecer e estudar todas você terá um

0
amplo repertório que auxiliará em sua jornada profissional.

Ver anotações
Para colocar em prática os conhecimentos que serão aprendidos, vamos

analisar a seguinte situação-problema: você está ajudando Reginaldo,


dono da Academia Boa Forma, a implementar a estratégia de CRM. O
estabelecimento está situado em uma cidade com aproximadamente

300 mil habitantes e é considerado a academia mais conhecida pela


população. Isso se deve à dedicação de Reginaldo, que colocou como
missão da empresa oferecer melhores serviços por meio de atividades

físicas, equipamentos e profissionais qualificados. Por isso, o seu maior


público tem sido das classes sociais B e C, mas com características ainda
distintas, como idade, profissão, interesse pela modalidade/prática,

objetivos, entre outras. Ao implantar o CRM, Reginaldo espera melhorar


ainda mais o atendimento, sanando alguns problemas como a
descontinuidade dos clientes na prática de atividade física (o que é

comum no ramo) e oferecendo um atendimento mais personalizado


que favoreça a fidelização dos clientes.

Reginaldo está bastante ansioso, pois sabe que está investindo muito no
projeto, e quer ver a sua aplicação e os resultados. Com isso, sonha em
expandir o seu negócio e abrir uma academia em outra região. Você,

consultor, falou que o projeto precisa ser trabalhado detalhadamente


para ser implantado com sucesso, explicando a ele a respeito das
metodologias de implantação da estratégia de CRM. A princípio, vocês
resolveram escolher o CRM operacional para a aplicação na academia.

Mais à frente, Reginaldo poderia agregar as outras funcionalidades do


CRM.

Dessa maneira, seguem alguns desafios:

Explique a Reginaldo a importância de seguir uma metodologia.

Você e o empresário trabalharão com a Metodologia de Peppers and

Rogers Group, que é completa e muito popular nas empresas de


consultoria. Apresente as principais etapas dentro do contexto da
academia.

É interessante que vocês trabalhem o método IDIP, que consiste na


segunda etapa da Metodologia de Peppers and Rogers Group.

Apesar das implicações e dificuldades da implantação, você já tem um


grande aliado no projeto: Reginaldo, que está disposto a tudo para ver a

estratégia de CRM sendo aplicada da melhor forma possível. Aproveite


essa oportunidade para mostrar o seu trabalho e se empenhe para
desenvolver um grande projeto.
Atente-se às questões apresentadas e tente resolver a atividade da

melhor maneira, a fim de desenvolver suas competências para o


mercado. Bons estudos!

0
Ver anotações
CONCEITO-CHAVE

METODOLOGIAS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO CRM

Quando uma empresa decide implementar uma estratégia de gestão do

0
relacionamento, deve estar ciente de que passará por uma grande

Ver anotações
mudança, que implicará uma profunda transformação organizacional. A
implantação é uma tarefa complexa, a respeito da qual o gestor
necessita considerar inúmeras variáveis e particularidades no contexto
de negócios. Essa ação exige, portanto, um planejamento minucioso,
necessitando de uma metodologia sistemática, de modo que os

princípios do CRM sejam seguidos (D’AVILA, 2006).

Diante desse desafio, a empresa deve buscar diversos tipos de


conhecimentos, desenvolvendo uma gerência de projetos eficiente e um
plano minucioso. Ainda como parte do projeto, é preciso realizar uma
análise aprofundada dos processos de negócio, que deve estar muito
bem integrada e coordenada com a tecnologia que será utilizada
(BARRETO, 2007).

Para auxiliar os gestores neste processo, existem algumas metodologias


para a implementação de soluções de CRM. Porém, constata-se que não
são muitas as metodologias existentes e que a maioria foi desenvolvida

por empresas e institutos de tecnologia ou por empresas de consultoria


em CRM. Poucas são as contribuições das publicações acadêmicas
(CATUNDA; RABÊLO JR., 2009). Algumas das metodologias mais
conhecidas na literatura são as apresentadas a seguir.

METODOLOGIA DE PEPPERS AND ROGERS GROUP

A empresa de consultoria Peppers and Rogers Group é conhecida


mundialmente por ser especializada no desenvolvimento e
implementação de estratégias de negócios com orientação ao cliente.

Foi a responsável por criar a marca Marketing 1 to 1®, que contribuiu


para a disseminação dos conceitos de marketing de relacionamento e
do CRM (CATUNDA; RABÊLO JR., 2009; D’AVILA, 2006).

O modelo defendido por esses autores consiste em implantar as


estratégias de CRM com as seguintes etapas:

1. Análise dos requisitos de negócio: corresponde a compreender a


função da empresa e o mercado, para definir como ela deve se
relacionar com os seus clientes e quais são os recursos possíveis
para a implementação.

2. Definição da estratégia para o CRM: os gestores devem definir


estratégias que auxiliem a identificar e diferenciar os clientes, bem
como interagir com eles e personalizar o tratamento de cada um.
ASSIMILE

As ações identificar, diferenciar, interagir e personalizar


são conhecidas como metodologia IDIP. Elas auxiliam a
empresa a compreender melhor o perfil dos
consumidores e ajudam no processo de fidelização dos
clientes (QUINTINO, 2017).

3. Desenvolvimento de processos: os gestores precisam reestruturar

0
todo o processo organizacional para suportar a estratégia de CRM.

Ver anotações
4. Seleção e implantação da tecnologia: consiste na difícil e
complexa tarefa de implantar uma tecnologia que integre os
sistemas de back office e legado, aderindo às regras do negócio e
customizando de acordo com as necessidades da empresa.

5. Treinamento e mudança organizacional: fase em que as pessoas

envolvidas precisam aderir às novas estratégias e, por isso, realizar


treinamentos e desenvolver uma comunicação adequada a toda
organização.

6. Avaliação da estratégia e dos resultados: os gestores deverão


criar métricas de resultados que estão relacionados à perspectiva
dos clientes, processos, mudança organizacional, comunicação e
tecnologia implantada (D’AVILA, 2006). 

Figura 2.3 | Modelo Peppers and Rogers Group

Fonte: adaptada de D’Avila (2006, p. 57).

Conforme os autores da metodologia, a segunda etapa merece uma


atenção especial, pois nela são trabalhados os quatro aspectos
essenciais para a formulação da estratégia de CRM: identificar,
diferenciar, interagir e personalizar – metodologia IDIP (D’AVILA, 2006).
Em função de sua importância, vamos detalhar cada um deles:

Identificar: é importante que a empresa identifique cada cliente,


independentemente de qual seja o canal pelo qual ele tenha
escolhido entrar em contato com a empresa (QUINTINO, 2017). Em
termos práticos, significa conhecer detalhadamente qual é a
maneira de contato preferencial desse cliente, por quais motivos ele
interagiu com a empresa, suas reclamações, atitudes tomadas e
suas preferências.

0
Diferenciar: a diferenciação ocorre com a segmentação de mercado

Ver anotações
conforme o valor que ela apresenta para a empresa e de acordo

com as necessidades individuais dos clientes (QUINTINO, 2017). De


acordo com Quintino (2017), é nessa etapa que se definem os
clientes de maior valor (CMV) e os clientes de maior potencial (CMP).
Os CMVs são os clientes que realizam a maior parte dos negócios,
resultam em margens de lucro mais altas e são mais predispostos a
cooperar e ser mais fiéis. Já os CMPs são os clientes em potencial e,
por apresentar uma chance de crescimento, a empresa deve buscar

recursos como a venda cruzada e investir na manutenção desse


cliente, para tentar alterar seu comportamento de modo a torná-lo
um cliente que custe menos para a empresa.

Interagir: é por meio da interação que se desenvolve a relação de


aprendizado, muito importante na personalização do atendimento
que viabiliza a customização. Por isso, é importante mapear
detalhadamente quais são os desejos do cliente e ter condições de
atendê-los de maneira única e personalizada. Quanto maior a

interação, maior também será a condição da empresa de realizar a


customização (D’AVILA, 2006). Quintino (2017) ressalta que a
interação geralmente é bem-vista pelo cliente, pois reforça a
sensação de que a empresa realmente está preocupada com as suas
necessidades.
EXEMPLIFICANDO

Interação nas redes sociais

Afinal, quais são os conteúdos capazes de criar interação?

Conforme Ramos (2019), tudo depende do tipo da


atividade do negócio, da definição de público e de
persona.

Os conteúdos interativos nas redes sociais são todo


conteúdo que de alguma maneira traz o leitor para
participar com opiniões, comentários, ideias ou qualquer
outra manifestação (RAMOS, 2019).

Ramos (2019) afirma que quanto maior o conhecimento


do público, mais fácil será a personalização do conteúdo
que convida espontaneamente o leitor a participar e
interagir com a publicação.

Seguem algumas aplicações práticas, conforme Ramos


(2019):

Quizzes: redes como o Instagram têm essa


modalidade. O usuário pode criar uma pergunta ou
afirmação que instigue os leitores a responder.

Enquetes: recurso disponível no Instagram que pode


ser utilizado como forma de saber acerca da

0
satisfação e possíveis preferências ou, ainda, para

explorar diversos tipos de conhecimento que

Ver anotações
identifiquem as necessidades dos clientes.

Conteúdos virais: podem ser utilizados em qualquer


rede social. O usuário utiliza a criatividade para

explorar situações cotidianas que favoreçam o


compartilhamento do conteúdo para diversas outras

pessoas do contato.

Brincadeiras: pode ser uma caça-palavra ou enigma.

As pessoas adoram ser desafiadas e participar desse


tipo de atividade.

Essas são as principais práticas e, conforme a criatividade,


podem ser utilizadas de diversas outras formas.

Personalizar: é após a interação que a empresa tem condições de

entregar experiências únicas de relacionamento com o cliente,


agregando maior valor a cada transação e gerando a fidelidade

(D’AVILA, 2006). Assim, a personalização de uma experiência acaba


sendo uma ação criativa de grande valor, que resulta em um enorme

reconhecimento por parte do cliente (QUINTINO, 2017).

REFLITA

Você conhece alguma empresa que já foi capaz de entregar

algo além das suas expectativas? Se sim, essa experiência de

consumo fez com que você fosse fiel à empresa? Pense e faça
uma reflexão com outras pessoas.

A metodologia de Peppers and Rogers Group foi considerada um


grande marco para os estudos de marketing de relacionamento; foi

publicada diversas vezes e difundiu a filosofia de relacionamento para


as empresas.

METODOLOGIA DE MIRIAM BRETZKE

Essa é uma metodologia desenvolvida por uma brasileira, Miriam

Bretzke, consultora de empresas e uma das primeiras autoras a


contribuir com literatura sobre marketing de relacionamento e CRM no

Brasil – uma obra resultante de seus trabalhos de mestrado e

doutorado (CATUNDA; RABÊLO JR., 2009).

Dentro da sua metodologia, ela propõe quatro etapas essenciais para a

implantação da estratégia de CRM (CATUNDA; RABÊLO JR., 2009;


SCHWEITZER, 2004):

1. Definição e planejamento do modelo de relacionamento: etapa


em que a alta gestão deve estar envolvida, pois trata questões

essenciais a respeito da postura de atendimento ao cliente e outras


mudanças estruturais realizadas para aderir à nova modalidade com
foco no cliente. É durante essa etapa que serão definidos como será

o tratamento com o cliente, quais serão os eventos de

relacionamento que gerarão resposta e a que tempo, e como será o

0
plano de comunicação para gerar relacionamento e desenvolver a

Ver anotações
entrega de valor segundo os princípios do CRM (SCHWEITZER, 2004).

2. Redesenho dos processos de atendimento ao cliente:

corresponde à etapa em que a empresa deve realizar um


levantamento e documentar todos os processos que envolvam o

atendimento ao cliente, de forma direta ou indireta. Após esse


levantamento, a empresa faz o redesenho dos processos,

detalhando a divisão das tarefas que envolvem o atendimento ao

cliente e as recomendações dentro do contexto dos recursos de TI


(SCHWEITZER, 2004).
3. Seleção da solução: envolve a escolha do software ideal conforme o

modelo de relacionamento determinado pela empresa. Após definir


qual o sistema utilizar, a empresa deve se preocupar com a melhor

estrutura de hardware que atenda satisfatoriamente às

0
necessidades desse aplicativo (CATUNDA; RABÊLO JR., 2009).

Ver anotações
4. Implantação da tecnologia de CRM: é a fase da aplicação do

processo de revisar a forma de pensar no negócio em toda a


empresa. Assim, para materializar a estratégia de CRM, serão

implantados técnicas, tecnologias e processos (CATUNDA; RABÊLO


JR., 2009).

Figura 2.4 | Metodologia de Miriam Bretzke

Fonte: elaborada pela autora.

METODOLOGIA DE RICHARD LEE

Richard Lee contribuiu com várias publicações acerca da implantação de

sistemas de CRM e foi um dos pioneiros a tratar do assunto no meio

acadêmico (D’AVILA, 2006). Dentro de sua metodologia, ele defende que,


para implantar o CRM, a empresa deve constituir uma equipe com no

mínimo uma pessoa de cada uma das áreas (marketing, vendas,


atendimento ao cliente e tecnologia da informação), com autonomia

para a tomada de decisões (SCHWEITZER, 2004). Ao ser formada, essa


equipe coordenará a implementação do CRM, que se divide em quatro

etapas, conforme Figura 2.5:


Figura 2.5 | Etapas para implantação de CRM – Richard Lee

0
Ver anotações
Fonte: adaptada de Schweitzer (2004, p. 28).

1. Definição e implantação das estratégias de negócio centradas

no cliente

Inicialmente, a equipe responsável deverá:

Verificar, conforme os objetivos da organização, qual a estratégia


adequada para o CRM.

Identificar os recursos financeiros dos quais a empresa dispõe


para a implantação do sistema.

Analisar a empresa sob a perspectiva do cliente: produto/serviço,


preço, motivo da compra, qualidade, relacionamento entre

cliente e empresa etc.

Analisar quais são as principais características e benefícios dos

produtos e serviços que a empresa oferece.

Avaliar os canais de vendas e suprimentos.

Após a análise de todos os itens apresentados, é possível definir


estratégias para:

Desenvolver os clientes potenciais (ofertar novos produtos e

serviços para os clientes existentes).

Adquirir novos clientes potenciais.

Descobrir novos segmentos de mercado.

Criar novos produtos e serviços.

Desenvolver novos canais de relacionamento (loja on-line,

internet e outros).

Priorizar as estratégias e oportunidades.

É importante que cada estratégia apresente metas e objetivos e,


para toda meta, deve-se estabelecer métricas para avaliar e

mensurar os resultados.

2. Redesenho das atividades

Estabelece quais são as mudanças necessárias para implementar as


estratégias definidas anteriormente. Para isso, é preciso realizar o
redesenho das atividades departamentais e estabelecer quais são as

responsabilidades de cada pessoa envolvida no processo.

3. Reengenharia do processo

0
Com a prática do CRM altera-se o fluxo de informações da empresa,
necessitando alterar os processos organizacionais. Assim, a equipe

Ver anotações
deve desenvolver um mapa de dados descrevendo detalhadamente

como a informação flui atualmente na organização. Deve-se


identificar quais são as atividades que envolvem informações dos

clientes, como elas fluem de um lugar para o outro e em qual


formato. Após essa análise, será possível verificar se há necessidade

de alterar o processo para agregar maior valor ao cliente ou


identificar se o processo pode ser mais eficaz e eficiente com o uso

de tecnologia e integração dos dados. 

4. Implantação da tecnologia

Nessa última etapa, a equipe deve verificar como o uso das soluções

tecnológicas contribuirão para trazer resultados efetivos nos


processos. Assim, é importante descrever uma lista de requisitos

necessários para o sistema de CRM e avaliar qual a melhor solução


tecnológica compatível com essas necessidades. 

Pesquisando outras metodologias de implementação de CRM, verifica-


se que existe uma certa semelhança entre os principais métodos

encontrados. Os autores Catunda e Rabêlo Jr. (2009) relatam que


algumas etapas do plano são bem semelhantes àquelas de quando são

implementados outros tipos de sistemas. O que difere uma metodologia

de outra é que, dependendo do autor, são enfatizados alguns aspectos


mais específicos ou dá-se mais atenção a alguns pontos críticos durante

a sua implementação. Assim, a implantação do CRM exige muito


cuidado com diversos aspectos, como a metodologia, a tecnologia, a

estratégia da empresa em si, a demarcação detalhada do processo de

atendimento, o envolvimento de todos os membros da organização e


um acompanhamento constante de seus resultados.

REFERÊNCIAS

BARRETO, M. I. F. Um modelo para planejar, implantar e


acompanhar a estratégia de CRM (Customer Relationship

Management). 2007. 175 f. Tese (Doutorado em Engenharia de

Produção) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.

CATUNDA, R. L.; RABÊLO JR., J. M. S. Seleção e implantação de CRM como

solução tecnológica empresarial: teoria e prática. In: ENCONTRO DA


ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO, 2., 2009, Recife. Anais […]. Recife,

2009.

CASAROTTO, C. Conheça os 9 passos para implementar uma estratégia

de CRM na sua empresa. Blog Rock Content, 4 dez. 2018. Disponível


em: https://bit.ly/30StV2J. Acesso em: 22 jun. 2020.

D’AVILA, R. Um método para a adoção de estratégias de CRM


orientado para tecnologia e processos organizacionais. 2006. 125 f.

Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Universidade


Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2006.

0
EBERLE; L; BAMPI, R. E.; MILAN, G. S. A incorporação de um sistema de

Ver anotações
CRM na prática gerencial em uma empresa prestadora de serviços da

Serra Gaúcha. In: SEGET – SIMPÓSIO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO E

TECNOLOGIA, 6., 2009, Resende. Anais […]. Resende, 2009. Disponível


em: https://bit.ly/3377Lwf. Acesso em: 28 jun. 2020.

MACHADO, A. Customer Experience é uma área ou um processo?


Mercado & Consumo, 16 abr. 2019. Disponível em:

https://bit.ly/3jQQ8GQ. Acesso em: 31 maio 2020.

MARTIN, E. Um canal para cada cliente. Consumidor Moderno, 5 set.

2019. Disponível em: https://bit.ly/2P31xW3. Acesso em: 9 jun. 2020.

QUINTINO, T. Marketing de relacionamento e programas de

fidelização. Série Universitária. São Paulo: Senac, 2017. E-book.

RAMOS, A. J. Interação nas redes sociais: como se aproximar do seu

público nas diferentes mídias sociais. Blog Rock Content, 20 fev. 2020.
Disponível em: https://bit.ly/3jHugxE. Acesso em: 22 jun. 2020.

SCHWEITZER, A. Pressupostos para o gerenciamento de soluções de


CRM (Customer Relationship Management). 2004. 168 f. Tese

(Doutorado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal de

Santa Catarina, Florianópolis, 2004.

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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO

METODOLOGIAS DE

0
Ver anotações
APLICAÇÃO DE CRM

Emilia Yoko Okayama

COMO IMPLANTAR O CRM EM UMA ACADEMIA?

Para isso, você pode aplicar a Metodologia de Peppers and Rogers Group. Bom
trabalho!

Fonte: Shutterstock.

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Áudio disponível no material digital.

SEM MEDO DE ERRAR

Você é o consultor responsável por auxiliar Reginaldo, dono da


Academia Boa Forma, a implementar o projeto de CRM em sua

empresa. Após discutir os princípios do CRM e as possibilidades de


tecnologia, está na hora de desenvolver o projeto como um todo, por
meio de metodologias de implantação de CRM. Para isso, você tomará
as seguintes ações:

1. Explicar para o empresário qual a importância em seguir uma


metodologia de implantação de CRM.

2. Trabalhar com a Metodologia de Peppers and Rogers Group,


apresentando as principais etapas dessa metodologia dentro do

contexto da academia.

3. Trabalhar o método IDIP, que consiste na segunda etapa dessa


metodologia.
Quando à primeira ação, você deve explicar para Reginaldo que a

implantação da estratégia de CRM é uma tarefa complexa, em que o

gestor necessita considerar inúmeras variáveis e particularidades no


contexto de negócios, exigindo, portanto, um planejamento minucioso

0
com uma metodologia sistemática que direcione a implantação dos

Ver anotações
princípios de CRM de forma eficaz.

Em relação à segunda ação, reforce ao proprietário da Academia Boa

Forma que antes mesmo de agir é preciso utilizar uma metodologia


para desenvolver um projeto consistente. No caso da Metodologia de
Peppers and Rogers Group, trata-se de analisar e detalhar as etapas

0
seguintes:

Ver anotações
1. Análise dos requisitos de negócio: a academia está situada em

uma cidade com 300 mil habitantes e é a mais conceituada da


cidade. Existe uma grande popularidade entre o segmento das
classes B e C. O estabelecimento tem como objetivo priorizar

serviços de qualidade aos seus clientes, com atividades físicas,


equipamentos e profissionais de excelente qualidade. A academia
atende vários tipos de segmentos (idosos, por modalidade de

atividade, por objetivo e outros), e o CRM auxiliaria a atender melhor


a cada um desses segmentos, facilitando a compreensão das
necessidades de cada público e atendendo melhor às necessidades

de cada um.

2. Definição da estratégia para o CRM: a academia por si só oferece

serviços de boa qualidade, mas quer melhorar, compreendendo e


atendendo às necessidades específicas de cada cliente pelo CRM.
Assim, é possível fidelizar o maior número de clientes e, mais à

frente, expandir os negócios, o que é o sonho de Reginaldo. (Na


terceira ação, será aplicada a metodologia IDIP.)

3. Desenvolvimento de processos: haverá a implantação da


tecnologia como também de várias outras mudanças estruturais.
Existem muitas possibilidades de reestruturação, mas o ideal seria

que o empresário tivesse um gerente administrativo que o auxiliasse


a acompanhar e trabalhar com as informações que virão com a
adoção do CRM. A empresa é pequena, mas precisará de alguém

que fique responsável por gerenciar informações para possíveis


tomadas de decisão.

Toda a equipe precisará trabalhar com foco no cliente, logo é preciso


verificar a aptidão de cada profissional para direcionar esse

atendimento. Em uma academia, a percepção de satisfação virá


principalmente desses profissionais. Eles terão acesso às
informações do cliente para atender melhor às suas necessidades.

Também será preciso melhorar o canal de comunicação como um


todo. E Reginaldo terá um papel primordial: acompanhar todas
essas mudanças e motivar as pessoas na busca de resultados.

4. Seleção e implantação da tecnologia: a princípio, o CRM


operacional já trará suporte para muitos dos princípios do CRM. É

preciso integrar o banco de dados já existente, verificar se existe


necessidade de atualização de dados, integrar com a tecnologia e
utilizar as informações provenientes para a melhoria do

atendimento.
5. Treinamento e mudança organizacional: é necessário realizar

treinamento para que os profissionais da academia compreendam a


cultura da empresa com foco no cliente e saibam operacionalizar
conforme os princípios adotados.

0
Ver anotações
6. Avaliação da estratégia e dos resultados: seguindo a estratégia
acordada, deve-se definir métricas de resultado para serem
acompanhadas durante a implantação. Algumas possíveis métricas

para a academia são, entre outras:

0
Identificar novas necessidades e adequá-las à empresa.

Ver anotações
Verificar o nível de satisfação e a sua evolução por período após
a implantação do CRM.

Verificar o nível de retenção de clientes e avaliar a sua evolução.

Avaliar as mudanças necessárias e os resultados atingidos.

Avaliar se o canal de comunicação está sendo efetivo tanto para


clientes como para os usuários da empresa.

Avaliar a adequação da tecnologia.

Avaliar o atendimento da linha de frente.

Esse acompanhamento deve ser constante e evolutivo, no sentido de


corrigir algumas inadequações e aperfeiçoá-las.

Por fim, a terceira ação consiste em aplicar a metodologia IDIP:

Identificar: quando o cliente entra em contato com a academia,


deve ser realizado um esforço no sentido de integrá-lo à tecnologia
para poder conhecê-lo melhor e incluí-lo no seu histórico de
interação. Qual foi o canal que ele utilizou e por qual motivo? Assim,

a empresa deve pensar quais são os canais possíveis para melhorar


esse primeiro contato ou para incentivar a sua procura pela
empresa. Um ótimo exemplo é o cadastro de pessoas que se
interessam pelos serviços da academia. Além do contato por
telefone, quais outros canais (site, redes sociais, e-mail) a empresa
deve abrir?

Diferenciar: após o cadastro ou contato com a empresa, ela busca


interagir para conhecer melhor o cliente. Assim, obterá dados como

idade, profissão, motivo do interesse pela academia, modalidades de


interesse, frequência, preferência de planos e outros. Dessa
maneira, é possível, conforme o histórico, identificar os clientes em
potencial e trabalhar com uma comunicação personalizada, bem
como com a oferta de serviços ou planos que melhor condizem com
a sua situação. O cliente também ficará satisfeito com essa forma de

atendimento direcionado.

Interagir: dentro dos serviços de uma academia, os profissionais da

linha de frente farão toda a diferença na satisfação do cliente. É


importante manter a comunicação personalizada e direcionar as
atividades físicas conforme o interesse desse cliente. Apesar de
todos os clientes terem como objetivo a atividade física, os
interesses de cada um podem ser muito diversos, e o profissional
deve se atentar para atendê-lo melhor. A relação do aprendizado
com o cliente acontece durante a oferta de serviços e, por isso, o
profissional deve saber pelo CRM quais são as particularidades,
como também acrescentar as informações pertinentes que
surgirem.

0
Ver anotações
Personalizar: com maior interação e conhecimento do cliente, é
possível criar experiências que podem surpreendê-lo. O dia do
aniversário pode ser a oportunidade para criar uma atividade
interativa e de socialização com todos os participantes, além de uma

0
chance de apresentar um desconto nas modalidades pelas quais ele

Ver anotações
já tinha interesse. Outras ideias: surpreender o cliente quando ele
atinge a meta que desejava na atividade física e apresentar um
desconto especial nas lojas parceiras (loja de esporte, nutrição,
estética) em datas especiais. Essas são formas criativas de deixar o
cliente satisfeito e feliz com a experiência na academia.
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NÃO PODE FALTAR

TECNOLOGIAS

0
Ver anotações
APLICADAS AO CRM

Tayra Carolina Nascimento Aleixo

QUAL É O OBJETIVO DO CRM?

Apenas capturar dados e agir conforme as evidências quantitativas expressas em


relatórios não é o objetivo do CRM, mas sim traçar estratégias com base no valor
da marca e na inteligência de produto capazes de aumentar as margens de lucro.

Fonte: Shutterstock.

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Áudio disponível no material digital.

CONVITE AO ESTUDO

lá, como vai? Você já notou o quão personalizados podem ser os

O diferentes pontos de contato junto ao consumidor? Já observou,

por exemplo, que ao baixar um conteúdo exclusivo de um site,


você dá em troca algumas informações suas? Tais informações podem
ser usadas para aumentar a assertividade do próximo contato da
empresa com você.

De outro modo, insumos são cada vez mais coletados por parte das
empresas para que seja possível realizar uma abordagem mais eficaz e

que, de fato, entregue valor para os clientes. Na outra ponta, você,

enquanto consumidor, começa a enxergar anúncios e a receber ofertas


que estejam mais aderentes aos seus interesses atuais.
Sobre o assunto, o conteúdo desta unidade de ensino o fará refletir

sobre a composição adequada de ferramentas tecnológicas necessárias

para estabelecer um programa de Customer Relationship Management


(CRM) adequado para cada negócio. Para tanto, abordará as tecnologias

0
aplicadas ao CRM, Big Data e tendências da área.

Ver anotações
Na primeira parte intitulada “Tecnologias aplicadas ao CRM”, serão

apresentadas ferramentas tecnológicas que, acompanhadas por regras

de negócio predefinidas, têm o potencial de trazer vantagens


mercadológicas para a marca mediante a ampliação da margem de

lucro.

A segunda parte, por sua vez, aborda os aspectos de volume,

velocidade, variedade e veracidade do Big Data, instância fundamental

para o funcionamento do sistema de CRM.

Por fim, a terceira parte fala sobre tendências. A convergência

tecnológica endereçou desafios para todas as organizações e, com a


chegada de tecnologias emergentes como a internet das coisas, renova

o rol de desafios propriamente ditos. Ainda na terceira parte,

considerando a complexa malha midiática que acompanha a rotina das


pessoas e das organizações, será abordado o conceito de mobile first.

Bastante utilizado no universo de programação, o mobile first vem


apoiar um novo olhar que se forma sobre a experiência do usuário. Tal

olhar considera, especialmente, a relevância da mobilidade nos dias de

hoje.

PRATICAR PARA APRENDER

Estudar as tecnologias que podem ser aplicadas em um programa de


Customer Relationship Management (CRM) parece um tanto quanto
inviável. Sim, inviável, pois as tecnologias estão disponíveis no mercado,

mas a decisão por sua adoção está a cargo do profissional responsável.

Seria, portanto, contraproducente listar todas as tecnologias existentes,

elencando fornecedores e funcionalidades. Por outro lado, faz sentido


refletirmos sobre os principais pilares da sustentabilidade estratégica no
tocante ao programa de CRM.

Com outras palavras, você deve, a esta altura, tomar ciência do quão
necessário é adotar uma postura crítica, autônoma e criativa no
ambiente de trabalho, pois tal conduta o transforma em um
profissional capaz de resolver problemas dentro das organizações,
sejam eles quais forem.
Não existem receitas prontas que atendam às necessidades de todas as

marcas, de todos os negócios. De todo modo, chamamos a sua atenção


para o potencial do CRM para o aumento da margem de lucro e
também damos ferramentas para que possa decidir em qualquer

0
cenário.

Ver anotações
Construir vantagens mercadológicas em detrimento dos concorrentes é

tarefa do profissional de marketing, dedicado a estabelecer


relacionamentos duradouros e rentáveis para a empresa. Falar sobre
tecnologias que possam automatizar etapas deste processo, portanto,

requer entendimento sobre os riscos atrelados ao processo decisório,


bem como com relação à sua manutenção.

Por falar em risco, nesta seção, também será apresentado o conceito de


retorno sobre investimento ou, simplesmente, ROI. Uma ferramenta
que poderá auxiliar no processo de decisão sobre uma ou outra

abordagem ou campanha que trouxe, noutros momentos, melhores


resultados em detrimento das demais.

A fim de colocarmos os conhecimentos a serem aprendidos em prática,


vamos analisar a seguinte situação-problema: Leila é dona de uma loja
virtual dedicada à venda de casas, arranhadores, playgrounds e outros

acessórios para gatos. Nos últimos doze meses, assistiu suas vendas
despencarem com a chegada de novos concorrentes (ou pelo menos
dos anúncios de novos concorrentes) no mercado.

Apesar de atuar em todo o território nacional e de já ter enviado


encomendas para o exterior, Leila sempre deu preferência para

campanhas promocionais que beneficiassem moradores da região onde


está localizada a sua fábrica. Como nasceu por lá, ela tem o desejo de
estabelecer uma boa reputação da fábrica em sua cidade.

A consultoria para a qual você presta serviços foi contratada para ajudar
Leila a entender quais seriam as melhores decisões para sanar o

problema instaurado, além de ajudá-la a decidir quais os próximos


passos com relação a novas campanhas para o ano corrente. O intuito é
reverter o quadro negativo com soluções de CRM.

Logo na primeira visita, você recebeu as seguintes informações:

A campanha de Inbound Marketing do ano passado foi um fiasco.


Foram investidos 6 mil reais para direcionar a campanha aos
moradores próximos da fábrica e captados 5 mil reais em receita

advinda desta campanha.

O antigo gerente de marketing solicitou a compra de um sistema de


CRM, mas os dados coletados jamais foram analisados ou
receberam manutenção de qualquer tipo.

Além disso, nenhum treinamento foi ministrado para que o pessoal


de vendas ou atendimento ao consumidor pudesse utilizar os

benefícios do sistema supracitado.


A última oferta promocional foi feita para clientes que moram na

mesma região da fábrica. Nenhuma compra foi efetuada.

Qual é a sua análise, neste primeiro momento, acerca do uso de CRM

0
por parte da empresa? Respondida esta pergunta, vamos às próximas:

Ver anotações
Será que as campanhas realizadas são metrificadas para

acompanhamento do seu (in)sucesso? Para responder a esta


pergunta, calcule o ROI da campanha de Inbound Marketing.

A conduta de implantação do sistema de CRM foi a correta?

Será que a fábrica conseguiu retorno sobre o investimento feito no


sistema de CRM?

E, ainda, será que o público-alvo está definido da maneira correta?

Essas perguntas deverão nortear a sua resposta. A ideia é que você

retome os conceitos, ferramentas e riscos explanados ao longo do


conteúdo para que possa tomar uma decisão, junto à Leila, que faça
sentido para o negócio e a ajude a caminhar no sentido da

sustentabilidade estratégica e mercadológica.

Veja, o desafio está só começando e o sucesso depende apenas de você!

Quanto mais repertório angariar, maior será a sua facilidade em lidar


com os desafios impostos no dia a dia, dentro das organizações. Vamos
em frente!

CONCEITO-CHAVE

A essa altura, você já domina o conceito de Customer Relationship


Management e conhece os precedentes históricos responsáveis por sua
construção. Agora, chegou a hora de aplicar todos os conhecimentos
adquiridos e exercitar a capacidade de autonomia na resolução de
problemas. 

Para começar, reflita sobre a penetração das tecnologias da informação


e comunicação que não somente permitiram aos consumidores ficarem
mais informados e próximos das marcas que consomem, como também

aprimoraram a rotina de análise dos profissionais do marketing.

O refinamento da captura e tratamento de dados trouxe maior acurácia

no que tange à inteligência de mercado, enquanto ferramenta de CRM.


De outra forma, capturar informações do cliente garante um
posicionamento e abordagem comunicacional mais assertivos para a
marca.

Isso quer dizer que, conhecendo tão bem o consumidor, a marca


poderá construir laços mais estreitos com ele. Além disso, tal
inteligência também permite uma atuação mais consciente que
respeita, inclusive, a etapa do processo de compra em que o
consumidor se encontra.
A título de ilustração, caso ele esteja ainda no início de seu
relacionamento com a marca, ela deverá fazer um trabalho mais voltada
para apresentação e conscientização da proposta de valor ofertada, por

meio de produtos e serviços do portfólio.

0
Por outro lado, se o consumidor estiver em uma etapa mais avançada, a

Ver anotações
abordagem deve ser diferente, mais focada e personalizada. Para tanto,
há a captura de dados do consumidor dentro da sua navegação, por
exemplo, em um e-commerce. Esses dados dão pistas sobre a intenção
deste consumidor com a empresa, como comprar um determinado livro
ou tênis.

Reiterando a ideia anteriormente apresentada, portanto, não faz


sentido disparar as mesmas mensagens tanto para o consumidor que
ainda está em contato inicial com a marca como para aquele que já é

um consumidor reincidente, fiel.

EXEMPLIFICANDO

Entendendo que a régua de comunicação difere para


categorias distintas de públicos, o YouTube permite que o

produtor de conteúdo posicione vídeos diferentes para


públicos diferentes, nos conteúdos em destaque. Com outras
palavras, é possível destacar um vídeo de apresentação na
página inicial do canal para inscritos recorrentes e outro,
diferente, para novos visitantes. Legal, não?

Agora imagine ter que analisar manualmente a etapa na qual se


encontra o consumidor para, em seguida, formatar um conteúdo
específico para enviá-lo. Seria economicamente inviável para qualquer
negócio que se pretende ágil, eficiente e escalável.

Por isso, a tecnologia vem apoiar as marcas em toda a jornada do


consumidor. De forma que as empresas digitais sejam suficientemente
ágeis na tratativa, com abordagens personalizadas e, ao mesmo tempo,
escaláveis.
Para ficar mais claro, vamos pensar em uma loja virtual de livros. A
empreendedora, dona da loja, busca fidelizar os clientes com uma nova
oferta de assinatura mensal. Com tal assinatura, os amantes de cada
categoria recebem uma caixa, todo os meses, com três diferentes livros,

0
lançamentos ou clássicos. Para viabilizar a assinatura mensal da loja

Ver anotações
virtual, no entanto, é preciso criar uma nova forma de pagamento que,
inclusive, alimentará os pedidos que deverão ser entregues, todos os
meses, na casa de cada um dos assinantes. Além de cuidar da parte de
estoques, pagamento e logística, a loja também deverá capturar, caso
ainda não as tenha, informações de preferência dos assinantes acerca

das categorias de livros preferidas.

Veja, uma simples inovação de oferta pode acarretar uma série de

decisões que formarão o conjunto de regras de negócio e


funcionalidades por detrás da operação. De outra forma, as instruções
de separação dos livros deverão ocorrer a partir de um conjunto de
instruções preestabelecidas para garantir a eficiência do processo. De
preferência, que essa escolha seja feita automaticamente, mediante um
algoritmo feito para garantir a mesma tratativa para todos os clientes.

Sob a perspectiva do risco, a sistemática supracitada pode trazer


personalizações que não fazem sentido para o usuário depois de

determinado tempo. Com outras palavras, o cliente pode perder alguns


interesses, estar em uma fase diferente da vida ou mesmo mudar de
opinião ao longo do tempo. O sistema precisa considerar possíveis
variáveis que sinalizem essa mudança de rumo e revitalizar os dados
atrelados àquele cliente em específico.

ASSIMILE

Imagine uma gestante que, após dar à luz a sua bebê, ainda
recebe ofertas relacionadas à gravidez do aplicativo de
cosméticos que costuma utilizar. A cliente pode ter a
impressão de que a marca não se preocupa com os

diferentes momentos da sua vida e acabar acumulando


percepções negativas a ponto de relatar a sua insatisfação
nas redes sociais.

Você já deve ter percebido, então, que o trabalho de CRM requer a


contínua captura de dados sobre comportamento, interesses e desejos
dos clientes. Somente dessa forma poderá garantir uma abordagem

assertiva e eficaz com relação aos produtos e serviços que, de alguma


maneira, poderão interessar, individualmente, a cada consumidor.
Além dos dados capturados dentro do próprio site ou das unidades
físicas da marca, ainda é necessário empregar ferramentas que
garantam a atração de tráfego novo para qualquer das esferas da
marca, seja física ou digital.

0
Prospectar clientes também demanda esforços de CRM, pois é a partir

Ver anotações
de insights anteriormente capturados que é possível conhecer o cliente

ideal do negócio, ou seja, o perfil de cliente que traz maior margem de


lucro para o negócio e, a partir daí, criar estratégias para atrair mais
pessoas deste perfil de cliente.

A partir do conhecimento apresentado são delineadas as características


demográficas, comportamentais e psicológicas da chamada persona. A
persona, portanto, traduz para os colaboradores internos qual é o perfil
do cliente que a marca pretende majoritariamente atrair. (Mais à frente,
o conceito de persona será retomado.)

Perceba que, neste ponto, o conceito de CRM se mistura com a ideia de


retorno sobre o investimento (ou simplesmente ROI). Nesta equação, o

investimento seria todo o esforço do marketing em atrair e reter o


cliente e, em contrapartida, quanto este cliente trouxe de valor para o
negócio. A representação do ROI pode ser expressa da seguinte
maneira:

 ROI = (
RECEI T A−CU ST O

CU ST O
) × 100  

Para uma primeira reflexão acerca do retorno sobre investimento,


imagine uma marca de barbeador trabalhando uma campanha
direcionada para crianças. Qual é a chance deste público adquirir ou
trazer lucro para o negócio? É diferente, por exemplo, de considerar a
mulher ou parceiro em uma campanha dedicada a datas especiais como

dia dos namorados. Ambos os públicos terão dinheiro e interesse nessa


aquisição, percebe?

O investimento precisa considerar o quanto o retorno futuro é


promissor, inclusive observando dados de campanhas passadas. Dessa
forma, adquirir novas tecnologias, ferramentas ou mesmo esforços para
aplicação de uma metodologia dedicada ao atendimento de um público
são todas decisões relacionadas ao ROI.

EXEMPLIFICANDO

A noção de ROI pode ser aplicada a diversos cenários de


investimento, tais como: campanhas de SEO – mecanismos
de otimização de busca, campanhas sazonais, Inbound
Marketing – conjunto de estratégias que visam atrair clientes
e outros.

Imagine uma marca que busca atrair mais leads – possíveis


clientes – na internet com postagens relevantes para o

público-alvo em seu blog. Somando as horas da equipe


dedicadas à escrita das postagens e o valor gasto com as
peças publicitárias, a marca investiu um total de 3 mil reais

durante o período de três meses e converteu 800 novos leads

em clientes que, por sua vez, representaram 20% do total de


vendas (sendo 20 mil reais a receita no período, 20% seria,

0
portanto, 4 mil reais). Vamos aplicar esses valores na

Ver anotações
equação do ROI?

 ROI = (
RECEI T A−CU ST O

CU ST O
) × 100  

 ROI = (
4.000−3.000

3.000
) × 100  

 ROI = 33,3%  

Agora imagine que uma nova campanha, voltada para o

mesmo objetivo de capturar maior volume de leads com


vistas à conversão de maior número de clientes, utilizou o

lançamento de e-books para captura de dados pessoais


capazes de aumentar a assertividade da abordagem

comercial e de marketing. Considere o mesmo período


aquisitivo de três meses.

Nesta nova condição, a marca conseguiu converter 3 mil

novos clientes, obtendo uma receita de 15 mil em detrimento


de um investimento de 5 mil – canalizados para a contratação

de especialistas para escrever o conteúdo e para a parte de


revisão e diagramação do material. Vamos às contas?

 ROI = (
RECEI T A−CU ST O

CU ST O
) × 100  

 ROI = (
15.000−5.000

5.000
) × 100  

 ROI = 200%  

Segundo o que nos mostra as taxas apresentadas, e salvo

uma análise mais profunda de esforço versus benefício, a


segunda campanha surtiu maior efeito, pois trouxe um

retorno maior sobre o investimento, frente à primeira


campanha.

Vale destacar que, assim como em outras áreas, dentro da


estratégia de marketing de conteúdo, o investimento se faz

necessário para aumentar a margem de lucro do negócio,


pois o esforço passa ser assertivo e focado no cliente ideal.

Então, se o CRM é o aspecto tangível, ou seja, o sistema que sustenta o


marketing de relacionamento, entender todas as etapas da jornada do

cliente é fundamental para saber em quais pontos investir, seja


recursos, esforços ou delineamento de estratégias mais pontuais.

A ação casada e bem alinhada entre a ação humana e a tecnologia da


informação traz ao CRM a potencialidade de contribuir ao máximo para

a saúde dos negócios (GUMMENSSON, 2010).


Veja, apenas capturar dados e agir conforme as evidências quantitativas
expressas em relatórios não é o objetivo do CRM, mas sim traçar

estratégias com base no valor da marca e na inteligência de produto

capazes de aumentar as margens de lucro.

0
Além de coletar, portanto, dados pessoais, o sistema precisa fornecer

Ver anotações
informações úteis que possam suportar a atuação da marca em cada
um dos estágios da jornada do consumidor. Ademais, informações

sobre os hábitos de consumo com relação a redes sociais e histórico de


busca (e, talvez, downloads) podem ser úteis para aumentar a

assertividade do próximo contato.

Dados primários coletados devem ser confrontados com dados

eventualmente disponíveis no mercado, por meio de relatórios e


pesquisas publicadas por outras instituições, como dados demográficos

do IBGE.

REFLITA

Combinar dados obtidos no microambiente com dados do

mercado obtidos noutras fontes externas (macroambiente)

permite aumentar a robustez das informações, o que traz


maior inteligência ao negócio propriamente dito (SANTOS,

2015).

A captura e tratamento dos dados são duas etapas minuciosas, pois um

erro nesta etapa poderá refletir em desagrado no trato com o cliente.


Imagine, por exemplo, receber uma oferta em seu e-mail, mas com a

grafia do seu nome errada. Provavelmente aquela mensagem não


despertará interesse.

Há, ao menos, quatro diferentes abordagens para tratar a etapa de


extração de dados, a saber: mineração de dados, perfil do cliente,

Análise RFM (Recency – Frequency – Monetary) e geração de relatórios.


Enquanto a primeira busca estabelecer padrões em meio aos dados

para ações preditivas, a segunda debruça-se no comportamento de

compra do cliente (sensibilidade a preço, quantidade comprada etc.). Já


a terceira abordagem utiliza dados de recência, frequência e valor

monetário para desenhar ações promocionais focadas. Por fim, a


geração de relatório almeja fornecer visualização acessível de dados

atualizados para os tomadores de decisão (SANTOS, 2015).

Como você pode notar, o cuidado com os dados é primordial para

estabelecer um bom programa de CRM. Agora, já parou para pensar o


quão importante é adotar uma estratégia para desenvolvimento desses

dados?

Segundo Santos (2015), há pelo menos quatro abordagens neste

quesito:
Construção de listas (obtenção de informações de clientes e

possíveis clientes).

Checagem de dados (atualização e varredura para validar os dados

0
capturados anteriormente).

Ver anotações
Conquista de novos clientes (tentativa de ir além da captura de

dados de identificação, estreitando a relação da marca com o


potencial cliente).

Fidelização dos clientes existentes (construção da fidelidade, com


database marketing, superando a conquista e buscando a retenção
dos clientes).

ASSIMILE

Banco de dados de clientes é diferente de database

marketing. Enquanto o primeiro refere-se ao “conjunto de


dados abrangentes sobre clientes atuais ou potenciais
atualizado, acessível e prático”, o segundo é, propriamente, o

“processo de construir, manter e usar os bancos de dados de


cliente […] para efetuar contatos e transações, além de

desenvolver relacionamentos com o cliente” (KOTLER;

KELLER, 2013, p. 150).

Para transformar a conquista em fidelização, a marca deve praticar a


escuta ativa. Insights gerados de reclamações, por exemplo, podem

garantir a perenidade do negócio. Imagine que uma pequena parcela


dos consumidores se importa em enviar feedbacks e, exatamente por

isso, a volumetria não importa tanto quanto o teor das críticas e

sugestões capturadas de quem já conhece o produto ou serviço e está


dispondo da sua opinião.

Não obstante, a sistematização dos dados não garante a eficiência e


personalização do processo de atendimento. Para isso é preciso contar

com um software de gestão do relacionamento com o cliente que, por


sua vez, possui a função de “recolher e usar informações detalhadas

sobre cada interação do cliente com a empresa” (MOHR et al., 2011, p.


333).

As características de um software como o supracitado são relacionadas


desde a automação da força de vendas, do call center e do marketing,

como também gerenciamento de catálogos on-line, carrinho de

compras e, por fim, acompanhamento das interações e preferências do


consumidor para uma venda ainda mais personalizada (SANTOS, 2015).

Especificamente com relação à automação, existem soluções integradas


de CRM no mercado que consideram os diferentes pontos de contato da

marca com o cliente, respeitando, inclusive, o formato de mediação


utilizado (e-mail, telefone, redes sociais, chat e outros).
A ideia, portanto, é escalar a personalização do atendimento. Ou seja,
ganhar escala na tratativa junto ao cliente, de forma a melhorar a

experiência do usuário por meio da personalização em massa apoiada


na tecnologia da informação (AIZAWA, 2017).

0
Ver anotações
Perceba que, caso os profissionais envolvidos no contato com o
cliente e no desenvolvimento de estratégias não estiverem
suficientemente engajados para utilizar e incorporar o CRM em sua
rotina, todas as decisões anteriores terão sido em vão. Os
investimentos em software e treinamento ganharão, neste cenário,
conotação de gasto.

Portanto, investir em tecnologia sem trabalhar a cultura da empresa

pode ser um risco considerável para o negócio. O investimento deve ser


seguido por constante uso das informações disponíveis para fomento

do vínculo da marca com o cliente. E isso tudo requer o


comprometimento do pessoal de linha de frente.

A integração de uma solução de CRM, portanto, deve ser realizada de


maneira a destruir as etapas do processo que antes existiam, para

recriar um processo que incorpore definitivamente o uso de


informações pontuais dos clientes nas áreas de call center, vendas e

marketing.

Assim como ressaltam Barreto e Crescitelli (2013, p. 39), muitas vezes é

preciso uma “transformação cultural na organização, que precisa

inculcar em cada colaborador sensibilidade em relação ao cliente”. 

Ainda sobre o assunto, Aizawa (2017) destaca quatro fatores críticos de

sucesso na implantação de um sistema de CRM: comunicação e foco nos


benefícios gerados no uso do sistema, suporte executivo para guiar a

transformação almejada, gestão da mudança para diminuir a resistência


das pessoas com relação a adoção do CRM e, por fim, treinamentos

para diminuir a insegurança com relação ao manuseio da ferramenta.

Em termos práticos, uma maneira de sensibilizar o uso de


informações provindas do CRM é a utilização do conceito de persona.
A persona é uma figura fictícia que, no entanto, encarna todas as
características do cliente ideal, aquele que traz maior margem de
lucro para o negócio, ou seja, o retorno é maior do que o
investimento feito para capturá-lo e retê-lo.

Quanto mais dados e informações dispor sobre a persona, melhor.

Agora, atenção: todas as colocações aqui feitas devem assistir ao que

preconiza a Lei Geral de Proteção de Dados. A empresa deve assegurar


a possibilidade de autorização ou cancelamento, por parte do cliente, no

que tange à utilização dos dados pessoais. Do contrário, além de


transgredir a lei, ainda será mal vista pelo mercado consumidor,

podendo sofrer com processos judiciais.


A pessoa física, enquanto titular dos dados, deve ter o direito de, ao

comprar um bem ou serviço, solicitar privacidade, esquecimento ou


mesmo revogar o acesso da empresa aos seus dados pessoais.

0
Em síntese, o uso de dados pessoais por parte das organizações
depende do consentimento expresso do titular dos dados, ou seja, a

Ver anotações
pessoa física deve concordar com o tratamento de seus dados,

conhecendo a finalidade para a qual será empregada. Todas essas


ações garantem que o proprietário dos dados tenha poder de decidir

sobre a forma como estão sendo empregados e, principalmente, por


quem estão sendo acessados.

DICA

Todo texto legislativo deve ser preferencialmente


acompanhado nas páginas oficiais do planalto. Dito isso, com

intuito de conhecer um pouco sobre o texto da lei que


preconiza a proteção de dados no Brasil, veja o artigo 5º:


Para os fins desta Lei, considera-se:

I - dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural identificada ou


identificável;

II - dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial ou étnica,

convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a organização de

caráter religioso, filosófico ou político, dado referente à saúde ou à vida


sexual, dado genético ou biométrico, quando vinculado a uma pessoa

natural. (BRASIL, 2018, [s.p.])

Caminhando para a finalização desta leitura, vale destacar os benefícios

do marketing de relacionamento para o negócio: ao entender as

necessidades do cliente, ofertando produtos e serviços que realmente


sanarão uma dor dele e, por outro lado, retendo funcionários

comprometidos, podemos garantir a satisfação dos primeiros. Somada


a inconveniência de trocar de fornecedor, o cliente tende a se

comprometer mais e mais com a marca, tornando-se fiel a ela


(BARRETO; CRESCITELLI, 2013).
Traduzindo para a perspectiva financeira, o CRM tende a reduzir custos,
aumentar o valor vitalício da base de clientes e, também, diminuir o

índice de perdas dos clientes, o que equivale a dizer obtenção de maior


margem de lucro. Em outras palavras, ajustar o processo de captura e

0
retenção de clientes aos investimentos realizados tende a aumentar os

Ver anotações
ganhos do negócio.

Por isso, vale a pena aprofundar o conhecimento sobre as ferramentas

disponíveis no mercado para compor a solução mais adequada para o


negócio. Aqui, vale destacar que não há intenção de esgotar o assunto,

mesmo porque a atuação consciente e autônoma é necessária para


qualquer realidade profissional. Bom trabalho!

REFERÊNCIAS

AIZAWA, M. Tecnologia aplicada. São Paulo: Editora Senac São Paulo,

2017.

BARRETO, I. F.; CRESCITELLI, E. Marketing de relacionamento: como

implantar e avaliar resultados. São Paulo: Pearson, 2013.

BRASIL. Presidência da República. Lei Geral de Proteção de Dados

Pessoais (LGPD). Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018. Disponível em:


https://bit.ly/315mJ51. Acesso em: 26 abr. 2020.

DEMO, G. et al. Marketing de relacionamento (CRM): estado da arte,


revisão bibliométrica da produção nacional de primeira linha,

institucionalização da pesquisa no Brasil e agenda de pesquisa. Rev.


Adm. Mackenzie (RAM), São Paulo, v. 16, n. 5), set./out. 2015, p. 127-

160. 

GUMMENSSON, E. Marketing de relacionamento total. 3. ed. Porto

Alegre: Bookman, 2010.

KOTLER, P.; KELLER, K. Administração de marketing. 14. ed. São Paulo:

Pearson, 2013.

MOHR, J. et al. Marketing para mercados de alta tecnologia e de

inovações. São Paulo: Pearson, 2011.

OUCHI, B. Manter o consumidor engajado é fundamental para o

negócio. Exame, Abril Branded Content 7 fev. 2020. Disponível em:

https://bit.ly/2YZgXz5. Acesso em: 21 abr. 2020.

PARENTE, A. M.; CARVALHO, P. M. A importância do marketing relacional

na gestão do restaurante sete portes. Dos Algarves: A Multidisciplinary


e-Journal, v. 34, 2019, p. 44-59. 

SANTOS, A. S. (Org.). Marketing de relacionamento. São Paulo:


Pearson Education do Brasil, 2015.
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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO

TECNOLOGIAS

0
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APLICADAS AO CRM

Tayra Carolina Nascimento Aleixo

COMO REVERTER O QUADRO NEGATIVO DE VENDAS


DA LOJA VIRTUAL DE UMA FABRICANTE DE ARTIGOS
PARA GATO?

Supere esse desafio aplicando soluções de CRM, com base nos seus
conhecimentos.

Fonte: Shutterstock.

Deseja ouvir este material?

Áudio disponível no material digital.

SEM MEDO DE ERRAR

Enquanto membro responsável da consultoria contratada por Leila,


você chegou às respostas que a fábrica precisava. Com a apresentação
da proposta em mãos, hoje é dia de reunião com a Leila.

Já na fábrica, você nota um desânimo geral do pessoal. Leila, por outro


lado, apresenta um ar de esperança. Acredita que poderá levar a

empresa ao crescimento sustentável.

Pois bem, justamente pensando em crescimento sustentável e, em

primeiro lugar, na perenidade do negócio, você inicia a sua

apresentação pontuando os itens a seguir:


1. A campanha de Inbound Marketing apresenta um ROI de

aproximadamente 16,7% negativo. Isso quer dizer que os

investimentos não foram recompensados. Algo na estratégia da


campanha não foi devidamente trabalhado.

0
2. Dados coletados, sejam eles primários ou secundários, devem ser

Ver anotações
revistos de tempos em tempos. De outro modo, uma pessoa que

eventualmente perdeu o seu gato pode ficar aborrecida de receber

novas ofertas da loja.

3. Deverá acontecer uma sensibilização de todo o quadro de

colaboradores com relação aos benefícios do marketing de


relacionamento, seguido de um treinamento massivo com relação às

ferramentas e potencialidades do sistema adquirido.

4. O público-alvo da marca será revisitado com vistas ao cliente ideal.

Após isso, será criada uma persona para traduzir o cliente ideal a

todos da empresa. Muito provavelmente a população da região não


seja muito afeita a gatos ou, ainda, as ações não estejam chegando

nas pessoas certas.

Agora, quais são os próximos passos para que Leila possa sanar todos

os desafios listados por você? Sim, você também deve fazer o exercício

de como chegar lá. Lembra que falamos o quão é importante uma


atuação suficientemente crítica, autônoma e criativa dos problemas?

As próximas ações serão, por item:

1. Novas campanhas deverão aguardar a definição do cliente ideal.

Após identificar o conjunto de clientes que mais trazem lucro em

relação ao esforço de conquistá-los, é necessário compreender as


características deste público, sejam elas demográficas, psicológicas

ou comportamentais.

2. É preciso fazer uma higienização do banco de dados. Em paralelo,

realizar pesquisas pontuais junto aos clientes, de modo a atualizar o

cadastro de cada um deles. Dessa forma, a assertividade das


próximas abordagens comerciais poderá ser maior.

3. Efetuar agendamento de apresentações do alto escalão da empresa,


assim como construção de conteúdo voltado para a comunicação
interna, que sejam dedicadas à sensibilização dos colaboradores

com relação à qualidade e personalização do atendimento dos


clientes. Além disso, deverão ser agendados treinamentos técnicos
com relação ao uso das ferramentas do sistema de CRM existente.
4. Como sinalizado no item 1, a empresa precisa entender qual a fatia

mais promissora de clientes que possui e, a partir disso, debruçar-se


para entender como criar vínculos emocionais com esses clientes,
com intuito de conquistá-los e fidelizá-los.

0
Divertido, não? O mercado é complexo, mas cheio de oportunidades

Ver anotações
para sermos melhores a cada dia. Por isso, aproveite as oportunidades

que surgirem para aplicar os conhecimentos que você for acumulando


ao longo da sua trajetória. Boa sorte!

AVANÇANDO NA PRÁTICA

DIGITAL INFLUENCER EM BUSCA DE MELHORES CONTRATOS

Joyce é digital influencer e quer aumentar a assertividade das pautas

elencadas em suas redes sociais. Atualmente, ela tem 300 mil


seguidores. Mas a taxa de engajamento não chega a 15%.

Para conseguir contratos melhores com marcas, quer trabalhar a


aproximação com o público, reformulando as suas publicações de
acordo com a preferência dos seguidores. Como poderá fazer isso?

RESOLUÇÃO 

Com marketing de relacionamento, Joyce poderá capturar


informações primárias, com relação tanto a características
comportamentais como também psicológicas, e combinar essa

análise com dados do IBGE, por exemplo. Ao descobrir o perfil


majoritário do seu público, pesquisar outras fontes de informações
que falam sobre esse perfil e buscar insights que possam ajudá-la a

engajar o público-alvo, aumentando a qualidade dos seguidores.


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NÃO PODE FALTAR

BIG DATA

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Ver anotações
Tayra Carolina Nascimento Aleixo

AS EMPRESAS PODEM ACIONAR DADOS PARA


ATENDER A QUAIS FINALIDADES?

Identificar clientes potenciais, endereçar ofertas personalizadas para determinados


conjuntos de clientes, tracionar o processo de fidelização do cliente e, por fim,
reativar clientes com gatilhos específicos – como datas especiais (KOTLER, 2000).

Fonte: Shutterstock.

Deseja ouvir este material?

Áudio disponível no material digital.

PRATICAR PARA APRENDER

Olá, como vai? A esta altura, estudar um pouco sobre infraestrutura


poderá subsidiar a tomada de decisão com relação a aspectos tais como

a composição do banco de dados que deverá sustentar o programa de


CRM da empresa onde trabalha.

Além da composição, é necessário entender como as fontes de dados


serão integradas ou mesmo como a visualização desses dados deverá
ser padronizada para toda a organização. Informações como estas são

sumárias na implantação de softwares de CRM.

Por isso, a leitura comporta definições e diferentes conceitos acerca da


instância de dados (data mining, database marketing e data warehouse).

Além disso, discute como soluções, também aquelas ligadas a cloud

computing, podem trazer agilidade e mobilidade para o time de


colaboradores envolvidos na jornada do cliente.
É oportuno dizer que o programa de CRM pode contar com softwares

que integrarão todos os setores ou, por outro lado, optar por combinar

ferramentas diversas para exercitar o foco do negócio no cliente.

0
Dessa forma, entender os requisitos e necessidades da área de negócio

também é fundamental para estabelecer um plano de estruturação

Ver anotações
operacional de tecnologia da informação que seja sustentável e

potencialmente expansível ao longo do tempo, conforme o negócio

cresça.

Por todas as decisões anteriormente citadas, a construção da atuação

consciente se faz necessária. É preciso que você seja protagonista e


tome responsabilidade pela atualização dos seus saberes, de modo que

independentemente das circunstâncias e das ferramentas que tiver à

disposição, você consiga tomar as melhores decisões.

Não obstante, mesmo que não atue diretamente com a questão da

infraestrutura, entender sobre o assunto o ajudará a ter visão ampla do


negócio, necessária para posições de liderança. O repertório ganha

novas informações, ao mesmo tempo que amplia a clareza sobre as

potencialidades e limitações de projetos que envolvem a adoção de


servidores para suportar o tráfego de dados na organização.

Imagine que você assumiu a gestão da área de marketing da Yumi X há


pouco tempo. As fontes de dados que recebe dos clientes vêm em

forma de planilha Excel, compartilhadas via nuvem por, inclusive, outros

setores envolvidos. Agora, como primeiro grande desafio, você precisa


compilar todas as informações para que não haja divergência e o CRM

possa, finalmente, ser implantado. Considere que o projeto tenha sido,


então, estipulado como intersetorial.

Você sabe que não precisa, necessariamente, contratar uma solução.

Mas deve, neste momento, sopesar os benefícios de um programa


próprio, com ferramentas pulverizadas e, por outro lado, de uma

solução integrada de algum fornecedor do mercado.

Vale citar que, no primeiro levantamento realizado, você descobriu que

outros programas já foram adotados, mas não obtiveram sucesso. A


principal causa foi a atualização não simultânea de informações, o que

acabou gerando descrédito por parte dos colaboradores e consequente


abandono do programa de CRM.

O primeiro requisito deve ser, portanto, integração e atualização


síncrona de informações. Considerando a atuação itinerante do time
comercial, você também precisa considerar a mobilidade como requisito

do projeto de implantação do programa de CRM.

Além dos requisitos supracitados, você também deve analisar as

necessidades do negócio para saber qual o tipo de CRM construir. A


Yumi X é um grande e-commerce da área de games e está prestes a
mudar, mais uma vez, o patamar de faturamento.
Para sustentar o crescimento, a Yumi X precisa começar a reter os

clientes. Há um expressivo número de evasão nos programas de


fidelização que tentou implantar, além de uma tímida taxa de recompra
no setor de acessórios que possui.

0
De posse das informações supraindicadas, responda às seguintes

Ver anotações
perguntas:

Como você, enquanto nova gestão, mitigará a falta de engajamento

dos times com relação ao uso do CRM?

E com relação à integração de dados de forma simultânea? Como

faria para alcançar a credibilidade e atualização das informações ali


expostas?

O requisito da mobilidade deverá ser atendido de que forma?

Considerando o ramo de atuação da empresa e seu atual problema

de retenção de clientes, qual(is) seria(m) o(s) tipo(s) de CRM mais


aderente(s) à necessidade do negócio?

De posse dos pontos de reflexão e das informações obtidas na


disciplina até aqui, com atenção especial para as informações desta
leitura, explane sobre as possíveis tratativas que, necessariamente,

devem cobrir os empecilhos colocados na situação-problema.

Anime-se com o universo de possibilidades que está prestes a conhecer!

Bom trabalho!

CONCEITO-CHAVE

O número de dados armazenados em todo o mundo pode ser


representado por uma curva crescente, especialmente desde que os
aparelhos com capacidade de conexão à internet foram ganhando

penetração no mercado.

Sob a perspectiva organizacional, a captura de dados sobre clientes e

todas as suas interações com a marca requerem um espaço de


armazenamento. Destarte, gerenciar e analisar tais conjuntos de dados
impõe às empresas a necessidade de interoperabilidade em sistemas e

plataformas distintas.

LEMBRE-SE

Lembre-se de que o objetivo de um programa de CRM é

antecipar desejos, aumentar as vendas e fidelizar clientes. Os


dados são, na prática, o insumo de todo o processo para
garantir melhores retornos quando o assunto é retenção e

fidelização de clientes.

De outra perspectiva, um programa de CRM vai além da

manipulação de banco de dados relacionados ao público-


alvo. Por isso, o CRM não pode ser entendido como
equivalente a ferramentas, mas sim como filosofia de

negócio orientada a cliente (ALVES; BARBOZA; ROLON, 2014;


PERIARD, 2010).

0
Nas palavras de Alves (2018, p. 125), “a base do CRM são os softwares de

Ver anotações
banco de dados dos clientes”. Por isso, em linhas gerais, é possível
representar o processo de CRM da seguinte maneira:
Figura 3.1 | Processo de CRM

0
Ver anotações
Fonte: elaborada pela autora.

De quem é a responsabilidade de alimentar o banco de dados do

cliente? De todas as áreas que atuam nos pontos de contato com ele –
desde marketing até call center – e, também, quando existente, da
célula de inteligência de mercado. Dessa forma, os dados podem ser
acionados, de maneira atualizada e completa, por outros
departamentos, e usados para obtenção de insights de novas
oportunidades de negócio.

Caso a empresa não conte com um programa de CRM, muito


provavelmente a disposição de dados pode recair em planilhas ou

mesmos post-its, a depender do tamanho e maturidade gerencial do


negócio.

Exatamente por isso, uma plataforma de CRM promete integração de


áreas quando o assunto é referente a dados de clientes e interações
destes com a marca. Do contrário, vendas e atendimento podem ter em
mãos informações divergentes em planilhas separadas ou, ainda, não
conseguir ter uma visão mais ampla da jornada do cliente, impedindo
que o próximo contato seja assertivo o bastante para elevar o nível de
satisfação obtido.

Do ponto de vista quantitativo, ter uma plataforma de CRM equivale a

37% de aumento na receita frente à captação de leads qualificados; 45%


mais satisfação dos clientes, pois com dados atualizados e relevantes, os
contatos ficam personalizados e, com isso, o cliente se sente único; e,
por fim, potencial de maior retorno sobre investimento na casa dos
quarenta pontos percentuais (Confirmit Inc, 2013 apud SALESFORCE,
2020).

Em se tratando do âmbito de decisão e levando em consideração o rol


de produtos e/ou serviços que a empresa oferta, os objetivos do CRM
precisam estar claros para que a melhor solução seja, então, adotada.

Segundo Cobra e Brezzo (2010), os objetivos do CRM são os que estão


elencados no quadro a seguir.
Quadro 3.1 | Objetivos do CRM

Objetivo do
CRM
Ações necessárias

0
Ver anotações
Retenção Processo de fidelização por meio do aumento da
satisfação dos clientes.

Customer Calibração da régua de comunicação junto ao cliente


share com a personalização do atendimento e de ofertas.

Novas Exploração de novas hipóteses de negócio com o


oportunidades conhecimento adquirido sobre os clientes.

Segmentação Categorização de clientes para canalização de


propostas assertivas.

Redução de Supressão de gastos improdutivos mediante maior

custos assertividade da abordagem junto ao cliente.

Rentabilidade Menor custo e maior eficácia levam a margens de


nas vendas lucro maiores.

Valor da Mediante retenção de clientes, o valor do tempo de


empresa vida do cliente com a empresa passa a somar como
ativo na empresa.

Fonte: adaptado de Cobra e Brezzo (2010, p. 68).

Os objetivos de CRM vão desde o ataque aos custos, com sua crescente
redução na linha do tempo, até a valorização do ativo cliente, no tocante
ao seu tempo de vida útil. Vale assinalar que os objetivos podem
coexistir e, por isso, a sinergia dos ganhos pode ser encarada como
vantagem competitiva frente ao mercado.

Agora, para optar pela solução mais adequada, após entender os


objetivos que o negócio busca com um programa de CRM, vale

mencionar que existem quatro diferentes tipos de CRM propriamente


ditos, a saber (ALVES, 2018):

CRM operacional: focado na eficiência, portanto, com soluções de


automação dos pontos de contato com o cliente.

CRM analítico: focado na identificação e no acompanhamento de


diferentes perfis de clientes.

CRM colaborativo: voltado à integração dos dados provenientes de


diversos setores da organização; por isso, conta com a colaboração
de todos para estabelecimento do fluxo adequado e atualizado de
dados.

CRM social: componente voltado para a interação com o cliente em


mídias sociais, enriquecendo a base de dados com informações dos
clientes.

Frente aos diferentes objetivos e tipos de CRM, a empresa pode compor


a solução que melhor a atenderá. Deste modo, como já mencionado,

0
poderá combinar diferentes soluções existentes no mercado para
ganhar eficácia nos processos ligados à captura de dados e interações

Ver anotações
junto aos clientes.

Com relação à questão do armazenamento, pode-se partir de dois


pressupostos: CRM local ou CRM em nuvem. O primeiro requer um

servidor físico na empresa, com capacidade própria de armazenagem


para sustentar a plataforma de CRM propriamente dita. Por outro lado,
o CRM em nuvem é baseado em cloud computing e, portanto, depende
necessariamente de conexão com a internet para funcionar.

ASSIMILE

Cloud computing (do inglês, “computação em nuvem”) diz


respeito ao fornecimento de recursos mediante hospedagem
em servidores remotos. Por isso, o acesso deve ser feito via
internet.

Vale ressaltar os pontos positivos do CRM em nuvem: não requer


espaço de armazenamento próprio, servidores físicos ou gente alocada
para a sua manutenção. Há provedores de CRM que dispõem de espaço
na nuvem para que os clientes possam utilizar. Essa modalidade de CRM
pode, inclusive, ser chamada de software as a service (SaaS).

Nesta esteira, a arquitetura de solução prevê, portanto, as diferentes


necessidades do negócio em detrimento das fontes de dados existentes.
Neste ínterim, existem ferramentas capazes de fazer os dados

transitarem nos moldes do web service para atender aos requisitos de


integração e interoperabilidade de CRM do tipo SaaS.

Web services são especialmente interessantes neste contexto, pois


promovem a compatibilização na transferência de informações. Neste
sentido, podem funcionar como uma API (Application Programming
Interface) no que tange à integração de diferentes plataformas. Dentre
os benefícios no uso de web services estão: isenção da compatibilidade
com relação à linguagem de programação entre diferentes softwares,
conexão com aplicações diversas e, por fim, variedade de fornecedores

interessados em angariar o maior número de usuários possível. 

Não obstante, o trabalho de Marques et al. (2017) indica que a


ferramenta Restify tem apresentado melhor desempenho frente a
concorrentes como REST e SOAP. A ferramenta permite gerenciar e
integrar múltiplos bancos de dados relacionais.

Os web services baseados na arquitetura REST são conhecidos por


RESTfuls. Apresentam características atraentes para aplicação comercial,

pois são simples, flexíveis e apresentam alto desempenho e capacidade


de padronização (MARQUES et al., 2017).
O Restify vem, portanto, suprir a lacuna entre aplicações e arquiteturas.

Funciona como uma interface capaz de definir mecanismos de

descrição, localização e comunicação (MARQUES et al., 2017). 

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Vale pontuar que, por detrás de URLs de requisição de respostas,
diferentes tipos de perfis devem ser desenhados. De outro modo, são

preestabelecidos diferentes níveis de acesso a dados, considerando o

nível hierárquico e, principalmente, as atividades compreendidas no

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escopo de cada um dos usuários (lado da empresa).

Ver anotações
A título de ilustração, com o login em mãos, um colaborador de
marketing pode ter diferentes permissionamentos e restrições de

acesso frente a uma colaboradora de vendas, por exemplo. Aplicando a


solução Restify, ela “oferece uma interface web para usuários DBA

disponibilizarem seus bancos de dados como serviços por meio de URLs


acessíveis” (MARQUES et al., 2017, p. 1326).

A discussão até aqui trouxe a aplicação de uma única solução.


Perceba, no entanto, que o estabelecimento da solução adequada
depende, dentre outras variáveis, da composição do banco de dados
e dos requisitos do negócio em si.

Pela razão supradescrita, a intenção agora é tornar genérico o processo


decisório acerca do emprego de banco de dados. Banco de dados,

conforme Peppers & Rogers Group (2004) afirmam, é todo e qualquer


conjunto de informações mediante registros computadorizados: desde

listas simples até dados complexos sobre clientes. Dados, por sua vez,

referem-se a “qualquer elemento identificado em sua forma bruta que,


por si só, não conduz à compensação de determinado fato ou situação”

(OLIVEIRA, 2002, p. 51).

Segundo Kotler (2000), as empresas podem acionar dados para,

basicamente, atender a quatro diferentes finalidades: identificar clientes


potenciais, endereçar ofertas personalizadas para determinados

conjuntos de clientes, tracionar o processo de fidelização do cliente e,


por fim, reativar clientes com gatilhos específicos (como em datas

especiais, por exemplo).

EXEMPLIFICANDO

O processo de fidelização do cliente deve receber uma

contrapartida expressamente comunicada, caso contrário a

tentativa pode resultar em inconveniência. Quer ver um


exemplo?

Imagine que você compra seu medicamento


anticoncepcional todos os meses em farmácias diferentes,

conforme a rota que traça em seu trabalho, que, por sinal, é


diferente a cada semana.

Uma das farmácias que visitou solicitou dados pessoais e,


agora, não para de enviar ofertas na tentativa de fidelizá-la.

Há grandes chances de essa proposta ser inconveniente, pois


o estabelecimento não levou em consideração um dado

primordial que, em sua rotina, é sumário: o caráter itinerante


do seu trajeto.

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Ver anotações
A composição do banco de dados é fundamental na consolidação de um
programa de CRM, pois deve atender às regras de negócio e, por isso,

exige uma aproximação entre as áreas de tecnologia da informação e de


negócios (BRAMBILLA, 2008), mesmo que seja para prever possíveis

0
expansões no futuro que possam depender, de forma direta, da

Ver anotações
configuração do banco de dados, hoje.

De outra perspectiva, a noção de banco de dados pressupõe a

estruturação de conjunto de dados, dedicado a atender diferentes


aplicações dentro de uma organização (PEDRON, 2001). Exatamente por

isso, ao selecionar um fornecedor, deve haver o entendimento prévio


acerca da integração do banco de dados com os softwares em utilização

na empresa. Com isso, decisões de integração dos dados também são

importantes para o negócio quando o assunto é a escolha da melhor


solução de CRM.

Há softwares de dados que, por outro lado, não suportam o


processamento de grandes volumes de dados e, por isso, não dispõem

de análises suficientes para embasar a tomada de decisão. Daí, então,


surgem o data warehouse e data mining (ALVES, 2018).

O data warehouse (DW) é capaz de processar grandes volumes de


dados e informações. A vantagem de um DW em relação a um banco de

dados transacional recai na possibilidade de extrair dados de múltiplas


fontes e padronizar a representação para todos os sistemas, ao mesmo

tempo que pode se dividir conforme as necessidades de cada setor da

empresa (ALVES, 2018).

Outro conceito importante de ser elencado nesta discussão é o data

mining – do inglês, “mineração de dados”. Tal tecnologia nasce da


imbricação entre estatística clássica, inteligência artificial e aprendizado

de máquina. Seu papel figura na descoberta de conhecimento em bases


de dados, identificando padrões e tendências que possam gerar

informações estratégicas e insights de negócios (SFERRA; CORRÊA,

2003).

Por fim, mas não menos importante, temos um tipo específico de banco

de dados chamado database marketing (DBM). Sobre o assunto, e nas


palavras de Kotler (2000, p. 670), o DBM é, propriamente, “o processo de

construir, manter e usar os bancos de dados dos clientes e outros


registros (produtos, fornecedores, revendedores) para efetuar contatos

e transações e construir relacionamentos com o cliente”.

O DBM ajuda a empresa a segmentar o mercado com maior

propriedade e segurança. Tal segmentação extrapola os moldes comuns


– como a variável geográfica ou demográfica –, abarcando também

dados que possam traçar perfis psicográficos ou comportamentais,

trazendo insights mais valiosos para o negócio (KOTLER, 2000).

Há, não obstante, uma vertente de profissionais que trabalha com

segmentação multiatributos, pois acreditam que possa haver grupos


menores, mais bem definidos, capazes de gerar insights ainda não

conhecidos, que diferem daqueles obtidos em cruzamentos

0
convencionais (KOTLER, 2000), como os descritos no parágrafo anterior.

Ver anotações
Em linhas gerais, as decisões que envolvem banco de dados devem
considerar basicamente quatro critérios: volume, velocidade,
variedade e veracidade.

Volume e velocidade são duas dimensões que andam juntas, pois

demandam decisões casadas sobre capacidade de armazenamento e

processamento de servidores.

A variedade de dados, inclusive no tocante à granularidade e

complexidade das informações armazenadas, pode guiar a decisão


supracitada ao separar diferentes servidores conforme tipo de dado e

volume de acessos simultâneos dos usuários do sistema (ALVES, 2018).

Em se tratando da veracidade, a empresa não somente deve observar

as alterações de endereço e sobrenome, por exemplo, mas também os


permissionamentos do cliente. Neste ponto, vale retomar a discussão

sobre a Lei Geral de Proteção de Dados. Lembre-se de que o cliente é

dono dos seus dados e pode decidir, a qualquer tempo, interromper o


acesso da empresa a eles. A arquitetura da solução deve, portanto, estar

preparada para processos de suspensão, revogação ou transferência do


acesso.

Dessa forma, perceba que o follow-up deve extrapolar os interesses


comerciais e de lucro do negócio. Em linhas gerais, há uma série de

requisitos que devem ser respeitados na implantação de um programa


de CRM. Além disso, todo o processo deve carregar critérios ainda

anteriores aos decisionais: devem calibrar as ferramentas de captura de

dados para que estes sejam idôneos, caso contrário nenhuma


tecnologia será capaz de sustentar a tomada de decisão assertiva. 

REFLITA

A fase de estabelecimento dos requisitos para o projeto de


implantação do CRM deve vir antes de qualquer outra

decisão; do contrário podem incorrer prejuízos com relação a


tempo, dinheiro e esforços para readequar a solução.

Neste ínterim, a fase de planejamento requer tanto o elenco


de requisitos supracitado como também a definição da

equipe competente, o estabelecimento dos objetivos a serem


perseguidos e uma análise prévia sobre a organização, além

de análise sobre possíveis fornecedores e ferramentas

(BARRETO, 2007).
Para finalizar, a evolução tecnológica atinge as soluções de CRM em pelo
menos três diferentes âmbitos: machine learning – aprendizagem

automática, deep learning – aprendizagem profunda – e processamento


natural de linguagem. Cada vez mais as análises serão preditivas, ou

0
seja, poderão antecipar necessidades dos clientes. Além disso, soluções

Ver anotações
do tipo CRM também deverão se encarregar de tarefas repetitivas como
o atendimento a dúvidas e críticas.

Não deixe de acompanhar o universo da tecnologia quando o assunto é


CRM. Você poderá, com postura crítica e autônoma, encabeçar projetos

inovadores nos negócios que contarem com a sua gestão e atuação. 

REFERÊNCIAS

ALVES, E. B. Sistemas de informações em marketing: uma visão 360º

das informações mercadológicas. Curitiba: InterSaberes, 2018.

Disponível em: https://bit.ly/2YZjERe. Acesso em: 26 abr. 2020.

ALVES, E. B.; BARBOZA, M. M.; ROLON, V. E. K. Marketing de

relacionamento: como construir e manter relacionamentos lucrativos?


Curitiba: InterSaberes, 2014. 

BARRETO, M. I. F. Um modelo para planejar, implementar e acompanhar


a estratégia de CRM (Customer Relationship Management). 175 f. Tese

(Doutorado em Engenharia de Produção) – Universidade de São Paulo,


São Carlos, 2007.

BRAMBILLA, F. R. A Importância do Banco de Dados de Cliente para


Efetividade do Customer Relationship Management (CRM): Um Estudo

de Caso no Segmento B2B. ANPADSIMPÓSIO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO

TECNOLÓGICA, 25., Rio de Janeiro, 2008. Anais […]. Rio de Janeiro,


Windsor Barra Hotel & Congressos, 2018. 

COBRA, M.; BREZZO, R. O novo marketing. Rio de Janeiro: Elsevier,


2010.

KOTLER, P. Administração de marketing: a edição do novo milênio. 10.


ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000.

MARQUES, L. F. et al. Banco de Dados disponível por APIs usando


Restify: Características, Modelos de Programação e Análise de

Desempenho. CISTI IBERIAN CONFERENCE ON INFORMATION SYSTEMS


& TECHNOLOGIES/CONFERÊNCIA IBÉRICA DE SISTEMAS E TECNOLOGIAS
DE INFORMAÇÃO, 12., Lisboa, 2017. Proceedings […] v. 1, p. 1324–1329.
Lisboa, 2017.

OLIVEIRA, D. P. R. Sistemas, organização e métodos: uma abordagem

gerencial. 13. Ed. São Paulo: Atlas, 2002.

PEDRON, C. D. Variáveis Determinantes no Processo de Implantação

de CRM: Estudo de Casos Múltiplos em Empresas Gaúchas. 2001.


Monografia (Bacharelado em Informática).UNISINOS, São Leopoldo,

2001.
PEPPERS & ROGERS GROUP. CRM Series: Marketing 1 to 1. 3. ed. São

Paulo: Peppers & Rogers Group Brasil, Makron Books, 2004. 

PERIARD, G. CRM: a solução para melhorar o relacionamento com seus

0
clientes. Sobre Administração, 28 jun. 2010. Disponível
em: https://bit.ly/3dwwewp. Acesso em: 26 abr. 2020.

Ver anotações
SALESFORCE. O que é CRM? Salesforce.com, 2020. Disponível em:
https://sforce.co/2NlX5Rd. Acesso em: 22 maio 2020.

SFERRA, H. H.; CORRÊA, Â. M. C. J. Conceitos e aplicações de Data Mining.


Revista de Ciência e Tecnologia, v. 11, n. 22, jul./dez. 2003, p. 19-34.
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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO

BIG DATA

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Tayra Carolina Nascimento Aleixo

COMO VOCÊ PODE CONTRIBUIR PARA A RETENÇÃO


DE CLIENTES E PARA O AUMENTO DO FATURAMENTO
DE UMA EMPRESA?

Para isso, trabalhe na implantação de um programa de CRM, considerando as


necessidades do negócio.

Fonte: Shutterstock.

Deseja ouvir este material?

Áudio disponível no material digital.

SEM MEDO DE ERRAR

Pois bem, considerando que a Yumi X é uma empresa de e-commerce,


portanto B2C (business to consumer), adotar tipos de CRM voltados

para captura de informações para além dos dados pessoais é de


extrema valia.

Neste sentido, o database marketing poderá trazer insumos suficientes


para trabalhar conteúdos mais relevantes nos pontos de contato com o
cliente, aumentando o seu engajamento com a marca. Este tipo de

banco de dados também agrupa diferentes fontes para subsidiar


tomadas de decisão multisetorial (marketing, vendas, atendimento ao

cliente e outros).

Com relação ao engajamento interno – dos times envolvidos na jornada


do cliente –, vale a adoção de um software capaz de integrar as

diferentes fontes de dados das diferentes áreas, de modo a fornecer


informações mais completas e atualizadas dos clientes para estes

colaboradores. Precisamos, aqui, de um CRM colaborativo.

Para ajudar na questão sobre engajamento dos times internos, vale

0
trazê-los para perto desde a etapa seminal do projeto na qual são

mapeados os processos, criando, desde então, uma sensibilização para

Ver anotações
a futura adoção da ferramenta. Depois, promover treinamentos até que

as funcionalidades estejam familiares a todos que as utilizarão.

Com relação ao requisito da mobilidade que deverá atender aos times

comerciais que ficam na rua, vale adotar uma solução que fique

hospedada na nuvem. Mais uma vez, a solução de um fornecedor


externo parece fazer mais sentido, uma vez que o desenvolvimento de

softwares como este não são core no negócio da empresa, ou seja, não

faz sentido despender esforços para construir uma solução proprietária.

Por fim, para garantir que as informações multiatributos dos clientes

estejam, finalmente, na posse dos colaboradores da empresa, vale uma


auditoria tanto para verificar a eficiência do software no processo como

também para entender melhorias que possam ser implantadas a fim de

aumentar ainda mais o engajamento e o uso das funcionalidades


existentes.

Neste ponto, vale citar que o mapeamento de processos localizado na


fase preliminar de planejamento serve justamente para acomodar a

utilização da nova solução na rotina dos times.

Exatamente por isso faz todo sentido envolver ao menos alguns

representantes de cada área, para que estes assumam o papel de

multiplicadores do conhecimento obtido nos treinamentos, além de


levantarem possíveis dificuldades e particularidades de cada área

propriamente dita.

AVANÇANDO NA PRÁTICA

COMO APROVEITAR DADOS HISTÓRICOS?

Após assumir a companhia da sua mãe, Vivian se depara com múltiplos

banco de dados que, no entanto, não são práticos no tocante à

visualização das informações que podem ser geradas a partir de


consultas pontuais. Por outro lado, enxergando a riqueza deste histórico
de dados que vem sendo construído há anos e considerando as

tecnologias existentes hoje, Vivian decide ganhar tempo e obter uma


solução no mercado capaz de explorar, de maneira autônoma, os
bancos de dado à disposição.

RESOLUÇÃO 

Vivian deve optar pelo data mining para que haja autonomia na
mineração dos dados e, se combinada com análises preditivas, pode
ganhar ainda maior vantagem competitiva no mercado, pois detém
dados primários capturados ao longo do tempo pela própria

empresa – o que pode ser de grande valia para geração de insights


inéditos no setor em que ela atua.

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AS EMPRESAS PODEM ACIONAR DADOS PARA
ATENDER A QUAIS FINALIDADES?

Identificar clientes potenciais, endereçar ofertas personalizadas para determinados


conjuntos de clientes, tracionar o processo de fidelização do cliente e, por fim,
reativar clientes com gatilhos específicos – como datas especiais (KOTLER, 2000).

Fonte: Shutterstock.

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Áudio disponível no material digital.

PRATICAR PARA APRENDER

Olá, como vai? A esta altura, estudar um pouco sobre infraestrutura


poderá subsidiar a tomada de decisão com relação a aspectos tais como

a composição do banco de dados que deverá sustentar o programa de


CRM da empresa onde trabalha.

Além da composição, é necessário entender como as fontes de dados


serão integradas ou mesmo como a visualização desses dados deverá
ser padronizada para toda a organização. Informações como estas são

sumárias na implantação de softwares de CRM.

Por isso, a leitura comporta definições e diferentes conceitos acerca da

instância de dados (data mining, database marketing e data warehouse).


Além disso, discute como soluções, também aquelas ligadas a cloud
computing, podem trazer agilidade e mobilidade para o time de
colaboradores envolvidos na jornada do cliente.

É oportuno dizer que o programa de CRM pode contar com softwares

que integrarão todos os setores ou, por outro lado, optar por combinar
ferramentas diversas para exercitar o foco do negócio no cliente.
Dessa forma, entender os requisitos e necessidades da área de negócio

também é fundamental para estabelecer um plano de estruturação


operacional de tecnologia da informação que seja sustentável e
potencialmente expansível ao longo do tempo, conforme o negócio

0
cresça.

Ver anotações
Por todas as decisões anteriormente citadas, a construção da atuação

consciente se faz necessária. É preciso que você seja protagonista e


tome responsabilidade pela atualização dos seus saberes, de modo que
independentemente das circunstâncias e das ferramentas que tiver à

disposição, você consiga tomar as melhores decisões.

Não obstante, mesmo que não atue diretamente com a questão da

infraestrutura, entender sobre o assunto o ajudará a ter visão ampla do


negócio, necessária para posições de liderança. O repertório ganha
novas informações, ao mesmo tempo que amplia a clareza sobre as

potencialidades e limitações de projetos que envolvem a adoção de


servidores para suportar o tráfego de dados na organização.

Imagine que você assumiu a gestão da área de marketing da Yumi X há


pouco tempo. As fontes de dados que recebe dos clientes vêm em
forma de planilha Excel, compartilhadas via nuvem por, inclusive, outros
setores envolvidos. Agora, como primeiro grande desafio, você precisa
compilar todas as informações para que não haja divergência e o CRM

possa, finalmente, ser implantado. Considere que o projeto tenha sido,


então, estipulado como intersetorial.

Você sabe que não precisa, necessariamente, contratar uma solução.


Mas deve, neste momento, sopesar os benefícios de um programa
próprio, com ferramentas pulverizadas e, por outro lado, de uma
solução integrada de algum fornecedor do mercado.

Vale citar que, no primeiro levantamento realizado, você descobriu que


outros programas já foram adotados, mas não obtiveram sucesso. A
principal causa foi a atualização não simultânea de informações, o que
acabou gerando descrédito por parte dos colaboradores e consequente

abandono do programa de CRM.

O primeiro requisito deve ser, portanto, integração e atualização

síncrona de informações. Considerando a atuação itinerante do time


comercial, você também precisa considerar a mobilidade como requisito
do projeto de implantação do programa de CRM.

Além dos requisitos supracitados, você também deve analisar as


necessidades do negócio para saber qual o tipo de CRM construir. A
Yumi X é um grande e-commerce da área de games e está prestes a
mudar, mais uma vez, o patamar de faturamento.

Para sustentar o crescimento, a Yumi X precisa começar a reter os


clientes. Há um expressivo número de evasão nos programas de
fidelização que tentou implantar, além de uma tímida taxa de recompra
no setor de acessórios que possui.

De posse das informações supraindicadas, responda às seguintes


perguntas:

0
Como você, enquanto nova gestão, mitigará a falta de engajamento

Ver anotações
dos times com relação ao uso do CRM?

E com relação à integração de dados de forma simultânea? Como


faria para alcançar a credibilidade e atualização das informações ali
expostas?

O requisito da mobilidade deverá ser atendido de que forma?

Considerando o ramo de atuação da empresa e seu atual problema


de retenção de clientes, qual(is) seria(m) o(s) tipo(s) de CRM mais
aderente(s) à necessidade do negócio?

De posse dos pontos de reflexão e das informações obtidas na


disciplina até aqui, com atenção especial para as informações desta

leitura, explane sobre as possíveis tratativas que, necessariamente,


devem cobrir os empecilhos colocados na situação-problema.

Anime-se com o universo de possibilidades que está prestes a conhecer!


Bom trabalho!

CONCEITO-CHAVE

O número de dados armazenados em todo o mundo pode ser


representado por uma curva crescente, especialmente desde que os

aparelhos com capacidade de conexão à internet foram ganhando


penetração no mercado.

Sob a perspectiva organizacional, a captura de dados sobre clientes e


todas as suas interações com a marca requerem um espaço de
armazenamento. Destarte, gerenciar e analisar tais conjuntos de dados
impõe às empresas a necessidade de interoperabilidade em sistemas e
plataformas distintas.

LEMBRE-SE

Lembre-se de que o objetivo de um programa de CRM é


antecipar desejos, aumentar as vendas e fidelizar clientes. Os
dados são, na prática, o insumo de todo o processo para
garantir melhores retornos quando o assunto é retenção e

fidelização de clientes.

De outra perspectiva, um programa de CRM vai além da


manipulação de banco de dados relacionados ao público-
alvo. Por isso, o CRM não pode ser entendido como
equivalente a ferramentas, mas sim como filosofia de
negócio orientada a cliente (ALVES; BARBOZA; ROLON, 2014;
PERIARD, 2010).
Nas palavras de Alves (2018, p. 125), “a base do CRM são os softwares de
banco de dados dos clientes”. Por isso, em linhas gerais, é possível
representar o processo de CRM da seguinte maneira:

0
Ver anotações
Figura 3.1 | Processo de CRM

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Ver anotações
Fonte: elaborada pela autora.

De quem é a responsabilidade de alimentar o banco de dados do


cliente? De todas as áreas que atuam nos pontos de contato com ele –

desde marketing até call center – e, também, quando existente, da


célula de inteligência de mercado. Dessa forma, os dados podem ser
acionados, de maneira atualizada e completa, por outros
departamentos, e usados para obtenção de insights de novas
oportunidades de negócio.

Caso a empresa não conte com um programa de CRM, muito


provavelmente a disposição de dados pode recair em planilhas ou
mesmos post-its, a depender do tamanho e maturidade gerencial do
negócio.

Exatamente por isso, uma plataforma de CRM promete integração de

áreas quando o assunto é referente a dados de clientes e interações


destes com a marca. Do contrário, vendas e atendimento podem ter em
mãos informações divergentes em planilhas separadas ou, ainda, não
conseguir ter uma visão mais ampla da jornada do cliente, impedindo
que o próximo contato seja assertivo o bastante para elevar o nível de
satisfação obtido.

Do ponto de vista quantitativo, ter uma plataforma de CRM equivale a


37% de aumento na receita frente à captação de leads qualificados; 45%
mais satisfação dos clientes, pois com dados atualizados e relevantes, os

contatos ficam personalizados e, com isso, o cliente se sente único; e,


por fim, potencial de maior retorno sobre investimento na casa dos
quarenta pontos percentuais (Confirmit Inc, 2013 apud SALESFORCE,
2020).

Em se tratando do âmbito de decisão e levando em consideração o rol


de produtos e/ou serviços que a empresa oferta, os objetivos do CRM

precisam estar claros para que a melhor solução seja, então, adotada.
Segundo Cobra e Brezzo (2010), os objetivos do CRM são os que estão

elencados no quadro a seguir.


Quadro 3.1 | Objetivos do CRM

Objetivo do

CRM
Ações necessárias

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Retenção Processo de fidelização por meio do aumento da

satisfação dos clientes.

Customer Calibração da régua de comunicação junto ao cliente


share com a personalização do atendimento e de ofertas.

Novas Exploração de novas hipóteses de negócio com o

oportunidades conhecimento adquirido sobre os clientes.

Segmentação Categorização de clientes para canalização de


propostas assertivas.

Redução de Supressão de gastos improdutivos mediante maior

custos assertividade da abordagem junto ao cliente.

Rentabilidade Menor custo e maior eficácia levam a margens de


nas vendas lucro maiores.

Valor da Mediante retenção de clientes, o valor do tempo de

empresa vida do cliente com a empresa passa a somar como


ativo na empresa.

Fonte: adaptado de Cobra e Brezzo (2010, p. 68).

Os objetivos de CRM vão desde o ataque aos custos, com sua crescente

redução na linha do tempo, até a valorização do ativo cliente, no tocante


ao seu tempo de vida útil. Vale assinalar que os objetivos podem

coexistir e, por isso, a sinergia dos ganhos pode ser encarada como

vantagem competitiva frente ao mercado.

Agora, para optar pela solução mais adequada, após entender os

objetivos que o negócio busca com um programa de CRM, vale


mencionar que existem quatro diferentes tipos de CRM propriamente

ditos, a saber (ALVES, 2018):

CRM operacional: focado na eficiência, portanto, com soluções de

automação dos pontos de contato com o cliente.

CRM analítico: focado na identificação e no acompanhamento de

diferentes perfis de clientes.

CRM colaborativo: voltado à integração dos dados provenientes de

diversos setores da organização; por isso, conta com a colaboração


de todos para estabelecimento do fluxo adequado e atualizado de

dados.

CRM social: componente voltado para a interação com o cliente em

mídias sociais, enriquecendo a base de dados com informações dos


clientes.

Frente aos diferentes objetivos e tipos de CRM, a empresa pode compor

a solução que melhor a atenderá. Deste modo, como já mencionado,

0
poderá combinar diferentes soluções existentes no mercado para

ganhar eficácia nos processos ligados à captura de dados e interações

Ver anotações
junto aos clientes.

Com relação à questão do armazenamento, pode-se partir de dois

pressupostos: CRM local ou CRM em nuvem. O primeiro requer um


servidor físico na empresa, com capacidade própria de armazenagem

para sustentar a plataforma de CRM propriamente dita. Por outro lado,


o CRM em nuvem é baseado em cloud computing e, portanto, depende

necessariamente de conexão com a internet para funcionar.

ASSIMILE

Cloud computing (do inglês, “computação em nuvem”) diz


respeito ao fornecimento de recursos mediante hospedagem
em servidores remotos. Por isso, o acesso deve ser feito via

internet.

Vale ressaltar os pontos positivos do CRM em nuvem: não requer

espaço de armazenamento próprio, servidores físicos ou gente alocada


para a sua manutenção. Há provedores de CRM que dispõem de espaço

na nuvem para que os clientes possam utilizar. Essa modalidade de CRM

pode, inclusive, ser chamada de software as a service (SaaS).

Nesta esteira, a arquitetura de solução prevê, portanto, as diferentes

necessidades do negócio em detrimento das fontes de dados existentes.


Neste ínterim, existem ferramentas capazes de fazer os dados

transitarem nos moldes do web service para atender aos requisitos de


integração e interoperabilidade de CRM do tipo SaaS.

Web services são especialmente interessantes neste contexto, pois


promovem a compatibilização na transferência de informações. Neste

sentido, podem funcionar como uma API (Application Programming


Interface) no que tange à integração de diferentes plataformas. Dentre
os benefícios no uso de web services estão: isenção da compatibilidade

com relação à linguagem de programação entre diferentes softwares,


conexão com aplicações diversas e, por fim, variedade de fornecedores

interessados em angariar o maior número de usuários possível. 

Não obstante, o trabalho de Marques et al. (2017) indica que a

ferramenta Restify tem apresentado melhor desempenho frente a


concorrentes como REST e SOAP. A ferramenta permite gerenciar e

integrar múltiplos bancos de dados relacionais.

Os web services baseados na arquitetura REST são conhecidos por

RESTfuls. Apresentam características atraentes para aplicação comercial,

pois são simples, flexíveis e apresentam alto desempenho e capacidade


de padronização (MARQUES et al., 2017).
O Restify vem, portanto, suprir a lacuna entre aplicações e arquiteturas.

Funciona como uma interface capaz de definir mecanismos de


descrição, localização e comunicação (MARQUES et al., 2017). 

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Vale pontuar que, por detrás de URLs de requisição de respostas,
diferentes tipos de perfis devem ser desenhados. De outro modo, são

preestabelecidos diferentes níveis de acesso a dados, considerando o


nível hierárquico e, principalmente, as atividades compreendidas no

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escopo de cada um dos usuários (lado da empresa).

Ver anotações
A título de ilustração, com o login em mãos, um colaborador de

marketing pode ter diferentes permissionamentos e restrições de

acesso frente a uma colaboradora de vendas, por exemplo. Aplicando a


solução Restify, ela “oferece uma interface web para usuários DBA

disponibilizarem seus bancos de dados como serviços por meio de URLs


acessíveis” (MARQUES et al., 2017, p. 1326).

A discussão até aqui trouxe a aplicação de uma única solução.


Perceba, no entanto, que o estabelecimento da solução adequada
depende, dentre outras variáveis, da composição do banco de dados
e dos requisitos do negócio em si.

Pela razão supradescrita, a intenção agora é tornar genérico o processo


decisório acerca do emprego de banco de dados. Banco de dados,

conforme Peppers & Rogers Group (2004) afirmam, é todo e qualquer


conjunto de informações mediante registros computadorizados: desde

listas simples até dados complexos sobre clientes. Dados, por sua vez,
referem-se a “qualquer elemento identificado em sua forma bruta que,

por si só, não conduz à compensação de determinado fato ou situação”

(OLIVEIRA, 2002, p. 51).

Segundo Kotler (2000), as empresas podem acionar dados para,

basicamente, atender a quatro diferentes finalidades: identificar clientes


potenciais, endereçar ofertas personalizadas para determinados

conjuntos de clientes, tracionar o processo de fidelização do cliente e,


por fim, reativar clientes com gatilhos específicos (como em datas

especiais, por exemplo).

EXEMPLIFICANDO

O processo de fidelização do cliente deve receber uma

contrapartida expressamente comunicada, caso contrário a


tentativa pode resultar em inconveniência. Quer ver um

exemplo?

Imagine que você compra seu medicamento

anticoncepcional todos os meses em farmácias diferentes,

conforme a rota que traça em seu trabalho, que, por sinal, é


diferente a cada semana.

Uma das farmácias que visitou solicitou dados pessoais e,


agora, não para de enviar ofertas na tentativa de fidelizá-la.

Há grandes chances de essa proposta ser inconveniente, pois


o estabelecimento não levou em consideração um dado

primordial que, em sua rotina, é sumário: o caráter itinerante


do seu trajeto.

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A composição do banco de dados é fundamental na consolidação de um
programa de CRM, pois deve atender às regras de negócio e, por isso,

exige uma aproximação entre as áreas de tecnologia da informação e de


negócios (BRAMBILLA, 2008), mesmo que seja para prever possíveis

0
expansões no futuro que possam depender, de forma direta, da

Ver anotações
configuração do banco de dados, hoje.

De outra perspectiva, a noção de banco de dados pressupõe a

estruturação de conjunto de dados, dedicado a atender diferentes


aplicações dentro de uma organização (PEDRON, 2001). Exatamente por

isso, ao selecionar um fornecedor, deve haver o entendimento prévio


acerca da integração do banco de dados com os softwares em utilização

na empresa. Com isso, decisões de integração dos dados também são


importantes para o negócio quando o assunto é a escolha da melhor

solução de CRM.

Há softwares de dados que, por outro lado, não suportam o

processamento de grandes volumes de dados e, por isso, não dispõem

de análises suficientes para embasar a tomada de decisão. Daí, então,


surgem o data warehouse e data mining (ALVES, 2018).

O data warehouse (DW) é capaz de processar grandes volumes de


dados e informações. A vantagem de um DW em relação a um banco de

dados transacional recai na possibilidade de extrair dados de múltiplas


fontes e padronizar a representação para todos os sistemas, ao mesmo

tempo que pode se dividir conforme as necessidades de cada setor da

empresa (ALVES, 2018).

Outro conceito importante de ser elencado nesta discussão é o data

mining – do inglês, “mineração de dados”. Tal tecnologia nasce da


imbricação entre estatística clássica, inteligência artificial e aprendizado

de máquina. Seu papel figura na descoberta de conhecimento em bases


de dados, identificando padrões e tendências que possam gerar

informações estratégicas e insights de negócios (SFERRA; CORRÊA,


2003).

Por fim, mas não menos importante, temos um tipo específico de banco
de dados chamado database marketing (DBM). Sobre o assunto, e nas

palavras de Kotler (2000, p. 670), o DBM é, propriamente, “o processo de

construir, manter e usar os bancos de dados dos clientes e outros


registros (produtos, fornecedores, revendedores) para efetuar contatos

e transações e construir relacionamentos com o cliente”.

O DBM ajuda a empresa a segmentar o mercado com maior

propriedade e segurança. Tal segmentação extrapola os moldes comuns


– como a variável geográfica ou demográfica –, abarcando também

dados que possam traçar perfis psicográficos ou comportamentais,

trazendo insights mais valiosos para o negócio (KOTLER, 2000).

Há, não obstante, uma vertente de profissionais que trabalha com

segmentação multiatributos, pois acreditam que possa haver grupos


menores, mais bem definidos, capazes de gerar insights ainda não

conhecidos, que diferem daqueles obtidos em cruzamentos

0
convencionais (KOTLER, 2000), como os descritos no parágrafo anterior.

Ver anotações
Em linhas gerais, as decisões que envolvem banco de dados devem
considerar basicamente quatro critérios: volume, velocidade,
variedade e veracidade.

Volume e velocidade são duas dimensões que andam juntas, pois

demandam decisões casadas sobre capacidade de armazenamento e

processamento de servidores.

A variedade de dados, inclusive no tocante à granularidade e

complexidade das informações armazenadas, pode guiar a decisão


supracitada ao separar diferentes servidores conforme tipo de dado e

volume de acessos simultâneos dos usuários do sistema (ALVES, 2018).

Em se tratando da veracidade, a empresa não somente deve observar

as alterações de endereço e sobrenome, por exemplo, mas também os


permissionamentos do cliente. Neste ponto, vale retomar a discussão

sobre a Lei Geral de Proteção de Dados. Lembre-se de que o cliente é


dono dos seus dados e pode decidir, a qualquer tempo, interromper o

acesso da empresa a eles. A arquitetura da solução deve, portanto, estar

preparada para processos de suspensão, revogação ou transferência do


acesso.

Dessa forma, perceba que o follow-up deve extrapolar os interesses


comerciais e de lucro do negócio. Em linhas gerais, há uma série de

requisitos que devem ser respeitados na implantação de um programa


de CRM. Além disso, todo o processo deve carregar critérios ainda

anteriores aos decisionais: devem calibrar as ferramentas de captura de


dados para que estes sejam idôneos, caso contrário nenhuma

tecnologia será capaz de sustentar a tomada de decisão assertiva. 

REFLITA

A fase de estabelecimento dos requisitos para o projeto de

implantação do CRM deve vir antes de qualquer outra

decisão; do contrário podem incorrer prejuízos com relação a

tempo, dinheiro e esforços para readequar a solução.

Neste ínterim, a fase de planejamento requer tanto o elenco

de requisitos supracitado como também a definição da

equipe competente, o estabelecimento dos objetivos a serem

perseguidos e uma análise prévia sobre a organização, além


de análise sobre possíveis fornecedores e ferramentas

(BARRETO, 2007).
Para finalizar, a evolução tecnológica atinge as soluções de CRM em pelo

menos três diferentes âmbitos: machine learning – aprendizagem


automática, deep learning – aprendizagem profunda – e processamento

natural de linguagem. Cada vez mais as análises serão preditivas, ou

0
seja, poderão antecipar necessidades dos clientes. Além disso, soluções

Ver anotações
do tipo CRM também deverão se encarregar de tarefas repetitivas como

o atendimento a dúvidas e críticas.

Não deixe de acompanhar o universo da tecnologia quando o assunto é

CRM. Você poderá, com postura crítica e autônoma, encabeçar projetos

inovadores nos negócios que contarem com a sua gestão e atuação. 

REFERÊNCIAS

ALVES, E. B. Sistemas de informações em marketing: uma visão 360º


das informações mercadológicas. Curitiba: InterSaberes, 2018.

Disponível em: https://bit.ly/2YZjERe. Acesso em: 26 abr. 2020.

ALVES, E. B.; BARBOZA, M. M.; ROLON, V. E. K. Marketing de

relacionamento: como construir e manter relacionamentos lucrativos?

Curitiba: InterSaberes, 2014. 

BARRETO, M. I. F. Um modelo para planejar, implementar e acompanhar

a estratégia de CRM (Customer Relationship Management). 175 f. Tese

(Doutorado em Engenharia de Produção) – Universidade de São Paulo,

São Carlos, 2007.

BRAMBILLA, F. R. A Importância do Banco de Dados de Cliente para

Efetividade do Customer Relationship Management (CRM): Um Estudo

de Caso no Segmento B2B. ANPADSIMPÓSIO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO

TECNOLÓGICA, 25., Rio de Janeiro, 2008. Anais […]. Rio de Janeiro,

Windsor Barra Hotel & Congressos, 2018. 

COBRA, M.; BREZZO, R. O novo marketing. Rio de Janeiro: Elsevier,

2010.

KOTLER, P. Administração de marketing: a edição do novo milênio. 10.

ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000.

MARQUES, L. F. et al. Banco de Dados disponível por APIs usando

Restify: Características, Modelos de Programação e Análise de

Desempenho. CISTI IBERIAN CONFERENCE ON INFORMATION SYSTEMS

& TECHNOLOGIES/CONFERÊNCIA IBÉRICA DE SISTEMAS E TECNOLOGIAS


DE INFORMAÇÃO, 12., Lisboa, 2017. Proceedings […] v. 1, p. 1324–1329.

Lisboa, 2017.

OLIVEIRA, D. P. R. Sistemas, organização e métodos: uma abordagem

gerencial. 13. Ed. São Paulo: Atlas, 2002.

PEDRON, C. D. Variáveis Determinantes no Processo de Implantação

de CRM: Estudo de Casos Múltiplos em Empresas Gaúchas. 2001.

Monografia (Bacharelado em Informática).UNISINOS, São Leopoldo,

2001.
PEPPERS & ROGERS GROUP. CRM Series: Marketing 1 to 1. 3. ed. São

Paulo: Peppers & Rogers Group Brasil, Makron Books, 2004. 

PERIARD, G. CRM: a solução para melhorar o relacionamento com seus

0
clientes. Sobre Administração, 28 jun. 2010. Disponível

em: https://bit.ly/3dwwewp. Acesso em: 26 abr. 2020.

Ver anotações
SALESFORCE. O que é CRM? Salesforce.com, 2020. Disponível em:

https://sforce.co/2NlX5Rd. Acesso em: 22 maio 2020.

SFERRA, H. H.; CORRÊA, Â. M. C. J. Conceitos e aplicações de Data Mining.

Revista de Ciência e Tecnologia, v. 11, n. 22, jul./dez. 2003, p. 19-34.


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NÃO PODE FALTAR

TENDÊNCIAS

0
Ver anotações
Tayra Carolina Nascimento Aleixo

O QUE UM NEGÓCIO PODE GANHAR AO ADOTAR


TENDÊNCIAS TECNOLÓGICAS?

A tecnologia pode ser utilizada a favor do ganho de produtividade e escala em


negócios dos mais diversos ramos de atuação do mercado. O desafio é estressar o
repertório de conhecimento para dar conta de resolver problemas organizacionais.

Fonte: Shutterstock.

Deseja ouvir este material?

Áudio disponível no material digital.

PRATICAR PARA APRENDER

Olá, como vai? Você já notou semelhanças em um ator com relação ao


seu amigo? Já sentiu familiaridade ao ver o rosto de uma cantora? Por

outro lado, já abriu um portal ou um blogue no celular que lhe


proporcionou uma experiência melhor do que aquela obtida pelo
acesso em telas de computador ou tablet? Ou, ainda, já notou como
podem ser diferentes os layouts de redes sociais ou aplicações

bancárias acessados pelo computador em detrimento do smartphone?

A discussão desta leitura gira em torno exatamente da convergência


que vivemos, seja com relação a telas, seja em relação a experiências e

interações que carregam o caráter único de cada evento e que estão em


constante variação, mesmo se tratando de uma mesma marca, portal,

blogue etc.
Do ponto de vista organizacional, o objetivo da presente leitura paira

em entender o apelo estratégico ao considerar a multiplicidade de telas

à disposição do usuário e, com isso, articular a possível decisão de


aplicar maiores esforços para uma tela em específico, quando

0
comparado o volume de acesso obtido noutros meios.

Ver anotações
De antemão, vale citar o quão atual e relevante é o tema no que diz

respeito especialmente à apropriação de plataformas digitais existentes

para tracionar negócios em diversas frentes de atuação e segmentos


existentes no mercado.

Por isso, mesmo que não atue em comércio eletrônico ou dentro de


uma grande empresa digital voltada para redes sociais, você
precisará ampliar o repertório nestes pontos de conhecimento para

0
assertivamente atuar no contexto mercadológico que
compartilhamos hoje.

Ver anotações
Agora, vamos conhecer Frederico. Ele faz parte do time que pensa,

executa e acompanha as métricas de performance de novas aplicações


do aplicativo do banco digital em que atua. Atualmente, estão testando
novas funcionalidades voltadas exclusivamente para recombinação de

botões na área do menu.

Pensando em mitigar ao máximo o número de reclamações e

atendimentos voltados para tirar dúvidas dos clientes com relação à


nova composição do menu, Frederico busca soluções já observadas nos
concorrentes.

Enquanto integrante da equipe, você trabalha diretamente com o


Frederico e quer ajudá-lo neste trabalho de benchmarking que elencou

no backlog do projeto. Para isso, considere os pontos a seguir:

Elenque os principais players do mercado que também se


enquadrem na categoria de banco digital.

Encontre evidências de boas práticas que também foram utilizadas


para mitigar o mesmo problema que Frederico tem considerado no
projeto.

Apresente as soluções com a formalização de um e-mail para toda a


equipe, no qual você partirá do repertório teórico estudado para

reforçar os pontos de destaque das soluções encontradas.

De posse de todas as informações, é hora de montar o e-mail. A ideia é

que você escreva um texto como se estivesse direcionando-o por meio


da ferramenta para toda a equipe envolvida. Use os elementos usuais e
formais desse texto para que o exercício fique ainda mais parecido com

a realidade profissional.

Lembre-se: faça as escolhas que farão você melhor a cada dia! No

terreno profissional, não pare de estudar e se atualizar sobre as


novas possibilidades de automação e apropriação de tecnologias
para alcance de melhores resultados. Posturas como essa poderão

colocar você noutro patamar de reconhecimento frente aos demais.

CONCEITO-CHAVE

Em se tratando da noção de cultura da convergência proposta por


Henry Jenkins, o professor Luís Mauro (MARTINO, 2014) explica que a

interação social é o ponto central desta perspectiva, extrapolando o


entendimento de que a convergência se dá por meio do agrupamento

de funcionalidades em um único dispositivo eletrônico ou que, em


síntese, resume-se à convergência do ponto de vista tecnológico.

0
De outro modo, o repertório de cada pessoa pode servir como ponto de
contribuição acerca da construção comum do espaço, seja este um

Ver anotações
espaço conectado ou um ambiente isento de mediações tecnológicas.

Dado o contexto da nossa discussão e, por isso, com atenção especial


ao ambiente conectado, antes de disparar novas mensagens, reagir a
postagens e compartilhar conteúdo, colocamos o nosso lado individual

nessa ação, começando pela escolha do conteúdo. Daí a complexidade


que vivemos hoje.

Neste sentido, a internet alterou a dinâmica dos meios de


comunicação e promoveu a ampliação e a facilitação do intercâmbio
de informações entre os usuários. Em outras palavras, a
convergência midiática foi potencializada com a penetração da
internet.

Para melhor ilustrar, pense no caso da TV Digital (MORAIS, 2010) que,


por sua vez, ampliou as opções de conteúdo disponíveis para o
telespectador que, agora, já tem sua posição de receptor superada pela

autonomia de, enfim, escolher e/ou produzir conteúdo por si mesmo.

Do ponto de vista do consumidor, podemos inferir que a convergência

também se dá por meio das configurações de mentalidade. Hoje, a


geração que domina a curva dominante de compra é híbrida, segundo o
entendimento de Yoram Wind e Vijay Mahajan (2003), que identificam o
consumidor como metade tradicional e metade digital, ou seja, convive
com as novas tecnologias, mas ainda apresenta muitas características
do mindset que predominava antes da chegada da internet.

ASSIMILE

Para ilustrar a transição que vivemos enquanto


consumidores híbridos, basta checar os números da
pesquisa Webshoppers da Nielsen (EBIT/NIELSEN COMPANY,

2019) com relação ao volume de vendas do varejo


executadas pela internet: no Brasil representa 5%, enquanto
em mercados mais maduros como o dos EUA, o patamar
ainda não passa dos 14%. Neste sentido, muitos
consumidores verificam ofertas na internet, mas acabam
comprando em lojas físicas, preferindo a experiência

presencial.

Ainda sobre os consumidores híbridos, os mesmos autores apresentam


cinco vertentes para lidar com a proposta de valor da marca:
customerização, comunidades virtuais, canais, novas propostas
competitivas de valor e conjunto de opções (WIND; MAHAJAN, 2003).
O primeiro tema diz respeito à elasticidade do consumidor híbrido com
relação à customização de produtos e da abordagem de marketing que,
em algumas situações, ainda apresentam preferência em consumir

produtos padronizados, com mensagem dedicadas ao público de

0
massa.

Ver anotações
Os mesmos consumidores frequentam comunidades físicas e virtuais –
com isso, as empresas devem considerar esse aspecto em seu
planejamento de comunicação. E, além disso, no que tange aos canais
de acesso, buscam chamar, clicar ou visitar as marcas com as quais se
relacionam.

Sobre a equação de valor, levam em consideração tanto as


circunstâncias da oportunidade, como também a sua situação de
compra em detrimento da necessidade. E, para fechar os pontos de

convergência observados por Wind e Mahajan (2003), a internet em si


apresenta uma infinidade de possibilidades e opções que complexificam
ainda mais a relação marca-cliente, assim como abre brechas para
popularização de tecnologias como a internet das coisas (comentários à
frente).

EXEMPLIFICANDO

Mesmo relutantes, a transformação digital bate à porta de


empresas e consumidores. Um ponto de apoio para tal
reflexão reside no período de isolamento social vivido no ano
de 2020. Pessoas passaram a considerar as vias digitais para

realizar tarefas até então exclusivas, em muitas das rotinas,


do formato presencial e síncrono, como aulas e reuniões de
equipe.

A tecnologia, então, impõe-se não mais como alternativa,


mas como viés estratégico para perenidade e
sustentabilidade de negócios em diversos segmentos.

Aqui, considera-se a ideia de que a internet é um medium (SODRÉ,

2013). Neste entendimento, a internet se comporta como uma grande


ambiência, servindo como terreno para que a convergência possa ser
potencializada no cotidiano das pessoas, independentemente dos
dispositivos eletrônicos utilizados.

A ideia de convergência midiática (perceba que a palavra “cultural”,


aqui, foi substituída para “midiática”) basicamente reside na coexistência
de várias telas na experiência do usuário ou, não obstante, do
consumidor. Ao mesmo tempo que assistimos a uma série no Netflix,
podemos acessar no celular o Twitter e fazer comentários para a rede

de contatos que compartilhamos. Há alguns segundos deste momento,


uma colega pode acessar meu comentário pelo seu tablet e disparar um
evento de compartilhamento para outras tantas pessoas que poderão
igualmente visualizar a mensagem e imprimir ações e reações que lhe
couberem. 

0
Sob outro ângulo: um programa de televisão pode se valer das
interações em redes sociais, além da possibilidade de postar as edições

Ver anotações
dentro de uma plataforma de streaming na internet. Fazendo confluir

tamanha capilaridade comunicacional, as conexões estão cada vez mais


afinadas aos propósitos particulares de cada pessoa.

A esta altura, já foi entendida, então, a ideia de que a internet não se


trata de uma mídia ou meio de comunicação em si, mas sim que
incorpora uma importante ambiência para potencializar o aspecto de
convergência que vivemos atualmente. Partimos agora para entender
o impacto da convergência midiática nos negócios.

Imagine que, dentro do orçamento que dispunha, o seu negócio não

contou com a contribuição de um web designer que pudesse trabalhar


na página do seu negócio na internet e você mesmo decidiu construí-la.
Em contato com a página, um potencial cliente se depara com fontes
sem nenhum padrão, figuras espremidas e outras alargadas,
informações desencontradas e, ainda, desorganização da proposta
visual e comercial que pretendia transmitir.

Essa experiência negativa poderá afastar o cliente de uma possível


intenção de compra. Isso porque uma das evidências de seriedade da

empresa, na internet, é o cuidado com o visual da página, credibilidade


das informações postadas e funcionalidades previstas em lei.

ASSIMILE

Você sabia que há leis, normas, decretos e boas práticas que,


ao lado de outras tantas informações, podem embasar
decisões na esfera organizacional? Pois bem, a título de
ilustração, imagine que um e-commerce não siga as
recomendações do Decreto n. 7.962, de 15 de março de
2013, que regulamenta a Lei nº 8.078, de 11 de setembro de
1990 (BRASIL, 2013).

O art. 3º, por exemplo, diz:


Os sítios eletrônicos ou demais meios eletrônicos utilizados para ofertas de

compras coletivas ou modalidades análogas de contratação deverão conter,


além das informações previstas no art. 2º , as seguintes: I - quantidade

mínima de consumidores para a efetivação do contrato; II - prazo para


utilização da oferta pelo consumidor; e III - identificação do fornecedor

responsável pelo sítio eletrônico e do fornecedor do produto ou serviço


ofertado, nos termos dos incisos I e II do art. 2º. (BRASIL, 2013, [s.p.])

E essa é apenas uma das tantas evidências que podem trazer

conforto para o consumidor na hora de comprar pela


internet.
Pensar composições visuais para cada uma das tantas opções de
dispositivos – tais como smatphone, tablet ou computador de mesa –
existentes no mercado, também não seria pertinente ou mesmo viável.
Por isso, no momento de construção dos layouts, os programadores e

0
designers consideram as dimensões mais utilizadas. Em síntese,

Ver anotações
considera-se confeccionar três diferentes dimensões de layout, a saber:
1920 pixels para computador, 1024px para tablets e 360px para
smartphones.

DICA 

Existem ferramentas na internet que acompanham e


publicam as dimensões mais utilizadas em cada momento e
em cada região geográfica. Vale acompanhar para manter a
atualização correta sobre o assunto.

É importante reforçar que o profissional dedicado ao frontend, ou seja,

à estrutura de programação que dá forma à interface gráfica que será


direcionada ao usuário, não precisa construir um layout para cada tipo
de dispositivo existente. Isso seria impossível e improdutivo.

Em contrapartida, não basta apenas seguir diferentes dimensões; é


preciso reposicionar os elementos de cada página para fornecer uma
experiência ainda melhor ao usuário. Ou seja, neste ponto, conhecer as
preferências de tela por parte do seu público-alvo é primordial, pois
equivale a uma decisão estratégica no que tange à alocação de recursos

para a construção de layouts diversos, pensados para cada experiência


de acesso.

REFLITA

Quando falamos de interface gráfica, podemos nos referir a


páginas na internet, aplicativos mobile, softwares e outras
soluções. É importante que você não restrinja os
conhecimentos aqui obtidos apenas no contexto de site ou
blogue.

O intuito é diminuir o custo psicológico e mental do consumidor frente à

página que acessa. Se os elementos da página forem desorganizados,


desarmoniosos e negligentes, o consumidor pode facilmente abandonar
a possibilidade de fazer negócio com a sua marca. “As pessoas
entendem páginas web muito rapidamente baseadas no layout”
(KALBACH, 2009, p. 268). Isso quer dizer que a composição visual de
uma página é a primeira impressão que poderá agir positiva ou

negativamente para a permanência do usuário.

Como já mencionado, letras pequenas demais, imagens com baixa

resolução, falta de organização ou categorização da informação à


disposição, são alguns exemplos que custam atenção desnecessária dos
usuários. Para sanar problemas como esse, surge a ideia de design de

interação.

0
O principal objetivo do design de interação reside na usabilidade.
De outro modo, busca desenvolver produtos e soluções interativas

Ver anotações
que tragam facilidade, agradabilidade e clareza para o usuário,
tornando a sua experiência a melhor possível (SEGURADO, 2015).

Ao mesmo tempo que deve prezar pela inovação, criatividade e

exclusividade, o designer de interação também deve levar em


consideração o repertório de quem interage. Com outras palavras, deve

haver um terreno comum, que remeta a objetos conhecidos pelo


repertório cognitivo do interagente.

Neste ponto, imagine projetar o layout de uma tela acoplada à porta da


geladeira que traga sugestões de receitas de acordo com os alimentos

de que o consumidor dispõe naquele momento. Ou, ainda, a interface

gráfica que demonstrará quanto de cada alimento ainda tem em


estoque para fornecer opções de compra de acordo com as

preferências previamente configuradas para atender – exemplo: indicar


o menor preço, dentro de um raio de 10 km, para adquirir legumes, pois

estão acabando.

Os exemplos apresentados são atinentes à área de inteligência

artificial. Mas vale dizer que as aplicações da IoT (internet das coisas)
não devem se restringir ao ambiente doméstico. Há possibilidades

pensadas para a agropecuária, por exemplo, em busca de melhores

formas de controlar e produzir. No campo da medicina, podemos


agrupar dados dos pacientes em tempo real, como a medição da

pressão e acompanhamento dos batimentos cardíacos. E, por fim, mas


sem esgotar o assunto, tudo que pode envolver a melhor gestão pública

de cidades inteligentes (como transporte, segurança pública, tráfego de

veículos etc.) (ALECRIM, 2020).

Voltando para a questão da interface gráfica, há, basicamente, duas

formas de pensar diferentes layouts para diferentes dispositivos. A


primeira forma é considerar que há o código de programação que prevê

a adequação automática a cada tipo de tela que acessa o seu domínio. A


segunda maneira é construir dois diferentes códigos que serão,

inclusive, diferenciados no próprio domínio (geralmente com um “m” de


mobile para a versão de celular, por exemplo). 

Em outras palavras, quando há site responsivo, os diferentes


dimensionamentos são derivados de um único código que prevê essa

responsividade. Agora, com relação ao site dedicado, por sua vez, é

pensado e construído de forma separada. 

Figura 3.2 | Sites responsivos e sites dedicados


0
Ver anotações
Fonte: adaptada de Seobility Wiki ([s.d.], [s.p.]); Shutterstock.

Suponha que a vasta maioria dos acessos ao site do seu negócio venha
de dispositivos móveis. Com isso, é estratégico pensar e estruturar a

experiência mobile antes de considerar qualquer outra tela.

No mercado, essa estratégia é chamada de mobile first e consiste em

primeiro programar o layout com vistas a melhor atender à experiência


oriunda do dispositivo móvel. Dali, são desdobradas outras experiências

para demais telas, tais como tablet e computador de mesa.

Figura 3.3 | Mobile first

Fonte: Shutterstock.

Considerar a estratégia supradescrita tanto faz sentido do ponto de


vista do volume atual de acessos, como também do planejamento

estratégico do negócio. Assistir aos números de penetração dos


smartphones e redes móveis (3, 4 e 5G), assim como as tendências de

consumo e comportamento, pode servir como premissa na formatação


dos pilares estratégicos.

Além de considerar aspectos quantitativos de tendências do mercado,


vale pensar nos prognósticos e na influência que tecnologias, como a

internet das coisas, pode representar na mutação de experiências com

telas.

A internet das coisas – do inglês Internet of Things (IoT) – refere-se à

possibilidade de invocar a tecnologia para aumentar a produtividade e a


conveniência do gerenciamento da vida cotidiana, mas principalmente

toda a inteligência que é gerada com o acúmulo de dados no controle


de atividades e outras soluções promovidas por essa tecnologia.
A noção de IoT suscita que “a internet pode estar presente em todas as

coisas” e, com isso, facilitar o gerenciamento da vida cotidiana das


pessoas (ALECRIM, 2020, [s.p.]). Dentre as funções que a tecnologia

pode desempenhar, estão gerenciamento, localização, rastreamento e

0
reconhecimento inteligente de diversos dispositivos. 

Ver anotações
Nas palavras de Córdova Junior (2018, p. 18), a tecnologia “IoT deve
permitir uma conexão autônoma e segura para troca de dados entre
os dispositivos e aplicações do mundo real, utilizando a internet para
comunicação, troca de informações, tomada de decisões e invocação
de ações”.

Salvos os desafios que estão endereçados à questão da IoT, como a

necessária padronização para garantir a interoperabilidade das


camadas envolvidas na sua execução, temos agora uma ideia de como

essa e outras tecnologias podem mudar a forma de pensar a interação e


consumo em telas por parte dos usuários.

O conceito de user experience (UX) vem suprir as necessidades da


convergência da informação pulverizada em diversas telas que

endereçou diversos desafios para os desenvolvedores, inclusive aqueles


dedicados às aplicações mobile.

A capacidade de aliar calls to action – chamadas para ação tais como link
sinalizando “clique aqui” – nos pontos de contato ao longo da jornada

do usuário é o principal e mais requerido conjunto de habilidades que o

designer de interação pode ter. Isso porque aproximar a familiaridade


do usuário com o interesse do negócio – que, no caso, reside na geração

do lucro – é a finalidade dessa área de atuação.

Além disso, tal planejamento deve levar em consideração aspectos

comportamentais da navegação na web. Pesquisas como a de Harald


Weinreich, da Universidade de Hamburg, mostram que ¼ das pessoas

permaneceram menos de 4 segundos em uma única página, enquanto


51%, menos de 10 segundos. Por isso, as páginas devem ser pensadas

de acordo com critérios de concisão e clareza.


Figura 3.4 | Planejamento de web design para celular

0
Ver anotações
Fonte: Shutterstock.

O planejamento e a promoção de alterações no layout de uma página

demanda muita pesquisa e experimentação. O que equivale dizer que


os designers e profissionais de outras áreas, envolvidos em projetos

dedicados à eficácia da interação, devem verificar as hipóteses de

maneira contínua, redirecionando as estratégias sempre que for


necessário.

Dentro desta perspectiva está o design centrado no usuário. Tal


abordagem coloca o usuário no centro de todo o planejamento e
desenvolvimento da solução. Utiliza-se de muita entrevista,
observação e testagem. A pesquisa, portanto, substitui a suposição
(KALBACH, 2009).

Para medir a eficácia de botões e outros elementos visuais dentro de


uma proposta de design, é necessário introduzir a ideia de automação

que, no caso, aplica a esfera do marketing para acompanhar a


performance da marca dentro de determinado recorte temporal.

Há diversas formas de metrificar tal performance, mas essa composição


dependerá, de forma direta, do segmento de atuação da marca. Para

ilustrar, imagine a atuação de um e-commerce que possa se interessar


em medir indicadores, tais como:

Tráfego (medir quantos acessos o site recebe).

Recorrência (acessos únicos e recompra).

Conversão (o poder da página de converter visitantes em clientes).

Avaliações (volume e qualidade de feedbacks).

Abandono do carrinho de compras (volumetria e captura dos


motivos).

Service Level Agreement de atendimento (começando pelo tempo


médio de resposta aos clientes).
Preço (comparação com preços praticados na concorrência para

ajustar ao público).

São várias as possibilidades e oportunidades de utilizar a tecnologia a

0
favor do ganho de produtividade e escala em negócios dos mais
diversos ramos de atuação do mercado. O desafio é estressar o

Ver anotações
repertório de conhecimento para dar conta de resolver problemas

organizacionais mais diversos durante a sua jornada profissional.

REFERÊNCIAS

ALECRIM, E. O que é Internet das Coisas (Internet of Things)? Info

Wester, 19 abr. 2020. Disponível em: https://bit.ly/2ZvUjhY. Acesso em:


11 maio 2020.

BENYON, D. Interação humano-computador. 2. ed. São Paulo: Pearson


Education do Brasil, 2011. Disponível em: https://bit.ly/2YM3bRA. Acesso

em: 11 maio 2020.

BOXES AND ARROWS. Boxes and Arrows, 2001-2017. Site dedicado à

prática, inovação e discussão do design. Disponível

em: https://bit.ly/3dO9dp1. Acesso em: 19 jun. 2020.

BRASIL. Presidência da República. Decreto nº 7.962, de 15 de março de

2013. Regulamenta a Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, para


dispor sobre a contratação no comércio eletrônico. Brasília, 15 mar.

2013. Disponível em: https://bit.ly/3iiX276. Acesso em: 18 jun. 2020.

CÓRDOVA JUNIOR, R. S. Big Data e Internet das Coisas (IoT). In: MORAIS,

I. S. et al. Introdução a Big Data e Internet das Coisas (IoT). Porto


Alegre: SAGAH, 2018. 

DIGITAL WEB MAGAZINE. Digital Web, 2019. Publicação sem fins


lucrativos criada por uma rede mundial de voluntários dedicados à

produção de material educacional e informativo de qualidade

gratuitamente. Disponível em: http://www.digital-web.com/. Acesso em:


19 jun. 2020.

EBIT/NIELSEN COMPANY. Webshopper 40. Latin America E-commerce


2019. The Nielsen Company, 2019. 

Informações e inspiração para a comunidade de experiência do usuário.


Disponível em: https://www.uxmatters.com/. Acesso em: 19 jun. 2020.

JENKINS, H. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2010.

KALBACH, J. Design de navegação web: otimizando a experiência do

usuário. Porto Alegre: Bookman, 2009. Disponível


em: https://bit.ly/2BvcpbX. Acesso em: 11 maio 2020.

MARTINO, L. M. S. Teoria das Mídias Digitais: linguagens, ambientes,


redes. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
MORAIS, O. J. A Dinâmica das Teorias da Comunicação: novos métodos
como passagem para novas práticas teóricas. In: Teorias da

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Porto Alegre: EdiPUCRS, 2010.

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SEGURADO, V. S. Projeto de interface com o usuário. 1. ed. São Paulo:

Ver anotações
Pearson Education do Brasil, 2015.

SEOBILITY WIKI. Mobile Optimization. Seobility Net, [s.d.]. Disponível


em: https://bit.ly/2D0gxRN. Acesso em: 1 abr. 2020.

SODRÉ, M. Antropológica do espelho: uma teoria da comunicação


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TURKLE, S. Life on screen. Nova York: Basic Books, 2011.

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Ver anotações
INTERNATIONAL WORLD WIDE WEB CONFERENCE, 15., 2006, Edinburgh.

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em: https://bit.ly/31yy8KT. Acesso em: 18 jun. 2020.

WIND, Y.; MAHAJAN, V. Marketing de convergência. São Paulo: Pearson


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em: https://go.forrester.com/. Acesso em: 19 jun. 2020.

JUPITER RESEARCH. JupiterReserach, 2020. Fornecedora líder de


cartuchos de vaporizadores e fontes de alimentação voltados ao

desenvolvimento. Disponível em: https://bit.ly/31uwv0K. Acesso em: 19


jun. 2020.
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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO

TENDÊNCIAS

0
Ver anotações
Tayra Carolina Nascimento Aleixo

COMO MITIGAR DÚVIDAS E RECLAMAÇÕES DOS


CLIENTES QUANTO AO MENU DO APLICATIVO DE UM
BANCO DIGITAL?

Para solucionar esse desafio, aplique um benchmarking e tenha em mente


conceitos como design de interação, UX, design centrado no usuário, entre outros.

Fonte: Shutterstock.

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Áudio disponível no material digital.

SEM MEDO DE ERRAR

Lembre-se de que Frederico está trabalhando no menu do aplicativo de


um banco digital, observando soluções dos concorrentes. Dessa forma,

ele objetiva evitar dúvidas e reclamações dos clientes. Como integrante


da equipe dele, você deve ajudá-lo a efetuar o benchmarking e a
escrever um e-mail com as informações e soluções encontradas.

Antes de trazer uma resolução ao exercício proposto, destacamos a


importância de aplicar análises de mercado a partir de informações
secundárias, ou seja, existentes no mercado, para diminuir os
esforços internos. Além disso, fomentar uma postura crítica e
autônoma em situações como a descrita na situação-problema
poderá destacar você como profissional capacitado no mercado.

Uma possível solução, enquanto formalização dos achados por meio do

e-mail, seria:
Olá, equipe, tudo bem?

Escrevo para compartilhar os resultados do benchmarking efetuado

0
ao longo do último ciclo de trabalho. Foram consideradas as

Ver anotações
principais concorrentes, com base no critério de penetração de
mercado e visibilidade frente aos consumidores.

Foram trazidas evidências que comprovam boas práticas já em uso


no mercado. A seguir, temos mais informações:

Banco A: implementação de um tutorial guiado no primeiro


acesso do usuário com o novo layout do menu em teste.

Banco B: execução de entrevistas e enquetes no lugar de testes


práticos junto aos usuários poderá equivaler a esforços
desnecessários que poderiam ser mitigados, caso a solução
prezasse pelas necessidades dos usuários ainda na fase de
prototipação.

As evidências reafirmam a importância de manter um fluxo de


comunicação assertivo, direto e adequado para o caso de
recomposição dos botões do menu, diminuindo a curva de
aprendizagem dos clientes e, com isso, reduzindo o número de
atendimentos necessários para sanar dúvidas.

Não obstante, enxergamos a necessidade de efetuar testes práticos


no lugar de perguntar ao usuário sobre suas preferências no
tocante à interface gráfica. Isso porque conhecimentos como
neurociência, psicologia e marketing nos mostram que, por vezes, o
indivíduo não sabe o quer.

Bom, espero que tenha contribuído com o aprendizado coletivo do


projeto.

Atenciosamente.

À disposição.

Esse foi um exemplo de e-mail que poderia assumir uma infinidade de

outras formas e propostas. Vale pegar o exemplo e aplicar noutros


contextos de atuação do mercado, como indústrias, varejo, celebridades
influenciadoras digitais etc. A criatividade não tem limite, e você deve

saber o quanto o fomento de repertório é válido para apropriação de


soluções nos mais diversos contextos de desafio.

AVANÇANDO NA PRÁTICA

A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA PARA O DESIGN CENTRADO


NO USUÁRIO

Renato é desenvolvedor em uma grande empresa de educação.

Atualmente, recebeu novas diretrizes estratégicas, tanto de colocar o


usuário do centro das decisões, como também de priorizar o
desenvolvimento de soluções gráficas voltadas para os dispositivos

0
mobile. Qual deve ser o caminho que Renato deve percorrer para

Ver anotações
garantir que as funcionalidades visuais do design de interação sejam
devidamente atestadas?
RESOLUÇÃO 

Para atestar a eficácia do posicionamento de um botão dentro da

interface gráfica de uma solução é importante que haja

0
experimentos e pesquisas que colocam o usuário em contato direto

Ver anotações
com essa proposta. Com outras palavras, não adiantaria perguntar

ao usuário qual o local mais adequado para posicionar o botão por


meio de enquetes e entrevistas. Perceba que este universo depende
em grande medida de tentativa e erro, mas também de
embasamento de áreas como a psicologia e a neurociência.
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NÃO PODE FALTAR

DO CRM AO CXM

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Ver anotações
Tayra Carolina Nascimento Aleixo

O QUE SIGNIFICA DIZER QUE A EMPRESA É


ORIENTADA AO CLIENTE?

Significa que a organização se dedica a colocar a jornada do cliente como ponto de


partida para toda e qualquer decisão.

Fonte: Shutterstock.

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CONVITE AO ESTUDO

O lá, como vai? Na posição de cliente, você já reparou as quão

diversas podem ser as experiências com diferentes marcas? Por


exemplo, já tentou devolver um produto e não conseguiu? Ou, em
contrapartida, já solicitou reembolso e foi prontamente atendimento?
Como ficou seu grau de satisfação em cada uma dessas experiências?

Pois bem, as organizações começaram a entender como é


importante colocar a experiência do cliente no centro da estratégia.
Cascateando para todos os níveis hierárquicos, a organização como
um todo deve assistir e fomentar a melhor experiência que puder
fornecer ao cliente.

Por isso, nesta parte o objetivo é articular assuntos caros ao

gerenciamento da experiência do usuário – do inglês, Customer

Experience Management.
Dentro dos assuntos abordados, estão: precedentes históricos que

sustentam a posição de destaque do CRM com foco na experiência do

usuário, governança, metodologias e ferramentas voltadas para


implantação de programas de CRM com este viés e, também, como são

0
compostos os modelos de relacionamento que consideram a realidade

Ver anotações
de integração de canais que vemos acontecer nos dias atuais.

Vale mencionar que aqui não há nenhuma intenção em esgotar o

assunto. Na verdade, encorajamos a busca autônoma e crítica de


informações, conceitos e aplicações que possam fazer sentido na sua

própria experiência profissional.

Bons estudos e divirta-se!

PRATICAR PARA APRENDER

Uma boa prática para começar qualquer novo projeto é, em primeiro

lugar, pesquisar tentativas anteriores que já passaram por desafios

comuns e, por isso, poderão vacinar a experiência que vivenciará. De


outro modo, e a título de exemplo, se você decidir vender bananas chips

e não sabe por onde começar, pode fazer uma rápida pesquisa na
internet e aprender com quem já se aventurou neste empreendimento.

O mesmo pode ser replicado para projetos dentro da empresa. É

possível realizar benchmarkings internos, externos ou mesmo buscar


referências, na literatura da área, para aprender a forma mais assertiva

de implementar, no caso, um programa de Customer Relationship


Management com foco em customer experience.

Para chegar até a proposição de um método que prevê etapas de

implementação do CRM, esta leitura passará pelos pontos de evolução


do conceito de CRM até chegar à origem do chamado Customer

Experience Management. Dessa forma, serão articulados assuntos


ligados à governança, gestão, sensibilização e implementação. 

A intenção também é que você tome conhecimento do método

chamado DDI, cujo acrônimo traz os seguintes elementos: 

Discutir (dedicado a conhecer e mapear a jornada do cliente e as


estratégias basilares do negócio, como também elementos do nível

tático, tais como gargalos no processo).

Descartar (focado em revisitar atividades que não agreguem valor ao

cliente, superando crenças limitantes e processos obsoletos).

Integrar (a esta altura, o time buscará alcançar uma visão consensual

sobre a jornada do cliente, bem como os processos envolvidos e


necessários, além da tecnologia, canais e sensibilização junto à
comunicação interna e educação corporativa).

A referência utilizada foi o livro intitulado Gestão do relacionamento e


customer experience: a revolução na experiência do cliente, cujo
conteúdo compila a experiência de mercado em implementação e
consultorias focadas em CRM do professor e consultor Roberto

Madruga (2018).

Para endereçar esta e futuras discussões, vale pontuar o que a literatura

0
vem entendendo por omnichannel. Segundo Kotler, Kartajaya e
Setiawan (2017, p. 168), a noção de marketing onicanal é, propriamente,

Ver anotações
“a prática de integrar vários canais para criar uma experiência de

consumo contínua e uniforme”.

Com outras palavras, o marketing sofreu alterações e, hoje, passa a


assistir à jornada do cliente que pode começar, entremear e terminar
nas plataformas digitais ou em estruturas físicas das marcas e suas
parceiras. Trocando em miúdos, podemos pesquisar o produto na

internet e comprá-lo na loja do shopping perto de casa. 

Para aplicarmos os conteúdos propostos nesta seção, vamos nos


dedicar à seguinte situação-problema: Carolina é startup hunter em
uma empresa voltada ao recrutamento de negócios com alto potencial
de lucro para, no segundo momento, confeccionar e prover relatórios a

fundos de investimento em capital de risco e private equity.

Atualmente, tem profissionalizado o processo de seleção dos negócios.


O maior objetivo é filtrar negócios que ainda não apresentem
maturidade suficiente para receber grandes aportes de investimento.

Para tanto, Carolina tem percorrido a jornada do cliente em cada um


dos negócios, ou seja, tem se passado de consumidora para avaliar o

nível de qualidade do serviço prestado, além da adequação (quando


houver) dos produtos recebidos.

Atualmente, tem prestado mentoria para uma startup que apresenta


um grande potencial. Mas, em contrapartida, a jornada do usuário
apresenta diversos furos que são, do ponto de vista dos investidores,

imperdoáveis.

Em defesa aos empreendedores envolvidos, Carolina propõe a

implementação de um programa de Customer Relationship


Management com foco em CX e a futura reanálise da jornada do cliente.
Pretende confeccionar o relatório somente depois dessa readequação.

Após contato de Carolina, você, enquanto líder do time da consultoria


contratada para implementar o programa na startup, deve construir

uma apresentação para sensibilizar os gestores e colaboradores


responsáveis pela futura implementação.

Neste momento, não se apegue aos cargos que participarão desta


oportunidade. Pense, em linhas gerais, de que modo poderia traçar uma
trilha para suprir a consultoria de informações suficientes para fazer

com que as visões se integrem.

Para realizar o trabalho, tome as questões a seguir como norteadoras

do trabalho:
1. Qual seria a primeira atividade que deveria realizar para identificar

os gargalos da divergência de visão sobre CX?

2. Adotaria algum método já testado no mercado e recomendado por

0
algum especialista para dar o tom da conversa?

Ver anotações
3. Quais são os próximos passos que devem ser seguidores após a

etapa de sensibilização que está à frente?

Agora, mão na massa! Está contigo a responsabilidade de confeccionar

uma apresentação, com extensão .ppt, para mostrá-la tanto a Carolina


quanto aos empreendedores que estão à frente do negócio.

Perceba que há um caminho cheio de novos conhecimentos para você


percorrer. Esperamos que se divirta muito enquanto constrói a robustez
da sua atuação profissional e empreendedora.

CONCEITO-CHAVE

A simultaneidade da vida conectada com as interações não mediadas

pela tecnologia da informação e comunicação endereçam novos


desafios ao marketing de relacionamento e a todos os pontos dessa
temática. Aqui, portanto, vale citar o entendimento de Kotler, Kartajaya

e Setiawan (2017) acerca do chamado marketing onicanal. Esta nova


concepção busca “integrar vários canais para criar uma experiência de
consumo contínua e uniforme” (p. 168). Ou seja, busca atender à
jornada do cliente, mesmo que este passe por pontos de contato
digitais ou na loja física da marca, por exemplo.

Para dar conta do novo contexto e comportamento do cliente, devemos

superar a discussão seminal sobre gestão do relacionamento com o


cliente e, indo além, atualizar o repertório para seguir com o
entendimento do que há de mais recente no que tange à implantação
de programas de CRM com foco na experiência do cliente.

Com outras palavras, a presente leitura passa pelos principais pontos


que fizeram o marketing de relacionamento evoluir para colocar o
consumidor no meio de sua estratégia. Por isso, a origem do chamado
Customer Experience Management (ou simplesmente CXM) também
será mencionada.

Vale mencionar, logo de saída, que o conceito de CX abarca as seguintes

noções: user experience (UX), Customer Experience Management (CXM),


Mapeamento da Jornada do Cliente (CJM) e, por fim, Employee
Experience (EX) (MADRUGA, 2018). O objetivo da presente leitura, no
entanto, não é destrinchar o CX em si, mas sim entendê-lo do ponto de
vista do CRM.

Retomando, dizer que uma organização é orientada ao cliente, ou seja,


embasa a sua estratégia neste cliente, equivale a dizer que ela se dedica
a colocar a jornada do cliente como ponto de partida para toda e
qualquer decisão, independentemente do nível hierárquico de atuação.
Em termos práticos, o primeiro ponto, antes de elencar soluções
tecnológicas que sustentarão a operação de um programa de
relacionamento com o cliente, recai nas definições estratégicas que

balizam as diretrizes de governança da empresa. Sem a clareza de

0
assuntos como esse, a compra de ferramental é prematura e pode

Ver anotações
acarretar prejuízos à empresa (MADRUGA, 2018).

Dessa forma, o método de implantação de programas de CRM ligados à


experiência do usuário conta com cinco etapas que garantem essa
cadência, necessária e coerente, de estruturar e implementar
programas de relacionamento. (Conheceremos essas etapas adiante.)
Roberto Madruga (2018) explica que o escopo do CRM foi sendo
ampliado à medida que as dinâmicas omnichannel foram tomando
conta do cenário de contato com o consumidor. Dessa forma, passa-se
do processo de conquista e fidelização de clientes para, então,

0
considerar diferentes combinações tecnológicas, processos e estratégias

Ver anotações
para acomodar, da melhor maneira possível, a experiência do usuário.

Segundo o relatório da Global Contact Centre Benchmarking Report


(DIMENSION DATA, 2016) – pesquisa que levou em conta 40 das maiores
empresas do mundo, mais de 1,3 mil centrais de atendimento em 81
países diferentes –, a evolução do atendimento se deu a partir da
substituição do face a face frente à tecnologia do telefone, passando
pela ampliação do acesso e integração de novas tecnologias de contato

social, chegando à personalização proativa da experiência por meio da


análise digital e automatização do contato.

O CRM comporta hoje a otimização de áreas como atendimento ao


cliente, marketing digital e todos os pontos de contato junto ao cliente
(MADRUGA, 2018). A marca está interessada em personalizar o
atendimento com base nos pontos de contato com o cliente, mas, ao
mesmo tempo, quer utilizar esses insumos para melhor comunicar suas
ações, lançamentos etc.

ASSIMILE

Para localizar a origem de cada um dos conceitos já


mencionamos até aqui, vale ler o trecho do livro de Roberto
Madruga (2018, p. 233) sobre marketing de relacionamento,

CRM e gestão do relacionamento:


Enquanto o Marketing de Relacionamento originou-se da fusão de várias
correntes acadêmicas de conhecimento, o CRM foi originado por executivos

da indústria de software, que mesclaram proficiência tecnológica com sua


grande habilidade em entender e tentar viabilizar em seus sistemas as

estratégias e táticas de Gestão do Relacionamento.

Perceba que, com isso, os programas de CRM dentro das empresas são
cada vez mais estratégicos, pois proveem de insumos para tomada de
decisão, dados que são atinentes da percepção do cliente sobre a

solução, produto ou serviço ofertado ao mercado.

Com isso, o processo de inovação pode ganhar velocidade de maneira


próxima e coerente aos desejos e necessidades reais dos clientes, uma
vez que são eles a sinalizarem o que não deve ser seguido e aquilo que,
em contrapartida, deve ser incorporado e fomentando na cadeia de
valor do produto.

Imagine-se à frente da gestão de uma pequena agência de marketing de


influência. O seu negócio é conectar influenciadores digitais com marcas
que tenham aderência ao discurso e propósito entre si. Em dado
momento, você percebe que a necessidade de submeter comunicações
semanais para as marcas, sobre os novos ingressantes digitais, não fazia
sentido, mas, pelo contrário, tem fomentado insatisfação com os
serviços da agência.

0
Se a hipótese, no primeiro momento, fosse a oxigenação de
informações de novos influenciadores, no segundo momento a agência

Ver anotações
descobre que as marcas bloqueiam ou sequer leem as comunicações

que tomam um tempo da equipe interna de inbound marketing.

É aí que mora o desafio: descobrir o que, de fato, o consumidor valoriza

para então decidir mais assertivamente sobre a alocação de recursos,


tempo e gente. E isso demanda experimentar diferentes composições,
diferentes comunicações, com métricas que provem a eficácia de cada
uma.

No Brasil há uma operadora de cartões de crédito, por exemplo, que


coloca no ar diferentes funções para testar o engajamento e medir a
satisfação dos usuários. Isso é necessário porque não adianta colocar a
função em staging e esperar resultados semelhantes após o lançamento

da mesma solução, no mercado.

Em outras palavras, a empresa deve considerar o contexto real para

rodar experimentos. Caso contrário, os resultados poderão ser


enviesados e mascarar dados reais sobre determinada ação que esteja
em teste.

Retomando: a evolução do CRM reside justamente no entendimento


de que é fundamental garantir o sucesso do cliente em meio a sua
jornada para, então, garantir a perenidade dos negócios na linha do
tempo. Daí a aproximação do conceito de CRM à noção de customer
experience.

Para melhor prover insumos à jornada do consumidor é


terminantemente necessário passar por ela. Algumas empresas
colocam os chamados “suricatos” para auditar a qualidade entregue, de
fato, ao consumidor.

Veja, a preocupação em melhor atender ao cliente e, em contrapartida,


identificar deficiências dos sistemas internos para fomentar as vendas e
o relacionamento são dois pontos que tracionaram a evolução do CRM
enquanto combinação de soluções tecnológicas para suprir as
necessidades empresariais.

De outro modo, áreas ligadas ao atendimento e acompanhamento dos

níveis de satisfação do cliente passaram a reclamar ferramentas mais


refinadas de trabalho para tornar o funil de vendas mais assertivo e

rápido. Por outro lado, a deficiência de integração dos sistemas internos


de controle (estoque, custos e rentabilidade, por exemplo) também

ficou evidente para os gestores. Na concepção de Madruga (2018), essas

foram as razões para que o CRM encontrasse motivos para fazer a sua
importância ascender no meio empresarial. Em termos práticos, é

possível pensar que o CRM bebe informações de sistemas integrados,

mas procura capturar e tratar dados “de fora” da organização.

0
Agora, vamos falar um pouco dos precedentes do CRM para entender a

evolução para a orientação de CX que tomou no meio do caminho. Da

Ver anotações
perspectiva histórica, a disseminação do CRM está associada à empresa

Siebel, que foi fundada em 1993 por Thomas Siebel. Essa companhia se
destacou, pois percebeu a deficiência das empresas em conhecer o

cliente e automatizar as vendas (MADRUGA, 2018).


SAIBA MAIS

No Brasil, logo no fim da década de 1980, já havia iniciativas


de profissionalizar o relacionamento com os clientes. No

0
entanto, foi apenas em 1995 que, reconhecendo o potencial

Ver anotações
de mercado, empresas revendedoras de soluções em CRM

começaram a se instalar no país (MADRUGA, 2018).

Com o passar do tempo, foi possível identificar cinco etapas genéricas

as quais toda empresa que deseja implantar um CRM deve seguir.

Figura 4.1 | Etapas de implementação do CRM, com foco em CX

Fonte: adaptada de Madruga (2018, p. 239).

Dessa forma, o primeiro momento dedica-se ao entendimento da


situação atual para projetar as diretrizes e requisitos que levarão a

empresa a outro patamar de relacionamento com o cliente. Até aqui,


foram duas etapas.

Estabelecer novos processos, destruindo atividades anteriores e


incorporando tecnologia capaz de automatizar etapas, requer confecção

de novas regras de negócio para sustentar a operação. Aqui, cabe um

exemplo: caso a marca acompanhasse, até então, os consumidores de


maneira manual, ou seja, controlando as informações em planilhas

Excel e dando ctrl+c e ctrl+v em mensagens disparadas por e-mail, chats


e redes sociais, agora é necessário repensar a cadência e conteúdo

desses disparos de acordo com o potencial binário de articular a

tecnologia a favor da personalização dos pontos de contato com o


consumidor. Outra aplicação é estabelecer um conjunto de filtros e

regras, dentro do próprio sistema dedicado ao CRM, que obedeça aos


recortes geográficos de cada representante comercial.
Mediante as descobertas supracitadas, são elencadas e estudadas

diferentes soluções disponíveis no mercado frente às requisições do


projeto. O output das etapas anteriores é justamente a clareza sobre as

necessidades do negócio para uma busca de solução mais assertiva e

0
eficaz no mercado. A partir daí, o departamento de compras segue com

Ver anotações
a aquisição da tecnologia, enquanto a tecnologia da informação segue

com a integração aos sistemas legados.

Por fim, é preciso implementar o CRM de maneira a envolver as três

dimensões preestabelecidas desde o começo da aplicação do método


descrito:

Steering committee (tomadores de decisão e cargos de níveis


estratégico e tático).

Equipe de implementação (colaboradores envolvidos e


responsáveis, por parte da empresa, pela implementação e

multiplicação do programa de CRM, internamente).

Consultoria do projeto (consultores com expertises

complementares e necessárias, que possam assegurar o sucesso do

projeto) (MADRUGA, 2018).

DICA

O alinhamento de expectativas e a equalização de

competências são duas esferas caras a todo projeto dentro


de uma organização. Não adianta uma colaboradora buscar

soluções no mercado se a alta administração não enxergar


valor em sua implementação. Da mesma forma, não adianta

a alta administração discursar sobre customer centricity e


não haver espaço para ações de inovação nessa direção.

Um dos maiores desafios que este e outros grandes projetos enfrentam


nas organizações é a cultura organizacional. Nas palavras de Kotler e

Keller (2006, p. 48), “muitas vezes, mudar a cultura corporativa é a chave


para implementar uma estratégia de sucesso”.

Isso porque a cultura carrega, dentre outros elementos, a crença dos


colaboradores sobre diversos assuntos. Caso o projeto não tenha uma

etapa de sensibilização nesse sentido, poderão cair por terra todos os


esforços empreendidos.

De outro modo, se não houver estratégias discursivas capazes de ativar


o engajamento do quadro de colaboradores, o ferramental de CRM

poderá ser implementado e nunca utilizado. Por isso, noções como

personas e metodologias como OKRs (e seus slogans) podem ser úteis


nesse sentido.

Ainda sobre este desafio, a contratante deve ficar alerta e acompanhar,


por meio de métodos quantitativos e qualitativos, as entregas efetuadas

pela contratada. Caso contrário, comportamentos negativos podem


mudar resultados esperados ou mesmo entregues, mas não
reconhecidos. A relação desgasta-se e a parceria pode ser rompida por

falta de maturidade da equipe interna da empresa (contratante).

0
EXEMPLIFICANDO

Ver anotações
A equipe pode começar a reportar bugs quando na verdade

são dificuldades no manejo da ferramenta. Caso a gestão não


tenha maturidade, poderá entender que a solução entregue

não condiz com os requisitos preestabelecidos ao longo do

processo de implementação e julgar, erroneamente, o


fornecedor. Neste caso, não adiantará apenas mudar de

fornecedor, mas sim trabalhar a abertura do time a


mudanças.

Entenda, dentro da organização coexistem diferentes versões de um

mesmo problema ou processo. A depender do ponto de vista da área,

os desafios a serem superados na jornada do consumidor podem diferir


de outra área que esteja dedicada a outro prisma do mesmo produto.

Com outras palavras, são diferentes as concepções do que é sucesso


quando se trata da jornada do cliente. Então faz sentido estabelecer um

pacto sobre o tema, com base no entendimento consensual dessa


temática.

Para mitigar os impactos negativos do que foi exposto, a partir da sua


experiência, Roberto Madruga (2018) destaca a necessidade de unificar,

desde o começo, a visão de CRM e CX entre todos os envolvidos no

projeto de implementação do programa de CRM.

Para tanto, o autor apresenta a metodologia DDI, acrônimo para:

discutir, descartar e integrar. A seguir, confira uma representação


gráfica da metodologia e, na sequência, mais detalhes sobre cada um

dos seus elementos.

Figura 4.2 | Metodologia DDI

Fonte: adaptada de Madruga (2018, p. 249); Flaticon.

Discutir: conhecer e mapear a jornada do cliente e as estratégias


basilares do negócio, como também elementos do nível tático, tais

como gargalos no processo.


Descartar: revisitar atividades que não agreguem valor ao cliente,

superando crenças limitantes e processos obsoletos.

0
Ver anotações
Integrar: alcançar uma visão consensual sobre a jornada do cliente,
bem como os processos envolvidos e necessários, além da

tecnologia, canais e sensibilização junto à comunicação interna e


educação corporativa.

0
Quanto mais alinhada está, maiores as chances de a organização

Ver anotações
prosperar em suas iniciativas. Por isso, vale a pena exercitar todo o

arcabouço de conhecimentos aqui exposto de maneira criativa, mas

também crítica.

REFERÊNCIAS

DIMENSION DATA. Global Contact Centre Benchmarking Report –

digital needs a human touch. EUA/UK: Dimension Data, 2016.

GARTNER INC. The Magic Quadrant for the CRM Customer

Engagement Center. Gartner Inc., 2020. Disponível em:


https://www.gartner.com/en. Acesso em: 20 maio 2020.

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KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing: a bíblia do

marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson, 2006.

MADRUGA, R. Gestão do relacionamento e customer experience: a

revolução na experiência do cliente. São Paulo: Atlas, 2018.


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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO

DO CRM AO CXM

0
Ver anotações
Nome do Autor

QUAL AÇÃO PODE SER ADOTADA ANTES DA


IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE CRM COM
FOCO EM CX?

Primeiramente, sensibilize os gestores e colaboradores da organização por meio de


uma apresentação, pautada no método DDI e no conceito de jornada do cliente.

Fonte: Shutterstock.

Deseja ouvir este material?

Áudio disponível no material digital.

SEM MEDO DE ERRAR

Lembra-se da Carolina e dos empreendedores dispostos a reorientar o


negócio em busca de aportes de investimento? Pois bem, chegou a hora

de apresentar o que você preparou. A seguir, há uma sugestão que


pode embasar a autoavaliação acerca da sua própria performance neste
trabalho.

Slide 1: informações da consultoria, nomes dos envolvidos e


contatos.

Slide 2: contextualização acerca do objetivo da presente etapa,


detalhando o que vem a ser sensibilização e mútuo entendimento

da jornada do cliente por todos os envolvidos do lado da startup.

Slide 3: proposição do método DDI para prosseguimento da

apresentação e do dia de trabalho que se segue.


Slide 4: rodada de entrevistas e discussões, com base no método

DDI, para capturar diferentes pontos de vista acerca da jornada do

cliente.

0
Slide 5: conceitos extraídos da literatura para embasar a

argumentação de quem está à frente da apresentação, no caso,

Ver anotações
você.

Slide 6: oficina, com cartazes, post-its e canetas para traçar a nova


jornada do cliente na visão, agora integrada, dos participantes de

diferentes áreas.

Slide 7: elenco de possíveis desafios enfrentados atualmente por


quem navega na página on-line da startup, a partir de uma visão

única de todos os participantes.

Slide 8: parecer final sobre próximos passos, com base na

percepção e evolução do trabalho naquele dia.

Slide 9: agradecimentos.

Perceba que a oportunidade supradescrita foi toda construída para

colocar os colaboradores e gestores da startup em posição de


protagonistas. O maior intuito foi prover de insumos fatídicos a

consultoria responsável por integrar as visões de diferentes áreas. Por


isso, colocar essas pessoas em discussão pode ser muito rico para

mútuo entendimento acerca dos desafios e oportunidades que têm à

mão.

Como ficou a sua apresentação? Como poderia melhorá-la após esse

feedback? Exercite e não perca oportunidades desafiantes de contribuir


com projetos da sua realidade profissional. A prática leva à construção

de repertórios mais robustos e preparados.

AVANÇANDO NA PRÁTICA

SABER O QUE TAMBÉM NÃO É PROBLEMA DO MARKETING


DE RELACIONAMENTO

Felipe é empreendedor, dono de uma startup que fatura milhões todos

os meses. Mas, devido ao rápido crescimento, tem enfrentado grandes


desafios, tais como o que acaba de identificar: desencontro de

informações do time financeiro frente ao time de vendas. Qual solução


seria apropriada para o problema de Felipe?

RESOLUÇÃO 

É importante, mais do que saber as situações nas quais se aplicam

soluções de CRM, identificar aquelas que apresentam problemas


anteriores; no caso, a integração de sistemas de informação
empresariais. Por isso, o problema de Felipe ilustra o desafio da não
integração de bancos de dados: é necessário fazer com que essas

informações sejam comuns e mutuamente inteligíveis para dar


veracidade aos dados.
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NÃO PODE FALTAR

CUSTOMER EXPERIENCE

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Tayra Carolina Nascimento Aleixo

QUAL É A DIFERENÇA ENTRE CUSTOMER EXPERIENCE


E USER EXPERIENCE?

Customer experience preocupa-se com a jornada do cliente, independentemente


do canal de interação, já user experience dedica-se a priorizar a experiência do
usuário sob a perspectiva da usabilidade, do design e da arquitetura de
informações (MADRUGA, 2018).

Fonte: Shutterstock.

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PRATICAR PARA APRENDER

Olá, como vai? Ao longo do tempo, muita coisa mudou na jornada de


compra do consumidor. Se antes o cliente transitava apenas na loja

física, hoje há canais on-line e off-line que se complementam à medida


que subsidiam de informações e narrativas, em diferentes formatos, o
processo de decisão do cliente.

Em contextos passados, as organizações pouco se importavam com a


evasão, mas atualmente o cenário é completamente diferente – ou
assim deveria ser. Isso porque mesmo que algumas empresas ainda

estejam engatinhando na transformação digital de processos e cultura

organizacional como um todo, perder clientes equivale a aumentar o


custo em busca de novos.

Nesse sentido, as empresas, além de atrair e converter leads, têm

também buscado reter, fidelizar e engajar clientes ao ponto de esses

mesmos clientes advogarem a favor da marca. Por isso e, também,


considerando o empoderamento das pessoas no tocante ao acesso à

0
informação, faz sentido pensarmos a cadeia de valor entregue ao

Ver anotações
consumidor do ponto de vista dele próprio.

Para abarcar os temas que perpassam a experiência do cliente,

portanto, a presente leitura passa pelas noções de user experience (UX),


Customer Experience Management (CXM), Mapeamento da Jornada do
Cliente (CJM) e Employee Experience (EX). Todos fazem parte dos
estudos voltados para a experiência do consumidor – do inglês

“customer experience”.

Perceba que há tratativas desde o melhoramento com relação à


usabilidade de interfaces à disposição do usuário até o aculturamento

sobre a importância de colocar o consumidor no centro do processo


decisório, independentemente do nível hierárquico de atuação do

colaborador.

Acerca do potencial de empreender campanhas de marketing em


diferentes formatos e canais, o consumidor tanto percebe um menor

custo psicológico, como espera que as marcas tenham o cuidado de


integrar o ambiente on-line com o off-line e vice-versa. Essa estratégia

atende ao chamado marketing omnichannel – ou onicanal (KOTLER;

KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017).

Repare que os desafios são grandes, mas há uma infinidade de

oportunidades, especialmente quando pensamos do ponto de vista de


composição tecnológica e gestão de recursos voltada para eficácia e

eficiência dos processos internos. Isso quer dizer que, além de melhorar

a jornada do cliente, podemos reduzir custos atrelados a etapas que


não entregam valor a ele.

Agora, para nos aproximarmos da prática, vamos analisar a seguinte


situação-problema: Giovana é gerente de produto e tem como principal

missão reduzir as reclamações acerca do tempo de resposta da loja

física frente a cliente com itens para troca, com relação especificamente
aos níveis de estoque. Acontece que a demanda vem tanto das compras
realizadas na própria loja como também no e-commerce da marca.

Isso porque, atualmente, a loja física compartilha estoque com a loja on-

line. Essa decisão foi tomada com intuito de reduzir custos, mas, na
época, negligenciou-se a integração dos sistemas de ambas. Essa falha
acarretou o seguinte: hoje, o time de atendentes de Giovana tem que
realizar constantes análises em dois diferentes sistemas para fornecer

respostas assertivas aos consumidores que buscam trocar pares de


sapatos adquiridos na loja on-line.

Para ilustrar: se o consumidor compra um par de tênis no site, mas

quando o produto chega ele identifica que a cor solicitada estava


errada, ele pode, no segundo momento, ir até a loja física e solicitar a
troca.

0
Se essa solicitação ocorrer via telefone e o tempo de atendimento levar

Ver anotações
em torno de longos 40 minutos, a percepção acerca do custo psicológico

pode aumentar com a falta de eficiência na resolução dada ao


problema, além do erro na entrega.

Além disso, o que vem acontecendo com frequência é que, além de o


atendimento demorar 40 minutos, muitas pessoas ainda não são
atendidas em suas necessidades: no exemplo apresentado, depois de

toda essa espera, caso não tenha o tênis na cor solicitada, o cliente pode
se sentir frustrado e acumular uma experiência negativa com a marca.

Hoje o fluxograma de atendimento se encontra da maneira apresentada


na figura a seguir.

Figura 4.3 | Fluxograma de atendimento a pedidos fora da especificação solicitada no site

0
Ver anotações
Fonte: elaborada pela autora.

Frente ao caso supracitado, mapeie a jornada do cliente e redesenhe


um fluxograma mais eficaz e eficiente para o atendimento das
demandas por troca de pedidos. Na ocasião da resposta, argumente

ainda as razões e pontos principais do diagnóstico que empreendeu.

Prepare-se para ampliar o seu repertório de conhecimentos. Seja agente

da mudança, independentemente do seu contexto de atuação!

CONCEITO-CHAVE

Imagine-se no lugar de um consumidor da década de 1960. Mesmo que


não tenha experienciado a época, retome filmes e seriados que ilustram
tal período. Você vai encontrar um cenário em que as possibilidades

eram bastante limitadas no tocante à interação com a marca, certo?


Agora, em contrapartida, observando o atual contexto, podemos notar o
impacto que a internet causou nas relações entre marcas e
consumidores.

Hoje não cabe falar apenas em relação comercial para tratar o


relacionamento entre marca e consumidor. Isso porque o
relacionamento construído entre ambos vai além da mera transação de
valor e mercadoria, pois sustenta o âmbito do afeto ao abarcar
interesses e valores mútuos.

Então, quando uma marca se posiciona nas redes sociais ou mesmo


constrói uma campanha com a narrativa próxima à realidade e às
crenças da persona, há fomento de um sentimento mais próximo que

não pode ser diminuído, especialmente quando checamos o impacto

0
disso no valor da marca no mercado.

Ver anotações
Para ilustrar o que os parágrafos anteriores dizem, as marcas passaram
a vender não apenas produtos e serviços, mas experiências e emoções.
A Coca-Cola, por exemplo, não vende apenas um refrigerante, mas
momentos de felicidade. Entendido esse ponto, vamos avançar na
discussão sobre como a jornada do consumidor ocorre.

Você já notou que, quando estamos em busca de uma solução para


alguma dor ou problema que tenhamos, nos deparamos com inúmeras
marcas à disposição? Para realizar a compra que apresente maior custo-

benefício, podemos nos valer de recomendações e reviews desses


produtos na internet.

Ainda experienciando o processo enquanto consumidor, podemos, no


pós-venda, utilizar páginas dedicadas a capturar e intermediar
reclamações e críticas na internet. Com isso, a empresa é acionada para
resolver a questão o mais rapidamente possível, uma vez que a
exposição do problema pode acumular um sem-número de outros
clientes insatisfeitos e aumentar o ruído na comunicação da marca.

Pois veja, a internet não apenas traz a possibilidade de efetuarmos


compras no marketspace, mas também de interagir com outros

consumidores e com a marca propriamente dita. O ambiente


conectado, portanto, traz uma série de oportunidades e desafios para a
projeção da marca no mercado.

Em linhas gerais, a experiência do cliente passa por transformações à


medida que novas tecnologias são empregadas para suportar
experiências positivas com a marca e índices de satisfação cada vez
maiores. Por isso, empresas como a Amazon, Nubank, Spotify, Google,
Microsoft, Apple e outras gigantes, ao lado de pequenas e médias
empresas, startups em fases de ideação, validação de hipóteses ou

mesmo scale-up, buscam competitividade com a incorporação de


tecnologias capazes de aumentar o número e a frequência de
experiências positivas junto ao cliente.

EXEMPLIFICANDO

Serviços de assinatura premium que suprimem as taxas de


frete ou garantem a rapidez na entrega podem ser
considerados como tentativas de aumentar a satisfação dos
clientes, premiando aqueles que são assíduos nas compras. É
o caso da Amazon, que, além de articular produtos como

esse, também testa melhorias no processo logístico com


drones e outras tecnologias, de maneira contínua.
Superada a fase de atendimento ao cliente baseado na rede telefônica
e, mais tarde, apenas por meio de e-mails, hoje o foco é integrar
diferentes canais e prover atendimento personalizado com base na
captura e tratamento automatizado de dados em tempo real

0
(DIMENSION DATA, 2016).

Ver anotações
A articulação desses dados permite a personalização no atendimento.

Mas o grande desafio é fazer confluir os pontos de contato do âmbito


presencial e da esfera digital. De outra perspectiva, o consumidor não
admite experiências negativas ou desconexas, seja no serviço de campo
ou por interações na internet – chatbot, e-mail, redes sociais etc.
(MADRUGA, 2018).

Nesse ponto, vale fazer uma diferenciação entre o termo customer


experience e user experience. Enquanto o primeiro preocupa-se com a
jornada do cliente, independentemente do canal de interação, o

segundo dedica-se a priorizar a experiência do usuário sob a


perspectiva da usabilidade, do design e da arquitetura de informações
(MADRUGA, 2018).

Podemos, então, inferir que o âmbito do user experience encontra-se


imerso na estratégia de customer experience. Nas palavras de Roberto
Madruga (2018, p. 4), “os estudos de Customer Experience (CX)
englobam User Experience (UX), Customer Experience Management
(CXM), o Mapeamento da Jornada do Cliente (CJM) e também os

princípios do Employee Experience (EX)”.

Vale esmiuçar cada um dos elementos que o customer experience

aborda:

User experience (UX): como dito anteriormente, cuida da


usabilidade do produto, da interface dos aplicativos, sites e outras
telas com os quais o consumidor tenha contato, bem como do
design e arquitetura de informações que os supre.

Customer Experience Management (CXM): é a própria gestão de


todos os pontos de contato da marca com o cliente.

Mapeamento da Jornada do Cliente (CJM): consiste no diagnóstico


e otimização da jornada do consumidor, buscando identificar todas
as etapas que entregam (ou não) valor para o cliente.

Employee Experience (EX): busca pregar autonomia e engajamento


na cultura customer oriented.

Esse último é especialmente importante, pois visa atacar diretamente a


cultura organizacional, reposicionando-a para atender ao pilar
estratégico de foco no cliente. Essa transformação é desafiadora, pois a

estratégia orientada ao consumidor deve perpassar todas as atividades


operacionais e não somente as de nível tático e estratégico. De outro
modo, para materializar o foco no cliente, todas as áreas e
colaboradores precisam estar engajados e alinhados nesse propósito,
além de munidos com os recursos e autonomia necessários.

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Para moldar a cultura organizacional com vistas à experiência e ao

sucesso do consumidor, é preciso traçar estratégias e sensibilizar os

colaboradores com relação à importância desse movimento. Por isso, as


pessoas precisam ser convencidas de que colocar o cliente no centro

0
das decisões faz sentido e, por isso, a autocomunicação (a história que

Ver anotações
cada um contará para si mesmo) deve ser populada de argumentos

favoráveis a esse fomento, por parte da comunicação da liderança com


os demais níveis da organização.

ASSIMILE

O que é sucesso? Essa pergunta busca ser respondida por


indivíduos em todo mundo e a resposta geralmente recai na

tentativa de satisfazer suas necessidades e desejos para

atingir a felicidade. O mesmo acontece para o cliente de uma


marca.

Uma parcela dessa resposta depende de insumos subjetivos


que podem ser extraídos de interações junto ao consumidor.

Por isso, o mapeamento da estratégia prevê reações ao longo


da cadeia de valor entregue ao cliente, para que possamos

calibrar os processos em busca de fornecer a ele sucesso e


subsidiar um caráter mais efetivo (eficiente + eficaz) à

empresa como um todo.

Para tornar a estratégia tangível, entra em cena o Customer

Experience Management ou, do inglês, Gerenciamento da Experiência


do Cliente (abreviados, respectivamente, como CXM ou CEM). Segundo

Roberto Madruga (2018), o CXM preza pelo atingimento de objetivos

fixados na gestão do relacionamento e passa:


[…] pela aplicação de técnicas e ferramentas, terminando por monitorar em tempo real e de forma proativa, e

de ponta a ponta, todos os passos ocorridos durante o percurso dos Clientes para com a empresa nos canais
presenciais e remotos. (MADRUGA, 2018, p. 5)

Aumentar a personalização nos pontos de contato com o cliente

aumenta a resolutividade e isso afeta diretamente a percepção positiva

do cliente no que tange ao aspecto emocional do relacionamento com a


marca (MADRUGA, 2018).
EXEMPLIFICANDO

Negligenciar o mapeamento da jornada do cliente e as


possíveis melhorias que ele poderia gerar na experiência

0
desse consumidor pode, inclusive, guardar custos

Ver anotações
desnecessários. Por exemplo, uma empresa startup

brasileira, que atua como operadora de cartões de crédito,

realizou uma série em vídeo, que traz o time de arquitetura


de negócios em pontos de oportunidade processual com

relação a problemas apresentados pelo próprio cliente: após


diagnosticar a dificuldade, o time canaliza recursos e pessoas

para chegar à melhor solução possível, do ponto de vista do


cliente. 

Perceba que há, necessariamente, a autonomia dos

colaboradores nessa equação. Sem a cultura orientada para


o cliente, ainda que com apoio da liderança, os processos

continuarão engessados e gerando experiências negativas ao


consumidor.

O chamado Customer Journey Mapping (CJM) traz tanto o

mapeamento de todo o trajeto que o cliente percorre com relação aos

pontos de contato com a marca, como também a identificação de


processos que podem ser descartados por não gerarem valor ao cliente

e/ou por custo demasiado para a empresa.

Vale dizer que o CJM atualizou o funil de vendas. Sob o foco no cliente, o

funil extrapola a etapa de compra, abarcando estágios como adoção,


retenção, expansão e apoio à marca (DEASI, [s.d.]). Nessa nova

concepção, o funil toma a forma de uma ampulheta, como é possível

notar na figura a seguir.


Figura 4.4 | Ampulheta do Customer Journey

0
Ver anotações
Fonte: adaptada de DeAsi ([s.d.], [s.p.]).

A ideia, neste momento, não é destrinchar cada etapa da ampulheta –

tarefa que ficará a cargo do seu aprofundamento no assunto, certo?


Mas repare que a jornada do cliente deve ser pensada desde a etapa de

brand awareness, gerando interesse dos consumidores pela marca, até


o patamar em que o consumidor, após fidelizado, passa a advogar a

favor dela (DEASI, [s.d.]).

Você já deve ter percebido que, além de reter clientes (aplicando

indicadores como a taxa churn e outros para acompanhar), é preciso

conhecer as causas de abandono da marca. Hoje, ignorar as razões


pelas quais o cliente deixa uma marca pode equivaler ao seu

engessamento, uma vez que não há a capacidade de sistematizar e


incorporar feedbacks.

Especificamente sobre o termo feedback, cabe introduzir uma nova


terminologia no contexto de customer experience: o feedforward. Em

um texto seminal sobre o assunto, Clevenger e Matthews (1980)

sinalizam que a noção de feedforward, diferente de feedback – que


responde de acordo com a resposta já obtida –, antecipa respostas para
os problemas comunicacionais que podem se desenrolar à frente, seja
na interação com um comprador na loja física ou na troca de

mensagens via WhatsApp com representantes comerciais.

0
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ASSIMILE

Pense que o feedback retroalimenta, enquanto

o feedforward proalimenta. Isso quer dizer que tecnologias

0
como inteligência artificial, machine learning e análises

preditivas no terreno de business intelligence podem

Ver anotações
construir tratativas de modo a antecipar comportamentos e

interações de consumidores que ainda sequer existem.

Outra questão é que não podemos deixar de nos comunicar, seja

individualmente ou enquanto coletivo revestido de uma marca. Em


outras palavras, caso não dermos oportunidade para o cliente se

expressar, ignorarmos ou demorarmos para responder às suas


mensagens no SAC ou mesmo recusarmos o uso de redes sociais nas

quais a maior parte do nosso público está, estamos, na verdade,

comunicando que não nos importamos com a sua opinião.

O silêncio de uma marca sobre determinado assunto também poderá

ser negativamente percebido pela parcela do público que é afeito ao


tema. Então, no caso de incidentes negativos envolvendo passageiras do

sexo feminino no transporte por aplicativo da Uber, é requerido, por


exemplo, que a marca se posicione não somente para prestar

explicações à sociedade como também para se retratar e resgatar a


confiança das clientes em consumir os serviços e experiências que a

marca proporciona.

Nesse ponto, vale destacar que “[…] interagimos, não com indivíduos ou

objetos, mas com a imagem que fazemos deles” (SIMONS; MCCALL,

1980, p. 72). Com outras palavras, a percepção dos consumidores


acerca da marca e seu posicionamento passa por uma avaliação social;

nos relacionamos com as interpretações que fazemos e não com o


objeto, marca ou indivíduo em si. É aqui que a construção do

relacionamento faz sentido, especialmente no contexto de interação de


hoje.

PESQUISE MAIS

A pulverização de canais de comunicação torna o contexto de


interação ainda mais complexo. São diferentes estratégias,

para diferentes finalidades que, ainda assim, precisam

coexistir de maneira coerente e inter-relacionada – mas como


assegurar a completude da narração, se os consumidores

podem ou não compartilhar o mesmo espaço de conexão?

Hoje esse é um dos grandes desafios das empresas. Por isso

e considerando também as características particulares de


cada nicho, cada segmento e conjunto de clientes, faz sentido

testar diferentes experimentos para validar testes e

hipóteses de negócios.
Essa ideia perpassa tanto a corrente lean da administração
como os desdobramentos focados em desenvolvimento de

startups e projetos inovativos diversos. Algumas referências


poderão guiar o seu aprofundamento nesse universo, a

0
saber: A startup enxuta: como os empreendedores atuais

Ver anotações
utilizam a inovação contínua para criar empresas
extremamente bem-sucedidas, de Eric Ries (2012), e Tração
— Domine os 19 canais que uma startup usa para atingir
aumento exponencial de sua base de clientes (2018), de
Gabriel Weinberg e Justin Mares.

Prover uma experiência contínua e uniforme que perpassa canais on-

line e off-line é um desafio que deve ser pensado sob o ponto de vista
da jornada do cliente. As operações, hoje, são segregadas: lojas físicas

têm metas e estratégias apartadas da loja on-line (KOTLER; KARTAJAYA;


SETIAWAN, 2017).

A gestão realizada nos moldes supracitados tanto desperdiça


oportunidades como também apresenta maior custo de operação para

se sustentar. Além disso, o consumidor percebe a divisão de narrativas


e pode se frustrar ao longo do processo.

Ainda sobre integração de canais, as campanhas de marketing podem,


inclusive, lançar mão de narrativas complementares, divulgadas em

diferentes formatos, tais como: webséries, quadrinhos, games, textos

etc. (PALACIOS; TERENZZO, 2016).

Assim, os profissionais envolvidos na garantia do customer experience

precisam traçar narrativas coerentes e que engajem os consumidores.


Percorrer todas as etapas da jornada do consumidor pode fazer a

diferença à medida que pontos de melhoria, sob o ponto de vista do


cliente, sejam captados.

Mas, além de testar todos os pontos de contato, é importante que essa


composição seja testada e continuamente melhorada. O

acompanhamento desses pontos de contato pode se dar pelo

estabelecimento de indicadores de satisfação, engajamento, conversão


e interação, entre outros. Tudo vai depender da disposição dos

profissionais envolvidos em buscar soluções para automatizar,


(re)construir e acompanhar a jornada de ponta a ponta, iterando

sempre que necessário.

Exatamente por isso, vale destacar que as organizações buscam – e,

mais do que nunca, precisam de – profissionais solucionadores de


problemas. A autonomia é uma competência cada vez mais exigida por

empresas que pretendem inovar para se manterem no mercado

competitivo. Seja o agente da mudança digital!

PESQUISE MAIS

O capítulo 10, intitulado “Marketing onicanal para

compromisso com a marca: integração das mídias e


experiências tradicionais e digitais”, do livro Marketing 4.0,

traz exemplos práticos sobre a integração de canais de

0
comunicação e canais de vendas, independentemente se

Ver anotações
alguns pontos de contato da jornada do cliente sejam no

ambiente conectado ou em espaços síncronos e presenciais


de lojas físicas.

KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 4.0:


do tradicional ao digital. Rio de Janeiro: Sextante, 2017.

Agora, para conhecer um pouco mais sobre os benefícios


estratégicos do storytelling transmidiático, leia o capítulo

“Evolução nível 5: transmídia storytelling” do livro indicado a


seguir.

PALACIOS, F.; TERENZZO, M. O guia completo do


storytelling. Rio de Janeiro: Alta Books, 2016.

REFERÊNCIAS

ANTONIOLLI, T. Como a transformação digital influenciará a

comunicação e a imprensa? Portal Exame, 26 ago. 2019. Disponível em:


https://bit.ly/3eKZvFb. Acesso em: 26 jun. 2020.

CLEVENGER, T.; MATTHEWS, J. Feedback. In: MORTENSEN, C. D. Teoria


da Comunicação: textos básicos. São Paulo: Editora Mosaico, 1980.

DEASI, G. Why the Customer Journey is Your New Marketing Funnel.


Tandemseven, [s.d.]. Disponível em: https://bit.ly/2ZmHUwG. Acesso em:

2 jun. 2020.

DIMENSION DATA. Global Contact Centre Benchmarking Report –

digital needs a human touch. EUA/UK: Dimension Data, 2016.

KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 4.0: do tradicional

ao digital. Rio de Janeiro: Sextante, 2017.

MADRUGA, R. Gestão do relacionamento e customer experience: a

revolução na experiência do cliente. São Paulo: Atlas, 2018.

PALACIOS, F.; TERENZZO, M. O guia completo do storytelling. Rio de


Janeiro: Alta Books, 2016.

RIES, E. A startup enxuta: como os empreendedores atuais utilizam a

inovação contínua para criar empresas extremamente bem-sucedidas.

São Paulo: Lua de Papel, 2012.

SIMONS, G. J.; MCCALL, J. L. Percepção e avaliação social. In:

MORTENSEN, C. D. Teoria da Comunicação. Wisconsin, Mosaico, 1980.

WEINBERG, G.; MARES, J. Tração — Domine os 19 canais que uma

startup usa para atingir aumento exponencial de sua base de clientes.

Rio de Janeiro: Alta Books, 2018.


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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO

CUSTOMER EXPERIENCE

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Tayra Carolina Nascimento Aleixo

COMO UMA LOJA PODE OTIMIZAR A TROCA DE


PRODUTOS?

Nesse caso, analise a jornada do cliente para propor soluções que gerem uma boa
experiência a ele.

Fonte: Shutterstock.

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Áudio disponível no material digital.

SEM MEDO DE ERRAR

Você se lembra de Giovana e seu time? Pois bem, o desafio era mapear

a jornada do cliente e redesenhar o fluxograma de atendimento cedido


frente às demandas por troca de produtos.

Vamos, em primeiro lugar, mapear a jornada do cliente até chegar na


etapa de troca do produto. Para tanto, imagine a persona Carolina:
mulher de 30 anos, que mora com o noivo, é vegana, gosta de caminhar

e atualmente trabalha como executiva em uma grande empresa


multinacional; adepta ao budismo, acredita que tudo faz parte de uma
coisa só e, por isso, respeita os animais e adora viajar para a praia e

para lugares com natureza exuberante.

Acompanhe a representação gráfica da jornada de Carolina junto à loja

de sapatos, na figura a seguir.

Figura 4.5 | Mapeamento da jornada da cliente

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Fonte: adaptada de Shutterstock.

Veja que os níveis de satisfação da cliente vão despencando ao longo da

jornada e acaba com uma frustração na ocasião da troca do item. Nesse

momento, devemos nos perguntar o que é possível fazer, em termos de


encadeamento de processos, para sanar o problema. Para tanto,

propomos a análise a seguir, a começar pelo que existe hoje.


Figura 4.6 | Diagnóstico do fluxograma de atendimento a pedidos fora da especificação
solicitada no site

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Fonte: elaborada pela autora.

As etapas 2, 3, 4 e 6 devem ser suprimidas, pois oneram o time de


atendimento e colocam o cliente em espera. Para realizar esse

movimento, um possível caminho seria retomar a organização das


informações nos sistemas ou, ainda, a sua integração. Caso não haja
orçamento para seguir com essa opção, poderia ser criada uma régua

de comunicação que busque descobrir se o pedido chegou dentro da


especificação correta e, em caso negativo, um segundo contato seria
feito instruindo o cliente a acionar a troca, seja no site ou por meio da
loja física. Essa preparação psicológica pode dispensar a espera de 40

minutos na loja física e dá a chance de oferecer, na ausência do item,


uma segunda opção ao cliente.

Chegamos, portanto, a dois diferentes fluxogramas, conforme as


próximas figuras.
Figura 4.7 | Novo fluxograma de atendimento a pedidos fora da especificação solicitada
no site, com a integração dos sistemas

0
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Fonte: elaborada pela autora.

Nessa primeira possibilidade, os atendentes podem ser retirados da


equação, pois o processo se dá de maneira automatizada junto ao
cliente.

Figura 4.8 | Novo fluxograma de atendimento a pedidos fora da especificação solicitada


no site, com a inclusão de nova régua de comunicação

Fonte: elaborada pela autora.


Os fluxogramas apresentados não são excludentes, tampouco são os
únicos possíveis de serem articulados para o problema em questão.
Neste momento, vale revestir seu repertório para aplicar diferentes

soluções, sempre observando os graus de satisfação do cliente em cada

0
etapa do processo. Por isso, independentemente da resolução, a

Ver anotações
aplicação de indicadores é sempre necessária.

Não há, também, apenas uma forma de trazer a representação gráfica


da jornada do consumidor. Tome uma postura crítica, autônoma e
resolutiva na escolha das ferramentas e metodologias que embasarão o
processo de mapeamento da jornada do consumidor, bem como a
melhoria processual, seja do ponto de vista da reengenharia de
processos ou qualquer outra abordagem que for adotar para embasar o

seu posicionamento.

AVANÇANDO NA PRÁTICA

CARRINHO DE COMPRA

Giani é coordenadora de vendas on-line e identificou um gargalo nas


compras realizadas pelo site: ao fechar a janela, o carrinho não guarda

os itens outrora selecionados pelo consumidor. Isso impede que a


venda seja retomada com incentivos da régua de comunicação. Qual
solução adotar nesse caso?

RESOLUÇÃO 

A solução para o problema apresentado provavelmente resida na


arquitetura de informações do negócio ou, ainda, na escolha da
linguagem de programação que sustenta o e-commerce. Utilizar
linguagens como o PHP garante a retomada de informações
específicas de cada usuário. E-commerces e sites de redes sociais
utilizam amplamente essa linguagem para resgatar as informações
de cada usuário.
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NÃO PODE FALTAR

NOVO MODELO DE

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RELACIONAMENTO

Tayra Carolina Nascimento Aleixo

QUAL É A IMPORTÂNCIA DE MAPEAR TODO O


CAMINHO PERCORRIDO PELO CONSUMIDOR?

Entender as potencialidades de mapear todo o caminho percorrido pelo


consumidor não somente traz maior assertividade para o relacionamento entre
marca e cliente como pode reduzir custos e aumentar a moral dos colaboradores
envolvidos.

Fonte: Shutterstock.

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Áudio disponível no material digital.

PRATICAR PARA APRENDER

Olá, como vai? Considerando os estágios do caminho percorrido pelo


consumidor dentro do atual contexto – a saber: assimilação, atração,

arguição, ação e apologia –, as marcas têm acompanhado os índices de


satisfação, percepção de valor entregue e, principalmente, as emoções
geradas em cada ponto de contato.

A ideia é superar o paradigma de atendimento, atualizando-o para

relacionamento. Essa nova abordagem exige uma inteligência de análise


e habilidades individuais que o modelo anterior (aquele focado em

atender e não em resolver) não demandava.


Não obstante, família e amigos compõem o círculo social restrito às

marcas. Para atingir o patamar de recomendação, uma marca deve

tanto assistir aos interesses dos consumidores como também cuidar de


todos os pontos de contato marca-cliente com conteúdos relevantes e

0
maior coerência comunicacional possível.

Ver anotações
Quanto maior a taxa de resolutividade, menos o custo psicológico do

consumidor será envolvido. Nesse sentido, a marca deve preocupar-se

em superar expectativas a ponto de esse consumidor agir como


advogado da marca, acessando espaços de contato social

supramencionados.

Para realizar o trabalho de trazer o cliente para o centro da discussão,

aplicar metodologias como o MERC (acrônimo para Modelo Emocional

de Relacionamento com Clientes) pode ser o caminho.

O importante é entender o potencial de cuidar da jornada do


consumidor, não apenas para aumentar sua satisfação e reduzir
custos desnecessários que não são reconhecidos pelo cliente, mas
também para acessar durabilidade em relacionamentos que podem
gerar novos negócios a partir da recomendação de clientes satisfeitos
e engajados.

Para colocarmos os conhecimentos a serem apresentados em prática,


vamos analisar a seguinte situação-problema: Junior é gerente de um e-

commerce dedicado à venda de produtos e acessórios gamers.


Engajado no que há de mais recente na área de customer experience,
ele quer aplicar o Modelo Emocional de Relacionamento com Clientes

(MERC) na jornada do usuário, mas não conhece os termos práticos do


processo.

Antes de prosseguir, vale mencionar que a intenção do gestor é

melhorar a percepção dos clientes da loja por meio da calibragem de


pontos de contato com eles, diminuindo, assim, o custo psicológico e

aumentando a taxa de fidelização da marca.

Você, como membro de uma consultoria contratada, foi acionado para

aplicar o MERC e calcular o coeficiente de ação de compra (CAC) e o


coeficiente de defesa da marca (CDM). A sua missão é preencher a

matriz de humanização versus resolutividade (a seguir) e apresentar os


resultados das métricas a partir dos dados levantados. Na sequência,
estabeleça uma primeira ação do plano de trabalho para que Junior

possa se aproximar um pouco mais da implantação de um ambiente


customer oriented.
Figura 4.9 | Modelo Emocional de Relacionamento com Clientes (MERC)

0
Ver anotações
Fonte: adaptada de Shutterstock.

Para realizar o preenchimento da matriz e os cálculos, considere os


dados a seguir:

Em um levantamento recente dos níveis de satisfação do cliente,


Junior identificou 10% de tristeza, 40% de raiva, 20% de robotização
e 30% de desconfiança.

Em um experimento rodado há pouco, Junior pôde constatar que a


marca é lembrada por 40 pessoas em um universo de 100

respondentes.

Nesse mesmo experimento, ele também identificou que apenas 5


respondentes compram e 1 recomenda.

Faça os cálculos, preencha a matriz e não esqueça de propor uma


primeira ação para Junior atacar e decolar as vendas e a recomendação
do seu negócio.

Assuma a responsabilidade pela atualização do seu repertório, mas


nunca perca de vista a aplicação dos conhecimentos que acumular ao

longo do tempo.

CONCEITO-CHAVE

O contexto mercadológico, permeado por todas as possibilidades que a


internet abarca, endereça às marcas novos modelos de relacionamento
junto ao cliente, que agora é visto como um indivíduo em sua

integralidade.
Por isso, as marcas estão não somente preocupadas em atrair e

converter clientes como também em fidelizá-los, ampliando as


possibilidades de compras reincidentes, mas, para além disso, fazendo-
os advogarem a favor delas. Essa orientação estratégica se justifica à

0
medida que o custo para atrair novos clientes é muito alto e, por outro

Ver anotações
lado, o cliente fiel poderá servir como advogado da marca, gerando
propaganda espontânea em círculos de amizade restritos à ação direta
do marketing.

Com tanta marca falando ao consumidor, o advocate (advogado),

mencionado no parágrafo anterior, é de suma importância para que


essa marca possa se destacar em círculos sociais. Como Kotler,
Kartajaya e Setiawan (2017) apontam, o consumidor atual detém tempo
limitado para analisar opções à disposição, além de ser constantemente

distraído pela quantidade delas. Esse cenário acaba exigindo estratégias


dedicadas à recomendação, como é o caso do próprio advocate.

PESQUISE MAIS

Para entender com profundidade a importância de fidelizar


clientes e torná-los advogados da marca, leia o artigo A nova
ciência das emoções do cliente, indicado a seguir.

MAGIDS, S.; ZORFAS, A.; LEEMON, D. A nova ciência das


emoções do cliente. Harvard Business Review, 11 nov.
2015.

Uma pesquisa da Nielsen (2015) mostrou que 83% das pessoas


entrevistadas, em mais de 60 países, confiam na família e nos amigos,
ou seja, no círculo social próximo, como fonte mais confiável para
embasar decisões com relação às marcas. A mesma pesquisa também
indicou que mais de 65% das pessoas prestam atenção às opiniões
postadas no ambiente on-line.

Em outras palavras, o que vai ditar o sucesso da marca é o acúmulo


de experiências positivas que puder somar junto aos clientes que
deram o voto de confiança em escolhê-la dentre as diversas
possibilidades das quais dispunha.

Logo, o caminho que o consumidor percorre deve objetivar a apologia.


Dentro do entendimento atualizado acerca do AIDA (acrônimo para
atenção – interesse – desejo – ação), os indivíduos se influenciam
mutuamente dentro de uma lógica de comunidade, pesquisando e
defendendo marcas que estejam entregando satisfação e encanto a
eles. Além disso, a fidelidade deve ser entendida como defesa da marca,

ou seja, não ser medida apenas por taxas de recompra (KOTLER;


KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017).
De maneira genérica, a assimilação, atração, arguição, ação e apologia
são as etapas do caminho que o consumidor, dentro da economia
digital, percorre. De outro modo, ele:

0
1. Toma conhecimento da marca.

Ver anotações
2. Decide se gosta ou não por meio da comunicação proposta (gatilhos,
no geral, ligados à memória).

3. Analisa se foi convencido.

0
4. Realiza a compra.

Ver anotações
5. Recomenda (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017).

As etapas supracitadas podem receber representações gráficas das


emoções dos clientes, atinentes a sua percepção ao longo do caminho
percorrido. Essa ação pode tanto sensibilizar gestores como também
facilitar o entendimento por parte dos demais colaboradores envolvidos
em processos ligados à jornada do cliente.

Uma das metodologias focadas na representação gráfica da emoção é


chamada de Modelo Emocional de Relacionamento com Clientes –
ou simplesmente MERC. Aplicada por Roberto Madruga (2018, p. 40), o

MERC tem por objetivo evidenciar a oportunidade de melhorar as


emoções entregues aos clientes nos pontos de contato com a marca.

Figura 4.9 | Modelo Emocional de Relacionamento com Clientes (MERC)

Fonte: adaptada de Shutterstock.

O levantamento de emoções permite que a marca (re)calibre os pontos


de contato durante todo o caminho podendo ser, portanto, vistos como
oportunidades que objetivam a etapa-fim: a apologia, ou, em termos
práticos, a recomendação. O marketing deve perseguir esse objetivo.

A etapa da arguição, especificamente, é desafiadora para a marca, pois


é nesse momento que o consumidor acessa os círculos sociais – que
podem estar na internet ou não – para seguir com a tomada de decisão.
Caso receba reforços positivos com relação à marca na etapa de
arguição, o consumidor tende a iniciar uma interação voltada para a
compra, seja no marketplace ou no marketspace. Caso obtenha sucesso
nessa interação e no uso do produto/serviço, pode recomendar a marca

0
para o círculo social que experiencia.

Ver anotações
A marca acessa o círculo social restrito à medida que conta com o

advocate de clientes fiéis que defendem a marca. Neste ponto, vale


destacar que o caminho percorrido pelo consumidor acaba recebendo
influência da chamada Zona POE (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017,
p. 87).

Figura 4.10 | Zona POE

Fonte: adaptada de Shutterstock.

As influências supracitadas podem ser empregadas pelo marketing para


conduzir o consumidor da assimilação até a apologia. A primeira fonte

de influência, a própria, é interna e provém das experiências vividas,

memórias afetivas, preferências e interações com outras marcas, que o


próprio consumidor acumula. Essa fonte guarda o verdadeiro potencial

de ação e apologia, que podem ser fomentadas ou desencorajadas, a

depender do grau de maturidade do consumidor, pelas fontes descritas


a seguir.

0
A segunda fonte (outros) é alheia à empresa e ao consumidor. É

Ver anotações
composta por círculo social próximo (amigos e familiares), comunidade

que conecta desconhecidos pela internet e sites de recomendação, tais


como Yelp e TripAdvisor. A assimilação e a arguição são diretamente

relacionadas com essa fonte de influência.

Por fim, a terceira fonte é a externa e advém das propagandas,

contatos com equipe de vendas e serviço ao cliente. Essa fonte é, do


ponto de vista do marketing, controlável e administrável. Apesar de os

esforços em marketing se concentrarem em grande parte nessa fonte

de influência, ela está atrelada apenas à etapa de atração.

ASSIMILE

Perceba que o grau de envolvimento da marca com o

consumidor precisa transpor várias barreiras para que ele


sirva como defensor em círculos restritos à inteligência e

atuação do marketing, em seus moldes tradicionais. Neste


momento, a estratégia de marketing de comunidade pode

fazer sentido.

A essa altura, você já percebeu algumas mudanças com relação à

conduta de marketing. Acompanhar métricas ligadas à fidelização com a


(reincidência de) compra, por exemplo, não poderá satisfazer os níveis

de engajamento da carteira de clientes de que a marca dispõe. Por isso,


vale apresentar algumas métricas que estejam em consonância com o

atual contexto.

O coeficiente de ação de compra (CAC, cuja equação é ação de compra

dividida pela consciência espontânea) mede a eficiência em converter

consciência em, efetivamente, compra. Já o coeficiente de defesa da


marca (CDM, cujo resultado é obtido pela divisão da defesa espontânea

pela consciência espontânea) busca converter consciência, mas dessa


vez em defesa a favor da marca (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017).

Veja que essas métricas vão, respectivamente, da assimilação à ação e à


apologia (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017). 

EXEMPLIFICANDO

Rodar experimentos que capturem dados suficientes para


sustentar as métricas de uma marca é essencial. Em uma

situação hipotética, imagine que uma marca seja lembrada


por 90 dentre 100 pessoas, mas, destas, apenas 25 compram

e 2 recomendam. Logo, seu CAC é de 25/90

(aproximadamente 0,27) e seu CDM é de 2/90


(aproximadamente 0,02). A marca deixa de converter
consciência em compra em aproximadamente 70% do

universo de pessoas alcançadas.

0
A estratégia de ampliar o estágio de assimilação pode fomentar as

Ver anotações
recomendações por parte dos consumidores, uma vez que quanto mais
conhecida, maiores são as chances de alguém recomendar aquela

determinada marca, por mais facilmente lembrar dela. Acontece que


essa estratégia é cara, pois ataca diretamente o volume de propaganda

veiculada (share of voice).

Outra possibilidade é desencadear conversas entre os consumidores.

Para ilustrar, imagine uma marca de alimentos fast-food entregando

amostras de álcool em gel visando à saúde dos consumidores. Ou,


ainda, uma hamburgueria que escreve, à mão, bilhetes e os envia com

as entregas (delivery) para os consumidores com um tom divertido e


bastante próximo da linguagem usada por sua persona. Agora, imagine

que consumidores estejam postando sobre isso nos stories do

Instagram: aqui, tais ações têm potencial de gerar mídia espontânea,


favorável à marca.

A título de síntese, quando você consegue mensurar as taxas de sucesso


em cada um dos estágios do caminho percorrido pelo consumidor,

poderá calibrá-los. Por exemplo, se descobre que os consumidores,


apesar de conhecerem a marca, não a acham interessante, temos um

problema de atração. Talvez seja o momento de a marca revisitar os


seus fundamentos para se reaproximar do cliente.

As métricas apresentadas não esgotam as possibilidades de


acompanhar e fomentar os resultados decorrentes do foco no cliente,

mas, de toda forma, devem fazer parte do novo modelo de

relacionamento que a empresa deve imprimir em todas as suas


camadas (processos e pessoas), para atender ao customer experience

enquanto pilar estratégico do negócio.

SAIBA MAIS

Customer Lifetime Value (CLV) é uma métrica que atesta o


custo da atração de novos clientes frente ao estabelecimento
de relacionamentos de longo prazo que as marcas podem

fomentar junto à carteira de clientes atrelados à persona que


apresenta maior margem de contribuição – pensando em

lucro. Sobre o assunto, Madruga (2018) defende que o maior

potencial dessa esfera reside na conexão e não mais na mera


satisfação dos consumidores da marca.

Da perspectiva de Roberto Madruga (2018), o novo modelo de

relacionamento deve ser pautado tanto no engajamento do


consumidor como também envolver níveis satisfatórios de
resolutividade.

A resolutividade pode ser aproximada do estágio de arguição,


proposta por Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017). À medida que o time

0
de atendimento e outros pontos de contato direto na relação entre
empresa e cliente atingir ou superar as expectativas, podemos ativar a

Ver anotações
ação (próximo estágio) e, eventualmente, a apologia.

Mas imprimir a consciência dos colaboradores em prol de um novo

modelo de relacionamento com o consumidor demanda não só tempo,

como também mudança de mentalidade – mindset. Apesar de


desafiador, Madruga defende que pequenas mudanças podem gerar

novas atitudes (proativas), como a troca do termo “atendimento” por


“relacionamento”. Nas palavras do autor, “atendimento pressupõe algo

que será demandado e poderá ser respondido ou não”, e complementa,

“o termo relacionamento [por sua vez] demanda um compromisso de


longo prazo com o Cliente e o desejo de que haja diversas interações de

negócios com ele, transformando-o em um promotor da marca”


(MADRUGA, 2018, p. 27).

Ainda contando com a experiência e proposta de Madruga (2018), o


processo de transformação da abordagem é dividido em dois

momentos, com o modelo de relacionamento CX simplificado e o


modelo de relacionamento CX completo.

O primeiro deve ser suficientemente simples para oxigenar a


perspectiva tradicional adotada até então. Neste momento, o objetivo é

sensibilizar todos os envolvidos, das mais diversas áreas, de que a

jornada do cliente é transversal, ou seja, configura-se como across


organization. 

De forma genérica, o caminho percorrido pelo cliente compreende:

1. Reconhecer a própria necessidade.

2. Selecionar opções.

3. Tomar a decisão de qual produto comprar.

4. Receber esse produto e utilizá-lo.

5. Eventualmente, solicitar suporte.

6. Divulgar a experiência.

7. Por fim, recomprar ou substituir por outros produtos da


concorrência (MADRUGA, 2018).

O segundo modelo de relacionamento CX, em sua versão completa,


busca envolver os chamados micromomentos. Capturar esses contextos

de contato com o cliente se torna imperativo à medida que eles


guardam potencial de atingir a apologia.
Para mapear todos os micromomentos, a marca deve considerar todas
as formas de contato, sejam elas presenciais (totens, estande, outdoor,

loja física e outras) ou a distância (redes sociais, chatbot, formulários,


telefone etc.).

0
Nas palavras de Madruga (2018, p. 30): 

Ver anotações

O Modelo de Relacionamento CX completo é um projeto ambicioso de média duração que descreve as

competências, as rotinas, as ações estruturantes e os desafios diários que a organização deve orquestrar

visando à elevação do patamar de tudo aquilo que é praticado internamente na empresa e nos canais de
contato que repercute no Cliente. O ponto de partida para a construção de um novo Modelo de

Relacionamento CX deve ser um diagnóstico sobre a situação atual e a desejada de vários elementos, como

cultura orientada ao Cliente, governança do relacionamento, tecnologia, processos, indicadores, gestão de

pessoas, comunicação e produtividade.

SAIBA MAIS

Para evidenciar a distância entre marcas que oferecem

atendimento tradicional e marcas que colocam o cliente no


centro de sua estratégia, acompanhe as diferenças a seguir,

de acordo com Madruga (2018, p. 28):

Atendimento tradicional

Recebe solicitações.

Apresenta canais pulverizados.

Presta atendimento reativo.

Reduz filas.

Tem um time dimensionado e alocado.

Excelência no atendimento

Atende solicitações.

Tem canais organizados.

Presta atendimento entre reativo e proativo.

Satisfaz cliente.

Tem um time distribuído por tipo de atendimento.

Relacionamento CX
Resolve solicitações.

Apresenta canais integrados.

Oferece um atendimento proativo.

Persegue o sucesso do cliente.

Tem um time engajado, capacitado e valorizado.

Na prática, é muito desafiador gerenciar expectativas e quebrar

paradigmas. Para ilustrar tamanha importância, imagine uma sala de


reunião com dois representantes de cada área discutindo a jornada do

cliente de ponta a ponta. Essa oportunidade não somente poderá servir


como momento de levantar diversas fragilidades como também de

monopolizar a fala para demonstrar maior propriedade a respeito do


assunto.

0
Dadas as razões, a condução que envolverá a implementação de um
modelo de relacionamento baseado em CX deve ter clareza suficiente

Ver anotações
para realizar essa equalização tanto de expectativas como de ritmo

cooperativo entre áreas, para definição e melhoria da jornada do


cliente.

É comum encontrar uma fragmentação de validações no que tange à


experiência do usuário. Em outras palavras, após a entrega de uma

funcionalidade no site, o time de negócios valida aquela novidade em


específico, negligenciando a coerência da jornada como um todo.

Por isso, ao incorporar alguns negócios, organizações existentes no


ecossistema de inovação tendem a realizar essa validação da jornada do

usuário em busca de pontos de melhoria que podem, inclusive, invalidar


um aceite para uma aceleradora, por exemplo.

Cuidar do cliente é sinal de responsabilidade e conexão com os


conceitos que rondam o mercado atualmente. E isso não somente o
ecossistema sabe, mas também o cliente está atento para
desqualificar marcas que possam parecer descuidadas com relação
aos estágios do caminho que ele percorre.

A atenção da marca canalizada para a qualidade da jornada do cliente


fica ainda mais complexa quando o omnichannel é colocado como

critério de diferenciação. Em outras palavras, para estruturar um

modelo de relacionamento – nesses moldes, chamado de modelo de


relacionamento CX –, exige-se a integração dos canais de

relacionamento.

Para estabelecer um relacionamento pautado em omnichannel, há a

necessidade de integrar todas as formas de atendimento, sejam elas


presenciais, remotas ou automáticas. Além disso, a taxa de

resolutividade deve ser um dos objetivos da empresa, os gaps


descartados e réguas de comunicação consonantes em toda a jornada

(MADRUGA, 2018).

SAIBA MAIS

Diferentes canais geralmente acumulam dados em diferentes

repositórios. Para realizar a imbricação que facilitará a

análise, é preciso estabelecer arquiteturas de informação


capazes de suportar cruzamento e atualização em tempo real

de dados. Por isso, faz sentido buscar conhecimento na área


de ciência de dados e business architecture.
Imprimir autoatendimento nesse contexto exige uma inteligência capaz
de canalizar as demandas para os times certos, aumentando a agilidade

do atendimento e diminuindo o custo psicológico do consumidor.

0
No tocante a pessoas, vale citar dois aspectos que viabilizam o modelo

de relacionamento CX: tolerância a erro e suporte para ações proativas.

Ver anotações
Não adianta a liderança exigir atitudes proativas e criativas sem

suportar as decisões tomadas pelas equipes envolvidas e repreender

caso aconteçam erros pelo caminho.

Perceba que nesse momento estamos falando em fomentar a

autonomia e exclusividade no atendimento e, por isso, tais


direcionadores demandam recursos e liberdade para realização de

ações que poderão encantar os consumidores. Hoje, a maior parte das


empresas canalizam recursos para o desenvolvimento e a

comercialização de produtos, deixando de lado a jornada do cliente.

Fomentar um ambiente propício para a ação autônoma é tarefa dos

líderes. É importante que a empresa sensibilize e treine


adequadamente essas figuras que servirão, inclusive, de multiplicadores

da nova metodologia de atendimento e vendas (MADRUGA, 2018).

Para finalizar, você já deve ter percebido que entender as

potencialidades de mapear todo o caminho percorrido pelo consumidor

não somente traz maior assertividade para o relacionamento entre


marca e cliente como pode reduzir custos e aumentar a moral dos

colaboradores envolvidos, uma vez que o capital intelectual e as


habilidades individuais são mais amplamente utilizadas.

PESQUISE MAIS

É interessante acessar os textos originais que embasam as


pesquisas que você encontrar. Essa aproximação com a

literatura aumenta a sua capacidade de reflexão crítica e

resolução de problemas complexos. Por isso, deixamos a


seguir a indicação da leitura articulada ao longo do texto:

MADRUGA, R. Gestão do relacionamento e customer


experience: a revolução na experiência do cliente. São Paulo:
Atlas, 2018. (Capítulo 2).

REFERÊNCIAS

KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 4.0: do tradicional

ao digital. Rio de Janeiro: Sextante, 2017.

MADRUGA, R. Gestão do relacionamento e customer experience: a

revolução na experiência do cliente. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível

em: https://bit.ly/2DFlvnp. Acesso em: 1 jun. 2020.

MAGIDS, S.; ZORFAS, A.; LEEMON, D. A nova ciência das emoções do

cliente. Harvard Business Review, 11 nov. 2015. Disponível em:


https://bit.ly/3iPo5GD. Acesso em: 9 jun. 2020.

THE NIELSEN COMPANY. Global Trust in Advertising. Nielsen.com, 28

set. 2015. Disponível em: https://bit.ly/2OohllM. Acesso em: 17 jun.


2020.

0
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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO

NOVO MODELO DE

0
Ver anotações
RELACIONAMENTO

Tayra Carolina Nascimento Aleixo

QUAL AÇÃO PODE SER ADOTADA PARA DECOLAR AS


VENDAS E FAZER COM QUE OS CLIENTES
RECOMENDEM A MARCA?

Antes de responder a essa questão, aplique o Modelo Emocional de


Relacionamento com Clientes (MERC) e calcule métricas (CAC e CDM).

Fonte: Shutterstock.

Deseja ouvir este material?

Áudio disponível no material digital.

SEM MEDO DE ERRAR

Você se recorda do Junior e dos dados do e-commerce de produtos e


acessórios gamers? Chegou a hora de mostrar os resultados, atuando
enquanto parte da consultoria contratada para auxiliar o gestor em
questão.

LEMBRE-SE

Nesta situação-problema, devemos considerar os dados a


seguir:

Em um levantamento recente dos níveis de satisfação do

cliente, Junior identificou 10% de tristeza, 40% de raiva,


20% de robotização e 30% de desconfiança.
Em um experimento rodado há pouco, Junior pôde

constatar que a marca é lembrada por 40 pessoas em um

universo de 100 respondentes.

0
Nesse mesmo experimento, ele também identificou que

apenas 5 respondentes compram e 1 recomenda.

Ver anotações
A primeira tarefa era evidenciar a situação atual para Junior,
preenchendo a matriz de emoções proeminentes dos clientes com

relação à loja:

Figura 4.11 | Matriz de emoções (aplicação do MERC)

Fonte: adaptada de Shutterstock.

Com o diagnóstico realizado, é possível inferir que as emoções dos

clientes não fomentam a fidelização, tampouco a recomendação por


parte dos consumidores.

Essa situação fica ainda mais evidente frente aos resultados das

métricas CAC e CDM. Sabemos que o CAC é medido pela equação “ação
de compras/consciência espontânea”. Consideramos como “ação de
compras” os 5 respondentes que compram e como “consciência

espontânea” os 40 respondentes que lembram da marca. Então, o


cálculo a ser realizado é 5/40 e, por isso, o CAC é igual a 0,125. Já o CDM
é calculado assim: “defesa espontânea/consciência espontânea”.

Considera-se como “defesa espontânea” 1 respondente que recomenda


a marca, sendo assim, CDM = 1/40, resultando em CDM = 0,025.

Junior deve atacar o estágio de atração do caminho percorrido pelo


consumidor, visto que mesmo com o conhecimento da marca (40),
muitos clientes acabam decidindo suspender o relacionamento (35)
mesmo antes de avançar para a etapa de arguição.

Esperamos que você consiga visualizar diversas outras aplicações tanto

para o MERC como para as métricas articuladas nesta seção. Divirta-se

0
na sua jornada profissional, seja qual for o setor em que buscará atuar!

Ver anotações
AVANÇANDO NA PRÁTICA

BASTA A EXCELÊNCIA PARA VENDER UM NOVO PAR DE


SAPATOS?

0
Priscila sempre perseguiu a excelência no atendimento dos clientes da

Ver anotações
loja de sapatos que gerencia. Mas, de um tempo para cá, vem notando

baixa reincidência de compras dos clientes que costumavam frequentar


o estabelecimento. E o motivo foi esclarecido ao saber que a maior
concorrente passou a personalizar o atendimento com base em um

catálogo específico para cada cliente que, inclusive, considera todo o


histórico de compras. Na posição de Priscila, qual decisão tomaria para
começar a mudar essa realidade e retomar a preferência dos clientes?

RESOLUÇÃO 

Assim como a concorrência, imprimiria a orientação customer


experience na loja. Os colaboradores precisam ser sensibilizados
com relação à aproximação e o estabelecimento de

relacionamentos duradouros com os clientes, ao passo que a gestão


precisa suportar as ações tomadas pelos primeiros.
DOI: 10.14295/idonline.v14i50.2381 Artigo

O CRM como Estratégia no Marketing de Relacionamento


Aline Ribeiro Martins1; Maria Erilúcia Cruz Macêdo2

Resumo: O marketing de relacionamento empresarial evoluiu ao longo dos anos de modo a melhor se adaptar
às necessidades do mercado empresarial, bem como às necessidades dos clientes e consumidores. Fruto dessa
evolução é o Costumer Relationship Manengment (CRM) que tem sido difundido entre as empresas para a
captação de informações sobre seus clientes, visando utilizá-las para projetar um relacionamento a longo
prazo. Nesse contexto, o presente estudo surge a partir do seguinte questionamento: de que forma o CRM
pode contribuir para o relacionamento com os clientes de uma empresa por intermédio do marketing de
relacionamento? Para responder a esta pergunta, elencou-se com objetivo geral discutir a utilização do CRM
como estratégia de marketing de relacionamento no acompanhamento do ciclo de vida do cliente. Como
objetivos específicos, buscou-se (i) analisar as contribuições do CRM para o marketing de relacionamento;
(ii) apresentar ferramentas de CRM que podem auxiliar na fidelização de clientes; e (iii) compreender as
implicações da fidelização do cliente para a manutenção do capital empresarial. Para tal, realizou-se um
estudo bibliográfico-exploratório pautado na abordagem qualitativa da literatura especializada, constatando
que o CRM, de fato, pode contribuir para a fidelização dos clientes e aumento do lucro das empresas por ser
mais barato do que os investimento para a obtenção de novos clientes, porém, demanda por transformações
em toda a instituição, pois, mais do que um programa de computador, o CRM é um conceito/filosofia que irá
balizar as ações da empresa.

Palavras-chave: CRM. Fidelização de clientes. Gestão de relacionamento.

CRM as a Strategy in Relationship Marketing

Abstract: Business relationship marketing has evolved over the years to better adapt to the needs of the
business market, as well as the needs of customers and consumers. The result of this evolution is the Costumer
Relationship Manengment (CRM), which has been disseminated among companies to capture information
about their customers, aiming to use them to project a long-term relationship. In this context, the present
study arises from the following question: how can CRM contribute to the relationship with a company's
customers through relationship marketing? To answer this question, the general objective was to discuss the
use of CRM as a relationship marketing strategy in monitoring the customer's life cycle. As specific
objectives, we sought to (i) analyze the contributions of CRM to relationship marketing; (ii) presenting CRM
tools that can assist in customer loyalty; and (iii) understand the implications of customer loyalty for
maintaining corporate capital. To this end, a bibliographic-exploratory study was conducted based on the
qualitative approach of the specialized literature, noting that CRM, in fact, can contribute to customer loyalty
and increase the profit of companies because it is cheaper than investments for the obtaining new customers,
however, demands changes throughout the institution, because, more than a computer program, CRM is a
concept / philosophy that will guide the company's actions.

Keywords: CRM. Customer loyalty. Relationship management.

_______________________
1 Bacharela em Administração pela Universidade Vale do Acarau – UVA. Pós Graduação em Marketing e RH. Universidade
Vale do Salgado., Icó-CE. alinerm12@hotmail.com;
2 Graduação em Administração de Empresas pela Faculdade Paraíso do Ceará. Especialização em Docência do Ensino

Superior. Mestre em Gestão de Negócios Turísticos (UECE) . Consultora Autônoma de Empresas, com ênfase em Custos,
Estratégia e Planejamento. Atua como Gestora de Projetos da Secretaria de Desenvolvimento e Inovação da Cidade de Juazeiro
do Norte-Ce. erilucia@leaosampaio.edu.br
Id on Line Rev. Mult. Psic. V.14, N. 50 p. 26-42, Maio/2020 - ISSN 1981-1179
26 Edição eletrônica em http://idonline.emnuvens.com.br/id
Introdução

A evolução e transformação do planeta forjados pelos modos de (sobre)vivência dos


seus habitantes tem gerado diferentes tendências de consumo gerado pelo processo de
globalização. No mercado empresarial, traçar estratégias que permitam alcançar o maior
número de clientes possível é uma necessidade cada vez mais urgente, tendo em vista a
competitividade que tende a tornar a sobrevivência das empresas, sobretudo de pequeno e
médio portes, cada vez mais difícil.
Para além do investimento em estratégias de captação de clientes, Reis et al (2016)
apontam ser necessário que as empresas se atentem ao relacionamento com seus clientes, já
que, mais importante do que captar novos clientes é consolidar a fidelização destes junto à
empresa. Conforme apontam Unes, Camioto e Guerreiro (2019), a competitividade do mercado
tem, cotidianamente, contribuído para que os clientes sejam, cada vez mais, menos fiéis às
empresas que lhes fornecem os serviços e/ou produtos que necessitam. Por isso, investir na sua
fidelização pode ser uma alternativa viável para a manutenção das vendas da empresa, já que
estes clientes são “[...] uma fonte de renda constante, que não gera gastos de captação” (p. 3).
Nesse sentido, o marketing de relacionamento surge como via de “fidelização” dos
clientes e manutenção do capital da empresa, contribuindo para que esta os entenda melhor e
supra suas necessidades e, assim, estes não busquem outras empresas para tal. Esse campo do
marketing tem evoluído nos últimos anos com a finalidade de melhor relacionar as empresas
com seus clientes a fim de se estabelecer uma relação duradoura ao longo prazo, sendo este um
diferencial para as empresas (VIOLA; ENGEL, 2018).
Mais recentemente, visando agregar qualidade à área do marketing, surgiu o Costumer
Relationship Manengment (CRM), conhecido no Brasil como gestão de relacionamento com o
cliente (CASTRO, 2015), o qual integra tecnologia da informação ao marketing com o objetivo
de criar relacionamentos estáveis e consolidados com os clientes das empresas, inclusive, no
pós-venda. No entanto, ainda que suas contribuições sejam visíveis para o relacionamento com
o cliente, o CRM ainda é pouco explorado pelas empresas brasileiras, bem como pela literatura
científica, evidenciando a necessidade de desenvolvimento de mais estudos acerca dessa
temática que possibilitem um maior aprofundamento teórico-científico sobre o mesmo.
Nesse sentido, considerando a incipiência de pesquisas sobre esta temática no país,
torna-se oportuno o seguinte questionamento: de que forma o CRM pode contribuir para o

Id on Line Rev. Mult. Psic. V.14, N. 50 p. 26-42, Maio/2020 - ISSN 1981-1179


27 Edição eletrônica em http://idonline.emnuvens.com.br/id
relacionamento com os clientes de uma empresa por intermédio do marketing de
relacionamento? Partindo dessa indagação, este estudo tem como objetivo geral discutir a
utilização do CRM como estratégia de marketing de relacionamento no acompanhamento do
ciclo de vida do cliente. Como objetivos específicos, buscou-se (i) analisar as contribuições do
CRM para o marketing de relacionamento; (ii) apresentar ferramentas de CRM que podem
auxiliar na fidelização de clientes; e (iii) compreender as implicações da fidelização do cliente
para a manutenção do capital empresarial.
A relevância deste estudo assenta-se no entendimento de que o CRM, por se tratar de
uma via para a fidelização de clientes, incorpora elementos que podem ser um diferencial
fundamental para o crescimento de uma empresa. Dessa forma, aqui, serão tecidos
apontamentos e reflexões que poderão subsidiar equipes de marketing de relacionamento a
melhor lidarem com essa ferramenta, além de contribuir para a promoção de estudos científicos
sobre a temática.
O presente estudo se deu a partir da pesquisa qualitativa ao buscar “tornar possível, a
objetivação de um tipo de conhecimento que tem como matéria prima opiniões, crenças,
valores, representações, relações e ações humanas e sociais sob a perspectiva dos atores em
subjetividade” (MINAYO, 2012, p. 626). Segundo Zanette (2017), a abordagem qualitativa
ganhou forças a partir de 1970, como forma de lançar novos olhares interpretativos sobre a
realidade social que não eram possíveis com base em enfoques quantitativos, por exemplo, os
quais distorciam a compreensão da realidade, por estarem pautados em um conjunto de
elementos dissociados do que se pretendia explorar.
Em virtude da pesquisa qualitativa conceber o ambiente enquanto espaço que fornece
diretamente os dados a serem analisados, não requerendo instrumentos
quantitativos/estatísticos, pois a ênfase da pesquisa se dá na compreensão do percurso e não na
chegada, realizou-se um estudo bibliográfico-exploratório, uma vez que “tem como objetivo
proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito [...]”
(GIL, 2017, p. 46).

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Marketing: Gênese, Conceito e Evolução

O mercado empresarial tem crescido consideravelmente nas últimas décadas


(MACHADO, 2016), acirrando disputas entre as empresas, independentemente do porte, em
busca de crescimento e sobrevivência nesse espaço. No entanto, são diversos os fatores que
contribuem diretamente para a concretização desse processo, já que, atualmente, deve-se levar
em conta não apenas o aumento das vendas de produtos e serviços, mas, sobretudo, ações que
efetivem a fidelização dos clientes com as empresas. Essa fidelização se faz necessário para
que as empresas aliem suas vendas às necessidades dos seus clientes e estes possam se sentirem
satisfeitos com o que adquirem.
Criatividade e inovação, nesse contexto, são aspectos que podem agregar às empresas
atitudes que lhes coloquem no patamar no mercado competitivo, pois se diferenciar dos
concorrentes no que diz respeito ao trato com seus clientes antes, durante e depois das vendas,
gera referências positivas para a aquisição e fidelização de novos clientes e consumidores.
Assim, o marketing tem sido um campo bastante fértil com vistas à expansão comercial,
captação de mais lucro, aperfeiçoamento institucional e melhoramento da imagem das
empresas, implicando no relacionamento destas com seus clientes.
Segundo Moretti, Oliveira e Souza (2018, p. 131), o marketing tem suas origens
delimitadas no início do século XX, enquanto área de conhecimento em universidades dos
Estados Unidos da América (EUA), tendo como objetivo “[...] investigar soluções para os
problemas que as empresas enfrentavam em seus processos de distribuição”. Atrelado ao
entendimento das empresas de que estas necessitavam conquistar mais consumidores através
de ações que permitissem-nas uma expansão, os referidos autores apontam que, a partir de
então, o marketing passou por diversas transformações no intuito de se aperfeiçoar e agregar
mais lucro às empresas, colocando-as à frente dos seus concorrentes.
Do inglês market (mercado, em português), a palavra marketing significa negociação,
isto é, a prática de vender e comprar, o que, evidentemente, inclui um comerciante e um
comprador (TAVARES, 2014). Sua evolução desse campo ultrapassou as fronteiras norte-
americanas e ganhou o cenário mundial, especialmente mobilizado pelo pensamento de
acumulação do capital. No caso do Brasil, Falcão (2014) afirma que o marketing, já nos moldes
contemporâneos, tem origem em 1950, especialmente devido ao crescimento dos consumidores

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nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, embora outras cidades também tivessem despertado
para essa questão.
O processo de imigração de estrangeiros para o Brasil, segundo Falcão (2014), foi um
dos principais fatores que colaboraram para a concretização do marketing no país, aumentando
a economia urbana das grandes cidades, emergindo, daí, uma classe média até então
desconhecida no território nacional. Para o referido autor,

A segunda grande causa da explosão do Marketing foi a vinda para o Brasil, nesse
período, de grandes empresas americanas, de produção na área de produtos de higiene,
de limpeza, alimentícios, algumas já estavam aqui, mas estavam em estado dormente.
De repente perceberam a oportunidade e começaram a investir. Também as europeias
como a Nestlé, a Unilever inglesa, a Gillette, as Refinações de Milho Brasil que era
americana na época, e outras tantas (FALCÃO, 2014, p. 122).

A chegada dessas e de outras grandes empresas no Brasil, especialmente dos EUA,


motivaram a criação e aperfeiçoamento das agências de propagando no país, as quais exerceram
importante papel na transformação do marketing e na forma que estas passaram a lidar com os
clientes. Embora, inicialmente essas agências tivessem como foco apenas a comunicação, no
decorrer dos anos, se especializaram conforme as necessidades do mercado, perfazendo um
campo maior do consumo ao criarem necessidades para os consumidores até então inexistentes.
Subsidiada pelo consumismo, tais práticas passaram a “educar” os consumidores ao que, como
e de quem consumir, pois quanto mais planejadas as estratégias de marketing, isto é, as
propagandas comerciais, maior o número de clientes para a empresa (FALCÃO, 2014).
Atualmente, com a virada do século, esse campo evoluiu significativamente, lidando
não apenas com as estratégias para atrair novos clientes e consumidores, mas, especialmente,
no aperfeiçoamento das atividades que geram uma relação fiel entre empresa e consumidor.
Desse modo, a criação das equipes voltadas para o trato direto com os consumidores durante e
após a aquisição de determinado serviço é crucial na contemporaneidade. Conforme asseveram
Leite et al (2015), engana-se quem imagina o marketing atrelado apenas às grandes empresas,
pois este se faz presente em todas as atividades do ser humano ao longo do seu dia. “Portanto,
o papel do marketing na sociedade é permitir que a vida aconteça com as suas necessidades
atendidas e com mais conforto” (p. 259).
O marketing contribui não apenas para a captação de clientes, mas tem agregado valor
ao mercado empresarial. Nos últimos anos, por exemplo, em virtude dos debates acerca da
questão ambiental e da preocupação com o futuro do planeta, tem-se assistido a uma busca, por

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parte dos consumidores, por produtos e serviços ecologicamente corretos e que geram o menor
impacto ambiental possível. Esse pensamento sustentável tem impactado diretamente no
mercado empresarial, o qual tem buscado se adaptar a essa nova realidade, já que a necessidade
dos clientes já não mais estava sendo atendidas pela relação de consumo vigente até então.
Assim, foi através do marketing que as empresas conseguiram aliar consumo e sustentabilidade
ao buscarem ofertar serviços e produtos com responsabilidade socioambiental, o que tem
causado uma impressão positiva nos consumidores (LANGE; TRINDADE; MARQUES,
2018).
Frente a esse cenário, Leite et al (2015) alerta que as ações de marketing desenvolvidas
pelas empresas não deve representar apenas uma via de acumulação de capital através da
emissão de uma boa imagem institucional. Para além disso, a relação entre empresa e
consumidores deve ser holística e dialógica, sendo esta um princípio organizacional com ênfase
na responsabilidade social, já que seus efeitos ultrapassam o simplismo da oferta de um produto
ao impactar diretamente nas formas de vida da população e seus respectivos modos de se
relacionarem com o consumismo.
Dessa forma, o refinamento das práticas de marketing nas empresas devem levar em
conta as relações de poder estabelecidas nesse espaço, ao levar em consideração a constante e
crescente busca da população por produtos com maior durabilidade, fruto do pensamento
sustentável, com menor impacto ambiental e que supram suas necessidades sem prejuízos ao
meio ambiente, rechaçando a expertise de empresas que não cumprem planos de ações sociais
e apresentam comportamentos impróprios contra valores da sociedade. Assim, no próximo
tópico será discutido a gestão de relacionamento com os clientes, considerando o surgimento
desse ramo do marketing e suas implicações na relação empresa-consumidor.

Marketing de Relacionamento

O marketing de relacionamento surge com o objetivo não mais de apenas divulgar e


vender produtos e/ou serviços de uma empresa, mas, sobretudo, visando a fidelização dos
clientes. Para Freire, Lima e Leite (2009), este tem tendo sua origem há mais três décadas e
pode ser caracterizado como uma estratégia de marketing recente, mas que tem contribuído para
o crescimento empresarial, já que seu interesse gerencial é importante para os negócios, pois

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oportuniza às empresas uma melhor condução na gestão dos seus resultados por meio do
relacionamento a longo prazo com seus clientes e consumidores.
Dessa forma, Kotler (2012) pontua que o marketing de relacionamento tem como seu
objetivo criar um relacionamento que seja duradouro e que satisfaça seus componentes-chaves,
que são eles: clientes, funcionários, parceiros de marketing (fornecedores, canais,
distribuidores, revendedores, agência) e por final os membros da comunidade financeiras
(analista, acionistas, investidores).
É preciso abordar os conceitos de marketing de relacionamento de forma consistente e
planejada e de modo que a política a ser implantada se dissemine em todos os setores da
organização. Há uma grande necessidade de colher os dados dos clientes para identificar suas
necessidades antes de projetar a política na organização, pois é o conhecimento sobre o cliente
que vai servir de alicerce para os trabalhos que serão desenvolvidos e diferenciar a organização
dos demais concorrentes. Segundo Zenone (2019), um dos pontos mais importante é a
capacidade de coletar, analisar e rastrear as informações acerca dos clientes. Essas informações
constituem um patrimônio de planejamento corporativo.
O conhecimento do e sobre o cliente pode ser obtido de diferentes formas, tais como
pesquisa de mercado, reclamações, elogios e opiniões destes acerca dos produtos ou serviços
adquiridos, pesquisa competitiva, dentre outras formas que oportunizem um relacionamento
entre ambas as partes. De acordo com Vassolowski (2017), O marketing de relacionamento
pode ser implementado especialmente para um grupo de clientes mais importante para a
empresa, porém é necessário identificar através de pesquisas internas ou de registro de compras
os clientes mais assíduos e determinar com quais clientes a empresa quer criar e administrar um
relacionamento.
É importante ressaltar que não há perfeição no processo de marketing de relacionamento,
mas um aperfeiçoamento contínuo pode ser desenvolvido sempre acompanhado de avaliações
periódicas dos resultados, seja em relação aos lucros, seja em relação à satisfação dos clientes.
Conforme Unes, Camioto e Guerreiro (2019), o principal objetivo da implantação do marketing
de relacionamento é a retenção dos clientes, pois atrair novos é mais dispendioso e gera mais
despesas. Não obstante, Kotler (2009, p. 240) afirma que “as empresas lucram mais a partir dos
clientes já existentes, e não dos novos clientes”, pois a probabilidade de que um novo cliente
volte a comprar está relacionada diretamente com o nível de satisfação do cliente na primeira
compra.

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O CRM e suas Contribuições no Marketing de Relacionamento

O Customer Relationship Management (CRM), do português Gestão de


Relacionamento com o Cliente, não é um campo novo no marketing de relacionamento adotado
por empresas (BERNARDI, 2006), porém, em se tratando da literatura acadêmica, ainda é
pequeno o número de produções acerca deste, o qual passou a ter visibilidade na academia
apenas nos últimos anos. Nascimento, Saito e Alves (2016) apontam que a filosofia que integra
o CRM não é nenhuma novidade empresarial, visto que esta já era posta em prática por
empresários e comerciantes de pequeno porte ao personalizarem o atendimento dos seus
clientes, muitas vezes, feito pelo próprio dono da empresa/comércio.
Segundo Nascimento, Saito e Alves (2016), a adoção do CRM parte do entendimento
de que fidelizar um cliente já existente pode ser até dez vezes mais barato do que buscar atrair
novos, o que também pode agregar maior rentabilidade à empresa. Para tanto, ultrapassa-se as
barreiras do simplismo praticado no relacionamento empresarial com os clientes, adentrando
no atendimento personalizado de acordo com as necessidades destes, sendo cada cliente um
sujeito único que demanda expectativas diferentes. Atentar-se a esse quesito através da coleta
de informações sobre cada cliente oportunizam uma real fidelização via gestão de
relacionamento, onde este se sentirá mais valorizado e, por sua vez, mais próximo da empresa.
O CRM nos moldes atuais, tem sua origem traçada na década de 1990, quando
tecnologias mercadológicas passaram a ser utilizadas cada vez mais pelo mercado empresarial,
cujo referido modelo de gestão de relacionamentos passou a gerenciar o relacionamento das
empresas com seus clientes (MADRUGA, 2018). Dessa forma, foi-se expandindo a interação
entre gestão empresarial e o mercado de tecnologias da informação e comunicação, fazendo
com que melhorias fossem incorporadas a esse modelo ao longo dos anos, permitindo às
empresas maior rentabilidade e crescimento interno.
Para dinamizar o relacionamento com os clientes, o CRM se materializa através de um
software de computador, do qual a empresa irá se valer para obter informações sobre os clientes
e articulá-las ao seu desenvolvimento a fim de gerar uma fidelização do mesmo. No entanto,
Madruga (2010) assevera que não é apenas a utilização dessa ferramenta tecnológica que irá
fazer com que um cliente se fidelize à uma empresa, pois nesse cenário é demandado toda a
articulação cultural da instituição, de modo que sua organização tenha como filosofia a
importância do cliente como parceiro, sem o qual esta entrará em falência.

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As informações gestadas pelo CRM não são nem devem ser exclusivas do setor de
marketing da empresa, pois proporciona a todos os demais setores informações sobre seus
clientes e consumidores que poderão subsidiar uma futura tomada de decisão institucional.
Nesse caso, Madruga (2018) considera que o software precisa de constante alimentação, isto é,
estar com as informações dos clientes atualizadas para que possam ser acessadas a qualquer
momento e por qualquer setor da empresa através de relatórios gerenciais.
Segundo Zenone (2019), o CRM engloba o tripé operacional, analítico e colaborativo
que, respectivamente, consiste em olhares sobre os canais de relacionamento utilizados pela
empresa que gerarão os dados necessários sobre os clientes, os quais serão analisados a fim de
gerar informações úteis para serem incorporados ao desenvolvimento da empresa até se obter
um panorama geral da clientela a fim de se identificar as características e necessidades desta
para que a fidelização possa ser concretizada. Isto é, para uma real contribuição deste modelo
de gestão de relacionamento, demanda-se uma constante e intrínseca relação entre empresa e
suporte de tecnologia de informação para que a geração de lucros seja aumentado.
A ênfase no relacionamento com o cliente é necessário para que empresas possam se
desenvolver cada vez mais, tendo o marketing de relacionamento surgido, segundo Nascimento,
Saito e Alves (2016) a partir da interação entre os serviços de marketing de serviço e industrial,
teorias organizacionais e a gestão de qualidade – elementos esses essenciais para a evolução
das relações empresariais ao longo dos anos. Inquestionavelmente, os modos de as empresas se
relacionarem com seus clientes também evoluiu com o tempo, o que foi necessário para que o
CRM passasse a existir.
Nesse contexto, o marketing de relacionamento pode ser entendido como a busca por
informações diversas sobre os clientes e consumidores que possam contribuir para traçar as
necessidades destes, de modo que as empresas usem esses dados para suprir essas necessidades
e se expandirem de acordo com as demandas que irão surgir (BERNARDI, 2006). Tal fato faz
gerar uma competitividade entre estas, de modo que àquelas que se destacarem mais no que diz
respeito ao relacionamento com seus clientes, sairão com vantagens e poderão ter aumento dos
seus lucros de forma mais sólida (MADRUGA, 2018).
Estratégias que visem estabelecer relacionamentos mais duradouros com a clientela a
fim de conquistar sua lealdade e fidelidade enquanto principal fonte de lucro da instituição, têm
sido traçadas constantemente e com caráter de prioridade de muitas empresas, sejam estas de
pequeno, médio ou grande porte, em virtude das contribuições que ações como esta podem
trazer para a obtenção de lucros. E o CRM é um desses casos, pois conforme discutido por
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Castro (2015), todas as informações sobre os clientes de uma empresa poderão estar
condensadas em um único local, do qual poderá ser acessado a qualquer momento e a partir de
qualquer localização, pois as tecnologias que permeiam este modelo de gestão de
relacionamentos oportuniza tal feito.
Cabe pontuar que a gestão de relacionamento entre empresa e cliente não é uma tarefa
fácil nem simples como no imaginário de uma parcela do empresariado, o qual requer
planejamento constante das formas de atendimento aos clientes e consumidores antes, durante
e após o processo de vendas para que estes sintam-se confiantes ao adquirir um produto ou
serviço que lhes dê um suporte quando necessário (BERNARDI, 2006). Mais do que isso,
Madruga (2010) frisa que as empresas que buscarem se diferenciar nessa relação, irão se
sobressair frente ao mercado competitivo, sendo a adoção do CRM um diferencial essencial
para a personalização deste serviço de fidelização da clientela.
Assim, pensar o marketing de relacionamento como via de aumento dos lucros da
empresa com menor esforço e gasto quando comparado à busca por atrair novos clientes tem
sido pautado constantemente entre empresas, o que demanda alguns cuidados quanto à
utilização do CRM, pois sua má adoção poderá surtir efeito inversos ao desejado, conduzindo
a instituição a cenários desanimadores e de perda de lucro. Para evitar este acontecimento,
Novello (2013) afirma ser necessário que o empresário escolha bem o software que irá executar
o CRM, pois uma má escolha poderá sair caro para este. Não obstante, o referido autor assevera
que os processos internos da empresa precisam estar alinhados a este modelo de gestão, pois
como já pontuado, apenas implantar esta tecnologia na instituição sem uma transformação
organizacional não trará benefícios nem lucros.
Em caso da existência de outras fontes de informações sobre a clientela existentes e
adotados pela empresa, Novello (2013) diz que estas deverão ser integradas ao CRM para que
haja um confronto dos dados e, assim, estes possam ser gerados com consistência e
fidedignidade. Essa integração gera maior confiança para e empresa ao não induzi-la a tomar
decisões com base em informações duvidosas que poderão lhes trazer prejuízo e queda de
crescimento. Para tal, a equipe responsável por lidar diretamente com este modelo de gestão de
relacionamentos deverá ser constantemente treinada e atualizada para um melhor trabalho com
as informações, já que, muitas das vezes, o CRM é posto em softwares complexos que irão
requere da equipe um trabalho mais demorado, o que pode não ser bom para a empresa
(NOVELLO, 2013). Com isso, formar bem esta equipe é um elemento primordial para a gestão
de relacionamentos.
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O CRM como via de Otimização do Relacionamento Empresarial com o Cliente

A personalização do relacionamento entre empresas e clientes tem se tornado um


diferencial no mercado competitivo por não considerar apenas o processo de venda, mas,
também, de pós-venda e de fidelização dos consumidores, fortalecendo o desenvolvimento
destas (SILVA; LEON, 2013). Para tal, a tecnologia tem sido uma importante aliada nesse
processo, pois, embora as informações se façam presentes em todas as esferas da sociedade,
administrá-las não é tarefa fácil, passando a exigir das organizações empresariais um
instrumento eficaz de tecnologias que lhes possibilitem uma melhor captação, armazenamento
e análise das mesmas de modo que possam contribuir significativamente para o
desenvolvimento da empresa (SILVA; AMARAL, 2010).
Para Nascimento e Alves (2015), o fenômeno da globalização possibilitou a expansão
das tecnologias da informação e da comunicação na sociedade, o que foi algo positivo, haja
vista a grande dimensão territorial da humanidade que resultava na exclusão de determinados
grupos populacionais que, a partir de então, passaram a ter informação em tempo real a partir
do computador, do rádio e do celular, por exemplo. “No entanto, nesta era da valorização dos
mais sofisticados aparelhos eletrônicos, é necessário que haja a garantia de um suporte humano
inteligente” (NASCIMENTO; ALVES, 2015, p. 2) que, no caso das organizações empresariais,
focaliza-se no administrador de empresas.
Nesse contexto, o CRM, aliando gestão de relacionamento com os clientes das empresas
às ferramentas tecnológicas, propõe um modelo de gestão mais complexo e eficiente ao captar
e analisar dados importantes sobre os clientes a fim de usá-los para sua fidelização, ou seja,
reter o cliente para que ele adquira os produtos ou serviços oferecidos pela empresa à medida
que for necessitando, mas em um longo prazo, sendo este um grande diferencial do CRM
(BERNARDI, 2006).
Para otimizar o relacionamento empresarial com os clientes, o CRM tem como propósito
fazer um monitoramento dos clientes, o que se dá através dos canais de comunicação que a
empresa possui, com o objetivo de perpetuar sua interação com estes sujeitos (BARACHO,
2011). Dessa forma, cabe pontuar que, embora o CRM seja rodado através de um software de
computador, sem uma mudança institucional da empresa no que diz respeito à sua filosofia de
relacionamento, pouco ou em nada adiantará investir neste modelo de gestão, o qual demandará,

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também, de uma equipe gestora comprometida com este propósito de fidelizar clientes e a longo
prazo (BARACHO, 2011).
Como pontuado, o CRM, enquanto conceito, não deve ser restrito a um determinado
departamento da empresa para que sua aplicabilidade tenha êxito. Do contrário, quando elevado
a conceito, as fronteiras empresariais devem ser rompidas a fim de que os funcionários da
instituição sejam envolvidos neste modelo de gestão (PRIETO; CARVALHO, 2005). A figura
1, por exemplo, representa bem o conceito de CRM com vistas ao alinhamento das informações
dos setores da empresa para o ganho de cliente via fidelização.

Figura 1 – Conceito de CRM

Revisão
de
processos

Estratégia
Tecnologia voltada para Informação
clientes

Pessoas

Fonte: Pietro e Carvalho (2005, p. 5).

Pensar o CRM apenas como um software tem sido um dos principais obstáculos para as
empresas que buscam adotar este modelo de gestão sem, no entanto, fazer uma alteração em
sua filosofia (PRIETO; CARVALHO, 2005). De fato, enquanto um suporte tecnológico, o
CRM possibilita otimizar os processos de marketing de relacionamento ao gerenciar, por meio
de programas de computador, as informações sobre clientes em tempo hábil, além de gerar a
possibilidade de compartilhamento dessas informações com todos os setores da empresa
(MOTA; MATSUDA; NUNES, 2019). Todavia, para além desse aspecto, é preciso pensar este
sistema de relacionamento como um modo de administrar a empresa, o que demanda mudanças
conceituais e atitudinais do empresário, seus sócios e funcionários. Caso contrário, os riscos em

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se admitir este modelo de gestão serão maiores e poderão levar à empresa para caminhos de
enfraquecimento.
A captação e fidelização de clientes não são tarefas simples, tampouco baratas para as
empresas, pois demanda tempo, dinheiro e elaboração de estratégias que destaquem
determinada empresa com relação à outra concorrente (MOTA; MATSUDA; NUNES, 2019).
Dessa forma, o marketing de relacionamento, principal setor responsável por gerir o CRM,
embora não único, como já pontuado, necessita estar alinhado com as transformações do
mercado competitivo e com as demandas dos clientes e consumidores, especialmente na
atualidade, onde a tecnologia, sobretudo as redes sociais, possibilitam captar informações sobre
os clientes em tempo hábil e em uma escala maior se comparado à formas manuais de geração
dessas informações (CASAS, 2007).
Em outras palavras, o CRM representa uma cultura organizacional das empresas, cujo
principal alvo são os clientes e o modo de se relacionar com eles com o objetivo de gerar lucros
para a empresa. Segundo Martins (2006), a ênfase na fidelização é importante pelo fato deste
aspecto representar um importante percentual dos lucros da empresa a longo prazo, pois, ainda
que a curto prazo durante promoções realizadas por empresas, por exemplo, gerem altos lucros
momentâneos, esta será uma realidade passageira, na qual a empresa não poderá faze-los
constantemente, uma vez que preços baixos tendem a atrair clientes, mas não necessariamente
tende a fideliza-los. Com isso, o uso do CRM para a fidelização assume importância, pois os
clientes não visarão só o preço a ser pago para obter um produto ou serviço da empresa, mas a
forma como é tratado pela instituição e se suas necessidades são supridas mesmo após finalizar
a compra, isto é, no processo de pós-vendas (PEPPERS; ROGERS, 2008).
Enquanto software e conceito, o CRM envolve alguns passos a serem seguidos visando
a otimização do relacionamento entre empresas e clientes, sendo o primeiro a identificação do
cliente de modo que seja gerado um conhecimento acerca deste, isto é, do seu perfil com o
máximo de informações possíveis que possam ser utilizados para a criação de estratégias para
o crescimento da empresa (CRIVELLARO, 2018). Com tais informações em mãos, a equipe
responsável diretamente por lidar com este sistema irá traçar um planejamento de mercado
buscando se diferenciar das empresas concorrentes que ofertam o mesmo tipo de
produto/serviço.
Na sequência, deve-se dar início as interações entre empresa e clientes visando uma
movimentação desta relação, para que o cliente sinta-se lembrado pela empresa e, assim, possa
despertar seu senso de fidelização (BERNARDI, 2006). Nesta etapa, o que se busca através da
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interação é um retorno dos clientes a fim de que esta atenção dada pela empresa durante e após
as compras se torne um diferencial, ou seja, personaliza-se o atendimento para que o cliente
sinta-se satisfeito e contemplado em suas necessidades.
A partir de então, de posse de todos esses dados e trilhado esses caminhos, a empresa
irá analisar as informações coletadas, fazendo um refinamento do que se articula melhor com a
instituição e, dessa forma, possa se destacar no mercado competitivo com a fidelização dos
clientes (BERNARDI, 2006). Por se tratar de uma equipe de trabalho, a existência de um líder
para estar à frente das ações a serem executadas a partir do CRM também é um diferencial na
organização, pois a partir dessa liderança é que haverá um controle do que a empresa entende
como informação útil e importante para sua relação com os clientes e, assim, tornar este sistema,
de fato, um diferencial (CRIVELLARO, 2018).
Isto é, de forma geral, a otimização do relacionamento entre empresas e clientes por
intermédio do CRM é viável e gera benefícios para a empresa desde que medidas sejam tomadas
para que esta gestão não seja pensada somente a partir da utilização de um programa de
computador, mas que seja implantado na organização como uma cultura institucional.

Considerações Finais

Neste estudo, buscou-se, de forma geral, discutir a utilização do CRM como estratégia
de marketing de relacionamento no acompanhamento do ciclo de vida do cliente. A partir das
leituras realizadas e das discussões tecidas ao longo deste estudo, algumas considerações podem
ser pontuadas a fim desta temática. De início, cabe pontuar que as discussões sobre o CRM,
como via de fidelização de clientes, ainda possui pouca visibilidade na literatura, sendo poucos
os trabalhos que discutem este tema. Daí, a necessidade de se expandir essas discussões com o
objetivo de fomentar a implantação deste modelo de gestão nas empresas e, dessa forma,
oportunizar maior obtenção de lucros.
Foi possível verificar que as contribuições da adoção do CRM por parte das empresas
são diversas, especialmente quanto à fidelização de clientes a longo prazo, o que demanda
menos gastos se comparado à busca por atrair clientes novos, sendo este um processo caro para
as empresas. O CRM, por sua vez, surge como um programa de computador, o qual,
recentemente, evoluiu para um conceito, isto é, uma filosofia adotado pelas empresas, uma vez
que apenas a geração de informações por um software não mais atende as necessidades do
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mercado competitivo. Dessa forma, mudanças na organização das empresas, tem sido pensadas
para que a gestão do relacionamento com os clientes envolva toda a equipe de trabalho da
empresa, sem haver departamentalização para que as informações possam ser utilizadas por
todos os setores que a compõem.
Nesse sentido, a fidelização dos clientes, em meio ao mercado competitivo, tem
requerido das empresas alternativas que as destaquem uma das outras e, dessa forma, tenham
seus clientes fidelizados a partir do atendimento às suas necessidades durante e após as vendas,
sendo este um diferencial, pois a personalização da relação entre empresa e consumidor é
essencial para que este sinta-se à vontade nesse contexto e, assim, possa confiar ainda mais na
instituição.
De forma geral, foi possível identificar que o CRM, de fato, é um bom aliado à
fidelização dos clientes, mas demanda investimento e mudança de filosofia da empresa, pois
sua redução às tarefas executadas por um programa de computador já não mais ocupa espaço
no contexto empresarial. Assim, sugere-se que, antes da adoção deste modelo de gestão de
relacionamento, as empresas elaborem um estudo da viabilidade desta adoção a fim de verificar
a sua aplicabilidade frente a atual estrutura da empresa para constatar quais as mudanças
institucionais deverão ser sofridas nesse processo.

Referências

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Como citar este artigo (Formato ABNT):

MARTINS, Aline Ribeiro; MACÊDO, Maria Erilúcia Cruz. O CRM como Estratégia no Marketing de
Relacionamento. Id on Line Rev.Mult. Psic., Maio/2020, vol.14, n.50, p. 26-42 . ISSN: 1981-1179.

Recebido: 27/02/2020
Aceito: 05/03/2020

Id on Line Rev. Mult. Psic. V.14, N. 50 p. 26-42, Maio/2020 - ISSN 1981-1179


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CRM – Gestão do Relacionamento com o
Cliente

Big Data

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ficam desabilitados. Por essa razão, fique atento: sempre
que possível, opte pela versão digital. Bons estudos!

O programa de CRM pode contar com softwares que integrarão todos os setores ou optar por combinar
ferramentas diversas para exercitar o foco do negócio no cliente.

Para que sejamos capazes de implantar softwares de CRM, nesta webaula, entenderemos como as fontes de
dados podem ser integradas. Também compreenderemos a importância de padronizar a visualização desses
dados para toda a organização.

Integração dos dados

Os dados precisam receber tratamento adequado até chegarem nas telas dos usuários, que, por sua vez,
receberão esses mesmos dados em formato de relatórios, painéis e dashboards personalizados para comunicar
informações resultantes
das inferências obtidas por meio do tratamento de dados propriamente dito.

Saiba mais
Inferências superficiais sobre grupos de consumidores podem ser bastante prejudiciais para a empresa. De
outro modo, partir de hipóteses não validadas diretamente no mercado pode fazer com que o negócio perca
oportunidades
por simplesmente ignorar fatos dos consumidores.

Por exemplo, enviesar análises que partam de conceitos preestabelecidos pode gerar descartes
desnecessários de campanhas lucrativas. Inferir que um casal de meia idade não financiaria um imóvel com a
linha de crédito de
um banco X pode ser superficial, bem como ignorar, por exemplo, aspectos
comportamentais e de crença deste grupo de clientes.

Para tornar o entendimento mais concreto acerca das potencialidades do consumo de dados em empresas,
imagine a simples adoção de um serviço de business intelligence para disponibilizar, visualmente, os dados para
um time
de inteligência de produto. A primeira tarefa é capturar os links para vinculação de todas as fontes de
dados, necessária para a construção de um dashboard que comportará indicadores diversos.

Os setores, cada qual responsável por alimentar o seu próprio banco de dados, disponibilizam o link para o time
de inteligência, que, por sua vez, deverá manter a atualização de forma a equiparar os dados alimentados
pelo
time de vendas e atendimento ao cliente, por exemplo, com aqueles que retroalimentam os indicadores
consumidos pela gerência e diretoria e pelos próprios times de linha de frente.

Fonte: Shutterstock.

Perceba que há uma via comunicacional de mão dupla: tanto os colaboradores que alimentam os bancos de
dados existentes como aqueles colaboradores que constroem os dashboards recebem a informação de maneira
organizada e estruturada para tomar decisão e gerar insights para o negócio.

A questão do engajamento em programas de CRM recai, portanto, na forma como serão empregados esses dados
e, por outro lado, na predisposição das pessoas em utilizar os indicadores a favor do aumento das taxas de
excelência relacionadas
à jornada do consumidor. O deslocamento do foco vai de redução de custos para
perenidade do negócio mediante experiência do consumidor. E aí, de qual lado você está?

Pesquise mais

Para encerrar, um lembrete: sempre acompanhe o universo da tecnologia quando o assunto é CRM. Você poderá,
com postura crítica e autônoma, encabeçar projetos inovadores nos negócios que contarem com a sua gestão e
atuação.

CRM – Gestão do Relacionamento com o


Cliente

Do CRM ao CXM

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A fim de assegurar a perenidade dos negócios, é fundamental garantir o sucesso do cliente em meio a sua
jornada. Disso resulta a aproximação do conceito de CRM (Customer Relationship Management) à noção de
customer experience (CX), ou experiência do consumidor.

Antes mesmo da implementação de programas de Customer Relationship Management orientados a customer


experience, a metodologia DDI pode ser adotada com a finalidade de integrar a visão de gestores
e colaboradores
acerca da jornada do cliente. Nesta webaula, aprenderemos sobre essa metodologia. Além disso, destacaremos as
etapas para implementação de CRM com foco em CX e a influência da cultura organizacional nesse processo.

Modelo DDI

Roberto Madruga (2018) ressalta a necessidade de unificar, desde o começo, a visão de CRM e CX entre todos os
envolvidos no projeto de implementação do programa de CRM. Então,
ele apresenta a metodologia DDI, acrônimo
para: discutir, descartar e integrar. Saiba mais a seguir.

Discutir 

Nesta etapa, são discutidas desde a jornada do cliente e as estratégias basilares do negócio, até os elementos
do nível tático, tais como gargalos no processo. Podemos perceber essa etapa como uma fase de
descobrimento
e mútuo entendimento acerca da jornada do cliente como um todo, aproximando pontos de
vistas de diferentes áreas.

Descartar 

Nesta segunda etapa, são revisitadas atividades que não agreguem valor ao cliente, superando crenças
limitantes e processos obsoletos. Aqui, pensamentos como “sempre foi assim, não devemos mudar” ou “o
cliente só
reclama, não podemos colocá-lo no centro de decisão estratégico” devem ser superados, caso
contrário o programa de CRM poderá ser comprometido antes mesmo de ser implementado.

Integrar 

Nesta terceira etapa, pretende-se alcançar uma visão consensual sobre a jornada do cliente, bem como os
processos envolvidos e necessários, além da tecnologia, canais e sensibilização junto a comunicação interna
e
educação corporativa. É o momento de fazer toda a discussão confluir e atingir a lista de próximos passos
para fazer acontecer o programa de CRM com foco em CX na realidade daquela empresa.

Saiba que essa metodologia também pode ser aplicada em outros projetos.

Implementação de CRM com foco em CX


Dizer que uma organização é orientada ao cliente equivale a dizer que ela se dedica a colocar a jornada do cliente
como ponto de partida para toda e qualquer decisão, independentemente do nível hierárquico de atuação.

Em termos práticos, o primeiro ponto, antes de elencar soluções tecnológicas que sustentarão a operação de um
programa de relacionamento com o cliente, recai nas definições estratégicas que balizam as diretrizes de
governança da
empresa. Sem a clareza de assuntos como esse, a compra de ferramental é prematura e pode
acarretar prejuízos à empresa (MADRUGA, 2018).

Dessa forma, o método de implantação de programas de CRM ligados à experiência do usuário conta com cinco
etapas que garantem essa cadência, necessária e coerente, de estruturar e implementar programas de
relacionamento. Saiba
agora quais são essas etapas:

Etapa 1

Planejamento do projeto, diagnóstico e estabelecimento da visão única sobre o relacionamento com


clientes e CX.

Etapa 2

Criação das diretrizes norteadoras e descrição dos requisitos funcionais.

Etapa 3

Criação das novas regras de negócios e otimização dos processos de relacionamento.

Etapa 4

Apoio na aquisição de tecnologia e definição de recursos.

Etapa 5

Controle da implementação, quality assurance e capacitação do cliente.

Por fim, é preciso implementar o CRM de maneira a envolver as três dimensões preestabelecidas desde o começo
da aplicação do método apresentado:

Steering committee (tomadores de decisão e cargos de níveis estratégico e tático).

Equipe de implementação (colaboradores envolvidos e responsáveis, por parte da empresa, pela


implementação e multiplicação do programa de CRM, internamente).

Consultoria do projeto (consultores com expertises complementares e necessárias, que possam assegurar o
sucesso do projeto) (MADRUGA, 2018).
Pesquise mais

Cultura organizacional
Um dos maiores desafios que um projeto de implementação de CRM e outros grandes projetos enfrentam nas
organizações é a cultura organizacional. Nas palavras de Kotler e Keller (2006, p. 48) , “muitas
vezes, mudar a
cultura corporativa é a chave para implementar uma estratégia de sucesso”.

Isso porque a cultura carrega, dentre outros elementos, a crença dos colaboradores sobre diversos assuntos. Caso
o projeto não tenha uma etapa de sensibilização nesse sentido, poderão cair por terra todos os esforços
empreendidos.
Em outras palavras, se não houver estratégias discursivas capazes de ativar o engajamento do
quadro de colaboradores, o ferramental de CRM poderá ser implementado e nunca utilizado. 

Dentro da organização coexistem diferentes versões de um mesmo problema ou processo. Por exemplo, são
diferentes as concepções do que é sucesso quando se trata da jornada do cliente. Assim, faz sentido estabelecer
um pacto sobre
o tema, com base no entendimento consensual dessa temática. Então, para isso, torna-se
relevante a aplicação da metodologia DDI, já apresentada.

Saiba mais
A relação do consumidor com a marca mudou drasticamente ao longo do tempo. O que define se uma marca
permanecerá no mercado ou não é a capacidade de resiliência que puder imprimir nos processos de
inovação internos que,
inclusive, observam o macroambiente e o comportamento do consumidor para
alimentar e oxigenar as crenças da cultura organizacional. Dessa forma, mapear oportunidades e fazê-las
acontecer é uma habilidade de nível individual
que, no entanto, pode sustentar a (mudança de) cultura de
toda uma empresa.

Lembre-se de que, quanto mais alinhada está, maiores as chances de a organização prosperar em suas iniciativas.
Por isso, exercite os conhecimentos expostos de maneira criativa e crítica.
CRM – Gestão do Relacionamento com o
Cliente

Estratégias de aplicação

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Apesar de a questão tecnológica prevalecer na popularidade do CRM, não é a tecnologia o fator fundamental para
criar, desenvolver e intensificar as relações individualizadas com o cliente. Por isso, devemos lembrar que o CRM é
uma estratégia e requer uma combinação entre pessoas, processos e sistemas (DAMACENA; PEDRON, 2004). Além
de aprendermos sobre esses elementos nesta webaula, detalharemos as
etapas para a implementação do CRM e
apresentaremos o conceito de experiência do consumidor – ou Customer Experience (CX), presente em práticas e
processos adotados pelo CRM.

Pessoas, processos e sistemas

O sucesso do processo de implantação do CRM depende muito de um elaborado planejamento que defina
detalhadamente quais serão os objetivos a serem alcançados e quais indicadores orientarão a sustentabilidade do
projeto.

Para Gonçalves e Oliveira (2010) , é durante a etapa do planejamento que os gestores devem realizar uma análise
profunda do contexto empresarial, pois é nessa análise organizacional
que se encontram os três aspectos cruciais
que compõem um projeto de CRM:

Recursos humanos 

É importante que a empresa identifique o perfil de seu capital humano, direcionando-o para as necessidades
e características da equipe. Para isso, é necessário avaliar a cultura organizacional e aspectos como
motivação,
habilidades, comunicação, sistemas de recompensa e treinamento.

Processos 

A organização deve analisar todo o processo que envolve o cliente, de forma direta ou indireta. Cada
empresa tem um processo diferenciado, conforme o tipo de negócio ou área de atuação. Mas, no geral, estão
envolvidos
processos relacionados à área de marketing, vendas e serviços. O ideal é que a análise não se
limite apenas a esses setores.

Tecnologia 

Apesar da condição tecnológica para a viabilização do CRM, ela não pode ter todo o crédito na implantação.
O gestor deve analisar a infraestrutura tecnológica existente antes do CRM e cuidar para que haja uma
integração
perfeita entre as partes, para o sucesso do CRM. Assim, é importante identificar toda a
infraestrutura de tecnologia da informação existente para viabilizar as melhores condições na escolha da
ferramenta a ser
utilizada.

Etapas para implementação do CRM

Damacena e Pedron (2004) sugerem a seguinte sequência de atividades para implementar a tecnologia de CRM:

1. Definir e planejar qual o modelo de relacionamento seguir  

Os gestores devem analisar o plano estratégico organizacional e determinar como será o relacionamento
com o cliente, além de definir quais resultados a empresa quer alcançar com o projeto de CRM a curto,
médio e
longo prazos.

2. Desenvolver o redesenho dos processos de relacionamento com o cliente 

Fazer o levantamento e documentar os principais processos de interação com o cliente. O redesenho e o


levantamento devem envolver a perspectiva externa e alcançar além das limitações operacionais e dos
limites departamentais.

3. Realizar a seleção da ferramenta de CRM 

Após a escolha da solução dos softwares que viabilizam as etapas anteriores, essa seleção determinará quais
recursos técnicos (hardware, software e outros equipamentos) comporão a ferramenta selecionada.

4. Implantar a ferramenta de CRM 

É a etapa da efetivação de todas as decisões estabelecidas até então. Consiste em mapear cada atividade nas
diversas pontas do atendimento ao cliente e realizar a retroalimentação do database marketing
e o
acompanhamento até o final do ciclo de relacionamento.

5. Avaliar os resultados obtidos com a ferramenta de CRM 

Com as mudanças ocorridas na implantação da ferramenta, é comum que a empresa passe por algumas
questões como resistência à mudança, dificuldades de aprendizagem ao novo sistema e a não aplicação do
treinamento
realizado. É importante acompanhar, ainda, a implementação e monitorar resultados
importantes como o índice de fidelização, o número de vendas, a recuperação de clientes e o índice de
satisfação dos consumidores.

O CX e a cultura voltada para o cliente

Experiência do consumidor – ou customer experience (CX) – tem sido a nova modalidade ou tendência para o
varejo, mas representa a “gourmetização” das práticas e processos que o CRM vem incorporando com as
transformações
digitais, principalmente com o Big Data e o Data Analytics (MACHADO, 2019) .

Assim, voltando aos princípios básicos, CRM é muito mais que um software ou ferramenta. A sua implantação
permite a criação de condições de alinhamento entre a estratégia da empresa com áreas de negócios e os
pontos de contato
com os consumidores, utilizando como meio de alcance a adequação da tecnologia e a
cultura organizacional (MACHADO, 2019).

Para Costa (2019) , que atua no mercado de tecnologia e negócios, existem muitos executivos que se dizem
praticar customer experience nos negócios, mas são poucos os que
de fato conseguem implementar o processo.
Assim, a autora complementa afirmando que o CX não é um fato esporádico e, para obter o foco da experiência
do cliente na empresa, ela precisa integrar a cultura organizacional, o que
requer uma grande mudança em toda
sua estrutura. Dessa maneira, as transformações devem vir por parte das pessoas que trabalham na organização,
e isso tem representado um desafio, pois deve haver uma mudança na postura e ações
dos colaboradores.

Assim, Costa (2019) aponta cinco importantes passos para auxiliar na mudança da cultura da empresa:

1. Começar a difusão da cultura CX entre os líderes 

Os líderes precisam compreender o valor da cultura CX e difundi-lo para os demais colaboradores.

2. Trabalhar a cultura ágil 

Isso significa dar mais liberdade aos colaboradores, permitindo maior autonomia e confiança aos
profissionais. Para a situação de mudança, permite a adaptabilidade com maior velocidade, condizente aos
valores da
cultura CX.

3. Desenvolver um ambiente colaborativo 

A empresa pode incentivar os seus funcionários a trazer conhecimentos e colaborar com diversas áreas. Essa
cultura colaborativa pode ser reforçada com palestras e workshops.

4. Apresentar o valor de CX 

Demonstre as possíveis projeções da empresa sob a perspectiva das mudanças e valores incorporados. É
importante que os colaboradores acompanhem os resultados e comemorem cada etapa concluída.

5. Integrar pessoas de diversas áreas 

Incentive a reunião de pessoas de áreas distintas, para que falem a respeito dos problemas em comum,
lembrando que na empresa tudo está integrado. Uma pessoa de outra área pode encontrar solução para
outro setor
ou departamento.

Um projeto de CX é muito dinâmico e evolutivo, e é necessário que os gestores estejam sempre receptivos para
outras mudanças.

Por fim, voltando ao CRM, vale destacar que é na aplicação prática ou durante a implantação de um projeto de
CRM que fica clara a validade dos princípios dessa ferramenta de gestão. Assim, reitera-se que o CRM não é
meramente uma
tecnologia, mas parte da estratégia de relacionamento com o consumidor.

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Cliente

Metodologias de aplicação de CRM

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Quando uma empresa decide implementar uma estratégia de gestão do relacionamento, deve estar ciente de que
passará por uma grande mudança, que implicará uma profunda transformação organizacional. A implantação é
uma tarefa complexa,
a respeito da qual o gestor necessita considerar inúmeras variáveis e particularidades no
contexto de negócios. Essa ação exige, portanto, um planejamento minucioso, necessitando de uma metodologia
sistemática, de modo que
os princípios do CRM sejam seguidos  (D’AVILA, 2006) .

Nesta webaula, apresentaremos as metodologias para implementação de CRM mais conhecidas, tanto no
ambiente profissional quanto no meio acadêmico.

Metodologia de Peppers and Rogers Group

A empresa de consultoria Peppers and Rogers Group é conhecida mundialmente por ser especializada no
desenvolvimento e implementação de estratégias de negócios com orientação ao cliente. Foi a responsável por
criar a marca Marketing
1 to 1®, que contribuiu para a disseminação dos conceitos de marketing de
relacionamento e do CRM ( CATUNDA; RABÊLO JR. , 2009; D’AVILA, 2006).

O modelo defendido por esses autores consiste em implantar as estratégias de CRM com as seguintes etapas:

1. Análise dos requisitos de negócio 

Trata-se de compreender a função da empresa e o mercado, para definir como ela deve se relacionar com os
seus clientes.

2. Definição da estratégia para o CRM 

Consiste em definir estratégias que auxiliem a identificar e diferenciar os clientes, bem como interagir com
eles e personalizar o tratamento de cada um. (As ações identificar, diferenciar, interagir e personalizar
são
conhecidas como metodologia IDIP.)

3. Desenvolvimento dos processos 

Consiste em definir estratégias que auxiliem a identificar e diferenciar os clientes, bem como interagir com
eles e personalizar o tratamento de cada um. (As ações identificar, diferenciar, interagir e personalizar
são
conhecidas como metodologia IDIP.)

4. Seleção e implantação da tecnologia 

Trata-se de selecionar e implantar uma tecnologia que integre os sistemas de back office e legado.

5. Treinamento e mudança organizacional 

É a fase em que as pessoas envolvidas precisam aderir às novas estratégias e, por isso, realizar treinamentos
e desenvolver uma comunicação adequada a toda organização.

6. Avaliação da estratégia e dos resultados 

Consiste em criar métricas de resultados para verificar o alcance dos objetivos do projeto.

Metodologia de Miriam Bretzke

Essa é uma metodologia desenvolvida por uma brasileira, Miriam Bretzke, consultora de empresas. Dentro da sua
metodologia, ela propõe quatro etapas essenciais para a implantação da estratégia de CRM (CATUNDA; RABÊLO
JR., 2009;
SCHWEITZER, 2004 ):

1. Definição e planejamento do modelo de relacionamento 

Consiste em definir como será o tratamento com o cliente e desenvolver o plano de entrega de valor
segundo os princípios do CRM.

2. Redesenho dos processos de atendimento ao cliente 

Trata-se de levantar e documentar todos os processos que envolvam o atendimento ao cliente e, após a
análise, fazer o redesenho dos processos.

3. Seleção da solução 

Envolve a escolha do software ideal.

4. Implantação da tecnologia de CRM 

É a fase da aplicação do processo de revisar a forma de pensar no negócio em toda a empresa.

Metodologia de Richard Lee

Richard Lee contribuiu com várias publicações acerca da implantação de sistemas de CRM e foi um dos pioneiros a
tratar do assunto no meio acadêmico (D’AVILA, 2006). Dentro de sua metodologia, ele defende que, para implantar
o CRM,
a empresa deve constituir uma equipe com no mínimo uma pessoa de cada uma das áreas (marketing,
vendas, atendimento ao cliente e tecnologia da informação), com autonomia para a tomada de decisões
(SCHWEITZER, 2004). Ao ser
formada, essa equipe coordenará a implementação do CRM, que se divide em quatro
etapas:

1. Definição e implantação das estratégias de negócio centradas no cliente 

Trata-se de analisar a empresa sob a perspectiva de: estratégia, recursos financeiros, cliente, produtos e
serviços, canais de vendas e suprimento. Após a análise, deve-se criar estratégias e metas.

2. Redesenho das atividades 

Estabelece quais são as mudanças necessárias para implementar as estratégias definidas anteriormente.
Para isso, é preciso realizar o redesenho das atividades departamentais e estabelecer quais são as
responsabilidades
de cada pessoa envolvida no processo.

3. Reengenharia do processo 

Consiste em avaliar como a informação flui atualmente na organização, além de identificar se há necessidade
de alterar o processo para agregar maior valor ao cliente.

4. Implantação da tecnologia 

É a etapa em que a equipe deve verificar como o uso das soluções tecnológicas contribuirão para trazer
resultados efetivos nos processos. Assim, é importante descrever uma lista de requisitos necessários para o
sistema de CRM e avaliar qual a melhor solução tecnológica compatível com essas necessidades.

Dicas para o sucesso da implantação do CRM

Analisando as metodologias existentes, verificamos que independentemente da escolha da metodologia a seguir


para a implantação do CRM, grande parte delas necessitam de uma análise organizacional (atual) para definir
de
forma minuciosa a estratégia que seguirá para implantar o projeto. Para auxiliar nesse processo importante, que
muitas vezes define o sucesso da implantação, Casarotto (2018)  apresenta algumas dicas práticas:

Fazer uma análise da empresa

É importante identificar o contexto da implantação do CRM e o que é necessário à empresa. Alguns


questionamentos que auxiliam nesse ponto:

Como a empresa relaciona-se atualmente com seus clientes? Quais são os processos?

Quais são as pessoas que estão envolvidas nesse relacionamento?

De quanto a empresa dispõe para investir em CRM?

A empresa tem capacidade para mudar a sua cultura organizacional (com foco no cliente)?

Quais são os processos de sua empresa (marketing, vendas, suporte, RH etc.)?

Como funciona o mercado que a empresa atua e como os concorrentes atuam (também em relação à gestão
do relacionamento)?

De acordo com Casarotto (2018), essas são perguntas importantes que auxiliam a mapear o cenário e analisar a
viabilidade do projeto. Fica mais fácil definir a estratégia de relacionamento também.

Definir os objetivos da estratégia

A etapa anterior, como também os questionamentos, auxiliam a mapear o cenário externo e as necessidades da
empresa. Facilita encontrar respostas para as seguintes questões:

Ao implantar uma estratégia de CRM, quais são os resultados esperados?

A empresa deseja aumentar a rentabilidade?

Ela procura melhorar a qualificação dos leads?

A empresa busca aumentar a fidelização dos clientes?

A empresa deseja reduzir o custo de aquisição de clientes (CAC)?

Detalhar os objetivos em metas

Casarotto (2018) afirma que após a empresa definir a estratégia, os objetivos precisam ser detalhados em metas,
ou seja, deve-se estabelecer resultados quantitativos que precisam ser alcançados em um determinado prazo.

Definir os KPIs

Após estabelecer as metas, é necessário definir os KPIs (indicadores-chave de performance), pois eles mostrarão
se a empresa atingiu os seus objetivos ou não.

Por fim, ressaltamos que, ao estudar as metodologia de implantação de CRM apresentadas, você obteve um
repertório que o auxiliará em sua jornada profissional. Para se aperfeiçoar, procure novos conhecimentos
sobre essa
temática!

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Já faz algum tempo que concentrar verba de marketing em propaganda não faz muito sentido para muitas
empresas. Pode-se dizer que os tempos mudaram, e a forma como os profissionais de marketing concentram
seus esforços também tem
passado por mudanças. Mas o que, de fato, mudou? Observa-se que o mercado é
global e a concorrência, muito acirrada. Assim, os consumidores, de modo geral, buscam diferenciais significativos
entre empresas e seus produtos e
serviços para definir as suas escolhas. Deste modo, verifica-se que o preço e a
forma de distribuição não são mais motivos de grande destaque entre os consumidores. Hoje, o relacionamento
com os clientes torna-se essencial
e é o objeto de atenção dos profissionais de marketing e das empresas.

Em vista desse cenário, nesta webaula, entenderemos o que é marketing de relacionamento e conheceremos as
suas etapas.

Marketing de relacionamento

“O marketing de relacionamento representa, em essência, uma troca de paradigma no marketing – do foco na


aquisição/transação para o foco na retenção/relacionamento” (ZEITHAML; BITNER; GREMLER, 2014, p. 147). Muitos
autores apresentam
o marketing de relacionamento como uma transição do marketing tradicional e do marketing
focado no cliente. Dentro desta perspectiva, Faria (2010) afirma que, para se adaptar ao novo cenário de um
mercado competitivo, as empresas
devem mudar de uma gestão focada em produtos para uma gestão focada em
clientes e, por conseguinte, ao marketing de relacionamento.

Isso porque a estratégia do marketing tradicional está


focada na venda isolada, sem ênfase ao serviço e Conforme Kotler e Keller (2018), um dos principais
orientada nas características do produto. Desta resultados esperados pelas atividades de
maneira, há pouco contato com o cliente, o que reduz marketing está em conseguir desenvolver
o seu compromisso. Em
contrapartida, as empresas relacionamentos profundos e duradouros com
que adotam o marketing de relacionamento têm todos os tipos de clientes que diretamente ou
objetivos únicos e específicos para cada consumidor, indiretamente afetam o sucesso dos resultados da
criando a percepção de valor de seus produtos ou empresa. Desta maneira, a empresa constrói
serviços (FARIA, 2020). É com estes princípios que
uma relacionamentos de confiança com os seus
empresa pode se diferenciar no mercado e obter uma consumidores, assegurando maior lucratividade e
grande vantagem competitiva.
maior vantagem competitiva.

Para criar esta aproximação com os possíveis consumidores, os profissionais de marketing devem estar
empenhados em identificar seus clientes e conectar-se com eles e, assim, informá-los, engajá-los e, em uma etapa
mais avançada,
fazer com que eles participem ativamente desse processo. Para Kotler e Keller (2018), a tecnologia
tem um papel cada vez mais importante para muitas empresas, oferecendo vários recursos para satisfazer as
necessidades dos consumidores
e criar fidelidade com a empresa.

A seguir, confira uma figura que apresenta os elementos que favorecem o marketing de relacionamento.

Marketing de relacionamento

Fonte: adaptada de Barreto e Crestelli (2013, p. 17).

Etapas do marketing de relacionamento

As etapas do marketing de relacionamento podem ter nomenclaturas diferentes, conforme o autor ou a


abordagem apresentada. A seguir, destacamos as etapas propostas pela Agência Tsuru (2020, [s.p.]).

Etapas do marketing de relacionamento

Fonte: adaptada de Barreto e Crestelli (2013, p. 17).

Para finalizar, destacamos que as empresas precisam apostar na experiência dos consumidores para atraí-los e
fidelizá-los (QUINTINO, 2017). Esse é o foco do marketing de relacionamento. Para se aprofundar nessa temática,
continue
buscando novos conhecimentos!

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Saiba mais
Omnichannel: o que significa e qual a sua importância no marketing de relacionamento?

O omnichannel surge em um contexto no qual prevalece o avanço da tecnologia, principalmente nos dias de
hoje quando o consumidor dispõe de várias ferramentas tecnológicas (notebooks, smartphones e tablets)
para se relacionar
com as suas marcas de preferência.

De acordo com Porto (2017), com o aumento do e-commerce, o mundo do comércio e do relacionamento
com o cliente foi divido em duas partes: off-line e on-line.

O relacionamento off-line representa a interação por telefone, carta, mala-direta e a própria loja física no
momento do atendimento. No universo digital (on-line), a interação começou por e-mail, e hoje temos à
disposição
vários outros canais como o chat, redes sociais e outros aplicativos. Com o avanço da tecnologia e
as mudanças na forma de consumo, surge a necessidade de integrar todos esses pontos de contato, de
forma a melhorar
a satisfação do consumidor. Assim, o atendimento multicanal, ou a experiência
omnichannel, permite a integração das informações do consumidor em todos os pontos de interação dele
com a marca (PORTO, 2017). Na prática
significa que o consumidor, interagindo com a empresa nas redes
sociais ou em qualquer outro canal, tem todas essas informações disponíveis para que o atendente (físico ou
on-line) tenha à disposição todos os dados.
Assim, ele consegue realizar um atendimento customizado e
oferecer ao cliente uma experiência de consumo que se destaque em relação aos concorrentes da empresa.

“Ser Omnichannel é trabalhar de forma integrada, de modo que a experiência na loja física seja complementada pela
interação digital e vice-versa. O cliente pode começar a ser atendido por uma rede social, continuar sua
ocorrência
por chat e finalizar por um canal de voz ou loja física, de acordo com a sua conveniência.


— PORTO, 2017, [s.p.].

CRM – Gestão do Relacionamento com o


Cliente

Tecnologias aplicadas ao CRM

Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso significa que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a
qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos
ficam desabilitados. Por essa razão, fique atento: sempre
que possível, opte pela versão digital. Bons estudos!

Construir vantagens mercadológicas em detrimento dos concorrentes é tarefa do profissional de marketing,


dedicado a estabelecer relacionamentos duradouros e rentáveis para a empresa. Para alcançar esse propósito, é
recomendado
adotar o CRM (Customer Relationship Management), sistema que sustenta o marketing de
relacionamento.

Saiba que apenas capturar dados e agir conforme as evidências quantitativas expressas em relatórios não é o
objetivo do CRM, mas sim traçar estratégias, com base no valor da marca e na inteligência de produto, capazes de
aumentar
as margens de lucro.

Cientes disso, nesta webaula, iremos compreender por que o CRM é importante para a saúde dos negócios. 

Benefícios do CRM

Ao entender as necessidades do cliente, ofertando produtos e serviços que realmente sanarão uma dor dele e,
por outro lado, retendo funcionários comprometidos, podemos garantir a satisfação dos primeiros. Somada a
inconveniência
de trocar de fornecedor, o cliente tende a se comprometer mais e mais com a marca, tornando-se
fiel a ela (BARRETO; CRESCITELLI, 2013).

Traduzindo em uma perspectiva financeira, o CRM tende a reduzir custos, aumentar o valor vitalício da base de
clientes e, também, diminuir o índice de perdas dos clientes, o que equivale a dizer obtenção de maior margem de
lucro.
Em outras palavras, ajustar o processo de captura e retenção de clientes aos investimentos realizados tende
a aumentar os ganhos do negócio.

Agora, confira a animação a seguir, que sintetiza a importância do CRM para as empresas.

Para visualizar o vídeo, acesse seu material digital.

Adoção do CRM

Existem inúmeras estratégias e ferramentas capazes de sustentar um sistema de CRM. No entanto, antes de
qualquer decisão, é preciso levar em conta o produto ou serviço ofertado. Por exemplo, você acredita que faz
sentido aplicar
esforços em fidelizar clientes no setor de construção civil? Para responder, pense em quantas casas
uma pessoa compra durante toda a vida.

Há decisões que são anteriores à composição estratégica do programa de CRM. Por isso, reiteramos a
necessidade de trabalhar uma postura crítica frente aos desafios diversos que surgirão ao longo da sua jornada
profissional. Então,
sempre busque novos conhecimentos e esteja preparado para enfrentar esses desafios!

Pesquise mais

Artigos revisionais são interessantes pois localizam o conceito dentro da literatura, além de fazer uma
retrospectiva sobre a literatura da área. Neste terreno, indicamos o artigo a seguir, que identificou uma
concentração
dos estudos publicados sobre o tema no campo varejista e bancário:

DEMO, G. et al. Marketing de relacionamento (CRM): estado da arte, revisão bibliométrica da produção
nacional de primeira linha, institucionalização da pesquisa no Brasil e agenda de pesquisa. Rev. Adm.
Mackenzie (RAM), São Paulo, v. 16, n. 5, set./out. 2015, p. 127-160.

Agora, para instigar a sua constante busca pelo conhecimento, em especial no tocante a possibilidade de
realizar benchmarkings interessantes, acesse o case publicado no artigo a seguir:

PARENTE, A. M.; CARVALHO, P. M. A importância do marketing relacional na gestão do restaurante sete


portes. Dos Algarves: A Multidisciplinary e-Journal, v. 34, 2019, p. 44-59.

Para finalizar, esperamos que tenha ficado claro que por meio do CRM é possível fidelizar clientes e,
consequentemente, aumentar o lucro dos negócios. Lembre-se sempre de que você deve adotar uma postura
crítica, autônoma e criativa
para solucionar os problemas que surgirem em seu ambiente de trabalho.

CRM – Gestão do Relacionamento com o


Cliente

Tendências

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O objetivo desta webaula é apresentar o conceito de interface gráfica e explicar o processo cognitivo envolvido na
interação com páginas na web. Esse conhecimento é importante para que você possa atuar no contexto
mercadológico
que compartilhamos hoje, o qual é mediado pela tecnologia.

Interface gráfica

Ao clicar para abrir diferentes postagens em seu blogue preferido, sua visão é isenta dos códigos em html, css e
outras linguagens de programação que possam estar sustentando toda a dinâmica visual da página.

A interação do humano com outro por meio das vias


mediadas pela tecnologia acontece pelas interfaces.
Dessa forma, interfaces são como janelas que
organizam elementos visuais que serão decodificados
para, novamente,
formarem outras mensagens em
formato amigável.

Fonte: Shutterstock.

Clicar em um botão de curtir parece simples. A


visibilidade de todo o processo que acontece no
âmbito de programação e troca de dados é invisível
aos interagentes graças a essa interface que medeia a
(re)ação das pessoas
que interagem.

Fonte: Shutterstock.

Neste sentido, e parafraseando Sherry Turkle (livro Life on screen, de 2011), a interface esconde o sistema por
detrás da tecnologia da informação, no caso, computadorizada.

Interação com páginas na web

A seguir, vamos compreender o processo cognitivo envolvido na interação com páginas na web.

Para visualizar o vídeo, acesse seu material digital.

Veja quão importante é entender os gatilhos necessários para estimular as pessoas a reagirem e interagirem de
maneira positiva em relação à marca. Tais gatilhos podem ser textuais, no campo de discurso, como também
imagéticos e
audiovisuais, aumentando a dinamicidade e o apelo frente à atenção dispendida por parte do
usuário ( BENYON, 2011; TURKLE, 2011 ).

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CRM – Gestão do Relacionamento com o
Cliente

Importância do CRM

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O que é CRM? Qual é o seu objetivo? Nesta webaula, temos como propósito responder essas questões, a fim de
nos prepararmos para enfrentarmos os desafios profissionais na área do marketing digital.

O que é CRM?

Quando se trata de conceituar CRM, encontramos diversas definições, que podem variar conforme a origem ou o
objetivo da abordagem que o autor apresentará na literatura. Existem definições que o colocam como uma
tecnologia,
outras como um conceito e outras, ainda, como uma estratégia.

Definições com maior foco na tecnologia

Para Bose (2002, apud MADRUGA, 2004 ), CRM é a integração de tecnologia e processos de negócios, usada para
satisfazer às necessidades dos clientes durante qualquer
interação.

O CRM faz uso de tecnologias como softwares ou aplicativos, com as quais consegue coletar inúmeras
informações importantes sobre os clientes que servirão mais tarde para segmentar e melhorar a relação
com
cada tipo ou grupo de cliente ( FARIA, 2019 ).

Fonte: Shutterstock.

Fonte: Shutterstock.

Definições com maior foco no cliente

Para Swift (2001) , a definição mais importante está no próprio termo CRM: gerência de relacionamento com os
clientes. A palavra “relacionamento” tem
um significado fundamental na prática do CRM.

Na visão do autor, apesar de muitas empresas afirmarem que se relacionam com seus clientes, o contato
existente não apresenta a conexão necessária para gerar valor e ter os resultados esperados. Ou seja, são
organizações
que não têm orientação voltada para o cliente.

Definições com maior foco na estratégia

Segundo (FARIA, 2019, [s.p.]), “CRM é uma filosofia de gerenciamento de clientes (atuais e futuros) na qual o cliente
é o foco, ou seja, as estratégias estabelecidas pela empresa são voltadas para ele e suas necessidades”.

No CRM, a empresa precisa criar uma proposta e filosofia de gestão com os clientes que sejam mais que um
programa de fidelização ou call centers. Esta proposta deve estar incorporada como uma estratégia corporativa,
e
por isso pode-se dizer que é um esforço contínuo e integrado de longo prazo entre todas as áreas organizacionais.
A base do relacionamento com o cliente deve ser construída no
tempo, em um processo personalizado de
aprendizado e de benefícios mútuos ( ZENONE, 2017 ).

Fonte: Shutterstock.

Qual é o objetivo do CRM?

O maior objetivo do CRM é melhorar o relacionamento entre a empresa e os seus clientes. Esse objetivo vem
sendo realizado com maior rapidez e eficiência graças à interação cada vez maior das estratégias de marketing
com a tecnologia
da informação ( ZENONE, 2019 ).

Saiba mais
O uso das tecnologias vem auxiliando as empresas a se relacionarem melhor com os seus clientes. Com o
boom das redes sociais, muitas empresas estão buscando este canal de comunicação como uma boa
oportunidade para
descobrir mais sobre os anseios e necessidades dos consumidores. Os clientes em
potencial deixam muitas informações que, se forem bem administradas, servem para prever algumas
tendências, ou mesmo podem auxiliar no
desenvolvimento de novos produtos ou serviços (FARIA, 2019).

Para Faria (2019), redes sociais como o Facebook, o Instagram, o Twitter, o LinkedIn, o WhatsApp e outros
canais podem ser importantes instrumentos de marketing de relacionamento.

Assim, essa nova modalidade vem sendo conhecida como CRM Social, ou ainda CRM 2.0, e descrita como
uma atualização ou extensão do tradicional CRM, que tem como objetivo criar a gestão de relacionamento
com os clientes por meio das redes sociais e da web ( JARBAS, 2015; ROCK CONTENT, 2018 ).

Por fim, destacamos que, com o uso das tecnologias, fica muito mais fácil para uma empresa conseguir identificar,
diferenciar, interagir e personalizar a sua relação com o seu cliente.

Pesquise mais
Jornada do cliente: mapeamento genérico

1. Você sabia que o cliente tem dores que por vezes ainda não são reconhecidas por

ele próprio?

2. Consciência: por meio do marketing de conteúdo e outras estratégias de inbound

marketing (como a parceria entre marca e influenciadores digitais) é possível

sensibilizar o cliente sobre o assunto.

3. Consideração da solução: a partir da sensibilização, é possível introduzir a

solução adequada para o problema. É aqui que a marca já começa a introduzir a

concepção do seu produto ou serviço.

4. Busca de opiniões: neste momento, o consumidor pode pesquisar opiniões de

outras pessoas acerca do produto que a marca está oferecendo, buscando embasar

o seu próprio processo decisório.

1
5. Escolha: feita a escolha, a marca pode reafirmar os benefícios do produto, a fim

de trazer conforto psicológico ao consumidor, afastando qualquer pensamento que

possa interromper a compra.

6. Compra: a compra é realizada! Mas você já sabe que a jornada do cliente não

para por aqui. Você deve continuar empreendendo esforços para unir narrativas em

uma arquitetura de informações que integre canais on-line e off-line.

7. Afinal, imagine se o consumidor decide finalizar a compra em algum dos

estabelecimentos da loja e depara-se com atendentes desalinhados com o discurso

feito nas mídias sociais?

2
TIPOS DE CRM

O CRM, além de ser interpretado como uma abordagem de gestão pautada no relacionamento com o consumidor,
também é considerado um software, sistema ou aplicativo. Empresas em geral e agências de marketing
encontram uma série de
aplicações, finalidades e utilizações para o CRM.

EVOLUÇÃO DO CRM

De acordo com o tipo de aplicação, podemos classificar o CRM em tipos distintos, os principais são: o operacional,
o analítico e o colaborativo. Para os autores Bampi, Eberle e Barcellos (2008) , esses três tipos de CRM
representam os estágios evolutivos da implantação do software, conforme esquematizado a seguir.

ETAPA 1

CRM OPERACIONAL

O QUE É

São os aplicativos relacionados à entrega de serviços ao cliente (BARRETO, 2007) , como


automatização da força de vendas, atendimento em campo, centros de atendimento a clientes
(call centers), sites de comércio eletrônico
e sistemas de automatização de pedidos que fazem
interface direto com o mercado (ZENONE, 2019) .

OBJETIVO

Otimizar os processos e organizar os fluxos de atendimento e encaminhamento de


ocorrências.

RESULTADO

Qualidade e rapidez no atendimento ao cliente.

ETAPA 2

CRM ANALÍTICO

O QUE É

É a fonte analítica ou a inteligência do processo, que identifica e personaliza as abordagens da


empresa. Por isso, precisa de ferramentas que possibilitem, de forma ágil, utilizar um grande
volume de dados e agrupá-los
de maneira simples ao usuário (ZENONE, 2019).

OBJETIVO

Obter o perfil dos clientes, identificar quais são os modelos de comportamento, o nível de
satisfação e os tipos de segmentação de clientes.

RESULTADO

Tratamento personalizado ao cliente.

ETAPA 3

CRM COLABORATIVO

O QUE É

De forma simplificada, o CRM colaborativo representa um centro de comunicações que integra


todos os canais de contato (internet, e-mail, vendas, mala direta, telemarketing, fax,
propaganda, call center e outros)
nos quais ocorre a interação entre o cliente e a empresa.

OBJETIVO

Facilitar o relacionamento com os clientes, ao controlar as interações entre eles e os canais de


comunicação da empresa.

RESULTADO

Fluxo que distribui os dados obtidos para toda a empresa, além de geração de valor ao cliente
por meio de colaboração inteligente e compartilhamento de conhecimento.

Quando todas essas etapas são aplicadas é possível dizer que há um CRM estratégico. Todavia, a empresa,
dependendo de suas necessidades e particularidades, pode optar por aplicar somente um dos tipos de CRM
apresentados.

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