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Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei.

Quanto mais leio o discurso de uma pessoa chamando-se a si própria de Mestra de Loja
(16.07. 99) mais me surpreendo quanto a superficialidade, ou melhor dito, quanto a falta da
mínima penetração espiritual thelêmica de pessoas se intitulando “mestres” de uma Loja da
O.T.O. Exatamente uma ordem idealizada para formar Cavaleiros, cujo fito é dar constante
combate às sombras criadas pela Grande Feitiçaria.
O discurso da “Mestra” apresenta-se, do princípio ao fim, eivado com aqueles ressaibos
que tornaram o cristismo a peçonha que é.
Lutar é um dos deveres de todos os Soldados de Thêlema. “Os covardes, os soldados
profissionais que não ousam lutar, mas brincam,” são os Irmãos Negros. Como verdadeiros
soldados nós atingimos Samadhi. Os falsos soldados são convidados a caírem de joelhos e
pedir desculpas (isto é, uma velada maneira de pedir “perdão”).
Parece-me que a “mestra” quer nos passar a idéia de que já podemos abaixar nossos
escudos; que nossos inimigos já foram derrotados e, portanto, a “meiguice”, o “perdão”, o
amor frouxo dos cristismo devem ser as palavras de ordem.. Será que a “mestra” ainda não
percebeu que o círculo mágico dela já foi penetrado pelos inimigos?
A pieguice e a hipocrisia gosmenta do discurso salta e fere os olhos de todo legítimo
Cavaleiro de Thêlema. Até palavras de Paulo Coelho são citadas como de grande valia para
nossas meditações, não fosse ele uma dos maiores símbolos da escura egregora cristista em
nosso país. Como pôde esta “mestra” escolher tão infeliz exemplo?
Esta “mestra” está tão iludida, tão perdida em seus devaneios “iniciáticos” que chega ao
ponto de “humildemente” pedir desculpas (não sei a quem e para que) em nome de “todos
os thelemitas”. Atenção, “mestra”! Muitos de nós jamais lhe deu procuração para falar em
nosso nome, para pedir “desculpas” a quem quer que seja, principalmente a inimigos de
Nossa Corrente.
Quem lhe disse, “mestra”, que somos suas crianças? No meu particular caso, eu sou Filho
da Grande Prostituta e da Besta sobre a qual Ela cavalga. Além do mais julgo haver uma
inversão em suas palavras: você é que (quem sabe?), seja Nossa Criança, muito embora
procure esconder suas origens. Considere que seu contato com Thêlema dependeu,
originalmente de mim. Considere que sou um iniciado regular do movimento, ao qual você
desejou se ligar um dia. Considere que a minha vivência com Thêlema data de 1963, e
considere que, em todas as minhas ordálias a que fui submetido (incompreensões, traições,
difamações, perdas e doenças) desde então, tenho persistido e escolhido fidelidade à
Thelema e à meu Mestre. Até que você tenha, pelo menos, o mesmo “histórico” a
apresentar, você deve meditar muito antes de redigir seus discursos. Considere, finalmente,
que você pertence a um Ramo da O.T.O. (será?) que nada tem a ver com Thêlema, no
estrito senso do termo.
A senhora está sob a tola ilusão de que a nossa salvação ou a nossa perdição no “caminho”
são assuntos de sua preocupação ou responsabilidade. Principalmente quando não há
salvação e nem perdição. O caminho de cada um (sua órbita, por assim dizer) é aquele que
ele escolheu, não o escolhido por você. De onde vem esta sua presunção em querer
determinar o Caminho de outras Estrelas?
Como pôde você desaprender tanta coisa?
E depois ainda existem aqueles que se admiram de muitos não a levarem à sério como uma
vera Mestra de Loja.
Eu poderia dizer mais, mas não creio que seja necessário. Aliás, se fosse necessário dizer
mais, seria inutil
E, finalmente, cara mestra, Brasil escreve-se com “s” e não com “z”. Brasil com “z” é na
língua “inglêsa” que, no meu entender, ainda não é a Nossa Língua.

Amor é a lei, amor sob vontade.

Frater A.

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