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29/05/2023
Número: 0008220-47.2016.8.07.0004
Classe: ARROLAMENTO COMUM
Órgão julgador: 1ª Vara de Família e de Órfãos e Sucessões do Gama
Última distribuição : 15/07/2019
Valor da causa: R$ 100.000,00
Assuntos: Inventário e Partilha
Objeto do processo: SISTJ
Nível de Sigilo: 0 (Público)
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Advogados
A. B. D. S. M. (REQUERENTE)
QUESIA DE SOUZA ANSELMO MARREIROS
(REPRESENTANTE LEGAL)
NADER FRANCO DE OLIVEIRA (ADVOGADO)
FABIO FERREIRA FRANCO DE OLIVEIRA (ADVOGADO)
QUESIA DE SOUZA ANSELMO MARREIROS
(REQUERENTE)
NADER FRANCO DE OLIVEIRA (ADVOGADO)
FABIO FERREIRA FRANCO DE OLIVEIRA (ADVOGADO)
ANA PAULA ARAUJO MARREIROS (REQUERENTE)
BRUNO AUGUSTO PRENHOLATO (ADVOGADO)
CLAYTON DE OLIVEIRA MARREIROS (REQUERENTE)
BRUNO AUGUSTO PRENHOLATO (ADVOGADO)
MANOEL MARREIROS LIMA (INVENTARIADO(A))
Outros participantes
CLAYTON DE OLIVEIRA MARREIROS (INVENTARIANTE)
BRUNO AUGUSTO PRENHOLATO (ADVOGADO)
MINISTERIO PUBLICO DO DISTRITO FEDERAL E DOS
TERRITORIOS (FISCAL DA LEI)
PROCURADORIA GERAL DO DISTRITO FEDERAL
(INTERESSADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
160090461 26/05/2023 Decisão Decisão
15:32
Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
1VFAMOSGAM
1ª Vara de Família e de Órfãos e Sucessões do Gama
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Vistos, etc.
Na petição id. 150135852, o inventariante informa que obteve êxito na negociação, quanto à
alienação do imóvel localizado no Lote 14 do Condomínio Di Lorenza, Chácara 721,
na Ponte Alta Norte do Gama/DF, por valor superior ao da avaliação judicial, assim, pugna
pela manifestação dos demais interessados, bem como do Ministério Público para ciência
daquela proposta, com renovação do alvará autorizando a efetivação da venda. Ademais,
com a concretização do negócio, requer autorização para iniciar as tratativas perante o plano
de saúde PRÓ-SAÚDE (TJDFT), a fim de quitar os débitos deixados pelo inventariado,
esclarece ainda que, quanto aos outros imóveis, o inventariante encontra-se em diligência
para executar a venda.
Na petição id. 154163421, a herdeira Ana Paula manifesta concordância com os valores e a
forma de execução da alienação pretendida pelo inventariante.
No passo, a viúva Quésia de Souza, por si e como representante da herdeira incapaz Anna
Instado, o Ministério Público observou que a herdeira Anna Beatriz já conta com 16 anos,
assim, pugna pela juntada de nova procuração. Ademais, quanto aos bens imóveis que
compõem o espólio, requer nova avaliação devido ao passar dos anos, já em relação
ao pedido formulado pela viúva na petição id. 156438086, entende ser inviável o
deferimento da sub-rogação da dívida do espólio perante o plano de saúde, em troca do valor
a ser auferido pela venda do referido imóvel, esclarecendo que já foi decido por este juízo
que o espólio está obrigado ao pagamento do crédito, por acordo entre as partes, conforme
decisão id. 125560637, bem como em razão dos autos distribuídos por dependência,
consoante parecer id. 156673856.
Decido.
Este juízo autorizou a alienação dos bens que compõem o espólio a pedido dos interessados,
bem como por ser medida necessária para quitação dos débitos e dívidas do inventariado,
com consequente concretização da partilha, haja vista que o feito tramita há quase sete anos.
Em que pese o alegado pela viúva Quésia de Souza na petição id. 156438086, verifico que a
dívida perante o plano de saúde PRÓ-SAÚDE (TJDFT) restou reconhecida como sendo do
espólio, nos autos de n.º 0702413-68.2017.8.07.0004, com concordância de todos os
interessados, bem como em conformidade com a decisão proferida nestes autos (id.
125560637).
Nesse sentido, cumpre informar que compete a este juízo sucessório promover a reserva de
créditos para pagamento das dívidas do espólio, nos termos do art. 642, do CPC, além
disso, registra-se que não será homologada partilha enquanto pendentes débitos tributários
sobre os bens arrolados (art. 192 CTN c/c art. 664, § 5º, CPC, como, por exemplo, dívidas de
IPTU).
Assim, os valores aferidos com a venda dos bens devem ser direcionados primordialmente
Ademais, nos outros apontamentos feitos pelo Ministério Público, com respeitosa vênia,
entendo ser desnecessária nova avaliação dos bens do espólio, bem como a juntada de nova
procuração da herdeira incapaz, haja vista que esta ainda não atingiu a maioridade para
regularizar a sua representação processual, nos termos da lei.
No mais, quanto ao pedido de alienação dos bens imóveis já deferido nos autos, registra-se,
contudo, que a autorização para venda não pode dispensar o cumprimento das determinações
legais. Nessa esteira, pelos termos do artigo 1.793 do Código Civil: "o direito à sucessão
aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-herdeiro, pode ser objeto de cessão
por escritura pública". Ainda, reza o § 3º que: “ineficaz é a disposição, sem prévia
autorização do juiz da sucessão, por qualquer herdeiro, de bem componente do
acervo hereditário, pendente a indivisibilidade”.
Aludido professor define a cessão da seguinte forma: “Pode-se dizer que a cessão de
direitos hereditários, gratuita ou onerosa, consiste na transferência que o herdeiro, legítimo
ou testamentário, faz a outrem de todo o quinhão ou de parte dele, o qual lhe compete após
a abertura da sucessão. Sendo gratuita, equipara-se à doação; e à compra e venda, se
realizada onerosamente”.
Em suma, a cessão de direitos hereditários, inclusive com outorga uxória para os herdeiros
não solteiro, é o contrato no qual se opera a transmissão de direitos provenientes de sucessão,
enquanto não ocorre a partilha, independentemente, de ocorrer dentro ou fora/antes do
inventário.
Cumpra(m)-se. Intime(m)-se.
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