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Estudo de percepção

sobre transgênicos na
produção de alimentos

2016
O Conselho de Informações sobre Biotecnologia é uma organização
não-governamental e uma associação civil sem fins lucrativos e sem
nenhuma conotação político-partidária ou ideológica. Seu objetivo é
divulgar informações técnico-científicas sobre a biotecnologia, aumen-
tando a familiaridade de diversos setores da sociedade com o tema.

A CONECTA, empresa do grupo IBOPE, nasceu em 2011 para trazer


a pesquisa off-line para o online no Brasil. O trabalho consiste em
coletar dados, ideias, opiniões, hábitos, comportamentos e gostos do
internauta brasileiro, para gerar e facilitar entendimento de cenários
e contribuir para tomadas de decisão.
Estudo de percepção sobre transgênicos na produção de alimentos – 2016

Índice

4 Introdução
5 Metodologia
6 Resultados
6 Interesse e percepção sobre impactos da ciência

8 Conhecimento sobre transgênicos

9 Relevância dos transgênicos na produção de alimentos

9 Segurança dos transgênicos na produção de alimentos

11 Análise comparativa

12 Considerações finais

13 Referências bibliográficas

16 Anexo: Questões

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Estudo de percepção sobre transgênicos na produção de alimentos – 2016

Introdução
A tecnologia do DNA recombinante foi uma das grandes descobertas
das últimas décadas, com aplicações em diversas áreas do conheci-
mento, a exemplo da saúde, energia e agricultura. A aplicação desse
conhecimento na agricultura resultou, na década de 1990, no desenvol-
vimento das primeiras plantas transgênicas para cultivo e consumo hu-
mano e animal. Esses vegetais expressam características que, por meio
do melhoramento genético convencional, não poderiam ser obtidas.

Ao longo de aproximadamente 20 anos o cultivo de alimentos transgê-


nicos aumentou aproximadamente 100 vezes. Segundo dados do Ser-
viço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia
(ISAAA), entre 1996 e 2015, a área total ocupada por cultivos biotecno-
lógicos saiu de 1,7 milhão de hectares para 179,7 milhões de hectares.
Esse desempenho torna a biotecnologia, a tecnologia de cultivo adota-
da mais rapidamente na história recente da agricultura (JAMES, 2015).

Essa adoção reflete os benefícios da tecnologia e o Brasil é um dos


principais players na adoção de biotecnologia. Desde 2009 o País
ocupa o segundo lugar em área plantada de soja, milho e algodão
transgênicos, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. As três cultu-
ras ocupam lugar de destaque nas exportações do Brasil e têm con-
tribuído para que a agricultura seja o setor mais estável da economia
do País, mesmo em tempos de crise.

Apesar disso, desde a sua introdução, a transgenia despertou descon-


fiança de alguns setores da sociedade. A curiosidade diante de uma
nova ferramenta para facilitar a produção de alimentos ganhou con-
tornos ideológicos e as dúvidas se transformaram em posicionamen-
tos críticos a respeito dos organismos geneticamente modificados
(OGM) (BLANCKE, 2015). Diante dos debates calorosos, as pesquisas
de opinião pública passaram a ser utilizadas para caracterizar o sen-
timento dos consumidores e respaldar políticas rigorosas.

A preocupação aparente dos consumidores tem recebido um nível de


atenção desproporcional à segurança dos produtos desenvolvidos
com ciência. Tal fato tem promovido a reflexão sobre o quanto a opi-
nião pública é válida nas avaliações respaldadas em análises técnicas
(McFADDEN & LUSK, 2016). Diversos fatores psicológicos, culturais
e econômicos podem levar os consumidores a desenvolverem con-
vicções divergentes da ciência e com elevado viés ideológico. Esse
viés é ainda mais pronunciado quando os consumidores têm pouco
conhecimento sobre um tema que é comumente abordado na mídia e
em outras ferramentas de interação social, como é o caso dos trans-
gênicos (SLOVIC, 1987; KAHAN, et al 2011; LUSK, et al 2014).

Para verificar o quanto os internautas brasileiros conhecem os OGM


e avaliam o seu impacto no agronegócio, o Conselho de Informações
sobre Biotecnologia (CIB) e IBOPE CONECTA conduziram uma pes-
quisa de opinião pública. Este trabalho reúne os resultados desse le-
vantamento e sugere uma reflexão sobre o papel do consumidor nas
decisões relacionadas à biotecnologia agrícola.

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Estudo de percepção sobre transgênicos na produção de alimentos – 2016

Metodologia
A pesquisa foi conduzida por meio de questionário on line com 2011
participantes cadastrados no painel de internautas do IBOPE CONEC-
TA. Partiu-se do pressuposto de que os painéis de pesquisa on line
com cadastramento voluntário produzem repostas que são tão acu-
radas quanto outros métodos, a exemplo de pesquisas via telefone
(ANSOLABEHERE & SCHAFFNER, 2014). A avaliação foi realizada no
período de 4 a 17 de julho de 2015.

O critério de seleção da amostra seguiu proporcionalmente a es-


tratificação da população de internautas do País, considerando as
variáveis de gênero, faixa etária, classe social e região. A Tabela 1
reúne os principais dados sobre os internautas brasileiros segundo
o CENSO do IBGE de 2014.

Tabela 1: Utilização da internet no Brasil segundo censo do IBGE (distribuição em percentual)

Região Idade Gênero

Norte e Centro
15% 18 a 24 25% Homens 48%
Oeste

Nordeste 22% 25 a 34 30% Mulheres 52%

Sudeste 48% 35 a 54 36%

Sul 15% 55 ou + 9% Dados obtidos da Pesquisa Nacional por


Amostra de Domicílios (PNAD, 2014)

Como se pode observar na Figura 1, a amostra incluída na presente


pesquisa está de acordo com as estatísticas do IBGE. Cabe mencionar
que, foram excluídas da avaliação todas as pessoas que tinham rela-
ção com a área de biotecnologia. O objetivo da utilização deste filtro
foi o de buscar contemplar, com o máximo de exatidão possível, a
opinião do internauta brasileiro leigo no tema.

Figura 1: Perfil da amostra


Distribuição dos participantes da pesquisa (total 2011) em percentuais.

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Estudo de percepção sobre transgênicos na produção de alimentos – 2016

As 23 questões foram organizadas em 04 blocos. O bloco 1 procurou


mensurar o interesse, fontes de informação e percepção sobre os im-
pactos da ciência. O bloco 2 avaliou os conhecimentos sobre trans-
genia, conceitos e aplicações no desenvolvimento agrícola. O bloco 3
investigou o entendimento dos internautas sobre a importância dos
transgênicos na produção de alimentos. Finalmente, o bloco 4, tra-
tou do entendimento sobre os processos associados à liberação de
um novo produto transgênico. Para a amostra avaliada o intervalo de
confiança estimado foi de 95% e a margem de erro máxima estimada
foi de 2 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os re-
sultados encontrados no total da amostra. O questionário completo
pode ser visualizado no Anexo.

Resultados
Interesse e percepção sobre impactos da ciência
Primeiramente, os participantes foram questionados quanto ao seu
grau de interesse por ciência. A pergunta: “O quanto você se interes-
sa por temas relacionados à ciência?” foi apresentada com alterna-
tivas numéricas (0-10), onde zero indicava “nada interessado” e dez
“muito interessado”. 79% dos respondentes mostraram interesse
atribuindo valores de 06 a 10. E pouco mais de 1/3 dos respondentes
revelou ter muito interesse (Figura 2).

Figura 2: Interesse por ciência


Representação elaborada a partir das respostas à pergunta: “Quanto você se interessa por temas relacionados à ciência?”
onde os participantes deveriam atribuir um valor de 0-10.

A internet, TV e os documentários apareceram como os principais


veículos de informação dos internautas quando questionados sobre
fontes de informação (Figura 3).

No que concerne aos impactos da ciência na vida das pessoas, apesar


de 79% dos participantes declararem ter interesse por ciência, ape-
nas 23% acredita que o conhecimento científico auxilia na agricultu-
ra. Ao mesmo tempo, 84% avalia que a ciência contribui para a cura
de doenças e 51% no desenvolvimento de novos medicamentos (Fi-
gura 4). Esse resultado revela que o consumidor ainda não relaciona a
produção de alimentos com a aplicação de conhecimento científico.

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Estudo de percepção sobre transgênicos na produção de alimentos – 2016

Figura 3: Fontes de informação


Tal achado sugere que, enquanto na área da saúde a ciência é vis- sobre ciência
Representação elaborada a partir das
ta como parte integrante do processo de desenvolvimento de novos respostas à pergunta: “Como você se in-
produtos, na produção de alimentos, atividade na qual o Brasil é des- forma a respeito dos temas relacionados à
ciência?” onde os participantes poderiam
taque mundial exatamente pelo emprego da inovação, essa percep- selecionar mais de uma opção.
ção é bem menor. Se, de acordo com a pesquisa, 79% das pessoas se
informam sobre ciência na internet, 62% por meio de programas de
TV e 58% com documentários, é possível sugerir que esses meios
de comunicação não estão deixando clara essa correlação (Figura 3).

Figura 4: Impactos da ciência


Representação elaborada a partir das respostas à pergunta: “Como você acha que a ciência pode afetar a vida das pessoas?”
onde os participantes deveriam selecionar os 3 impactos mais importantes.

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Estudo de percepção sobre transgênicos na produção de alimentos – 2016

Conhecimento sobre transgênicos


Quando questionado sobre o conceito de alimento transgênico, 80%
dos respondentes associam a tecnologia à afirmativa de que são ali-
mentos que receberam alguma modificação.

Figura 5: Conhecimentos básicos


Apesar disso, nenhum dos entrevistados enumerou com exatidão as sobre transgênicos
Representação elaborada a partir das
culturas geneticamente modificadas (GM) disponíveis no Brasil. O País respostas às perguntas: 1. “Para você, o
que são alimentos transgênicos?” e 2. “ O
cultiva hoje sementes transgênicas de soja, milho e algodão. Na pes- quanto vc concorda com as característi-
quisa, os dois primeiros são citados por, respectivamente, 60% e 51%. cas enumeradas sobre os transgênicos?”
A resposta correta é mencionada por apenas 11% dos participantes,
mas eles também acrescentam outros produtos à lista, como trigo
(30%) e tomate (23%), que não possuem versões GM no mercado.
Nesse cenário, apenas 15% sabe que essa tecnologia está disponível
para o algodão, apesar do Brasil adotá-la há mais de 10 anos (Figura 6).

Figura 6: Produtos transgênicos que o Brasil cultiva


Representação elaborada a partir das respostas à pergunta: “Você sabe quais produtos transgênicos são produzidos no Brasil?”
onde os entrevistados deveriam assinalar os produtos transgênicos numa lista: soja, milho, algodão, trigo, tomate, cana-de-açúcar, arroz,
beterraba, cenoura, laranja, alface e feijão.

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Estudo de percepção sobre transgênicos na produção de alimentos – 2016

Relevância dos transgênicos na produção de alimentos


O levantamento também investigou que características os brasileiros
avaliam que são inseridas nesses alimentos por meio da transgenia.
Até hoje, no Brasil e no mundo, prevalecem os OGM resistentes a inse-
tos e/ou tolerantes a herbicidas, importantes ferramentas no manejo
agrícola. A resistência a pragas foi adequadamente mencionada por
77% da amostra, mas 61% também atribuiu a essas plantas uma maior
durabilidade (Figura 7).

Figura 7: Características dos alimen-


Segurança dos transgênicos na produção de alimentos tos transgênicos
Representação elaborada a partir das
Ao se questionar sobre a segurança dos transgênicos, se observa que, respostas à pergunta “ O quanto vc
apesar de os estudos científicos, testes e análises de biossegurança concorda com as características enume-
radas?” onde os participantes deveriam
demonstrarem claramente que esses alimentos são seguros, ainda responder de acordo com seu grau de
existe uma parcela que afirma que eles são pouco testados (44%), concordância quanto às afirmativas sobre
os transgênicos.
fazem mal (33%) e causam reações alérgicas (29%) (Figura 7).

Ainda que a percepção não esteja alinhada com os dados científicos, o


índice de respondentes que atribui aos transgênicos características ne-
gativas está de acordo com o grau de aceitação desses alimentos, na
avaliação deste trabalho. A grande maioria (73%) afirma já tê-los consu-
mido e 27% não sabem ou afirmam que não comeram. No entanto, nes-
se grupo de 27%, 59% se mostram abertos a experimentar (Figura 8).

Figura 8: Consumo de alimentos transgênicos


Representação elaborada a partir das respostas à pergunta: “Você diria que já comeu alimentos transgênicos?” onde os participantes
deveriam assinalar: sim, não ou não sei. Para aqueles que disseram que “não” ou “não sei”, foi acrescentada uma pergunta para avaliar se
estariam dispostos a consumir.

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Estudo de percepção sobre transgênicos na produção de alimentos – 2016

Um último dado da pesquisa denuncia o distanciamento do público


em relação à ciência básica e suas interfaces com o cotidiano. Ao se-
rem questionados sobre que tipo de substância acreditam que conso-
mem ao ingerir alimentos, apenas 17% demonstrou saber que também
ingere DNA ao se alimentar de carnes, frutas, verduras e legumes (Figura
9). Observa-se que o resultado referente ao DNA, é o menor índice
entre todos os demais compostos citados. Adicionalmente, 73% dos
entrevistados demonstram preocupação em ingerir DNA (Figura 10).

Figura 9: Compostos presentes


nos alimentos
Representação elaborada a partir das
respostas à pergunta: “Você acredita que
ao se alimentar, ingere: agrotóxico, DNA, Vi-
taminas e minerais, carboidratos, proteínas
e gorduras” onde os participantes deveriam
assinalar os compostos.

Figura 10: Segurança na ingestão de DNA


Representação elaborada a partir das respostas à pergunta: “O quanto você está preocupado com o fato de ingerir uma molécula de DNA
que contêm instruções genéticas quando se alimenta?” onde os participantes deveriam atribuir um valor de 0-10.

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Estudo de percepção sobre transgênicos na produção de alimentos – 2016

Análise comparativa
De um modo geral é possível dizer que os resultados deste levan-
tamento mostram que ainda há muito a ser comunicado sobre tec-
nologia na agricultura e sobre transgênicos no Brasil. Apesar disso,
uma análise comparativa nos permite verificar que o cenário melho-
rou em relação ao passado. Numa pesquisa também conduzida pelo
IBOPE em 2001, com uma amostra semelhante (2000 respondentes)
o desconhecimento era ainda maior. Se hoje 80% das pessoas res-
ponderam apropriadamente ao serem perguntadas sobre o que é
um transgênico, há 15 anos 66% dos entrevistados sequer tinham
ouvido falar no assunto (Figura 11).

Figura 11: Você já ouviu falar em organismos


transgênicos? (Pesquisa do IBOPE, 2001)
Representação elaborada a partir das respostas
à pergunta “O(a) sr(a) já ouviu falar, ou nunca ou-
viu falar em organismos transgênicos?” onde os
participantes (2000 pessoas) deveriam respon-
der se: já ouviu falar; nunca ouvi falar; não sei.

O mesmo levantamento também mostrou que, no início da década


passada, os entrevistados apresentavam uma atitude de maior rejei-
ção com relação a esses alimentos. Em 2001, 74% das pessoas afirma-
ram que prefeririam não consumir alimentos transgênicos (Figura 12).

Figura 12: Percepção sobre o consumo de


transgênicos (Pesquisa IBOPE, 2001)
Representação elaborada a partir das respostas
à pergunta “Caso você pudesse escolher entre
um alimento transgênico, e um alimento não
transgênico, qual deles escolheria?” onde os
participantes (2000 pessoas) deveriam respon-
der: transgênico; não transgênico ;não sei.

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Estudo de percepção sobre transgênicos na produção de alimentos – 2016

Nos dados de 2016, em que praticamente a mesma porcentagem de


respondentes (73%) relata já ter consumido esses alimentos, verifi-
ca-se uma mudança no quadro. Ainda que não se possa atribuir um
único motivo a essa mudança, uma das razões que deve ter contri-
buído para esta alteração é o maior acesso a informações sobre a
segurança dos transgênicos.

As diferenças de percepção entre os cientistas e o público leigo


quanto aos transgênicos é fortemente evidenciada na publicação da
Pew Research Center (2015), na qual 88% dos cientistas membros da
American Association for the Advancement of Science (AAAS) acredita
que os alimentos transgênicos são seguros para o consumo enquanto
na população leiga o percentual é de apenas 37%. Tal achado de-
nuncia o quanto o distanciamento do tema aumenta a predisposição
à formação de posicionamentos contrários.

No que tange à desinformação sobre OGM, um estudo norte-ameri-


cano (McFadden, 2016) revelou que 84% dos entrevistados é a favor
da rotulagem obrigatória de alimentos que contenham ingredientes
transgênicos. Supreendentemente, quase o mesmo percentual de
pessoas (80%) também avaliou que é fundamental rotular os ali-
mentos que contenham DNA. O mesmo estudo mostrou que 33% dos
respondentes acredita que tomates não geneticamente modificados
não contém DNA, bem como 32% acreditam que verduras e legumes
também não possuem a molécula. Diante desse quadro, parece muito
razoável ponderar a contribuição do consumidor na definição de po-
líticas públicas sobre o tema.

Considerações finais
Ainda que tenha havido avanço no entendimento sobre o que é um
transgênico, a pesquisa CIB-IBOPE CONECTA revela que tal informa-
ção não é suficiente para um pleno esclarecimento sobre o assunto,
uma vez que foram observados equívocos conceituais e de aplicação
sobre a biotecnologia na produção de alimentos.

Possivelmente, para haver um melhor entendimento sobre a trans-


genia e seus benefícios, seria necessário mostrar, desde o primeiro
contato com a ciência, que ela é uma ferramenta valiosa de inovação
e está presente em muitos aspectos da nossa vida. A constatação de
que as pessoas não sabem que há DNA no que ingerem revela uma
grande dificuldade de associação de conhecimentos básicos, desen-
volvidos no ensino formal, e a sua inserção na realidade.

O agronegócio segue como um setor em crescimento. De acordo


com dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimen-
to (Conab) em novembro de 2016, a safra brasileira 2015/2016 de
grãos poderá fechar com uma produção recorde de até 215 milhões
de toneladas. Para atingir esse patamar de produtividade e compe-

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Estudo de percepção sobre transgênicos na produção de alimentos – 2016

titividade, a aplicação do conhecimento científico na agricultura foi


fundamental. Graças ao uso e desenvolvimento de novos insumos, à
mecanização do trabalho no campo e à adoção de sementes de alta
performance, desenvolvidas por melhoramento genético clássico e
transgenia, hoje somos capazes de produzir mais.

Ainda que essa seja uma mensagem comumente divulgada em dife-


rentes mídias, a produção de alimentos, não está entre os principais
impactos da ciência na visão dos internautas. Sem dúvida, a ideia ain-
da precisa ser melhor trabalhada e a informação técnica apresentada
em diversos fóruns, favorecendo a aproximação com o tema e esti-
mulando o posicionamento crítico baseado em fatos e não em mitos.
Desta forma, a opinião do consumidor poderá efetivamente contri-
buir na construção políticas propositivas e não meramente restritivas.

Referências bibliográficas
ANSOLABEHERE, S., SCHAFFNER, B. F. Does survey mode still mat-
ter? Findings from a 2010 multi-mode comparison. Polit. Anal. 22,
285–303, 2014.

BLANCKE, S., BREUSEGEM, F. V. et al. Fatal attraction: the intuitive


appeal of GMO opposition. Trends in Plant Science. Volume 20, Issue 7,
p414–418, July 2015.

IBOPE. 2001. Pesquisa de Opinião Pública sobre Transgênicos. Dis-


ponível em http://www.greenpeace.com.br/transgenicos/pdf/pes-
quisaIBOPE_agosto2001.pdf

JAMES, Clive. Global Status of Commercialized Biotech/GM Crops:


2015. ISAAA Brief nº 51. ISAAA. Ithaca, NY, 2015.

KAHAN, D.M., JENKINS-SMITH, H & BRAMAN. Cultural cognition of


scientific consensus. J Risk Res 14, 147-174, 2011.

LUSK, J. L., ROOSEN, J & BIEBERSTEIN, A. Consumer acceptance of


new food technologies causes and roots controversies. Annu Rev
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McFADDEN, B. R. & LUSK, J. L. What consumers don’t know about ge-


netically modified food, and how that affects beliefs. FASEB J, Sep;
30(9):3091-3096, 2016.

PEW RESEARCH CENTER. 2015. Public and Scientists’ Views on Scien-


ce and Society. American Association for the Advancement of Scien-
ce (AAAS). Disponível em http://www.pewinternet.org/2015/01/29/
public-and-scientists-views-on-science-and-society/

SLOVIC, P. Perception of risk. Science 236, 280-285, 1987.

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Anexo: Questões
1. Você trabalha com biotecnologia ou de alguma forma atua na área RU: Resposta Única
da biotecnologia? (RU) RM: Resposta Múltipla

Sim (ENCERRAR) 01

Não 02

2. O quanto você se interessa por temas relacionados à ciência? (RU)


Onde 0 significa nada interessado e 10 significa muito interessado.

3. Como você se informa a respeito dos temas relacionados a ciência? (RM)

Leio artigos científicos 01

Leio revistas científicas especializadas 02

Assisto documentários relacionados a ciência 03

Assisto programas de TV sobre o tema 04

Leio revistas sobre curiosidades científicas 05

Leio notícias na internet 06

Não me informo a respeito de temas relacionados a ciência 07

4. Como você acha que a ciência pode afetar a vida das pessoas?
Quais são os 3 impactos mais importantes? (RM)

Ajuda a encontrar cura para doenças 01

Desenvolve novas tecnologias 02

Desenvolve produtos que facilitam o dia-a-dia 03

Auxilia no avanço da sustentabilidade 04

Desenvolve novos medicamentos 05

Auxilia na produção de alimentos 06

A ciência não afeta a vida das pessoas 07


5. Para quais dos seguintes aspectos a ciência tem contribuído de
forma positiva no Brasil? (RM)

Saúde 02

Qualidade dos alimentos 03

Estética 04

Combate à Poluição 05

Abastecimento de água 06

Energia elétrica 07

Infraestrutura 08

6. Em que medida você acha que o Brasil está investindo em avanços


científicos? (RU)
Onde 0 significa não investe nada e 10 significa que investe muito.

7. Na sua percepção quem está contribuindo mais nesse investimento? (RU)

Setor público 01

Setor privado 02

Ambos contribuem igualmente 03

8. A biotecnologia é a aplicação de conhecimentos químicos e bioló-


gicos nas áreas da saúde, de alimentos, química e ambiental. Pensan-
do nisso, você acredita que... (RU)

A biotecnologia é antiga, aplicada desde as primeiras produções 01


de pães, cervejas, vinhos, queijos e iogurtes

A biotecnologia é uma ciência recente, foi iniciada depois de 02


conhecermos a estrutura do DNA

A biotecnologia tem sido aplicada apenas na produção 03


de medicamentos

Não sei 04
9. Você acredita que ao se alimentar, ingere: (RM)

Agrotóxico 01

DNA 02

Vitaminas e minerais 03

Carboidratos 04

Fibras 05

Gorduras 06

10. Para você, o que são alimentos transgênicos? (RM)

Alimentos maiores e mais atraentes 01

Alimentos que recebem genes modificados 02

Alimentos ricos em gordura trans 03

Alimentos mais resistentes a pragas 04

Alimentos desenvolvidos em laboratório 05

Alimentos que receberam mais agrotóxicos 06

Para esclarecer a todos que estão participando desta pesquisa, os


transgênicos são produtos que receberam genes modificados. O gene
inserido pode ser proveniente dele próprio após sofrer modificação, ou
de outra espécie diferente.

11. Considerando isso, você diria que já comeu alimentos transgênicos? (RU)

Sim 01

Não 02

Não sei 03

12. Você consumiria alimentos transgênicos? (RU)

Com certeza consumiria 01

Provavelmente consumiria 02

Provavelmente não consumiria 03

Com certeza não consumiria 04

Não sei 05
13. O quanto você concorda com as afirmações abaixo: (RU por linha)

Concordo Concordo Não concordo Discordo Discordo


totalmente parcialmente nem discordo parcialmente totalmente

Alimentos 01 01 01 01 01
transgênicos
fazem mal

Transgêni- 02 02 02 02 02
cos causam
reações
alérgicas

Os trans- 03 03 03 03 03
gênicos
são mais
resistentes
a pragas e
bactérias

Alimentos 04 04 04 04 04
transgênicos
são mais
ricos em
vitaminas

Alimentos 05 05 05 05 05
transgênicos
tem maior
valor nutri-
cional

Alimentos 06 06 06 06 06
transgênicos
são modifi-
cados para
que a pro-
dução seja
aumentada

Alimentos 07 07 07 07 07
transgênicos
duram mais

A qualidade 08 08 08 08 08
dos trans-
gênicos é
melhor

Alimentos 09 09 09 09 09
transgênicos
não foram
suficien-
temente
testados

14. Na sua opinião, o quanto alimentos transgênicos são necessários? (RU)


Onde 0 significa nada necessário e 10 significa muito necessário.

Não sei
15. Por que os transgênicos são necessários? (RM)

Para evitar o uso de agrotóxicos no cultivo de alimentos 01

Para aumentar a produção e o lucro 02

Para tornar os produtos mais atraentes para o consumidor 03

Para facilitar o trabalho dos agricultores 04

Transgênicos não são necessários 05

16. Em que medida você se sente seguro em consumir produtos


transgênicos, ou seja, produtos geneticamente modificados? (RU)
Onde 0 significa nada seguro e 10 muito seguro.

17. O quanto você está preocupado com o fato de ingerir uma molécu-
la de DNA que contêm instruções genéticas quando se alimenta? (RU)
Onde 0 significa nada preocupado e 10 muito preocupado.

18. E alimentos cultivados com agrotóxicos, você considera seguro


para consumo? (RU)
Onde 0 significa nada seguro e 10 muito seguro.

19. Você sabe quais produtos transgênicos são produzidos no Brasil?

Soja 01

Milho 02

Algodão 03

Trigo 04

Tomate 05

Cana de açúcar 06

Arroz 07

Beterraba 08

Cenoura 09

Laranja 10

Alface 11

Feijão 12

Não sei 13
20. O que significa a imagem abaixo em rótulos de alimentos?

Significa que o alimento possui gorduras trans 01

Significa que contém agrotóxicos 02

Significa que é um alimento transgênico 03

Significa que contém material radioativo 04

Não sei 05

21. No supermercado, você presta atenção se os produtos que está


comprando são transgênicos? (RU)

Sim, sempre 01

De vez em quando 02

Não presto atenção 03

22. Você sabe se produtos transgênicos precisam de algum tipo


de aprovação antes de serem liberados para comercialização? (RU)

Sim, precisam 01

Não precisam 02

Não sei 03

23. Você considera que o processo de aprovação dos transgênicos no


Brasil é seguro e confiável? (RU)

Sim 01

Não 02

Não sei 03

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