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Ubá-MG
TRABALHO
DE
LÍNGUA PORTUGUESA
Alunos:
Carlos Henrique Gomes Sousa
Sara Machado Pereira
Sara Martins de Freitas
Yasmin Vitória Fonseca Santos
Os heterônimos de Fernando Pessoa e as suas biografias
www.ebiografia.com
Segundo o poeta:
Os versos de Álvaro de Campos falam sobre a civilização moderna, sobre a vida industrial
veloz, intensa e sobre o excesso a que o seu corpo (e os da sua geração) não estava habituado.
Álvaro de Campos escreveu sobre a máquina, sobre a mecanização, sobre toda uma nova
era e sobre o seu desajuste com esse novo tempo. Ele foi também um poeta rebelde e revoltado,
que muitas vezes demonstrava a sua insatisfação na poesia.
Campos viajou para o Oriente, conheceu outras realidades e transpareceu a sua fome de mundo
nos versos.
Muitos dos seus poemas elogiam a infância, que leu como sendo o lugar do paraíso perdido.
Depois de conhecer o heterônimo Alberto Caeiro, no Ribatejo, Álvaro de Campos virou seu
discípulo: "O que o mestre Caeiro me ensinou foi a ter clareza; equilíbrio, organismo no delírio
e no desvairamento, e também me ensinou a não procurar ter filosofia nenhuma, mas com
alma".
O heterônimo faleceu no final de 1935, em Lisboa. Conheça mais sobre a vida de Álvaro de Campos.
Nascido em Lisboa, no dia 16 de abril de 1889, ficou órfão de pai e mãe cedo e foi criado por
uma tia numa quinta no Ribatejo, onde conheceu Álvaro de Campos.
Não entrou para a universidade, tendo feito apenas o curso primário e não tinha profissão.
Caeiro aparece para Fernando Pessoa no dia 8 de março de 1914, de forma inesperada e o faz escrever
mais de três dezenas de poemas de uma vez.
Sobre o nascimento do heterônimo, Pessoa escreveu que se lembrou um dia de pregar uma peça ao
também poeta e amigo Mário de Sá-Carneiro inventando:
um poeta bucólico, de espécie complicada, e apresentar-lho, já me não lembro como,
em qualquer espécie de realidade. Levei uns dias a elaborar o poeta mas nada
consegui. Num dia em que finalmente desistira foi em 8 de Março de 1914
acerquei-me de uma cómoda alta, e, tomando um papel, comecei a escrever, de pé,
como escrevo sempre que posso. E escrevi trinta e tantos poemas a fio, numa espécie
de êxtase cuja natureza não conseguirei definir.
Foi o dia triunfal da minha vida, e nunca poderei ter outro assim. Abri com um título,
O Guardador de Rebanhos. E o que se seguiu foi o aparecimento de alguém em mim, a
quem dei desde logo o nome de Alberto Caeiro. Desculpe- me o absurdo da frase:
aparecera em mim o meu mestre. Foi essa a sensação imediata que tive.
O heterônimo que louva a simplicidade e a ingenuidade levou uma vida no campo. Até a
própria linguagem que usa é simples e objetiva, muitas vezes se assemelha a linguagem das crianças.
Caeiro usa versos livres e muito acessíveis.
O heterônimo permanentemente elogia a natureza, deseja se integrar a ela com todas as suas
forças. Essa sua forma de estar à vontade no campo tem a ver com a sua criação nesse ambiente rural.
O poeta fala nos seus versos muito das sensações do corpo - não por acaso é conhecido como
sendo o poeta das sensações -, daquilo que experimenta com a pele, do que vê, do que ouve e do
que cheira.
O heterônimo privilegia o sentir e não o pensar: tudo é como é.
Em termos físicos é descrito como sendo louro, de olhos azuis e estatura média. Caeiro
faleceu de tuberculose em 1915, tendo tido uma curta vida.
O Dr.Ricardo Reis nasceu dentro da minha alma no dia 29 de Janeiro de 1914, pelas
11 horas da noite. Eu estivera ouvindo no dia anterior uma discussão extensa sobre os
excessos, especialmente de realização, da arte moderna.
Segundo o meu processo de sentir as cousas sem as sentir, fui-me deixando ir na onda
dessa reacção momentânea. Quando reparei em que estava pensando, vi que tinha
erguido uma teoria neoclássica, que se ia desenvolvendo.
Apesar de ter dito que Ricardo Reis nasceu na sua cabeça em 1914 (em Páginas Íntimas e de
Auto-Interpretação), numa carta posterior, que escreveu para Adolfo Casais Monteiro, em janeiro de
1935, Pessoa assumiu que pensou pela primeira vez em Ricardo Reis dois anos antes, em 1912.
Ricardo Reis foi educado num colégio jesuíta e é monarquista. Formado em Medicina, é um homem
profundamente culto, que sabe latim e grego.
Com uma formação clássica, o heterônimo louva a civilização e a mitologia grega. Usa nos seus versos
uma linguagem culta, elaborada, e formas métricas.
Reis é obcecado pelo tema da morte e relembra muitas vezes nos seus versos como a vida é passageira. As
suas primeiras obras foram publicadas na revista Athena, mas os poemas mais famosos saíram na Revista
Presença.
Em termos sociais, é distante dos outros, não se relaciona bem com quem está ao redor e recusa qualquer tipo
de compromisso afetivo.
Fisicamente era descrito como mais baixo e mais pesado do que Caeiro. Não usava barba. Depois que a
República é proclamada em Portugal, Ricardo Reis se exila voluntariamente no Brasil, em 1919.
O heterônimo escreveu entre 1914 e 1933. A sua data de falecimento nunca foi atribuída por Fernando Pessoa.
Saiba mais sobre a biografia de Ricardo Reis.
Semi-heterônimo