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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE
SEGURANÇA DO TRABALHO

Avaliação quantitativa e qualitativa dos acidentes de


trabalho em indústrias de alimentos

FERNANDA GOMES PESSOA

GOIÂNIA
2017
FERNANDA GOMES PESSOA

Avaliação quantitativa e qualitativa dos acidentes de


trabalho em indústrias de alimentos

Trabalho de Conclusão de curso apresentado ao Programa de


Pós Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho da
Universidade Federal de Goiás como parte do requisito para
aprovação em Exame de Qualificação.
Orientador: Prof. Dr. Paulo Sérgio Scalize.

GOIÂNIA
2017
Fernanda Gomes Pessoa

Avaliação quantitativa e qualitativa dos acidentes de trabalho em indústrias de


alimentos

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Programa de Pós Graduação em Engenharia


de Segurança do Trabalho da Universidade Federal de Goiás.

Aprovado em: ____/____/________.

Banca Examinadora:

________________________________

Prof. Dr. Paulo Sérgio Scalize – Universidade Federal de Goiás (Orientador)

_________________________________

Prof. Dra. Cynara Mendonça Moreira Tinoco – Universidade Federal de Goiás

_________________________________

Pesq. Dr. Léo Fernandes Ávila – Universidade Federal de Goiás

Atesto que as revisões solicitadas foram feitas:

_____________________________________

Prof. Dr. Paulo Sérgio Scalize (orientador)

Goiânia, 29 de janeiro de 2018.


DEDICATÓRIA

À minha eterna e amada amiga, Eloá Melo Ramos


Estrela (in memoriam), que, nos momentos finais da
elaboração desse estudo, passou a fazer parte das
estatísticas dos acidentes de trabalho relacionadas às
indústrias de alimentos. Meu eterno carinho e
admiração.
RESUMO

As indústrias de alimentos assumem importância significativa e forte influência nas áreas


sociais e econômicas do país. Além dos mais, correspondem a um dos setores de produção
que, fundamentado nas estatísticas disponíveis pelos órgãos governamentais, apresenta
quantidades consideráveis de acidentes de trabalho anualmente registrados. Nesse sentido, o
objetivo do presente estudo é a análise e avaliação dos registros de ocorrência de acidentes de
trabalho, no setor alimentício no Brasil, em especial nas regiões Centro – Oeste, Sul e Sudeste
e, nos estados de Goiás, São Paulo e Paraná, através da utilização de dados provenientes do
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) (período de 2013 a 2016) e Ministério da
Previdência Social (MPS) (período de 2013 a 2015). Os resultados evidenciaram a redução
das quantidades desses acidentes registrados no decorrer dos anos, observando uma relação
com o recuo do setor nas fabricações de alimentos e com os números de desempregados
registrados na época. A predominância de determinadas áreas de produções nas regiões
analisadas possivelmente influenciaram nos números dos registros de acidentes de trabalho,
pois nos estados de Goiás e no Paraná foram observadas quantidades significativas desses
acidentes em setores relacionados à fabricação de produtos de carnes. Já em São Paulo, notou-
se que as indústrias responsáveis pela fabricação de açúcar bruto contribuíram
consideravelmente para a elevação dos incidentes. Os acidentes típicos apresentaram maiores
ocorrências em relação aos demais (trajeto e doença do trabalho). As consequências de
maiores predominâncias estão relacionadas aos afastamentos inferiores a quinze dias, e os
acidentes sem os Comunicados de Acidentes de Trabalhos – CAT´s reduziram no decorrer
dos anos. Os resultados, em conjunto com os dados fornecidos pelo Ministério do Trabalho e
Emprego - MTE sugerem indícios de carência nas fiscalizações nos setores analisados.

Palavras-chave: Acidentes de Trabalho. Fabricação de alimentos. Registros de acidentes.


LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Quantidade de acidentes do trabalho, por situação do registro e motivo, nas


regiões, estados e no Brasil que tiveram CAT
registrado...................................................................................................................................20

Quadro 2: Quantidade de Acidentes liquidados, por consequência, nos estados de Goiás, São
Paulo e Paraná ..........................................................................................................................23

Quadro 3: Quantidade de acidentes do trabalho, por situação do registro e motivo, nos


estados de Goiás, São Paulo e Paraná sem CAT Registrado ...................................................25

Quadro 4: Total de Inspeções realizadas em Segurança e Saúde do Trabalho no Brasil nos


anos de 2013 a 2016 .................................................................................................................27
LISTA DE ABREVIATURAS

AEAT- Anuário Estatístico de Acidente de Trabalho


AFT – Auditor Fiscal do Trabalho
CAT - Comunicação de Acidentes de Trabalho
CNAE – Cadastro Nacional de Atividade Econômica
SST – Segurança e Saúde do Trabalho
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 08
2. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 10
3. REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................................... 11
3.1. Engenharia de Segurança do Trabalho e Acidentes do Trabalho ..................................... 11
3.2 Os acidentes de trabalho nas Indústrias de Alimentos ...................................................... 14
3.3 Os órgãos oficiais no Brasil e as fontes de informação para a Segurança e saúde do
trabalho .................................................................................................................................... 15
4. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 18
4.1 Análises dos dados numéricos disponíveis Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho –
AEAT ...................................................................................................................................... 18
4.2 Análises dos dados numéricos disponíveis no Ministério do Trabalho ............................ 19
5. RESULTADOS .................................................................................................................. 20
6. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 29
7. RECOMENDAÇÕES ......................................................................................................... 30
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 31
8

1. INTRODUÇÃO

As áreas de produções de alimentos se diferenciam dos demais setores econômicos por


diversos aspectos, podendo o principal fator ser atribuído às fragilidades/sensibilidades dos
produtos, da qual recorrem às tecnologias específicas para atenderem tais peculiaridades. Há
ainda a pressão temporal da produção, cujo tempo de fabricação é considerado um limitador.
Outro aspecto relevante condiz com a qualidade do produto, que por sua vez está associada a
segurança do alimento, estabelecidas nas Boas Práticas de Fabricação – BPF e nas normas de
higiene, que devem ser atendidas com rigor técnico e cautela (RODRIGUES E SANTANA,
2010, apud RODRIGUES et al., 2008).

Nesse contexto, com a atenção constante voltada a qualidade, que os funcionários


desenvolvem suas atividades no decorrer da sua jornada de trabalho nas indústrias
alimentícias. E essas características, agregadas a outros aspectos como, por exemplo,
negligência, imprudência e vulnerabilidade do trabalhador, favorecem a ocorrência dos
acidentes de trabalho e danos à saúde, que devem ser levadas em consideração por se tratarem
de funcionários que executam suas atividades em um dos ramos de grande importância para o
país, tanto nos aspectos políticos sociais, quanto na geração de empregos.

Ainda é válido mencionar, que nesses setores de produção os agravos à saúde dos
colaboradores também acompanham os avanços tecnológicos 1 que envolvem os processos
produtivos, bem como o crescimento econômico do setor em discussão. Se há expansão, há o
aumento nas produções e nas contratações de trabalhadores. Se há aumento de funcionários
desenvolvendo as atividades, há a possibilidade do aumento de acidentes ocorridos no
ambiente de trabalho. Em 2013, as indústrias de alimentos assinalaram 39.472 acidentes que
tiveram o Comunicado de Acidente de Trabalho – CAT registrado. Já em 2014 o número
cresceu para 40.013 acidentes, enquanto que 2015 reduziram para 37.161. Ao todo, esses
números corresponderam a 6,3% do total de acidentes no país (MPS, 2015).

Esses números podem ser analisados, pois no Brasil, órgãos governamentais como
Ministério do Trabalho (MT) e Ministério da Previdência Social (MPS), coletam dados e

1
Deve-se tomar nota que apesar dos grandes avanços tecnológicos nessa área, as indústrias de alimentos ainda
utilizam processos com combinações de atividades automatizadas e atividades extremamente manuais. As
atividades manuais são excessivamente repetitivas, monótonas, realizadas em ritmos intensos, que também
contribuem significativamente para a incidência de doenças do trabalho e acidentes do trabalho (RODRIGUES E
SANTANA, 2010).
9

divulgam, a partir de registros administrativos e por meio de seus sites oficiais, informações
sobre os acidentes de trabalho ocasionados em trabalhadores formais, que tiveram ou não o
Cadastro de Acidente de Trabalho – CAT registrado. Torna-se apropriado dizer que todos
esses registros disponibilizados pelos entes governamentais, estão longe de representar o
verdadeiro cenário analisado devido à existência de trabalhadores informais, que se tornam
obstáculos para uma avaliação mais fidedigna, mas que ainda assim são fontes importantes
para as pesquisas e para as elaborações de possíveis melhorias para a área em estudo.

Além dos dados numéricos há disponíveis, nos relatórios dos auditores fiscais do
trabalho, registros de variáveis que estão diretamente relacionadas aos acidentes, que são elas:
idade, nível de escolaridade (como já mencionado), tempo de experiência nas atividades,
capacitações inadequadas, entre outros. Contrapondo-se aos relatos documentais produzidos
pelos representantes técnicos das próprias empresas, que apontam a vítima como a culpada
pela ocorrência dos acidentes fatais ou graves. Tal conduta contribui para a perpetuação
desses procedimentos, levando o empregador a uma falsa realidade, resultando na omissão em
relação às melhorias voltadas a segurança e saúde do trabalhador (SAMPAIO, 2015).

Portanto, esses dados numéricos, disponíveis em diversas fontes, devem ser analisados
para a obtenção de uma visão mais completa e próxima à realidade, de forma a contribuir
como potencializadores na produção de novos conhecimentos para profissionais que atuam
nas áreas da Saúde Segurança do Trabalhador, bem como na elaboração de políticas publicas
por parte do governo (SALIM et al., 2012).
10

2. OBJETIVOS

O objetivo desta pesquisa consiste em analisar e avaliar as ocorrências de acidentes do


trabalho no setor alimentício, tal como suas consequências e associar os possíveis fatores
contribuintes pela ocorrência desses acidentes no respectivo setor.
11

3. REVISÃO DE LITERATURA

3. 1 Engenharia de Segurança do Trabalho e Acidentes do Trabalho

A Segurança do trabalho tem como finalidade prevenir, por meio de ações e medidas
preventivas, as doenças ocupacionais e os acidentes que estejam relacionadas ao trabalho,
assegurando ao colaborador condições favoráveis para que se possa ter um bem estar não
apenas físico, mas social e mental. Essa visão de segurança do trabalho começou a criar forma
desde o século passado. Porém, é válido mencionar que inicialmente na Europa o interesse
principal não era exatamente a qualidade e a saúde do trabalhador, mas sim o bom
funcionamento dos processos e o crescimento nos rendimentos. As práticas de seleção de
pessoal começaram a ser praticadas com objetivo de escolher profissionais que, em tese,
fossem menos propensos a se envolverem em acidentes e a contraírem doenças. O controle da
saúde era realizado a fim de evitar ocorrências de afastamentos que prejudicassem nos
andamentos dos resultados/metas (SELIGMANN SILVA et al., 2010).

Com o passar do tempo, a saúde do trabalhador passou a ser vista como algo
importante não só para o bom funcionamento dos processos, mas também como um fator que
agrega, além das questões financeiras, as questões humanas e sociais. No Brasil, a
conscientização dessa visão resultou em conquistas que ampararam os trabalhadores
legalmente. Em 1919 surgiu o Decreto Legislativo nº 3.724, que regulava as obrigações
resultantes dos acidentes do trabalho. O mesmo já apresentava a definição de acidente de
trabalho e as obrigações por parte do empregador em fornecer indenizações aos trabalhadores
ou, em caso de morte, aos seus herdeiros, prestar socorro e informar, através de comunicados,
as autoridades policiais sobre o ocorrido (BRASIL, 1919).

Durante a República Velha (1889 – 1930), período em que aconteceu o processo de


industrialização, verificou-se o desenvolvimento de uma legislação mais detalhada. Em 1943
a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) agrupou leis referentes ao direito do trabalho e ao
direito processual do trabalho, com a finalidade de proteger os trabalhadores. Já em 1978, a
Portaria nº 3.214 aprovou as Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do
Trabalho, que não ficaram estáticas e apresentam alterações até os tempos atuais. Ainda deve-
se mencionar a Constituição Federal, lei máxima que limita poderes e define os direitos e
deveres dos cidadãos, o que inclui temas relacionados à saúde e segurança do trabalhador
12

(GONÇALVES E BIANCHI, 2009).

O conhecimento da Engenharia de Segurança do Trabalho bem como das legislações


pertinentes são de extrema importância, pois é sabido que o exercício de qualquer atividade
profissional expõe o colaborador a riscos de acidentes e doenças ocupacionais. Cabendo aos
empregadores, com o auxílio de profissionais competentes – Engenheiros de Segurança do
Trabalho e Médico do trabalho – proporcionarem condições adequadas para a execução dos
trabalhos, a fim de minimizar as possibilidades de ocorrência dos possíveis acidentes e
garantir o cumprimento das legislações vigentes (GONÇALVES E BIANCHI, 2009).

Dessa forma, antes da realização de qualquer estudo na área, é necessário entender a


definição de acidente do trabalho que, conforme definido pela Lei nº 8.213, de 24 de julho de
1991, é:

O que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador


doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando lesão
corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho (BRASIL, 1991).

São considerados como acidentes do trabalho: o acidente ocorrido no trajeto entre a


residência e o local de trabalho do segurado; a doença profissional, produzida ou
desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e a doença do
trabalho adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é
realizado e com ele se relacione diretamente. Vale ressaltar que, para caracterizar os dois
últimos acidentes, é preciso que a doença esteja relacionada no Anexo II do Regulamento da
Previdência Social, aprovado pelo Decreto no 3.048, de 6/5/1999. Em caso excepcional,
quando observado que a doença não se encontra nessa listagem, a Previdência Social deve
equipará-la a acidente do trabalho quando, após as suas análises, verificarem a necessidade
(MPS, 2015).

Equipara-se a acidente de trabalho aquele em que o exercício da atividade tenha


contribuído diretamente para a morte, perda ou redução da sua capacidade para o trabalho ou
que tenha produzido lesão de forma que necessite de atenção médica para a sua recuperação.
Bem como o acidente sofrido pelo colaborador no local e horário do trabalho, em
consequência de ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou
companheiro de trabalho – o que inclui ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por
13

motivo de disputa relacionada ao trabalho; ato de imprudência, de negligência ou de imperícia


de terceiro, ou de companheiro de trabalho; ato de pessoa privada do uso da razão;
desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos decorrentes de força maior
(BRASIL, 1991).

Ainda equipara-se a acidente de trabalho, conforme o Anuário Estatístico de Acidente


do Trabalho – AEAT:

A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua


atividade; o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de
trabalho, na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da
empresa; na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar
prejuízo ou proporcionar proveito; em viagem a serviço da empresa, inclusive para
estudo, quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da
mão de obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo
de propriedade do segurado; no percurso da residência para o local de trabalho ou
deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de
propriedade do segurado (MPS, 2015).

É válido mencionar que há a definição e distinção de: acidentes típicos, aqueles


decorrentes da característica da atividade profissional desenvolvida; acidentes de trajeto,
aqueles ocasionados no trajeto entre a residência e o local do trabalho do colaborador e vice-
versa; doenças profissionais, aquelas que foram produzidas ou desencadeadas pelo exercício
peculiar da atividade e a doença do trabalho, aquela adquirida ou desencadeada em função de
condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente (MPS,
2015).

Ocorrido o acidente de trabalho, cabe à empresa expedir a Comunicação de Acidentes


de Trabalho - CAT ao Instituto Nacional de Seguridade Social - INSS, até o primeiro dia útil
seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, sob pena de multa administrativa.
Todavia, quando houver a omissão dessa comunicação por parte do empregador, o acidentado,
seus dependentes, entidade sindical competente, médico que o assistiu ou qualquer autoridade
pública pode realizar tal procedimento (AMADO, 2016).

No Brasil são observadas empresas que não expedem a CAT visando encobrir a
ocorrência do acidente de trabalho. Nessas situações, a perícia médica do INSS considerará
caracterizada a natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo
14

técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade


desenvolvida na empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade elencada na
Classificação Internacional de Doenças – CID, contabilizando dessa forma como acidente de
trabalho (AMADO, 2016; BRASIL, 1991).

3.2 Os acidentes de trabalho nas Indústrias de Alimentos

Os acidentes de trabalho em ambientes industriais são relatados desde os meados do


século XVIII, período em que a Revolução Industrial na Inglaterra contribuiu para o aumento
significativo dos números de acidentes relacionados ao trabalho. Tal acontecimento foi
justificado por fatores como: crescente uso de máquinas, acúmulo de operários em ambientes
confinados, longas jornadas de trabalho, utilização de mão de obra infantil, ambientes
insalubres e entre outros (SANTOS, 2012).

No Brasil, em 2013, mesmo com a existência de todas as legislações pertinentes e a


preocupação com a saúde e segurança do trabalhador, a Indústria Alimentícia ocupava o topo
do ranking de acidentes de trabalho, colocando o seguimento na liderança em números de
ocorrências entre os principais setores da indústria no país. A justificativa para esse
acontecimento se deu pelo crescimento do ramo e, consequentemente, o aumento de oferta de
emprego. Se por um lado há uma ascensão nas vendas dos produtos alimentícios, por outro
lado há a pressão no chão de fábrica e uma exigência por uma maior produtividade, fatores
que influenciam na ocorrência dos acidentes (SOARES, 2013).

Em ambientes de produção de alimentos é comum verificar trabalhos manuais e


repetitivos, como acontecem nos setores de frigoríficos. As separações das carcaças, por
exemplo, podem tornar um risco à saúde do colaborador devido aos movimentos rápidos e
constantes. As temperaturas que os trabalhadores são submetidos devem ser levadas em
consideração, pois, além dos danos causados a saúde, podem proporcionar desconfortos que
afetem o desenvolvimento das atividades, como ocorre com os funcionários que acessam as
câmaras frias. É indispensável mencionar os ruídos emitidos pelos equipamentos, que podem
resultar em graves danos nas regiões auditivas caso o trabalhador não utilize os EPI´s
adequadamente. Além dos riscos causados devido ao manuseio inadequado das máquinas,
sejam elas em funcionamento ou no momento de limpeza e manutenção (CASTRO E
OKAWA, 2016).
15

Conforme já mencionado, as quantidades de acidentes nessas indústrias crescem


devido ao intenso ritmo de trabalho provocado pelo aumento do consumo e pela busca da
competitividade associada à redução de custos para a obtenção de maior lucro. É comum
verificar programas de metas nesses setores para alcançar resultados positivos e crescentes.
Essa metodologia de trabalho resulta no aumento da pressão interna no ambiente de labor, que
leva o trabalhador as condições de cansaço excessivo, insatisfação e a execução rápida das
atividades sem analisar os ricos que os cercam, resultando em danos na saúde, sejam eles
temporários ou permanentes (SOARES, 2013; HOTZ ER SPONHOLZ, 2009).

Para modificar esse cenário, a prevenção aos acidentes de trabalho é dever legal das
empresas, que são responsáveis pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de
proteção e segurança da saúde do colaborador. Portanto, cabe ao empregador fornecer
equipamentos de proteção, sejam eles coletivos ou individuais, para assegurar a proteção do
trabalhador. Faz-se obrigatória também a formação da Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes – CIPA nas indústrias, que tem como função observar e relatar as condições de
risco nos ambientes de trabalho e solicitar medidas que possam eliminar ou reduzir os riscos
existentes (AMADO, 2016).

Dessa forma, deve-se frisar a importância não apenas da qualidade dos alimentos
produzidos, mas também do conforto e segurança do ambiente de trabalho para a execução
das atividades. A empresa que atende as necessidades relacionadas ao bem-estar dos seus
trabalhadores altera positivamente em diversos fatores fundamentais em meio ao mercado
competitivo, que são: redução dos custos operacionais contabilizados pelos transtornos
causados (como os acidentes), aumento da produtividade (associada à satisfação e segurança
do trabalhador), maior lucro, e a qualidade dos produtos (CASTRO E OKAWA, 2016).

3.3 Os órgãos oficiais no Brasil e as fontes de informação para a


Segurança e saúde do trabalho.

No Brasil órgãos governamentais oferecem informações relacionadas a acidentes do


trabalho, em formato numérico (estatístico), a fim de conhecer o passado, apresentar o
presente e realizar uma previsão sobre o futuro, para que medidas e políticas públicas possam
ser elaboradas. Além do mais, esses dados representam também os resultados do trabalho
(transparência) de inúmeras atividades desenvolvidas por parte do governo. Em uma visão
16

geral, essas estatísticas são criadas com objetivo indireto de fiscalizar programas ou políticas
do governo e não meramente de apresentar dados quantitativos (VERAS et al., 2012).

Esses dados estatísticos se tornam relevantes quando consideradas fontes principais


para a construção de um diagnóstico mais preciso acerca dos acidentes de trabalho,
oportunizando a elaboração de políticas mais eficazes, conforme já mencionado. Afinal, as
realizações das fiscalizações, as introduções de políticas públicas, o cumprimento das
legislações atualizadas, nada mais são que os resultados das crescentes mobilizações sociais,
que se iniciaram tempos atrás, no período da Revolução Industrial. As reivindicações estavam
associadas às intervenções do Estado nas relações entre patrões e empregados, visando à
obtenção dos direitos dos trabalhadores, as reduções dos ricos ocupacionais e dos danos à
saúde. Essas mobilizações foram resultados da percepção coletiva de que o trabalho era fonte
de explorações econômica e social, que provocavam, além de danos à saúde, situações de
morte (SANTOS, 2012).

Sendo assim, dentre as ações governamentais podemos mencionar o papel da


Previdência Social, que coleta, registra e armazena dados relevantes quanto aos acidentes de
trabalho para uma futura analise detalhada. O Ministério da Previdência Social, em conjunto
com o Ministério do Trabalho, elabora o Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho –
AEAT desde o ano de 1999. Nele são apresentadas as quantidades de acidentes de trabalho de
diversos setores, segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE, as
principais consequências desses acidentes, os números de acidentes por faixa etária e por sexo,
e entre outras informações, que possibilitam estabelecer levantamentos e comparações das
diversas realidades existentes (MPS, 2015; PEREIRA, 2012).

Parte das estatísticas fornecidas pela Previdência Social é resultante dos registros
obtidos pela Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT), que corresponde a um
documento emitido para reconhecer um acidente, seja ele de trabalho, de trajeto ou uma
doença ocupacional. A empresa é legalmente obrigada informar a Previdência Social, através
da CAT, todos os acidentes de trabalho, mesmo que não haja afastamentos das atividades até
o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência. Essa obrigatoriedade foi instituída por lei em
1967 e atualmente a empresa que não cumpri-la, dentro do prazo legal, estará sujeita ao
recebimento de multa administrativa (PEREIRA, 2012).

O Ministério do Trabalho também disponibiliza dados do Sistema Federal de Inspeção


17

do Trabalho (SFIT), gerido pela Secretaria de Inspeção do Trabalho, através de registros


administrativos mensais destinados ao lançamento das atividades dos auditores fiscais do
trabalho (AFT), que inclui a categoria de acidentes de trabalho por setor econômico (MTE,
2016; SANTOS, 2012).

Mesmo considerando grande parte dessas informações parciais, devido ao grau de


cobertura (por exemplo, a não inserção do trabalho informal) e limitadas por apresentarem
falhas relativas às capturas de dados, como as omissões dos registros das CAT´s, os dados
disponibilizados se tornam ferramentas importantíssimas. Uma vez que esses dados permitem
uma avaliação ampla com uma evolução temporal, de forma que os aspectos como
mortalidade, incidência, letalidade e acidentes possam ser mensurados, avaliados e pontuados
de forma regional ou global. E estar à frente de diferentes fontes de informações possibilita
uma análise comparativa de dados, facilitando a construção de novas referências para a
construção de conhecimentos mais minuciosos e de propostas necessárias aos ajustes e
adequações, contribuindo positivamente para os profissionais que atuam na área de Segurança
e Saúde do Trabalhador, bem como para a própria saúde do trabalhador (SALIM et al., 2012).
18

4. MATERIAIS E MÉTODOS

Esse trabalho, dado ao seu objetivo específico, se enquadra na modalidade de pesquisa


descritiva, uma vez que se buscou identificar e analisar a realidade relacionada aos acidentes
de trabalhos registrados nas indústrias de alimentos. Além disso, apresenta também enfoque
quantitativo, uma vez que foi identificado, por meio de bases estatísticas alimentadas pelo
governo federal, o registro do número de acidentes ocasionados nos setores de produções de
alimentos.

Assim sendo, na abordagem quantitativa, os dados foram adquiridos junto ao


Ministério do Trabalho e Emprego, através dos registros dos trabalhos dos auditores fiscais e,
também ao Ministério da Previdência Social, por meio do Anuário Estatístico de Acidente de
Trabalho - AEAT.

4.1 Análise das quantidades de Acidentes de trabalho disponibilizadas


pelo Ministério da Previdência Social (MPS)

Nessa etapa foram analisadas as quantidades de acidentes de trabalho relacionados às


doenças do trabalho, aos acidentes típicos e de trajeto, e aqueles liquidados com assistência
médica, com afastamentos inferiores ou superiores a 15 dias, com incapacidade permanente e
com óbitos, todos eles registrados através do Comunicado de Acidente de Trabalho - CAT. As
informações foram obtidas no Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho (AET) do MPS,
cujo propósito é fornecer informações relacionadas aos acidentes de trabalho, através de
indicadores. Tais indicadores como, por exemplo, as incidências específicas por doenças
pertencentes ao trabalho, possibilitam estabelecer determinadas comparações relacionadas à
saúde e segurança do trabalhador (PEREIRA, 2012) e futuras inferências.

Optou-se pela seleção de regiões com a presença significativa de indústrias de


alimentos, que está relacionada aos aspectos sociais e econômicos do país. Dessa forma,
foram contabilizadas todas as quantidades de acidentes registrados nos setores de produção
desse segmento no Brasil de modo a se obter uma visão macro. Nesse mesmo âmbito, foram
analisados também as regiões Sul, Sudeste e Centro – Oeste e os Estados do Paraná, São
Paulo e Goiás no período entre 2013 e 2015.
19

Assim sendo, para cada índice analisado, foi feito o somatório de todos os acidentes de
trabalho registrados, inclusos na divisão 10, “Fabricação de Produtos Alimentícios”, da
Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE, com exceção aos setores
responsáveis pela fabricação de bebidas (MPS, 2015).

Os acidentes sem o CAT registrado só foram possíveis de serem analisados


separadamente nessa pesquisa, pois os mesmos são considerados no AEAT como acidentes de
trabalho após terem sido enquadrados nos seguintes nexos: Nexo Técnico
Profissional/Trabalho; Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário e Nexo Técnico por
Doença Equiparada a Acidente do Trabalho ou Nexo Individual (MPS, 2015).

Como complemento, foi realizado um levantamento por meio de pesquisas


bibliográficas e documentais (artigos e trabalhos técnico-científicos) com a finalidade de
melhor entendimento acerca dos possíveis fatores que justificassem as inúmeras adversidades
no trabalho, tais como as condições de trabalho, a forma da execução da atividade, a aplicação
das técnicas de segurança, o cumprimento das normas, a satisfação dos trabalhadores, o nível
de escolaridade e a presença predominante de determinados setores econômicos nas regiões.

4.2 Análise do número de ocorrência de Acidentes de trabalho


disponibilizadas pelo Ministério da Previdência Social (MPS)

Os dados adquiridos no site do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) foram


extraídos dos registros mensais das ações realizadas pelos auditores fiscais do trabalho, nas
indústrias de alimentos do Brasil, durante o período de 2013 a 2016. As variáveis analisadas
corresponderam aos números de funcionários alcançados, de notificações emitidas, de
autuações e de acidentes registrados mensalmente.

Com base nessas informações, os dados foram agrupados considerando o número total
anual de ocorrências. Na sequência foi realizado um balanço com o intuito de verificar os
alcances das fiscalizações oficiais nos setores em discussão e as atuações dos auditores fiscais
do trabalho, por meio das notificações.
20

. 5. RESULTADOS

No Quadro 1 são apresentadas as quantidades de acidentes do trabalho, por situação de


registro e motivo no Brasil, nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e nos três estados Paraná,
São Paulo e Goiás. Com base no referido quadro, constata-se considerável redução das
quantidades de acidentes típicos e doença do trabalho no ano de 2015, de todos os cenários
analisados, comparativamente aos anos de 2013 e 2014.

Quadro 1: Quantidade de acidentes do trabalho, por situação do registro e motivo, nas regiões, estados e no
Brasil que tiveram CAT registrado.

Típico Trajeto Doença do Trabalho


Local
Total
analisado
2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015

Sudeste 14.594 14.235 12.889 1.739 1.879 1.711 300 343 260 47.950

Sul 8.789 9.482 9.255 1.040 1.206 1.143 757 896 624 33.192

Centro –
5.194 4.904 4.705 598 497 521 133 178 131 16.861
Oeste

Brasil 33.997 34.019 31.943 4.171 4.448 4.093 1.304 1.546 1.125 116.646

São Paulo 9.776 9.359 8.462 1.157 1.216 1.108 230 231 183 31.722

Paraná 3.963 4.064 4.037 453 508 525 199 410 279 14.438

Goiás 1.892 1.873 1.868 247 173 221 26 25 31 6.356


Fonte: Anuário de Estatística de Acidente do Trabalho (MPS).

Tais informações estão em consonância com Soares (2013), o qual constatou que as
ocorrências dos acidentes de trabalho podem ser influenciadas pelo crescimento do setor, que
por sua vez está relacionada à ascensão das vendas dos produtos e diretamente aumentam as
ofertas de empregos. Tal fato tem-se como consequência a criação de uma pressão interna no
ambiente de trabalho para o cumprimento de metas e obtenção de elevadas produções.

Em 2015 foi observado um comportamento inverso no setor alimentício, período


correspondente à queda, em aproximadamente 7% nas produções nos oito primeiro meses,
alcançando o pior resultado desde o ano de 2009. Assim como o Produto Interno Bruto – PIB
que finalizou o ano de 2015 com recuo de 3,8% em relação a 2014. Nesse mesmo ano foi
21

registrada a alta da inflação em 10,67%, a maior averiguada desde 2002, e os maiores


números de desemprego, 9%, enquanto que nos períodos de 2013 e 2014 as taxas de
desocupação corresponderam a 8,0 e 7,2%, respectivamente. Dessa forma, nota-se a possível
relação das quantidades de acidentes de trabalho com o recuo do setor alimentício, que por
sua vez está associada à regressão da economia brasileira no período analisado. (IBGE, 2016;
IBGE, 2015; IEDI, 2015).

No mesmo raciocínio, o diagnóstico realizado para os estados não difere dos


apontados até o momento. As quantidades de acidentes sofreram uma pequena redução ao
longo do tempo, porém com variações menos expressivas do que verificado na análise das
regiões e do país. Em 2015, quando comparado ao ano de 2014, em relação aos acidentes
típicos, o estado de Goiás apresentou redução de aproximadamente 0,27%, Paraná 0,66% e
São Paulo 9,58%.

Um aspecto importante, e possível fator influenciador nessas pequenas variações das


quantidades de acidentes nos estados de Goiás e Paraná, é a predominância de determinados
setores em cada região. Nesses dois estados os números totais de acidentes de trabalho
relacionados às atividades das áreas de abate e fabricação de produtos de carnes foram
superiores, na maioria das vezes, aos demais setores alimentícios, conforme divulgado e
disponível no AEAT. Em Goiás, de 2013 a 2015, as quantidades de acidentes com CAT
registrado nessas áreas corresponderam a 2.783 de um total de 6.356, ou seja,
aproximadamente 44% dos acidentes de trabalho nesse estado estavam vinculados às
atividades voltadas a: abate de reses (exceto de suínos); abate de aves, suínos e outros
pequenos animais; fabricação de produtos de carne e preservação do pescado e fabricação de
produtos do pescado.

Já no estado do Paraná, do total de 14.438 acidentes com CAT


registrado, 7.873 (55%) estavam relacionados às atividades de abate e fabricação de produtos
de carne, bem como preservação do pescado e fabricação de produtos de pescado. Cenário
distinto ao observado em São Paulo, que há a predominância na fabricação de
açúcar bruto, que por sua vez não apresenta estabilidade nas produções devido às
interferências externas já esperadas, como por exemplo, a sazonalidade ou o tempo de
obtenção da matéria prima – o açúcar. Essas flutuações/instabilidades podem influenciar, de
uma forma mais expressiva, nas variações das quantidades de acidentes, como verificado no
Quadro 1 - Estado de São Paulo.
22

Os setores de abate e fabricação de produtos de carne conseguiram manter pequenas


oscilações em relação às produções de carnes bovinas no período de 2013 a 2015, e um
crescimento nos processamentos de aves. De acordo com o Departamento de Crédito e
Estudos Econômicos do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, as produções de
carnes bovinas em mil toneladas equiv. carcaça corresponderam a: 9691,9; 9106,5 e
8528,2 nos períodos de 2013 a 2015 respectivamente. Já na produção de carnes de
aves verificou-se um aumento no decorrer dos anos: 12663; 12945
e 13456 respectivamente. Isto é, são setores que conseguiram manter equilíbrio nas
produções para atender tanto o mercado interno como, principalmente, o mercado
externo (MAPA, 2017).

Ademais, a forma de executar as atividades de forma bastante especializada pode


justificar os elevados números de acidentes nesses setores específicos. No interior dos
frigoríficos a matéria prima (carcaça) se desloca em transportadores aéreos ou em trilhos,
perfazendo toda a linha de produção. Nesse percurso, os trabalhadores
realizam manualmente apenas uma determinada operação ao longo da sua jornada de trabalho.
As tarefas repetitivas, com movimentações nos membros superiores, podem exigir em média
10 a 20 mil cortes diários, em uma atividade que por vezes são realizadas em ambientes com
baixa temperatura e na posição em pé e por longos
períodos. Essas atividades manuais, monótonas, realizadas em ritmos intensos, contribuem
significativamente para a incidência de acidentes do trabalho, (RODRIGUES E SANTANA,
2010; VASCONCELLOS et al, apud Berkowitz e Fagel, 2001.).

Em outra análise, voltada para a discrepância dos números de acidentes em relação aos
motivos, verifica-se que os acidentes definidos como típicos - aqueles decorrentes da
característica da atividade profissional desempenhada - apresentam predominância nas
quantidades, devido à perceptibilidade da lesão que possibilita o estabelecimento do nexo
causal. Ao contrário das doenças de trabalho - produzidas ou desencadeadas pelo exercício do
trabalho peculiar a determinado ramo de atividade, conforme disposto no Anexo II do
Regulamento da Previdência Social - que apresentam complexidade para vincular a doença
adquirida com a ocupação exercida pelo funcionário (VASCONCELOS et al, 2009, apud
TEIXEIRA E FRETAS, 2005).

Em relação às consequências dos acidentes nos estados de São Paulo, Goiás e Paraná,
observa-se a predominância dos afastamentos inferiores a 15 dias (Quadro 3). Quanto aos
23

óbitos, no estado de São Paulo, do total de 116 mortes ocorridas no período de 2013 a 2015,
63 pessoas (54%) vieram a óbito executando as suas atividades na fabricação de açúcar bruto.
Já no Estado de Goiás, aproximadamente 34% dos trabalhadores que faleceram, desenvolviam
suas atividades nos setores de abate e fabricação de produtos cárneos, e aproximadamente 38%
nos setores de produção de açúcar bruto. No estado do Paraná a predominância se deu no
setor de abate e fabricação de produtos cárneos (29%).

Quadro 2: Quantidade de Acidentes liquidados, por consequência, nos estados de Goiás, São Paulo e Paraná

Estado

Goiás São Paulo Paraná


Consequência
2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015

Assistência
718 794 764 2.381 2.489 2.425 610 823 973
Médica

Menos de 15 dias 1.047 936 1.170 6.612 6.347 6.491 3.110 3.190 3.550

Mais de 15 dias 651 371 207 4.030 2.247 1.023 2.317 1.310 583

Incapacidade
21 23 11 170 171 113 150 132 97
Permanente

Óbito 07 05 06 52 25 39 19 16 17

Total 2.444 2.129 2.158 13.245 11.279 10.091 6.206 5.471 5.220
Fonte: Anuário de Estatística de Acidente do Trabalho (MPS).

No estado de Goiás, no período analisado, do total de 3.153 acidentes com


afastamentos inferiores a 15 dias, 32% (1.023) ocorreram com trabalhadores que pertenciam
aos setores de abate e fabricação de produtos de carne, conforme dados disponíveis no AEAT.
O mesmo setor registrou 37% (454) do total (1.229) dos afastamentos acima de 15 dias. Já na
incapacidade permanente, a soma dos acidentes de apenas dois setores, sendo eles de abate e
produção de produtos de carne e fabricação de açúcar bruto, correspondeu 55% (30) do total
de 55 acidentes (dados disponíveis no AEAT). Vale ressaltar que as duas atividades
analisadas apresentam o mesmo grau de risco 2 número 3, conforme definido pela Norma
Regulamentadora nº 04 (BRASIL, 1978).

É importante verificar a influência do perfil de produção do Estado em tais resultados.

2
Parâmetro, com variação de 1 a 4, utilizado para mensurar o risco de cada atividade. A medida é realizada
considerando o ramo da atividade da empresa conforme o seu enquadramento no CNAE.
24

Tornou-se perceptível que os setores de maiores atuações nas regiões, são as que exercem
grandes influências nas quantidades de acidentes. O estado de São Paulo, por exemplo, é um
dos maiores produtores de cana de açúcar no país, que tem a destinação final para a produção
de açúcar e álcool, assim, os números de acidentes e as consequências mais graves são
resultados de tais atividades. Se as regiões oferecem condições para o desenvolvimento de
determinadas áreas, logo se verifica a predominância de empregos ofertados em determinados
setores que, por sua vez, estão relacionados aos números significativos de acidentes de
trabalho (ABREU et al., 2011).

Ainda é válido expor nesse estudo, além das analises das quantidades de acidentes do
trabalho e as influências de determinados setores nesses resultados, as possíveis causas
responsáveis pelas ocorrências desses acidentes. Em outros trabalhos já desenvolvidos, foram
relacionados os seguintes motivos que justificassem tais eventualidades, que são eles: jornada
de trabalho excessiva, ritmo de trabalho intenso, fadiga, monotonia, trabalho físico excessivo,
exposição à elevada umidade, exposição ao calor ou a baixas temperaturas, alimentação
fornecida inadequada, transporte inseguro, desvalorização financeira, descontentamento,
estresse, ansiedade e desgastes emocionais, físicos e psicológicos (que são acarretados em
atividades que exigem muita atenção em relação à qualidade final do produto - realidade das
indústrias de alimentos) (ABREL et al., 2011; BARZOTO, 2013; RODRIGUES E
SANTANA, 2010).

Veivanco (2014) também apontou em sua pesquisa que as condições inseguras (piso
escorregadio, armazenamento inadequado), bem como os atos inseguros (não utilização do
EPI, descumprimento de procedimento de trabalho, transitar em locais proibidos) e os fatores
de segurança (distração) foram averiguadas e tidas como responsáveis, em conjuntos ou não,
dos acidentes de trabalho registrados em uma determinada unidade de abate de aves.

Quanto às doenças de trabalho, dentre as vinte que mais causaram concessões de


auxílio doença acidentárias fornecidas no ano de 2013, estão: fraturas diversas, dor na lombar
baixa, dorsalgia, lesões do ombro, ferimento e fratura do punho e da mão, síndrome do Túnel
do Carpo, amputação traumática de um dedo, fratura da clavícula, transtornos mentais e
comportamentais e entre outros. Isto posto, grande parte das doenças responsáveis pelas
concessões dos benefícios previdenciários é motivada por situações relacionadas à ergonomia
e organização do trabalho (MPS, 2013).
25

As atividades repetitivas, como já mencionadas, contribuem para a ocorrência de


acidentes e para o surgimento de doenças do trabalho (RODRIGUES E SANTA, 2010). E
esse fator se agrava quando analisada no sexo feminino. Em 2013, as causas relacionadas às
condições ergonômicas no trabalho (CIDs M, F e G), aquelas desencadeadoras do benefício
de natureza acidentária, atingiram a soma de 78,31% das vinte causas mais frequentes,
enquanto que no sexo masculino a soma chegou a 30,7%, que por outro lado apresentam
maior vulnerabilidade para causas traumáticas devido aos acidentes (MPS, 2013).

Até o momento todas as analises realizadas corresponderam aos números de acidentes


com CAT registrado. Assim, um diagnóstico a parte e complementar pode ser fundamentado
com os dados coletados por meio de acidentes cujas comunicações não foram registradas no
órgão competente, mas foram identificados por meio de um dos possíveis nexos durante a
concessão do benefício: nexo técnico profissional ou nexo técnico epidemiológico
previdenciário ou nexo técnico por doença equiparada a acidente do trabalho ou nexo
individual. Dessa forma, no Quadro 4 são apresentados os acidentes que não foram
registrados CAT. Nota-se uma redução expressiva desses números nas regiões do Centro
Oeste, Sul, Sudeste e no Brasil. No país, período de 2013 a 2014 os números desses acidentes
sem o CAT registrado reduziram de 9.150 para 1.310, correspondendo uma queda de
aproximadamente 86%.

Quadro 3: Quantidade de acidentes do trabalho, por situação do registro e motivo, nos estados de Goiás,
São Paulo e Paraná sem CAT Registrado.

Acidentes sem CAT Registrado


Regiões Total
2013 2014 2015

Brasil 9.150 1.310 882 11.342

Sudeste 3.005 416 300 3.721

Sul 3.349 756 487 4.592

Centro Oeste 1.116 36 30 1.182


Fonte: Anuário de Estatística de Acidente do Trabalho (MPS).

Deve-se considerar que por tempos a não comunicação do acidente ao INSS através do
CAT, se deu pelo desconhecimento da obrigatoriedade exigida por lei e pelas manobras
realizadas pelo empregador. Pois, empresas que mantém baixos índices de acidentes do
26

trabalho recebem benefícios sobre a contribuição obrigatória destinada ao Seguro contra


Acidente do Trabalho – SAT, sendo uma contribuição repassada ao governo com a finalidade
de beneficiar acidentários e aposentadorias especiais, que incide sobre as remunerações pagas
pelas empresas a seus empregados e trabalhadores avulsos, sendo calculadas com base em três
alíquotas, variáveis em função do grau de risco de acidentes de trabalho na sua atividade
preponderante: 1% (risco leve), 2% (risco médio) e 3% (risco grave). Por outro lado, a
empresa que registra números elevados de acidentes de trabalho pode sofrer penalização de
até 100% sobre essa contribuição, pois há o Fator Acidentário Previdenciário – FAP, que nada
mais é que um multiplicador variável entre 0,5 e 2,0, cujos índices variam de acordo com a
gravidade, frequência e os custos dos acidentes de trabalho3 (AMADO, 2016).

Portanto, o fator positivo dessa análise é observar que o empregador pode ter
verificado a importância em registrar o CAT ou obteve maior conhecimento e facilidade em
registra-lo. No outro lado, o empregado também passou a ter conhecimentos dos seus direitos
e benefícios (auxílio acidente, aposentadoria por invalidez, entre outros), bem como maior
acesso as informações e tecnologias, registrando o comunicado quando o empregador se torna
omisso. No entanto, deve-se considerar também que a ocorrência de acidentes sem CAT
registrado pode ser reflexos de falhas que vão desde a facilidade de se realizar práticas ilegais,
devido às reduzidas fiscalizações, até as penalidades disponíveis a serem aplicadas, que não
apresentam o mesmo nível de complexidade e importância entre itens dispostos nas próprias
regulamentações. Santos (2012) aduz que em muitas situações o descumprimento das normas
relacionadas à Segurança e saúde do trabalhador, com impacto importante para a vida do
colaborador, é sancionado com multas de valor pecuniário igual ou menor que o de autuações
por situações menos graves. Sendo assim, ainda há situações em que o empregador realiza
apenas uma análise do cenário, da qual realizar o pagamento consequente de uma infração
grave, que causa risco considerável ao trabalhador, se torna mais conveniente e de menor
custo do que modificar a gestão e estrutura para se adequar as conformidades.

Nesses ponderamentos devem-se verificar as fiscalizações trabalhistas e a


complexidade para a efetivação das atividades dos auditores fiscais. Em abril de 2017, o
Ministério do Trabalho divulgou a relação dos Auditores Fiscais do Trabalho em exercício de
sua função. No total são 2.452 profissionais para atender todo país, desenvolvendo atividades
que vão além das inspeções voltadas à saúde e segurança do trabalhador. Em Goiás, Paraná e

3
O Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) aprovou em 2016 a retirada dos acidentes de trajeto do
cálculo do FAP, medida entra em vigor a partir de 2018 (MPS, 2016).
27

São Paulo, regiões escolhidas para o presente estudo, há o total de 67, 113 e 395 auditores
fiscais respectivamente. A ABIA apresentou na sua coletiva de imprensa, em fevereiro de
2017, (informação disponível no site da Associação), que em 2016 havia registrado 32,5 mil
indústrias de alimentos e bebidas e que o setor foi considerado o maior empregador, com 1,6
milhões de funcionários.

Nota-se, portanto, um contraste considerável nos números de fiscais, com os números


de trabalhadores das áreas de alimentos e bebidas e com os números de estabelecimentos
(indústrias) a serem fiscalizadas. O Quadro 5 apresenta o total de inspeções realizadas nesses
setores no período de 2013 a 2016. É notório que as ações fiscalizadoras foram reduzidas com
o passar dos anos, bem como os números de trabalhadores alcançados. Em 2016 as ações
realizadas em onze meses (janeiro a novembro) não atingiram a metade dos funcionários
formais dos setores de produções de alimentos e bebidas no Brasil.

Quadro45: Total de Inspeções realizadas em Segurança e Saúde do Trabalho no Brasil nos anos de 2013
a 2016.

Ações Trabalhadores Embargos/ Acidentes


Ano Notificações * Autuações **
Fiscais Alcançados Interdições Analisados

2013 4.324 1.647.711 3.630 5.535 226 225

2014 4.512 1.434.126 4.126 8.017 295 217

2015 3.754 1.317.312 6.860 6.754 224 182

2016*** 2.084 638.376 3.116 4.356 143 111


Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (MTE);
* concessão, pelo auditor-fiscal do trabalho, de prazo para regularização; ** início do processo administrativo
que pode resultar na aplicação de multa; *** referentes ao período de janeiro a novembro.

Quanto aos números de autuações é interessante realizar uma análise complementar


em relação à tendência de aumentar a complexidade e o nível de exigências impostas pelas
legislações relacionadas à saúde e segurança do trabalhador, fato justificado pelo surgimento
de, por exemplo, novas tecnologias e novos riscos ocupacionais. Há disponíveis Normas
Regulamentadoras, Leis e Decretos que permitem autuações e penalizações em diversos
quesitos, quando observado a inconformidade, que podem causar danos à saúde do
trabalhador. Segundo Santos (2012), em 2010 as Normas Regulamentadoras continham 4.036
itens imperativos passíveis de autuações. De lá pra cá, as NR´s apresentaram atualizações,
bem como foram incrementadas com o surgimento de novos itens e novas normas, como por
28

exemplo, a NR 36, que estabelece a Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e


Processamento de Carnes e Derivados.

O auditor fiscal do trabalho tem que acompanhar todas as exigências e complexidades


das normas, bem como as peculiaridades de cada setor para realizar suas autuações. Portanto,
o auditor se depara com uma sobrecarga de trabalho e uma complexidade (justificada) para
desenvolver suas atividades. Santos (2012) menciona que “Embora algumas NRs se apliquem
a determinadas atividades econômicas (construção civil, estabelecimento de saúde, mineração,
trabalho portuário e aquaviário) é praticamente impossível que um AFT, mesmo sendo
especialista na área de SST (engenheiro de segurança ou médico do trabalho) tenha um
conhecimento relativamente seguro de todas". Logo, os dados apresentados pelos auditores do
trabalho nos permite avaliar que: o alcance das ações fiscais está restrito quando observado a
extensão dos números de estabelecimentos e as quantidades de trabalhadores no país.
29

6. CONCLUSÃO

O presente trabalho permitiu concluir que:

- Os números de acidentes de trabalho oscilaram no decorrer dos períodos


analisados com apresentação de uma redução desses índices entre os anos de 2014 a
2015;
- Determinados setores de produção apresentaram grandes influências nas
quantidades de acidentes. Assim como, elevadas quantidades de acidentes com
consequências graves (óbito) foram relacionados a esses setores de maiores
ingerências. Permitindo observar que é interessante e necessária a atenção especial
voltada a essas áreas de produção, que por sua vez são peculiares a cada região.
- Os números de acidentes de trabalhado sem CAT registrada reduziram no decorrer
dos anos analisados;
- Os acidentes definidos como típicos apresentaram maior predominância em
relação aos demais (trajeto e doença do trabalho) e as consequências com maiores
incidências corresponderam aos afastamentos inferiores a 15 dias;
- Os números reduzidos de Auditores Fiscais do Trabalho afetaram diretamente nas
atividades desenvolvidas por esses profissionais, interferindo não apenas nas
quantidades de ações fiscais, mas nos números de empregados alcançados e nos
números de autuações, que possivelmente evitariam acidentes, caso as correções
exigidas fossem cumpridas.

Conclui-se por fim que o objetivo principal deste estudo foi alcançado, uma vez que
foi possível avaliar as ocorrências dos acidentes do trabalho no setor alimentício, bem como
as suas consequências, associando os possíveis fatores que contribuíram para a ocorrência
desse cenário.
30

7. RECOMENDAÇÕES

Ressalta-se a importância da discussão e efetivação de medidas e políticas públicas,


sejam elas federais e/ou estaduais, em conjunto com parcerias privadas e com a sociedade,
com o objetivo de fiscalizar e de se fazer cumprir as legislações existentes nos setores de
produção de alimentos. Bem como, os empregadores devem conscientizar em relação à
importância de se ter constantes programas voltados à segurança e saúde do trabalhador nas
suas empresas, a fim de reduzir os gastos e transtornos decorrentes desses acidentes e,
consequentemente, conscientizar os seus empregados da importância em efetuar as suas
atividades de forma correta e segura com a finalidade de zelar da saúde e do bem estar.

Sugere-se, como continuidade dessa pesquisa, a expansão das análises em relação às


regiões, possibilitando uma visão mais ampla e comparativa as demais localidades que não
foram mencionadas nesse trabalho. Sugere-se também uma análise das ações voltadas à
prevenção e redução dos acidentes de trabalhos, que são desenvolvidas e realizadas pelos
órgãos governamentais, federais e/ou estaduais, e pelas empresas, que influenciam
positivamente nas mudanças dos cenários que envolvem a saúde e segurança do trabalhador.
31

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