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TRANSTORNOS

NEUROPSIQUIATRICOS

MARTA HEMB MD PhD


www.martahemb.com.br
www.nucleotear.com.br
TRANSTORNOS DEPRESSIVOS
CLASSIFICACAO

Por sintomas específicos (DSM-5):

Transtorno depressivo maior (muitas vezes chamado depressão maior)


Transtorno depressivo persistente (distimia)
Outro transtorno depressivo específico ou inespecífico

Por etiologia:

Transtorno disfórico pré-menstrual


Transtorno depressivo decorrente de outra condição médica
Transtorno depressivo induzido por substância/medicação
INCIDENCIA E PREVALENCIA

Qualquer idade

Adolescência, terceira ou quarta década de vida

Em contextos de atenção primária:


- até 30% dos pacientes relatam sintomas depressivos
- < 10% têm depressão maior
Mundo: mais de 300 milhões de pessoas

Principal causa de incapacidade em todo o mundo

A condição é diferente das flutuações usuais de humor e das respostas emocionais de curta
duração aos desafios da vida cotidiana

800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano

Segunda principal causa de morte entre pessoas com idade entre 15 e 29 anos

Menos da metade das pessoas afetadas no mundo recebe tratamento


Desmoralização e desolamento

O termo depressão é usado muitas vezes para descrever o humor para baixo ou desencorajado que resulta de
desapontamentos ou perdas

Os sentimentos negativos de desmoralização e tristeza, contrariamente aos da depressão, fazem o seguinte:


- Ocorrem em ondas que tendem a estar vinculadas a pensamentos ou lembranças do evento deflagrador
- Desaparecem quando as circunstâncias ou os eventos melhoram
- Podem ser intercalados por períodos de emoção e humor positivos
- Não são acompanhados de sentimentos generalizados de inutilidade e autodepreciação

O humor para baixo geralmente dura dias, ao contrário de semanas ou meses

Pensamentos de suicídio e perda funcional prolongada são muito menos prováveis


ETIOLOGIA

Fatores genéticos e ambientais

A hereditariedade explica metade da etiologia:


- Mais comum entre parentes de 1º grau de pacientes deprimidos
- Concordância entre gêmeos idênticos é alta

Teorias concentram nas alterações dos níveis dos neurotransmissores:


- Desregulação dos neurotransmissores colinérgicos, catecolaminérgicos (noradrenérgicos e
dopaminérgicos) glutamatérgicos e serotoninérgicos (5-hidroxitriptamina)
- Desregulação neuroendócrina com ênfase particular em 3 eixos: hipotálamo-hipófise-adrenal,
hipotálamo-hipófise-tireoide e hormônio do crescimento.
Fatores psicossociais também parecem estar envolvidos:

Estressores vitais importantes, em especial separações e perdas, comumente precedem episódios


de depressão maior

Pessoas que tiveram um episódio de depressão maior têm risco maior de episódios subsequentes.
Pessoas que são menos resilientes e/ou que têm tendências ansiosas podem ter mais chance de
desenvolver transtorno depressivo

As mulheres têm risco maior:


- Maior exposição ou resposta aumentada a estresses cotidianos
- Níveis mais elevados de monoaminooxidase
- Taxas mais altas de disfunção tireoidiana
- Alterações endócrinas que ocorrem com a menstruação e na menopausa
Depressão peri e pos-parto, os sintomas se desenvolvem durante a gestação ou em 4 semanas após o parto
Transtornos afetivos sazonais, os sintomas se desenvolvem no outono ou inverno
Sintomas ou transtornos depressivos podem acompanhar vários distúrbios físicos e medicamentos:
- doenças da tireoide
- doenças da glândula adrenal,
- tumores cerebrais
- AVC
- Parkinson
- esclerose múltipla
- corticoides
- betabloqueadores
- interferona
- reserpina
SINAIS E SINTOMAS
- Disfunções cognitivas
- Disfuncoes psicomotoras
- Outras: dificuldade de concentração, fadiga, perda do desejo sexual, perda de interesse ou prazer
em praticamente todas as atividades que anteriormente eram apreciadas, distúrbios do sono
- Humor depressivo.
- Pensamentos suicidas e tentativas de suicídio
- Outros sintomas ou transtornos mentais (ansiedade e ataques de pânico)
Pacientes têm mais probabilidade de abusar de álcool ou de outros drogas recreacionais
Tentativa de automedicar distúrbios do sono ou sintomas de ansiedade

A depressão pode:
- reduzir as respostas imunitárias protetoras
- elevar o risco de doenças cardiovasculares
- Elevar o risco de AVE
Depressão maior (depressão unipolar)

Os pacientes podem parecer infelizes, com olhos lacrimejantes, testa enrugada, cantos da boca voltados
para baixo, postura retraída, pouco contato visual, perda da expressão facial, pouco movimento corporal
e mudanças no discurso

A aparência pode ser confundida com doença de Parkinson

Em alguns pacientes, o humor deprimido é tão profundo que as lágrimas secam; eles relatam que ficam
incapazes de sentir as emoções habituais e sentem que o mundo se tornou sem cor ou sem vida

A nutrição pode estar gravemente comprometida, exigindo intervenção imediata

Alguns pacientes depressivos negligenciam a higiene pessoal ou mesmo seus filhos, entes queridos ou
animais de estimação.
≥ 5 dos seguintes devem estar presentes quase todos os dias durante o mesmo período de 2 semanas
Sendo um deles humor deprimido ou perda de interesse ou prazer:

1. Humor deprimido durante a maior parte do dia


2. Diminuição acentuada do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades durante a
maior parte do dia
3. Ganho ou perda ponderal significativo (> 5%) ou diminuição ou aumento do apetite
4. Insônia (muitas vezes insônia de manutenção do sono) ou hipersonia
5. Agitação ou atraso psicomotor observado por outros (não autorrelatado)
6. Fadiga ou perda de energia
7. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada
8. Capacidade diminuída de pensar, concentrar-se ou indecisão
9. Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio, tentativa de suicídio ou um plano específico para
cometer suicídio
Transtorno depressivo persistente

Sintomas depressivos que persistem por ≥ 2 anos

Anteriormente denominados transtorno depressivo maior crônico e transtorno distímico

Os sintomas tipicamente começam insidiosamente durante a adolescência e podem persistir por muito anos

O número de sintomas muitas vezes oscila acima e abaixo do limiar para episódio depressivo maior

Os pacientes afetados podem estar habitualmente melancólicos, pessimistas, sem senso de humor, passivos,
letárgicos, introvertidos, hipercríticos de si mesmos e dos outros e queixosos

Maior probabilidade de ter ansiedade, uso de substâncias ou transtornos de personalidade


Pacientes devem ter tido humor deprimido na maior parte do dia por um número maior de dias do que os
dias sem sintomas durante ≥ 2 anos, e ≥ 2 dos seguintes:

1. Baixo apetite ou comer em excesso


2. Insônia ou hipersonia
3. Baixa energia ou fadiga
4. Baixa autoestima
5. Falta de concentração ou dificuldade em tomar decisões
6. Sentimentos de desespero
Transtorno disfórico pré-menstrual

Envolve sintomas de humor e ansiedade claramente relacionadas ao ciclo menstrual


Início durante a fase pré-menstrual e um intervalo livre de sintomas após a menstruação
Os sintomas devem estar presentes durante a maioria dos ciclos menstruais por todo o último ano
Manifestações semelhantes as da síndrome pré-menstrual, mas são mais graves, causando sofrimento
clinicamente significativo e/ou prejuízo acentuado no funcionamento social ou ocupacional
O transtorno pode começar a qualquer momento após a menarca; pode piorar com a aproximação da
menopausa, mas cessa depois da menopausa
Estima-se que a prevalência seja 2 a 6% em mulheres que menstruam em um dado intervalo de 12 meses
≥ 5 sintomas na semana antes da menstruação
Sintomas diminuem após o início da menstruação e tornam-se inexistentes na semana após
Sintomas devem incluir ≥ 1 dos seguintes:
- Oscilações de humor acentuadas
- Irritabilidade ou raiva acentuada ou conflitos interpessoais intensificados
- Depressão acentuada, sensação de desesperança ou pensamentos de autodepreciação
- Ansiedade acentuada, tensão ou sensação de nervos à flor da pele
≥ 1 dos seguintes deve estar presente:
- Interesse diminuído em atividades habituais
- Dificuldade de concentração
- Baixa energia ou fadiga
- Alteração significativa no apetite, comer em excesso ou desejos por alimentos específicos
- Hipersonia ou insônia
- Sensação de opressão ou de falta de controle
- Sintomas físicos como dor à palpação ou edema de mamas, artralgia ou mialgia, sensação de estar
empanturrado e ganho de peso
Outros transtornos depressivos

Grupos de sintomas com características de transtorno depressivo


Não atendem todos os critérios para outros transtornos depressivos
Causam sofrimento ou prejuízo do funcionamento clinicamente significativo

Estão incluídos períodos recorrentes de disforia com ≥ 4 outros sintomas depressivos que duram < 2
semanas em pessoas que nunca atenderam os critérios para outro transtorno de humor e os períodos de
depressão que duram mais tempo, mas que incluem sintomas insuficientes para o diagnóstico de outro
transtorno depressivo
ESPECIFICADORES
Depressão maior e transtorno depressivo persistente podem incluir um ou mais especificadores que
descrevem manifestações adicionais durante um episódio depressivo:

- Sofrimento ansioso: pacientes se sentem tensos e extraordinariamente inquietos; eles têm dificuldade
de concentração porque se preocupam ou temem que algo terrível pode acontecer, ou eles sentem que
podem perder o controle deles mesmos.
- Características mistas: pacientes também têm ≥ 3 sintomas de mania ou hipomaníacos (humor
elevado, grandiosidade, maior loquacidade do que o habitual, fuga de ideias, diminuição do sono).
Pacientes com esse tipo de depressão têm risco de transtorno bipolar.
- Melancólico: pacientes perderam o prazer em quase todas as atividades ou não respondem a
estímulos geralmente agradáveis. Eles podem estar desanimados ou desesperados, sentir culpa
excessiva ou inapropriada, ter despertar matutino precoce, agitação ou retardo psicomotor marcantes e
anorexia ou perda ponderal significante.
- Atípico: o humor dos pacientes melhora temporariamente em resposta a eventos positivos. Eles
também têm ≥ 2 dos seguintes: reação exagerada a críticas ou rejeição percebida, sentimentos de
paralisia de chumbo (sensação pesada ou de peso, geralmente nas extremidades), ganho de peso ou
aumento de apetite e hipersonia.
- Psicótico: pacientes têm delírios e/ou alucinações. Delírios muitas vezes envolvendo ter cometido
pecados ou crimes imperdoáveis, de portar transtornos incuráveis ou vergonhosos ou de ser perseguido.
Alucinações podem ser auditivas ou visuais.
- Catatônico: pacientes têm retardo psicomotor grave, envolvem-se em atividade excessiva sem
propósito e/ou se isolam; alguns pacientes fazem caretas e imitam fala (ecolalia) ou movimento
(ecopraxia).
- Início no peri-parto: o início ocorre durante a gestação ou até a 4ª semana após o parto. Características
psicóticas podem estar presentes; infanticídio é frequentemente associado a episódios psicóticos
envolvendo alucinações de comando para matar o lactente ou delírios de que o recém-nascido está
possuído.
- Padrão sazonal: os episódios ocorrem em um determinado momento do ano, na maioria das vezes no
outono ou inverno.
DIAGNOSTICO
1. Critérios clínicos (DSM-5)
2. Hemograma completo, eletrólitos, níveis de hormônio tireoestimulante, vitamina B12 e folato

Deve existir sofrimento significativo ou comprometimento do funcionamento social e ocupacional


Diversos questionários breves estão disponíveis para rastreio
Gravidade determinada:
- grau de sofrimento
- incapacitação (física, social e ocupacional)
- duração dos sintomas
Psicose e catatonia indicam depressão grave
Características melancólicas indicam depressão moderada ou grave
DIAGNOSTICO DIFERENCIAL

# desmoralização e desolamento
# transtornos de ansiedade
# transtorno bipolar
# depressão da demencia
# transtornos por abuso de substâncias
# hipotireoidismo
# doença de Parkinson
EXAMES
Nenhum achado laboratorial é patognomônico para transtornos depressivos
Testes laboratoriais são necessários para excluir condições físicas que podem ocasionar depressã

Hemograma completo
TSH
vitamina B12
folato

testes para uso de drogas ilícitas


TRATAMENTO

Suporte

Psicoterapia

Fármacos

Os sintomas podem remitir espontaneamente quando são leves ou de curta duração

Depressão leve - suporte geral + psicoterapia


Depressão moderada a grave – fármacos + psicoterapia ( + ECT ?)
A depressão em pacientes que já tiveram > 1 episódio, provavelmente recorrerá
Casos graves quase sempre necessitam de farmacoterapia de manutenção a longo prazo

TTO ambulatorial
Internacao se:
- ideação suicida significativa
- sintomas psicóticos
- debilidade física

** Em pacientes com transtornos de abuso de substâncias, os sintomas depressivos geralmente


desaparecem em poucos meses com a interrupção do uso da droga
Suporte inicial

Até que melhora clara comece, o médico pode precisar ver o paciente semanalmente ou a cada duas
semanas a fim de fornecer suporte e educação, além de monitorar o progresso

Ligações telefônicas podem complementar as visitas ao consultório

Pacientes podem ficar constrangidos com a ideia de ter um transtorno mental = o médico pode ajudar
explicando que a depressão é um transtorno médico sério causado por distúrbios biológicos que requer
tratamento específico e que o prognóstico com tratamento é bom

Incentivar os pacientes a gradualmente aumentar atividades simples e elevar interações sociais deve ser
balanceado com o reconhecimento do seu desejo de evitar atividades.
Psicoterapia

- terapia comportamental cognitiva


- terapia interpessoal

Eletroconvulsoterapia (ECT):
Depressão suicida grave
Depressão com agitação ou retardo psicomotor
Depressão delirante
Depressão durante a gestação
Depressão psicótica

A resposta a 6 a 10 sessões de ECT é dramática e pode salvar a vida.


Recaída após ECT é comum
Farmacoterapia é mantida após a interrupção da ECT
Outros tratamentos

Psicoestimulantes (dextroanfetamina, metilfenidato) são usados algumas vezes com antidepressivos;

Ervas medicinais são usadas por alguns pacientes

A estimulação do nervo vago - útil para a depressão refratária

Estimulação magnética transcraniana repetitiva (EMTr) - tratamento agudo


Tratamento medicamentoso

Inibidores seletivos de recaptação de serotonina


Moduladores da serotonina (bloqueadores 5-HT2)
Inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina
Inibidor de recaptação de dopamina e noradrenalina
Antidepressivos heterocíclicos
Inibidores da monoaminoxidase (IMAOs)
Antidepressivo melatonérgico

A escolha do fármaco pode ser orientada pela resposta anterior a um antidepressivo específico

ISRS costumam ser os fármacos de escolha inicial


NOVOS TRATAMENTOS
TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA
INTRODUCAO

3% da população
2 mulheres : 1 homem
Geralmente inicia na infância ou na adolescência
SINAIS E SINTOMAS

Múltiplas preocupações as quais quase sempre mudam com o tempo

O curso é geralmente flutuante e crônico com piora durante estresse

Muitos têm um ou mais transtornos psiquiátricos comórbidos:


- depressão maior
- fobia específica
- fobia social
- transtorno de pânico
DIAGNOSTICO
1. Critérios clínicos (DSM-V)

2. Ansiedade e preocupações excessivas sobre algumas atividades ou alguns eventos

3. Pacientes têm dificuldade em controlar as preocupações, que ocorrem por mais dias do que não por ≥ 6m
As preocupações também devem ser associadas a ≥ 3 dos seguintes:
- Agitação ou sensação de nervosismo ou tensão
- Cansaço fácil
- Dificuldade de concentração
- Irritabilidade
- Tensão muscular
- Alterações do sono
TRATAMENTO

Benzodiazepínicos

ISRS (escitalopram, dose inicial de 10 mg VO uma vez ao dia)

ISRNs (venlafaxina de liberação prolongada, dose inicial de 37,5 mg VO uma vez ao dia)

Buspirona 5 mg, via oral bid ou tid

Terapia cognitivo-comportamental
ATAQUES E TRANSTORNO DO PANICO
INTRODUCAO

11% da população

Muitas pessoas se recuperam sem tratamento

Final da adolescência ou no início da idade adulta

2 vezes mais mulheres do que homens


SINAIS E SINTOMAS

1. Início súbito de medo ou desconforto de forte intensidade


2. Pelo menos 4 dos 13 sintomas listados na tabela

Os sintomas geralmente atingem o pico em 10 minutos e se dissipam em minutos depois disso


SINAIS E SINTOMAS

Ataques de pânico podem ocorrer em qualquer transtorno de ansiedade,

Quase sempre em situações ligadas à característica central do transtorno (uma pessoa com fobia
de cobras pode entrar em pânico ao ver uma cobra)
Esses ataques de pânico são denominados esperados

Ataques de pânico inesperados são aqueles que ocorrem de forma espontânea, sem nenhum
gatilho aparente

Muitas pessoas com transtornos de pânico antecipam e se preocupam sobre outros ataques
(ansiedade antecipatória) e evitam lugares ou situações em que tiveram pânico previamente.
DIAGNOSTICO

1. Critérios clínicos
2. O transtorno de pânico é diagnosticado depois que distúrbios físicos que podem mimetizar
ansiedade são descartados e quando os sintomas preenchem os critérios estipulados no DSM-5

Os pacientes devem ter ataques de pânico recorrentes (a frequência não é especificada) em que ≥
1 ataque foi seguido de um ou ambos dos seguintes por ≥ 1 mês:
- Preocupação persistente sobre ter ataques de pânico adicionais ou preocupações com suas
consequências (perda de controle, enlouquecer)
- Resposta comportamental desadaptativa aos ataques de pânico (evitar atividades comuns como
exercício físico ou situações sociais para tentar prevenir novos ataques)
TRATAMENTO

Antidepressivos
Benzodiazepínicos
Medidas psicoterapêuticas (Terapia de exposição e/ou terapia cognitivo-comportamental)
TRATAMENTO
Terapia medicamentosa

Fármacos que podem evitar ou reduzir bastante a ansiedade antecipatória, a esquiva fóbica e o
número e a intensidade dos ataques de pânico:
- Antidepressivos: ISRS e IRSN têm a vantagem potencial de provocar menos efeitos colaterais
- Benzodiazepínicos: agem mais rapidamente do que os antidepressivos, porém, têm mais chance
de causar dependência física e alguns efeitos colaterais como sonolência, ataxia e problemas de
memória.
- Antidepressivos com benzodiazepínicos

Os ataques de pânico costumam recorrer quando os fármacos são suspensos.


TRATAMENTO
Psicoterapia

1. Terapia de exposição

2. Terapia cognitivo-comportamental inclui ensinar os pacientes a reconhecerem e controlarem seus


pensamentos distorcidos, crenças falsas e a modificar seu comportamento de modo que seja mais
adaptativo
Se pacientes descrevem aceleração da frequência cardíaca ou falta de ar em certas situações ou
lugares e temem ter ataque cardíaco, são ensinados o seguinte:
- Não evitar essas situações
- Entender que suas preocupações são infundadas
- Responder, ao contrário, com respiração lenta e controlada
TRANSTORNOS FOBICOS ESPECIFICOS
INTRODUCAO

Uma fobia específica consiste em medo e ansiedade diante de situação ou objeto em

A situação ou o objeto é geralmente evitado quando possível; mas, caso a exposição ocorra, a
ansiedade se desenvolve rápido.

A ansiedade pode se intensificar até o nível de ataque de pânico. As pessoas com fobia específica
normalmente reconhecem que seu medo é irracional e excessivo.
INTRODUCAO

As fobias específicas são os transtornos de ansiedade mais comuns.


Algumas das mais comuns são medo de animais (zoofobia), de altura (acrofobia) e de tempestades
(astrofobia ou brontofobia).
As fobias específicas afetam cerca de 13% das mulheres e 4% dos homens
Algumas causam poucos inconvenientes, por exemplo, quando moradores de uma cidade têm
medo de cobras (ofidiofobia), a menos que eles sejam solicitados a ir a uma área em que cobras
são encontradas.
Mas outras fobias interferem seriamente no funcionamento, por exemplo, quando as pessoas que
devem trabalhar em um andar alto de um arranha-céu têm medo de locais confinados, fechados
(claustrofobia), como elevadores.
Medo de sangue (hemofobia), injeções (tripanofobia), agulhas e outros objetos cortantes
(belonofobia) ou ferimentos (traumatofobia) ocorrem em algum grau em pelo menos 5% da
população.
SINAIS E SINTOMAS

Os sintomas dependem do tipo de transtorno fóbico.


DIAGNOSTICO

1. CLINICO (DSM-5)
Pacientes com medo acentuado persistente (≥ 6 meses) ou ansiedade sobre uma situação ou objeto específico
Além disso, os pacientes têm todos os seguintes:

- A situação ou o objeto quase sempre provoca medo ou ansiedade imediato.


- Pacientes evitam ativamente a situação ou objeto.
- O medo ou ansiedade é desproporcional ao perigo real (levando em conta as normas socioculturais).
- O medo, a ansiedade e/ou esquiva causam sofrimento significativo ou prejudicam muito o funcionamento social
ou ocupacional.
TRATAMENTO
Fármacos

- benzodiazepínicos (lorazepam 0,5 a 1,0 mg VO)


- betabloqueadores (o propranolol costuma ser preferido — 10 a 40 mg VO),
idealmente cerca de 1 a 2 h antes da exposição, é ocasionalmente útil quando a exposição a um
objeto ou a uma situação não pode ser evitada ou quando a terapia de exposição não é aceita ou
não teve sucesso.
TRATAMENTO

Terapia de exposição

Como muitos transtornos fóbicos apresentam esquiva, a psicoterapia de escolha tende a incluir
terapia de exposição. Com estrutura e suporte de um profissional que prescreve tarefas de
exposição, os pacientes procuram, confrontam e mantêm-se em contato com o que temem e evitam
até que a ansiedade gradualmente diminua por processo chamado habituação. Como a maioria dos
pacientes sabe que seus medos são excessivos, embaraçosos e incapacitantes, geralmente estão
dispostos a participar dessa terapia — isto é, evitar a esquiva.
A terapia de exposição ajuda > 90% dos pacientes que a realizam com afinco, sendo quase sempre
o único tratamento necessário para fobias específicas.
FOBIA SOCIAL
INTRODUCAO
9% das mulheres e 7%

Os homens são mais propensos do que as mulheres a também ter transtorno de personalidade
esquiva, que pode ser considerado um transtorno de ansiedade suficientemente grave e persistente
para influenciar a personalidade da pessoa

O medo e a ansiedade das pessoas com fobia social frequentemente giram em torno do sentimento
de vergonha ou humilhação caso não correspondam às expectativas das pessoas ou sejam
julgadas por outras pessoas nas interações sociais.

Muitas vezes, a preocupação é que a ansiedade torne-se aparente por meio de sudorese, rubor,
vômitos ou tremores ou que a capacidade de manter a linha de raciocínio ou de achar palavras para
se expressar seja perdida.
Em geral, a mesma atividade realizada sozinha não produz ansiedade.
FOBIA SOCIAL
As situações em que a fobia social é comum:

- falar em público
- atuar em uma performance teatral
- tocar um instrumento musical
- comer com outras pessoas
- conhecer novas pessoas
- conversar
- assinar um documento na frente de testemunhas
- usar banheiros públicos

A maioria das pessoas reconhece que seus medos são irracionais e excessivos.
DIAGNOSTICO
CLINICO (DSM-5)

- Medo acentuado e persistente (≥ 6 meses) ou ansiedade em uma ou mais situações sociais em


que podem ser julgadas por outras pessoas.
- O medo deve envolver uma avaliação negativa por outras pessoas (p. ex., de que os pacientes
serão humilhados, envergonhados ou rejeitados ou ofenderão outros). Além disso, todos os
seguintes devem estar presentes:
1. As mesmas situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade.
2. Pacientes evitam ativamente a situação.
3. O medo ou a ansiedade é desproporcional à ameaça real (levando em conta as normas
socioculturais).
4. O medo, a ansiedade e/ou esquiva causam sofrimento significativo ou prejudicam muito o
funcionamento social ou ocupacional.
TRATAMENTO

A fobia social é quase sempre crônica e o tratamento é necessário

TCC: ensina os pacientes a reconhecer e controlar seus pensamentos distorcidos e suas


convicções falsas, assim como os instrui sobre a terapia de exposição (exposição controlada à
situação que provoca ansiedade)

ISRSs e benzodiazepínicos: são eficazes para fobia social

Betabloqueadores
AGORAFOBIA
AGORAFOBIA
As situações são evitadas, ou podem ser enfrentadas, mas com ansiedade substancial

Cerca de 30% a 50% das pessoas com agorafobia também têm transtorno de pânico

2% das mulheres e 1% dos homens

O pico da idade de início é no começo da terceira década de vida


SINAIS E SINTOMAS
Exemplos comuns de situações ou lugares que geram medo e ansiedade:

- ficar em uma fila no banco ou em um supermercado


- sentar no meio de uma longa fila no teatro ou na sala de aula e
- usar transporte público, como ônibus ou aviões.

A agorafobia muitas vezes interfere no funcionamento e, se for grave o suficiente, pode fazer com
que a pessoa fique fechada em casa.
DIAGNOSTICO
CLINICO (DSM-5)
Medo acentuado persistente (≥ 6 meses) ou ansiedade sobre ≥ 2 das seguintes situações:

Uso de transporte público


Estar em espaços abertos (p. ex., estacionamento, mercado)
Estar em um local fechado (p. ex., lojas, teatros)
Ficar na fila ou no meio de multidão
Estar sozinho fora de casa
DIAGNOSTICO
O medo deve envolver pensamentos em que o escape da situação pode ser difícil ou em que os
pacientes não receberiam ajuda caso fiquem incapacitados pelo medo ou ataque de pânico

Além disso, todos os seguintes devem estar presentes:


- As mesmas situações quase sempre provocam medo ou ansiedade.
- Pacientes evitam ativamente a situação e/ou exigem a presença de um acompanhante.
- O medo ou a ansiedade é desproporcional à ameaça real (levando em conta as normas
socioculturais).
- O medo, a ansiedade e/ou esquiva causam sofrimento significativo ou prejudicam muito o
funcionamento social ou ocupacional.
TRATAMENTO

Geralmente flutua em gravidade


Pode desaparecer sem tratamento formal, possivelmente porque algumas pessoas afetadas
conduzem sua própria forma de terapia de exposição

- Terapia cognitivo-comportamental ensina os pacientes a reconhecer e controlar seus


pensamentos distorcidos e suas crenças falsas, bem como os instrui a fazer terapia de exposição.
- ISRS

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