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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

INSTITUTO DA SAÚDE E PRODUÇÃO ANIMAL


CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

WADSON WANE SANTOS DA SILVA

LEITE A1 E LEITE A2: REVISÃO DE LITERATURA

BELÉM
2021
2

WADSON WANE SANTOS DA SILVA

LEITE A1 E LEITE A2: REVISÃO DE LITERATURA

Trabalho de Conclusão de Curso de graduação


apresentado à Universidade Federal Rural da
Amazônia, grau de Bacharelado em Medicina
Veterinária.
Orientador: Prof. Dr. Fernando Elias Rodrigues
da Silva

BELÉM-PA
2021
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Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio
convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que devidamente citada a
fonte.
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WADSON WANE SANTOS DA SILVA

LEITE A1 E LEITE A2: REVISÃO DE LITERATURA

Trabalho de Conclusão de curso para


obtenção do título de bacharelado em
Medicina Veterinária apresentado à
Universidade Federal Rural da
Amazônia.

Data da Aprovação: _____/_____/______

Banca examinadora:

______________________________________________
Prof. Dr. Fernando Elias Rodrigues da Silva
ISPA/UFRA (Orientador/Presidente)

______________________________________________
Profa. Dra Rosa Maria Sousa Santa Rosa
ISARH/UFRA (Membro Titular 1)

______________________________________________
Profa. Dra Luiza Helena da Silva Martins
ISPA/UFRA (Membro Titular 2)
5

Em honra a Deus, família e amigos,


com carinho.
6

Agradecimentos

A primeira pessoa e a mais importante a receber meus agradecimentos é DEUS,


afinal, Ele é o motivo de eu ter iniciado e está findando este ciclo. “Ao Rei eterno, o Deus
único, imortal e invisível, sejam honra e glória para todo o sempre. Amém”. (I Timóteo
1:17); “Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder,
agora, e para todo o sempre. Amém”. (Judas 1:25); “Deem graças ao Senhor, clamem pelo
seu nome, divulguem entre as nações o que ele tem feito. Cantem para ele, louvem-no;
contem todos os seus atos maravilhosos. Gloriem-se no seu santo nome; alegre-se o
coração dos que buscam o Senhor”. (I Crônicas 16:8-10);
À minha pessoa, isso mesmo, agradeço a mim por ter resistido física, emocional e
psicologicamente a este processo longo, árduo e laborioso, apesar das crises e desânimo em
cada uma dessas formas.
A meus pais (Raimundo Pereira e Ana Alice), pois foi o sonho deles que me fizeram
sonhar e conseguir chegar até aqui. E aos meus irmãos (Wellington, Williams e Talissa), os
quais, juntamente foram os alicerces que me sustentaram;
Ao Toddynho, meu “cãopanheiro”, o qual se “voluntariou” para que eu aferisse seus
sinais vitais e aperfeiçoasse técnicas de inspeção, palpação, contenção e afins;
Às mães e pais do coração: Maria Marta e Janary França, Rosa Maria e Paulo Sarges,
Luzinete Araújo e Oto Moraes.
Aos meus amigos, os quais não me deixaram desistir. Tenho os melhores: Bianca Letícia,
Gerônimo Cabral, Keyla Pedra, Liana Vasconcelos, Rodrigo Pedra, Sillas Batista, Thamires
Quadros.
A minha congregação evangélica (Assembleia de Deus - Templo Vileta I) e aos meus
pastores, especialmente: Joel Aires e família, Clézio Miranda e família, Leandro Santos e
família.
Ao curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural da Amazônia,
corpo docente, discentes e técnicos da instituição a quem fico lisonjeado por dele ter feito
parte.
A quem colaborou diretamente comigo: orientador - Fernando Elias Rodrigues da
Silva.
A todos os professores, em especial Professora Elane Guerreiro Giese, e toda equipe
do LHEA (Laboratório de Histologia e Embriologia animal), no qual passei grande parte da
graduação.
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Aos locais que me acolheram com a oportunidade de estagiar: PROJETO


CARROCEIRO (Djaci Ribeiro), LHEA (Elane Giese), CETRAS (Ana Sílvia Ribeiro) e a
todos que direta ou indiretamente contribuíram para minha formação acadêmica;
A nobre Universidade Federal Rural da Amazônia a qual tive prazer.
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Resumo

O leite possui diversos componentes proteicos distintos e todos eles são


potencialmente alergênicos. Este trabalho teve como objetivo discorrer e estabelecer o perfil
genotípico e vantagens dos alelos A2A2 em detrimento dos alelos A1A1, bem como
descrever efeitos no trato gastrintestinal, para presença de alelos A1. Animais com
genotipagem A2 apresentam mutação pontual no aminoácido da posição 67, os quais, se
ingeridos, não desencadeiam reações alérgicas e inflamatórias decorrentes da proteólise da
beta-caseína A1, com isso, podem ser consumidos produtos lácteos por pessoas suscetíveis a
reações entéricas, desde que o quadro alérgico seja, única e exclusivamente causada por Beta-
casmorfina-7. Outras vantagens são a redução do colesterol no soro, tempo de permanência do
conteúdo lácteo nas alças intestinais, concentração de lipídios de baixa densidade (LDL) e
prevenção inúmeras doenças, inclusive vasculares. O leite A2 é um produto com alto valor
agregado, pois demanda de rebanhos que possuam genéticas favoráveis, comprovados por
meio de testes genéticos específicos, bem como uma cadeia leiteira exclusiva. Vale ressaltar
que há alta frequência do alelo A2 na pecuária brasileira, portanto, é considerada vantagem
competitiva para os produtores explorarem este nicho de mercado que está se formando em
torno do produto, se possuir genótipo A2, no entanto, o custo para análise genética ainda
encontra-se oneroso.
Palavras-Chave: Leite A2; Peptídeo bioativo; Betacasomorfina-7; Leite hipoalergênico
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Abstract

The milk possseses various different proteinaceous components and all of them are
potentially allegernic. this work has been as goal to write about the composition of milk,
Establishing the genotypic profile and their advantages of those alleles A2A2 to the detriment
of A1A1. As well as describe effects the gastrointestinal tract presents in alleles A1. The
animals with genotyping A2 offer point mutation in the amino acid of the position 67th whom
swallowed do not spark allegernic reactions and inflammatory due to proteolysis of beta-
casein A1. Hence, liable people in enteric reaction with milk product that it can be consumed
without any reation. Provided the allergic fram be the only and exclusively caused by beta-
casmorfina-7. Other advantages are the reduction of serum cholesterol and the time that the
milk product keeps itself inside the intestinal loop, lipideous concentration of low density
(LDL) the prevention of multiple diseases. It also includes vascular disease. The milk A2 is a
product with a high added value. So, the herd demands which possesses a great genetic. They
need to be confirmed through of specific genetic trial, as well as, an exclusive a Chain milk
jug. The point out that there are a high frequency of those alleles A2 In the Brazilian cattle.
Therefore, it is an advantage considered competitive to the rural farmers exploring on focus in
this market niche that is going to increase around the product if it offers genotypic A2.
However, the value to analyze this genetic has found costly yet.
Word key: Milk A2; peptide bioactive; beta-casomorphin-7; hipoallergic milk
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Lista de abreviaturas

Art. Artigo
Dr. Doutor
Dra. Doutora
Ed. Edição
et al. E colaboradores
n. Número
Prof. Professor
Profa. Professora
p. Página
Pág. Página
Rev. Revista
v. Volume
β - Beta
μ - Mi
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Lista de siglas

ABIA - Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação


APLV - Alergia à Proteína do Leite de Vaca
BCM - Beta-casomorfinas
BCM-7 - Beta-casomorfina-7
CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento
CSN2 - Beta-Caseína
CIP - Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
EFSA - European Food Safety Authority
EUA - Estados Unidos da América
GDP - Global Dairy Platform
HM - Habilidade Materna
IN - Instrução Normativa
IZ - Instituto de Zootecnia
LDL - Lipídios de Baixa densidade (LDL)
NIH - National Institutes of Health
MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
PTIHSPOA - Processamento Tecnológico e Inspeção Higiênico-Sanitária de Produtos de
Origem Animal
PA - Pará
RBQL - Rede Brasileiras de Laboratório de Qualidade de Leite
RIISPOA - Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal
RTIQ - Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade
SNP - Single Nucleotid Polymorfism
HRM - High Resolution Melting
RH-Amp - Amplificação dependente de RNase H
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................12
2 OBJETIVOS........................................................................................................................15
2.1 Objetivo geral............................................................................................................. 15
2.2 Objetivos específicos...................................................................................................15
3 METODOLOGIA................................................................................................................ 16
4 REVISÃO DE LITERATURA........................................................................................... 17
4.1 Leite, seus componentes e controle de qualidade........... Error! Indicador Não Definido .
4.2 Fator genético das variantes a1 e a2......................................................................... 19
4.3 Influência dos alelos a1 e a2 sobre o trato gastrintestinalError! Indicador Não Definido .
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................. 25
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................26
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1 INTRODUÇÃO

O leite e seus derivados possuem um papel expressivo no suprimento alimentar,


sendo composto principalmente de proteínas de alto valor biológico, responsáveis pelas
atividades funcionais e estruturais dos organismos vivos (SHARMA et al., 2013).
Assim como o leite possui um papel indispensável para o crescimento,
suplementação vitamínica e mineral (HAUG et al., 2007), prevenção de doenças
(KORHONEN; PIHLANTO, 2006), há, porém, componentes predisponentes a doenças em
humanos, principalmente em pessoas suscetíveis geneticamente a variante da beta-caseína
(CORBUCCI, 2017), fato corroborado por Olenski et al (2010), o qual afirma que o leite vem
sendo considerado como fator de risco para a saúde de algumas pessoas.
A intolerância à lactose é uma condição clínica caracterizada por sintomas atribuíveis
em decorrência da má absorção de lactose que pode ser causado pela baixa atividade ou
mesmo a ausência da lactase ou por uma síntese reduzida ou ausente da mesma enzima. A
gravidade dos sintomas é subjetiva e dependente de inúmeros fatores, os quais incluem a
concentração de lactase presente na mucosa intestinal, a flora intestinal, a quantidade de
lactose ingerida, a motilidade gastrointestinal e a sensibilidade individual na percepção dos
sintomas (CATANZARO et al., 2021).
A intolerância à lactose é bem comum e atinge todas as faixas etárias. Como dito
acima, é uma condição clínica que devido a baixa ou ausência da lactase e consiste na
sensibilidade ou dificuldade de metabolização de carboidratos monossacarídeos presentes no
leite, glicose e galactose (MAHAN; STUMP, 2005). Caso ingeridas essas substâncias, o
organismo reage; a proporção para cada 240 mL de leite, corresponde a 12 gramas de lactose,
em um intervalo de 30 minutos a 2 horas (ANTUNES; PACHECO, 2009), apresentando,
náusea, êmese, dor e distensão abdominal, flatulência, diarreia, borborigmos e constipação
(PORTO et al., 2005). Vale ressaltar que a principal causa de desconforto entérico é associada
à intolerância (NG-KWAI-HANG, 2003), podendo ser classificada em deficiência primária,
secundária e congênita (MATTAR; MAZO, 2010).
Todavia, estudos realizados pela National Institutes of Health de 2010 sobre
intolerância à lactose, afirmam que pessoas que relatam intolerância à lactose não mostram
nenhuma evidência de má absorção de lactose. Com isso, o mais provável é que os sintomas
gastrointestinais sejam causados por outro componente lácteo, sugere-se como mecanismo
alternativo a Beta-Casomorfina-7 (BCM-7) bovina (SUCHY et al, 2010).
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Já o quadro de Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) consiste em uma reação


orgânica generalizada, ou seja, atinge o sistema imunológico, de “combate” e tentativa de
expulsar o agente alergênico (antígeno) neste caso, as proteínas do leite de vaca (caseína,
lactoglobulina, lactoalbumina, soroalbumina e imunoglobulinas) e elas geram sintomas como
dor e distensão abdominal, flatulência, diarreia (em alguns casos, constipação), borborigmo,
náusea e vômito (LUIZ et al., 2005). Além disto, geralmente envolvem o trato respiratório
(edema de glote) e manchas avermelhadas na pele (AHRENS et al., 2008). Leite e derivados
são comercializados com preços estipulados, uniformemente, pela oferta e procura
internacional, ou seja, são commodities. Neste caso, o leite é uma das commodities
agropecuária mais importantes e mais produzidas do mundo, estando entre os produtos mais
comercializados a nível mundial (GDP, 2017) e, segundo a ABIA (2017), o setor industrial de
alimentos derivados de carne é seguido pela indústria de laticínios no ranking nacional.
15

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL


Este trabalho visa contribuir com a comunidade acadêmica, indústria leiteira, bem
como esclarecer dúvidas pertinente à população a respeito da diferença entre o leite A1 e A2,
a partir de estudos de alelos genéticos para quadros alérgicos e de intolerância à proteína do
leite.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


- Estabelecer o perfil genotípico e vantagens dos alelos e A2A2 em detrimento dos alelos
A1A1.
- Descrever efeitos no trato gastrintestinal da presença de alelos A1
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3 METODOLOGIA

Este trabalho é uma revisão sistemática que alberga as vantagens da variante da Beta-
Caseína A2A2, em detrimento da A1A1. O assunto selecionado baseia-se da necessidade de
entender e suprir a intrigante característica de algumas pessoas serem suscetíveis a doenças ou
reações entéricas devido presença de componente lácteo provenientes de leite do tipo A1.
Outro fator abrangente é o contexto econômico, visto que o leite A2 é um produto
diferenciado financeiramente, pois demanda de rebanhos que possuam genética favorável e
comprovados através de testes genéticos específicos, bem como uma cadeia leiteira exclusiva.
Tais características incrementam valor ao produto.
Esta revisão literária ocorreu no período de abril a agosto de 2021 e teve por base
artigos científicos, periódicos, livros e estudos contidos em plataformas eletrônicas, tais quais
Google School, PubMed, SciElo e Sci-hub, para coleta das informações. E, como estratégia de
pesquisa, as palavras chaves utilizadas foram: Leite A1 e A2, Beta-Caseína A2, Beta-
Casomorfina-7, Intolerância e Alergia à proteína do leite, Peptídeos Bioativos.
Os trabalhos selecionados foram escolhidos a partir dos seus respectivos resumos, os
quais possuíam como características o tema proposto. A partir deles, foram incrementados
outros estudos decorrentes de suas bibliografias.
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4 REVISÃO DE LITERATURA

4.1 LEITE

Segundo o RIISPOA 2017/2020, Art. 235, a definição de leite é: “Para os fins deste
Decreto, entende-se por leite, sem outra especificação, o produto oriundo da ordenha
completa, ininterrupta, em condições de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e
descansadas” (BRASIL, 2017).
Nas Instruções Normativas 76 e 77 (IN 76 e 77) são estabelecidos os regulamentos
técnicos e critérios para obtenção de padrão de qualidade para leite, respectivamente: Art. 1º
Ficam aprovados os Regulamentos Técnicos que fixam a identidade e as características de
qualidade que devem apresentar o leite cru refrigerado, o leite pasteurizado e o leite
pasteurizado tipo A, na forma desta Instrução Normativa e do Anexo Único (BRASIL, 2017)
e Art. 1º Ficam estabelecidos os critérios e procedimentos para a produção, acondicionamento,
conservação, transporte, seleção e recepção do leite cru em estabelecimentos registrados no
serviço de inspeção oficial, na forma desta Instrução Normativa e do seu Anexo (BRASIL,
2017).
A tabela abaixo demonstra a composição e constituição do leite
Leite

Composição (Soares et al, 2010) Constituição (Haug etal, 2007)

Fatores Extrínsecos Fatores Intrínsecos Água

Alimentação Espécie Proteinas: Imunoglobulinas, Aminoácidos,


Pepitídeos bioativos
Época do ano Raça Vitamias, Minerais, Nucleotídeos

Período de lactação Lipídios, Carboidratos

Hormônios, Fatores de crescimento,


Fatores de crescimento.
Tabela 1: Composição e Constituição do leite

Segundo Castañon et al. (2005), existem mais de 40 composições proteicas no leite e


todas elas são potencialmente alergênicas; as principais são subdivididas em proteína do soro
do leite, tais quais: Alfa-lactoalbumina a Beta-lactoglobulina (RAHIMI et al., 2015), esta
última não existe no leite materno humano (CASTAÑON et al., 2005), e as proteínas
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Caseínas, como: Alfa S1-Caseína, Alfa S2-Caseína, Beta-Caseína (CSN2), e Kappa-Caseína


(Barbosa et al., 2019; JAISWAL et al., 2014; SULIMOVA et al., 2007). A Beta-Caseína
apresenta também variantes genéticas A1 e A2, as quais são mais comumente encontradas e
estudadas entre as raças leiteiras de origem europeia (HAQ et al., 2013).
Um estudo realizado pela European Food Safety Authority (EFSA) abrange possíveis
efeitos das Beta-casomorfinas (BCM) no organismo, em especial a Beta-Casomorfina-7
(BCM-7), a qual possui relação fisiológica no organismo, como regulação da motilidade
gastrintestinal e secreções pancreáticas (DE NONI, 2009). Todavia, se o organismo não
possuir capacidade de degradar as BCM, pode haver diminuição da motilidade e,
consequentemente, aumento do tempo de permanência de conteúdo e fermentação intestinal
(BARNETT, 2014), aumento de absorção de água, inibição de secreção gástrica e estímulo a
contração da vesícula biliar (BARBOSA et al., 2019).
O engenheiro agrônomo e especialista da Companhia Nacional de Abastecimento
(CONAB), Fábio Silva Costa afirma:
“O mercado do leite foi marcado por forte turbulência em
2020: com a queda atípica dos preços recebidos pelos produtores
entre abril e maio, no cenário de grande incerteza após a chegada
da pandemia do Covid-19 ao Brasil, seguida de forte aumento do
consumo ainda no primeiro semestre do ano, após o início da
quarentena de enfrentamento a pandemia, o que resultou em preços
recordes do leite no segundo semestre do ano. Outro ponto de
atenção em 2020 foi o aumento dos preços de milho e soja, que
refletiu em alta dos custos de produção da pecuária leiteira e segue
como um dos principais pontos de atenção em 2021”, CONAB
(2021).
É prevista na Instrução Normativa 77 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA), que a indústria ofereça ao seu produto um Regulamento Técnico de Identidade e
Qualidade (RTIQ), assim como a realização de testes rotineiros para análise do produto, neste
caso, nos laboratórios da Rede Brasileiras de Laboratórios de Qualidade de Leite (RBQL). A
tecnologia dos processos industriais podem não melhorar ou tornar seguro o produto, afinal, a
segurança e qualidade do leite e seus derivados é originária de matéria prima de qualidade, a
partir de então, oferece garantia de alimento seguro, qualidade nutricional para os
consumidores, aumento da vida de prateleira (DIAS, 2020).
19

Segundo De Noni et al. (2008; 2010), a BCM-7 está presente no queijo e no iogurte.,
também há evidências de que há liberação modesta de BCM-7 nos processos de fabricação de
queijo e iogurte, no entanto, certas bactérias presentes no iogurte podem hidrolisar o BCM- 7
(JANER et al., 2005; NGUYEN et al. 2014, 2015).

4.2 FATOR GENÉTICO DAS VARIANTES A1 E A2

O Mapeamento genético permite selecionar genes de características desejadas e


eliminar genes de características indesejadas. Neste caso, a seleção genética, vem se
desenvolvendo a partir de marcadores genéticos, Single Nucleotid Polymorfism (SNP),
realizados pelo capital privado, associações e produtores independentes (CONAB, 2017;
MILKPOINT, 2017; OLENSKI et al., 2010).
A partir de estudos, são descritas 13 variantes da Beta-caseína (CSN): A1, A2, A3,
A4, B, C, D, E, F, H1, H2, I, G (KAMINSKI et al., 2007; LIMA, 2015) e, dentre elas, CSN-1
e CSN-2, respectivamente, A1 e A2, são as variantes, mais comumente isoladas (JAISWAL et
al., 2014; LIMA, 2015).
A Beta-caseína representa 30% da proteína total do leite de vaca (HAQ et al., 2013;
KEATING et al., 2008), e a variante Beta-caseína A1 pode apresentar homozigose (A1A1) e
heterozigose (A1A2) e libera enzimaticamente a BCM-7 (FORMAGGIONI, et al., 1999;
NGUYEN, 2015), e é o principal fator de risco para síndrome de intolerância ao leite de vaca
(JIANQUIN et al, 2015), sendo conhecido como “leite A1”. Já a Beta-caseína A2 apresenta
homozigose (A2A2) e é denominada de “leite A2” e expressa a síntese de Beta-caseína A2
(BARBOSA et al, 2019).
A beta-caseína A2 é reconhecida como a variante original, pois existia antes da
mutação pontual no aminoácido 67, onde surge o aminoácido “Histamina” no lugar do
aminoácido “Prolina”. A beta-caseína A1 apresenta o aminoácido “Histidina”, na posição 67,
enquanto a beta-caseína A2 apresenta o aminoácido “Prolina” (BELL et al., 2006; DE NONI
e CATTANEO, 2010; HO et al., 2014; NGUYEN, 2015; PAL et al., 2015; SHARMA et al.,
2013), como observado na figura 1.
Figura 1: Fragmentos das variantes genéticas das β-caseínas A1 e A2, destacando a diferenciação na posição 67
responsável pela clivagem diferencial e liberação de BCM-7.
20

Fonte: Adaptado de PAL (2015).

Vale ressaltar que o surgimento dessa mutação se deu entre 5 mil e 10 mil anos atrás,
em rebanhos europeus - taurinos (HO et al., 2014). A priori, existiam apenas animais com
genotipagem A2A2, todavia, cruzamentos aleatórios desencadearam aumento do número de
animais com genes A1, o que foi difundido com o passar dos anos. Contudo, pode-se observar
que já ocorre mapeamento de rebanho, bem como, do leite e derivados, com composição
genética, exclusivamente, A2A2 no Brasil (MILKPOINT, 2017), e tais rebanhos e produtos
recebem selo de identificação.
Imagem 2 e 3: Evidenciam esquematicamente o tipo de leite decorrente de cada tipo genético
possível.

Fonte: Google Imagens

O teste genético se dá a partir da colheita de material biológico (sangue ou pelo). A


partir de então, é mandado para o laboratório onde, durante o exame de genômica, avalia-se a
ocorrência do gene (A1A1, A1A2 e A2A2).

Imagem 3 e 4: Evidenciam colheita de sangue em jugular de bovino para exame genético e demonstração do
local de arrancamento de pelo da vassoura da cauda da vaca, respectivamente.
21

Fonte: Google Imagens

A fim de evitar fraudes, o Instituto de Zootecnia (IZ) de São Paulo desenvolve uma técnica
muito relevante para empresas que comercializam produtos provenientes de animais
selecionados A2. Ela utiliza de métodos como HRM (High Resolution Melting) e RHAmp
(Amplificação dependente de RNase H), onde são capazes de discriminar e detectar de
maneira altamente confiável os genótipos A1A1, A2A2 e A1A2 do gene CSN2 em amostras
de DNA de animais juntamente com seus produtos.
As duas técnicas apresentem alta precisão, no entanto, cada uma delas tem maior
eficiência de acordo com a aplicação. A detecção por RHAmp é dez vezes mais sensível que o
método HRM, sendo indicada para a fiscalização de leite A2, devido a sua alta sensibilidade
para detectar a presença de A1 em amostras de A2, assim, essa metodologia pode ser utilizada
para identificar possíveis contaminações da variante alélica A1 em amostras de leite e
derivados. Já a metodologia por análise de HRM é indicada para a genotipagem dos animais.
No Brasil, o preço para o teste genético custa entre R$ 35,00 e R$ 66,50. Para
exemplificar, o Laboratório GENEAL, Uberaba - Minas Gerais, realiza o exame com um
preço médio de R$ 45,00 reais, com um prazo de 30 dias para o resultado, no entanto, o frete
é por conta do solicitante, e caso queira com urgência, o valor fica R$ 70,00, com laudo em
até 7 dias úteis.
Entretanto, caso prefiram, há empresas norte-americanas que realizam o exame
genético, como por exemplo a Zoetis®. Onde o custo é de R$ 78,00 reais para o teste da Beta-
caseína ou R$ 240,00 CLARIFIDE (marcador molecular usado para orientar sobre reprodução,
crescimento, habilidade materna (HM), qualidade de carcaça e outras características desejadas)
22

+ Beta-caseína. Este custo alberga a colheita de material biológico, frete para os Estados
Unidos da américa (EUA) e o laudo, em aproximadamente 45 dias. Após o teste genético, o
animal e produto exclusivamente A2, recebem o selo de qualidade mostrado nas imagens
abaixo.
Imagem 5 e 6: Selo para produto exclusivamente A2 (Esquerda) e marcação de animal A2 (Direita).

Fonte: Google Imagens

Abaixo há um catálogo de matrizes onde é evidenciado a característica da aptidão ao gene da


Beta-caseína A2, juntamente com a identificação do animal.
Imagem 6: Catálogo de matriz com genotipagem A2A2.

Fonte: Google Imagens


23

Segundo Lima e Lara (2015), há alta frequência do alelo A2 na pecuária brasileira (89% -
100%), e isso é considerada uma vantagem competitiva para produtores explorarem nicho de
mercado que está se formando em torno do produto (EMBRAPA, 2017), o qual agregaria
valor, se possuir um genótipo A2A2, tanto ao rebanho, quanto ao leite e derivados (OLENSKI
et al., 2010; GANGULY et al., 2013).

4.3 INFLUÊNCIA DOS ALELOS A1 E A2 SOBRE O TRATO GASTRINTESTINAL

O trato gastrintestinal é um dos locais do corpo onde há o maior número de


receptores opióides, atrás apenas do sistema nervoso (PLEUVRY, 1991), as Beta-
Casomorfina ligam-se aos receptores μ-opióides (JINSMAA e YOSHIKAWA, 1999), e estes
receptores, quando acionados alteram o trânsito intestinal (GONENNE et al., 2005).
À proporção que os produtos lácteos são ingeridos e digeridos, há ação enzimática
(proteases) nas porções iniciais do intestino, e essa interação com a beta-caseína A1 libera o
peptídeo opióide bioativo: Beta-Casomorfina-7 (BCM-7), que predispõe ao desenvolvimento
de quadros alérgicos à Caseína (KORHONEN, PIHLANTO, 2006), Diabetes mellitus
(LAUGESEN, ELLIOT, 2003), desenvolvida pela exposição precoce ao leite que contém
Beta-Casomorfina A1 (CHIA, et al., 2017), Arteriosclerose (TAILFORD, 2003), Autismo
(SOKOLOV et al., 2014), Síndrome da Morte Súbita Infantil (SUN, 2003). Em contrapartida,
a beta-caseína A2 não libera BCM-7, ou se liberar, é em quantidades mínimas (PAL, 2015).
A mutação gênica da β-caseína A1, alterou apenas o leite dos bovinos, e tem sido
observada até o momento, apenas em rebanhos bovinos, por isso, a decisão por consumir
apenas β-caseína A2 é factível dentro de uma dieta com consumo de leite de outras espécies
animais, como: cabra, ovelha e búfala (BARBOSA et al., 2019) ou, como em outras capitais
mundiais (Austrália, Reino Unido, Estados Unidos, Nova Zelândia e Holanda), a indicação é
o consumo de leite de vaca com genotipagem A2 (BROOKE-TAYLOR et al., 2017).
Haq et al. (2014) elaboraram um estudo experimental em cobaias, onde foi ofertado
leite proveniente de vacas genotipicamente testadas (A1A1, A1A2 e A2A2), e compararam as
reações intestinais entre eles. Os autores comprovaram que o caráter inflamatório da mucosa
intestinal era mais evidente em consumo do leite das vacas A1A1 e A1A2 se comparadas com
os animais que consumiram leite de vacas A2A2. Sendo o genótipo A1A1 a principal fonte de
BCM-7 (CIESLINSKA, 2012), informação corroborada por Pal (2015) e Barnett (2014). Este
24

último autor relatou que o tempo de trânsito gastrintestinal foi expressivamente maior em
cobaias submetidas a leite do tipo A1. Kaminski et al., (2007) e Asledottir et al. (2017),
afirmaram que a produção de BCM-7 apresenta uma proporção de duas a quatro vezes maior
pelo alelo A2.
Outras associações referentes à Beta-Casomorfina A2 é que reduz o colesterol no
soro, diminui a concentração de lipídios de baixa densidade (LDL) e prevenção de doenças
vasculares (KAMINSKI et al., 2007), apresentando efeito positivo sobre produção de proteína
e leite, porém negativo sobre produção de gordura (OLENSKI et al., 2010).
25

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A correlação entre consumir produtos lácteos de rebanhos de vacas com genotipagem


A2A2 é comprovadamente mais saudável por não desencadear reações alérgicas e
inflamatórias decorrentes da proteólise da beta-caseína A1 (BCM-7), reduz o colesterol no
soro e tempo de permanência do conteúdo lácteo nas alças intestinais, diminui a concentração
de lipídios de baixa densidade (LDL) e prevenção de inúmeras doenças.
Há um mercado altamente promissor para aprofundar pesquisas e melhoramento nos
rebanhos para mitigar a frequência do alelo A1, bem como aumento no valor agregado do
produto, se comprovado sua genotipagem A2. No momento o principal fator que limita a
pesquisa e mapeamento genético de rebanhos, ocorre por conta do custo do teste genético.
26

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